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ATAS 31º COLÓQUIO BELMONTE 2019

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Atas do XXXI Colóquio da Lusofonia – Belmonte – 12-15 abr 2019<br />

A crise política e econômica na Venezuela tem sua origem no fato da sua economia assentar-se num único produto – o<br />

petróleo. A convergência da acentuada queda dos preços do petróleo no mercado internacional, de problemas de gestão<br />

e da forte drenagem de receitas para a manutenção dos programas governamentais, comprometeram, gravemente, a<br />

capacidade de investimento na ampliação e na modernização das atividades de extração, refino e comercialização de<br />

petróleo e derivados, base da economia venezuelana. A inibição das receitas de exportação se soma ao encarecimento<br />

das importações propiciadas pela depreciação cambial e pelo rígido controle sobre o comércio de divisas, alimentando o<br />

déficit comercial, observado desde 2013. O desabastecimento interno e o processo inflacionário, representam a faceta mais<br />

visível do desequilíbrio econômico.<br />

Segundo Wilson Cano:<br />

Um país como a Venezuela, de frágeis bases agrícolas e industriais e cuja economia está centrada na produção de<br />

petróleo, ao abrir sua economia e desregulamentá-la, tem poucas chances de “competir eficientemente” no mercado<br />

mundial dos países desenvolvidos, salvo em petróleo, o que evidencia a imprescindível necessidade de diversificar internamente<br />

sua economia, ampliar seu mercado interno via distribuição de renda e emprego e ampliar seu grau de<br />

integração econômica com os países subdesenvolvidos. (2002: 115)<br />

Tal crise se arrasta desde o ano de 2002, quando o preço do petróleo sofreu uma queda vertiginosa. Durante o governo de<br />

Hugo Chávez, diante da crise econômica, o Congresso Nacional foi dissolvido e implantado um projeto de assistência à<br />

população. Tal projeto, em razão da própria crise econômica, traduziu-se no fracasso. Com a morte de Chávez e assunção<br />

do poder por Nicolas Maduro, a situação do país é agravada com a deterioração das instituições venezuelanas, em razão<br />

até mesmo de decisões políticas equivocadas, dentre as quais o fechamento da fronteira com a Colômbia.<br />

De acordo com dados da ACNUR/ONU até o final do ano de 2018, uma leva de mais de 2,3 milhões de cidadãos venezuelanos<br />

atravessaram a fronteira da Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil. Estima-se que ao final de 2019 esses números poderão<br />

chegar a 5,3 milhões. Esses cidadãos venezuelanos emigraram em busca de refúgio; deixaram o seu país por uma questão<br />

de sobrevivência. São grupos familiares que abandonaram seus pertences e, miseravelmente, aventuram-se num novo país.<br />

Essas famílias trazem filhos, geralmente em idade escolar. Como resultado, os países que receberam esses imigrantes passam<br />

a ter dificuldades em efetivar as políticas de acolhimento.<br />

https://www..lusofonias.net<br />

http://coloquios.lusofonias.net/XXXI/<br />

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