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Olimpicamente #8

Publicação mensal do Comité Olímpico Caboverdeiano

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2<br />

Agosto 2018<br />

A Volta das Ilhas<br />

por Rodrigo Bejarano<br />

Esta é uma oportunidade única. A de, como<br />

coordenador e secretário-geral do Comité<br />

Paralímpico Cabo-verdiano, poder contribuir<br />

para a fundação da Federação de Judo. E este<br />

périplo que estou fazendo, esta “volta das<br />

lhas”, insere-se neste projecto. A criação de Associações<br />

Regionais.Claro que nesta viagem,<br />

pretendo também, e como é óbvio, ter um<br />

olhar para o desporto adaptado no país.<br />

Foto COC<br />

Já tinha feito duas a três viagens<br />

pelas ilhas, e desta vez<br />

começamos pelo Sal, para criar<br />

a sua associação regional. Para<br />

minha surpresa, e apesar de<br />

haver dois polos bem definidos,<br />

como são Espargos e Santa<br />

Maria, encontrei um enorme<br />

interesse, e pessoas muito disponíveis<br />

para o desafio a que<br />

nos propomos. Vimos gente<br />

muito animada. É interessante<br />

perceber que há muitos parceiros...<br />

é fundamental organizar<br />

e institucionalizar a prática, e a<br />

criação das associações é um<br />

passo fundamental. São precisas<br />

nove pessoas para formar<br />

este grupo de trabalho, e é importante<br />

que elas tenham experiência<br />

e conhecimento do<br />

associativismo desportivo. São<br />

exigências mínimas. No Sal,<br />

descobrimos com muito interesse,<br />

praticantes de karaté e<br />

taekwondo, que olham com<br />

bons olhos para a chegada e<br />

implementação do judo. Aproveito<br />

para agradecer a Daniel<br />

de Pina que é o responsável de<br />

uma, penso que única, escola<br />

de artes marciais da ilha, e que<br />

nos ajudou bastante.<br />

Graças ao seu apoio, conseguimos<br />

reunir dezoito pessoas numa<br />

acção de formação técnica<br />

de judo, de arbitragem e de<br />

associativismo no desporto. Foi<br />

muito gratificante.<br />

O mesmo se passou em outras<br />

ilhas, como São Vicente, onde<br />

conhecemos pessoas que têm<br />

já uma enorme experiência na<br />

prática e desenvolvimento do judo.<br />

É o caso de Mário Camões,<br />

um atleta que já representou o<br />

país a nível internacional, e que<br />

assumiu a responsabilidade de<br />

trabalhar oficialmente a sua<br />

modalidade na sua ilha, onde<br />

temos também a excelente<br />

colaboração da Academia Militar.<br />

Fizemos muitos e bons<br />

contactos com vista ao desenvolvimento<br />

deste desporto em<br />

São Vicente. Demos um salto,<br />

um pulinho até Santo Antão,<br />

um pouco mais complicado,<br />

tendo em conta que são três<br />

concelhos. Conseguimos reunir<br />

gente de Porto Novo e Ribeira<br />

Grande, e identificar doze pessoas<br />

que estarão na génese da<br />

nova associação local de judo.<br />

Foi algo muito positivo.<br />

Ficamos emocionados, ao<br />

perceber que as pessoas querem<br />

fazer parte da história das<br />

suas comunidades, da sua ilha.<br />

Participar. Como membro de<br />

uma nova associação desportiva.<br />

Os jovens estão ansiosos.<br />

Em São Vicente, há como se<br />

sabe a nível universitário, uma<br />

licenciatura em desporto, o que<br />

motiva a descoberta de novas<br />

realidades no mundo desportivo.<br />

Aliás foi uma das confirmações<br />

que registei neste<br />

“scanner” desportivo que temos<br />

estado a fazer pelas ilhas.<br />

A de que existe um enorme<br />

talento entre a juventude cabo-verdiana.<br />

Há jovens que estão<br />

ligados a vários desportos.<br />

Com base neste entusiasmo,<br />

criam-se condições para retomar,<br />

activar, desenvolver actividades,<br />

que à partida parecem<br />

adormecidas. Há uma vontade<br />

muito grande querer de “fazer<br />

acontecer”. Temos que ir buscar<br />

aos jovens, futuros dirigentes<br />

profissionais. E há esses parceiros.<br />

Constatámos em Sal,<br />

São Vicente e Santo Antão.<br />

Desejo, mas também algumas<br />

limitações... especialmente ao<br />

nível da capacidade para gerir<br />

e administrar. Acredito ser<br />

necessária a implementação<br />

de um vasto programa nacional<br />

para gestão e administração<br />

desportiva. E não só para as<br />

artes marciais. Ao nível global.<br />

Todos sabemos que cada ilha,<br />

tem o seu ritmo, não podemos<br />

comparar Praia, São Vicente<br />

ou Sal com Santo Antão, que<br />

tem uma realidade bem diferente.<br />

Até pela forma de ser e<br />

de estar dos seus habitantes.<br />

Estamos a dar passos. Criando<br />

planos, implementando projectos,<br />

fazendo visitas regulares,<br />

dirigindo acções de formação.<br />

É imperioso definir uma estraté-

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