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teorico (9)

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UNIDADE

Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico

A principal preocupação da arte neste momento é criar ambientes nos quais a

profundidade também é representada. A criação de planos na pintura passa a dar

a sensação de podermos adentrar nos espaços e participar das cenas.

O Renascimento apresenta imagens que buscam imitar a realidade, se utilizando

da perspectiva, uma técnica capaz de criar ilusão de profundidade. Foram criados

tratados matemáticos, assim como técnicas de luz e sombra para criar volumes e

efeitos tonais para reforçar ainda mais a sensação de espaços dentro da imagem.

As pessoas, quando viam uma imagem pintada com efeitos de perspectiva,

chegavam a colocar a mão sobre a pintura para ter certeza de que ali não havia

uma fenda. Era difícil acreditar que em uma superfície plana (bidimensional) poderia

haver a percepção da tridimensionalidade.

A pintura Escola de Atenas (Fig. 2) é um afresco pintado por Raffaello Sanzio da

Urbino (1483-1520) no Palácio do Vaticano, para a Sala da Assinatura, a pedido

do Papa Júlio II (1443-1513).

A obra é a representação de uma cena construída da imaginação do artista,

já que os personagens representados não viveram todos no mesmo tempo.

São filósofos, matemáticos, astrônomos e cientistas da Antiguidade que parecem

conversar sobre a nova Basílica de São Pedro, um projeto antigo do arquiteto

renascentista Bramante (1444-1514). Podemos identificá-los pelos gestos e poses

de cada um. Vemos no centro Platão, com a mão apontando para cima, e

Aristóteles ao seu lado, assim como Sócrates à esquerda deles e os matemáticos

gregos Euclides e Pitágoras.

Estes personagens ilustres estão em um espaço arquitetônico clássico com arcos

e estátuas, construído com a técnica da perspectiva, que possibilita a organização

dos personagens em diferentes planos, dando à sala da escola amplitude e

profundidade em uma composição simétrica e harmônica.

Rafael Sanzio, como é conhecido, é considerado o pintor que melhor desenvolveu

os ideais clássicos da beleza, harmonia, forma e cor.

Nos dias de hoje esse tipo de imagem é muito comum. Estamos acostumados

a ver a profundidade nos desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo. Nas salas

de cinemas vemos as imagens em 3D e 4D com muita naturalidade. Tudo isso é

consequência dos estudos da representação que se iniciaram no Renascimento.

Podemos perceber no grafite do grupo MTO (Fig. 3) que, ainda hoje, há

fascínio em criar mundos visuais em profundidade. Note que a pintura é feita na

parede de uma casa, mas parece que o personagem está apenas encostado nela.

Não é impressionante? Desde o Renascimento, buscamos ilusão e realidade em

uma só imagem.

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