Delfim Amorim: Uma visita à sua obra
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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />
—<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>:<br />
<strong>Uma</strong> <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong>
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong><br />
<strong>Uma</strong> <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong><br />
—<br />
Círculo Sereia<br />
7–29 set<br />
2018<br />
3
4<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong><br />
© Espólio Arquiteto <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>
Biografia<br />
por Luiz <strong>Amorim</strong>*<br />
Poveiro de <strong>Amorim</strong>, formado no Porto (1947), arquiteto e professor em<br />
Portugal e no Brasil, <strong>Delfim</strong> Fernandes <strong>Amorim</strong> (1917–1972) é personagem<br />
singular de um momento histórico de luta pela defesa dos direitos<br />
coletivos e da construção de sociedades mais justas. Teve um papel ativo<br />
nos meios refratários aos regimes totalitários, em particular contra<br />
o Estado Novo, e na concepção de novos caminhos para a arquitetura<br />
do seu tempo. Foi um dos fundadores da Organização dos Arquitetos<br />
Modernos (ODAM), proferiu conferências; seu pensamento e <strong>sua</strong>s<br />
<strong>obra</strong>s, quase sempre em coautoria com o arquiteto Oliveira Martins,<br />
compuseram mostras e foram publicados em periódicos profissionais<br />
e acadêmicos. Foi assistente do professor Carlos Ramos na Escola de<br />
Belas Artes do Porto, em 1951, atividade que desempenhou até emigrar<br />
para o Recife, Brasil, neste mesmo ano.<br />
O Brasil oferece-lhe a oportunidade para aprofundar seus estudos<br />
acerca de uma arquitetura de hoje — como costumava referir-se <strong>à</strong> arquitetura<br />
moderna, adequada <strong>à</strong>s demandas do seu tempo e devedora<br />
do conhecimento que constitui o campo da arquitetura, tema central do<br />
Concurso de Obtenção do Diploma de Arquitecto (CODA), intitulado<br />
Minha Casa (1947). Tornou-se professor no Curso de Arquitetura da<br />
Escola de Belas Artes de Pernambuco (1953); depois, na Faculdade de<br />
Arquitetura da Universidade do Recife; foi consultor do Instituto do Patrimônio<br />
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), articulista em jornais<br />
e conferencista. Desenvolveu soluções arquitetônicas inovadoras para<br />
a adequação ao clima quente e húmido, como o uso da telha cerâmica<br />
sobre laje em concreto armado e o peitoril ventilado, incorporadas<br />
definitivamente ao léxico moderno, cujos traços são percebidos, ainda<br />
hoje, em cidades do Nordeste brasileiro e em países da América Latina.<br />
*Texto escrito em<br />
português do Brasil.<br />
5
6<br />
Exposição <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>: <strong>Uma</strong> <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong><br />
© Luís Miguel Correia
A Visita de <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> a Coimbra<br />
José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Carolina Coelho<br />
e Bruno Gil*<br />
Com a presente exposição no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />
(CAPC), sito na Sereia, dedicada a <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>, deseja-se revelar um<br />
distinto quadro sobre a <strong>obra</strong> deste arquitecto que viveu entre duas das<br />
margens do Atlântico. Naturalmente, trata-se de uma <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong><br />
que se tem consciência de não fazer jus <strong>à</strong> dimensão e <strong>à</strong> grandeza dos<br />
muitos, diferentes e importantes ensinamentos e préstimos que <strong>Delfim</strong><br />
<strong>Amorim</strong>, de meados da década de quarenta ao início da de setenta<br />
do século xx, foi, de forma generosa, a todos oferecendo; primeiro, por<br />
terras portuguesas e, depois, brasileiras. Conquanto tal condição, estima-se<br />
que a <strong>visita</strong> de <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> a Coimbra possa deveras iluminar<br />
o contexto das <strong>sua</strong>s intervenções, em particular evidenciar a reflexão<br />
crítica que se lhes acha subjacente. Por se crer que a <strong>sua</strong> Arquitectura<br />
é de hoje e, sobremodo, que o seu pensamento decerto a todos motivará<br />
uma leitura e revisão atentas, em quatro espaços apresenta-se uma<br />
resumida perspectiva acerca de alguns aspectos da actividade profissional<br />
de <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>, que, recorde-se, em 24 de Dezembro de 1951<br />
emigrou para o Brasil, fixando-se no Recife. Com vista para o Jardim<br />
da Sereia, seguramente as distintivas feições das <strong>sua</strong>s diversas <strong>obra</strong>s<br />
desvendam que a herança legada é mais uma lição de vitalidade, de<br />
renovação constante, de espírito de criação, cuja interpretação, <strong>à</strong> escala<br />
de nossos dias, nos dará a conhecer todo um processo evolutivo, em <strong>sua</strong><br />
essência, dinâmico e vivo, cujo exemplo deverá ser apreendido por nós<br />
na <strong>sua</strong> real e profunda significação, reproduzindo-se as palavras que<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> proferiu no começo dos anos sessenta por ocasião do<br />
Ano da Formatura da Casa Holanda. De novo beneficiando dos seus<br />
sábios ensinamentos, que por certo o espaço construído sempre comprova,<br />
confiaríamos em jeito de síntese que esta mostra possa afinal<br />
testemunhar que ser de hoje, como foram os de ontem os arquitectos<br />
do passado, significa para nós outros continuar na <strong>obra</strong> que jamais se<br />
concluirá, porque além de nós, outros virão perscrutar o nosso esforço.<br />
A exposição principia com <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> em Casa, seguindo-se a<br />
<strong>visita</strong> a <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e o Mobiliário e a <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e a Azulejaria.<br />
<strong>Uma</strong> retrospectiva que se perfaz com a exibição da curta-metragem<br />
Quarteto Simbólico, que Josias Teófilo dirigiu com Geraldo Gomes,<br />
Guilah Naslavsky e Luiz <strong>Amorim</strong> no âmbito da exposição comemorativa<br />
do centenário do nascimento do arquitecto poveiro (1917–2017),<br />
* Os autores não<br />
seguem a grafia<br />
do recente Acordo<br />
Ortográfico.<br />
7
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> em Casa, sobre a <strong>sua</strong> <strong>obra</strong>, moderna, e o Recife contemporâneo.<br />
Na primeira sala, descobre-se parte da supradita mostra que<br />
teve a <strong>sua</strong> inauguração no dia 2 de Abril de 2017 na Biblioteca Municipal<br />
Rocha Peixoto, na Póvoa de Varzim. À semelhança do que aconteceu<br />
nessa inaudita exposição, também no CAPC da Sereia a selecção<br />
dos conteúdos pertenceu aos arquitectos Luiz <strong>Amorim</strong> e José Ribeiro,<br />
que, perante o espaço disponível, optaram por bem destacar as casas de<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> no Norte de Portugal, designadamente na Póvoa de<br />
Varzim, em Vila do Conde, no Porto e em Guimarães. Na segunda sala,<br />
apresentam-se algumas peças do mobiliário original da Casa Manuel<br />
dos Santos, a par de um curto conjunto de fotografias de família que<br />
retrata sensivelmente na época da construção desta habitação unifamiliar,<br />
situada em Alto de Barreiros, Póvoa de Varzim, a <strong>sua</strong> amável<br />
vivência. Na terceira sala, abre-se uma frincha para um dos detalhes<br />
que distinguem a ampla <strong>obra</strong> do arquitecto <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>, tanto<br />
em Portugal como principalmente no Brasil: a aplicação do azulejo. Os<br />
padrões usados em dez edifícios construídos durante a <strong>sua</strong> estada no<br />
Brasil pretendem contextualizar tal característica, sobremaneira quatro<br />
deles aos quais se faculta maior protagonismo, a saber: Edifício Acaiaca,<br />
Edifício Barão do Rio Branco, Edifício Santa Rita e Edifício Independência.<br />
<strong>Uma</strong> vez mais parafraseando <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>, neste caso através do<br />
influente texto «A Arquitectura de Hoje», que foi divulgado na revista<br />
Vértice na sequência de uma palestra proferida no Ateneu Comercial<br />
do Porto em 1951, porventura se deva avivar que a arte e a arquitectura<br />
têm de ser uma expressão de conjunto, já que nela se sublima a cultura<br />
de um povo; e por isso reconhece um fundo popular.<br />
Coimbra, 26 de Julho de 2018<br />
8
As casas de <strong>Amorim</strong> 1<br />
Luiz <strong>Amorim</strong>*<br />
A <strong>obra</strong> do arquiteto <strong>Delfim</strong> Fernandes <strong>Amorim</strong> está indelevelmente<br />
associada <strong>à</strong> concepção do morar moderno, coletivo ou individual, tema<br />
que forjou o debate profissional da <strong>sua</strong> geração sobre a casa portuguesa<br />
e, por extensão, da arquitetura própria para o seu tempo. Não por acaso,<br />
as teses que deram fundamento <strong>à</strong> <strong>sua</strong> arquitetura foram formuladas<br />
a partir deste tema, sintetizadas em uma peça escrita de duas páginas e<br />
18 peças desenhadas, que compuseram <strong>sua</strong> proposição ao Concurso de<br />
Obtenção de Diploma de Arquiteto (CODA), na Escola de Belas Artes do<br />
Porto, submetida em 1947. Seu título, A minha casa, pode ser lido como<br />
uma contraposição <strong>à</strong>s teses contidas em Nossa casa, de Raul Lino.<br />
Argumentava, por meio da resolução de um «problema quotidiano<br />
— a casa de habitação», que «ao contrário do que é opinião corrente,<br />
qualquer que seja o material <strong>à</strong> disposição do Arquitecto, êle pode<br />
realizar uma <strong>obra</strong> de arquitectura de hoje», pois «a expressão da arte<br />
não surgirá todavia sem uma interpretação e satisfação concreta do<br />
problema social do seu tempo, o que equivale a dizer, das necessidades<br />
intelectuais, espirituais e físicas do homem presente» 2 . Propunha<br />
constituir um campo próprio para a reflexão e criação arquitetônicas<br />
liberto de dogmatismos e cerceamentos estéticos, mas comprometido<br />
com o seu tempo e lugar.<br />
A demonstração do seu argumento se fez por meio de duas soluções<br />
para o mesmo problema — a <strong>sua</strong> casa — conduzida pela concepção de<br />
um diagrama hipotético, um aparato teórico que tem por propósito ordenar<br />
harmonicamente forma e matéria, tendo por parâmetro comum<br />
o atendimento precípuo <strong>à</strong>s funções demandantes. Os polos do diagrama<br />
são representados pela Solução B, expressão plena do moderno<br />
centro-europeu, representado pelo léxico corbusieriano amadurecido<br />
entre as duas grandes guerras mundiais; e a Solução A, uma tentativa<br />
de estruturação de um léxico inovador que associa materiais e técnicas<br />
construtivas correntes <strong>à</strong>s matrizes compositivas libertas de uma visão<br />
romântica de um passado inventado.<br />
1. O autor agradece<br />
ao Conselho Nacional<br />
de Desenvolvimento<br />
Científico e<br />
Tecnológico (CNPq)<br />
e <strong>à</strong> Coordenação de<br />
Aperfeiçoamento<br />
de Pessoal de Nível<br />
Superior (Capes)<br />
pelo suporte <strong>à</strong>s<br />
investigações que<br />
resultaram nesta<br />
exposição.<br />
2. <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong><br />
(1947), A Minha Casa:<br />
Memória Descritiva,<br />
31 de maio. Acervo<br />
da Faculdade de<br />
Arquitetura da<br />
Universidade do<br />
Porto.<br />
*Texto escrito em<br />
português do Brasil.<br />
9
10<br />
Casa António Rocha, Guimarães<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Luís Oliveira Martins, 1947<br />
© Espólio Arquiteto <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>
Há nos distintos léxicos, ambos modernos, em seu dizer, um princípio<br />
que os subjaz e os unifica: dar respostas <strong>à</strong>s «demandas sociais do<br />
seu tempo», segundo a aplicação dos «conhecimentos técnicos adquiridos<br />
por uma constante contribuição do espírito científico, no domínio<br />
da construção», que conduziria a «resultados novos, que podem constituir<br />
para o Arquitecto, verdadeira matéria plástica». 3<br />
Este aparato teórico concede-lhe a liberdade desejada para percorrer<br />
um largo espectro de possibilidades de composição — um quasi<br />
ecletismo não-historicista — e explica a aparente inconsistência do<br />
seu acervo de <strong>obra</strong>s, presente em <strong>sua</strong>s primeiras realizações como<br />
arquiteto estagiário sob a supervisão do arquiteto António Fortunato<br />
de Matos Cabral, do ARS. Há nelas algo de ordinário que permitiu uma<br />
maior aproximação das construções vulgares com as quais sempre conviveu,<br />
ilustrando-o acerca das maneiras de superar o corrente debate<br />
maniqueísta.<br />
Realizações singulares podem ser observadas nesta escala hipotética<br />
concebida por <strong>Amorim</strong>. A ambiência, os desejos dos demandantes,<br />
as precedências, as circunstâncias, enfim, enquadram a solução mais<br />
adequada para o problema em tela. As casas para Manuel Fernandes<br />
dos Santos (1946) e Alberto Moreira (1947), na Póvoa de Varzim, e<br />
António Rocha (1947), em Guimarães, concebidas concomitantemente<br />
<strong>à</strong> idealização e formulação d’A minha casa, são de especial interesse<br />
para compreender-se como o seu dispositivo intelectual era aplicado.<br />
A primeira emerge duma ruralidade plena, envolta por solo cultivado,<br />
delimitada por muros de pedra e orientada pelos ciclos da terra.<br />
<strong>Amorim</strong> e Oliveira Martins valem-se de materiais e técnicas construtivas<br />
vulgarmente encontrados na região, sem sentimentalismos<br />
ou saudosismos, mas impõem, sem rigor dogmático, um ordenamento<br />
das atividades e das coisas no espaço, de forma a torná-la «uma moderna<br />
vivenda de campo». 4<br />
3. Ibidem.<br />
4. Câmara Municipal<br />
da Póvoa de Varzim.<br />
Memória descritiva e<br />
justificativa, Licença<br />
para Obras, n.º 463<br />
de 03/10/1946.<br />
11
12<br />
Casa Dimas, A Ver-o-Mar, Póvoa de Varzim<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Luís Oliveira Martins, 1951<br />
© Espólio Arquiteto <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>
A última é uma aplicação dos cinco pontos da nova arquitetura, uma<br />
teoria normativa, portanto, prescritiva, formulada por Le Corbusier e<br />
Pierre Jeanneret. Pode ser vista como um monumento <strong>à</strong> oposição ativa<br />
dos arquitetos modernistas portugueses aos fundamentos de um nacionalismo<br />
obtuso perpetrado pelo Estado Novo, ironicamente edificado<br />
na «Cidade Berço» da nacionalidade portuguesa.<br />
A casa do médico Alberto Moreira resulta de concessões e conciliações<br />
frente aos modos de vida predominantes e a preferência pelo uso<br />
da telha cerâmica em lugar de uma invulgar «asa de borboleta». Em<br />
<strong>sua</strong> memória descritiva e justificativa submetida <strong>à</strong> Câmara da Póvoa<br />
de Varzim, descreve a estrutura que subjaz <strong>à</strong> forma: «[...] divide-se em:<br />
Zona de estar — sala de estar e de jantar; Zona íntima — quartos e banho;<br />
e zona de serviço — cozinha e copa. O arranjo arquitectónico das<br />
fachadas é uma consequência da solução interior» 5 . As mesmas palavras<br />
prestar-se-iam <strong>à</strong>s casas Santos e Rocha.<br />
Não seria de todo arriscado afirmar que o diagrama de <strong>Amorim</strong><br />
— cuja forma própria seria o volvelle 6 — ecoa, em risco e em pedra e<br />
cal, as considerações de Fernando Távora no clássico O problema da<br />
casa portuguesa, de 1945, e aponta para uma agenda investigativa a<br />
ser seguida. É o que fará nos anos subsequentes ao CODA, em Portugal<br />
e depois em solo brasileiro, após emigrar em 1951, onde concebeu<br />
um léxico próprio, cujos elementos tipificantes — a telha cerâmica<br />
sobre laje de betão armado com pequena declividade, o azulejo e as<br />
superfícies permeáveis ao vento — foram largamente apropriadas<br />
por profissionais e leigos. A casa de <strong>Amorim</strong>, como é vulgarmente<br />
conhecida, exemplificada nas casas Serafim <strong>Amorim</strong> (1959) e Leão<br />
Masur (1966), é a versão mais eloquente do seu CODA.<br />
As casas de <strong>Amorim</strong> são, aparentemente, muitas e distintas, mas<br />
vistas sob o prisma do seu diagrama parecem ser versões de uma única<br />
— a <strong>sua</strong> casa.<br />
5. Arquivo Municipal<br />
da Câmara da Póvoa<br />
de Varzim. Processo<br />
POP16(41), Folha 3.<br />
Memória descritiva<br />
e justificativa.<br />
6. A ideia do<br />
«volvelle <strong>Amorim</strong>»<br />
é desenvolvida em<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>,<br />
<strong>obra</strong> (in)completa,<br />
livro a ser publicado<br />
brevemente.<br />
13
14<br />
Casa Josué Silva, Póvoa de Varzim<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Luís Oliveira Martins, 1951<br />
© Espólio Arquiteto <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>
15<br />
Casa Serafim <strong>Amorim</strong>, Madalena<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>, 1960<br />
© Espólio Arquiteto <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>
Função, Estrutura e Forma:<br />
a propósito do mobiliário da Casa Manuel Fernandes dos Santos<br />
Susana Lobo<br />
Invocando a trilogia vitruviana, em A Arquitetura de Hoje (1951), <strong>Delfim</strong><br />
Fernandes <strong>Amorim</strong> afirma que a <strong>obra</strong> de arquitetura resulta da íntima<br />
ligação, num conjunto harmónico, entre Função, Estrutura e Forma —<br />
valores variáveis no tempo e no espaço, em consequência das necessidades<br />
do homem, do progresso da técnica e dos ideais humanos. Por<br />
isso, <strong>à</strong> designação de «Arquitetura Moderna» prefere a de «Arquitetura<br />
de Hoje». <strong>Uma</strong> «arquitetura representativa dos nossos dias, inconfundível,<br />
alicerçada numa doutrina» 1 . É essa procura de equilíbrio entre o<br />
fim, o meio e o efeito que orienta a produção profissional do arquiteto.<br />
No caso particular da Casa Manuel Fernandes dos Santos (1946), uma<br />
das <strong>sua</strong>s primeiras <strong>obra</strong>s, construída, ainda estudante, em colaboração<br />
com Luís Oliveira Martins, idêntica preocupação estende-se ao desenho<br />
do mobiliário, clarificando as opções de projeto e contribuindo para a<br />
caracterização do espaço doméstico e a <strong>sua</strong> organização funcional.<br />
Função<br />
Localizada na periferia norte da Póvoa de Varzim, junto <strong>à</strong> EN205 de<br />
ligação a <strong>Amorim</strong>, a encomenda da casa surge na sequência do projeto<br />
anterior para as instalações da Garagem Santos (1945) 2 , na Rua Tenente<br />
Valadim, do mesmo proprietário. O programa compreendia a edificação<br />
de uma residência para habitação própria da família com seis filhos<br />
(dois rapazes e quatro raparigas) 3 . Na composição do conjunto, são<br />
definidos três corpos com funções distintas: a casa principal, recuada<br />
em relação <strong>à</strong> estrada e com entrada pelo terraço elevado, a «casinha»<br />
do tanque e tratamento de roupa, espécie de miniatura da casa principal,<br />
e, na eira atrás da casa, o pombal, com loja para animais, no piso<br />
térreo, e o anexo da oficina.<br />
1. <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong><br />
Arquiteto,<br />
Pernambuco:<br />
Instituto de<br />
Arquitetos do Brasil,<br />
1991, p. 23.<br />
2. Com recolha de<br />
automóveis e venda<br />
de combustíveis<br />
e de peças para<br />
automóveis e<br />
barcos. Mais tarde,<br />
o arquiteto projeta<br />
para o mesmo<br />
Manuel Fernandes<br />
dos Santos, no centro<br />
do núcleo urbano da<br />
Póvoa de Varzim,<br />
duas casas na Rua<br />
Primeiro de Maio<br />
e um conjunto de<br />
quatro pares de<br />
casas geminadas na<br />
Rua Padre Martins<br />
Gesteira.<br />
3. O filho mais velho,<br />
Manuel Alves dos<br />
Santos, era próximo<br />
do arquiteto,<br />
ambos nascidos<br />
em 1917 e parte do<br />
mesmo círculo de<br />
amigos de afinidade<br />
antifascista.<br />
17
Fotografia de família na Casa Manuel dos Santos<br />
© Espólio Manuel Alves dos Santos
No interior da casa, todas as divisões se articulam a partir do espaço<br />
principal da sala comum, com pé-direito duplo e recanto da lareira. É<br />
este o centro da vivência familiar, por onde se faz o acesso aos quartos,<br />
<strong>à</strong> zona da cozinha e aos patamares de ligação, em escada, ao piso inferior<br />
da adega, celeiros, cozinha utilitária e dependências da empregada,<br />
e ao mezanino do piso superior. Entrada, estar, comer e circulação.<br />
Definindo cada um destes momentos, o mobiliário organiza o espaço e<br />
clarifica o seu uso: cabide de parede, cadeirões e mesa de centro, móvel-estante<br />
de apoio, mesa e cadeiras de jantar, aparador. Também a<br />
mobília de quarto é desenhada pelo arquiteto: cama de casal, mesas<br />
de cabeceira, cómoda e guarda-fatos. Conjunto de peças que equipam<br />
a casa no seu essencial e que pela <strong>sua</strong> unidade de desenho e materialidade<br />
garantem uma certa continuidade entre os diversos ambientes<br />
criados e entre estes e a própria <strong>obra</strong> de arquitetura.<br />
Estrutura e Forma<br />
Em toda a intervenção é evidente a preocupação do arquiteto em integrar<br />
a construção no meio rural em que se insere. Quer ao nível da<br />
expressão formal, sem, por isso, cair no formulário redutor da «Casa<br />
Portuguesa», tão caro ao ideário estético do Estado Novo. Quer ao nível<br />
da expressão construtiva e material, atenta aos recursos da região e<br />
ao saber técnico popular, mas reinterpretando-os <strong>à</strong> luz dos padrões de<br />
gosto e das exigências de conforto da vida moderna, para ensaiar novas<br />
estruturas espaciais e soluções volumétricas. Esforço de síntese, entre<br />
tradição e modernidade, que antecipa as inquietações da classe profissional,<br />
reunida em debate no Congresso de 1948.<br />
19
20<br />
Fotografia de família na Casa Manuel dos Santos<br />
© Espólio Manuel Alves dos Santos
Um mesmo sentido de procura e experimentação transparece no<br />
mobiliário criado para a casa. Executado, por mão de <strong>obra</strong> local, em<br />
pinho maciço com velatura a tom escuro, alia a construção artesanal<br />
e o despojamento ornamental num compromisso que testemunha, por<br />
um lado, o relativo atraso tecnológico da indústria nacional e, por outro,<br />
o desejo de atualização de linguagens que caracteriza a produção<br />
disciplinar portuguesa no período do pós-guerra. No seu conjunto, as<br />
diferentes peças apresentam claras relações de familiaridade entre si,<br />
reforçadas pelo tipo de acabamento dado <strong>à</strong> madeira, pela racionalização<br />
e simplificação de formas e pela pormenorização dos detalhes construtivos.<br />
Um olhar mais atento revela, no entanto, uma certa dualidade na<br />
composição das tipologias desenvolvidas, acusando a influência de diferentes<br />
estilos: o rústico, vulgarizado entre nós através das campanhas<br />
de «Bom Gosto» do Secretariado de Propaganda Nacional (Secretariado<br />
Nacional de Informação, a partir de 1944), na construção de aparência<br />
mais robusta e compacta do aparador, mesa extensível da sala de jantar,<br />
móvel-estante de apoio e cómoda do quarto; e entre o italiano e o escandinavo,<br />
na maior complexidade geométrica de desenho e elegância<br />
estrutural dos cadeirões, mesa de apoio, cadeiras da mesa de jantar e<br />
cama de casal. Em ambos os registos, ressalta o investimento e o cuidado<br />
no desenho de peças simples, funcionais e práticas. Pensadas em<br />
resposta <strong>à</strong>s necessidades específicas do espaço arquitetónico e dos seus<br />
utilizadores e adequadas <strong>à</strong>s solicitações do uso doméstico quotidiano.<br />
Exemplares únicos que refletem os valores e a pesquisa formal, norteadores<br />
da <strong>obra</strong> do arquiteto, neste seu início de percurso. No fundo, um<br />
«mobiliário de hoje» para uma «arquitetura de hoje». 4<br />
4. A autora agradece<br />
a disponibilidade<br />
e o testemunho<br />
imprescindível da<br />
Professora Doutora<br />
Rosa Maria Alves<br />
dos Santos, neta de<br />
Manuel Fernandes<br />
dos Santos, para uma<br />
melhor compreensão<br />
de todo o contexto<br />
da encomenda da<br />
casa e do projeto<br />
de arquitetura e de<br />
mobiliário realizados<br />
pelo arquiteto <strong>Delfim</strong><br />
<strong>Amorim</strong>.<br />
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22<br />
Fotografia de família na Casa Manuel dos Santos<br />
© Espólio Manuel Alves dos Santos
23<br />
Fotografia de família na Casa Manuel dos Santos<br />
© Espólio Manuel Alves dos Santos
O Azulejar de <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong><br />
Mary da Silva Rached*<br />
O Brasil possui extenso patrimônio azulejar. No século xix, as cidades<br />
brasileiras exibiam fachadas azulejadas por vários padrões de tapetes<br />
que conferiam aos proprietários dos imóveis uma posição de prestígio<br />
na sociedade da época. Entretanto, a prática azulejar tornou-se menos<br />
frequente a partir do final do século xix. 1<br />
Tal decadência, observada em todo o território nacional, está ligada<br />
a diversos fatores, como a perda de qualidade técnica e estética, consequência<br />
das mudanças na fabricação do azulejo; a introdução de novos<br />
léxicos arquitetônicos nos quais a azulejaria não se fazia presente; ou<br />
a oferta de novos materiais de revestimentos mais adequados aos desafios<br />
técnicos e compositivos oferecidos por edifícios em altura. Além<br />
destes fatores, o forte apelo de modernização do país exigia a ruptura<br />
com qualquer imagem do passado colonial. Estas razões limitaram a<br />
prática azulejar a um propósito utilitário em espaços interiores, despida<br />
de todos os seus atributos decorativos. 2<br />
Concomitante <strong>à</strong>s primeiras expressões da arquitetura moderna no<br />
Brasil, a primeira edição da Revista do Patrimônio (1937) 3 editada pelo<br />
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) destaca<br />
a necessidade do estudo da arte e arquitetura do passado, com destaque<br />
para a azulejaria, como observado nos artigos do arquiteto Lúcio<br />
Costa e do sociólogo Gilberto Freyre. Para Joaquim Cardozo (1948) 4 , o<br />
resgate da azulejaria por parte da primeira geração de arquitetos modernos<br />
brasileiros «foi resultante dessa intimidade com os ladrilhos<br />
vidrados» do passado colonial dando a «razão e o sentido da aplicação<br />
dos azulejos em revestimentos parietais de edifícios modernos».<br />
De fato, o azulejo veio a ser utilizado em <strong>obra</strong>s emblemáticas, como no<br />
Ministério da Saúde e Educação e no Conjunto Pedregulho, no Rio de<br />
Janeiro, e no conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte.<br />
1. Sylvia Tigre de<br />
Hollanda Cavalcanti;<br />
Antonio Menezes Cruz<br />
e Tuca Reinés (2002),<br />
O azulejo na<br />
arquitetura civil de<br />
Pernambuco: Século<br />
XIX, São Paulo:<br />
Metalivros.<br />
2. Marcele Cristiane<br />
da Silveira (2008),<br />
O Azulejo na<br />
Modernidade<br />
Arquitetônica<br />
1930–1960.<br />
Dissertação (Mestrado)<br />
– Faculdade de<br />
Arquitetura e<br />
Urbanismo da<br />
Universidade de<br />
São Paulo; Ingrid<br />
Moura Wanderley<br />
(2006), Azulejo na<br />
arquitetura brasileira:<br />
os painéis de Athos<br />
Bulcão. Dissertação<br />
(Mestrado) – Escola<br />
de Engenharia<br />
de São Carlos da<br />
Universidade de São<br />
Paulo.<br />
3. «Brasil», Revista do<br />
Patrimônio Histórico e<br />
Artístico Nacional. Rio<br />
de Janeiro, vol. 1, 1937.<br />
4. Joaquim Cardozo<br />
(1948), Azulejos<br />
na Arquitetura<br />
Brasileira. Consultado<br />
em 12 de março de<br />
2009, em: http://<br />
joaquimcardozo.com/<br />
paginas/joaquim/<br />
poemas/arquitetura/<br />
azulejos.pdf<br />
* Texto escrito em<br />
português do Brasil.<br />
25
26<br />
Painel de azulejos aplicado no Edifício Acaiaca<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Lúcio Estelita, 1957<br />
Produção de Pamella Clericuzzi
Se o painel artístico em azulejo encontrava seu lugar na arquitetura<br />
moderna, a trama de azulejo tipo tapete precisava se redefinir<br />
enquanto revestimento de fachada, particularmente pelo desafio da<br />
<strong>sua</strong> aplicação em edifícios altos. <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> foi um dos pioneiros<br />
a fazê-lo no Brasil, na década de 1950, utilizando-o primeiramente em<br />
residências unifamiliares (Residência Alfredo Lages, 1954) e depois em<br />
edificações verticais, respondendo ao problema de escala anunciado no<br />
final do século xix.<br />
As características do azulejar de <strong>Amorim</strong> podem ser compreendidas<br />
a partir da composição do padrão, da paleta cromática e da estratégia<br />
de colocação da trama azulejada.<br />
A questão da escala da edificação e, consequentemente da trama<br />
azulejar, constituiu um importante critério na composição dos padrões,<br />
pois o arquiteto considerava a percepção do observador conforme<br />
<strong>sua</strong> proximidade da <strong>obra</strong>. Tal critério é refletido na quantidade<br />
de elementos que constituem o padrão, e, dessa forma, edificações de<br />
pequeno porte possuem mais elementos, já que a proximidade permite<br />
adequada vi<strong>sua</strong>lização. Enquanto as verticais exigem desenhos de<br />
componentes reduzidos ou número maior de peças. 5<br />
Percebe-se que o desenho do tapete transita de padrões mais complexos,<br />
como os observados na azulejaria do passado, para outros de<br />
extrema simplicidade. Os padrões e <strong>sua</strong> consequente formação dos tapetes<br />
seguiram esquemas simétricos salvo raras exceções, como aquele<br />
concebido para o Edifício Barão de Rio Branco.<br />
O interesse de <strong>Amorim</strong> pelo azulejo como material de revestimento<br />
de fachadas não se restringiu ao uso de desenho próprio, tendo aplicado<br />
azulejo industrial quando conveniente. Independente da origem,<br />
utilizou duas paletas cromáticas: uma azul, que confere leveza <strong>à</strong>s edificações,<br />
e outra de tons de terra, sendo a primeira predominante.<br />
5. Luiz Manuel do<br />
Eirado <strong>Amorim</strong><br />
(1989), «<strong>Delfim</strong><br />
<strong>Amorim</strong> – construtor<br />
de uma linguagem<br />
síntese». AU<br />
Documento, São<br />
Paulo, vol. 13, n.º 24,<br />
p. 94–97.<br />
27
28<br />
Painel de azulejos aplicado no Edifício Independência<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Heitor Maia Neto, 1965<br />
Produção de Pamella Clericuzzi
<strong>Amorim</strong> adquiriu notoriedade pelas concepções azulejares em edifícios<br />
verticais de <strong>sua</strong> autoria. Nestes, observam-se três estratégias<br />
de colocação: a) como moldura de fachadas; b) como revestimento de<br />
superfícies enquadradas por elementos estruturais; c) como revestimento<br />
de volumes. No Edifício Acaiaca (1957), <strong>sua</strong> primeira experiência<br />
desta natureza, emoldurou a fachada leste com padrão azulejar, formado<br />
por 12 peças e composto pela sobreposição de dois desenhos, cuja<br />
complexidade remete ao azulejo tradicional. Voltou a utilizar a mesma<br />
estratégia no Edifício Independência (1965), entretanto valendo-se de<br />
peça avulsa de desenho geométrico regular — quadrado branco sobre<br />
fundo castanho —, repetida até completar a superfície determinada<br />
desejada.<br />
Já no Edifício Santa Rita (1962), o arquiteto valeu-se de malha estrutural<br />
de concreto para inserir painéis azulejares associados <strong>à</strong>s caixas<br />
pré-moldadas para colocação de aparelhos de ar-condicionado, alternados<br />
com esquadrias de madeira e vidro, adicionando dinamismo <strong>à</strong><br />
fachada. O edifício Barão de Rio Branco (1968) exemplifica a aplicação<br />
em volumes projetados do prisma principal das edificações, estratégia<br />
utilizada anteriormente no edifício Araguaia (1961). Esta solução foi<br />
largamente reproduzida por arquitetos e construtores no Recife e em<br />
diversas cidades do nordeste brasileiro.<br />
Por fim, pode-se afirmar que o uso do azulejo na <strong>obra</strong> de <strong>Delfim</strong><br />
<strong>Amorim</strong> não tem caráter puramente historicista, mas deve-se <strong>à</strong>s <strong>sua</strong>s<br />
possibilidades técnicas de proteger as fachadas de edificações construídas<br />
em clima quente e húmido, e artísticas de humanizar a arquitetura<br />
moderna, promovendo o arquiteto <strong>à</strong> categoria de artista-síntese através<br />
do exercício do detalhe, projetando desde <strong>sua</strong> menor parte — como<br />
escolha da cor e desenho do azulejo — e abarcando o maior deles — o<br />
edifício que se relaciona com o entorno, construindo o sentido de lugar.<br />
Assim, a relação estabelecida entre o azulejo e as edificações de <strong>Amorim</strong><br />
é de continuidade (ao resgatar a técnica de padrão de tapete) e de atualização<br />
da prática do azulejo de fachada do século xix.<br />
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30<br />
Painel de azulejos aplicado no Edifício Santa Rita<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>, 1962<br />
Produção de Pamella Clericuzzi
31<br />
Painel de azulejos aplicado no Edifício Barão do Rio Branco<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Heitor Maia Neto, 1965<br />
Produção de Pamella Clericuzzi
Exposição<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>: <strong>Uma</strong> <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong><br />
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra – Sereia<br />
de 7 a 29 de setembro de 2018<br />
Organização<br />
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />
Departamento de Arquitetura da Faculdade<br />
de Ciências e Tecnologia da Universidade<br />
de Coimbra<br />
Biblioteca Municipal Rocha Peixoto da<br />
Câmara Municipal da Póvoa de Varzim<br />
Programa de Pós-Graduação em<br />
Desenvolvimento Urbano da Universidade<br />
Federal de Pernambuco<br />
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura<br />
e Urbanismo da Universidade Federal<br />
da Paraíba<br />
Curadoria-Geral<br />
Luiz <strong>Amorim</strong><br />
José António Bandeirinha<br />
Carolina Coelho<br />
Bruno Gil<br />
Luís Miguel Correia<br />
Produção<br />
Ana Sousa<br />
Catarina Bota Leal<br />
Assistência <strong>à</strong> produção<br />
Jorge das Neves<br />
Ivone Cláudia Antunes<br />
Fotografia<br />
Jorge das Neves<br />
Texto<br />
José António Bandeirinha<br />
Luís Miguel Correia<br />
Carolina Coelho<br />
Bruno Gil<br />
Revisão de texto<br />
Carina Correia<br />
Direção de arte<br />
João Bicker<br />
Design gráfico<br />
Joana Monteiro<br />
Imagem<br />
Pamella Clericuzzi<br />
Painel de azulejos da autoria de <strong>Delfim</strong><br />
<strong>Amorim</strong><br />
Agradecimentos<br />
Cristiano Nascimento<br />
José Manuel Ribeiro<br />
Lurdes Adriano<br />
Manuel Costa<br />
Manuel Rui Santos<br />
Márcio Cotrim<br />
Mário Krüger<br />
Mary da Silva Rached<br />
Pamella Clericuzzi<br />
Pedro Aléssio<br />
Rosa Maria Moreira Alves dos Santos<br />
Rui Rocha<br />
Susana Lobo<br />
Centro de Investigação em Arquitetura,<br />
Urbanismo e Design - Faculdade de<br />
Arquitetura da Universidade de Lisboa<br />
Apoios institucionais
Catálogo<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>: <strong>Uma</strong> <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong><br />
Coordenação editorial<br />
José António Bandeirinha<br />
Luís Miguel Correia<br />
Carolina Coelho<br />
Bruno Gil<br />
Luiz <strong>Amorim</strong><br />
Textos<br />
Luiz <strong>Amorim</strong><br />
José António Bandeirinha<br />
Luís Miguel Correia<br />
Carolina Coelho<br />
Bruno Gil<br />
Susana Lobo<br />
Mary da Silva Rached<br />
Revisão de texto<br />
Carina Correia<br />
Design gráfico<br />
Joana Monteiro<br />
Direção de arte<br />
João Bicker<br />
Agradecimentos<br />
Cristiano Nascimento<br />
Manuel Rui Santos<br />
Pamella Clericuzzi<br />
Rosa Maria Moreira Alves dos Santos<br />
Edição<br />
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />
e|d|arq – Editorial do Departamento de<br />
Arquitetura da Faculdade de Ciências e<br />
Tecnologia da Universidade de Coimbra<br />
Tipografia<br />
Outsiders, desenhada em 2010<br />
por Henrik Kubel, a2-type.<br />
Impressão e Acabamentos<br />
Nozzle, Lda.<br />
Este Catálogo foi impresso em Coimbra,<br />
em setembro de 2018.<br />
ISBN : 978-989-99432-5-4<br />
978-989-99917-8-1<br />
Depósito Legal: XXX<br />
Todos os direitos reservados.<br />
Este catálogo não pode ser reproduzido, no todo<br />
ou em parte, por qualquer forma ou quaisquer<br />
meios eletrónicos, mecânicos ou outros, incluindo<br />
fotocópia, gravação magnética ou qualquer processo<br />
de armazenamento ou sistema de recuperação de<br />
informação, sem prévia autorização escrita dos<br />
editores e dos artistas<br />
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />
Direção<br />
Carlos Antunes<br />
Désirée Pedro<br />
Valdemar Santos<br />
António Melo<br />
Ana Felino<br />
Assembleia-Geral<br />
Armando Azevedo<br />
Ivone Cláudia Antunes<br />
Manuela Azevedo<br />
Conselho Fiscal<br />
João Bicker<br />
Luísa Lopes<br />
Joana Monteiro<br />
Conselho Artístico<br />
António Olaio<br />
Pedro Pousada<br />
Círculo Sede<br />
Rua Castro Matoso, n.º 18,<br />
3000–104 Coimbra<br />
Círculo Sereia<br />
Casa Municipal da Cultura, Piso -1<br />
Parque de Santa Cruz, Jardim da Sereia,<br />
3001–401 Coimbra<br />
Horário de Funcionamento<br />
ter–sáb, 14 h–18 h<br />
T: 910 787 255<br />
geral@capc.com.pt<br />
capc.com.pt<br />
anozero@capc.com.pt<br />
anozero-bienaldecoimbra.pt
Imagem da capa<br />
Exposição <strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong>: <strong>Uma</strong> <strong>visita</strong> <strong>à</strong> <strong>sua</strong> <strong>obra</strong><br />
© Luís Miguel Correia<br />
Imagem da contracapa<br />
Painel de azulejos aplicado no Edifício União<br />
<strong>Delfim</strong> <strong>Amorim</strong> e Acácio Gil Borsoi, 1953<br />
Produção de Pamella Clericuzzi