30.01.2020 Views

Tribuna Pacense 27 de Dezembro de 2019 | Edição nº 1198

Destaques desta edição: - Nova Igreja de Freamunde já está aberta ao público - Reportagem: "Sem-abrigo, também os há na nossa terra" - Vento e chuva fazem estragos no concelho - F.C Paços de Ferreira em maré alta - Artigos de opinião: "2020, mais um ano de mixórdia política" e "Greta Thunberg".

Destaques desta edição:
- Nova Igreja de Freamunde já está aberta ao público
- Reportagem: "Sem-abrigo, também os há na nossa terra"
- Vento e chuva fazem estragos no concelho
- F.C Paços de Ferreira em maré alta
- Artigos de opinião: "2020, mais um ano de mixórdia política" e "Greta Thunberg".

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

10 OPINIÃO

TRIBUNA PACENSE 27 de Dezembro de 2019

2020, MAIS UM ANO

DE MIXÓRDIA POLÍTICA

Poucos dias mais e a

postura 2020 é largada

da cloaca do futuro para

o presente. Presumivelmente,

a maioria dos

ovos ou darão monstros

malformados, ou aquele

mistifório mal cheiroso

que nos arruína a vontade

de comer enquanto

o seu fedor persistir na

nossa memória - o repelente

ovo choco - algumas

vezes utilizado

como arma de arremesso

contra políticos

mal-amados.

Os ovos férteis, só

por grande fenómeno

darão seres perfeitos

por causa da oscilação

das temperaturas entre

extremos resultantes do

aquecimento global e

também pela contaminação

alimentar proveniente

dos agrotóxicos

da “científica” Bayer-

Monsanto, produtora

dos químicos capitalistas

que exponenciam

produções agrícolas e

pecuárias e, por tabela,

as indústrias farmacêuticas

para curarem

as intoxicações e as

doenças crónicas daí

sequentes, isto é, para

prosseguirem os lucros

das poluições e envenenamentos

agrícolas e

pecuários com a venda

a granel de medicamentos

que não curam e que

reforçam o prolongamento

das doenças pelo

maior tempo de vida

possível, porque doente

que morre rápido não

presta, não garante

lucros perpétuos.

Não há publicações e

estudos sobre o assunto,

mas é admissível que

os políticos dos países

predadores, o grupo

de países submissos

aos imperadores norte-

-americanos, entre os

quais Portugal e restante

lacaiada, que se armam

nos líderes da história

e do desenvolvimento,

de há muito descendem

de ovos contaminados e

cada vez mais a partir do

momento em que os partidos

montaram indústria

própria de germinação,

mantença, educação

e treinamento dos

seus políticos no assalto

ao Estado, garantindo

deste modo a preservação

das características

canalhas, demagógicas,

oportunistas e sabujas

consideradas preciosidades

de carácter e de

talento político. Esta

indústria “aviária” dos

partidos está a conseguir

grande êxito, tendo

já produzido numerosos

exemplares completamente

imunes à ética e

sem cabeça, que estão a

fazer o delírio das multinacionais

e do casino

bolsista. Políticos sem

cabeça são o sonho do

Capital, a breve trecho,

plenamente realizado.

Políticos com cabeça

já são poucos e os que

existem já têm guias de

marcha passadas para a

cadeia, para o exílio ou

para a tumba.

Os “aviários” nacionais

do PSD e do PS

estão no top mundial

da produção de políticos

sem cabeça, grande

parte dela completamente

limpa de ideias,

uma brancura ou escuridão

total com direito a

selo de qualidade. Onde

era a base da cabeça

foram colocadas entradas

USB para introdução

de pens, que serão

trocadas em função

das necessidades do

Capital. Isto é que é progresso

tecnológico.

A realização da Web

Summit em Portugal tem

alicerce nos “aviários”

dos partidos e é o reconhecimento

do sucesso

das startups partidárias

portuguesas dedicadas

à produção de políticos

de última geração,

completamente isentos

de ideias próprias e

totalmente abertos às

aplicações informáticas

de quem manda nas

coisas, nas pessoas, nos

salários, na poluição,

no aquecimento global

e se prepara para disputar

ao Universo a posse

do Sistema Solar para

exploração das naturais

riquezas e depósito de

escórias diversas.

2020 é o fecho da

segunda década do terceiro

milénio pelas nossas

contas, fora delas é

apenas mais uma translação

da Terra em volta

do Sol. Os acontecimentos

deste período serão

importantes para nós,

mas inúteis para o resto

do mundo cósmico.

Serão a continuidade de

problemas que recusam

solução e o despeito

desta por problemas que

a querem longe de si.

No campo político, problema

e solução estão

de costas voltadas e não

se entrevê reconciliação

nas próximas décadas

ou séculos. O arrufo é

sério e que ninguém se

meta ao meio que pode

levar facada, modalidade

actualmente de

grande sucesso pelo

baixo custo da arma e do

seu elevadíssimo poder

de corte conseguido

com aços inoxidáveis e

afiamentos electrónicos

de alta precisão.

Portanto, dado que os

problemas não são para

resolver, temos o Serviço

Nacional de Saúde

cada vez mais definhado,

incapaz de dar

cura às pessoas, antes

pelo contrário, de lhes

aumentar as doenças e

lhes abreviar o tempo

de desfrute existencial.

Quem for lá com uma

diarreia, poderá de lá

sair com a diarreia que

levou a confirmar-se

com provas a descerem-

-lhe pelas calças abaixo,

mais uma pneumonia,

uma cirrose, uma tosse

indefinida ou qualquer

outra doença que ande

por ali ao desbarato

entre os utentes, ansiosa

por fazer novas vítimas.

Claro que se você

tiver dinheiro poderá

recorrer aos privados,

porque é para isso que

os privados existem na

saúde e não só, para

quem tem dinheiro suficiente

para gastar em

todos os confortos da

civilização capitalista.

Mas os pobres, Senhor,

como poderão eles amenizar

a sua dor e conseguir

uma tença que lhes

permita curar a doença?

Entrementes, o raio

do INE deu-lhe para

borrar os bonitos floreados

demagógicos

governamentais com

números desmoralizadores.

Não é que a parcela

da riqueza criada

(PIB) aplicada na saúde

dos portugueses, SNS;

encolheu entre 2006 e

2018 muito mais que os

corpos dos velhos que

por lá buscam a intoxicação

química que lhes

ilude a existência?

Entre 2000 e 2018 a

despesa com saúde das

famílias aumentou mais

20,7 pontos percentuais

em relação ao desenvolvimento

da despesa

pública no mesmo

período. Este facto mostra

o SNS a gastar cada

vez menos com os portugueses

e estes a gastar

cada vez mais do seu

bolso com a saúde. É por

estas e por outras que a

percentagem da despesa

das famílias portuguesas

com a saúde é

muito mais elevada que

a média da União Europeia,

18% contra 28%

de Portugal.

O primeiro-Ministro,

o Ministro das Finanças,

e a Ministra da Saúde

não falam abertamente

sobre estes números. A

verdade é dura de roer e

eles não estão para danificar

os dentes.

O subfinanciamento

persistente do SNS pelo

Orçamento de Estado

origina má gestão e uma

mistura público-privado

que está a atirar progressivamente

a saúde

dos portugueses para as

seguradoras, as clínicas

e os hospitais privados.

Estes meios só estão

ao alcance dos endinheirados.

Se você não

tem dinheiro, comece

desde já a organizar

uma farmacopeia pessoal

à base de infusões

e outras mezinhas com

produtos do seu quintal

e das matas ao redor.

Era assim antigamente

e é assim que voltará

a ser. Se a sua fé ainda

não esmoreceu, poderá

recorrer aos milagres,

mas não esqueça o óbolo

ao santo que o atender.

De graça só a chuva, é

por isso que escasseia

cada vez mais.

Entretanto, nada de

baixar o orgulho patriótico,

porque nem em

todas as tabelas andamos

pelos últimos lugares.

Por exemplo, no trabalho

precário temos a

terceira maior percentagem

de contratos a prazo

da União Europeia, mas

a primeira como os mais

mal pagos. Já no salário

mínimo estamos no

meio da tabela, estabelecendo

a divisão entre os

antigos países do bloco

socialista e os países

capitalistas. No que toca

à exploração do trabalho

temos a memória fresca

do tempo em que fomos

os maiores esclavagistas

do mundo. É por esta

razão que nos orgulhamos

de estar no topo das

desigualdades sociais da

União Europeia.

Para que esta situação

não sofra mudanças

de corte com o passado,

as classes empresariais

portuguesas preservam

tenazmente os seus

níveis de qualificações

profissionais abaixo

da média europeia e

inferiores à população

que emprega ou dirige.

Parece um fenómeno e é

mesmo.

Saúde e trabalho são

os bens primários da

nossa existência corporal

e social. Entregues

que estão a políticos

mais focados na ambição

de enriquecimento

pessoal que nas necessidades

do país, padecente

de uma pobreza

endémica que inventou

o fado para chorar as

suas dores e deste modo

frustrar a raiva contra

os seus opressores e

a empresários inaptos

sem mais habilidades

que as de esmagar os

trabalhadores na extracção

de mais-valias, Portugal

transforma-se num

rochedo que o tempo

compacta cada vez

mais.

Emigrar sempre foi

a melhor solução em

Portugal. Pense nisso

e não se arrependerá.

Patriotismo num país

que sempre mandou o

povo borda fora é burrice.

Como podem os

pobres ter pátria se dela

não possuem migalha?

OCTÁVIO RENATO

MAGALHÃES

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!