Revista Novembro
Revista Nossos Passos
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NOVEMBRO / 17<br />
SANTIDADE<br />
“SANTOS SEREIS, PORQUE EU, O SENHOR,<br />
VOSSO DEUS, SOU SANTO” (LV 19, 2).<br />
Santidade - É o que precisamos. Separado, dedicado<br />
a propósitos sagrados, separado para objetivos sagrados,<br />
assim a significação da palavra, assim o Senhor nos quer.<br />
Deus nos quer santos.<br />
Somos, sim, chamados a ser santos (1 Cor 1, 2),<br />
separados tanto por vocação, quanto por pertencermos a<br />
Ele, e devemos progressivamente crescer em santidade.<br />
“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem,<br />
são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição<br />
da caridade”, assentou o Concílio Vaticano II (Lumem<br />
Gentium, 40).<br />
Santidade é a meta comum que é posta aos discípulos<br />
de Cristo. É o elemento essencial da vida do cristão. Uma<br />
exigência para cada cristão. “Deveis ser perfeitos como o<br />
vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).<br />
A Igreja não se cansa de repetir e inculcar<br />
este ensinamento do Senhor: “Ninguém creia que... (a<br />
santidade) seja para poucos homens escolhidos dentre<br />
muitos... Absolutamente todos... sem exceção alguma, estão<br />
compreendidos nesta lei” (Pio XI, AAS, 1923, 5, Intimidade<br />
Divina, Gabriel de Sta. Mª. Madalena, OCD, p. 26).<br />
Todavia, o cristão, quando se dispõe, pela graça<br />
de Deus, a trilhar um caminho de santidade, deve contar<br />
com a vinda de aves de rapina sobre sua vida tal como<br />
aconteceu com Abraão (então, ainda, Abrão), no relato de<br />
Gênesis 16.<br />
A vinda ameaçadora de aves de rapina não deve ser<br />
para o cristão causa de qualquer estranheza já que a busca<br />
da santidade, que tem em mira a união com Deus, é um<br />
combate espiritual. (C.Ig.C., 2.725).<br />
Ora, cabe a cada um, com a graça de Deus, agir tal<br />
como o patriarca agiu então: “Abrão as expulsou.”<br />
Certo é que o Tentador tudo fará para desviar<br />
o cristão da união sempre mais íntima com seu Deus e<br />
assim frustrar qualquer caminho à santidade. O Apóstolo<br />
das Gentes afirmava que “é preciso passar por muitas<br />
tribulações para entrar no Reino de Deus. (At 14, 22).<br />
Thomas Merton, monge trapista, há quase meio<br />
século atrás (falecido em 1963), anotava que “a santidade<br />
do cristão na época em que vivemos significa mais do que<br />
nunca a conscientização de nossa comum responsabilidade<br />
em cooperar com os misteriosos desígnios de Deus em<br />
relação à raça humana.(Vida e Santidade, 1965, p. 18/19).<br />
E isto porque, escrevia ele, “a santidade não é, e nunca foi,<br />
mera evasão da responsabilidade e da participação na obra<br />
fundamental do homem, que é viver baseado na justiça e<br />
de maneira produtiva, em comunidade com seus irmãos,<br />
os outros homens.”<br />
Não basta falar de santidade, é necessário vivê-la.<br />
Ser santo não é nem sugestão, nem também uma evasão<br />
da responsabilidade, mas um imperativo para o filho de<br />
Deus: “Assim como é santo aquele que os chamou, tornaivos<br />
também vós santos em todo o vosso comportamento<br />
(1 Pd 1, 15).<br />
As vezes, parece distante a possibilidade de viverse<br />
tal cooperação com os misteriosos desígnios de Deus,<br />
em um mundo em que é manifesto o esfacelamento<br />
psicológico e espiritual do homem pós-moderno, em uma<br />
sociedade que já se denomina pós-cristã!<br />
Mas, não existe santidade sem renúncia e sem<br />
combate espiritual (CIgC, 2015). Não obstante, todos somos<br />
chamados a procurar a santidade e a perfeição do próprio<br />
estado (LG, 42), “porquanto, é esta a vontade de Deus; a<br />
vossa santificação” (1 Tes 4, 3).