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Perspectiva pliniana da História<br />
Divulgação (CC3.0)<br />
gar os poloneses, primeiro enviou, em<br />
sua bondade, vários sinais prenunciando<br />
a catástrofe que se aproximava. Assim,<br />
permitiu que, a 10 de fevereiro de<br />
1654, a alta torre do Santuário de Czestochowa<br />
fosse atingida por um raio e se<br />
consumisse em fogo.<br />
Então, o primeiro sinal da cólera<br />
de Deus foi um raio que caiu sobre<br />
o campanário do santuário e o destruiu.<br />
A torre é símbolo da Igreja, e<br />
esta é o símbolo do país.<br />
Nesse mesmo ano, a 9 de julho, todos<br />
viram um milagre que ocorreu no<br />
Sol, sobre cuja superfície apareceu uma<br />
cruz que se ia transformando em coração,<br />
o qual era transpassado por uma<br />
espada. A certa altura do disco solar<br />
via-se a mão de uma pessoa segurando<br />
uma maçã que se dividia em quatro<br />
partes, transformando-se depois num<br />
açoite.<br />
No ano seguinte, partia do Norte<br />
o açoite de Deus contra os poloneses:<br />
Carlos Gustavo, rei dos suecos.<br />
Os suecos tomaram<br />
facilmente todo o país,<br />
quase sem resistência<br />
Vista aérea do Mosteiro de Jasna Gora<br />
Passando diretamente à narração<br />
da batalha em Czestochowa, vemos<br />
as tentativas do inimigo de vencer o<br />
mosteiro pacificamente.<br />
Os suecos tomaram facilmente todo<br />
o país, quase sem resistência. Quase<br />
toda a nobreza, parte da qual era<br />
calvinista, aceitou Carlos Gustavo como<br />
protetor da Polônia, abandonando<br />
o Rei João Casimiro à própria sorte.<br />
Após conquistarem Cracóvia, no<br />
extremo Sul, enviaram, por ordem do<br />
rei sueco, um exército de três a quatro<br />
mil homens para tomar o Santuário-<br />
-fortaleza de Czestochowa, a uns duzentos<br />
quilômetros dali.<br />
Adiantando-se ao inimigo, o Conde<br />
Jan Wejhard Wrzesowicz, a fim de conquistar<br />
as boas graças do rei dos hereges,<br />
exigiu dos frades que entregassem a<br />
Fortaleza de Jasna Gora a ele, católico,<br />
para evitar que ela caísse por via direta<br />
em mãos suecas. Se não atendessem<br />
a sua exigência, ele ameaçava tomar à<br />
força o santuário. Os monges, tendo à<br />
frente seu prior, Frei Agostinho Kordecki,<br />
tentaram demover o conde de sua<br />
vil pretensão e recusaram sua proposta.<br />
Esse miserável queria que os<br />
monges entregassem o mosteiro-fortaleza<br />
a ele, mas na linha da tática<br />
“ceder para não perder”, como que<br />
dizendo: “Entreguem-me o mosteiro<br />
para que eu o defenda porque, do<br />
contrário, tomo-o à força, pois é preciso<br />
que alguém o defenda eficazmente<br />
contra o Rei da Suécia.” Entretanto,<br />
era evidente que ele não<br />
queria isso. Sua intenção era entregar<br />
o mosteiro para o Rei da Suécia.<br />
Então Frei Kordecki, com muito critério,<br />
tentou dissuadi-lo de seu intento,<br />
mas recusou a proposta.<br />
Enquanto isso, alguns nobres, fugindo<br />
do avanço sueco, buscavam refúgio<br />
em Jasna Gora. Um deles aconselhou<br />
os religiosos a não cederem aos seus inimigos<br />
e afirmou que os que ali buscavam<br />
refúgio estavam dispostos a morrer<br />
em defesa da honra do santo lugar, confiantes<br />
na proteção de Nossa Senhora.<br />
É muito bonito isso porque, sendo<br />
um mosteiro, não possuía tropas próprias<br />
e, portanto, não tinha como se<br />
defender da exigência daquele conde<br />
traidor. É quando a Providência manda<br />
o auxílio: são os nobres que vinham<br />
fugindo de outro lugar e se internam<br />
ali, prometendo fazer a resistência.<br />
Notem que só depois de o superior,<br />
Frei Kordecki, ter recusado a<br />
proposta do Conde Jan Wejhard vieram-lhe<br />
os reforços. Nossa Senhora<br />
quis antes que ele praticasse, sem<br />
forças, o ato de coragem para depois<br />
vir a força que lhe justificaria o ato<br />
Rei João Casimiro - Museu<br />
de Cambrai, França<br />
Daniel Schultz (CC3.0)<br />
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