REVISTA SETCEPAR VI
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Concessionários Ford (Abradif),<br />
Luiz Albuquerque, disse à Agência<br />
de Notícias Reuters logo após<br />
o anúncio do encerramento das<br />
atividades, que a decisão da empresa<br />
‘deu tranquilidade, porque<br />
a Ford estava perdendo dinheiro<br />
na região nos últimos 4 ou 5 anos<br />
e o encerramento da produção<br />
de caminhões vai quase que zerar<br />
completamente o prejuízo’. Albuquerque<br />
garantiu ainda que a<br />
montadora fará novos investimentos<br />
em carros no Brasil, nos próximos<br />
3 ou 4 anos.<br />
Subsídios – O governo federal<br />
quer que a Ford arque com os efeitos<br />
negativos provocados com o<br />
seu fechamento, já que a empresa<br />
norte americana recebeu nos últimos<br />
5 anos, mais de R$ 7 bilhões<br />
de subsídios para criar empregos.<br />
“Quando uma empresa pede um<br />
subsídio, ela conversa com o governo,<br />
trabalha junto, então qualquer<br />
decisão posterior que envolva<br />
uma reversão desse investimento,<br />
que gere impactos contrários aos<br />
dos subsídios, precisa ser conversada”,<br />
afirmou Carlos Costa, secretário<br />
de Produtividade do Ministério<br />
da Economia.<br />
O secretário afirma que a Ford tem<br />
experiência em projetos de requalificação,<br />
estímulo para que as pessoas<br />
afetadas diretamente com o<br />
fechamento da fábrica pudessem<br />
abrir seus próprios negócios e parcerias<br />
com governos locais para estimular<br />
o desenvolvimento de outros<br />
segmentos da economia. “Isso<br />
não é um privilégio nosso. Quando<br />
a Ford fechou sua fábrica em De-<br />
Mercado<br />
troit (EUA), houve muita conversa<br />
sobre como minimizar os impactos<br />
no entorno”, ressaltou.<br />
O governo federal chegou a se reunir<br />
com representantes da Ford,<br />
mas garante que não pretende<br />
impedir o fechamento da fábrica,<br />
nem se envolver nas negociações<br />
entre a empresa e os sindicatos.<br />
Costa disse que, se procurado, o<br />
Ministério da Economia poderá<br />
ajudar em ações como mapeamento<br />
de demanda e postos de<br />
trabalho que poderiam auxiliar no<br />
reaproveitamento de trabalhadores“.<br />
O governador de São Paulo, João<br />
Dória, também se reuniu com os<br />
diretores da Ford logo após o anúncio<br />
do fechamento. A intenção é<br />
de encontrar um novo comprador<br />
para a fábrica e assim diminuir os<br />
impactos negativos do fechamento<br />
da Ford. Na segunda semana de<br />
março, Dória afirmou que já havia<br />
encontrado três interessados no<br />
negócio, dois estrangeiros e um<br />
nacional. “A venda da fábrica nessa<br />
nova circunstância, com um novo<br />
governo, com uma nova economia<br />
no plano federal, uma nova visão<br />
pró-mercado no plano estadual, é<br />
diferente de entendimentos tentados<br />
pela Ford ao longo do ano passado,<br />
quando não tínhamos este<br />
cenário concretamente”, frisou o<br />
governador.<br />
O prefeito de São Bernardo do<br />
Campo, Orlando Morando, afirmou<br />
que durante a sua gestão, a<br />
fabricante não utilizou os benefícios<br />
fiscais por não gerar 100 novos<br />
postos de mercado.<br />
O município vai perder R$ 18,5 milhões<br />
em arrecadação, sendo R$<br />
14,5 milhões em ICMS (1,7% do total<br />
arrecadado com o imposto) e R$ 4<br />
milhões em ISS (0,8% do total).<br />
De acordo com Luis Antonio<br />
Sebben, diretor do Grupo<br />
Slaviero, que possuí duas concessionárias<br />
de caminhões, em Curitiba<br />
e Brasília, a Ford ainda tem em<br />
estoque (na fábrica e nas concessionárias)<br />
caminhões para abastecer<br />
o mercado por cerca de 4 meses.<br />
“A montadora já anunciou que<br />
os consumidores dos caminhões<br />
Ford não ficarão sem assistência.<br />
Serão cerca de 30 pontos no país<br />
que continuarão a dar toda a assistência<br />
técnica necessária e nós<br />
vamos ser um deles. A qualidade<br />
da marca Ford é tão grande, que<br />
após o anúncio do fechamento, a<br />
procura por caminhões da marca<br />
se intensificou”, frisou Sebben.<br />
“A fatia do mercado que a Ford<br />
tem na venda de caminhões leves<br />
e semi leves terá que ser absorvida<br />
por alguém. O mercado sente<br />
neste momento o fechamento da<br />
fábrica, mas depois irá se recompor,<br />
assim como as revendedoras<br />
e funcionários”, diz Sebben. “A<br />
fabricação de caminhões é uma<br />
atividade econômica e nós temos<br />
que respeitar o ponto de vista da<br />
montadora. Estamos atravessando<br />
uma fase difícil, mas temos<br />
certeza que isso em breve será<br />
superado. Trabalhamos há 75<br />
anos com a Ford e acreditamos<br />
na marca e vamos continuar esta<br />
parceria. Inclusive com planos de<br />
expansão”, conclui o diretor do<br />
Grupo Slavieiro.<br />
Ford Slaviero Caminhões é uma das mais tradicionais no Brasil, desde 1945<br />
Luis Antonio Sebben, diretor do Grupo<br />
Slaviero<br />
Setcepar Business<br />
25