Revista Agosto 2018
Revista Nossos Passos edição Agosto 2018. Matérias pertinentes a Paróquia e assuntos de interesse.
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Matérias pertinentes a Paróquia e assuntos de interesse.
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AGOSTO / 18<br />
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA<br />
No dia 15 de agosto a Igreja Católica celebra a<br />
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. A Assunção de<br />
Maria é dogma católico solenemente definido através da<br />
Constituição “Munificentissimus Deus” do 1º de novembro<br />
de 1950 pelo Papa Pio Xll. O texto da proclamação<br />
dogmática não afirma que Maria foi elevada ao céu, mas à<br />
“Glória celeste”. Não se afirma, portanto, um deslocamento<br />
espacial nem uma nova localização, mas a transfiguração<br />
do seu corpo e a passagem de sua condição terrestre à<br />
condição gloriosa da totalidade de sua pessoa, isto é, corpo<br />
e alma. (cf. C. A. Contieri SJ, in A Bíblia Dia a Dia, Paulinas,<br />
2015). A crença universal neste mistério havia sido<br />
confirmada anteriormente por todo o episcopado católico<br />
consultado em 1946. Liturgicamente a Festa da Assunção<br />
é celebrada na Igreja Católica no domingo subsequente ao<br />
dia 15 de agosto. A crença na Assunção é tradicional na<br />
Igreja, mas foi, sobretudo no século XVII que se tornou<br />
objeto de uma verdadeira construção teológica em reação<br />
contra o Jansenismo. Maria é dita pelo anjo Gabriel “cheio<br />
de graça”. Este é quase o nome próprio da Virgem – o anjo<br />
não a chama “Maria” mas “cheia de graça”. (Lc. 1,28). Isto<br />
quer dizer que Maria nunca esteve sujeita ao império do<br />
pecado. Em consequência, não podia ficar sob o domínio<br />
da morte, que entrou no mundo através do pecado (Rm<br />
5, 12). Sendo assim, é lógico dizer que ela não conheceu a<br />
deterioração da sepultura, sendo glorificado não somente<br />
em sua alma, mas também em seu corpo.<br />
“A Imaculada Virgem, preservada imune de toda a<br />
mancha original, terminada o curso da sua vida terrestre,<br />
foi elevada em corpo e alma à glória celeste”.<br />
Será que este mistério exclui talvez a morte natural<br />
de Maria? Não há registros históricos do momento da<br />
morte de Maria. Diz uma tradição cristã antiga que ela<br />
teria morrido no ano 42 d.C. Desde os primeiros séculos,<br />
usa-se a expressão “dormição”, do latim “domitare” em vez<br />
de “morte”. Antigamente alguns teólogos e santos da Igreja<br />
Católica, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria<br />
“dormitado” e assim levado ao céu. Hoje, teólogos sustentam<br />
que Maria não teve este privilégio uma vez que o próprio<br />
Jesus passou pela morte. O que a Igreja Católica ensina é<br />
que o corpo de Maria foi preservado das conseqüências da<br />
morte, que são a corrupção e a decomposição.<br />
O Concílio Vaticano ll retomou totalmente a<br />
doutrina definida, quando afirma que “a Imaculada<br />
Virgem, preservada imune de toda a mancha original,<br />
terminada o curso da sua vida terrestre, foi elevada em<br />
corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente<br />
estivesse conforme a seu Filho… foi exaltada pelo Senhor<br />
com a Rainha do universo” (Lumen Gentium, n.59). Sempre<br />
foi crença pacífica dos católicos que o corpo da Virgem,<br />
concebido imaculado, sem a nódoa do pecado original,<br />
corpo que não conheceu sombra do pecado, corpo que foi o<br />
berço onde tomou carne o próprio Verbo de Deus ao fazerse<br />
homem, não podia estar sujeito à corrupção, mas devia<br />
ser glorificado junto com a alma na glória celeste. Maria,<br />
elevada à Glória Celeste em corpo e alma, recorda-nos, de<br />
maneira viva, o nosso último destino. A Assunção de Maria<br />
está diretamente ligada a sua união com Jesus Cristo;<br />
portanto, a fundamentação vem da maternidade virginal<br />
e a isenção do pecado original. Assim, esta união íntima de<br />
Maria com o corpo de Jesus Cristo é um argumento forte<br />
para crer que o seu corpo teve o mesmo destino do corpo<br />
de Jesus, isto é, não foi tocado pela destruição da morte.<br />
>> Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, C.Ss.R.