Revista Novembro
Revista Nossos Passos
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NOVEMBRO / 17<br />
A MÃE APARECIDA, MÃE DO BRASIL<br />
Neste ano de 2017 se comemora o Jubileu de 300<br />
anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.<br />
Em 16 de julho de 1930, o papa Pio XI proclamou Maria<br />
com o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,<br />
Rainha do Brasil. Em 1980, o Papa João Paulo II declarou<br />
que o dia 12 de outubro seria também o dia da consagração<br />
do Santuário Nacional de Aparecida.<br />
O encontro da imagem da Virgem Imaculada<br />
Conceição Aparecida ocorreu em 1717. Quando foi<br />
encontrada, o Brasil vivia no período das Capitanias<br />
Hereditárias. Distintamente de todas as outras aparições,<br />
a que ocorreu em nosso país é bastante peculiar. Aqui a<br />
Virgem Mãe não apareceu como fora em Guadalupe ou<br />
em Fátima. No Brasil ela foi encontrada. Diferente de<br />
outras aparições, ela não disse palavra alguma. A imagem<br />
encontrada no Rio Paraíba do Sul por pescadores estava<br />
quebrada, tendo a cabeça separada do corpo. Por estar no<br />
fundo das águas e coberta pelo lodo, a imagem ficou negra.<br />
Certo dia, em uma comitiva pela região, o<br />
governador da Capitania de São Paulo e Minas passava<br />
pelo vilarejo de Guaratinguetá, no Vale do Rio Paraíba.<br />
A população querendo agradar as autoridades resolveu<br />
fazer uma festa para receber a comitiva. Era comum<br />
naquele período do ano, em outubro, não haver peixes no<br />
rio. Sabendo disso, os habitantes do vilarejo convocaram<br />
três pescadores experientes: Domingos García, João Alves<br />
e Felipe Pedroso. Apesar dos esforços desses homens,<br />
nenhum peixe vinha na rede. Temendo desapontar o povo<br />
e as autoridades da Capitania, os pescadores se puseram a<br />
rezar para a Virgem Mãe de Deus. Tal como no episódio<br />
da pesca milagrosa, descrita por Lucas em seu Evangelho<br />
(Lc 5, 1-11.), os pescadores lançaram novamente a rede e<br />
encontraram nela o corpo da imagem da Virgem e, após<br />
uma nova tentativa, a cabeça que se encaixou no corpo<br />
encontrado anteriormente. Surpresos com o encontro, os<br />
pescadores lançaram a rede logo a seguir e milagrosamente<br />
encontraram tantos peixes que mal podiam carrega-los no<br />
barco. Foi a partir desse episódio que a devoção à Virgem<br />
Aparecida se espalhou pela região e depois por todo o<br />
Brasil.<br />
De lá para cá muitos milagres aconteceram: o<br />
conhecido milagre das velas que se acenderam para<br />
iluminar o lugar de oração dos fiéis, a libertação do<br />
escravo Zacarias, a conversão do ateu que queria adentrar<br />
a igreja com um cavalo, a cura da menina cega que voltou<br />
a enxergar quando passava em frente à Basílica, o garoto<br />
que foi salvo das correntezas do Rio Paraíba do Sul após a<br />
oração de seu pai e o episódio do caçador que, encurralado<br />
por uma onça, rogou à Virgem e foi salvo. A estes milagres<br />
tão conhecidos se juntam outros, os de nossas realidades<br />
cotidianas, das pessoas que lotam todos os 365 dias do ano<br />
a Casa da Mãe. O Santuário Nacional de Aparecida reflete<br />
a fé do brasileiro, sua devoção mais pura e sua vida cheia de<br />
esperança. Ele é a Casa do Brasil. Na imagem da Mãe Negra<br />
estão representadas nossas dores, nossos anseios e nossas<br />
maiores alegrias. Já se tornou um saudável hábito parar<br />
na Casa da Mãe quando se passa pelo Vale do Paraíba indo<br />
de um canto a outro. Lá nos encontramos. Encontramos a<br />
Virgem Encontrada, nossa Mãe Aparecida do fundo das<br />
águas, nossa Mãe Sempre Compadecida. Como recorda as<br />
palavras da sua oração, Ela é “Refúgio e Consolação dos<br />
aflitos e atribulados... Nossa Senhora Aparecida, cheia de<br />
poder e de bondade”.