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Benedito Bacurau - O pássaro que não nasceu de um ovo

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Onde mora o arco-íris

a aula dos porquês a professora fala que mesmo em período de seca

a terra é molhada toda noite com a umidade suave do orvalho, como se a

natureza resistisse ao avanço dos desertos. Nesses momentos de curiosidade é

comum a presença desperta do Benedito Bacurau nas perguntas das crianças:

“E por que a gente não consegue ver o sereno da noite? É uma chuvinha

invisível?”. E a turma toda fica interessada no assunto. A professora propõe que

seja feita uma expedição em busca da resposta.

O grupo se prepara. Dentro de uma mochila o binóculo é colocado ao

lado do microscópio, mas não gosta muito de viajar ao lado daquele instrumento

de observar coisas miúdas. Eles seguem para um bosque bem distante da

cidade, escolhem uma área aberta e fazem o acampamento.A noite está calma.

Nada parece se mexer. No céu não há nuvens, só estrelas, muitas e muitas

estrelas cintilantes.As barracas são armadas e todos se preparam para esperar a

chegada da chuva invisível.As lanternas ficam desligadas.A experiência exige

negrume total. Como o céu está completamente limpo, eles recorrem ao

binóculo para olhar as estrelas e observar com mais atenção a brilhante Estrela

Dalva, que na verdade é o planeta Vênus.

Pelas lunetas

Viram planetas

Viram estrelas

Na ciranda da visão

A professora explica que o pontinho de luz que não está piscando no céu

é um planeta. Diz que, assim como Vênus, o planeta vermelho, como é chamado

Marte, naquele dia também pode ser visto a olho nu. O tempo passa. Uma

criança observa que “pode ser que, com tanta gente olhando, a chuva fique sem

jeito de chegar”. Surge uma idéia: “Pois vamos fingir que estamos dormindo,

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