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Damas, carpideiras e o CHEGA
Eis que é Natal outra vez!
Eduardo
Jesus
Temos tudo
para recuperar
Funchal
Iluminação
Natal
Madeira
melhor destino insular
ANOS
ANO XXII › €2,50
N.º283 mensal dezembro 2020
FELIZ
NATAL
& BOM ANO 2021
SINCEROS VOTOS DA EQUIPA DE O LIBERAL comunicações, Lda.
sumario 18
04 ENTREVISTA
Tem a gestão governamental
regional das pastas mais fustigadas
pela pandemia – o turismo e
a cultura – mas não é por isso que
baixa a guarda. Os desafios próximos
dos setores que Eduardo
Jesus tutela nesta entrevista em
que também deixa uma mensagem
de natal e de esperança no
ano novo que se avizinha.
09 turismo
Madeira revalida título de melhor
destino insular do mundo
10
Opinião Hélder Spínola
De todos e de ninguém
11 Ambiente
Gestão dos oceanos para resolver
desafios globais
12
14
18
Madeira Aves
Pato-Real e Codorniz
Opinião Isabel Fagundes
Eis que é Natal outra vez!
19 Educação
Um cheirinho a Natal
20
24
26
Especial Natal
Funchal iluminado
Em Análise...
Damas, carpideiras e o CHEGA
Câmara Municipal do Funchal
Programa ‘Amianto Zero’
Viajar com Saber
(Re)descobertas “cá dentro”
28 Beleza
Cuidados de rosto
29 Nutrição
O Natal e o Bacalhau
30 Comportamento
Ano Novo, será desta?
31 Saúde
Somos de afetos
32 Finanças
Comprar ou arrendar casa?
33
34
48
50
Image Consulting
Marketing Pessoal e Imagem
Pessoal
Dicas de Moda
Masks New Year
36 Makeover
Um dia com... Elma Aveiro
38 Motores
“Orgulho nacional” em Miguel
Oliveira
40
Fashion Advisor
Safari Collection
42 Decoração
O natal na decoração
43 Social
À mesa com...Fernando Olim
Estatuto Editorial
36
saber DEZEMBRO 2020
3
ENTREVISTA
Eduardo
Jesus
O Governo Regional
da Madeira está a
fazer tudo
para sairmos
mais fortes
desta crise
Tem nas mãos a gestão dos setores (turismo e cultura) que têm sido
mais fustigados pela pandemia da covid-19 mas não baixa a guarda. O
controlo pandémico, que tornou o destino Madeira seguro e apetecível,
bem como o facto da Madeira ter revalidado o título de ‘Melhor Destino
Insular do Mundo’ oferecem perspetivas positivas face à recuperação. O
presente e o futuro nesta entrevista a que Eduardo Jesus nos respondeu
por escrito e rematada com a sua mensagem de natal e de ano novo.
Nascido no Funchal a 18 de abril de 1969, Eduardo Jesus é o 2.º filho de
três rapazes. Decidiu pela ciência económica, apesar de gostar muito
de engenharias e arquitetura. Mudou-se para Lisboa aos 17 anos, para
se formar em Gestão de Empresas pelo ISCTE. Esteve na capital durante
cinco anos. Acabou por regressar à Madeira para dar continuidade à
empresa fundada pelo pai, hoje a ECAM. Foi Presidente da Delegação
Regional na Madeira da Ordem dos Economistas, vice-presidente da ACIF
– Câmara de Comércio e Indústria da Madeira e membro do Conselho
Geral da Universidade da Madeira. Os tempos livres gosta de os dedicar
aos carros clássicos que os restaura e usufrui quando tem oportunidade.
Dulcina Branco
gentilmente cedidas pela Assessoria da SRTC (Paulo Camacho)
Como é que o Senhor Secretário vê o setor
turístico madeirense na atualidade,
no que diz respeito aos seus principais
desafios?
- A atual realidade epidemiológica alterou
o paradigma que vínhamos vivenciando no
Turismo, tanto na Madeira como em todo o
mundo. O Turismo foi o setor mais afetado,
mas também será aquele que terá maior
potencial de recuperação, ultrapassados os
constrangimentos atuais. Havemos de voltar
a uma normalidade que acontecerá depois
de ser encontrada a vacina. Contudo, as
debilidades que a pandemia infligiu na economia
global vão requerer algum tempo até
que consigamos voltar ao normal, que será,
necessariamente, diferente do que conhecemos
antes do deste vírus surgir. Sobretudo,
há que recuperar a confiança que se perdeu
com a ameaça da contaminação, pelo que o
problema não está na capacidade de recuperação,
mas, também, no espaço temporal
que decorrerá até que aquela seja possível.
4 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
5
Em regiões onde
a influência do turismo se
demarca é natural
que sintam maior pressão
em momentos de crise
mas também acaba por ser
o turismo aquela atividade
que mais depressa tem
respondido nas crises
anteriores quando chega
a altura da recuperação
Creio que, uma vez ultrapassado o medo
e reconquistada a confiança na segurança
para viajar, os fluxos turísticos tenderão a
voltar à normalidade, num enquadramento
que, no entanto, resultará muito diferente
daquele a que estamos habituados.
Que ‘caminhos’ poderá o setor turístico
seguir no futuro?
- Sempre estivemos e continuamos no caminho
que entendemos certo para crescermos.
Temos um desempenho notável no
controlo da Covid-19, embora dependente
da procura dos mercados externos e das
realidades a nível de pandemia de cada um
deles, assim como do desenvolvimento de
Portugal, igualmente neste domínio. Seja
como for, a nossa estratégia está definida,
os nossos ativos estão intactos, as nossas
vantagens competitivas resultam acrescidas.
Temos tudo para recuperar. Neste
momento, aguardamos que o mercado internacional
se encontre em condições para
corresponder à nossa oferta. Temos adotado
táticas que nos têm valido em momentos
especiais deste processo. Desta forma,
o nosso caminho passa por manter o rumo,
optando, em cada dia, em função da informação
e das evidências que vamos recolhendo
e trabalhando, sempre, em conjunto,
com todo o setor. O Centro Internacional de
Negócios da Madeira constitui uma vertente
que poderá ser ainda mais contributiva
para a nossa economia. Um dos propósitos
da sua criação é mesmo esse.
Quando contacta com os agentes turísticos
e os hoteleiros, que preocupações é
que estes lhe transmitem?
- O contato com o setor sempre o fizemos.
Antes da pandemia, durante, e continuamos
no terreno a dialogar. Sempre fizemos
questão de auscultar os intervenientes do
setor para que pudéssemos decidir em consonância
com as suas pretensões. Esse é o
caminho: dialogar, ouvir e sentir para tomar
as decisões adequadas. Evidentemente que
em cada momento as questões que os empresários
enfrentam são diferentes, mas a
nossa resposta vai sempre no sentido de
criar condições para que possam desenvolver
as suas atividades com o maior sucesso
possível. Às dificuldades atuais, o Governo
Regional da Madeira tem respondido com
medidas adequadas que visam manter as
empresas vivas e os respetivos postos de
trabalho.
Podemos falar de uma relação de hiperdependência
da Madeira e Porto Santo
em relação ao setor turístico e se esta
‘hiperdependência’ não constitui uma
‘faca de dois gumes’ para a economia regional?
- O Turismo tem uma importância evidente
na economia da Madeira, pese embora
existam outras áreas com expressão como
é o caso da construção e do CINM. Diria que
estes três setores têm um peso grande, sendo
que, no que respeita ao Turismo contribui
com 26% do PIB regional. Temos de ter
uma noção clara de que o fator distintivo
da Madeira e do Porto Santo passa pela sua
oferta que vai do mar à montanha e da sua
cultura ímpar que faz com que as pessoas
de fora nos queiram visitar. Isso é o que nos
distingue e que faz com que o turismo seja
uma consequência natural que temos sabido
gerir ao longo de mais de 200 anos. Daí
que, em situações como a atual, que está a
afetar a economia mundial, acabe por ter
efeitos em toda a linha onde o turismo não
é exceção. Em regiões onde a influência do
turismo se demarca é natural que sintam
maior pressão em momentos de crise mas
também acaba por ser o turismo aquela atividade
que mais depressa tem respondido
nas crises anteriores quando chega a altura
da recuperação. Ter um setor como o turismo
a contribuir com 26% do PIB não é um
problema. É o que muitos destinos querem
e ainda não conseguiram.
O problema não está no turismo, mas nos
outros setores que ainda não se afirmam de
igual forma.
Como é que sairemos desta pandemia?
- O Governo Regional da Madeira está a fazer
tudo para sairmos mais fortes desta crise. O
nosso controlo pandémico tornou o destino
ainda mais seguro e apetecível. Isso foi evidente
logo em julho quando as ligações aéreas
recomeçaram em força. Em setembro,
mais de 71% das companhias tinha retomado
as suas operações para a Madeira.
O que é que gostaria que acontecesse ao
setor que ainda não aconteceu?
- Que se encontre uma solução a nível da
prevenção na Saúde para que a vida possa
voltar a retomar o seu percurso rumo à normalidade.
Quando olharmos para trás, para
este tempo que estamos a viver, concluiremos
que, apesar de tudo, foi uma oportunidade
ganha pela Madeira e pelo Porto
Santo, e que os desafios que nos foram lançados
foram convertidos em estímulos para
o nosso desenvolvimento.
Tem também sob a sua alçada a Cultura.
Como é que este setor sairá da pandemia?
- Temos estado sempre ao lado da Cultura.
Desde a primeiro momento em que a pandemia
surgiu que nos preocupamos com
quem trabalha nessa área. Criamos uma primeira
linha de apoio ao setor no sentido de
esbater os contratempos, cujas entidades
Uma vez ultrapassado o
medo e reconquistada a
confiança na segurança
para viajar, os fluxos
turísticos tenderão a
voltar à normalidade,
num enquadramento que,
no entanto, resultará
muito diferente daquele a
que estamos habituados
que se candidataram já receberam os pagamentos.
E, agora, reforçamos o apoio com
uma segunda linha. Além disso devo recordar
que empreendemos muitas iniciativas
com os artistas, mesmo em plena pandemia
no sentido de apoiar, e temos outras vertentes
através das quais reforçamos o apoio a
quem se dedica à cultura. O nosso grande
propósito foi o de criar oportunidades para
que os profissionais da cultura pudessem
fazer aquilo que mais gostam e, consequentemente,
permitir que continuassem
a viver da cultura.
O que é que falta acontecer ao setor
cultural madeirense para que ‘respire’
em alturas de crise e não esteja tão dependente
dos apoios governamentais?
- Temos de ter a clara noção da nossa dimensão.
Por isso, é importante que existam
os apoios do Governo para equilibrar
algumas entidades e artistas, mesmo em
períodos normais. Não se trata de um setor
lucrativo, por definição, e, além disso,
resulta num enorme contributo social que
requer um envolvimento híbrido de forma
permanente.
6 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
7
Temos as iluminações
para lembrar o Natal e
ainda o fogo de artifício
no começo do novo
ano, além de outras
iniciativas que este ano
são compreensivelmente
adaptadas à circunstância
atual
Turismo e Cultura não deveriam ter cada
um a sua própria secretaria?
- Gosto muito de ter o privilégio de estar a
tutelar os dois setores, do Turismo e da Cultura.
É uma responsabilidade que assumo
com a consciência da enorme valia que esse
conjunto permite, sendo que, a possibilidade
de trabalhar em simultâneo estas duas
pastas só traz vantagens. O enquadramento
atual não aconteceu por acaso. A experiência
governativa regional já testou várias
possibilidades e esta é a que tem resultado
melhor para o interesse dos madeirenses e
portossantenses e todos os que nos visitam.
A cultura, para além de toda a importância
que representa na nossa sociedade é um
ativo único que nos distingue como mais
nenhum. Quando trabalhamos pela cultura,
entregamo-nos à sociedade de uma forma
que é transversal, diversa e muito especial.
Essa entrega constitui um contributo para o
enquadramento da própria cultura. Servir a
população e, simultaneamente, através desse
grande ativo que é a cultura, aprofundar
a exclusividade da nossa oferta turística é o
melhor que se pode conseguir. Nenhuma outra
função resulta tão bem para os interesses
dos residentes e daqueles que nos visitam.
Por outro lado, o turismo precisa da cultura,
cria oportunidades únicas para o seu enriquecimento.
A globalização é um fenómeno
que carateriza o turismo e a cultura e que evidencia
o que muito em comum existe entre
elas. Pelo contrário, se quisesse fazer uma
abordagem a esta questão por via das desvantagens,
também, concluía muito rápida e
objetivamente que não se encontra qualquer
uma que resulte desta possibilidade.
O que tem de mais desafiante o cargo de
Secretário Regional do Turismo e Cultura?
- É evidente que gosto muito do meu trabalho.
Há muitos anos que me interliguei com
o Turismo e a Cultura pelo que desenvolvo
a minha atividade governativa não só numa
perspetiva de um contributo à sociedade, à
causa pública, mas também porque estou
motivado para um contributo que seja útil.
É essa busca constante em pensar fora da
caixa, pelo querer sempre melhor que me
estimula e torna a minha atividade desafiante.
Esta função é muito desafiante por
lidar com setores globalizados, transversais
à sociedade e na dependência daquilo que
ocorre no mundo. São áreas que nunca controlamos,
daí a permanente atenção e antecipação
que lideramos processos e tendências
e, desta forma, sermos donos do nosso
destino.
Estamos com um Natal e um fim de ano
diferente dos moldes habituais...
- Este Natal é diferente pelas contingências
da pandemia que todos conhecemos.
Podemos conviver em família mas de uma
forma condicionada, ainda que cumpridas
as regras de distanciamento, da higiene
frequente e do uso de máscara. Temos as
iluminações para lembrar o Natal e ainda
o fogo de artifício no começo do novo ano,
além de outras iniciativas que este ano são
compreensivelmente adaptadas à circunstância
atual. Na Região vive-se com muita
intensidade esta quadra e importa criar as
condições para que esta situação ocorra na
maior segurança e conforto por todos.
A sua mensagem de Natal e ano novo.
- Vivemos um tempo novo que exige de cada
um de nós uma grande capacidade de entrega.
Devemos lutar cada dia para que consigamos
ultrapassar as contrariedades com
redobrados cuidados. Temos de ser capazes
de encontrar soluções e podemos orgulhar-
-nos do que os madeirenses e portanssantenses
têm feito desde o primeiro minuto
em prol desta terra e de quem nos visita.
O futuro depende daquilo que quisermos e
daquilo que concretizarmos neste momento
que é especial. s
8 saber DEZEMBRO 2020
TURISMO
Parabéns, Madeira!
D
epois de ter conquistado a distinção
de melhor destino insular da Europa,
veio o reconhecimento mundial
com a conquista de melhor destino
insular do Mundo no World Travel Awards.
As regiões da Madeira, Lisboa e Algarve venceram
nas categorias melhor destino insular,
melhor ‘city break’ e melhor destino de praia
os World Travel Awards 2020. A cerimónia
da 27.ª edição decorreu em novembro de
2019 em Moscovo, na Rússia, por videoconferência.
“Este é um feito notável a Madeira
conquistar o prémio de ‘Melhor Destino Insular
do Mundo’ pelo sexto ano consecutivo.
É um mérito do trabalho que intensificamos
a partir de 2015 que não só colocou a Madeira
no mapa naquele ano, como cimentou
essa distinção ano após anos, contribuindo,
desta forma, para dar mais consistência ao
reconhecimento que a Região atingiu em
todo o mundo”, disse Eduardo Jesus, secretário
regional do Turismo e Cultura num comunicado.
No âmbito da distinção, a Associação
de Promoção da Madeira lançou uma
nova campanha de divulgação da ilha para
assinalar a sua eleição como Melhor Destino
Insular do Mundo com o objetivo de “celebrar
uma das principais razões que a torna
o Melhor Destino Insular do Mundo: as pessoas”,
indicou a instituição num comunicado,
reforçando que, “a resiliência, empatia
e dedicação fazem com que quem visita a
Madeira se sinta em casa, uma experiência
que marca e não passa despercebida”. Nuno
Vale, da Associação de Promoção, salientou
ainda que as distinções ganham “maior relevância”
num ano “tão atípico” e constituem
um “indicador de reconhecimento” pelo trabalho
de adaptação às novas circunstâncias.
Objeto OLEA campanha, produzida internamente,
foi lançada nas principais redes
sociais e no YouTube, em português, inglês,
francês e alemão. Também o presidente
da Assembleia Legislativa da Madeira, José
Manuel Rodrigues, congratulou-se com o
prémio, considerando que se trata da “reafirmação
e reconhecimento” da qualidade
do destino. “O galardão de Melhor Destino
Insular do Mundo 2020 atribuído à Madeira
é um grande feito, representa a sustentação
do arquipélago enquanto destino seguro, e
é uma distinção que a todos deve encher de
orgulho”, disse em comunicado. s
Dulcina Branco
Rabaçal - Cícero Castro
saber DEZEMBRO 2020
9
OPINIÃO
Hélder Spínola
Biólogo/Professor Universitário
De todos
e de ninguém
Se muitas vezes o que é de
todos é de ninguém, é porque
a sociedade, as suas leis, a
sua cultura, as entidades
responsáveis por fazer cumprir
a lei, não imprimem tanta
determinação na proteção
dos bens comuns como a que
investem para os bens privados.
D
esde cedo ouvi meu pai dizer que
quando algo é de todos é, ao mesmo
tempo, de ninguém e, como tal,
é desbaratado e destruído. O meu
pai, até se reformar, exerceu profissões tão
diferenciadas como as de guarda noturno,
agricultor, pedreiro e jardineiro, e, como se
vê, esteve muito longe de ser reconhecido
como filosofo ou académico. No entanto,
mais tarde, reconheci esta mesma ideia, na
escrita de autores internacionalmente reconhecidos,
como o ecologista Garret Hardin
com o seu ensaio de 1968 “a tragédia dos
comuns”, hipótese que, no entanto, já era levantada
desde a antiguidade. Recentemente,
quando, a pé, regressava da escola com
os meus filhos, o mais novo parou à frente
de um portão para ouvir um cão ladrar, algo
que habitualmente fazia. No entanto, daquela
vez, o cão não ladrou. Para chamar a
atenção, deu um pontapé no portão e, de
imediato, ouviu-se o habitual ladrar. Ralhei
com o miúdo. Que não podia fazer aquilo,
que o portão é de alguém e não podia estragar
o que é dos outros, que ele também não
deveria gostar que dessem pontapés nas
coisas dele. Ele pediu desculpa e disse que
não voltava a fazer. E eu fiquei a pensar…
Será que eu teria reagido da mesma forma
se ele desse um pontapé numa pedra, ou
numa árvore? Será que a minha reação de
condenação teria sido igualmente veemente
se, em vez de propriedade privada, estivéssemos
a falar de propriedade pública, de todos?
Cheguei à conclusão que, culturalmente,
temos entranhado em nós um profundo
respeito pela propriedade privada, algo ao
qual não é alheio o elevado grau de proteção
legal de que beneficia, mas para o que
é de todos somos demasiado permissivos.
A tragédia dos bens comuns não é apenas
uma questão de egoísmo individual, em que
cada um tenta beneficiar ao máximo dos recursos
e contribuir com o mínimo para a sua
conservação, é também cultural, até porque
não faltam exemplos de comunidades locais
que, coletivamente, e com vivências tradicionalmente
enraizadas, conseguem manter
o equilíbrio dos seus recursos apesar de
serem de uso e gestão comum. Se muitas
vezes o que é de todos é de ninguém, é porque
a sociedade, as suas leis, a sua cultura,
as entidades responsáveis por fazer cumprir
a lei, não imprimem tanta determinação na
proteção dos bens comuns como a que investem
para os bens privados. É sintomática
a permissividade e aceitação da sociedade
em relação à apropriação individual que alguns
detentores de cargos públicos fazem
de bens comuns, quer seja no desbaratar
de orçamentos para fins duvidosos até à
aquisição de veículos automóveis luxuosos
para se fazerem transportar. Essa permissividade
é transversal a qualquer tipo de bem
comum, seja uma floresta, uma ribeira, o
mar ou a frota automóvel de uma autarquia.
Se queremos que a nossa casa comum, o
Planeta Terra, mantenha os equilíbrios ambientais
que suportam a própria existência
da humanidade, então teremos de resolver
esta tendência para a tragédia dos bens comuns,
solução essa que passará inevitavelmente
por uma mudança cultura, uma cultura
ambiental. s
10 saber DEZEMBRO 2020
ambiente
14 líderes mundiais comprometem-se
a uma gestão dos oceanos 100 % sustentável
para resolver desafios globais
OPainel de Alto Nível
para a Economia Sustentável
do Oceano
(Painel do Oceano)
apresentou no dia 3 de dezembro
de 2020, nas redes sociais
da República Portuguesa e do
Ministério do Mar, uma nova
agenda de ação do oceano. Os
14 líderes mundiais do Painel
do Oceano comprometeram-se
a gerir de forma sustentável 100
% da área oceânica sob jurisdição
nacional até 2025, orientada
pelos Planos de Oceano Sustentável.
Os países irão trazer uma
abordagem holística à gestão
dos oceanos que equilibre a proteção,
produção e prosperidade
em quase 30 milhões de km2
de águas nacionais. O Painel do
Oceano também apelou a líderes
de estados costeiros e oceânicos
em todo o mundo para se
juntarem no compromisso para
com o objetivo de 100 %, para
que todas Zonas Económicas Exclusivas
sejam geridas de forma
sustentável até 2030. Os líderes
da Austrália, Canadá, Chile, Fiji,
Gana, Indonésia, Jamaica, Japão,
Quénia, México, Namíbia, Portugal,
co-presidentes do Painel
do Oceano Noruega e Palau lançaram
as Transformações para
uma Economia Sustentável do
Oceano. Reconhecendo que, a
saúde do oceano está em risco
devido a pressões como poluição,
pesca excessiva e alterações
climáticas, há dois anos, os
membros do Painel do Oceano
começaram a desenvolver um
conjunto transformador de recomendações
para proporcionar
uma economia sustentável
do oceano que beneficiaria as
pessoas em todo o lado e protegeria
efetivamente o oceano. O
resultado é esta nova agenda de
ação do oceano que – se alcançada
– pode ajudar a produzir até
6 vezes mais alimentos do oceano,
gerar 40 vezes mais energia
renovável, retirar milhões de
pessoas da pobreza e contribuir
para um quinto das reduções
de emissões de GEE necessárias
para permanecer dentro de 1,5
°C. Os países do Painel do Oceano
comprometeram-se ainda a
implementar um Plano Sustentável
para o Oceano até 2025.
O Painel do Oceano apoia ainda
uma meta global para proteger
30 % do oceano até 2030, onde
a contribuição de cada país dependerá
das suas circunstâncias
nacionais. Além do compromisso
de 100%, existem 74 ações
prioritárias que alcançaram o
consenso dos 14 países e que
incidem em cinco áreas críticas:
riqueza do oceano, saúde do
oceano, equidade do oceano, conhecimento
do oceano e financiamento
do oceano. À medida
que o mundo procura recuperar
da COVID-19 e suas consequências
económicas, o oceano pode
trazer alívio económico e tornar
as comunidades mais fortes. O
Painel do Oceano trabalhou com
uma Rede Consultiva composta
por mais de 135 organizações
do setor privado, ONG e organizações
intergovernamentais em
35 países para promover a nova
agenda através das respetivas
instituições e redes. s
Dulcina Branco
Sónia Matos (Multicom www.multicom.co.pt)
Artur Silva
saber DEZEMBRO 2020
11
MADEIRA AVES
Pato-real (Anas platyrhynchos)
Uma ave aquática da família Anatidae. Presente
todo o ano no arquipélago, principalmente devido
às aves semi-selvagens. É uma ave comum
por todo o hemisfério norte
JOSÉ FRADE
Fotógrafo autoditata
José Frade nasceu há 53 anos no
concelho de Cascais. Trabalha
no sector automóvel mas foi
a sua paixão pela fotografia,
principalmente a fotografia de
natureza, que o fez aprofundar
os seus conhecimentos sobre
as aves e consequentemente
aderir ao grupo "Aves de Portugal
Continental", grupo esse criado
pelo Armando Caldas, mas, como
membro desde o primeiro dia,
foi convidado pelo fundador, em
conjunto com ele, administrar
o referido grupo, vendo aí uma
oportunidade para partilhar os
seus conhecimentos e incentivar as
pessoas à protecção da natureza.
Dulcina Branco
José Frade,
administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,
que gentilmente nos cede as fotos que ilustram
esta rubrica
Aves marinhas feridas
ou debilitadas:
como proceder?
Todos os anos, o Instituto das Florestas
e Conservação da Natureza
é contactado pela população em
geral a fazer a recolha de animais
selvagens. O grupo de animais mais afetado
é o das aves, em especial aves marinhas
pelágicas. Este grupo de aves possui hábitos
noturnos durante a época de nidificação,
ou seja, regressam aos ninhos (em terra) à
noite. Entre setembro e outubro, é mais frequente
encontrar estas aves, normalmente
os juvenis que saem do ninho pela primeira
vez em direção ao mar. Atraídos pelas luzes
artificiais dos automóveis, das habitações e
das iluminações públicas, estas aves tendo
os olhos adaptados à visão noturna tornam-
-se mais sensíveis. Ficando encandeadas,
podem colidir com edifícios, vegetação alta,
linhas elétricas etc. acabando por cair, ficando
sujeitas à presença de predadores ou
até mesmo serem atropeladas. O que fazer
quando encontrar uma ave marinha? Aproxime-se
lentamente; se se sentir seguro(a),
use uma toalha ou pano para cobrir a cabeça
do animal e coloque-o numa caixa de cartão
adequada ao seu tamanho, com pequenos
furos para que possa respirar; não dê
água, alimentos ou medicamentos; à noite
dirija-se a uma praia, pouco iluminada e solte-a,
colocando-a no chão, próximo do mar;
nunca force a ave a voar. Informe o Instituto
das Florestas e Conservação da Natureza,
indicando o local onde encontrou a ave. s
Fonte:ifcn.madeira.gov.pt
Codorniz (Coturnix coturnix)
Ave da família Phasianidae. A subespécie confisa nidifica
nas ilhas da Madeira e Porto Santo;
também pode ser observada nas ilhas Desertas
12 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
13
especial NATAL
Iluminação
de Natal
no Funchal
Dulcina Branco
O.L.C. (Cícero Castro).
É das tradições natalícias madeirenses mais marcantes e bonitas a
iluminação natalícia no Funchal que este ano, apesar do contexto
da pandemia, não ficou esquecida. A capital madeirense fica especialmente
bonita em virtude das iluminações que embelezam ruas
e praças. Como é tradição, as luzes foram ligadas no dia 1 de dezembro
e ficam até ao dia 6 de janeiro de 2021. Este ano, as iluminações
destacam-se pela inovação tecnológica, o que está patente
no cais do Funchal com um ecrã de vídeo formando um túnel de luz,
por exemplo. Mas há muito mais para ver na bela capital madeirense
que homenageia a época natalícia como poucas no Mundo e que
se constata no ‘apanhado’ de imagens que ilustram estas páginas.
Feliz Natal e um Próspero Ano de 2021!.
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saber DEZEMBRO 2020
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saber DEZEMBRO 2020
17
OPINIÃO
Isabel Fagundes
Exerce funções numa escola do Funchal
Eis que é Natal
outra vez!
Neste Natal tantos corações
estão desalentados pelas
turbulências que afetaram
o mundo nos últimos tempos.
Mas é no coração que temos
de manter a magia do Natal,
que é o Amor que nos une
ao todo que nos rodeia.
Novamente o menino Jesus dorme
nas palhinhas e tudo se repete
como se o mundo estivesse igual.
A ansiedade das prendas, do consumismo,
da vontade de ter coisas, sobrepõe-se
ao dar-se ao outro e ajudar a mitigar
a dor daqueles que ficaram desprovidos do
essencial. Neste Natal tantos corações estão
desalentados pelas turbulências que afetaram
o mundo nos últimos tempos. Mas é no
coração que temos de manter a magia do
Natal, que é o Amor que nos une ao todo
que nos rodeia. Nas ruas da cidade, com as
luminosidades coloridas do mês de dezembro,
passeiam menos pessoas, atrás de uma
máscara, objeto que nos distância dos sorrisos
e das expressões faciais e que nos fazem
sentir mais perto, ou mais longe, daqueles
com quem nos cruzamos, caminhamos na
distância. E o Natal aqui tão perto. É uma
época que os sentimentos são mais intensos,
que sentimos mais saudade dos que
não estão. É neste momento que o amor
envolve mais as famílias, e desejamos muito
que a vida se torne mais tranquila. Mas este
Natal é diferente. Neste Natal o inimigo invisível
anda perto e dizem-nos para ficarmos
distantes. E a distância que nos dizem torna
tudo mais difícil. É preciso que as pessoas
acordem com os olhos da alma para que os
Natais vindouros sejam menos distantes. É
urgente abrir consciências para que a luz
do amor invada os dias e as horas da nossa
vida. Assim, e depois das tempestades, os
natais voltarão a ser serenos e verdadeiros,
como aqueles da nossa infância. Façamos
com que as melodias e o brilho das estrelas
nos elevem ao universo imenso onde mora a
verdade. Caminhemos de mãos dadas com
o nosso semelhante e façamos brotar sorrisos
naqueles que perderam a esperança.
Deixemo-nos envolver pela grandiosidade
da união entre a humanidade e espalhemos
fé onde mora o desespero. É novamente Natal,
mas um Natal diferente, no qual é dada
a oportunidade de expandir a magnificência
dos corações e oferecer ao mundo o que
cada um tem de melhor: o amor pela humanidade.
Caminhemos corajosamente para o
final de um ano de duras provas. Façamos
um Natal diferente. Um Natal de verdadeiro
AMOR! s
18 saber DEZEMBRO 2020
EDUCAÇÃO
Raquel Lombardi
Coordenadora Erasmus+
Um cheirinho
a Natal
Lembro-me quando criança e
adolescente, com a aproximação
da época natalícia, recebíamos
sempre postais de familiares e
amigos que há muito tempo não
recebíamos notícias. Era a tia da
Africa do Sul, a prima dos Estados
Unidos e outros familiares da
Venezuela. Postais lindos, uns
com música, outros não.
Raquel Lombardi
F
ui à caixa correio e, para meu grande
espanto, tinha um envelope vermelho.
O vermelho é a minha cor preferida,
por essa razão despertou a minha
atenção. Um envelope vermelho, com certeza
não seria contas para pagar! Hoje, não recebemos
por correio, cartas de familiares ou
amigos, nem mesmo postais de Natal. Lembro-me
quando criança e adolescente, com a
aproximação da época natalícia, recebíamos
sempre postais de familiares e amigos que
há muito tempo não recebíamos notícias.
Era a tia da Africa do Sul, a prima dos Estados
Unidos e outros familiares da Venezuela.
Postais lindos, uns com música outros não.
Colocávamos no pinheiro de Natal lá de casa,
que ficava junto à lapinha. Era tão divertido
abrir o postal e ouvir a música de Natal. Na
minha casa, vivia-se intensamente esta época
festiva. Esperávamos um ano inteiro para
chegar ao dia tão esperado: a chegada do Pai
Natal!. Escrevíamos cartas, pedíamos tantos
brinquedos. Numa família de 8 filhos, a carta
não funcionava como o esperado, mas recebíamos
sempre um presente do Menino Jesus.
Exatamente, a chegada do Menino Jesus,
o Pai Natal aqui não era chamado! Muitas
vezes pedi o brinquedo da moda, o sonho de
qualquer criança e recebia outro completamente
diferente do desejado. Mas, não havia
tristeza. Era aquele presente que o Menino
Jesus tinha trazido para mim, e ficava imensamente
feliz. Até hoje, o Natal é uma época
muito especial, mas não pelo consumismo
(essa é a parte que mais me dececiona), mas
pelo valor que atribuímos às pequenas coisas.
Uma sandes de carne de vinho e alhos e
uma chávena de cacau, num café no Mercado
dos Lavradores, é uma tradição que tenciono
manter. Mesmo com o Covid a ameaçar, esta
tradição irei concretizar!. Não haverá noite do
Mercado, mas também não fazia parte da minha
rotina natalícia, apesar de ser um evento
memorável. Irei como a tradição manda,
visitar o mercado e fazer algumas compras.
Sentir aqueles cheiros e vivenciar o colorido
daquele lugar mágico. A Lapinha Madeirense
e a árvore de Natal, costumava fazer a 8 de
dezembro, cuja tradição era que cada amigo
trazia consigo um enfeite de Natal para decorar
a árvore. Este ano será diferente, mas
com certeza, com muita criatividade e espírito
festivo. A família tem um grande peso nas
festividades natalícias. Devido as limitações
que este ano assola as nossas vidas, este
Natal será dedicado aos membros da família
mais chegados, os nossos alicerces de vida.
A solidariedade é outro dos ingredientes que
dão sabor ao meu Natal. A solidariedade alimenta
a alma, e fazer alguém feliz ilumina o
coração. Esta época, que nos leva a uma viagem
introspetiva da nossa atuação como seres
humanos, faz-nos olhar o outro como um
continuar da nossa espécie humana. Olhei
novamente para o envelope vermelho que
segurava na mão, enquanto deixava para
trás aqueles pensamentos maravilhosos que
iluminam o meu Natal. Abri com cuidado, e
para meu grande espanto, tinha um Postal
de Natal, muito colorido e atraente, e o mais
incrível, era um postal musical!. s
saber DEZEMBRO 2020
19
em análise...
Francisco Gomes
Analista político
gíveis humanistas de nome Estaline, Mao
Tsé-Tung, Ho Chi Minh, Hitler, Fidel Castro,
Hugo Chávez, Nicolas Maduro, Bashar al-
-Assad e Kim Jong-Un. Por alguma razão
que me ultrapassa, há quem acredite que
ser governado pelas Martins, as Mortáguas
e os Sousas deste país, que idolatram esta
estirpe de gente, é uma negociação de princípios.
Já entender-se com o Chega é razão
para rasgar vestes. Porquê? Fácil! Porque
os que pregam moral só se ofendem com
o comportamento dos outros. O seu, é-lhes
alheio. Quarto, era bom que certos socialistas
e certos sociais-democratas ganhassem
vergonha na cara. Os socialistas, em especial
os padrinhos do casamento do PS com o
Bloco e o PCP, porque deveriam lembrar-se
do seu fundador, Mário Soares, e da sua luta
contra o comunismo. Os sociais-democratas
porque já deveriam ter aprendido a miséria
que acontece ao partido quando os de
‘dentro’ vêm para os jornais fazer o jogo do
adversário. O PSD herdou uns Açores com
uma séria crise financeira e social, agravada
pela pandemia. É no ajudar aquela região
que o foco do partido deve estar. Quinto,
e último, não vale a pena extrapolar o que
se passou nos Açores para a República ou
para a Madeira e é um erro (que o Povo não
costuma perdoar) anunciar coligações antes
de se ter ganho seja lá o que for. Todavia,
há uma noção que tem de ficar clara: Quem
criou o Chega não foram os xenófobos nem
os fascistas. Quem criou o Chega foram os
governos da República que tornaram a corrupção
e o compadrio notas dominantes da
política portuguesa, gerando um número
imenso de cidadãos que no Chega têm encontrado
uma voz. Porque os votos deles
contam (e bem!) tanto quanto os dos outros,
é bom que aprendamos a viver nesta nova
realidade. s
Damas,
carpideiras
e o CHEGA
Porque a hipocrisia e a
ignorância são males que só
come calado quem quer, não
resisto a deixar-lhes umas notas
que, espero, possam contribuir
para refrescar-lhes a memória e
avivar-lhes o bom senso.
Carolina rodrigues
Muito me tenho divertido com
algumas damas ofendidas, armadas
em carpideiras da moral
alheia que por aí apareceram
a criticar o acordo que o PSD terá realizado
com o Chega para governar os Açores.
Porque a hipocrisia e a ignorância são males
que só come calado quem quer, não resisto
a deixar-lhes umas notas que, espero,
possam contribuir para refrescar-lhes a memória
e avivar-lhes o bom senso. Primeiro,
não foi o PSD que, com uma abordagem ao
Chega, abriu a porta da governação aos partidos
extremistas. Isso aconteceu quando,
depois de perder as eleições, o PS de António
Costa entendeu criar uma coligação com
a Esquerda totalitária do Bloco e do PCP. Na
altura, muitos ‘democratas’ disseram que a
solução era benéfica e uma expressão de
pluralismo. Nunca percebi porquê. Mas,
agora, não venham esses mesmos oportunistas
úteis dar lições de superioridade moral.
Além de exigir decência, a Democracia
também se faz com memória. Segundo, estranho
quem, dentro do PSD, e do dia para a
noite, tem ido de criticar Rui Rio de ser o animador
injustificado de um bloco central a
acusá-lo de ser um amante do fascismo. Se
tivessem estudado o percurso do homem,
tinham percebido que estes entendimentos
sempre existiram na sua carreira, incluindo
quando governou o Porto com o apoio da
CDU. Deviam ter feito o trabalho de casa.
Mas nem é por aí! Sabemos bem que o que
verdadeiramente lhes incomoda é que Rio
está, hoje, mais próximo de continuar a liderar
o PSD e isso baralha a ambição de alguns
novos ‘puritanos’, especialmente certos passistas
de tão má memória para a Madeira.
Terceiro, é ignorância apontar o Chega
como um partido fundamentalista sem, antes,
abrir os olhos para os partidos que hoje
sustentam o governo. O saudosismo desses
idiotas úteis talvez desconheça – ou puramente
decida ignorar – o que o seu amado
comunismo fez na União Soviética e ainda
faz na China, na Coreia, na Venezuela e em
Cuba, tudo com inspiração nesses incorri-
D.R.
20 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
21
CAPRICHOS DE GOES
Cultura
líquida
(ou em estado de sítio)
Um recente estudo sobre o
património cultural português
conclui que os portugueses são
aqueles que, de entre os povos
europeus, menos visitam os
museus e menos conhecem o seu
próprio património histórico e
artístico e edificado (SIC Notícias,
2020) Curiosamente, em 2017, um
outro estudo do Eurobarómetro,
concluiu que os portugueses
estavam entre os que mais
valorizam património na União
Europeia, no entanto, eram
aqueles que menos se mostravam
interessados na sua preservação
(Jornal de Notícias, 2017).
Diogo goes
Professor do Ensino Superior e Curador
“Estado de Sítio” (1972) é o título de um
filme, dirigido por Costa-Gavras, que
ilustra um drama histórico, denunciando
a ascensão dos totalitarismos
sul-americanos. Talvez, possa servir de metáfora
para a nossa própria reflexão que
a decadência e a crise na cultura europeia
possam levar perigosamente, na sequência
do atual contexto pandémico à entronização
das novas ideologias populistas e totalitárias
do século XXI. Um recente estudo
sobre o património cultural português conclui
que os portugueses são aqueles que, de
entre os povos europeus, menos visitam os
museus e menos conhecem o seu próprio
património histórico e artístico e edificado
(SIC Notícias, 2020) Curiosamente, em
2017, um outro estudo do Eurobarómetro,
concluiu que os portugueses estavam entre
os que mais valorizam património na
União Europeia, no entanto, eram aqueles
que menos se mostravam interessados na
sua preservação (Jornal de Notícias, 2017).
Tal razão poderá ser reflexo do estado de
domesticação cultural da nossa sociedade
pós-moderna. O entretenimento substituiu-
-se à Cultura, assumindo-se como uma prática
de prazer hedonista, preterindo o desenvolvimento
de um espírito crítico sobre
o estado desenvolvimento social, económico
e político das sociedades contemporâneas.
Confundir Cultura com atrações turísticas
e conceber uma espetacularização
da cultura, que responde às necessidades
de um modelo de desenvolvimento económico
neoliberal, esgotado, constitui também
um instrumento de dominação e de
enquadramento de massas pelas elites que
governam. O mito da implementação de políticas
de “democratização cultural”, desde
há várias décadas, constitui um argumento
de autoridade do poder para perpetuar a
hegemonia dominante. Determinar as práticas
culturais e os seus respetivos apoios,
instituindo outro mito, o da subsidiodependência,
visa justificar o desinvestimento
na Cultura, nos museus e na preservação
e conservação do património edificado e
artístico. Museus e Monumentos deixados
quase ao abandono, tornaram-se lugares
de ruína e perda. As elites e os decisores
públicos, tantas vezes não coadjuvados por
técnicos especializados, em vez de promoverem
uma verdadeira democracia cultural,
participativa e inclusiva, transformam a Cultura
num mecanismo de entronização do
poder, instituindo o mito de uma autoridade
intelectual e moral superior aos filhos do
povo. A concessão e privatização, desde há
várias décadas, do património histórico, público,
do Estado (ou da Região), para transformação
em estabelecimentos comerciais
ou hoteleiros (Lipovetsky, 2019) tem vindo
a demonstrar e expor o quão está o estado
do nosso património: em “Estado líquido”
(Bauman & Leoncini, 2017) ou seja, à mercê
dos interesses económicos. O regresso
à violência, à imposição e à opressão não
poderá prevalecer substituindo-se ao diálogo
e ao debate (Bauman & Leoncini, 2018)
sobre a qualidade das transformações culturais
e estéticas que acontecem no território
que habitamos. A não identificação
das populações com as práticas artísticas
contemporâneas, tidas tantas vezes por
elitistas, consubstancia o desenvolvimento
de processos de exclusão e repulsa. Os
museus e as instituições culturais que não
potenciem a inclusão social, poderão originar
a exclusão das pessoas que com eles
não se identificam (Moreno-Mendoza, Santana-Talavera
& Boza-Chirino, 2020). Uma
programação e uma educação patrimonial
intimamente ligada à comunidade (Monge,
2018) e às questões sociais poderá desempenhar
importante papel na construção de
uma sociedade mais justa e mais solidária.
A Cultura e a Arte, ao invés, deve possibilitar
o desenvolvimento da tolerância e respeito
pela diferença, contribuindo para a construção
de uma sociedade que olhe democraticamente
para a alteridade e todos inclua no
processo de participação social e cultural.
Todos devemos participar na construção de
uma Cultura sólida, crítica, para que não hajam
mais “Estados de Sítio”. s
Referências:
Bauman, Z. Leoncini, T. (2018) Nados Líquidos -
Transformações do Terceiro Milénio. Relógio d’Água
Editores.
Jornal de Notícias (2017, dezembro 12). Portugueses
entre os que mais valorizam o património na UE.
Disponível em: https://www.jn.pt/artes/portugue-
ses-entre-quem-mais-valoriza-patrimonio-na-ue-
-mas-menos-se-interessa---estudo-8970523.html
Lipovetsky, G. (2019) Agradar e Tocar – Ensaio sobre
a sociedade da sedução. Lisboa: Edições 70
Monge, M. (2018). Lei Quadros dos Museus e Descentralização.
Que caminhos? Boletim ICOM Portugal,
Série III, n. o 11.
Moreno-Mendoza, H., Santana-Talavera, A., &
Boza-Chirino, J. (2020). Perception of governance,
value and satisfaction in museums from the point of
view of visitors. Preservation-use and management
model. Journal of Cultural Heritage, 41, 178–187.
SIC Notícias (2020, dezembro 10). Portugueses entre
os europeus que vão menos a museus e conhecem
poucos monumentos. Disponível em: https://
sicnoticias.pt/cultura/2020-12-10-Portugueses-
-entre-os-europeus-que-vao-menos-a-museus-e-
-conhecem-poucos-monumentos?fbclid=IwAR33XQ
GzUsValLIf_yLHeByO9CbHO8k4zQNtTg2SACHkEK-
-LkHGheyvVv7.
D.R.
22 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
23
PUBLIREPORTAGEM
a Secretaria de Estado da Habitação, que vai
garantir ao Funchal financiamento para a
construção de novos bairros sociais camarários
a partir do próximo ano.”. Ainda este
mês, a Câmara Municipal do Funchal lançará
igualmente, com verbas próprias, concursos
públicos para “a realização de investimentos
no valor de 2 milhões de euros, para obras
estruturais de reabilitação nos complexos
habitacionais do Canto do Muro, da Ribeira
Grande e do Palheiro Ferreiro, que irão decorrer
ao longo do próximo ano”, acrescentou
o autarca. O Presidente concluiu que
“nos últimos anos, tivemos muitos exemplos
de que há quem prefira tentar chumbar o
futuro dos funchalenses, mas este Executivo
estará sempre do lado das soluções, do trabalho
feito, do que é melhor para a cidade e
dos direitos de quem mais precisa. Com rigor,
seriedade e transparência. Ter uma habitação
digna é um direito; vamos continuar
a trabalhar para que, no Funchal, ter um futuro
também o seja.” s
Departamento Comunicação e Imagem da Câmara Municipal do Funchal
PUB
1º
Miguel Silva Gouveia inaugurou últimos
POR CADA 10€ EM COMPRAS
NAS LOJAS ADERENTES, O
CLIENTE RECEBE UM CUPÃO
30 fogos do ‘Programa Amianto Zero’
O
Presidente da Câmara Municipal
do Funchal, Miguel Silva Gouveia,
e o restante Executivo Municipal
inauguraram na Quinta Falcão,
em Santo António, os últimos 30 fogos que
foram construídos pela Autarquia ao abrigo
do Programa Amianto Zero, que erradicou
o amianto da habitação social do concelho,
resolvendo um problema de saúde pública
que persistiu durante décadas. Com este
programa, enalteceu Miguel Silva Gouveia,
“a Câmara Municipal do Funchal investiu, ao
longo dos últimos três anos, 5 milhões de
euros num total de 66 novos apartamentos,
divididos entre a Quinta Falcão, onde nos encontramos,
e o Bairro dos Viveiros, em São
Pedro, melhorando a qualidade de vida de
cerca de 300 pessoas. Neste período de tempo,
fomos a entidade pública da Região que
mais habitação social construiu, e fizemo-lo
com verbas exclusivamente camarárias, passando
das palavras aos atos e dando corpo
àquele que tem sido um pilar da nossa governação,
desde que nos encontramos em
funções.”. O Presidente reforçou, de seguida,
que “no meio desta crise dificílima que
estamos a viver, de proporções ainda por
definir, as preocupações dos funchalenses
ao nível da habitação são das que mais continuamos
a ouvir. A crise tem exponenciado
este problema profundo e pré-existente,
criando ainda mais dificuldades e ainda mais
desigualdades. Concluir o Programa Amianto
Zero neste momento foi uma contingência
do destino, mas uma contingência feliz
e profundamente simbólica se pensarmos
que, em plena pandemia, será possível mudar
a vida a tanta gente.”. “O Programa será
concluído hoje, porque fizemos o diagnóstico
adequado no momento certo, e porque
há problemas que não se podem adiar para
sempre, caso contrário vão inevitavelmente
piorar. Com recursos escassos e com verbas
próprias, a Habitação Social nunca foi um
problema adiado para o atual Executivo da
Câmara Municipal do Funchal.”. Miguel Silva
Gouveia aproveitou a ocasião para anunciar
que na próxima semana, a Câmara Municipal
do Funchal “vai assinar um acordo de cooperação
com o Instituto Nacional da Habitação
e da Reabilitação Urbana (IHRU) e com
SR. COMERCIANTE,
ADIRA GRATUITAMENTE A ESTA INICIATIVA MUNICIPAL, EM PARCERIA
COM A ACIF, QUE VISA APOIAR O COMÉRCIO LOCAL.
A INICIATIVA DECORRE DE 2 DE DEZEMBRO PRÓXIMO A 26 DE
FEVEREIRO DE 2021 E CONSISTE NA ENTREGA DE 1 CUPÃO AOS
CLIENTES, POR CADA 10€ DE COMPRAS.
OS CUPÕES DEVERÃO SER DEPOSITADOS NA TÔMBOLA QUE SE
ENCONTRA NO BALCÃO DO INVESTIDOR.
SERÃO FEITOS 3 SORTEIOS (30/12/2020; 29/01/2021; 26/02/2021) E
OS 20 VENCEDORES DE CADA SORTEIO RECEBERÃO VALES DE 200€
PARA VOLTAR A APLICAR NAS LOJAS ADERENTES.
ADIRA, SÓ TEM A GANHAR!
ESTA INFORMAÇÃO NÃO DISPENSA A LEITURA INTEGRAL DAS NORMAS
QUE REGEM A INICIATIVA, DISPONÍVEIS NO SITE DO MUNICÍPIO.
3º
DURANTE 3 MESES SERÃO
SORTEADOS 60 PRÉMIOS,
DE 200€ CADA
2º
DEPOIS DE PREENCHIDOS, OS
CUPÕES DEVERÃO SER DEPOSITADOS
NA TÔMBOLA QUE SE ENCONTRA NO
BALCÃO DO INVESTIDOR
4º
O VALOR DOS PRÉMIOS
SERÁ APLICADO NAS
LOJAS ADERENTES
24 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
25
viajar coM saber
3]
1] Já conhecia Boticas pois é dos lugares que mais adoro em terras
do Barroso. Também, ou sobretudo, por aí se situar o Centro de Artes
Nadir Afonso, esse artista que admiro como poucos e que agora me fez
atravessar meio país para ir ao encontro da sua mais recente exposição:
“As Cidades de Nadir Afonso”. E fui. Repleto de entusiasmo e gosto.
ANTÓNIO CRUZ
AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt
(Re)descobertas “cá dentro”
Há um mundo completo em suspenso num tempo
de que se desconhece a duração. As fronteiras
foram amordaçadas. Os aviões foram parados. Os
céus obrigados ao vazio. E milhões de viajantes
espremidos nas suas geografias residenciais. Que, ao
momento, são as que nos restam. Pelo que, e porque
o momento é de (re)descobertas “cá dentro”, vou por
esse norte acima ao encontro de tntos tesouros que
desconhecia.
António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia
2] Boticas é uma vila serrana tranquila, de gente acolhedora
e espaços que nos convidam à pacificação, à meditação,
e ao encantamento outorgado pela beleza singela
e genuína. É silêncio e fascinação.
2]
4]
3] É também por aqui, e só por aqui, que existe um vinho único
no mundo, cujo produtor, o Sr. Armindo, é um poço de estórias
engraçadas e bem contadas e de uma vida calejada e trabalhadora
na defesa de um produto único e de excelência: o Vinho
dos Mortos. Fantástico e singular em todos os sentidos!
5] A suite que me calhou em sorte é das mais bonitas e deslumbrantes
por entre as muitas que já ocupei mundo fora. Espaçosa,
com soluções decorativas criativas e lindas, com o privilégio
de se respirar Nadir Afonso por todo o lado. Maravilhoso!
1]
4] Em 2015 Boticas passa a contar com uma fabulosa unidade hoteleira
onde tive o prazer de ficar alguns dias neste meu périplo nortenho.
Rodeado de bem-estar, de luxo, de boa gastronomia e acompanhado
por uma simpatia extrema e profissionalismo de alto nível do
seu staff. O lugar perfeito para permanecer e partir à descoberta das
aldeias e maravilhas do Barroso. É o Boticas Hotel Arts & Spa.
6] Preparado para todas as estações, o Boticas Hotel Arts & Spa está
pensado para dar resposta a viajantes que cheguem por negócios, ou
a casais e famílias que venham por lazer.
7]
5]
6]
7] Edifício bonito e elegante, encostado, e ligado umbilicalmente,
ao Centro de Artes que acaba por ser, em grande medida, a razão
da sua existência. E será sempre a razão dos meus regressos.
26 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
27
BELEZA
Luísa
silva
luísa silva
964 885 153
Gabinete BeautyStudio by Luísa Silva
rua 31 de Janeiro nº 12E, 5º andar sala V, Funchal
Facebook › BeautyStudio by Luísa Silva
Instagram › @beautystudiols
Cuidados de rosto
A
estação mais fria do ano pede cuidados
redobrados com a pele do
seu rosto. A pele torna-se mais
desidratada, áspera e muitas vezes
apresenta processos de escamação em
zonas mais sensíveis. Para contrariar esta
tendência e manter o pele jovem por mais
tempo, é importante que adeque os cuidados
diários às necessidades apresentadas.
Existem vários comportamentos a ter em
conta. Um deles é manter a hidratação a
nível do organismo ingerindo água no seu
estado mais puro. Esta é a melhor fonte de
hidratação. A alimentação é também um
ponto fulcral para manter não só a pele mas
todo o nosso corpo saudáveis. Alimentos
ricos em Vitamina C com propriedades antioxidantes
como o morango, a laranja, o limão,
os brócolos, permitem manter um sistema
imunitário forte e saudável e uma pele bonita
e jovial. Adeque também os seus cuidados
faciais às necessidades que a pele apresenta.
Esta é uma altura em que a pele necessita
essencialmente de se manter hidratada e
protegida, sendo também a proteção solar
um passo imprescindível no cuidado diário.
Reserve especial atenção aos lábios. Estes
tendem a se tornar ásperos e escamosos
no tempo de inverno, podendo até mesmo
o frio causar fissuras aà fina pele dos lábios.
Desta forma é importante hidratar, nutrir
e proteger. A nível de gabiente de estética,
uma Limpeza Profunda da pele é um tratamento
que deve ser realizado numa altura
de transição de estação, uma vez que as
mudanças climáticas são significativas e os
cuidados precisam ser ajustados. Uma Limpeza
Profunda da Pele é um tratamento que
inclui Esfoliação, extração de impurezas que
se vão acumulando (como pontos negros)
máscaras faciais adequadas a cada tipo e
estado de rosto e um aconselhamento cosmético.
Imediatamente após este processo
de cuidado facial, a pele apresenta um brilho
saudável, torna-se mais uniforme a nível de
tonalidade, visivelmente hidratada e nutrida.
Dica: Esfoliante caseiro: 1 colher de sopa de
açúcar, 3 colheres de sopa de café moído, 1
colher de sopa de óleo de coco. Aplicar o preparado
no rosto e massajar durante 3 minutos.
Repetir o processo 2 vezes por semana
para melhores resultados. A hidratação com
o seu creme diário após a esfoliação é fundamental.
s
28 saber DEZEMBRO 2020
NUTRIÇÃO
Alison Karina
de Jesus
Alison Karina de Jesus
Nutricionista (2874N)
facebook.com/nutricionalmentebem
instagram.com/nutricionalmentebem
info@nutricionalmentebem.com
https://nutricionalmentebem.com/
Cícero Castro (Festa do Vinho)
Chegou dezembro
e com ele o natal e o bacalhau!
Obacalhau é um peixe muito presente
na gastronomia portuguesa.
Bacalhau com natas, Bacalhau
à Zé do Pipo, Bacalhau à Gomes
Sá, Bacalhau com broa… Não são infinitas
mas em Portugal existem 1001 formas de
consumir este peixe que é vulgarmente
capturado nas águas frias da Noruega e do
Canadá mas também pode ser encontrado
no Oceano Pacífico. Dezembro é o mês do
natal, onde o bacalhau é o grande protagonista.
Na realidade o bacalhau é a prova de
uma paixão de um país por um alimento
que nem sequer é nosso. Em termos históricos
este peixe surgiu em Portugal, na
zona da Bairrada onde os viquingues trocavam
o bacalhau pelo nosso sal e vinho.
O óleo de fígado de bacalhau era muito
usado, apesar de na altura não se conhecer
o conceito de “ómega 3”, como forma
de tratar os défices de vitamina A e D. Mesmo
não sendo um peixe gordo, o bacalhau
apresenta níveis consideráveis de colesterol,
comparativamente aos outros peixes.
Porém, é uma boa fonte de minerais como
o selénio, magnésio, fósforo e cálcio e de
vitaminas do complexo B. Para além disso,
a pouca gordura que apresenta é polinsaturada,
onde se incluem os famosos ácidos
gordos ómega 3, protetores de doenças
cardiovasculares e não só. É também um
excelente fornecedor de proteínas de elevada
qualidade. Uma característica a realçar
no bacalhau é o seu teor em triptofano,
um aminoácido essencial (isto é, é obtido
através da alimentação), que é percursor
da serotonina, um neurotransmissor que
está envolvido na melhoria do humor, do
sono, sensação de bem-estar e da memória,
o que pode ser interessante nalguns casos
nomeadamente nas mulheres em fase
pré-menstrual e nos indivíduos propensos
a estados de stresse e com problemas de
sono. Um aspeto menos positivo é sua
quantidade elevada de sal. Se considerarmos
um bacalhau seco e salgado, os níveis
de sal presentes vão ser muito superiores
comparativamente ao bacalhau fresco (cerca
de 20 vezes mais), culpa do processo de
conservação. No entanto, este aspeto pode
ser facilmente ultrapassado através de
uma demolha eficiente, com troca regular
da água e também através da redução do
uso de sal na sua confeção, substituindo-
-o pelas ervas aromáticas. O bacalhau seco
é mais conhecido e consumido pela população
em geral contudo, nos últimos anos
tem vindo a aumentar a procura pelo bacalhau
fresco que é mais económico mas
não menos delicioso. O seu sabor é muito
mais suave e delicado tendo a vantagem de
ter naturalmente menos sal. Concluindo,
o bacalhau é um ótimo peixe para ter na
sua casa, seja no Natal ou não. Quanto às
receitas, lembre-se que são imensas e variadas.
Experimente e delicie-se! Procure
acompanhá-lo com o azeite, cenoura e hortaliças
em substituição às natas, maionese
ou mesmo às famosas batatas fritas. s
saber DEZEMBRO 2020
29
SAÚDE
Sónia ferreira
Sónia Ferreira
Psicóloga Clínica e 'Coach'
Ano Novo,
será desta?
O
odos os anos por esta altura começamos
a imaginar como será o
novo ano. É a altura de começar a
tomar decisões e fazer resoluções!
Algo como fazer dieta, começar a aproveitar
melhor o tempo e terminar aquele projeto
que tem estado fechado na gaveta são algumas
das coisas que costumam ir para à
lista de tarefas para o ano vindouro. Até há
algumas que parecem ter lugar cativo nessas
listas de vontades. E não é porque seja
bom repetir conquistas, mas sim, porque,
provavelmente ficaram pelo caminho. Se estivéssemos
à conversa em algum sítio onde
nos pudéssemos ver, estou certa de que por
esta altura já veria cabeças a acenar. Mas
continuemos. Os estudos realizados nesta
área dizem-nos que cerca 85% das resoluções
de ano novo que fazemos transitam de
um ano para o outro e que 21% são exatamente
as mesmas. Isto porque, concluem
estes estudos, apenas 46% têm sucesso. E
há mais. Outras pesquisas defendem que
a maioria destas vontades nascidas com o
novo ano duram pouco e se conseguirem
superar a barreira do dia 19 de janeiro já se
podem considerar sobreviventes. Os dados
são vastos, mas afinal, qual é a razão que
está por detrás deste padrão? Os motivos
são vários, mas comecemos por alguns. Um
deles e um dos mais evidentes é que metas
sem prazos são apenas sonhos vagos que
acabam por se desvanecer. Dizer que no
próximo ano vamos mudar de casa ou dizer
que um dia gostaríamos de começar a cuidar
mais de nós u dedicar mais tempo à família é
em tudo diferente de dizer que no dia 31 de
janeiro vou avançar com o meu novo negócio
ou que no dia 12 de junho vou embarcar
naquela viagem à tanto ansiada. A diferença
não está apenas na narrativa, mas, acima de
tudo, na forma como o nosso cérebro absorve
a informação e começa a focar-se nesse
objetivo. Todos precisamos de um incentivo
à ação, mas enquanto no trabalho é usual
definir prazos, parece que na área pessoal
e familiar tendemos a ser menos concreto,
o que dificulta a sua concretização. Não havendo
uma data de validade estamos a dar
espaço a que apareça (e cresça) a procrastinação
– uma palavra estranha que se traduz
no empurrar das tarefas “com a barriga”,
ocupando o tempo com outras coisas que
não sendo produtivas são muito mais prazerosas.
A procrastinação difere da preguiça
porque nesta última não fazemos absolutamente
nada, enquanto na primeira temos a
sensação de que estamos a ser produtivos.
Uma ilusão que se traduz num fazer de várias
coisas que em nada contribuem para o
nosso objetivo maior. Já vos aconteceu estar
a iniciar uma tarefa no computador (escrever
um relatório por exemplo) e, antes de
começar, vamos ver, rapidamente, como
estará o tempo naquele dia, depois abrimos
um outro separador porque nos lembrámos
de algo que temos de tratar e de repente,
quando damos por nós temos vários separadores
abertos cheios de informação muito
interessante, mas que em nada contribuem
para o nosso objetivo inicial? O mesmo acontece
quando nos perdemos nas redes sociais
ou em qualquer outra tarefa que esteja a
substituir o que íamos fazer por algo que
seja mais fácil e interessante. Esclarecendo:
sempre que nos decidimos a fazer algo novo
temos de sair da zona de conforto. E quando
isso acontece o nosso cérebro age! Ele atua
para que nos mantenhamos na zona de conforto,
não porque não entenda o nosso propósito,
mas porque nos quer seguros. Fazer
algo novo implica um maior gasto de energia
corporal e o nosso cérebro está desenhado
para nos manter no formato mais económico.
Não faz por mal, apenas porque assim
tem conseguido manter a permanência da
nossa espécie. Quebrar esta tensão entre o
que queremos fazer e a programação mais
arcaica do nosso cérebro implica o recurso
a algumas ferramentas motivacionais de
que falaremos no próximo mês. Para já libertem
os vossos desejos, escrevam-nos e
coloquem-lhes datas de início, fim ou de execução.
Até lá, desejo-vos um excelente Ano
Novo pleno de saúde, tranquilidade e boas
concretizações. s
30 saber DEZEMBRO 2020
SAÚDE
Carlos
Monteiro
Dr. Carlos Monteiro
CEO e Fundador da Biojam
Somos de afetos
Somos um povo de afetos. Gostamos
do contato, daquele abraço, do beijo
na chega e na partida. Gostamos de
partilhar, conviver e reunir para celebrar
as épocas festivas ou, simplesmente,
estarmos juntos. Talvez por esta razão seja
mais difícil lidar com os constrangimentos
impostos. Tudo são tentativas para atenuar
o impacto da pandemia que se instalou em
todo o mundo. Em Portugal, criam-se medidas
de compensação para empresas, as
quais não são mais que pensos rápidos. Procura-se
ajudar este e aquele setor, mas há
sempre algum que fica de fora. Inevitável!.
Estabelecem-se períodos de recolher obrigatório
e limita-se a circulação de pessoas, mas
chega-se à conclusão que cerca de 70% dos
contágios surgem através de convívio familiar
ou social. Estas foram algumas das estratégias
adotadas por Portugal e em muitos
outros países, enquanto países como a Eslováquia
optaram por testar toda a população
e decretar quarentena apenas para quem
teve resultado positivo ou para quem se
recusou a participar. Testar as populações
em massa foi uma das estratégias de excelência
apontadas pela Organização Mundial
da Saúde para refrear a propagação da Covid-19.
É certo que Portugal tem praticamente
o dobro da população, ainda assim quero
acreditar que não teria sido difícil!. Definidas
as normas para utilização dos testes tentam-
-se cumprir as directrizes que nem sempre
constituem a célere resposta desejada e,
muito menos, a solução para o maior dos
problemas que são o surgimento de cadeias
de infecção e as limitações impostas que
têm outro impato em períodos como seja a
quadra natalícia. É a pensar nesta necessidade
de afetos que muitas pessoas têm procurado
soluções de testes rápidos COVID-19
com o objectivo de criarem um sentimento
de segurança para elas e para todos aqueles
que integram o círculo familiar e de pessoas
que reúnem nesta época festiva. No fundo
são testes muitos simples que, de uma forma
simples, rápida e económica, poderiam
ter quebrado muitas cadeias de infecção
COVID-19 e evitado alguns dos períodos de
quarentena. Os testes rápidos de antigénio
COVID-19 de diagnóstico rápido de deteção
de antigénio devem ser utilizados de acordo
com a situação clínica, epidemiológica e
objetivo para o qual se destinam, nomeadamente
para deteção de casos da COVID-19
de forma rápida, para a célere implementação
de medidas de controlo da transmissão
do SARS-CoV-2. Os resultados dos testes são
obtidos em apenas 15 minutos, sem a necessidade
de instrumentação, o que reduz significativamente
os falsos positivos gerados por
contaminação de outros testes. Esta é uma
ferramenta de diagnóstico que, baseada
num sistema de fluxo lateral, não necessite
de instrumentação, ou seja, o teste é feito
com um dispositivo simples que detecta a
presença de uma substância numa amostra
líquida sem a necessidade de equipamentos
especializados e dispendiosos. Uma coisa é
certa: é fácil testar de forma rápida, económica
e segura a população. Difícil é vivermos
sem afetos. Boas Festas! s
saber DEZEMBRO 2020
31
FINANÇAS
Comprar ou
arrendar
casa?
Dulcina Branco
Susana Freitas
YoungNetwork Group Senior Communication Consultant
susanafreitas@youngnetworkgroup.com
"Quando pensamos em sair da casa dos
nossos pais, existe uma dúvida que se
impõe: comprar ou arrendar? Esta dúvida
permanece também noutros contextos
da nossa vida, quer seja no momento
em que mudamos de cidade ou a família
cresce, por exemplo. É algo muito natural.
Temos de perceber em cada momento, qual
a melhor solução para nós e sobretudo para
o nosso futuro”, diz Rui Bairrada, CEO do
site/empresa Doutor Finanças. Não existem
respostas corretas nem erradas quando
questionamos sobre qual a melhor opção:
comprar ou arrendar casa. Há vantagens e
desvantagens nos dois cenários. Comprar
uma casa representa um grande investimento
mas é algo que fará parte do património
da família. Uma vez nossa, a casa é
da nossa responsabilidade, assim como todos
os cuidados que dela advêm. Temos liberdade
para fazer os furos que quisermos
nas paredes, sem ter de pedir autorizações
prévias, por exemplo. Contudo, no que a
despesas diz respeito, devemos estar preparados,
pois teremos de pagar uma série
de taxas e comissões ao banco (em caso de
empréstimo) e ao Estado, tendo em atenção
que o banco apenas empresta até 90% do
valor da casa. No caso do empréstimo, devemos
também fazer cálculos à prestação
que teremos de pagar mensalmente. Dar o
passo de comprar casa significa assumir riscos.
Alguns podem estar mais sob o nosso
controlo, outros nem tanto, nomeadamente
a subida de juros, desvalorização do preço
do imóvel e obras. Pesemos também os
benefícios de se comprar um imóvel: prestações
mais baixas, valorização do imóvel
e estabilidade. Já num cenário de arrendamento,
a casa não é nossa. Devemos por
isso, ter mais cuidados com as alterações
que pretendemos fazer, por mais pequenas
que sejam. Devem sempre passar pela
aprovação prévia do senhorio. Os contratos
de arrendamento dão, no entanto, mais liberdade
para trocar de casa. Salvas as atualizações
de renda que podem acontecer no
final dos contratos, mesmo que estes sejam
renovados, pode planear os gastos que terá
com habitação a médio/longo prazo, sem
oscilações. Arrendar também tem os seus
riscos, característicos da situação temporária
e algo dependente que representa o
arrendamento. Se a dúvida do “comprar
ou arrendar casa” nos assola, temos de fazer
um exercício de reflexão sobre o nosso
contexto, condicionantes e disponibilidade
financeira. s
32 saber DEZEMBRO 2020
IMAGE consulting
instagram.com/qvestir.marisafaria/
facebook.com/QvestirConsultoriaImagem/
www.q-vestir.com/
info@q-vestir.com
Marisa Faria
Consultora de Imagem
Marketing
Pessoal
e Imagem
Pessoal
D.R.
A
imagem de uma pessoa é a sua
maior ferramenta, pois pode abrir
caminhos e proporcionar oportunidades.
O Marketing Pessoal é a
apresentação da sua imagem, o seu cartão
de visita, por isso é de grande importância
a aparência. Um bom profissional é aquele
que sabe vender a própria imagem e sabe
mostrar o seu próprio potencial, sabe persuadir
e argumentar, tem estilo e presença
marcante. O Marketing Pessoal surgiu como
uma forma de revalorização das capacidades
e competências, ou seja, uma forma
de destacar-se no mercado e atingir o sucesso.
É essencial destacar-se, no entanto,
sem esquecer de preservar a essência, as
caraterísticas como pessoa, pois só assim
a imagem que irá passar será genuína e
credível. O primeiro passo para é construir
uma autoimagem positiva e otimista, adotando
um discurso positivo. Portanto, cuide
da sua comunicação e apresentação pessoal,
pois estes são o seu cartão de visita.
O Marketing Pessoal proporciona não apenas
conquistas na vida profissional, mas
também na área pessoal. Investir num bom
Marketing Pessoal é um passo fulcral para
o sucesso profissional e pessoal. Algumas
pessoas passam uma imagem negativa
e essa imagem acaba por limitar as suas
oportunidades. Por isso, é preciso ter cuidado
com a imagem que passa e buscar eliminar
dela qualquer item que possa trazer
impacto desfavorável. A imagem é formada
por alguns fatores básicos como: Aparência,
Comportamento e Comunicação. O
ideal é fazer uma autoanálise, levando em
consideração cada um desses tópicos, pois
cada um deles pode transmitir o seu nível
de competência, responsabilidade, atenção
e comprometimento e consequentemente
resultados. O trabalho de uma Consultora
de Imagem passa por analisar esses aspetos
e aconselhar, no sentido de passar para
o exterior uma imagem coerente com a sua
essência e ao mesmo tempo que se destaque
no mercado para alcançar mais facilmente
o sucesso. s
saber DEZEMBRO 2020
33
DICAS DE MODA
Lúcia Sousa
Fashion Designer Estilista › 914110291
WWW.luciasousa.com
FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista
Henrique Teixeira
Manequim: Andreia Alves
Masks New Year
Está aí a época festiva de Natal e Réveillon!
Aqui ficam algumas sugestões de
máscaras reutilizáveis para comemorar o
Natal e passagem de ano com elegância,
glamour e um look divertido. Estes modelos,
em tons de azul e dourado, têm como inspiração
as cores da bandeira da nossa região. Daí
a escolha dos tecidos com textura, que variam
desde a renda na cor cobre com padrão de relevo,
o dourado com motivos cornucópias, as
lantejoulas em prata e dourado e o tecido azul
brocado com flores. Este modelo de máscara
tem de lado um elástico ajustável à medida e
no interior o tecido em algodão confere maior
conforto. ‘Stay elegant’ e proteja-se! Feliz Natal
e um Próspero Ano Novo. s
34 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
35
MAKEOVER
Um dia com...
Elma Aveiro
Mary Correia de Carfora
Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup
Texto/Produção: Mary de Carfora
D.R.
Olá! Nesta rubrica, trago-vos uma sugestão para o ano
novo baseada na tonalidade dos azuis e inspirada nos
conceitos de requinte e elegância que são apanágio da
nossa querida Elma Aveiro. A Elma Aveiro apresentou
a sua coleção de joalharia ‘By Elma Aveiro’ e, adicionalmente, uma
surpresa para rosto e corpo que me deixou maravilhada! Trata-se
de um sérum iluminador com óleos essenciais que deixa a pele
macia e é uma exelente preparação para qualquer maquilhagem.
Este produto pode ser adquirido na página @lojadaelma Instagram.
É um produto excelente porque além de ser uma opção
natural, o preço é super acessível e poderá ser utilizado também
no corpo, a par do rosto, naturalmente. Nesta maquilhagem,
optamos pelos brilhos e cores que combinam na perfeição com o
vestuário apresentado pela Elma. Utilizamos uma base adequada
ao tipo de pele e que realça os melhores rasgos da modelo. Deixo-vos
esta sugestão com muito carinho e os desejos de um Feliz
Natal e um Bom Ano de 2021. s
36 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
37
MOTORES
“Orgulho
nacional”
em Miguel
Oliveira
Numa época atípica como tem sido
a de 2020, a afirmação de Miguel
Oliveira no MotoGP e a conquista
de duas vitórias em toda a temporada
vieram demonstrar o potencial do piloto
que transita agora da Tech 3 para a equipa
oficial da KTM. A cereja no topo do bolo
aconteceu em Portugal, no regresso do MotoGP
a terras lusas, e onde Miguel Oliveira
dominou, conquistando a pole position com
a volta mais rápida nas qualificações e com
a conquista do lugar mais alto do pódio com
a vitória na corrida de Portimão, que dominou
do inicio ao fim. É caso para dizer que
os ventos portugueses trouxeram a sorte
ao português que corre na categoria mais
alta do motociclismo mundial. Mas nem
tudo foram flores. Pelo contrário, antes de
todos estes gloriosos momentos, o piloto
português passou por momentos complicados,
como é exemplo aquele que teve com
o espanhol Pol Espargaró, piloto da equipa
oficial da KTM, no GP da Áustria, quando um
choque com o espanhol em pista impediu
Oliveira de lutar por aquele que seria, na
altura, o seu primeiro pódio. Na semana seguinte,
no entanto, tudo começou a mudar.
Talvez até motivado pelo “azar” na corrida
austríaca, Miguel Oliveira venceu o Grande
Prémio da Estíria com uma última volta épica,
ultrapassando na última curva não só o
espanhol com quem tinha tido uma semana
de picardias como também o norte-americano
Jack Miller, quando ambos pensavam
estar a lutar somente entre eles pelo triunfo.
Desde então, Oliveira somou ainda três
sextos lugares e dois quintos até chegar ao
palco sonhado: Portimão, na última corrida
do ano. Sem público, devido à evolução da
pandemia em Portugal (e ao mau exemplo
que tinha sido deixado no GP de Fórmula
1), mas com todos os restantes ingredientes
para cumprir o sonho do piloto de Almada:
subir ao lugar mais alto do pódio, em “casa”.
A partir da próxima temporada, Miguel Oliveira
sentar-se-á numa mota da equipa
de fábrica da KTM e os horizontes podem
projetar-se um pouco mais além. No título,
quem sabe? Para já, abre-se a perspetiva de
o português se tornar no chefe de fila, ou
piloto principal, da equipa da marca austríaca.
É o próprio diretor da KTM quem o assume:
“Estou particularmente feliz pelo Miguel
Oliveira, porque ele será o piloto que ficará
connosco no próximo ano e estará ao lado
do Brad Binder na equipa de fábrica. Precisamos
de um novo chefe de fila para 2021
e creio que o Miguel com esta performance
se tornou num forte candidato. Estou também
feliz pelo Hervé Poncharal [diretor da
Tech 3], pois tornaram-se numa equipa fantástica
em apenas dois anos”, elogiou Beirer,
em declarações à Servus TV. (…) Miguel
Oliveira chegou a ter quase 4,5 segundos
de vantagem na 20.ª volta, registando um
novo recorde do circuito algarvio - na nona
volta rodou em 1.39,855 segundos. Com estes
resultados, Miguel Oliveira subiu à nona
posição de um campeonato ganho pelo espanhol
Joan Mir (Suzuki), que em Portimão
desistiu com problemas mecânicos na sua
mota, sagrando-se campeão com apenas
uma vitória esta época, enquanto a Ducati
venceu o campeonato de construtores.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo
de Sousa, deu os parabéns ao piloto de
Almada “pela sua extraordinária vitória em
Portimão, em Portugal”, felicitando também
todos os portugueses “por este momento
de alegria no meio de tantos meses de sacrifício
e de sofrimento”.
Classificação da corrida:
1. Miguel Oliveira (POR/KTM-Tech3):
41mins 48.163sec
2. Jack Miller (AUS/Ducati-Pramac) a 3.193,
3. Franco Morbidelli (ITA/Yamaha/SRT)
3.298,
4. Pol Espargaro (ESP/KTM) 12.626,
5. Takaaki Nakagami (JPN/Honda-LCR)
13.318,
6. Andrea Dovizioso (ITA/Ducati) 15.578,
7. Stefan Bradl (GER/Honda) 15.738,
8. Aleix Espargaro (ESP/Aprilia) 16.034,
9. Alex Marquez (ESP/Honda) 18.325,
10. Johann Zarco (FRA/Ducati) 18.596.
Classificação final do Mundial:
1. Joan Mir (ESP/Suzuki) 171 pontos - campeão
2. Franco Morbidelli (ITA/Yamaha-SRT) 158,
3. Alex Rins (ESP/Suzuki) 139,
4. Andrea Dovizioso (ITA/Ducati) 135,
5. Pol Espargaro (ESP/KTM) 135,
6. Maverick Vinales (ESP/Yamaha) 132,
7. Jack Miller (AUS/Ducati-Pramac) 132,
8. Fabio Quartararo (FRA/Yamha-SRT) 127,
9. Miguel Oliveira (POR/KTM-Tech3) 125,
10. Takaaki Nakagami (JPN/Honda-LCR) 116
s
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saber DEZEMBRO 2020
39
FASHION ADVISOR
JORGE LUZ
www.facebook.com/jorgeluz83/
Safari Collection
Nesta edição, apresento-vos a super
tendência da estação inspirada no
tema 'Safari'. Muitos 'prints animal'
surgem em peças diversificadas
como casacos, túnicas, vestidos, macacões...
Trata-se de uma tendência que está quase
sempre patente em todas as estações de inverno
mas neste ano, em particular. Foi uma
grande aposta considerada até ao momento
de sucesso. Houve uma enorme procura
por parte das senhoras de todas as idades e
faixas etárias por este 'print'. Trago-vos também
peças da coleção de uma conceituada
marca portuguesa que investiu na contratação
de figuras públicas para o seu catálogo
e cujas imagens compõem esta rubrica. São
artigos maravilhosos que estão disponíveis
para si. Minhas amigas, os 'maxi dress' vieram
em força. Aconselho a que apostem
numa mistura do Boho Chic de que forma?
Apostem nos acessórios Boho Chic em termos
de malas de camurça, botins de camurça,
colares bem expressivos... Desta forma,
conseguem tornar estes looks mais casual.
Acessórios mais requintados são para ocasiões
mais formais. Feliz Natal!. s
Jorge Luz
d.r.
40 saber DEZEMBRO 2020
saber DEZEMBRO 2020
41
DECORAÇÃO
Decoração de Natal
Para decorar a sua casa nesta época sempre tão especial, a
La Redoute apresenta uma coleção verdadeiramente irresistível
para esta época, que promete encher qualquer casa
de magia. Desde as tradicionais mini árvores decorativas, às
bolas de natal de vários tons – prata, dourados e encarnados – que,
combinadas com as mágicas grinaldas luminosas, criam ambientes
acolhedores, sem esquecer os calendários do advento. Para os momentos
de partilha e união à mesa, propõe toalhas de mesa decorativas
com padrões típicos da época, bem como loiças e castiçais.
Peças decorativas para decorar a sua casa nesta época tão mágica,
para todos os gostos e estilos decorativos. Feliz Natal!. s
Tânia Tadeu (taniatadeu@taylor365.pt), Dora Sousa (dorasousa@redoute.pt) newsredoute.com/fotos
newsredoute.com/fotos
42 saber DEZEMBRO 2020
LUGARES DE CÁ
SOCIAL
›
›
‘Mesas de Natal com Bordado
Madeira’ na Bordal
› Fábrica/loja da Bordal tem em exposição as mesas de natal com bordado Madeira
› Decoração ‘Passatempo de Natal’ no centro comercial Caniço Shopping
› António Barroso Cruz apresentou novo livro no Museu Casa da Luz
› ‘Conversas com Dom Nuno Brás’ de francisco gomes
› ‘Parlamento Musical’ na ALR da Madeira
› Barmen madeirenses homenagearam Alberto Silva
saber DEZEMBRO 2020
43
social
‘Mesas de Natal com Bordado
Madeira’
O Presidente do Governo Regional da Madeira inaugurou na fábrica
da Bordal, situada ao número 77 da rua Dr. Fernão de Ornelas,
a 5.ª edição desta iniciativa. A Bordal – Bordados da Madeira
voltou a recriar o espírito natalício madeirense com a exposição
de ‘Mesas de Natal com Bordado Madeira’ que apresentou os
trabalhos dos designers Lilia e João Paulo Gomes, Nini Andrade
Silva e Dino Gonçalves. A iniciativa pode ser visitada até ao dia 6
de janeiro de 2021. s
‘Passatempo de Natal’
No centro comercial Caniço Shopping celebra-se intensamente a
época natalícia, tanto que, leva a efeito, há 12 edições consecutivas,
o seu concurso ‘Passatempo de Natal’, este ano realizada por
21 instituições de ensino de ensino madeirenses com recurso a
materiais reutilizáveis e em parceira com diversas organizações.
São obras de arte aquelas que se encontram neste espaço comercial
e que merece uma visita atenta. s
DB
D.R. (direitos reservados).
DB
gentilmente cedidas pela Presidência do Governo Regional da Madeira
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saber DEZEMBRO 2020
45
social
Livro ‘Conversas Simples:
Entrevista a Dom Nuno Brás’
Francisco Gomes voltou ao Museu ‘Casa da Luz’ para apresentar
o livro que criou com base em diálogos mantidos com o
atual bispo do Funchal. ‘Conversas Simples: Entrevista a Dom
Nuno Brás’, que tem o prefácio de Dom Manuel Clemente,
cardeal-patriarca de Lisboa, foi apresentado por José Manuel
Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa Regional da
Madeira. s
DB
O.L.C. (Cícero Castro)
Livro ‘Diário de uma peste
anunciada’
O Museu Casa da Luz recebeu a apresentação e sessão de
autógrafos do novo livro de António Barroso Cruz, uma vez
mais, uma apresentação ‘fora da caixa’ que juntou no palco
das ideias diversos intervenientes como Francisco Gomes,
Ricardo Oliveira, Leda Pestana, entre outras personalidades
ilustres da sociedade madeirense. Uma edição com a chancela
da editora madeirense O Liberal. s
DB
O.L.C. (Cícero Castro)
Alberto Silva homenageado
No ano em que a Associação de Barmen da Madeira
comemora o seu 50º Aniversário, e na impossibilidade
de poder comemorar a data significativa devido à pandemia,
os Membros da Direção homenagearam o seu
presidente, Alberto Silva com uma placa comemorativa
de agradecimento. “Com este gesto a Direção pretende
agradecer e reconhecer o seu Presidente, que desde
sempre dedicou-se por inteiro, com total disponibilidade
e com uma paixão genuína pelo projeto em fazer crescer
e criar valor a esta Associação e aos seus Associados”,
justificaram os membros da ABM num comunicado. s
DB
Júlio Castro
PUB
‘Parlamento Musical’
O salão nobre da ALR da Madeira foi palco do primeiro
espetáculo do ciclo de 12 concertos do ‘Parlamento Musical’.
A fadista Sofia Ferreira e os seus músicos abriram
este ciclo de concertos. Devido à pandemia e às regras
de distanciamento social, o concerto foi limitado a 50 lugares.
s
DB
gentilmente cedidas por Assembleia Legislativa Regional da Madeira
Amílcar Figueira
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saber DEZEMBRO 2020
47
À MESA COM...
As sugestões de
FERNANDO OLIM
entrada
Salada com camarão
Disponha numa travessa folhas de alface, rúcula e
couve roxa. Adicione camarão previamente cozido e
tempere com molho vinagrete.
Os hábitos alimentares não mudam de um dia para o
outro mas de tempos a tempos é possível perceber
mudanças na maneira como lidamos com a comida.
O futuro próximo traz mudanças substanciais impulsionadas
pelas novas tecnologias e pelos avanços científicos. O
impacto que a produção de alimentos causa no planeta, o consumo
de produtos orgânicos e produzidos localmente, vegetais
e insetos adivinham-se como o futuro da comida. s
FONTE observador.pt
PRODUÇÃO FERNANDO OLIM
Agradecimentos Golden Gate Restaurant
DULCINA BRANCO
Fernando Olim e Pinterest
prato
principal
Paella Exótica
Paella com arroz, camarão, ‘curry’ e temperos
exóticos. Complemente com coentros, ervas
aromáticas a gosto e cogumelos.
sobremesa
Delícia de chocolate
Sobre uma base de bolo de chocolate, disponha bola de
gelado de morango e coco. Complemente com natas ou
chantilly, doce de morango, chocolate e hortelã.
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saber DEZEMBRO 2020
49
ESTATUTO EDITORIAL
A Revista Saber Madeira é uma revista mensal de
informação geral que dá, através do texto e da
imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes
e significativos acontecimentos regionais,
em todos os domínios de interesse, não esquecendo
temáticas que, embora saindo do âmbito
regional, sejam de interesse geral, nomeadamente
para os conterrâneos espalhados pelo
mundo.
É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente
aos quadros médios e de topo, gestores,
empresários, professores, estudantes, técnicos
superiores, profissionais liberais, comerciantes,
industriais, recursos humanos e marketing.
Identifica-se com os valores da autonomia, da
democracia pluralista e solidária, defendendo
o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder
assumir as suas próprias posições.
Comunicações, Limitada
Parque Emp. Zona Oeste, lote 7 | 9304-006 Câmara de Lobos 291 911 300 comercial@oliberal.pt
Estatuto Editorial
Mais do que a mera descrição dos factos, tenta
descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,
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devem ser claramente separadas: os primeiros
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deontológicos da imprensa e a ética profissional,
de modo a não poder prosseguir apenas
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encobrindo ou deturpando a informação.
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Director
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