#2 Revista Voa
Publicação bianual do IDEF - Instituto de Desenvolvimento da Empresa Familiar com foco nos temas de Gestão e Governança Corporativa.
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Memórias & Aprendizados / A Trajetória de MAGDA REGINA WORMANN
CORAGEM, FOCO E DETERMINAÇÃO
Magda conta que sempre foi muito determinada e
focada naquilo que considera ser o caminho correto.
Para ela, é importante saber se relacionar com
entidades que agreguem conhecimento. “Gosto de
conversar e de conciliar, procurando não criar conflitos
para trabalhar em harmonia. Porém, quando tenho
de me impor, me imponho. Toda minha trajetória
me ajudou a chegar onde estou porque vamos
aprendendo com os outros. É uma troca”, reflete.
Sua obstinação a levou a atingir outro cargo até
então nunca ocupado por mulheres em Caxias do
Sul. De 2001 a 2003, Magda Wormann foi a primeira
mulher a participar da diretoria do Sindicato das
Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisas, o SESCON - Serra
Gaúcha. Entre 2004 e 2013 foi diretora de Eventos
e Negócios e diretora de Integração Regional da
entidade, onde criou o evento “Mulher em Foco”, que
em 2019 chegou à sua 12ª edição com o objetivo de
contribuir para o desenvolvimento de empresárias
contábeis e para o fortalecimento do setor. Indicada
para ser conselheira suplente no SESCON, ela
também assumiu a vice-presidência de Controle
Interno e de Desenvolvimento Pessoal do Conselho
Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.
“Saber ouvir as pessoas é um dos
aprendizados que tive. Nem sempre
devemos falar. E a mulher nunca
é ouvida o suficiente. Tem de ter
firmeza. Sempre que posso as indico
para cargos, desde que tenham
competência e perfil para liderar”.
“Tudo isso fez com que eu me destacasse, fosse
para o Conselho e me tornasse vice-presidente
da entidade. Aprendi que em um grande grupo
de pessoas é preciso levar informações coesas
e uniformes, mesmo que haja divergência com
alguém. É um aprendizado que tive, inclusive, para
administrar minha empresa”, afirma. Com forte
atuação nas entidades da categoria, ela estava
caminhando em direção àquilo que, até então,
era um grande sonho de carreira: ser secretária
municipal da Fazenda. “Como sempre me mantive
Revista VOA • Edição 02 • Março de 2020
atualizada, pensava no quanto poderia contribuir
com a cidade tendo em vista todo o conhecimento
que havia adquirido. A contabilidade é uma ciência
que requer planejamento, orçamento, tudo o que
sempre estudei muito”, diz.
Quando o convite para ser secretária municipal
de Gestão e Finanças e da Receita foi formalizado,
Magda não desperdiçou a chance e mergulhou nos
estudos sobre contabilidade pública. “Senti emoção
porque era um sonho que estava se concretizando”,
revela.
“Liderança é saber conquistar as
pessoas. Para ter sucesso na vida,
em qualquer situação, é preciso ter
empatia, se colocando no lugar do
outro e tentando perceber como ele
se sente com a minha atitude e com a
ação que estou tomando”.
Trabalhando na esfera do poder público, ela
conta que descobriu ter capacidade para a gestão de
pessoas, conquistando-as para que elas trabalhem
a favor daquilo que é melhor para a comunidade. A
ex-secretária municipal destaca, ainda, que saber
ouvir é um dos principais aprendizados que teve na
vida. “Nem sempre devemos falar, e a mulher nunca é
ouvida o suficiente. Tem de ser muito forte. Sempre
que posso indico mulheres para cargos, desde que
tenham competência e perfil de liderança”.
Com pulso firme e forte atuação por onde passa,
Magda Regina Wormann continuou buscando
capacitação ao participar do Fórum Mulheres em
Conselhos, realizado pelo Capítulo Rio Grande do Sul
do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
(IBGC), em Porto Alegre. E compartilha com
outras mulheres sua expertise, mostrando êxitos
e dificuldades. “Meu nome é sagrado. Portanto,
é preciso zelar pela reputação. Tento inspirar as
mulheres a terem coragem para assumir cargos e
responsabilidades maiores no âmbito da carreira,
pois falta a elas coragem. Não é apenas no ambiente
de trabalho que enfrentamos situações que nos
bloqueiam. É fundamental estar motivada e saber o
que realmente se quer para a vida”, ressalta.
MULHERES NA ALTA GESTÃO /
Mulheres, suas carreiras
e diversidade na
alta gestão
O entendimento de que empresas com diversidade de gênero
nas posições estratégicas têm melhor desempenho nos
negócios já está aceito pelo mundo empresarial.
Mesmo assim, muitas organizações não
assumem esse compromisso como estratégia
formal, o que resulta em uma presença ainda
insignificante de mulheres em altos cargos
de gestão. Muitas delas, mesmo tendo
ótima formação e qualificação para
cargos seniores, não conseguem
alcançar posições de destaque
em suas carreiras, fato que tem
sido objeto de estudo de várias
instituições de pesquisa no
Brasil e no mundo.
por Hana Witt
“Menina Sem Medo” de Kristen Visbal,
representa a luta da mulher pela igualdade.
Foi inaugurada no coração financeiro de
Nova York no Dia da Mulher, em 2017.
Conforme a 15ª edição do International Business
Report (IBR) – Women in Business – Construindo um
Plano de Ação, realizado em 2019 pela Grant Thornton,
nos últimos cinco anos, a proporção de empresas
globais que empregam pelo menos uma mulher na alta
administração subiu 20 pontos percentuais, sendo 12
pontos apenas em 2018. Entretanto, globalmente, a
proporção de mulheres em cargos de liderança ainda
não atingiu o nível mínimo esperado (30%) para
tratarmos como um início à paridade de gênero.
As lideranças entrevistadas para o relatório
apontaram as principais barreiras que haviam
superado no caminho até o topo. Dentre elas, encontrar
tempo em paralelo às principais responsabilidades do
trabalho (32%), a falta de acesso às oportunidades de
trabalho e desenvolvimento (27%) e responsabilidades
fora do ambiente profissional (25%). O estudo
mostra, também, que de acordo com o progresso
global positivo registrado, 75% das empresas estão
tomando medidas deliberadas para melhorar a
diversidade de gênero como garantia de acesso igual
às oportunidades de desenvolvimento (34%), criação
de uma cultura inclusiva (31%) e maior flexibilidade no
trabalho (29%).
Recentemente, a pesquisa Panorama Mulher
2019, feita pela Talenses e Insper com 532 empresas
brasileiras, documentou a evolução da presença das
mulheres nas posições de comando nas organizações
nos últimos três anos. O dado obtido pelo estudo -
25% de mulheres em posição de liderança - mostra
que os esforços para a paridade de gênero ainda estão
longe de serem alcançados. Estima-se, aliás, que sejam
necessários 202 anos para eliminar totalmente a
desigualdade de gênero na economia mundial.
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