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Página 8 A Voz do Vale De 8 a 14 de dezembro de 2019

POLÊMICA

Guardiano aponta “morosidade e

inércia” em processos administrativos

e critica Procuradoria

Em entrevista concedida

ao A Voz do Vale na

quinta-feira, dia 12 de dezembro,

o secretário municipal

de Administração,

Ronaldo Guardiano, falou

sobre o caso da servidora

da Prefeitura que ficou

quase 500 dias sem aparecer

para trabalhar.

O caso foi denunciado

pela vereadora Marialva

Biazon durante a sessão

da Câmara Municipal.

Guardiano confirmou que

a servidora se ausentou do

trabalho no período citado

pela parlamentar. “Essa

servidora realmente faltou

o tempo apontado. Quando

o trabalhador da Prefeitura,

de acordo com seu estatuto,

se ausenta do serviço público

por mais de 30 dias, instaura-se

um procedimento

administrativo. Três deles

foram instaurados à época

junto à Procuradoria Geral

do Município”.

Para Guardiano, está

ocorrendo uma morosidade

e inércia na tramitação

dos processos administrativos.

“Infelizmente, esta

havendo uma morosidade

e uma inércia na tramitação

desses processos”.

A Prefeitura de Avaré

estará promovendo na

quarta-feira, dia 18 de dezembro,

uma licitação, na

modalidade de registro de

preços, para a contratação

de uma empresa para

serviços de instalação e

reconstituição de mosaico

português. O que chama a

atenção é o valor estimado

da contratação: R$ 2,3

milhões, sendo R$ 76,67 o

metro quadrado.

Em sua justificativa,

o secretário municipal de

Serviços, Abelardo Ferreira

Mendes, destaca que “é dever

do poder público realizar

a reconstituição e instalação

de mosaico português

existentes em praças e pas-

Em entrevista, secretário de Administração falou sobre o caso da servidora que ficou 457 dias sem aparecer para trabalhar na Prefeitura

Ele revelou a reportagem

que a servidora queria

retornar ao trabalho após o

período em que se faltou,

porém ele teria negado. “A

servidora, simplesmente,

não apareceu mais em seu

serviço e há pouco mais

de um mês, ela veio aqui

querendo voltar ao seu trabalho

normal, o que, de

ofício, eu neguei”.

Guardiano acrescentou

que a servidora retornou as

suas atividades na Prefeitura

por determinação. “Ela,

então pediu a reintegração

por meio do seu advogado.

Foi determinado, a seguir

que enquanto seu processo

estiver em tramitação, ela

deveria voltar ao trabalho,

mesmo tendo ficado afastada

mais de 457 dias. De

nossa parte, fizemos e publicamos

uma portaria na

qual foram explicadas todas

as razões para tanto”.

INÉRCIA - Questionado

se a servidora poderia ter

sido dispensada por abandono

de trabalho, Guardiano

disse que sim, porém destacou

que existe o estatuto do

servidor e voltou a criticar a

Procuradoria do Município.

“Pode, mas no nosso estatuto,

qualquer ocorrência do

servidor público municipal

tem que passar por um processo

administrativo disciplinar.

Devido a isso, fizemos

todos os procedimentos

devidos e os encaminhamos

para a Procuradoria Geral do

Município. Infelizmente, esse

processo ficou parado na Procuradoria;

houve, sim, uma

inércia daquele departamento

e do procurador que estava à

frente desse processo”.

O secretário negou que

a servidora recebeu salários

no período em que

se ausentou do trabalho.

“Não, em hipótese alguma

ela recebeu. Na verdade,

ela foi ficando com falta, o

que gerou, depois dos primeiros

30 dias, a instauração

de um processo administrativo

disciplinar por

abandono de emprego”.

Ele concordou com a

decisão da vereadora Marialva

Biazon em encaminhar

o caso ao Ministério

Público. “Aliás, concordo

com a intenção da vereadora

Marialva Biazon de

remeter a questão ao Ministério

Público. Quando

existem demandas na Procuradoria,

as pessoas que

ali trabalham têm que ser

responsáveis por cumprirem

prazos, tanto para satisfazer

as exigências do

Judiciário quanto às do Estatuto

do Servidor Público.

Então, penso que seria

muito prudente, sim, uma

Prefeitura pretende gastar

R$ 2,3 milhões com pedras portuguesas

seios públicos (calçadas)”.

Mendes destacou que

a Prefeitura não teria funcionários

suficientes para

realizar o serviço e, por

isso, necessitaria da contratação

de uma empresa.

“Existem diversos pedidos

para a execução de pequenos

reparos e neste momento

não dispomos de

servidores em quantidade

suficiente para atender a

demanda de serviços”.

Ainda segundo ele, existem

várias pedras soltas,

o que poderia gerar riscos

aos munícipes. Abelardo

destacou ainda que crianças

utilizariam as pedras

para agressões a terceiros.

“Quando surge reparos

Em sessão extraordinária

realizada na quarta-feira, dia

11 de dezembro, na Câmara

de Avaré, os vereadores

aprovaram, por unanimidade,

a emenda ao orçamento

no valor de R$ 1 milhão. O

recurso será utilizado para

que a Prefeitura pague o

salário dos servidores que

estão de licença do trabalho.

A emenda teve que ser

criada devido a Reforma

da Previdência que tirou

os gastos com licenças de

servidores públicos dos

institutos de previdências

próprios para a Prefeitura.

Durante a votação, a vereadora

Marialva Biazon

falou sobre o projeto. “As

prefeituras de todo o Brasil

a serem realizados geralmente

as pedras se soltam

e ficam expostas trazendo

riscos aos munícipes que

transitam nos locais, como

quedas além do fato de

que crianças muitas vezes

utilizam-se das pedras para

agressões a terceiros”.

Herança da colonização

lusitana no Brasil, as tradicionais

pedras portuguesas

cobrem várias praças de

Avaré. Nas últimas décadas,

diversas cidades no

mundo vêm substituindo

suas calçadas históricas,

incluindo mosaicos portugueses,

por passeios mais

práticos e seguros.

No Brasil, em 2007,

a Prefeitura de São Paulo

substituiu os mosaicos

portugueses da Avenida

Paulista, existentes desde

1973, por pisos de concreto.

No final de 2017, surgiu

a proposta de expandir tal

prática para áreas de toda a

região central da cidade.

Outros municípios,

alegando questões de segurança,

estão erradicando

a calçada Portuguesa,

substituindo-a por lajes de

cimento, o que gera mais

segurança a população.

Em Avaré, a Prefeitura

poderá solicitar da empresa

até 30 mil metros

quadrados de pedras portuguesas.

A licitação está

marcada para ocorrer às 10

horas no Paço Municipal.

apuração feita diretamente

pelo Ministério Público”.

OUTRO LADO - o A

Voz do Vale entrou em

contato com a Procuradoria

do Município, onde foi

informado que haverá uma

reunião na próxima segunda-feira,

dia 16, entre os

procuradores para tratar

sobre o andamentos dos

processos administrativos.

A Procuradoria não quis

se posicionar sobre as críticas

do secretário Ronaldo

Guardiano.

Vereadora acusa Prefeitura

de tentar jogar funcionários

contra a Câmara

estão passando por esse período

de transição. Quando

folhamos o projeto encontramos

um ofício do RH

(Recursos Humanos) dizendo

que não poderia precisar

e iria necessitar de mais recursos

ou não e que não poderia

precisar de onde saiu

esse valor de R$ 1 milhão”.

Segundo ela, o prefeito

Jô Silvestre pretendia criar

essa emenda ao orçamento

por decreto o que, segundo

a vereadora, seria ilegal.

“O prefeito achou por bem

fazer isso por decreto e nós

entendemos que tem que

ser por lei e houve uma divergência.

O que estamos

aprovando é a possibilidade

real dos funcionários

que estão em licença, estejam

recebendo o salário”.

GOLPE – Para ela, o

governo de Jô Silvestre teria

tentado dar um golpe “rasteiro”

no legislativo. “Mais

uma vez a administração

pública tentou dar um golpe

rasteiro nessa Casa, fazendo

com que essa Casa fosse o

quintal da Prefeitura, fazendo

uma nota aos funcionários

públicos dizendo

que estariam recebendo

atrasado porque essa Casa

não votou o projeto”.

Ainda para ela, a administração

teria tentado jogar

os servidores contra os

vereadores. “E mais uma

vez vamos provar que essa

é mais uma tentativa de jogar

o servidor contra nós”.

A vereadora ainda revelou

que mensagens teriam

sido enviadas aos servidores

indicando que a Câmara

não queria votar favorável

ao projeto e que iria prejudicar

o pagamento dos servidores

que estão afastados.

“Para nossa grata surpresa,

funcionários que receberam

a mensagem ficaram indignados,

porque sabem que

essa Casa não está medindo

esforços para estar aprovando

o projeto e receber o salário”.

Antes da votação, o presidente

da Câmara, vereador

Barreto do Mercado,

falou de sua posição a frente

do legislativo e afirmou que

cumpriu com sua obrigação

de pautar o projeto para votação.

O petista disse que

não está fazendo lobby. “Fui

procurado pelo Guardiano,

recepcionei, encaminhei ao

jurídico e foi para as comissões

e deixei a vontade para

emitir o parecer. Por querer

fazer o que é certo eu estou

sendo massacrado. Eu não

faço nada de errado em pautar

o projeto e encaminhar

ao jurídico e as comissões.

Isso não é lobby”.

O vereador Roberto

Araújo se solidarizou ao

presidente da Câmara. “A

postura do senhor é de

maneira íntegra e honesta

e parece que está incomodando

algumas pessoas”.

Araújo disse algumas

informações que estariam

atingindo o vereador Barreto

estariam sendo provocadas.

“O senhor já deve saber

quem está provocando esse

assédio e essa manipulação

contra o senhor. Nós da

base nunca pedimos nada de

errado a Vossa Excelência,

pelo contrário, sempre que

procuramos o senhor sempre

fomos bem atendidos

e queremos deixar nosso

apoio e solidariedade para o

senhor independentemente

de qualquer decisão e não

faz negociata”. O projeto foi

aprovado por unanimidade.

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