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Adoçante: amigo ou inimigo da saúde?<br />
Fotografia: Divulgação<br />
JR<br />
Eles podem ser uma<br />
alternativa, porém também<br />
não são inofensivos<br />
Erika Braz, para o Blog da Saúde<br />
Reportagem<br />
Quando buscamos reduzir ou eliminar o consumo<br />
de açúcar, muitas vezes o adoçante é visto como<br />
substituto. Mas, eles também podem nos afastar de<br />
uma dieta saudável e não são a melhor opção para<br />
quem quer perder peso. O Guia Alimentar para a<br />
População Brasileira é claro: devemos sempre dar<br />
preferência ao consumo de alimentos na forma mais<br />
natural possível, com o doce próprio de cada um.<br />
Adoçantes podem ser naturais, artificiais ou<br />
sintéticos. Os naturais são obtidos sem nenhum<br />
tipo de reação química, vêm das plantas, a exemplo<br />
da estévia, ou de origem animal. Os artificiais<br />
ou sintéticos surgem através de reações químicas<br />
naturais ou não. Os mais comuns são sacarina, aspartame<br />
e sucralose.<br />
A jornalista Lurian Leles utiliza dois tipos de adoçante: o<br />
artificial, para forno e fogão (para culinária) e o natural para<br />
adoçar o cafezinho e os sucos. "Eu uso adoçante há mais ou<br />
menos um ano e meio, depois que passei a me preocupar<br />
mais com meu peso. Eu quis cortar carboidrato e o açúcar e<br />
fiz essa opção, não foi prescrição. Tive essa indicação de trocar,<br />
mas mesmo o nutricionista pede para não usarmos adoçantes<br />
em demasia," ressalta.<br />
Não recomendado<br />
A recomendação dada à Lurian é correta. O adoçante<br />
não é um salva-vidas para quem está retirando o açúcar da<br />
dieta e não pode ser visto como tal. A coordenadora de Alimentação<br />
e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa,<br />
explica: "o adoçante geralmente é usado nos casos confirmados<br />
de diabetes e seu uso deve ser indicado por médico ou<br />
nutricionista. Fora isso, ele não é recomendado".<br />
Michele Lessa diz ainda que pessoas que optam pelo<br />
adoçante precisam ao menos escolher aqueles de origem<br />
natural. E se a escolha for com o objetivo de emagrecer, este<br />
caminho não é seguro. "Não há comprovação de que o adoçante<br />
contribua para a perda de peso. O paladar se acostuma<br />
com o doce e a pessoa vai ter vontade de consumir mais<br />
coisas doces. O ideal é que a pessoa vá reduzindo<br />
aos poucos a quantidade de açúcar até perceber<br />
que os sabores naturais são mais gostosos sem adição<br />
de nenhum tipo de açúcares," reforça.<br />
O alerta é ainda mais importante para as crianças.<br />
A Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda<br />
adoçantes para este público, por não se<br />
saber os efeitos deles em longo prazo.<br />
Produtos diet e light<br />
Outra importante observação da coordenadora<br />
de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde<br />
é sobre os produtos diet e light. Quando lemos<br />
estas palavras em algum rótulo, costumamos nos<br />
animar com a impressão de que são extremamente<br />
saudáveis. Mas isso não quer dizer que são. "Estes<br />
produtos, na maioria das vezes, possuem adoçantes<br />
artificiais e não são alimentos naturais, e<br />
sim processados ou ultraprocessados. Por isso, o<br />
consumo deve ser moderado," aconselha.<br />
Lurian segue com a opção pelos adoçantes,<br />
mas eles ainda não são preferência em seu paladar.<br />
"Não é a mesma coisa do açúcar, o gosto deixa<br />
um pouco a desejar, mas sempre que posso eu<br />
substituo".