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homenagem
O sonho de Natal vivido por milhares de pessoas a partir
dos anos 30 até a década de 70 foi embora com Wilmon
Barbieri, no dia 21 de abril, quando a cidade perdeu
um dos seus mais ilustres comerciantes.
SONHO LINDO QUE SE FOI
A
saga italiana, o presépio,
a sapataria, eram coisas
que Wilmon Barbieri
não esqueceu ao longo da sua vida.
Tão pouco a cidade em que ele
viveu e cuja grande parte ainda respira
o romatismo comercial dos últimos
70 anos, deixou cair no esquecimento.
Avós e pais se lembram
e falam: “Aquilo sim é que
era Natal”. Mas com Wilmon Barbieri
também seguiu uma parte da
envolvente história natalina cultuada
pela loja.
Wilmon e os filhos gemêos Luisa e Luis em dezembro
de 2007, quando falou dos natais da Barbieri
COMO ERA
Em outubro de cada ano, a partir da década
de 30, os portugueses - Araújo e Teixeira,
vinham do Rio de Janeiro para montagem
do presépio da Casa Barbieri, fundada
pelos irmãos Raphael e José Domingos
Barbieri, em 1922. Araújo e Teixeira
eram funcionários da Casa Continental,
especializada em confecções e de quem a
Casa Barbieri comprava artigos para revender.
Foi neste clima que os filhos de Raphael
Barbieri (esposa Dona Ida), Waldemar,
Leonardo, Palmira, Roberto e Paulo e
também os filhos de José Domingos Barbieri
(esposa Dona Romilda), Neto, Waldo,
Wilmon, Nelson, Benito e Arnaldo,
cresceram. Os dois irmãos, Raphael e Domingos,
construíram a Casa Barbieri (Rua
Nove de Julho esquina com a Duque) em
forma de sobrado: no térreo a loja com
seus diversos departamentos e na parte de
cima, as casas, verdadeiro luxo para a época,
separando as famílias por uma única
porta. Anexada ao prédio, pela Duque de
Caxias, uma outra casa, onde moravam Dona
Anunciata e José Barbieri, pais de José
Domingos, Raphael, Luiza e Michelina.
do Commércio, n° 70, ele trazia através do
Consulado Italiano, toda família. Em nossa
cidade, os filhos Domingos e Raphael
passaram a ajudá-lo no conserto de sapatos.
Os dois, já moços, decidiram que seria
bem mais rentável vender os sapatos do
que consertá-los e começaram a representar
uma das mais famosas marcas da época:
Calçados Villaça. A loja funcionava na
esquina da Nove de Julho com Espanha
(antiga Casa A Esmeralda), vendendo
inicialmente calçados; depois vieram as
meias, camisas, seções voltadas para os homens.
Em 1924, agora sós, os dois irmãos
inauguravam a Casa Barbieri, em prédio
próprio, na Nove de Julho com a Duque de
Caxias, optando por novos departamentos:
roupas femininas, jóias, discos, presentes,
eletrodomésticos e completa seção
COMO TUDO COMEÇOU
1900. José Barbieri deixa Monte Leone,
vilarejo de Vivo Valêncio, na Itália e
chega a Araraquara. Algum tempo depois,
já estabelecido com uma sapataria na Rua
Durante a Revolução de 32, a loja utilizou
seu cofre, guardando ouro para
o bem de São Paulo