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Monatagem texto vento do oriente

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VENTO DO ORIENTE

Coronaversus

Texto: Cristiano Casimiro

Arte: Emerson Camaleão

O sopro do vento do oriente

Do Taoísmo, não trouxe a sabedoria

Mostrou a gadanha reluzente

O semblante da morte fria

No Rio Amarelo se aflorou

Atravessou montanha e mares

Por todo canto aportou

Ceifando vidas e isolando lares

Como arte marcial

Doutrina milenar

Atinge um órgão vital

Mata por falta de ar

No berço da cultura ocidental

Atingiu o Tâmisa, o Sena e o Pó

Com a força de uma adaga letal

Dizimou milhares, sem dó.

Apesar de sua estirpe majestosa

Seu semblante coroado

Mata de forma asquerosa

Sem chance ao contaminado

Com extrema velocidade

O Oceano Atlântico cruzou

Chegou ao Rio Hudson

A América conquistou

Médicos, políticos e cientistas

Não sabem o que fazer

Mais mortes... Cresce as listas

Não tem como conter

Nas terras quentes dos trópicos

O vírus não irá sobreviver

Estes foram os prognósticos

Logo, tiveram de contradizer

As margens do Rio Tietê

Atingiu a alta sociedade

Gente de pluma e paetê

Contaminou, toda cidade

Aterrizou no Galeão

Como grande vendaval

A morte veio de avião

Dizem que chegou no carnaval

Desembarcou de veleiro

No litoral Nordestino

De peixeira e gibão de vaqueiro

Pelo sertão, saiu sem destino

Nas terras do Norte

Invadiu a Amazônia brasileira

Brancos e índios não tiveram sorte

Todos ceifados de primeira

Logo, logo o país foi tomado

Em toda parte tinha a infecção

Por todo lado um contaminado

Trazendo morte e indignação

Virou pauta principal

Rádio, televisão e internet

Entrevista virtual

A morte em manchete

Sem planejamento adequado

Todos falavam, e muito palpite

O Brasil mal orientado

Comprava até remédio para rinite.

O governo tomou uma decisão

Escola e comércio ficam fechados

A quarentena uma solução

Todos dentro de casa, trancados

Álcool gel, água e sabão

Conselho certeiro

Higiene das mãos

Usar o dia inteiro

A morte nas mãos de Libitina

Medicamentos foram usados

Ganhou fama a cloroquina

Não dando os resultados.

Mascara virou vestuário

Proteção respiratória

Agora o uso é diário

Não tem outra escapatória

Saúde colapsando

Falta de respirador artificial

Corrupção se instalando

Do brasileiro, outro mal

No Planalto, desentendimento

Complicando a nação

Uns pedem o distanciamento

Outros, a volta da produção

Um dilema foi colocado

Virou uma grande discussão

Da quarentena:

SAIR ou NÃO ?????

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