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RCIA - ED. OUTUBRO 2019

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O agricultor Aparecido<br />

Timpani faleceu e não<br />

recebeu cerca de R$ 200<br />

mil da cana retirada pela<br />

usina em sua propriedade.<br />

A família ainda discute na<br />

Justiça o que tem de receber<br />

do dono da usina.<br />

De propriedade de Nelson Afif<br />

Cury, a Usina Maringá por muitos<br />

anos atuou na fabricação de álcool<br />

e açúcar na região de Araraquara. A<br />

empresa, segundo o advogado dos<br />

fornecedores Pedro Vinha Filho, encontra-se<br />

com suas atividades paralisadas<br />

desde 2013 deixando débitos<br />

de toda natureza pendentes de pagamentos.<br />

Cury, além das dívidas, tem<br />

deixado um caminho de tristeza em<br />

muitas propriedades que não conseguiram<br />

sobreviver pelo não pagamento<br />

das safras de cana-de-açúcar que<br />

foram trabalhadas com dedicação por<br />

famílias de pequenos produtores, por<br />

pelo menos dois anos. Só com Pedro<br />

Vinhas, seu advogado, os fornecedores<br />

aguardam receber mais de R$ 15<br />

milhões.<br />

Os produtores no período entre<br />

2011 e 2013, firmaram contratos<br />

com a Usina Maringá, em que se<br />

comprometiam vender sua produção<br />

de cana-de-açúcar ou arrendar suas<br />

terras em troca de valores variáveis.<br />

Na época, a usina teria se aproveitado<br />

da confiança pela qual produtores,<br />

homens simples do campo,<br />

entregaram toda produção sem que<br />

ela cumprisse com suas obrigações,<br />

isto é, tudo que foi produzido pelos<br />

plantadores acabou sendo utilizado<br />

pela usina sem o devido pagamento.<br />

A dívida da Usina Maringá com todos<br />

os credores segundo<br />

estimativas, atingiria num<br />

primeiro momento um valor<br />

altamente expressivo.<br />

Só o escritório de advocacia<br />

Vinha e Vinha que<br />

representa mais de 30<br />

destes fornecedores, afirma<br />

que a dívida reconhecida de seus<br />

clientes, passaria dos R$ 15 milhões.<br />

Em 2014 uma ação movida pelo<br />

Ministério Público do Trabalho (MPT),<br />

visava pagamento de funcionários<br />

que ficaram durante meses sem receber.<br />

Segundo o órgão, a empresa<br />

além de não ter pagado os salários<br />

dos trabalhadores, entregou a eles<br />

cheques sem fundos. A usina foi condenada<br />

por essa prática em outra<br />

ação movida pelo MP. Na ocasião, o<br />

procurador Rafael de Araújo Gomes<br />

afirmou que “o esquema societário<br />

do grupo responsável pela usina e<br />

a forma como ele é conduzido cumprem<br />

com a utilidade de permitir a<br />

blindagem patrimonial da família de<br />

Valendo-se da baixa escolaridade e inocência da parte<br />

autora, homem simples do campo, a empresa requerida<br />

recebeu toda a produção dos requerentes sem que<br />

adimplisse com suas obrigações, isto é, tudo que foi<br />

produzido pelo produtor rural fora consumido pela usina<br />

sem o devido pagamento.<br />

Nelson Afif Cury, proprietária da Usina<br />

Maringá”.<br />

Na época a usina alegava em síntese<br />

passar por dificuldades financei-<br />

João Floriano, pequeno<br />

produtor, entregou sua<br />

cana a Cury e não recebeu.<br />

Diz que só não passou<br />

fome porque gastou suas<br />

economias até se recompor<br />

na lavoura<br />

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