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UNIDADE
Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
A principal preocupação da arte neste momento é criar ambientes nos quais a
profundidade também é representada. A criação de planos na pintura passa a dar
a sensação de podermos adentrar nos espaços e participar das cenas.
O Renascimento apresenta imagens que buscam imitar a realidade, se utilizando
da perspectiva, uma técnica capaz de criar ilusão de profundidade. Foram criados
tratados matemáticos, assim como técnicas de luz e sombra para criar volumes e
efeitos tonais para reforçar ainda mais a sensação de espaços dentro da imagem.
As pessoas, quando viam uma imagem pintada com efeitos de perspectiva,
chegavam a colocar a mão sobre a pintura para ter certeza de que ali não havia
uma fenda. Era difícil acreditar que em uma superfície plana (bidimensional) poderia
haver a percepção da tridimensionalidade.
A pintura Escola de Atenas (Fig. 2) é um afresco pintado por Raffaello Sanzio da
Urbino (1483-1520) no Palácio do Vaticano, para a Sala da Assinatura, a pedido
do Papa Júlio II (1443-1513).
A obra é a representação de uma cena construída da imaginação do artista,
já que os personagens representados não viveram todos no mesmo tempo.
São filósofos, matemáticos, astrônomos e cientistas da Antiguidade que parecem
conversar sobre a nova Basílica de São Pedro, um projeto antigo do arquiteto
renascentista Bramante (1444-1514). Podemos identificá-los pelos gestos e poses
de cada um. Vemos no centro Platão, com a mão apontando para cima, e
Aristóteles ao seu lado, assim como Sócrates à esquerda deles e os matemáticos
gregos Euclides e Pitágoras.
Estes personagens ilustres estão em um espaço arquitetônico clássico com arcos
e estátuas, construído com a técnica da perspectiva, que possibilita a organização
dos personagens em diferentes planos, dando à sala da escola amplitude e
profundidade em uma composição simétrica e harmônica.
Rafael Sanzio, como é conhecido, é considerado o pintor que melhor desenvolveu
os ideais clássicos da beleza, harmonia, forma e cor.
Nos dias de hoje esse tipo de imagem é muito comum. Estamos acostumados
a ver a profundidade nos desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo. Nas salas
de cinemas vemos as imagens em 3D e 4D com muita naturalidade. Tudo isso é
consequência dos estudos da representação que se iniciaram no Renascimento.
Podemos perceber no grafite do grupo MTO (Fig. 3) que, ainda hoje, há
fascínio em criar mundos visuais em profundidade. Note que a pintura é feita na
parede de uma casa, mas parece que o personagem está apenas encostado nela.
Não é impressionante? Desde o Renascimento, buscamos ilusão e realidade em
uma só imagem.
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