Revista Novembro
Revista Nossos Passos
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NOSSOS PASSOS 19<br />
OPINIÃO<br />
ABORTO E VIDA<br />
A vida, buscada pelo homem com uma esperança<br />
incansável, é um dom sagrado que faz luzir o mistério<br />
e a generosidade de Deus. Aparece nas últimas etapas<br />
da criação para coroá-la. Deus cria, à Sua imagem e<br />
semelhança o mais perfeito dos seres vivos: o homem.<br />
E Ele abençoa o crescimento desta vida que nasce (Gn.<br />
1,22.28). Se uma descendência é uma cousa imensamente<br />
desejada (cf. Gn 15,1-6; 2Rs 4,12-17) , é que os filhos são o<br />
arrimo de seus pais e de um modo peculiar prolongam sua<br />
vida.<br />
Entretanto a vida, apesar de preciosa, é frágil,<br />
independe da vontade e um fator insignificante pode<br />
extingui-la. Séculos antes de Cristo, mais precisamente<br />
nascido em 460 AC, um sábio grego, Hipócrates, já<br />
a considerava intocável desde a concepção e ao seu<br />
Juramento todos os médicos se submetem no dia de<br />
sua formatura. “Nunca me servirei da minha profissão<br />
para corromper os costumes ou favorecer o crime...”<br />
Infelizmente, a pseudo cultura moderna, que, embora<br />
dizendo querer preservar a vida favorece a morte, tenta<br />
de todas as formas incluir, nas diversas nações, leis que<br />
procuram destrui-la.<br />
Legalizar o aborto é uma delas. Torná-lo legal não o<br />
fará lícito moralmente. Sempre será contra a vida.<br />
O homem tenta tirar de Deus os poderes de gerála<br />
e de a tirar. É necessário que todos, especialmente os<br />
médicos, tomemos consciência do valor inestimável da<br />
vida e assumamos a responsabilidade de preservá-la. As<br />
técnicas modernas podem consentir ao homem “tomar<br />
nas mãos o próprio destino”, mas expõem-no também “à<br />
tentação de ultrapassar os limites de um domínio razoável<br />
sobre a natureza”. É grave o risco a que nos expomos. O<br />
aborto, quer seja químico ou cirúrgico, implica sempre a<br />
morte de um ser indefeso, inocente, e queiramos ou não,<br />
como o infanticídio, é um assassinato e crime nefando.<br />
“A partir do momento em que o óvulo é fecundado,<br />
inaugura-se uma nova vida que não é aquela do pai ou<br />
da mãe e sim de um ser humano que se desenvolve por<br />
conta própria. Nunca tornar-se-á humano se já não o<br />
é desde então. A esta evidência de sempre... a ciência<br />
genética moderna fornece preciosas confirmações. Esta<br />
demonstrou que desde o primeiro instante encontrase<br />
fixado o programa daquilo que será este ser vivente:<br />
um homem, este homem-indivíduo com suas notas<br />
características já bem determinadas....” (AAS 66 – 1974)<br />
Desde o descobrimento do genoma humano torna-se cada<br />
vez mais difícil, àqueles que advogam o aborto, sustentar<br />
que a vida humana não se inicia com a concepção.<br />
Continuamente dizem que a mortalidade materna é alta<br />
porque o aborto é feito de forma clandestina. Entretanto<br />
a lista de lesões provocadas pelo abortamento provocado,<br />
em diversas clínicas e hospitais dos EE.UU, (perfurações<br />
de útero, dos intestinos, hemorragias internas, choque<br />
anestésico, embolia gasosa nas aspirações endo-uterinas,<br />
etc...) fazem com que a mulher tenha muito menos proteção<br />
do que tinha antes da legalização do aborto, pois, assinado<br />
um formulário que expõe as possíveis complicações, se<br />
torna extremamente difícil e custoso comprovar que<br />
houve negligência por parte do “médico” que o praticou....<br />
(cf. Dr. Zoilo Cuellar – Peru).<br />
E o que dizer da chamada Síndrome pós-aborto?<br />
Um estudo de Wanda Franz, Ph.D, da Universidade de<br />
West Virginia descreve as reações de “grande trauma<br />
sofrido pelas mulheres que o provocaram. Todas, além<br />
das dimensões psicológicas, encaram a morte de seu filho,<br />
que não nasceu, como uma realidade social, emocional,<br />
intelectual e espiritual. Mesmo as que tentaram ignorar<br />
os efeitos do aborto sofreram maior dor quanto maior a<br />
rejeição de enfrentar a realidade do ato cometido. E era<br />
necessária uma terapia tanto maior quanto mais tarde a<br />
realidade ora admitida. Os defensores do aborto advogam<br />
que somente mulheres com problemas psicológicos<br />
anteriores tem dificuldade em suportar as experiências<br />
abortivas. As próprias mulheres discordam dessa