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teorico (9)

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É uma composição cheia de elementos simbólicos. Observe na parede do fundo

do quarto. Há um espelho redondo e nele o reflexo do casal. Acima está escrito

Jan Van Eyck esteve aqui/1434. Pode ser apenas a própria marca que o artista

tenha deixado na pintura, mas dizem que talvez fosse uma certidão do casamento,

que ele teria presenciado.

Observe também as laranjas em cima da mesa, símbolos de riqueza; no banco

de madeira a imagem de Santa Margarida esculpida, ela é a protetora das grávidas.

Há informações de que a primeira mulher de Arnolfini, Constanza, tenha morrido

ao dar a luz. Outro elemento interessante é a mão de Arnolfini que parece apenas

segurar de leve a mão da mulher. Talvez uma nova menção à esposa falecida.

Na Alemanha, Albrecht Dürer (1471-1528) concebeu a arte como uma representação

fiel da realidade. Depois de uma estadia em Veneza, voltou a Nuremberg

com uma nova concepção do mundo e da arte, com uma visão mais humanista.

Foi um importante desenhista e

o maior impressor de sua época, influenciando

toda uma geração de artistas

com suas gravuras. “Em suas

mãos, a xilogravura perde o seu encanto

de arte popular, mas ganha a

articulação precisa de um estilo gráfico

plenamente amadurecido” (JAN-

SON, 1996, p. 241).

A gravura Cavaleiro, morte e diabo

(1513) (Fig. 20) é uma mostra da beleza

e habilidade do artista. Vemos um

soldado de Cristo sobre seu cavalo, bastante

confiante, sem se perturbar com

a figura do demônio que parece fitá-lo,

com as caveiras e bichos que aparecem

em seu caminho. Percebe-se em suas

obras o quanto valorizava a observação

da realidade, haja vista a grande quantidade

de detalhes nas suas obras.

Fig. 20 – Cavaleiro, morte e diabo (1513),

de Albrecht Dürer, gravura, Museu de

Belas Artes, Boston (Estados Unidos)

Fonte: Wikimedia Commons

Hieronymus Bosch (1450-1516) é um representante dos pintores dos Países

Baixos (Holanda). Criou um estilo inconfundível, cheio de imagens fortes, nas quais

mistura símbolos da astrologia, alquimia e magia. Suas pinturas possuem criaturas

horríveis que parecem vir de sonhos ou delírios, animais exóticos e uma série de

vegetais exóticos e imaginários.

O tríptico (três painéis articulados), O jardim das delícias terrenas (Fig. 21),

retrata, segundo algumas interpretações, a devassidão ocorrida depois que Deus

ordenou: “Crescei e multiplicai-vos”. Talvez seja um comentário ou uma crítica do

não entendimento correto da ordem de Deus.

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