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RCIA - ED. 83 - JUNHO 2012

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homenagem

O sonho de Natal vivido por milhares de pessoas a partir

dos anos 30 até a década de 70 foi embora com Wilmon

Barbieri, no dia 21 de abril, quando a cidade perdeu

um dos seus mais ilustres comerciantes.

SONHO LINDO QUE SE FOI

A

saga italiana, o presépio,

a sapataria, eram coisas

que Wilmon Barbieri

não esqueceu ao longo da sua vida.

Tão pouco a cidade em que ele

viveu e cuja grande parte ainda respira

o romatismo comercial dos últimos

70 anos, deixou cair no esquecimento.

Avós e pais se lembram

e falam: “Aquilo sim é que

era Natal”. Mas com Wilmon Barbieri

também seguiu uma parte da

envolvente história natalina cultuada

pela loja.

Wilmon e os filhos gemêos Luisa e Luis em dezembro

de 2007, quando falou dos natais da Barbieri

COMO ERA

Em outubro de cada ano, a partir da década

de 30, os portugueses - Araújo e Teixeira,

vinham do Rio de Janeiro para montagem

do presépio da Casa Barbieri, fundada

pelos irmãos Raphael e José Domingos

Barbieri, em 1922. Araújo e Teixeira

eram funcionários da Casa Continental,

especializada em confecções e de quem a

Casa Barbieri comprava artigos para revender.

Foi neste clima que os filhos de Raphael

Barbieri (esposa Dona Ida), Waldemar,

Leonardo, Palmira, Roberto e Paulo e

também os filhos de José Domingos Barbieri

(esposa Dona Romilda), Neto, Waldo,

Wilmon, Nelson, Benito e Arnaldo,

cresceram. Os dois irmãos, Raphael e Domingos,

construíram a Casa Barbieri (Rua

Nove de Julho esquina com a Duque) em

forma de sobrado: no térreo a loja com

seus diversos departamentos e na parte de

cima, as casas, verdadeiro luxo para a época,

separando as famílias por uma única

porta. Anexada ao prédio, pela Duque de

Caxias, uma outra casa, onde moravam Dona

Anunciata e José Barbieri, pais de José

Domingos, Raphael, Luiza e Michelina.

do Commércio, n° 70, ele trazia através do

Consulado Italiano, toda família. Em nossa

cidade, os filhos Domingos e Raphael

passaram a ajudá-lo no conserto de sapatos.

Os dois, já moços, decidiram que seria

bem mais rentável vender os sapatos do

que consertá-los e começaram a representar

uma das mais famosas marcas da época:

Calçados Villaça. A loja funcionava na

esquina da Nove de Julho com Espanha

(antiga Casa A Esmeralda), vendendo

inicialmente calçados; depois vieram as

meias, camisas, seções voltadas para os homens.

Em 1924, agora sós, os dois irmãos

inauguravam a Casa Barbieri, em prédio

próprio, na Nove de Julho com a Duque de

Caxias, optando por novos departamentos:

roupas femininas, jóias, discos, presentes,

eletrodomésticos e completa seção

COMO TUDO COMEÇOU

1900. José Barbieri deixa Monte Leone,

vilarejo de Vivo Valêncio, na Itália e

chega a Araraquara. Algum tempo depois,

já estabelecido com uma sapataria na Rua

Durante a Revolução de 32, a loja utilizou

seu cofre, guardando ouro para

o bem de São Paulo

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