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Fig. 3 – The legend of Fred ILLE and Gwen VILAINE: Part II (2013), do grupo MTO
Fonte: isupportstreetart.com
O que há de semelhança entre as figuras 1, 2 e 3? O seu olhar pode percorrer
os espaços representados nessas três imagens? A resposta é simples: o que você
vê são imagens com representações da tridimensionalidade.
Em nosso tempo, na contemporaneidade, ver imagens com profundidade pode
parecer comum. Mas houve um tempo na história da arte em que este tipo de
visualidade era algo novo e surpreendente.
Vimos nas outras unidades que as imagens, enquanto linguagem, comunicam
e apresentam significados e expressões em cada cultura. Dos tempos da arte
rupestre até o momento atual, o que vemos é a formação de uma cultura visual
(cultura de imagens). Cultura esta que apresenta valores e escolhas em cada época,
estabelecendo diálogos que são atemporais.
Na pintura da arte gótica dos séculos XII ao XIV, vemos uma busca para superar
a criação de imagens simbólicas, para criar imagens mais realistas. Este novo
pensamento influenciou profundamente a produção estética dos movimentos
artísticos que estavam por vir.
Na obra renascentista, A Lamentação (1304-1306) (Fig. 1), de Giotto di
Bondone (1267-1337), vemos espaços entre as figuras e uma certa dramaticidade
na narrativa. Podemos perceber a dor que as pessoas estão sentindo ao velar o
corpo de Cristo e até mesmo a emoção das figuras que estão de costas.
O artista cria uma visão mais humanista dos personagens bíblicos, ao contrário
do que se fazia na Idade Média – arte românica e gótica –, quando as imagens eram
mais estilizadas e simbólicas.
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