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GAZETA DIARIO 831

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Foz do Iguaçu, terça-feira, 26 de março de 2019<br />

Cidade<br />

05<br />

ARROIO DOURADO<br />

Prefeitura vai transferir moradores do<br />

antigo lixão para o Remanso Grande<br />

Projeto já foi enviado à Câmara e está sendo analisado nas comissões permanentes;<br />

63 famílias moram em lugar impróprio há 24 anos Uma novela que se arrasta há anos<br />

Da redação com assessoria<br />

Reportagem<br />

As famílias que residem<br />

na área do antigo<br />

aterro sanitário, no Arroio<br />

Dourado, terão outro<br />

destino. A prefeitura<br />

entrou com um projeto de<br />

lei (28/2019) que está<br />

sob análise das comissões<br />

reunidas da Câmara Municipal<br />

que tratam de desafetação<br />

de área de propriedade<br />

do município<br />

com a finalidade de construir<br />

casas para abrigar<br />

as famílias.<br />

A desafetação de que<br />

trata o projeto é para implantação<br />

de loteamento<br />

de interesse social que<br />

será denominado Jardim<br />

do Remanso. "Resolvendo<br />

a questão da desafetação<br />

da área, será feita<br />

a licitação para construção<br />

das casas e também<br />

o cadastro das famílias<br />

para laudo da assistência<br />

social", informou a<br />

diretora-superintendente<br />

do Fozhbita, Elaine Anderle.<br />

Ainda de acordo com<br />

o Fozhabita, a prefeitura<br />

entra com a área e a autarquia<br />

vai lidar com a<br />

construção das habita-<br />

Foto: CMFI<br />

Mais de 60 famílias vivem em condições precárias<br />

ao lado do Arroio Dourado<br />

ções para resolver o problema<br />

das famílias. "São<br />

63 famílias que devem ser<br />

removidas e colocadas no<br />

loteamento Jardim do<br />

Remanso, que será construído<br />

nos fundos do<br />

complexo Dreamland,<br />

onde funciona o Museu<br />

de Cera. Depois que a<br />

área estiver em posse do<br />

município, tudo começa<br />

a andar mais rápido", ressaltou<br />

a diretora do instituto.<br />

A desativação do antigo<br />

lixão ocorreu na década<br />

de 1990 devido à saturação<br />

da área e também pelo fato<br />

de o riacho nos fundos —<br />

o Arroio Dourado — fazer<br />

parte da Bacia do Tamanduá,<br />

responsável em grande<br />

parte pelo abastecimento<br />

do município.<br />

A ocupação da área<br />

existe desde meados de<br />

1995. Essa desafetação<br />

de que trata o projeto em<br />

trâmite no Legislativo<br />

tem por finalidade a implantação<br />

do loteamento<br />

de interesse social, Jardim<br />

do Remanso, aprovado<br />

pelo Decreto do Executivo<br />

nº 26.685, de setembro<br />

de 2018.<br />

O projeto enviado pelo<br />

Executivo tramita nas comissões<br />

técnicas da Câmara,<br />

responsáveis pela<br />

emissão dos pareceres que<br />

norteiam a discussão e<br />

votação em plenário.<br />

Não é a primeira vez<br />

que o poder público tenta<br />

remover as famílias<br />

do antigo lixão. Sucessivos<br />

governos tentaram<br />

a transferência dos<br />

moradores, sem sucesso.<br />

A última tentativa<br />

ocorreu em agosto de<br />

2016, durante o malfadado<br />

governo Reni Pereira.<br />

Nessa época a água<br />

chegou a ser desligada<br />

por decisão judicial,<br />

mas os moradores bateram<br />

o pé e permaneceram<br />

no local após um<br />

acordo. As lideranças<br />

garantiram na ocasião<br />

que a área era segura,<br />

assim como a água coletada<br />

no poço artesiano<br />

instalado na comunidade.<br />

Quando os moradores<br />

começaram a invadir<br />

a área, existiam poucos<br />

barracos, utilizados<br />

por catadores de recicláveis.<br />

Com o tempo foram<br />

surgindo novas<br />

moradias precárias. Há<br />

cerca de dez anos começaram<br />

a construir casas<br />

de alvenaria.<br />

Os moradores dizem<br />

que a maioria das<br />

Foto: Roger Meireles<br />

pessoas que residem no<br />

local teve filhos que já<br />

constituíram novas famílias.<br />

Há cerca de seis<br />

anos, uma parte dos moradores<br />

foi transferida<br />

para um loteamento no<br />

bairro Três Lagoas, mas<br />

alguns voltaram para o<br />

mesmo local por não terem<br />

se adaptado ao novo<br />

espaço.<br />

Por ser uma área<br />

grande, muitas famílias<br />

cultivam hortaliças e criam<br />

galinhas e porcos. Os<br />

mais antigos dizem que<br />

estão produzindo há<br />

anos e nunca tiveram<br />

qualquer problema de<br />

saúde.<br />

Há dois anos foi realizada<br />

uma grande reportagem<br />

no local. A cozinheira<br />

Jaquiele Kaupka,<br />

26, chegou lá com os pais<br />

quando ainda era criança.<br />

Hoje, é mãe de um<br />

menino de 4 anos e comentou<br />

que, ao longo do<br />

período, nenhum acidente<br />

foi registrado. "Aqui é<br />

muito seguro, teve até faculdade<br />

que veio aqui<br />

analisar a nossa água.<br />

Também viram que conseguimos<br />

liberações para<br />

construir aqui, estava<br />

tudo certo. É por isso<br />

que ninguém quer sair",<br />

relatou ela na oportunidade.<br />

Hortas e criações de galinhas e porcos estão<br />

presentes na maioria das moradias

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