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Restauro digital de fotografias

antigas

Alimentação e enxaquecas:

qual a relação?

Elisabete

e José António Garcês

Somos uma família

de hábitos simples

Anos

€2,50 | N.º301 | ANO XXIV

mensal JUNHO 2022

5 602930 003431

Helena Marujo

entrevista

‘Madeira,

a magia das flores’

Festa da Flor 2022


PUB


sumario

04 ENTREVISTA

A pioneira em Portugal da

Psicologia Positiva, Helena Marujo,

foi a oradora de uma palestra

no Liceu Jaime Moniz onde

destacou a necessidade de trazer

o tema do bem-estar e da saúde

física e mental para o centro

das conversas sobre Educação.

À Saber Madeira, a psicóloga e

investigadora explica como o seu

trabalho a tem ajudado a ajudar

os outros.

07 Educação

Competências a adquirir até ao

fim da educação pré-escolar –

Parte 2

08

10

12

15

16

Psicologia Social

Educar até pode ser fácil

Em Análise...

O caldeirão apetecido

Caprichos de Goes

Soluções criativas para os

problemas da gestão escolar

14 Cultura

Praxis literária em “O que Fica

(Poemas)” de Cristino Cortes

Cantinho da Poesia

Levadas

Madeira Aves

Corvo-marinho-de-faces-brancas e

Garça-real

18 Madeira

A Foto Arquivista de Ana Marta

20 Finanças

Como fazer uma boa gestão do

18

21 Turismo

Tetos mudéjares da Sé premiados

22 Saúde

Alimentação e enxaquecas: qual a

relação?

23 Bem-Estar

Creme de barbear com óleos

essenciais

24 Nutrição

Disruptores endócrinos

25 Imagem

Porque não atrai o que quer para

a sua vida?

Conversas com Sabor

26

Elisabete e José António Garcês

30

Viajar com Saber

Expo Dubai 2021

32 Decoração

Arrumação extra: casas de jardim

33

Marcas Icónicas

Empresa de Cervejas da Madeira

21

36

Fashion Advisor

O regresso da cor

42 Motores

Toyota GR Yaris

44

56

34 58 Casual&Chic

dinheiro na universidade? Tradição e Irreverência

Dicas de Moda

Beauty

38 MakeOver

Laura Photography

40

Agenda Cultural da Madeira

Junho

46 Instantâneo

Turistas de regresso e em força

47 Social

À mesa com... Fernando Olim

Estatuto Editorial

saber junho 2022

3


ENTREVISTA

Helena Marujo

O que é mais humano,

verdadeiramente

humano, como o

Amor, não se pode

substituir por

nenhuma automação

Dulcina Branco

gentilmente cedidas pela entrevistada

No âmbito do Projeto “Agenda Educação: Colaborar e

Construir - Jaime Moniz Escola UNESCO”, o liceu Jaime

Moniz promoveu uma palestra que teve como oradora

a professora e investigadora portuguesa pioneira

da Psicologia Positiva. Professora da Faculdade de

Psicologia da Universidade de Lisboa e Investigadora

e membro do ‘Board of Directors da International

Positive Psychology Association’, Helena Marujo

tem vasto currículo na formação de professores,

educadores, pais, psicólogos, técnicos de saúde e

de intervenção social. Acompanhámos a palestra e,

no final da mesma, falámos com Helena Marujo e o

resultado foi agradavelmente transformador - como

não poderia deixar de ser.

4 saber junho 2022


É professora, investigadora, palestrante

convidada em inúmeras iniciativas nacionais

e internacionais. O que é a que levou

a ir pela Psicologia e como tem sido este

percurso?

- Desde miúda que soube que queria ser

psicóloga. Entender e melhorar o comportamento

humano. Estar do lado de quem precisa,

no início como Psicóloga Clínica - procurando

ajudar no processo de reequilibro

psicológico, e depois através da Psicologia

Positiva - para ajudar a prevenir e limitar

quantas pessoas sofrem sem necessidade

por não terem os tais recursos psicológicos.

Tem sido uma viagem maravilhosa. Não podia

ter escolhido melhor profissão, melhor

formação. Tive a felicidade de poder fazer

o caminho com o meu esposo-colega, também

psicólogo e psicoterapeuta que, infelizmente,

partiu da vida terrena há pouco mais

de um ano, após doença prolongada, e com

quem palmilhei o mundo, de mãos dadas, a

levar a esta consciência e prática do melhor

dos seres humanos. Poder fazê-lo hoje em

tantos contextos, das empresas aos hospitais,

da educação à ação comunitária e, até,

de politicas publicas, é uma bênção que todos

os dias celebro, agradecendo aos meus

pais a visão que tiveram de me mostrar a

educação e as relações afetuosas como caminho.

Quando realiza uma palestra num ambiente

de comunidade escolar, que ideias

procura transmitir?

- Sobretudo que, a ciência é hoje, mais do

que nunca, um recurso fulcral para vivermos

com mais qualidade. Gosto de fazer as pessoas

sentir que a relação interpessoal é o coração

da vida – e da saúde, e da longevidade

e da felicidade, como os estudos mostram

– e de termos tempo e oportunidade para

ouvir, abraçar (metafórica ou efetivamente),

empatizar, sentir com o Outro. E gosto que

percebam o poder de três coisas: da linguagem,

que transforma as nossas realidades,

e por isso precisamos de ser especialistas

numa linguagem de apreço, as boas emoções,

pois são fundamentais para a saúde

das relações, do corpo e da mente, e o poder

de uma vida contributiva para a polis,

como os Gregos lhe chamavam – a cidade, a

comunidade, o que nos une.

Nesta palestra falou em humor, gratidão,

felicidade, alegria, positividade. Num

mundo em convulsão como o que vivemos,

não será uma utopia apelar-se a estes

sentimentos?

- Não sei quem disse que que esta não é

uma boa altura para ser pessimista, convidando

a que deixemos o pessimismo para

melhores alturas. Quanto mais a vida está

Emoções como o medo,

a tristeza, a raiva, são

fundamentais para a

nossa sobrevivência,

mas não podemos

ficar presos nelas

complexa, mais precisamos de ir buscar forças

às virtudes humanas, individuais e coletivas,

às emoções positivas que nos protegem

o sistema imunitário das consequências nefastas

das emoções negativas continuadas...

Quem é mais feliz tem melhor saúde?

- A investigação é muito clara: é resiliente e

competente na gestão dos mais complexos

acontecimentos pessoais e coletivos quem

consegue não ficar preso na negatividade e

na dor, mas dar-lhe um significado, resignificar,

e atuar de forma que faça a pessoa ou

o grupo sentir que tem algum controlo, mesmo

que parco, sobre a situação. As emoções

difíceis – o medo a tristeza, a raiva, etc. – são

fundamentais (e foram sempre) para a nossa

sobrevivência, mas não podemos ficar

presos nelas, seja no passado, seja na antecipação

ansiosa do futuro, pois isso fragiliza

ainda mais. O poder do humor, da gratidão,

da alegria, não é um processo superficial e

que nos desconecta com a dor. É, sim, uma

trampolim para sermos capazes de lidar

com ela. Pensemos no problema crescente

da doença mental e percebemos bem como

é fundamental aprender e praticar aquilo

que a ciência da felicidade tem vindo a comprovar.

Houve sempre convulsões e trágicas

complexidades. E sempre nos levantámos.

Apesar de tudo o que está a acontecer – e

para além do que está a acontecer nas nossas

atuais sociedades – nunca tivemos períodos

tão longos de paz na Europa, tanta

longevidade, tanta redução na pobreza, tão

baixa mortalidade infantil. Neste sentido,

esta palestra teve esta ideia subjacente que

é a necessidade de trazer o tema do bem-

-estar e da saúde – mental, física, relacional,

emocional – para o centro das conversas

sobre Educação. Educar não é mais apenas

a preparação para uma profissão e para o

mercado de trabalho. É educar para a forma

de sermos humanos juntos, é educar para a

resiliência, para a esperança, para a relacionalidade

solidária e fraterna. É educar para

a felicidade e para a paz.

A Educação ainda é a grande ferramenta

para tornar o mundo um lugar melhor?

- A Educação continua a ser um caminho

essencial para transformarmos o mundo.

Aprender a pensar criticamente, conhecer,

aprofundar e integrar conhecimentos, bem

como valores e perspetivas - ações que a

ciência e a pedagogia facilitam através da

instrução, formal e não formal - são vitais.

E são realizadas em relação interpessoal,

o que é fundamental para que o mundo

melhor – o Encontro com o Outro. Mas há

outras ferramentas a despontar, ligadas à

Educação, como o desenvolvimento de estruturas

e práticas comunitárias, familiares,

empresariais... Mais igualitárias e menos

hierarquizadas, mais participativas e menos

focadas em lideres isolados/as, de verdadeira

colaboração, interdependência, interdisciplinaridade

e co-constução, que nos

aproximam de formas de vida coletiva mais

consonantes com os desafios das sociedades

atuais, mais rizomáticas.

No final da palestra, as pessoas vieram

falar consigo. O que é que, habitualmente,

lhe dizem no final das suas palestras?

- Muitas vezes sentem que nunca estivemos

tão mal como humanidade. Queixam-se de

falta de condições profissionais, de falta de

valorização e reconhecimento, de serem vítimas

de formas de violências que podem ser

de excesso de trabalho administrativo em

detrimento da dedicação aos alunos, como

acontece na educação, ou de assédio moral

no trabalho, queixam-se de desperdício

dos seus talentos, de lideranças tóxicas, do

medo, ansiedade do futuro, etc.. Os media

A ciência é um recurso

fulcral para vivermos

com mais qualidade

saber junho 2022

5


A Educação continua

a ser um caminho

essencial para

transformarmos o

mundo

têm sido muito contributivos para esta visão

desesperançada do mundo. Enganosos,

muitas vezes, pois as notícias mais terríveis

vendem mais. Por isso, temos de falar de esperança,

de otimismo, de solidariedade, de

bondade e de trazer ao de cima as narrativas

que nos inspiram a querer ser melhores

pessoas e melhor humanidade.

Comunicamos hoje pior do que há alguns

anos, em que não havia redes sociais, por

exemplo...?

- Temos alguns preconceitos quanto ao digital

e remoto. Já experienciei inúmeras vezes

momentos de extraordinária relação, profunda,

autentica, transformadora, em cursos

e aulas à distância, onde os participantes

até referem que se conseguiram sentir mais

próximos emocionalmente do que se fosse

ao vivo. Num contexto de redes sociais ou

de presença física, o essencial é conseguir

que a pessoa se sinta parte e pertença de

uma comunidade que as valoriza e respeita,

que as ouve nas suas inquietações e tensões,

que não as obriga a criar uma imagem

idealizada de si mesmas, como tantas vezes

acontece nas redes sociais. O poder falar da

dor para depois a transformar em algo que

fortaleça é essencial nos tempos de hoje. Há

uma urgência de autenticidade, de proximidade,

de ombro, de escuta, de compreensão

e compaixão, e esse caminho precisa ser

feito em presença ou remotamente. Sentimos

bem na pele a ausência dos abraços

e dos beijos durante a pandemia, dos contactos

físicos com quem amamos. Sou testemunha,

em múltiplos contextos, que hoje,

valorizamos cada vez mais esse afeto, esse

acarinhar e tocar com doçura. O que é mais

humano, verdadeiramente humano, como o

Amor, não se pode substituir por nenhuma

automação.

Com a pandemia e a guerra na Ucrânia,

as pessoas ficaram mais solidárias?

- A importância da paz e da solidariedade

tornaram-se mais visíveis. As ações pela paz

- meditações, silêncios, caminhadas... – e as

ações de acolhimento – receber famílias,

doar bens, ensinar Português gratuitamente,

entre tantas outras, passaram a ser parte

do nosso quotidiano. A investigação cientifica

confirma que, depois de uma tragédia,

emergem muitas virtudes coletivas – de suporte,

de apoio, de solidariedade, de amorosidade

reciprocada, resultado da nossa empatia

e da nossa capacidade de compaixão.

É extraordinário lembrarmos quantas coisas

belas nasceram das cinzas, quantas ações

humanas colaborativas e fraternas emergiram

após os maiores horrores humanos.

Como é que podemos ser mais felizes?

- É ter vidas com propósito e significado,

contribuindo para o bem comum através

de relações interpessoais saudáveis, equilibradas,

dignificadoras e alimentar emoções

construtivas e vivificadoras.

Tem transmitido o seu saber e a sua experiência

em inúmeros eventos e lugares. O

que lhe têm dado a si, estas experiências

de troca de afeto/conhecimento?

- Não há forma de medir, de quantificar.

É tão transformador!. Em cada conversa,

em cada encontro, as histórias, corações e

almas que se cruzam comigo são divinais.

E, em momentos difíceis e trágicos como

os que já vivi – erroneamente, muita gente

pensa que quem estuda e promove a felicidade

não tem problemas – foram essas pessoas,

essas pérolas de cada diálogo, esses

vínculos, essas descobertas da virtuosidade

de cada uma e uma que me mantiveram - e

continuam a manter - a flutuar à tona. s

Gosto de fazer as

pessoas sentir que a

relação interpessoal

é o coração da vida

6 saber junho 2022


EDUCAÇÃO

Tânia Fernandes

Tânia Fernandes

Professora de Educação Especial

Doutorada em Psicologia de Educação

Competências a

adquirir até ao

fim da educação

pré-escolar

– parte 2

O

domínio da Linguagem Oral e

Abordagem à Escrita é um alicerce

fundamental antes do ensino formal.

A linguagem oral é primordial

na Educação Pré-Escolar, permitindo a comunicação

com os pares e os adultos, possibilitando

as aprendizagens e desenvolvendo

o pensamento e as competências cognitivas.

Como tal, é essencial que a criança compreenda

mensagens orais, conte histórias/

acontecimentos, faça pedidos, construa

frases com estruturas complexas (coordenação,

subordinação) e apresente ideias,

tendo em conta os contextos e as situações.

Por exemplo: ter consciência dos diferentes

segmentos orais sonoros que constituem as

palavras (identificação de fonemas), identificar

palavras numa frase, identificar se a estrutura

gramatical da frase está correta ou

incorreta e, eventualmente, corrigi-la, são

competências que a criança deve possuir até

o último ano de Educação Pré-Escolar. Uma

das aquisições que a criança deve adquirir na

área da Abordagem à Escrita prende-se especificamente

com a compreensão do uso

que é feito, ou poderá vir a fazer, da escrita

[lúdica, informativa, comunicativa, mnemónica,

identificativa]. Associar suportes de escrita

variados consoante os contextos (livro

de receitas, computador, lista de material,

lista de compras, …), reconhecer letras, aperceber-se

da sua organização em palavras,

compreender o sentido direcional da escrita,

estabelecer relações entre a escrita e a mensagem

oral, utilizar a linguagem escrita em

tarefas variadas, com o apoio de um adulto

ou autonomamente, mesmo sem saber escrever,

são competências fundamentais para

a futura aprendizagem da leitura e da escrita.

Também a aprendizagem da matemática

constitui parte integrante do desenvolvimento

da criança, não só na aquisição de

conceitos, como também desperta o interesse

e a curiosidade, levando-a a compreender

melhor o mundo que a rodeia. Identificar

quantidades através de contagens, de desenhos,

de símbolos, da escrita de números, de

estimativas, resolver simples situações problemáticas

que envolvam a adição e a subtração,

interpretar gráficos/tabelas, possuir

noções de orientação, reconhecer e identificar

formas e figuras geométricas, descobrir

padrões/simetrias; comparar objetos pelo

tamanho, peso, quantidade, ... são algumas

competências que devem fazer parte da bagagem

da criança até ao fim da Educação

Pré-Escolar. Na área do Conhecimento do

Mundo, o essencial é, acima de tudo, que a

criança esteja sensibilizada para as ciências

naturais e sociais, articulando-as às outras

áreas do saber e de conteúdo. Sempre que

uma criança não tenha estas competências

adquiridas até ao final da Educação Pré- Escolar,

mas já possua 6 anos de idade, os pais

poderão solicitar um pedido de adiamento

de matrícula para o ingresso ao 1.º ciclo (Portaria

n.º 235/2021,- JORAM n.º 83, Série I, 2º

Supl, de 10 de maio), endereçado à Secretaria

Regional de Educação, impreterivelmente

até ao fim do mês de maio. É imprescindível

ter sempre em conta as avaliações, as áreas

fortes e o desenvolvimento da criança, bem

como o parecer de toda a equipa multidisciplinar.

Mais um ano na Educação Pré- Escolar

não é uma perda, nem pode ser vista

como uma retenção. É uma mais-valia para

as aprendizagens mais complexas e para o

ensino formal. s

saber junho 2022

7


psicologia

SOCIAL

João Miguel

Rodrigues

João Miguel Macedo Rodrigues

Psicólogo Social e das Organizações e

Orientação Profissional Jovens

joaomiguelpsicologia@gmail.com

D.R.

931958912

ESTIMULEMOS

as NOSSAS

CRIANÇAS

Porque Educar Até

Pode Ser Fácil…

“Educar Até Pode Ser Fácil” é o

título de um livrinho que estou

a escrever (um manual prático

para pais). Claro que, é um

processo moroso, pelo menos

25 anos ou toda a vida pois,

esta coisa de ser pai ou mãe

é mesmo até ao fim. Também

é um processo oneroso

financeiramente. Mas quando

digo que é fácil não estava

a falar daquelas variáveis,

mas de algo mais importante

que é “DESENVOLVER uma

CRIANÇA”!.

Existem duas coisas essenciais quando

falamos de Educação. Uma delas é

Estimular, a outra, é Reforço Positivo!

Já Ouviu Falar?. Estimular é criar

as condições para que uma determinada

característica, aptidão, skill, interesse, se desenvolva.

Para isso, é necessário criar e adequar

o ambiente bem como as condições,

meios, instrumentos, atitudes, comportamentos

para que isso aconteça.

Segundo, Reforçar Positivamente, tão importante

quando educamos uma criança e

desde cedinho, repito bem cedinho, é dar-

-lhe os parabéns pelo esforço, é agradecer-

-lhe a colaboração, é surpreender-lhe com

um abraço e um beijo e dizer-lhe o porquê,

seja por qualquer coisa atitude, comportamento

que ela ou ele fez bem ou muito bem.

É Elogiá-la!.

Já pensou quantas vezes elogiamos os nossos

filhos? Ou estamos muito mais propícios

a os criticarmos quase constantemente?

Será defeito ou não temos tempo nem de

olhar para o que ele(a)s fazem de bem ou

muito BEM?

Qual é a importância ou quais são os efeitos

do Reforço Positivo? Simples! A criança

sente-se com Auto-Estima Positiva e elevada,

sente-se com Valor e sobretudo com

Alegria e Bem Estar. Por necessitar disso,

para o seu desenvolvimento, ela vai repetir

a atitude, a palavra, a pergunta, o comportamento,

o que a fez sentir-se bem vista e admirada!.

Por isso se chama Reforço Positivo!

Não é o que desejamos ver nossos filhos?

Estudos em Psicologia Educacional, bem

como as Neurociências, e a Psicologia Experimental

vieram comprovar que devemos

estimular as nossas crianças nos primeiros

anos de vida, pois a parentalidade começa

mesmo antes da criança nascer, durante a

gravidez.

Desenvolvimento do Cérebro!

Os bebés ou as crianças não nascem com

manual de instrução, mas o seu cérebro

está ávido e sequioso para aprender e receber

informação. Diria que, o cérebro dos

bebes tem um gravador prontinho para

registar todas as informações que os seus

sentidos podem e devem receber. Se for estimulada,

o cérebro da criança desenvolve-

-se rápida e enormemente, diria quase 50%

até aos seis anos. Multiplicam-se as redes

8 saber junho 2022


neuronais, que com "as bainhas de mielina",

formam uma rede fina sobretudo forte.

O que é que isto proporciona? Em primeiro

lugar, saúde fisiológica. Segundo, possibilita

uma maior facilidade da criança em receber

informação, processar essa mesma informação

e, melhor, responder rápida e de forma

correcta. Não é aliciante?

Isto é facilitador quando nós, pais, informamos,

alertamos e corrigimos. Assim, eles

percebem, compreendem e respondem

adequadamente. Por isso, ao estimularmos

as nossas crianças, desde cedinho a partir

dos três, quatro meses, quando o bebé

está mais tempo desperto, nomeadamente

os seus sentidos (ocular/visão, a audição,

os factores kinestésicos bem como o tacto,

estamos a desenvolver o seu cérebro e,

consequentemente a sua Inteligência. Não é

extraordinário?

A Importância dos Afectos e, de um Apego

Positivo!

É de crucial importância para qualquer criança,

que o ambiente onde viva e cresça seja

um ambiente positivo, alegre entusiasmante.

Os pais devem interagir de forma mais

saudável possível, devem proporcionar um

ambiente onde reine a alegria o bem-estar

emocional e, deste modo, fazerem com que

os seus bebés atinjam o seu máximo potencial.

Sabia que o toque, a carícia, o apego positivo,

seguro, e sobretudo feliz, com enorme

gosto e prazer, funcionam como fatores

protetores de doenças mentais e emocionais

na criança? O toque e o abraço libertam

oxitocina, que é tão só a hormona do Amor,

melhor do Bem Estar. É esta sensação de

bem-estar que as crianças necessitam para

o seu desenvolvimento harmonioso. Estudos

realizados em crianças desprovidas do

toque, do abraço dos cuidadores e dos pais,

são crianças desprovidas de saúde e têm

muito mais probabilidade de adoecerem e

até morrerem.

O Que Devemos Estimular numa Criança?

Há 38 anos, quando olhava e admirava o

“meu” filhote perguntei para mim mesmo:

E agora? Qual é a Minha/ Nossa Função

Enquanto Pais? O que Devemos Desenvolver?

O que Dava Jeito Desenvolver, nesta

“criatura”, para que Ele Se Integre Socialmente

Falando, Tenha Sucesso e, Seja

Feliz? Já agora, em jeito de exercício, recomendo

a todos os pais e mães que façam

este exercício e tentem responder a estas

questões.

Peguem num papel, depois façam uma listinha.

Escrevam o que desejam para as vossas

crianças (os objectivos), bem como os

meios que pretendem implementar para os

atingir. (Se o desejarem, enviem para o meu

e-mail e depois terei muito gosto em vos

responder.). Naquele momento, em que o

olhava e admirava, respondi às questões colocadas.

Descobri o ISAC, e estava certíssimo,

pois os resultados foram/são óptimos.

(no próximo artigo, explicar-vos-ei o que é

o ISAC).

Vou terminar este artigo com a solução

que é a mais simples que existe. Acreditem

mesmo, as nossas/vossas crianças não terão

problema algum se fizermos isto que eu

referi até aqui … E elas, crianças Precisam

Mesmo Disso. Mas, a 'cereja no topo do

bolo' é outra e bem, mas bem mais simples.

Sabem qual é? É GOSTARMOS de o FAZER!

Deste modo, podem ter a certeza que os

nossos/vossos Filhos Serão Pessoas Muito,

mas muito Bem SUCEDIDO(A)S. s

afilosofia

saber junho 2022

9


em análise...

Francisco Gomes

Analista político

O caldeirão

apetecido

A comédia trágica em que se

tornou o mercado imobiliário

da Madeira tem outras figuras

sinistras, incluindo advogados

que se especializaram em

encontrar na lei o buraco da

agulha por onde esses milhões

podem entrar, contabilistas

que se especializaram em

‘operações’ que fazem ao

dinheiro o que certas máquinas

fazem à roupa e ‘agentes’

imobiliários que, de comissão

em comissão, alimentam

com a gasolina da ambição

sem limites o triste motor da

especulação.

Carolina rodrigues

Odireito a uma vida digna é uma

das noções que são mais enfaticamente

assumidas pela Carta

dos Direitos Humanos, a qual,

criada nas cinzas da Segunda Guerra Mundial,

permanece, até hoje, o documento que

mais deveria orientar a vida de qualquer

país. Associado ao direito a uma vida digna

está o direito a uma habitação digna, pela

qual se entende não apenas um telhado por

cima da cabeça, mas condições de conforto,

saneamento, privacidade e acessibilidade

que permitam potenciar o trabalho (isto é,

a capacidade produtiva e criativa de cada

ser humano) e proteger o bem-estar físico

e psicológico dos que vivem dentro da habitação.

Recordadas estas ideias, que são do

conhecimento geral, torna-se óbvio que, nos

dias que correm, o direito a uma habitação

digna foi feito tábua rasa e letra morta por

algumas das forças que gerem a nossa sociedade

e pelas lideranças políticas que deveriam

lutar mais e melhor para preservar o

Bem Comum. E tal torna-se amplamente óbvio

quando, pela mais simples observação,

notamos que, numa Região como a nossa,

onde o índice de pobreza é elevado, onde

mais de um-quarto da população sobrevive

com menos de quinhentos euros por mês

e onde os dramas humanos aumentam a

cada semana, com milhares de pessoas,

muitas com emprego, a lutar com os preços

que sobem, com a inflação que cresce

e com os índices cada vez mais elevados de

exploração laboral para conseguir com que,

apesar de tudo, a comida não falte na mesa.

Não procuram luxos. Não procuram carros

de última geração. Não exigem férias nas

10 saber junho 2022


reddit.com

Maldivas, nem roupa de estilistas de renome.

Pedem, só e apenas, que os seus filhos

tenham o que comer, tenham com que se

tapar, tenham luz para estudar, uma almofada

para deitar a cabeça e uma chama no

coração que lhes permita sonhar com um

futuro de esperança. Estranhamente, nessa

mesma Região, onde uma pobreza escondida

mói e mata, os melhores recantos da

paisagem, das serras, da beira-mar e das

cidades são vendidos por milhões aos licitadores

mais chorudos, muitos dos quais

não sabem explicar em linguagem clara de

onde lhes veio o dinheiro. E, como todos os

filmes têm actores secundários, também a

comédia trágica em que se tornou o mercado

imobiliário da Madeira tem outras figuras

sinistras, incluindo advogados que se

especializaram em encontrar na lei o buraco

da agulha por onde esses milhões podem

entrar, contabilistas que se especializaram

em ‘operações’ que fazem ao dinheiro o que

certas máquinas fazem à roupa e ‘agentes’

imobiliários que, de comissão em comissão,

alimentam com a gasolina da ambição sem

limites o triste motor da especulação, comissionando

o declarado e agradecendo, ainda

mais, o que vai rolando à margem dos contratos,

seja na forma de capital, de cripto, de

presentes ou de ‘pendas’ que aparecem em

contas no estrangeiro. Tudo vale. Porque o

que interessa é manter o mercado em alta,

o circo continua, sessão após sessão, com

tantos interessados em que a época das casas

gordas não passe. Esquecem-se que, à

pala disto, esta terra está a tornar-se num

paraíso imobiliário para figuras sinistras

que precisam de despachar ‘dinheiros’, para

construtores que têm mais avareza do que

integridade e para promotores sem respeito

pela legalidade ou pelo próximo. Esquecem-

-se que, à pala disto, os Madeirenses são

corridos da terra que é sua, são enxotados

das cidades que erigiram com o seu suor e

são mandados para a casa dos pais (ou, se

tiverem sorte, para as periferias que restam

depois do bolo ter sido cortado pela faca

acutilante da ganância). Há quem chame a

isto progresso. Há, até, quem tenha orgulho

em ir lá fora ajudar a vender ainda mais esta

terra que nos é cada vez mais estranha. Não

espanta, pois, quanto maior o caldeirão for,

mais colheres caberão lá dentro, muitas delas

agarradas a mãos que se escondem. Mas

o que não eu e tantos não conseguimos é

encontrar dignidade no meio disto tudo. Há

alguém que consiga explicar? s

saber junho 2022

11


CAPRICHOS DE GOES

Diogo goes

Professor do Ensino Superior e Curador

Compliance:

o encontro de

soluções criativas

para os

problemas da

gestão escolar

O sucesso das escolas deve ser

mensurado perante os impactos

positivos na comunidade onde

se insere e não apenas através

de rankings ou dos resultados

de quantitativos obtidos pelos

instrumentos de avaliação de

performance e desempenho.

*resumo adaptado da comunicação apresentada no 2º

Congresso Ibero-americano de Gestão e Conformidade

(31 de maio e 1 de junho 2022)

Nos dias 31 de maio e 1 de junho,

decorreu no auditório do Instituto

Superior de Administração e Línguas

- ISAL, o 2º Congresso Luso-

-brasileiro de Gestão e Conformidade, uma

iniciativa do Instituto Ibero-americano de

Compliance (Brasil) em parceria com o ISAL.

Nesta ocasião, que reuniu trinta palestrantes

e cerca de uma centena de investigadores do

espaço ibero-americano e da lusofonia, tive

a oportunidade de apresentar uma investigação

sobre a importância da implentação

de práticas de Compliance no contexto da

organização escolar, relacionando-a como o

encontro de soluções criativas para a gestão,

tendo em vista a promoção da emancipação

social dos jovens estudantes. Os objetivos

de desenvolvimento sustentável da “Agenda

2030” das Nações Unidas (INE, 2021; OCDE,

2021), apontam e relacionam a “erradicação

da pobreza em suas formas” (OBS 1) com “o

acesso à educação inclusiva, de qualidade

e equitativa” (OBS 4), permitindo a redução

“das desigualdades” (OBS 10) e o desenvolvimento

de “sociedades pacíficas e inclusivas

para o desenvolvimento sustentável” (OBS

16). Sobre este último objetivo, destaca-se

a importância da Transparência ou seja da

implementação de Compliance na gestão pública

e privada, nomeadamente assegurando

o cumprimento dos direitos, liberdades

e garantias constitucionais, a consagração

estatutária de orgãos de transparência, de

execução normativa e auditoria interna, assim

como o desenvolvimento de “políticas

para acesso público à informação” (OBS 16.

10.2). Num Estado de direito democrático, o

contínuo reforço da confiança dos cidadãos

nas suas instituições é cada vez mais preponderante

para assegurar a soberania e prevenir

ou mitigar os discursos de ódio, disseminados

na política contemporânea. Uma boa

governança nas instituições de ensino, a par

da implementação de ações de sensibilização

para a ética e cidadania, podem constituir importantes

instrumentos de Compliance preventivo.

Vários estudos publicados ao longo

da última década, têm vindo a confirmar os

impactos da pobreza no desenvolvimento

infantojuvenil (Ducan et al., 2010; Engel de

Abreu et al., 2015; Hair, et al., 2015; Noble et

al., 2021; Pollak & Wolfe, 2020; Troller-Renfree

et al., 2022), relacionando a eficiência na gestão

escolar e o desenvolvimento de ações integradas

na comunidade como instrumentos

para a mitigação das desigualdades sociais

e para a prevenção dos riscos associados às

fenomenologia da violência, bullying, assédio

nas escolas e burnout (Camelo, 2021; Haracemiv,

Cirino, & Caron, 2020; Marôco & Assunção,

2020; Meireles & Silvestre, 2021), que

põem em causa o clima organizacional e a

motivação de docentes e discentes. O encontro

de soluções criativas para os problemas

da gestão escolar, um modelo de governança

democrática, inclusiva e participada nas instituições

de ensino, permitirá colher impactos

nas aprendizagens, nomeadamente nos do-

12 saber JUNHO 2022


mínios cognitivos, no aproveitamento escolar

e na saúde mental (Camelo, 2021; Haracemiv,

Cirino, & Caron, 2020; Marôco & Assunção,

2020; Meireles & Silvestre, 2021). O sucesso

das escolas deve ser mensurado perante os

impactos positivos na comunidade onde se

insere e não apenas através de rankings ou

dos resultados de quantitativos obtidos pelos

instrumentos de avaliação de performance e

desempenho. A optimização da governança,

através da transparência na gestão de recursos,

e a qualidade da lecionação e as aprendizagens

poderão depender do bem-estar

de docentes e discentes e da qualidade do

ambiente organizacional. Por isso, a implementação

de programas de conformidade

no contexto escolar, subjacentes às práticas

psicopedagógicas inclusivas (Campanella,

2022; Carvalho et al., 2021; Júnior & Ramos,

2021; Monti, 2022; Rosito et al., 2021) e à

gestão democrática participada, envolvendo

toda a comunidade, famílias e sociedade civil

favorecerá o desempenho dos docentes

e discentes, potenciando as aprendizagens e

por conseguinte, a emancipação social. A correção

das respostas inadequadas à violência,

indisciplina e “bullying” entre discentes, deverá

integrar o planeamento estratégico das

escolas. Em articulação com os conselhos

pedagógicos, os mecanismos de compliance

permitiram a avaliação preventiva dos riscos

de exclusão, insucesso e abandono escolar.

Naturalmente, a efetivação e sucesso da implementação

das estratégias definidas por

cada uma das escola, está inevitavelmente

dependente da maior autonomia na gestão

das escolas e da afetação de recursos humanos

e financeiros. Conclui-se que, o exercício

da criatividade, nomeadamente, através de

ações preventivas e de intervenção social nos

domínios da ética, com recurso às expressões

artísticas, poderão desenvolver competências

de trabalho colaborativo e de valorização

interpessoal, entre docentes, discentes e

famílias. A mediação escolar e a melhoria do

clima organizacional, favorecerá uma maior

eficiência na gestão de recursos e a melhoria

da performance criando um ambiente propício

às aprendizagens. Parafraseando Helen

Adams Keller, “o resultado mais sublime da

educação é a tolerância.” s

Referências:

Camêlo, B. C. (2021). Burnout no ensino superior [manuscrito]:

um estudo no contexto da pandemia do COVID-19.

Dissertação. Universidade Federal de Ouro Preto

Campanella, S. (2022). “Políticas de Compliance nas Instituições

de Ensino Superior da Região Autónoma da Madeira”,

In ANAIS RESUMOS CIACGA 2022: 2º Congresso luso-brasileiro

de Gestão e Conformidade. Porto Alegre: Instituto

Ibero-americano de Compliance, 46-48

Carvalho, A., Teixeira, S.J., Olim, L., Campanella, S.d. and

Costa, T. (2021), “Pedagogical innovation in higher education

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j.1467-8624.2009.01396.x

Engel de Abreu, P., Tourinho, C., Puglisi, M., Nikaedo, C., Abreu,

N., Miranda, M., Benfi-Lopes, D., Bueno, O. & Martin, R. (2015).

Poverty and the mind: A cognitive science perspective. University

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Hair, N. L., Hanson, J. L., Wolfe, B. L., & Pollak, S. D. (2015). Association

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Achievement. JAMA pediatrics, 169(9), 822–829. https://doi.

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Haracemiv, S. & Cirino, R. & Caron, C. (2020). Fracasso escolar

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de Psicologia da Saúde. Covilhã: Faculdade de Ciências

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Meireles, A. & Silvestre, C. (2021). Os níveis de Burnout nos

estudantes do Ensino Superior durante o período de aulas

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globais. Instituto Politécnico de Setúbal, Setúbal, Portugal.

D.R,

http://hdl.handle.net/10400.21/14144

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Portugal: 2010-2020. Lisboa: INE. https://www.ine.pt/xurl/

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America, 119(5), e2115649119. https://doi.org/10.1073/

pnas.2115649119

saber JUNHO 2022

13


CULTURA

UMA PRÁXIS

LITERÁRIA EM

“O QUE FICA

(POEMAS)”

DE CRISTINO

CORTES

Cristino Cortes nasceu em Fiães,

aldeia perto de Trancoso, em

1953. Licenciou-se em Economia

e trabalhou no Ministério da

Cultura. Tem sido no campo

da poesia que este autor

tem produzido maior obra

bibliográfica, a qual inclui outras

modalidades como o conto, a

crónica, o diário e o artigo de

opinião, em jornais e revistas

nacionais e internacionais.

Participou em antologias - duas

das quais com características

bilingues, português/francês

e português/italiano- e livros

coletivos, tendo ele próprio

organizado duas coletâneas, a

última das quais sobre Pablo

Neruda. Traduziu, a partir do

francês, poemas, os quais foram

publicados. Outros trabalhos

seus, em versão francesa da sua

própria responsabilidade, vieram

igualmente à luz de edição.

Fonte: wook.pt

Razão e conhecimento percorrem o

lirismo citadino que o poeta afirma

e canta, ou não fosse como um antigo

aedo da velha Grécia. Ora, “O que

fica (poemas)”, publicado pela Calçada das

Letras, de Lisboa, leva o Poeta em passeio

alquímico num canto em forma de encantamento

e mistério. Tal como a “Divina Comédia”,

de Dante, esta obra apresenta-se-nos

em forma de seis círculos simbólicos. Aliás,

na sua vasta obra poética a numerologia

marca fiel presença. Só que, que desta feita,

além de homenagear alguns vates lusos,

Cristino Cortes não se exime de cantar de

maneira singular a Divina Hélade, Grécia Antiga

e mãe de urbes, por vezes hostis entre

si, contra inimigos comuns. E não nos esqueçamos

da primordial Roma, a Eterna Cidade

do mundo greco-latino. O poeta bebeu a

sua sabedoria em muitas leituras que fez

(e continua a fazer) e no que somos irmãos,

pois também bebo o melhor das simbólicas

fontes greco-latinas. Qual outro Homero,

ousa cantar Lisboa (e no que se aproxima de

Cesário Verde), Cidade- berço das cidades

portuguesas. E não é ainda hoje chamada

Ulisseia pela Tradição? O Mito ou realidade,

a inspiração poética de Cristino Cortes procura

o exato lugar da Cidade Perfeita. Lembramos,

aqui também, os filósofos gregos,

sobretudo os pré-socráticos, que definem

as cidades como lugares transmissores de

conhecimento e beleza. Voltamos a Cristino

Cortes – poeta; diremos que, sabiamente,

elaborou este livro cujo círculo perfeito assenta

no canto V onde põe a pólis grega a

anunciar a edificação da cidade nova. Luís

Serrano escalpeliza, no prefácio da obra, a

mente e o sentir poéticos do autor e no que

é acompanhado pelo posfaciador dando-

-nos, ambos, a fiel imagem da versatilidade

e da simetria que habitam o canto deste

vate e que muito tem a ver com o seu sonho

universal de cidades abertas, cidades

onde a criação se faça em clima de autêntica

liberdade. O poeta procura até à exaustão a

presença da música e fá-lo como um sage,

com lirismo apolíneo e dionisíaco em simultâneo.

Há textos muito longos, como vem

acontecendoao longo da sua obra e em que

a simbologia dos números nos remete para

um brilho quase esotérico. Refira-se, aqui,

que, ao longo dos 83 poemas que compõem

a obra, o autor procura intervir na cidade,

no canto da sua beleza num desassossego

semelhante ao de Fernando Pessoa. É um

áugure que traz ao de cima, no seu canto, o

mito de Odisseu e Penélope pelas mãos cintilantes

do quase mítico Homero. Se canta a

cidade, fá-lo com um amor por vezes tristes

por nem tudo, nela, estar iluminado, concretizado.

Defensor de grandes causas, gostaria

que as cintilações da Capital crescessem,

se multiplicassem e que um ato humanista

lhe abrissem as portas do casto mundo

e a Grécia, a querida Hélade minha e sua,

não podia deixar de passar por aqui como

a divindade máxima dos brilhos mediterrânicos.

Gosto sobretudo do Círculo Quatro,

essencialmente grego, que o vate enaltece

cantando. E porque a Pátria dos heróis mereceram

o amor de Cristino e esse mesmo

amor penetra o meu num rasto radioso da

Beleza, sinto-me transportada a um grande

deslumbramento, deslumbramento que

está para além de todos os limites. É neste

canto que o meu amigo Cristino concretizou

poesia ao dedicar-me o belo poema “Escrito

nas Estrelas”. O posfácio (ou porta do fim),

de José Fernando Tavares, faz um périplo

pelas histórias das cidades referindo, com

plena competência, as suas histórias riquezas

e belezas. E é também a cidade grega

que enaltece colocando-a acima de todas as

outras. Curioso é o facto deste livro parecer

remeter para o título do meu libro “Há-de a

Poesia Ficar”. Refiro-o, porque somos dois

autores para os quais deixar marca na poesia

é um objetivo. É isso que nos move como

vates, vates que almejam ficar poeticamente

presentes na transformação do real e porque,

já o afirmava Sophia, era uma das suas

principais funções. No nosso poético cantar,

defendemos que é justo que a poesia fique.

E para sempre como deusa e mãe de todas

as artes! . s

Fátima Pitta Dionisio, Escritora

D.R.

14 saber junho 2022


Cantinho da poesia

Rosa Mendonça

Escritora

facebook.com/rosa.6823mendonca/

[rosa mendonça autora]

LEVADAS

Misteriosos canais onde circulam água

Brotam esguichos pelas fendas da rocha

Formam poços, lagoas, cascatas, ribeiras, riachos

Os rocheiros rasgam nas escarpas das montanhas

Içados em cordas e com uma barra de ferro nas mãos

Abrem linhas de água, no sentido do horizonte descendente

Todo o material seguia as costas: em sacas ou gigas de vime

Faziam pequenas pausas para relaxar os músculos doloridos

Alguns do cansaço, das severas horas pendurados

Esgotados pela dureza calosa e sol em brasa

Sucumbiam devido a quedas em grande altitude

Mártires, padeciam meses e anos a compor a levada

São quilómetros e quilómetros de levadas que atravessam a ilha

Alimentam pelos diversos ramais o substrato do sector primário

Enriquecem com meiguice o solo sedento do rigoroso verão

Revivificam e reflorestam com sabedoria a Laurissilva

Trazem outro colorido, frescura e sombra à densa floresta

Em épocas invernais e com rajadas possantes

Há queda de pedras, árvores e escorre lama, estopem os canais

Acabam por destruir as levadas e parte dos acessos pedonais

De imediato, são reabilitados os acessos e retomadas as caminhadas

São aos milhares os caminheiros que diariamente pisam o chão

Trazem definidos os percursos a descobrir, registados em bloco de papel

Estudam ao pormenor alguns trilhos, limites de tempo e clima

Vêm apetrechados com calçado e vestuário apropriado

Deslumbrados pela história e beleza natural das levadas

Saem em busca de aventura, enfeitiçados pelas serras e montanhas

Caminham a largos passos, querem deixar pegadas em todo lado

Ficam espantados e rendidos à Pérola do Atlântico

Pedaço de terra (céu) que emerge da Pantalassa

s

D.R.

saber junho 2022

15


MADEIRA AVES

JOSÉ FRADE

Fotógrafo autoditata

José Frade nasceu no concelho

de Cascais. Trabalha no sector

automóvel mas foi a sua paixão

pela fotografia, principalmente a

fotografia de natureza, que o fez

aprofundar os seus conhecimentos

sobre as aves e consequentemente

aderir ao grupo "Aves de Portugal

Continental", grupo esse criado

pelo Armando Caldas, mas, como

membro desde o primeiro dia,

foi convidado pelo fundador, em

conjunto com ele, administrar

o referido grupo, vendo aí uma

oportunidade para partilhar os

seus conhecimentos e incentivar as

pessoas à protecção da natureza.

Dulcina Branco

José Frade,

administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,

que gentilmente nos cede as fotos que ilustram

esta rubrica

www.visitportugal.com

Primeiro Guia Fotográfico

das Aves de Portugal

J

osé Frade e Gonçalo Elias são os autores

deste que é o Primeiro Guia Fotográfico

das Aves de Portugal e que,

segundo Gonçalo Elias, “foi pensado

para qualquer pessoa que se interesse

pelas aves selvagens do nosso país, seja

para as observar, seja para as fotografar,

seja simplesmente para aprender mais

acerca delas. Procurámos fazer textos de

fácil leitura, que possam ser entendidos

por quem está a dar os primeiros passos

nesta actividade". O guia aborda as 466

aves registadas em Portugal continental

[294 regulares e 172 raridades], através

de imagens que foram registadas pelos

dois autores e outros fotógrafos, na sua

maioria em todo o território português e

não só. “Há casos que tivemos de recorrer

a fotos tiradas noutros locais do mundo,

como o caso do cortiçol-de-barriga-branca

e muitas das raridades”, explica José Frade.

Os 300 mapas de distribuição das aves

foram um dos maiores desafios deste guia

que, segundo os autores, procura também

chamar a atenção para o conhecimentos

das aves, “uma das armas para a proteção

das mesmas”. O guia tem o valor de

29,93€ e está à venda nas livrarias e grandes

superfícies, e online em vários sites,

como https://www.penguinlivros.pt/loja/

arena/livro/aves-de-portugal-continental/

s

16 saber junho 2022


Corvo-marinho-de-faces-brancas

(Phalacrocorax carbo)

Uma ave da família Phalacrocoracidae.

Nidifica no norte e no centro europeu

e inverna principalmente nos países do sul

da Europa, tanto na costa atlântica como

na mediterrânica.

Acidental na Madeira.

Garça-real (Ardea cinerea)

Ave da família Ardeidae.

Na Europa, as populações do Norte são migradoras,

enquanto que, as do Centro e do Mediterrâneo,

são residentes ou migradoras parciais, com algumas

migrações para África, em Invernos mais rigorosos.

Principalmente invernante com alguns indivíduos

residentes na ilha da Madeira.

saber junho 2022

17


madeira

Mais importante do que eu produzir

imagens sobre um lugar ou comunidade

é poder transmitir esta gramática e

linguagem a essas pessoas e elas próprias

contarem a sua história

Fotógrafos há muitos, mas com o

percurso académico e profissional

que esta fotógrafa madeirense

apresenta, pode dizer-se que

há poucos. Especialista em

Restauro Digital de Fotografias

Antigas, fundou o Foto Arquivista

[fotoarquivista.pt] projeto que foi

um dos vencedores do programa

StartNow da Startup Madeira

2021. Fotógrafa, professora,

assistente de Arqueóloga, Ana

Marta Sales Caldeira, apesar

dos seus 41 anos, tem já um

relevante percurso na área da

Fotografia, onde é licenciada

pelo Instituto Politécnico de

Tomar. A colaboração no projeto

de fotografia participativa com

comunidades piscatórias da

Madeira é outro dos projetos em

que a fotógrafa está atualmente

envolvida, conforme conta nesta

entrevista. A Foto Arquivista está

no Facebook e no Intagram em

fotoarquivista

Dulcina Branco

D.R. (direitos reservados).

18 saber junho 2022

Ana Marta

É especialista em restauro digital de fotografias

antigas, tendo criado, neste âmbito,

a Foto Arquivista. Como é que surgiu e

está a decorrer este projeto?

- Somos a geração que mais fotografa mas

também a que mais perde fotografias. Nunca

se fotografou tanto como agora. Temos

fotografias espalhadas por todo o lado que

são difíceis de encontrar, entre duplicados,

fotografias muito parecidas, memes, printscreens,

etc. Organizar todas estas fotografias

pode ser um projeto assustador quando

não se tem o conhecimento técnico, paciência

ou tempo. É aí que nós entramos. Queremos

que as famílias tenham uma coleção

de fotografias organizada, acessível e segura

para que possam partilhar com as futuras

gerações. Em 2019, participei num projecto

de digitalização e conservação de fotografias

no Arquivo Regional e Biblioteca Pública da

Madeira (ABM) e, desde dessa altura, tenho

me dedicado às fotografias antigas. No ano

passado, participei do programa StartNow

da Startup Madeira, sendo uma das equipas

vencedoras com o projecto Foto Arquivista.

A sede da Foto Arquivista é na Madeira mas

a equipa vai desde São Paulo, passando por

Lisboa e Leiria até à Ucrânia. Oferecemos os

serviços de organização de fotografias impressas

e digitais, a digitalização de fotografias

e conversão e filmes caseiros em vários

formatos, o restauro digital, a edição de foto

livros e impressões. No fundo, queremos

oferecer paz de espírito e uma máquina no

tempo.

É diferente trabalhar sobre fotografia

antiga comparativamente à fotografia

física?

- Qualquer fotografia pode ser considerada

para arquivo, então, acima de tudo, é

importante manter o seu contexto: Quem

fotografou?; O que fotografou?; Quando?;

Onde?; Como?; Porquê?; Qual a sua origem?;

Qual a sua história? Claro que, nem sempre

é possível responder a todas estas perguntas,

mas quanto mais informação tivermos

sobre uma fotografia, melhor. Outro aspecto

importante é a qualidade da mesma e o

seu estado de conservação. Nas fotografias

digitais, ou digitalizadas, devemos manter

os ficheiros originais, digitalizar na maior

resolução possível e fazer cópias de segurança

adequadas. No caso das fotografias

físicas, é importante ter alguns cuidados de

conservação no seu armazenamento. As fotografias

devem viver connosco. Isto é, não

devem estar escondidas em sótãos ou caves.

Em caso de incêndio ou inundação, as

fotografias de família são das primeiras coisas

em que pensamos não perder. O ideal, é

ter em caixas com PH neutro, numa prateleira

superior, longe de humidade e sol directo.

A cor está presente nos seus trabalhos de

que forma?

- A fotografia é uma linguagem com a sua

própria gramática. Dependendo do que

queremos transmitir, utilizamos a composição

para poder transmitir essa ideia. A cor,

ou o preto e branco, ou mesmo o azul e

branco (cianotipia), fazem parte dessa gramática.

Cada um no seu lugar. Pessoalmente,

gosto de experimentar vários formatos

e formas de produzir imagens. Hoje em dia

até fotografo mais com o meu telefone do

que com uma câmara convencional. A fotografia

é cada vez mais democrática no seu

acesso e produção. E por isto, acho cada vez

mais importante apostar na literacia visual.

Somos bombardeados por imagens diariamente,

mas muitas vezes não as sabemos

ler. Mais importante do que eu produzir

imagens sobre um lugar ou comunidade é

poder transmitir esta gramática e linguagem

a essas pessoas e elas próprias contarem


A fotografia é cada vez

mais democrática no seu

acesso e produção. E,

por isto, acho cada vez

mais importante apostar

na literacia visual

a sua história. Atualmente, estou envolvida

num projeto de fotografia participativa com

comunidades piscatórias da Madeira, onde

vamos criar um arquivo digital com fotografias

já existentes e a produção de novas

imagens pelas próprias comunidades. Gosto

desta ideia de trabalhar com e para os arquivos.

Além disso, venho da Arqueologia.

Inevitavelmente, quando fotografo, tento

ser objectiva e neutra na captação mas tenho

em conta a subjetividade da própria

fotografia. Gosto de fotografar territórios

ou paisagens construídas. Onde fotografo

elementos da paisagem e arquitectura vernacular

sem uma visão romântica e idílica.

O que significa a Fotografia para si e

como é que esta se torna a sua profissão?

- A fotografia é uma ferramenta de partilha.

Tiramos fotografias para contar histórias, a

nossa história, de um ponto de vista pessoal.

No nível artístico e conceptual, para partilhar

o nosso ponto de vista, para fazer perguntas.

Acho que qualquer obra de arte se

não tiver esta componente não acrescenta

muito ao diálogo. A fotografia pode ser uma

ferramenta de registo de uma época quando

as imagens são contextualizadas. Tendo

sempre em conta a sua subjectividade. Comecei

o meu percurso na Arqueologia, aos

16 anos, onde tive aulas de fotografia. Quando

acabei o curso não tinha trabalho em arqueologia

na Madeira e, por acaso, consegui

em fotografia com o Miguel Perestrelo. Estudei

no Instituto Português de Fotografia, em

Lisboa, e mais tarde no Instituto Politécnico

de Tomar, onde me licenciei em Fotografia.

Antes de ir estudar para Lisboa, trabalhei

como assistente de dois fotógrafos e quando

acabei o curso trabalhei nas revistas

Fiesta! e Saber Madeira. Fui correspondente

para a agência Latin Photo durante uma viagem

que fiz ao Brasil, México e Guatemala,

onde tive contacto com várias comunidades

indígenas. Depois de estudar em Tomar,

dediquei-me à prática de alguns processos

históricos, ditos alternativos, e a dar aulas

de fotografia. Tenho feito um pouco de tudo

na fotografia, desde o fotojornalismo, arquitectura,

comida e produto etc. Também fiz

voluntariado no Museu Fox Talbot na Inglaterra

quando lá vivi.

Tem um fotógrafo/a de eleição?

- Tenho vários!. Walter Evans, pelo seu olhar

sobre a iconografia do lugar, a sua objectividade

e clareza, assim como o seu empenho

por documentar os efeitos da Grande

Depressão, no território rural americano. A

exposição “New Topographics: Photographs

of a Man-Altered Landscape” e os fotógrafos

participantes, cuja principal herança se

pode traduzir num corte com a fotografia

modernista, mais tradicional e idílica. Por

fim, o trabalho de Alec Soth que se encaixa

na tradição do documentário pessoal e no

espírito On the Road (Jack Kerouac) de nomes

como Robert Frank, William Eggleston

e Stephen Shore. Soth, em Sleeping by the

Mississipi, delimita o seu espaço de trabalho

à volta do rio Mississípi apesar de não ser o

seu assunto principal.

Quem ou o quê gostaria de vir a fotografar

- uma personalidade, um lugar…?

- Sempre tive muito interesse e curiosidade

nas comunidades indígenas. Por isso, se for

para escolher qualquer lugar no mundo,

seria a América Latina ou as ilhas do Pacífico.

Mais perto de casa, gostaria de trabalhar

com a comunidade Luso- Venezuelana

dentro da fotografia participativa. Também

nesta ideia de produção de um arquivo da

memória da nossa Migração.

Que desafios e dificuldades enfrentam os

fotógrafos na atualidade?

- As várias crises financeiras e desafios mundiais

que têm ocorrido nos últimos anos,

apresentam dificuldades para todos, incluindo

os fotógrafos. Muitas vezes, os trabalhos

são mal pagos e escassos. Por outro lado,

para os fotógrafos com formação, que poderiam

contribuir em publicações, arquivos

e museus, não encontram vagas suficientes

nestas instituições e empresas. s

Os fotógrafos

com formação, que

poderiam contribuir em

publicações, arquivos e

museus, não encontram

vagas suficientes

nestas instituições e

empresas

saber junho 2022

19


FINANÇAS

Como fazer uma boa gestão

do dinheiro na universidade?

Oingresso no ensino superior traz

consigo o início de uma nova

fase de vida para os estudantes,

sendo, para muitos, uma altura

em que se dá o primeiro contacto com as

responsabilidades da vida adulta. Por isso

mesmo, saber poupar passa a ser um requisito

fundamental para fazer uma boa gestão

do dia-a-dia, fazendo face às despesas

inerentes a esta étapa determinante para o

futuro dos jovens. O UNIBANCO preparou

um conjunto de dicas úteis, direcionadas a

jovens universitários, para os ajudar a fazer

uma gestão correta do seu dinheiro face

aos encargos associados ao ingresso na

universidade, permitindo-lhes desenvolver

hábitos de poupança desde cedo. Assim: 1)

Fazer um orçamento. A maioria dos jovens

recebe uma semanada ou mesada atribuída

pelos pais, o que significa que dispõem

de um valor limitado para gastar. Fazer um

mapeamento do dinheiro disponível e das

despesas fixas permitirá ter um maior controlo

sobre as mesmas e perceber quanto

é que sobra para outras despesas. 2) Abrir

uma conta digital. Uma boa dica para controlar

as despesas passa também por aderir

a uma conta digital, que é possível movimentar

através de uma app financeira com

um cartão virtual pré-pago recarregável,

permitindo controlar movimentos, realizar

compras e pagamentos ou transferências

imediatas através do MBWay, de forma rápida,

simples e segura. 3) Procurar alojamento

em residências universitárias. As residências

universitárias são uma alternativa

mais económica ao aluguer de um quarto

ou apartamento, estando, geralmente, as

despesas incluídas. Além de ajudar a economizar

numa das maiores despesas no que

diz respeito à vida universitária, viver numa

residência é também uma boa opção para

fazer amigos e ter um contacto direto com o

espírito académico. 4) Economizar nas refeições.

Com a correria dos dias, é comum preferir

encomendar comida, fazer as refeições

na cantina da universidade ou em bares e

restaurantes. Elaborar um menu semanal e

preferir levar comida de casa é uma prática

que permite não só poupar, mas também

comer de forma mais saudável. Fazer uma

lista de compras para as idas ao supermercado

também ajuda a economizar e a evitar

as compras impulsivas. 5) Tirar proveito

do desconto de estudante. Um dos maiores

benefícios da vida de estudante são os

descontos aos quais se tem direito. Transportes,

restaurantes e bilhetes de cinema

são exemplos nos quais é possível usufruir

de um preço mais baixo. Não deixe de perguntar,

mesmo em sítios que desconhece,

se existe desconto de estudante, para não

passar ao lado a oportunidade de conseguir

um preço mais em conta. 6) Desfrutar dos

serviços que a faculdade oferece. Desde o

wi-fi gratuito e bibliotecas aos serviços médicos,

a grande maioria das faculdades têm

à disposição uma panóplia de recursos dos

quais os estudantes podem usufruir a um

preço mais acessível. Procure estar informado

relativamente à oferta da faculdade, para

que consiga tirar proveito destes serviços

sempre que necessitar. 7) Adquirir livros em

segunda mão. Ao contrário do que acontece

no ensino secundário, na universidade não

existem livros obrigatórios, havendo, por

norma, uma bibliografia recomendada para

cada cadeira. Uma das opções para não ter

que comprar todos os livros, é consultá-los

ou requisitá-los na biblioteca da faculdade.

Também é possível adquirir livros em segunda

mão a um preço mais em conta, ou

pedir emprestado a colegas mais velhos. 8)

Procurar um trabalho em part-time. Conciliar

os estudos com um trabalho part-time

é uma boa maneira de ter uma fonte de

rendimento extra, permitindo poupar e ter

mais dinheiro disponível para momentos de

lazer e tarefas não essenciais. Além disso, é

um bom exercício para fomentar a independência

e ganhar responsabilidade no que à

gestão do dinheiro diz respeito. s

Diana Félix

diana.felix@lift.com.pt

pexels.photo

20 saber junho 2022


Associação

Portuguesa

de Museologia

atribui dois

prémios

e três menções

honrosas

à Região

turismo

Aedição de 2022 dos prémios da Associação

Portuguesa de Museologia

atribuiu à Região um total de

5 distinções (dois prémios e três

menções honrosas) a projetos desenvolvidos

pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura,

através da Direção Regional da Cultura. A

obra de Conservação e Restauro dos Tetos

Mudéjares da Sé do Funchal recebeu o prémio

APOM na categoria de “Intervenção em

Conservação e Restauro”. Esta intervenção

decorreu entre 2019 e 2021, sob a coordenação

da Secretaria Regional de Turismo e Cultura/Direção

Regional da Cultura e da Direção

Geral do Património Cultural/Laboratório José

de Figueiredo, cofinanciada pelos fundos comunitários

FEDER Madeira 14-20 e executada

pela empresa Atelier Samthiago, Conservação

e Restauro. A intervenção realizada permitiu

a salvaguarda e a valorização de um bem de

inquestionável valor histórico, artístico e cultural,

único a nível nacional, considerando as

suas caraterísticas, dimensões e autenticidade.

Já as comemorações do centenário do

nascimento de António Aragão venceram o

prémio APOM na categoria de “Parceria”. Recorde-se

que, em 2021 foi promovido um programa

diversificado de eventos comemorativos

desse centenário que envolveu, de uma

forma muito particular, a Direção de Serviços

de Museus e Centros Culturais que, com um

programa comum, evocaram António Aragão.

Foram criadas parcerias entre os Museus /

Centros Culturais tutelados pela SRTC/DRC

e entre estes e outras instituições de caráter

cultural da Região. Foram ainda entregues

três menções honrosas. Ao MUDAS.Museu de

Arte Contemporânea da Madeira na categoria

de “Serviço de Educação e Mediação Cultural”,

pelo trabalho desenvolvido pela equipa do

Serviço Educativo que, em 2021, apresentou

propostas variadas para chegar a um público

heterogéneo, utilizando as novas tecnologias

e múltiplas estratégias. O Museu Quinta das

Cruzes (através de uma candidatura conjunta

entre a Associação dos Amigos do Museu

Quinta das Cruzes e a Liga de Amigos do Museu

Nacional Machado de Castro LAMNMC)

venceram duas menções honrosas pelo projeto

“Um olhar aumentado”, nas categorias de

“Parceria” e “Comunicação Online”. O projeto

constou de 19 reuniões, via zoom, feitas de

janeiro a novembro de 2021, sobre assuntos

de interesse cultural para os associados das

duas ligas, versando peças dos museus. Para

o Secretário Regional de Turismo e Cultura,

Eduardo Jesus, os prémios são um “reconhecimento

daquilo que se faz de bom na Região,

já que teve em atenção iniciativas realizadas

na ilha da Madeira e na ilha do Porto Santo

que nos deixa muito felizes e ao mesmo tempo

é um reconhecimento à qualidade, credibilidade,

abrangência e capacidade de inclusão

de toda a comunidade artística em cada um

destes projetos que foram agora merecedores

destes prémios”. Eduardo Jesus destaca

o prémio atribuído às comemorações do

centenário do nascimento de António Aragão

por ser “dividido por muitas pessoas, desde a

própria responsabilidade pública, a todos os

artistas e criadores que estiveram envolvidos

e se associaram a esta celebração”. O Secretário

Regional salienta ainda a importâncias das

menções honrosas recebidas que são “uma

palavra de valorização e incentivo ao trabalho

que tem vindo a ser realizado quer pelo

MUDAS.Museu, quer pela Quinta das Cruzes”,

referindo ainda o prémio atribuído ao Plano

Nacional das Artes pela Conferência do Porto

Santo. A “Conferência do Porto Santo”, iniciativa

do Ministério da Cultura (Plano Nacional

das Artes) em colaboração com a Secretaria

Regional de Turismo e Cultura e a Associação

de Promoção da Madeira, que teve lugar

na ilha do Porto Santo a 27 e 28 de abril de

2021, recebeu o prémio APOM na categoria

de conferência. O evento foi organizado em

articulação com o Gabinete de Estratégia, Planeamento

e Avaliação Culturais (GEPAC), por

ocasião da Presidência Portuguesa do Conselho

da União Europeia. No final da iniciativa,

que decorreu sob o tema “Da democratização

à democracia cultural: repensar instituições

e práticas” foi apresentada a “Carta de Porto

Santo”, documento orientador com princípios

e recomendações que visam promover uma

cidadania cultural plena. s

Ana Luisa Correia, Técnica Especialista Secretaria

Regional de Turismo e Cultura

Governo Regional da Madeira

saber junho 2022

21


SAÚDE

Drª Susana Barros

D.R. (direitos reservados)

Dr.ª Susana Barros

Nutricionista da SYNLAB Portugal

Alimentação

e Enxaquecas:

qual a

relação?

Acefaleia, normalmente designada

por dor de cabeça, é uma situação

clínica muito frequente. Pode ser

um sintoma isolado, ou pode estar

integrada numa síndrome mais ou menos

complexa. Já a enxaqueca é um subtipo de

dor de cabeça, sendo uma das suas formas

clínicas mais comuns. Isto significa que a enxaqueca

é uma dor de cabeça, mas uma dor

de cabeça nem sempre é uma enxaqueca.

Desde uma crise pontual a uma crise crónica

(quando ocorre em 15 ou mais dias por mês

durante mais de 3 meses), a enxaqueca é

uma realidade bem presente na população

atual. A enxaqueca caracteriza-se por uma

dor latejante, geralmente unilateral, de intensidade

moderada a severa, e que dura

habitualmente entre 4h a 72h. A dor agrava

com a atividade física e alivia com o repouso.

Surge, muitas vezes, associada à sensibilidade

à luz, sons e certos odores, náuseas e/ou

vómitos. A enxaqueca é uma condição clínica

altamente prevalente em Portugal e em

todo o mundo, estimando-se que 1 em cada

10 pessoas sofra - ou já tenha tido - uma crise

de enxaquecas. É mais frequente em mulheres

com idades compreendidas entre os 25

e os 45 anos, mas pode instalar-se também

na infância e pessoas mais velhas. De acordo

com a Organização Mundial de Saúde, as

enxaquecas surgem como uma das causas

mais comuns de incapacidade. Durante uma

crise de enxaqueca, 90% das pessoas são

obrigadas a adiar as suas tarefas domésticas,

três quartos ficam incapacitadas para

trabalhar durante um determinado período

de tempo, e metade perde um dia completo

de trabalho. É uma patologia frequentemente

desvalorizada e subdiagnosticada, mas

que tem efetivamente um grande impacto a

vários níveis: representa um grande problema

de saúde pública visto que influencia a

qualidade de vida do indivíduo e, pelo facto

de atingir as pessoas em idade produtiva,

implica grandes custos económicos, sociais

e familiares. A origem da enxaqueca é uma

combinação de fatores genéticos e ambientais.

Nestes últimos, incluem-se fatores psicológicos

como o stress e a ansiedade, maus

hábitos de sono, desidratação, fatores hormonais

(menstruação ou ovulação), toma

de alguns medicamentos, jetlag, alterações

ambientais bruscas, jejum prolongado e a

alimentação (consumo de alimentos ricos

em histamina, por exemplo). Um dos pilares

centrais no tratamento de pessoas com

enxaqueca é identificar e evitar os fatores

desencadeantes, o que pode constituir um

desafio quer para o doente quer para o profissional

de saúde que o segue. Os fatores

desencadeantes não são os mesmos para

todos os doentes com enxaqueca, e estes

podem também mudar ao longo da vida.

Vários estudos científicos comprovaram a

relação da alimentação com as enxaquecas,

principalmente no que diz respeito à

concentração de histamina que, quando se

encontra em excesso, pode potenciar esses

efeitos. A histamina é uma amina com ampla

distribuição nos tecidos do corpo humano, e

uma molécula mediadora de vários processos

biológicos essenciais à vida. Pode ser

produzida pelo organismo ou obtida através

dos alimentos. A histamina encontra-se fundamentalmente

nos alimentos que sofrem

fermentação (queijos maturados, vinho,

derivados da soja, pickles, chucrute, etc),

alimentos que sofreram proteólise durante

o processamento ou devido ao armazenamento

(peixes em conserva como o atum,

as sardinhas), chocolate, enchidos e frutos

oleaginosos. A capacidade para metabolizar

e eliminar esta molécula varia de pessoa

para pessoa, sendo determinada fundamentalmente

pela atividade da enzima diaminooxidase

(DAO) encontrada no intestino.

Quando existe uma atividade normal da

DAO, a histamina ingerida é degradada rapidamente

no intestino delgado. Pelo contrário,

quando as concentrações desta enzima

são baixas, a histamina ingerida passa para

a corrente sanguínea, acumulando-se em

diferentes zonas anatómicas até provocar o

aparecimento de enxaquecas ou de outros

sintomas clínicos. A origem da enxaqueca

não está no alimento em si, mas sim no défice

da enzima DAO. s

22 saber junho 2022


BEM-ESTAR

Sara

de Freitas

Sara de Freitas

Terapeuta Holística

sdf.terapeuta@gmail.com

universodelas.pt

Creme de Barbear

com óleos essenciais

Ingredientes

. 1 chávena de óleo de coco

. 1 chávena de de manteiga de karité

. 1/2 chávena de óleo de amêndoas doce OU

1/2 chávena de óleo de grainha de uva

. 2 colheres de sopa de bicarbonato de sódio

. 10 gotas de óleo essencial, 100 % puro

de Lavanda OU 7 gotas de óleo essencial

de Lavanda + 3 gotas de óleo essencial de

Frankincense

Estamos a entrar no verão e, por que

cada vez mais os homens gostam e

cuidam da sua aparência e bem-estar,

é para os mesmos este artigo, o qual

tem como tema o creme de barbear com

óleos essenciais. Trata-se de, uma receita

feita com produtos naturais, logo, respeita a

pele masculina ao mesmo tempo que cuida

e protege. É uma receita simples de fazer em

casa e que qualquer homem pode realizar.

Todo o processo é natural porque não tem

substâncias químicas, fragrâncias sintéticas,

corantes, silicone, entre outras substâncias

existentes nos cosméticos convencionais.

Experimente e notará a diferença na sua

pele. s

Preparação

. Numa taça, em banho-maria, derreta a

manteiga de karité e o óleo de coco.

. Quando derreter tudo, retirar do lume e

acrescentar o óleo de amêndoas OU o óleo

de grainha de uva e o(s) óleo(s) essenciais.

. Misturar bem e deixar arrefecer.

. Quando começar a solidificar, adicionar o

bicarbonato de sódio e bater com batedeira

elétrica até obter um creme.

. Coloque o creme de barbear em um pote,

deixe no frigorífico e... Está pronto a utilizar.

Sugestão

Pode acrescentar 1 cápsula de Vitamina E na

altura que começar a solidificar, antes de adicionar

o bicarbonato de sódio.

saber junho 2022

23


nutrição

Alison Karina

de Jesus

Alison Karina de Jesus

Nutricionista (2874N)

facebook.com/nutricionalmentebem

instagram.com/nutricionalmentebem

info@nutricionalmentebem.com

https://nutricionalmentebem.com/

D.R.

Disruptores endócrinos: Bisfenol A

V

ivemos num mundo em que os

produtos químicos fazem parte do

nosso dia-a-dia. Alguns destes químicos

podem afetar o sistema endócrino

(hormonal) e influenciar processos

de desenvolvimento cruciais ao Homem e às

espécies selvagens. Diversos estudos associam

a exposição a disruptores endócrinos a

efeitos adversos como infertilidade, cancro,

obesidade, síndrome metabólica e alterações

na função tiroideia e na atividade cerebral,

o que torna emergente o conhecimento

da ação destas substâncias capazes de

alterar o equilíbrio endócrino. O Bisfenol A

(BPA) é um composto industrial que tem demonstrado

exercer desregulação endócrina

com efeitos na reprodução, desenvolvimento,

metabolismo e cancro em seres humanos

e noutras espécies. A ampla exposição

dos seres humanos ao BPA e suas potenciais

consequências clínicas têm atraído recentemente

a atenção considerável de cientistas

de todo o mundo. Os Bisfenóis consistem

numa grande família de produtos químicos

que são vulgarmente utilizados na produção

de muitos produtos de consumo. De longe,

o bisfenol mais utilizado (> 3 milhões de toneladas

/ ano) é o bisfenol A, que é utilizado

no fabrico de artigos tais como os plásticos,

revestimentos para alimentos e produtos

de medicina dentária. Vários estudos têm

mostrado que o BPA é libertado a partir de

produtos de consumo, que conduz à sua

deteção em alimentos, água potável, águas

residuais, ar e em poeiras. Outros estudos

têm identificado BPA no sangue, urina, tecido

adiposo, na placenta e no sangue do

cordão umbilical. O BPA também foi detetado

no leite das mães que amamentam. As

crianças são mais suscetíveis aos efeitos adversos

do BPA, devido ao facto do sistema

endócrino ainda estar em desenvolvimento,

mas, também, porque a função hepática de

desintoxicação e eliminação de substâncias

encontra-se ainda imatura. Os disruptores

endócrinos são químicos que podem interferir

com a normal atividade hormonal. A

EFSA tem vindo a preocupar-se com a presença

de disruptores endócrinos na cadeia

alimentar, sendo que, defende que são necessários

novos métodos de identificação

das propriedades dos disruptores endócrinos.

Apenas uma pequena fração de centenas

de milhares de químicos sintéticos

têm sido associados à disrupção endócrina,

o que nos faz olhar apenas para o “topo do

iceberg”. São necessárias mais informações

concretas sobre o mecanismo de ação destas

substâncias e a prevalência de morbilidades,

uma vez que conhecendo o potencial

destas substâncias, diminui-se a exposição

e, consequentemente reduz-se a vulnerabilidade

às doenças. s

24 saber junho 2022


IMAGE consulting

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www.q-vestir.com/

info@q-vestir.com

D.R.

Marisa Faria

Consultora de Imagem

PORQUE NÃO

ATRAI O QUE

QUER PARA

A SUA VIDA?

D.R.

A atração, assim como a beleza,

é, antes de tudo, um trabalho

interno. Então, quando penso em

ser fisicamente atraente, o que

me resume é saber que estou

cuidando muito bem de mim, que

estou aparecendo como a melhor

versão de mim e de uma forma

que se encaixa em mim. Não é

para impressionar o mundo. É

para me impressionar no mundo.

Você já notou como quando pensamos

na palavra “atraente”, geralmente

pensamos primeiro nas

aparências externas?. Mas, e se não

for isso o que torna uma pessoa atraente? E

se a atração for realmente muito mais?. A lei

da atração afirma que “semelhante atrai semelhante”.

Com isso em mente, a primeira

pergunta que penso é: “Quem e o que você

está tentando atrair para a sua vida?”. Para

ser mais atraente, você precisa decidir o que

deseja atrair para a sua vida. Afinal, você

não quer atrair tudo, pois não?. Se deseja

ter um futuro melhor, você tem que saber o

que quer que o seu futuro seja em primeiro

lugar. É como receber um papel para representar

num filme. Você nunca leu antes, mas

você gosta do papel e quer ser essa personagem.

Então, você começa a lê-lo. Mas está

esquecendo constantemente as suas falas.

Parece estranho. Você definitivamente não

se sente como o personagem ainda. Mas

com o tempo, se você praticar esse papel

por tempo suficiente, tornar-se-á essa personagem.

E, você não precisa mais do guião

porque o conhece muito bem. Você não

atrai o que está fazendo. Você atrai quem

você está sendo. A atração, assim como a

beleza, é, antes de tudo, um trabalho interno.

Então, quando penso em ser fisicamente

atraente, o que me resume é saber que estou

cuidando muito bem de mim, que estou

aparecendo como a melhor versão de mim e

de uma forma que se encaixa em mim. Não

é para impressionar o mundo. É para me

impressionar no mundo. Quando eu faço

essas coisas, o que acaba acontecendo em

mim é que eu me atraio por mim mesma.

E isso é o que realmente importa. Quando

você realmente gosta da sua própria companhia

e se sente atraída por si mesma, pode

entrar em qualquer lugar e ser quem você é

sem precisar de validação. Aprecie a beleza

de ser você mesma. Quando você fizer isso,

descobrirá que atrai mais pessoas e coisas

certas para sua vida. Em breve lançarei um

curso onde são aprofundadas todas as áreas

essenciais da imagem e não só a aparência

externa. Porque imagem não é apenas isso,

é muito mais. Para que uma pessoa assuma

definitivamente a sua melhor versão, é essencial

haver sobretudo, uma mudança de

mentalidade, de comportamento e saber

se posicionar para o que deseja atrair para

a sua vida através da postura certa, da comunicação

certa e da imagem pessoal certa.

Através deste método, a pessoa passa a

sentir-se uma pessoa diferente, e a agir de

forma diferente, criando impacto e deixando

as suas marcas de poder no mundo por

onde quer que passem. s

saber junho 2022

25


CONVERSAS COM SABoR

&

Elisabete

José António

Entrevista António Barroso Cruz

gentilmente cedidas pelos entrevistados

Agradecimentos Hotel Meliã Mare Madeira e A Tulipa

Elisabete Gouveia e José António Garcês fazem

da vida uma viagem de 15 anos, numa relação de

cumplicidade e companheirismo. José António traz

a Fajã da Areia no mais profundo do seu ADN. Traz

a honradez, a simplicidade, a forma descontraída

de estar, o reconhecimento político. Elisabete leva

em si os sonhos e os projectos que se consolidam

na sua pessoa e espreitam pela frecha da vida a sua

oportunidade de respirarem. Leva em si um apurado

sentido de mãe e esposa. São dois os filhos a quem

pretendem deixar o mais valioso dos patrimónios:

a formação. Ambos naturais do concelho de São

Vicente, é por lá que continuam e querem continuar

a desempenhar os seus papéis de educadores e

a traçar os seus percursos profissionais, sejam

eles quais forem num futuro próximo. Esta é uma

conversa com gente de bem, com gente sorridente e

de boa relação com a vida.

26 saber junho 2022


A.B.C: É fácil estar casada com uma pessoa

que vive há tantos anos para a política?

Elisabete: Hoje, posso dizer que sim, mas os

primeiros anos foram complicados...

O que foi complicado, exactamente?

E.: A disponibilidade de tempo.

O tempo. Um político é sempre um político...

E.: Pois. Mas antes de entrar na política era

diferente. Fiz o meu curso no período nocturno

e ele acompanhava-me sempre. Eu era

a menina dos olhos dele - e continuo a ser -

mas depois deixou de haver essa disponibilidade

de tempo.

José António, explique lá o que é isso da

‘menina dos olhos dele’, uma expressão

curiosa. Há quanto tempo se conhecem?

José António.: Conhecemo-nos há 16 anos.

Quando começámos a namorar – sou mais

velho do que ela nove anos – ela tinha 21 e

eu já tinha 30, portanto a ‘menina dos olhos’

vem daí...

E menina ia porque tinha ‘guarda-costas’

ou ia também para aprender banca

e seguros?

J.A.: Não. Na altura tinha a minha vida organizada,

já trabalhava, tinha as minhas coisas.

Como ela estudava à noite acompanhava-a

até à escola e depois de terminadas as

aulas regressávamos juntos. Aproveitávamos

esse tempo de regresso a casa para estarmos

juntos. No entanto a vida muda e quando

temos outras coisas para fazer torna-se

mais complicado estarmos juntos, daí que

ela diga que no início foi complicado porque

já não estávamos tanto tempo juntos como

antigamente.

Há quantos na política, directa ou indirectamente?

J.A.: Estou na política há muitos anos. Comecei

na JSD-M, fui presidente da JSD de São

Vicente, fiz parte da Comissão Política Regional

da JSD-M, fui Secretário-Geral Adjunto da

JSD-M e depois foi quando surgiu o desafio

autárquico em 2013. Embora a JSD seja uma

escola política em que se aprende muita coisa

acabamos por não ter a visibilidade em

termos da política autárquica.

Está a ver o seu marido a fazer outra coisa

que não política?

E.: Não.

Então, o que poderá ser a vida do José

António a partir de 2025?

E.: Só ele é que saberá.

E o José António, sabe?

J.A.: A nossa vida é um desafio e nesse desafio

aparecem vários desafios. Em 2013 surgiu

o desafio político e segui-o, portanto, em

2025 poderá surgir outro desafio, quer político,

quer não. Só temos de estar preparados

para qualquer desafio e temos de olhar para

os mesmos e decidir se queremos assumir

esse desafio ou não.

E, se amanhã, um dos vossos filhos quiser

enveredar pela carreira política, leva dois

pares de estalos [risos]...?

E.: Leva três! [risos] O que dizemos é que não

queremos essa vida para eles.

Neste momento estamos a falar de crianças

e as crianças não têm a noção do

papel que o pai desempenha [presidente

da Câmara Municipal de São Vicente] mas

algum deles já manifesta alguma ‘curiosidade’?

E.: Eles têm o blá-blá do pai, a conversinha

do pai...[risos]

Mas é uma conversinha que dá votos...

E.: Sim [risos]. Eles já ganham votos.

Não me diga que já fazem campanha ‘porta-a-porta’

com o pai...

E.: Não, mas são já muitos anos do José António

nesta vida política e, realmente, ele tem

jeito e os miúdos são influenciados por ele,

tanto que, já mostram ter aquela ‘conversinha’

de político [risos]...

O José António Garcês é aquela pessoa

que conhecemos enquanto político, só

que não gostaria de circunscrever esta

conversa apenas à política. Assim sendo,

quem é o José António Garcês fora da sua

rotina política?

J.A.: Quando somos políticos e exercemos de

alguma forma a política em termos de cargos

públicos ou políticos, é difícil sair desse registo.

Somos políticos 24 horas por dia. Num

fim de semana destes fui com uns amigos ver

um jogo de futebol e nem mesmo assim descolo

da imagem de ‘presidente’, «senhor presidente!»,

e toda a gente a olhar para mim.

Quero dizer que nem mesmo os amigos são

capazes de dissociar o José António Garcês

do cargo político que ocupa neste momento.

É como o Dr. Alberto João Jardim, que cada

vez que está em algum sítio eu próprio

continuo a tratá-lo por presidente [risos]...

J.A.: Pois, não se consegue dissociar. Agora

obviamente que temos os nossos momentos

na política e temos os nossos momentos privados.

Recentemente fui jantar com os meus

amigos e jogar à bisca e este é um momento

para os amigos, em que conversamos e

jogamos à bisca, fazemos aquelas brincadeiras

de amigos, mas é certo que dificilmente

se consegue dissociar o cargo da pessoa. Em

muitas situações as pessoas não vêem o José

António Garcês mas o Presidente da Câmara

de São Vicente. Quando se ocupa este tipo de

cargo, é compreensível.

Isso acontece quando vão ao cinema, por

exemplo?

J.A.: Não me recordo da última vez que

fomos ao cinema, mas já fomos várias vezes,

mais nestes últimos anos com os miúdos, e

ver filmes vocacionados para eles – num dos

últimos a que assistimos cheguei a pegar

no sono – mas vamos ao cinema, passeamos,

gostamos de ir ao Madeira Shopping

onde aproveitamos para almoçar ou fazer

outras coisas em família. Perto de casa tem

um pequeno campo de futebol que aproveitamos

para jogar. Gostaria de poder passar

mais tempo com a família, mas há sempre

aqueles momentos que são nossos, e quando

estou com os meus filhos procuro desfrutar

ao máximo, concentrar-me naquele

momento e não pensar na política ou noutras

coisas. O meu filho mais novo gosta

muito de futebol e, em casa, está sempre a

perguntar à mãe quando é que chego para

irmos jogar futebol [risos]. São momentos

que são só nossos e tentamos esquecer o

resto, a não ser quando o telefone toca e

temos de atender a chamada.

Uma vida dedicada à banca e aos seguros,

Elisabete. O que a puxou nessa direcção?

Por que não outra área e o que é que

a atrai – ou continua a ser atraída – nesta

área de trabalho?

E.: Na altura foi uma oportunidade – estudava

e trabalhava ao mesmo tempo – e sou sincera

neste aspeto já que se não fosse o apoio

dele (ajudava-me em tudo, inclusive nos trabalhos

escolares) - porque era trabalhar

durante o dia e estudar à noite - não tinha

conseguido. O meu marido foi a minha força

e devo-lhe muito. A banca e seguros foi uma

oportunidade que aproveitei, foi um desafio

de que aprendi a gostar e continuo a gostar.

É uma área de trabalho em que se sente

realizada?

E.: Não direi realizada porque gostaria de ter

um negócio nosso, em nome próprio, dos

dois. Nesse tempo, quando comecei a trabalhar,

falámos sobre o facto de avançarmos

com um negócio nosso, mas toda a gente

trabalhava na banca e seguros e eu, como a

banca não me seduzia, acabei por ir para os

seguros. Até quando só Deus sabe.

Tiramos a Elisabete da área dos seguros

para um lugar que a faria mais feliz. O que

saber junho 2022

27


é que faria a Elisabete mais feliz, em termos

de ocupação profissional?

E.: Um projeto familiar.

Você é benfiquista e o seu marido, portista.

Como é que se arbitra essa questão lá

em casa?

E.: É uma forma de apimentar a coisa [risos].

Um puxa para um lado, outro puxa para

outro, surge mais como uma forma de brincadeira.

Segundo a crença e os ditos populares,

chego à conclusão que o José António

Garcês não deve de ser um bom pai de

família...

E.: É, é.

Os benfiquistas é que são bons pais de

família, segundo o ditado [risos]...

E.: Ele tem uma costela benfiquista! [risos]

Enquanto trabalho de autarca que, brilhantemente,

já vem desempenhando há

8 anos e meio, qual é, neste momento, a

maior frustração que tem de algo que não

tenha concretizado enquanto presidente

da Câmara Municipal?

J.A.: Digo sempre uma coisa que é: a minha

maior mágoa quando deixar este trabalho,

não é não ter feito obra, não ter ajudado as

pessoas, não ter ajudado a desenvolver a

minha terra, não ter cumprido o meu manifesto

eleitoral, que vai ter que ser concretizado.

A minha maior mágoa é não ter conseguido

mudar mentalidades. A questão da

mudança de mentalidades é importante em

matéria de desenvolvimento local e, infelizmente,

não é fácil mudá-las. Já se consegue,

aos poucos, mudar algumas, mas para

haver um maior desenvolvimento, e mais

rápido, toda a gente tem de remar para o

mesmo lado e, para isso, é preciso a mudança

de mentalidades. Portanto, a minha maior

mágoa quando sair é não ter conseguido

concretizar algumas prioridades devido à

mudança de mentalidade.

Quando fala da mudança de mentalidade,

está a falar em relação a quê?

J.A.: Refiro-me, por exemplo, a que se continue

a pensar da mesma forma como se pensava

há anos, que era aquela ideia de que

os políticos só aparecem na altura das eleições

e quando precisam, que os políticos são

todos corruptos, que os políticos são mentirosos,

que os políticos prometem e não cumprem.

Mas na verdade cada caso é um caso

e, efectivamente, nem todos os políticos são

iguais.

Mas basta haver meia dúzia de casos para

estragar tudo.

J.A.: Sim. Falo com as pessoas e, sobretudo

agora, em que há projetos para terminar e

não posso falhar os compromissos que assumi

perante as pessoas, mas há sempre aquela

desconfiança por parte das pessoas quanto

à concretização das promessas. E depois

outras situações do dia-a-dia, por exemplo

na questão da água. As pessoas continuam

a pensar que São Vicente tem água em abundância.

E tem, na verdade, o concelho tem

muita água, mas é um bem que tem de ser

bem gerido e tem de ser pago por todos, ou

seja, por quem tem em casa água potável.

Quando cheguei à Câmara de São Vicente,

tínhamos trezentos mil euros de água para

cobrar e o Tribunal de Contas questionou-

-nos a razão de não cobrarmos a água! Há

uns que pagam e outros que não pagam, e

eu sou o próprio a explicar às pessoas que a

água é um bem essencial e que toda a gente

pode, e deve, pagar. Uns justificam com o

esquecimento, outros por outra razão qualquer,

isto para dar um exemplo de que se

continua a pensar da mesma forma. Se dá

vento na ponta do calhau a culpa é do presidente

da câmara...

É o que tem as costas largas [risos]

J.A.: É um bocadinho isso [risos]. É isso, mas

há uma relação muito próxima com toda a

população – posso dizer que mais de metade

da população local tem o meu número de

telefone – e a restante não é difícil arranjar o

número e, portanto, qualquer coisa ligam-me

a qualquer hora do dia e eu atendo para tirar

uma dúvida e explicar uma situação, muitas

vezes sobre assuntos corriqueiros, como a

simples colocação de um ‘muppie’ eletrónico.

Houve um senhor da freguesia de Boaventura

que me ligou sobre a colocação de um

“muppie” cuja colocação ele achava que estava

mal, e eu que ficava no lugar indicado porque

era o melhor lugar (não quer que deixe

à frente da sua garagem? Então vai ficar em

Ponta Delgada). Isto para dar um exemplo

em relação à mentalidade das pessoas, que

acham que é como querem. Há vários exemplos,

como uma estrada que dava acesso ao

cemitério que era empedrada e que foi asfaltada,

o que para dois ou três foi uma confusão

porque o empedrado era uma coisa histórica,

mas, na prática, dificultava a deslocação

e tornava-se incómodo para as pessoas

que ali circulavam de cadeiras de rodas, com

carrinhos de bebé, as senhoras de sapatos

de salto. O empedrado reflete este tipo de

mentalidade e que é que se confunde um

bocadinho ao nível da decisão política. É neste

aspeto que me entristece o facto de não

ter conseguido mudar certas mentalidades.

Mas penso que com o tempo vou conseguir

mudar mais algumas.

Colocando a hipótese dos vossos filhos, ou

um deles, entender seguir a carreira política…Se

se alistar na Juventude Socialista,

o pai tem algum problema relativamente

a essa decisão?

J.A.: A coisa que mais quero na vida é que

os meus filhos sejam felizes. Se eles, ou ele,

entenderem ser do Benfica, vamos ao futebol

em que eles vão com a camisola do Benfica

e eu com a camisola do Porto e não há

nenhum problema em relação a isso – é a

democracia. A nível partidário, se algum

deles for para a Juventude Socialista e se for

essa a sua convicção, terá o meu apoio. Independentemente

de ser de direita e ter pensamentos

sociais democratas, respeito. Há

famílias sociais democratas madeirenses que

exerceram cargos políticos, em que os pais

são de direita e os filhos são de outra força

política. Em relação aos meus quero que

sejam felizes e respeitarei quaisquer decisões,

agora, no que eu poder influenciar não

vou esconder, quer a nível partidário, quer a

nível clubístico [risos].

Achei curioso uma coisa que a Elisabete

há pouco disse e que tem a ver com o nascimento

do segundo filho, que terá sido

premeditado. Até que ponto a matemática,

a finança, a economia entra na equação

de ter o segundo filho?

E.: Sempre quisemos ter dois filhos. Depois

do primeiro filho partimos para a possibilidade

de termos um segundo filho e assim foi.

Mas havia que dar um espaço de tempo para

manter o equilíbrio da economia doméstica.

[daí o lapso de tempo entre o nascimento

de ambos]

É fácil ser mulher do presidente da Câmara

de São Vicente, publicamente falando?

E.: É. Somos pessoas simples. Somos uma

família de hábitos simples.

Há aquela coisa de ir na rua e de alguém a

28 saber junho 2022


abordar para pedir ao seu marido a estrada

para um determinado sítio? Há recados

lá para casa?

E.: Sim. Até há quem diga que se não for este

a fazer, ninguém vai fazer. E quando vou

pagar a luz ou fazer outra coisa qualquer,

há sempre alguém com «olhe, não se esqueça

de dizer ao seu marido que ainda estou à

espera...». As pessoas confundem as coisas.

Vamos projectar a vossa vida para daqui

a dez anos.

E.: Já vais estar reformado nessa altura?

[para o José António]. Daqui a dez anos ele já

irá estar reformado. [risos]

Onde é que vai querer que os vossos filhos

estejam nessa altura?

E.: A viver a vida deles. Na universidade.

O que é que projeta em termos de vida

profissional para os seus filhos?

E.: O mais velho ontem dizia-me que queria

ser investigador. Já me disseram que queriam

ser médicos para tratarem as dores da

avó, já me disseram que queriam ser veterinários

por causa do cão. Eles vão ser aquilo

que quiserem ser e os pais vão apoiar.

José António, para final de conversa, qual

era a secretaria regional que gostaria de

liderar?

J.A.: [risos] Não tenho essa questão em mente.

Como disse anteriormente, a vida é feita

de desafios e os desafios ou nos identificamos

com eles ou não, aceitamo-los ou não,

tem sido sempre assim. Relativamente ao

Governo Regional é uma questão que não se

coloca no presente. No presente os objectivos

estão bem definidos e passam por cumprir

o que me propus e foi delineado para

o concelho de São Vicente, a minha terra.

Cumprir com o que me comprometi com as

pessoas e com a minha terra e sair no final

do mandato com a consciência tranquila de

que fiz o melhor que pude e que soube pela

minha terra e pelas pessoas da minha terra.

Isso é garantido. A partir daqui tudo o que

possa acontecer ao destino pertence.

Vou colocar-lhe a questão de outra forma:

já pensou na sua mulher em termos

de Primeira Dama da RAM?

J.A.: A resposta é igual. Neste momento, o Dr.

Miguel Albuquerque é o presidente do GR e

irá continuar a ser. Considero que o Governo

está muito bem entregue e acho que as

coisas quando têm que acontecer, acontecem.

Mas acho que não vai ser esse o meu

caminho.

O meu filho dizia-me que queria ser presidente

da Câmara e eu «não queres ser outra

coisa? Não queres ser médico?». E ele «sim,

ser médico é bom. Assim eu podia ajudar a

avó...». E eu «e ajudavas as pessoas que não

podiam pagar a consulta». E ele «sim, mas

pagavam mais tarde...». «Então não vás para

médico, vai para gestor!» [risos]

Daqui a 50 anos, como é que gostaria que

os seus filhos a recordassem?

E.: Que me recordem da forma como eles

próprios fazem questão de me dizer, que sou

a melhor mãe do mundo. s

PUB

saber junho 2022

29


viajar coM saber

Expo Dubai

De vez em quando o mundo resolve pacificar-se e

reunir-se num qualquer lugar para mostrar ao mundo

que está tudo bem. Aparentemente. Desta feita, e com

um atraso de quase dois anos, o Dubai tinha sido o

lugar eleito para o tal mundo se reunir numa exposição

1]

ANTÓNIO CRUZ

AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt

1] Três temas estavam subjacentes a esta exposição mundial:

Mobilidade (na imagem), Sustentabilidade e Oportunidade.

universal de maravilhar. Na verdade, em 2020 ainda

a pandemia estava a debutar. Na verdade, em 2020

ainda a Rússia não tinha iniciado a sua campanha

destruidora na Ucrânia. Na verdade, em 2020 o

mundo confinou-se, fechando-se sobre si mesmo e

foi obrigado a adiar uma série de eventos, fossem

desportivos, culturais, corporativos, turísticos e por aí

fora. Mas em 2022, em plena guerra ucraniana, já com

a pandemia a sair de cena independentemente dos

milhares de infectados que todos os dias continuam a

entrar nas estatísticas e a encher cemitérios, o mundo

parece ter voltado a girar em toda a sua dinâmica,

tantas vezes insana, em toda a sua avidez alucinada,

em toda a sua loucura por vezes incompreensível. E

a Expo Dubai, aberta em Outubro de 2021, recupera,

enfim, todas as expectativas que desde a decisão

de lá ser feita, seria legítimo acalentar. É para ela

que vos convido neste género de reportagem mais

imagética que textual, pois tive o privilégio de por lá

ir duas vezes (em Fevereiro e em Março) e fascinarme

com alguns pavilhões, desiludir-me com outros,

espantar-me com outros tantos e regressar a casa de

alma cheia e com a certeza de que quando o mundo

está para aí virado, pode resultar numa ideia de paz,

de consensos, de sossego e de harmonia. Através do

que de melhor o Homem consegue realizar.

António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia

30 saber junho 2022


2]

3]

2] Por entre os quase 200 pavilhões que se fizeram

representar no Dubai, o do Japão foi o mais procurado e o

mais difícil de conseguir visitar. Eu tive a sorte dos audazes,

dos persistentes, dos atrevidos, dos descarados. E foi, de

facto, a melhor experiência que tive ao longo dos 6 dias que

estive na Expo Dubai.

4]

3] Curiosamente, e no ponto oposto da minha avaliação, e opinião

mui pessoal, o da Coreia do Sul, ainda que bastante impactante por

fora, no seu interior a desilusão foi grandiosa e considero-o como um

dos mais pobres de toda a Feira.

5]

4] No da Rússia, e por uma questão de coerência para com os

meus valores pacíficos, recusei-me a entrar. Foi a minha atitude

de boicote para com um país invasor e permanentemente

atropelador dos direitos humanos. Fica a imagem exterior, que

não deixa de ser bonita e bem conseguida.

6] No meu top 10 entra decididamente o pavilhão de Marrocos. Não

só devido à sua forma de ser visitado, possibilitando um circuito em

caracol rectangular ao longo do qual se abriam salas com abordagem

a diversos temas que marcam a idiossincrasia marroquina, mas

sobretudo devido à volumetria do pavilhão e à beleza arquitectónica

de que se revestiu e encantou milhões de visitantes.

5] E também porque a Polónia está envolvida nesta guerra de leste

enquanto país receptor e anfitrião de refugiados ucranianos. E porque

achei piada à sua abordagem bastante sustentável, aqui o deixo, para

memória futura dos que mais me caíram bem.

7]

6]

7] Mas exteriormente falando, o que definitivamente mais me

cativou e convenceu, e porque tudo o que no seu interior também

mostrava sobre o país, foi o do Paquistão. Um design lindo, cores

envolventes, um género de magia plasmada em cada ângulo ou

perspectiva. Maravilhamento absoluto e a certeza de que mesmo

do mais improvável dos cantos do mundo pode chegar a mais bela

das surpresas.

saber junho 2022

31


DECORAÇÃO

Casas de madeira para ter

no jardim e ganhar arrumação extra

Uma casa de madeira no jardim, ou abrigo de jardim, significa

ter arrumação extra e diferentes utilidades. Dependendo

do seu tamanho, estas casas que, são geralmente

feitas de madeira, podem servir como zona de arrumação

de brinquedos, ferramentas da horta, têxteis da esplanada, móveis,

bicicletas, malas, equipamento desportivo, utensílios do animal de

estimação, e também podem ser uma zona de trabalho, ou escritório.

Se não tiver arrumação extra em casa, como uma arrecadação,

opte por uma casa pré-fabricada de madeira no jardim ou terraço

com diferentes utilidades. Assim, e mesmo que o terraço ou jardim

seja pequeno, é possível incluir uma casinha de madeira para

ser o refúgio do animal de estimação na casa. Uma casinha para

crianças: desta forma vai fazer dela o cantinho preferido dos mais

pequenos da casa. Sempre com a supervisão de um adulto para que

as crianças brinquem com segurança e tranquilidade, uma casinha

de madeira permite-lhes desfrutar das brincadeiras ao ar livre. Um

cantinho para trabalhar: se tem um grande jardim terraço ou jardim,

é possível instalar um casa de madeira com janelas para aproveitar a

luz natural e um espaço tranquilo onde se pode concentrar para trabalhar

em paz. Diversas marcas dispõem no mercado destes úteis

espaços de arrumação extra para a casa. s

Maria camacho

Grosfillex

idealista.pt

32 saber junho 2022


MARCAS ICÓNICAS

Em 1934, em resultado da fusão da Fábrica Leão com

a Fábrica “Atlantic Brewery”, é criada oficialmente a

Empresa de Cervejas da Madeira (ECM), sendo que,

o início da atividade remonta a 1872, com o inglês

Henry Price Miles que se radica no Funchal e aqui

funda a Cervejaria Atlântica “Atlantic Brewery” - a

primeira fábrica em Portugal a produzir cerveja

em moldes industriais. A Empresa de Cervejas da

Madeira, que apresenta no seu portofólio o segundo

refrigerante mais antigo do mundo, a Laranjada,

fabricada desde 1872 [o primeiro é a Schwepps,

lançada em 1783, 89 anos antes], é a maior empresa

de produção e distribuição de bebidas da região,

cuja qualidade é reconhecida pelas medalhas

atribuídas pela Monde Selection, na sua maioria

de Ouro e Grande Ouro. Foi a primeira cervejeira

em Portugal a ser certificada com o sistema gestão

do ambiente segundo a norma ISO 14001 e com o

sistema gestão de qualidade segundo a norma ISSO

9001:2000. O espaço da fábrica, situada no Parque

Empresarial de Câmara de Lobos, recebeu em maio

deste ano um grande arraial típico madeirense

que teve como objetivo celebrar os 150 anos de

história da empresa e em que marcaram presença

o Presidente do Governo Regional da Madeira,

Miguel Albuquerque, o proprietário Dionisio

Pestana [Grupo Pestana], colaboradores e seus

familiares, clientes e diversos outros parceiros. O

administrador da ECM, Miguel Sousa, destacou o

orgulho na empresa 100% portuguesa que resiste na

Madeira com um portfólio de mais de 150 medalhas

arrecadas pela qualidade dos seus produtos.

Operando no mercado regional que representa 80%

das vendas, Miguel Sousa destacou que a “grande

ambição” é ter uma importante quota de mercado

no continente e aumentar as exportações para o

estrangeiro. A empresa vende 35 milhões de litros

de cerveja e refrigerante por ano, o que equivale

a 55 milhões de euros. Em contrapartida, paga 10

milhões de euros de impostos. É a única no País a

reutilizar garrafas, estratégia que lhe permite agora

fazer face às dificuldades em comprar garrafas fruto

da conjuntura internacional. Em 1994, o Governo

Regional vende as quotas nacionalizadas ao Grupo

Pestana, que ainda mantem a posse e as atividades

para que foi criada: fabrico, comercialização

e distribuição de marcas próprias de cervejas,

refrigerantes e águas, representando ainda

marcas noutras categorias (espirituosas, vinhos,

sumos e néctares, águas, leites, azeites, vinagres e

molhos), mantendo, no entanto, como referências

principais as marcas criadas pela empresa antes da

nacionalização: a Cerveja Coral, a Brisa Maracujá e

a Laranjada. s

Maria Camacho Wikipédia ECM

saber junho 2022

33


CASUAL CHIC

&

Carmo Gomes

Lifestyle Blogger › Instagram mumlife_bymc

TRADIÇÃO E IRREVERÊNCIA

M.F.

Omármore, as madeiras nobres, a

escadaria marcante e o candeeiro

encantador, que marcam o contexto

do histórico e icónico Golden

Gate, exigem combinados que, como o

espaço em si, espelhem classe e distinção.

Por essa razão, as escolhas desta rúbrica recaíram

sobre vestidos da criadora Versace,

disponíveis na Boutique Closet, localizada

nas Galerias São Lourenço. Para quem procura

uma linha mais clássica, mas com marcas

de originalidade e até uma certa irreverência,

o corte, as cores e as texturas dos

combinados, assim como os acessórios com

os quais os mesmos são conjugados, são aspectos

essenciais e que, quando articulados

de forma adequada, podem fazer a diferença

entre um ‘look’ mais tradicional e um que,

não deixando de ser sóbrio, marca, todavia,

a diferença. Nesse sentido, a Boutique Closet

tem muito para oferecer, não só desde

a roupa mais casual a vestidos formais, passando

por ténis, saltos, bolsas e até roupa

de praia, mas também em termos de profissionalismo

e simpatia, especialmente a querida

Délia, que recebe cada cliente como se

de uma amiga se tratasse. Deixamos aqui a

dica e o convite para conhecerem estes dois

espaços de excelência, situados bem no coração

da nossa cidade, e com uma oferta

que prima pela classe e excelência. s

34 saber junho 2022


saber junho 2022

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DICAS DE MODA

Lúcia Sousa

Fashion Designer Estilista › 914110291

WWW.luciasousa.com

FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista

Daniela

Agradecimento › Manuela

Direitos Reservados

Beauty

Nesta rubrica, apresento-vos um vestido

desenhado para o evento Crismas.

O vestido projetado ao estilo da princesa

Daniela, é um vestido longo ao

viés, o corte acompanha a elegância e fluidez do

tecido seda, adequado à cerimónia crismas. Na

parte de cima, o decote é em estilo grego, o tecido

enrola de forma interessante formando uma

alça para as costas que cruzam. As alças torcidas

são cozidas à mão com pontos invisíveis.

Um vestido confortável e elegante na cor vermelho

carmim vestido pela princesa Daniela. s

36 saber junho 2022


saber junho 2022

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MAKEOVER

Mary Correia de Carfora

Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup

Um dia com...

Laura Photography

Fotografia de casal: contando uma bela história de amor

Nesta edição, convido-vos a

conhecer o trabalho da Laura,

uma conceituada fotógrafa alemã

que se mudou de malas e

bagagens para a Madeira no início deste

ano de 2022, e cujas fotografias têm corrido

mundo. A Laura fez as fotografias de

casamento do casal das imagens onde conta

uma história linda de amor, tendo como

cenário de fundo as belas paisagens da ilha

da Madeira. Pedi à Laura que me contasse

a sua história e o que faz dela uma fotógrafa

única e especial. "O meu nome é Laura.

Sou uma fotógrafa alemã de casais e fuga.

Mudei-me da Alemanha para a mais bela

ilha do mundo – a ilha da Madeira, em Janeiro

de 2022. Considero que, foi uma decisão

comovente e a mais acertada. A minha

paixão é captar histórias de amor individuais

de uma forma autêntica e estética. Tal

como elas são. Todos os casais são diferentes,

logo, todas as histórias são diferentes.

É, por isso, importante expressar as emoções

e sentimentos especiais que os membros

do casal nutrem um pelo outro através

da fotografia - das minhas fotografias.

Todos são bem-vindos aqui, independentemente

do tipo de relação em que se encontram!.

Casar significa uma quantidade incrível

de stress para muitos casais. Eles querem

corresponder às expectativas dos seus

pais e devem convidar aquele vizinho de

há dez anos que lhes oferecia chocolates

e era simpático. Espera, o quê? Não é isso

que querem, certo?. O ponto alto da relação/casamento

é suposto ser sobre VOCÊ!

Sobre a SUA história. Sobre o que VOCÊ

tanto deseja e nada mais. Então, porque

não fugir de todo o stress e expectativas

dos outros? VAMOS ELOPE! Porque isso dá

a oportunidade de fazer do seu casamento

um momento muito íntimo e especial,

tal como você deseja. É isto que a fotografia

faz: regista um momento único e o olhar

do fotógrafo tem que ser capaz de o registar

e de o tornar especial e eterno.”. Fiquem

com estas belas imagens e tirem as vossas

próprias conclusões. s

Mary de Carfora

38 saber junho 2022


Produção: Mary Carfora - Cabelos e Maquilhagem: Mary Carfora -

Agradecimentos

Fotógrafo @lauraglueckphotography - Modelcouple @onelifespirit - Vestido @villa.marina.brautmode

saber junho 2022

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FASHION ADVISOR

JORGE LUZ

www.facebook.com/jorgeluz83/

O regresso da cor em 2022

A

s cores da moda primavera-verão

2022 são muitas e variadas. Brilhos

como sempre, é de usar e não apenas

à noite. Adoro brilhos!. Muita

cor e brilho para contradizer os últimos anos

de isolamento em casa devido à pandemia.

Use-as tanto sozinhas, em produções monocromáticas,

como com tons neutros para

propostas mais discretas. Ou misture-as

montando looks color block, que voltam em

força. Verde aceso para triunfar porque a

natureza está no máximo esplendor, assim

como os amarelos, os vermelhos, os azuis. O

pink também estará com especial evidência,

a remeter para o romântismo e para este

acalmar de cores vibrantes que encantam

o visual e a alma. As cores são para serem

usadas por senhoras de todas as idades e

personalidades. Viva o optimismo e a alegria

das cores!. s

Jorge Luz Jorge Luz Matilde Vasconcelos

40 saber junho 2022


saber junho 2022

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MOTORES

Toyota GR Yaris,

simplesmente

explosivo!

Nélio Olim

D.R.

Por muitos volantes que me passem

pelas mãos, há uns que ficam imediatamente

eternizados. Normalmente,

são os mesmos automóveis

com os quais passo a sonhar com o dia de

os poder conduzir todos os dias e não apenas

durante estes ensaios, que por sinal já

são muitos… O Toyota GR Yaris é daqueles

tão especiais, que nunca esquecerei. Aerodinâmica,

baixo peso e alta rigidez são algumas

das características deste carro, aliado a

um impressionante motor turbo de injeção

direta de três cilindros em linha de 1,6 litros

G16E-GTS que debitam uns interessantes

261 cavalos de potência e que me fizeram

vibrar pelas nossas estradas. O GR Yaris é

muito mais que um Toyota Yaris com esteróides

e um motor mais potente. Manter o

nome Yaris é, talvez, o seu único “problema”,

mas apenas e só para quem nunca o

conduziu. O GR Yaris é aquele carro em que

tudo, mas mesmo tudo, foi pensado ao pormenor.

Uma máquina de emoções fortes.

Um automóvel que depois de conduzirmos

nos invade de desejo sem olharmos a mais

nada. Mas passemos às alterações face ao

modelo original, e que são bem mais do

que à primeira vista possamos pensar. Aliás,

basta dizer que nem sequer os dois modelos

são produzidos na mesma fábrica. Enquanto

o Toyota Yaris convencional é produzido

na Europa, em França, os GR Yaris são produzidos

no Japão. No exterior, todos os painéis

são distintos. Da versão convencional

ficamos apenas com as óticas e os espelhos

retrovisores. Ao nível do chassis temos uma

plataforma exclusiva que resulta da combinação

entre duas plataformas, a GA-B e a

GA-C, sendo esta última a responsável pela

possibilidade de ter no eixo traseiro não

apenas uma suspensão multilink, mas um

sistema de tração integral. E que sistema!

Mas já lá vamos… Para além disso, apesar

da mesma distância entre eixos, o GR Yaris

é mais comprido, mais largo e mais baixo,

o que já começa a denunciar a disparidade

face ao citadino que lhe deu o nome. Nada

foi deixado ao acaso. A grelha frontal de

maiores dimensões permite aumentar o

fluxo de ar e todas as formas da carroçaria

têm uma finalidade que vai bem para além

da estética. Não apenas a forma, mas também

o material aplicado. É o caso do tejadilho

em fibra de carbono, do para-choques

traseiro fabricados num material compósito

próprio, ou dos painéis em alumínio que

contribuem para um peso total de 1280 kg.

Depois, a colocação da bateria por baixo do

piso da bagageira, e a posição do motor 21

mm mais atrás no seu compartimento, permitiram

ainda uma equilibrada distribuição

deste peso e assim um baixo centro de gravidade.

O interior encanta pela simplicidade.

O foco está nas emoções. Apenas os itens

imprescindíveis para uma condução verdadeiramente

desportiva foram tidos em

conta na hora de aplicar alterações, ou seja,

bancos, volante, comando da caixa e pedais.

Os bancos desportivos têm um bom apoio e

em nada comprometem as viagens maiores.

Também o volante é específico do GR Yaris

e tem uma excelente pega provando que a

moda dos volantes cortados em baixo não

passa disso mesmo, uma moda! Contudo, o

seletor da caixa de seis velocidades manual

também sofreu alterações. A sua posição foi

elevada para ficar mais próximo do volante.

Por fim, só faltam os pedais. Para além de se

tratarem de pedais desportivos, foram colocados

em posição estratégica para facilitar

todas as “manobras”, incluindo o ponta-tacão,

e assim permitir uma condução perfeita.

Depois… depois temos o motor! Um motor

incrível! Ainda hoje me pergunto… Como

é possível ter um bloco de três cilindros com

tanta alma? O motor é incansável, e se há

casos em que não suspeitamos a potência

do bloco, ao volante do GR Yaris e com o pé

direito no fundo é difícil acreditar que sejam

“apenas” 261 cv. É um 1.6 l com três “apenas”

três cilindros, mas que entrega uma

alma ao GR Yaris que acreditem é mesmo…

inacreditável! É o bloco de três cilindros

mais potente do mundo, mas é também o

1.6l turbo mais pequeno e leve de sempre.

São factos(!), mas a disponibilidade e a entrega

de que é capaz é que impressiona e,

entusiasma!. A tração é o outro detalhe que

faz toda a diferença. O sistema GR-Four de

tração integral permanente foi desenvolvido

especificamente para o GR Yaris… E havia

tanto mais a dizer e a descobrir, mas poderá

fazê-lo no stand Toyota no Caminho do Poço

Barral, descobrindo um fantástico e explosivo

carro. s

42 saber junho 2022


saber junho 2022

43


agenda cultural

Agenda

Cultural

da Madeira –

junho 2022

SECRETARIA REGIONAL De TURISMO E CULTURA

D.R.

EXPOSIÇÕES

“Ecce Algorithmus”

Até 17 Junho

Na Capela da Boa Viagem

Instalação de António Dantas

Com curadoria de Hélder Folgado.

Esta mostra consiste numa instalação inédita

composta por uma sequência de imagens

eletrográficas.

“Tinctorium”

Até 18 junho

Na Casa da Cultura – Quinta do Revoredo

Da artista Andreia Nóbrega.

A mostra debruça-se sobre as flores e plantas

tintureiras, essencialmente plantas nativas

e endémicas da Madeira. No âmbito do

evento “Santa Cruz em Flor”.

“Chasseurs de Tempêtes”

ATÉ 25 Junho

Na Porta 33

Coletiva que aborda questões ambientais

em regiões costeiras. A exposição reflete sobre

vários aspetos das mudanças climáticas

antropogénicas e sobre os impactos mais

amplos da atividade humana nos habitats

naturais marinhos e costeiros.

44 saber junho 2022

Cícero Castro (Mercado Quinhentista de Machico 2018)

“João Pestana – Fragmentos”

Até 30 Junho

Na Torre do Capitão - Núcleo Museológico

de Santo Amaro

Esta exposição reúne uma série de registos

fotográficos recolhidos pelo conhecido fotógrafo

madeirense João Pestana, falecido

a 15 de dezembro de 2017. São cerca de

quatro dezenas de imagens, todas a preto e

branco, que João Pestana captou com a sua

objetiva, sobretudo na segunda metade do

século XX. As fotografias desta mostra revelam

cenas do quotidiano madeirense, com

destaque para algumas atividades económicas,

tais como a pesca, mas também de

algumas vivências e momentos, de pessoas

em vários contextos sociais.

“Trambolhão”

Até 30 Junho

Na Quinta Magnólia – Centro Cultural (Sala

da Lareira)

Da artista Teresa Arega.

“Em Suspenso do Ponto à Linha”

Até 30 Junho

Na Sala de Exposições Temporárias do Núcleo

Museológico Solar do Ribeirinho

Mostra escultórica de Jacinto Rodrigues.

A exposição conta com a instalação de peças

(de madeira e ferro) no interior do núcleo

museológico e nos jardins do Solar.

“Neptuno”

Até 30 Junho

Na sala de exposições temporárias do Museu

Porto Santo - Casa Colombo

De Emanuel de Sousa

Curadoria: Márcia de Sousa

Iniciativa integrada no programa de comemorações

dos 30 anos do Museu de Arte

Contemporânea da Madeira. “Neptuno”

apresenta um conjunto de obras de Emanuel

de Sousa, produzidas num período

anterior (2019), da série “retro-future” que

integraram a exposição “em viagem”, à data

com a curadoria de Márcia de Sousa e Rita

Rodrigues, e que atualmente fazem parte da

coleção do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea

da Madeira.

“O CIGANO – fogão de farelo”

Até 2 Julho

No átrio do Museu Etnográfico da Madeira

Exposição temporária, no âmbito do seu projeto

semestral “Acesso às Coleções em Reserva”.

Com o objetivo de proporcionar uma maior

rotatividade das coleções, o museu dá conti-


nuidade ao projeto denominado “Acesso às

Coleções em Reserva”, sendo apresentada,

semestralmente, uma nova temática. Neste

semestre, o museu recuperou e dá a conhecer,

uma técnica secular de cozinhar os alimentos.

A lenha, utilizada para cozinhar os

alimentos, embora abundante em algumas

localidades foi, em tempos mais remotos,

um bem escasso, devido à sua grande procura

e utilização. Para obtê-la, era necessário

percorrer longas distâncias nas serras e

em lugares inacessíveis. Foi então que surgiu

o cigano, utilizado um pouco por toda a

ilha, uma forma sábia de aproveitamento do

farelo de madeira, proveniente da laboração

das carpintarias e serragens. Este material,

de difícil combustão, tornava-se combustível,

quando prensado dentro de uma pedra

de tufo, construída para o efeito, ou, mais

recentemente, dentro de um recipiente em

folha de flandres, reutilizando-se as “latas de

tinta”.

“Subaquática”

Até 15 Julho

No Museu de Fotografia da Madeira – Atelier

Vicente’s

Mostra de fotografia subaquática da autoria

de Gonçalo Gomes, que tem como principal

objetivo sensibilizar o público em geral

e mobilizar a sociedade para a conservação

da vida marinha. Em exposição estão fotografias

captadas de espécies várias do fundo

do mar, por Gonçalo Gomes, madeirense

que ao longo de há mais de três décadas

tem se dedicado à fotografia e vídeo subaquáticos.

No espaço de exposições temporárias

do MFM-AV, estão imagens captadas

não só no mar da Madeira, como também

dos Açores e das Maldivas, assim como o

equipamento que Gonçalo Gomes utiliza

habitualmente nestes mergulhos e que pesa

mais de 20 quilos. Além da mostra de fotografias,

o autor preparou ainda dois vídeos

com imagens subaquáticas que será exibido

de forma contínua na sala multimédia do

Museu. Estes vídeos mostram por um lado a

imensa biodiversidade do mar do arquipélago

e o outro vídeo mostra as cinco espécies

que estão mais ameaçadas.

“Augusto Cabrita – Índia Portuguesa”

Até 16 Julho

No Museu de Fotografia da Madeira - Atelier

Vicente’s

Esta mostra reúne um conjunto de sublimes

imagens da Índia Portuguesa, captadas

em 1960 por Augusto Cabrita (1923-1993),

uma das maiores referências nacionais da

fotografia. Espólio, que nos chega através

do filho do autor, seu homónimo e também

fotógrafo, é exibido na nossa região pela primeira

vez.

“Martha Telles (1930-2001): A linguagem

do silêncio”

Até 31 Julho

No Solar do Aposento (Ponta Delgada).

Este projeto conta com a curadoria de Márcia

de Sousa e resulta de uma parceria entre

o MUDAS.Museu e o Solar do Aposento,

integrada no programa das comemorações

dos 30 anos da fundação do Museu de Arte

Contemporânea da Madeira. A exposição integra

um conjunto de obras de autoria de

Martha Telles, duas pertencentes ao acervo

do MUDAS.Museu, e as restantes cedidas a

título de empréstimo à Região, pela filha da

autora, compreendendo um total de trinta e

duas obras expostas.

“DA RAÍZ AO NÚCLEO”

Até 31 Julho

Na Assembleia Legislativa da Madeira

Da artista Teresa Gonçalves Lobo.

“Quebranto”

Até 31 Agosto

Na sala de exposições da Assembleia Municipal

do Porto Santo

De Emanuel de Sousa

Curadoria: Márcia de Sousa.

Iniciativa integrada no programa de comemorações

dos 30 anos do Museu de Arte

Contemporânea da Madeira. “Quebranto”

resultou de uma residência artística decorrida

entre outubro e novembro de 2021, no

Museu de Arte Contemporânea da Madeira

e que teve o seu corolário com a mostra

“Quebranto” apresentada pela primeira vez

na galeria do MUDAS.Museu, entre 3 de dezembro

de 2021 e 28 de fevereiro do corrente

ano.

“Formas Encontradas” e “(Un) disclosed”

Até 31 Agosto

No MUDAS.Museu de Arte Contemporânea

da Madeira

“Formas Encontradas” de Sandra Baía, com

curadoria de David Barro, e “(Un) Disclosed”,

de Julião Sarmento com a curadoria de Benjamin

Weil.

“Museu de Arte Contemporânea: a

fundação”

Até 31 Outubro

No Museu Quinta das Cruzes

Projeto com organização conjunta do MU-

DAS. Museu de Arte Contemporânea da Madeira

e do Museu da Quinta das Cruzes.

Esta mostra marca o arranque das comemorações

do trigésimo aniversário da fundação

do Museu de Arte Contemporânea da Madeira.

OUTROS EVENTOS

XV Edição do Mercado Quinhentista

de Machico

3 a 5 Junho

Este ano sob o tema “Água, sangue da Terra”.

Sobre a importância da água enquanto

elemento presente no quotidiano ao longo

dos tempos, essencial ao desenvolvimento

da vida, que a edição deste ano irá se debruçar,

nesta viagem sensorial pela história da

primeira capitania do Reino.

FESTIVAL DO ATLÂNTICO 2022

Dias 4, 11, 18 e 25 junho

Os espetáculos piromusicais decorrem nos

quatro sábados do mês de junho, pelas

22h30, no molhe exterior da Pontinha. Estes

espetáculos têm duração aproximada de 20

minutos cada, conjugam fogo-de-artifício e

música numa experiência única para visitantes

e residentes. Estes espetáculos colocam

em competição empresas que disputam um

troféu atribuído por votação do público.

FESTIVAL RAÍZES DO ATLÂNTICO 2022

Dias 23, 24 E 25 JUNHO

Praça do Povo – Funchal

É um dos mais antigos festivais europeus

da World Music e o mais antigo a nível nacional.

s

saber junho 2022

45


46 saber junho 2022


Instantâneo

Turismo

de regresso

e em força

Milhares de pessoas assistiram

ao cortejo alegórico da Festa

da Flor, o principal e mais concorrido

momento do certame,

que este ano regressou ao formato original,

sem restrições. A ocupação hoteleira esteve

quase a 100%, movimentando quase 60

mil turistas hospedados nos hotéis, no alojamento

local e nos navios, “o que significa

um número que não temos memória de

ter atingido até hoje”, disse aos jornalistas

o secretário regional de Turismo e Cultura,

Eduardo de Jesus, que assistiu ao desfile dos

14 grupos na faixa sul da Avenida do Mar e

das Comunidades Madeirenses. s

Dulcina branco

Dulcina branco

46 saber junho 2022


SOCIAL

Festa da Flor 2022 sem

as restrições da pandemia

e com muitos eventos

› 43.º Cortejo Alegórico da Flor na Avenida do Mar

› ‘Madeira Flower Classic Auto Parade’ e a beleza dos carros clássicos

› Muro da Esperança na Praça do Município

› Desfiles ‘Madeira Flower Collection’ na Quinta Magnólia

› 41.º Festival Infantil da Canção da Madeira no Centro de Congressos

› Rotary Club do Funchal evocou os 117 anos do movimento rotário internacional

› ‘Arraial da Cerveja’ da Empresa de Cervejas da Madeira

› Mês da Sensibilização para a Miopia em escola do Funchal

saber junho 2022

47


social

43.º Cortejo Alegórico da Flor

É o evento sempre muito aguardado do programa da Festa da

Flor no Funchal o Cortejo da Flor que, este ano, saíu à rua sem as

restrições da pandemia que caracterizaram as edições de 2020

e 2021. O desfile dos 13 grupos (mais um do que o ano passado)

decorreu na faixa sul da Avenida do Mar perante muitos milhares

de pessoas, principalmente turistas. Segundo números do

Turismo, estiveram no Funchal cerca de 60 mil turistas hospedados

nos hotéis, no alojamento local e nos navios no porto do

Funchal. Neste que foi dos cortejos mais concorridos de sempre,

participaram um total de 1.400 figurantes. O cortejo abriu com

o carro alegórico de João Egídio seguido de Geringonça, Isabel

Borges, Império da Ilha, Caneca Furada, Animad, Sorrisos de Fantasia,

Turma do Funil, Tramas e Enredos, Fitness Team, Poeira

d’Enigmas, Batucada da Madeira e Palco D’Emoções. s

DB

O.L.C. (Cicero Castro)

48 saber junho 2022


saber junho 2022

49


social

‘Madeira Flower

Classic Auto Parade’

Mais de uma centena de carros clássicos desfilaram entre a Avenida

Sá Carneiro e a Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses

neste que é outro dos momentos altos da Festa da Flor no

Funchal. O ‘Madeira Flower Classic Auto Parade’, evento patrocinado

pela Associação de Classic Motor Exhibition - ACME e pelo

Clube Carocha da Madeira, apresentou carros e motociclos que

estiveram expostos na Praça do Povo e na Praça CR7. s

DB

O.L.C. (Cícero Castro)

50 saber junho 2022


Muro da Esperança

O Muro da Esperança regressou à Praça do Município e contou

com a participação de muitos miúdos e graúdos. A flor na mão

de muitas crianças é um símbolo do evento que se realiza desde

1979 e constitui um marco da Festa da Flor no Funchal. No

evento deste ano participaram cerca de 800 crianças, 200 das

quais vieram com a sua escola. Aos jornalistas, Eduardo Jesus,

secretário regional de Turismo e Cultura, assinalou que “é com

muita alegria que regressamos ao Muro da Esperança”, um dos

momentos principais da Festa da Flor e que trouxe muita animação

à praça do Município. s

DB

O.L.C. (Cícero Castro)

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saber junho 2022

51


social

Madeira Flower Collection

Sob a inspiração das flores,

cerca de duas dezenas de designers

promoveram a moda

regional com desfiles que decorreram

nos dias 21 e 22 de

maio nos jardins da Quinta

Magnólia. Foi a quarta edição

deste evento organizado pela

Associação de Jovens Empresários

da Madeira e foi presenciado

por um grande número

de público. s

DB

O.L.C. (Cícero Castro)

52 saber junho 2022


41.º Festival da Canção Infantil

da Madeira

A canção ‘Um mundo de amor sem fim’, interpretada por Ana Luisa

Inácio, de 8 anos, aluna da escola básica da Ponta do Sol, foi

a canção vencedora ‘Folhas de Prata’, do 41.º Festival da Canção

Infantil da Madeira que se realizou no Centro de Congressos da

Madeira. Estiveram em concurso 10 músicas inéditas que foram

interpretadas por crianças entre os 8 e os 10 anos de várias escolas

da região. Simão Oliveira, vencedor da edição do The Voice Kids

de 2021, atuou neste que é o festival infantil português com mais

edições anuais consecutivas, desde 1982. s

DB

Gabinete de Comunicação, Edições e Formação da SRTC

saber junho 2022

53


social

Rotary Club do Funchal

Para assinalar os 117 anos do movimento rotário internacional,

o Rotary Club do Funchal promoveu um jantar-palestra sobre o

tema. O clube rotário do Funchal realizou ainda outro encontro

em que foi palestrante o arquiteto João Paredes, que falou sobre

a arquitetura na atualidade. Os jantares-palestra promovidos

pelo Rotary Club do Funchal realizam-se habitualmente uma vez

por mês no hotel Meliã Madeira Mare. s

DB

O.L.C. (Cicero Castro)

54 saber junho 2022


Arraial da Cerveja

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Para assinalar os 150 anos da produção de

cerveja na Madeira, a Empresa de Cervejas

da Madeira (ECM) realizou nas instalações

da fábrica, no PEZO, o Arraial da Cerveja e

que contou com a presença de colaboradores

e diversas individualidades madeirenses.

Em 1934, em resultado da fusão

da Fábrica Leão com a Fábrica “Atlantic

Brewery”, é criada oficialmente a Empresa

de Cervejas da Madeira (ECM), sendo que,

o início da atividade remonta a 1872, com

o inglês Henry Price Miles que se radica na

Madeira e aqui funda a Cervejaria Atlântica

“Atlantic Brewery” - a primeira fábrica

em Portugal a produzir cerveja em moldes

industriais. A Empresa de Cervejas da Madeira,

propriedade do Grupo Pestana, é a

maior empresa de produção e distribuição

de bebidas da região, cuja qualidade é reconhecida

pelas medalhas atribuídas pela

Monde Selection, na sua maioria de Ouro

e Grande Ouro. s

DB

Parlamento Mais Perto, Amílcar Figueira

Mês da Sensibilização

para a Miopia

Para celebrar o mês da Sensibilização para

a Miopia, a MultiOpticas realizou rastreios

visuais gratuitos aos alunos da Escola Básica

do 1.º ciclo com Pré-Escolar de São

Roque, no Edifício do Lombo Segundo, no

Funchal, uma das escolas referenciadas

pelo Centro de Recursos Educativos Especializados.

Durante a ação, a marca de ótica

ofereceu óculos graduados completos

aos alunos que necessitam de correção

visual. O Secretário Regional de Educação,

Jorge Carvalho, destacou que, “para a interiorização

e aquisição de um conjunto de

conhecimentos é importante apresentar

uma acuidade visual, pois é, sem dúvida

alguma, algo que nós devemos ter desde

muito novos, neste caso particular dos

nossos alunos”. Com o intuito de promover

a importância da Sustentabilidade, a

marca ofereceu ainda vários eletrodomésticos

e computadores para ajudar a equipar

a escola. s

DB

D.R. (direitos reservados)

saber junho 2022

55


À MESA COM...

As sugestões de

FERNANDO OLIM

C

onsumir fruta da época é a melhor forma de

aproveitar todo o sabor e nutrientes desses

alimentos. Por dia, o mínimo aconselhado é de cerca

de 400 gramas ou cinco doses. E, porque estamos

em junho, as frutas típicas são: alperce, ameixa, amora,

ananás (Açores), banana (Madeira), cereja, figo, framboesa,

limão, melão, meloa e morango. s

PRODUÇÃO FERNANDO OLIM

DULCINA BRANCO

FERNANDO OLIM

deco.protest.pt

Mercado dos Lavradores do Funchal

56 saber junho 2022


entrada

Tábua de Frios

Esta tábua de queijos é composta por diversos destes

produtos a gosto, como os Brie e Roquefort, entre

outros. Acompanha com presunto fumado, salame,

frutos secos e cristalizados.

prato

principal

Bacalhau com legumes

e molho de limão

O bacalhau neste caso é cozido – mas se preferir

assá-lo no forno, fica igualmente delicioso – e ao

qual adiciona os legumes salteados e finaliza com

um molho de limão e laranja. Finalize com ervas

aromáticas a gosto, como o manjericão e o alecrim,

azeitonas pretas ou verdes, tomate grelhado, caju

salteado no forno e cebolas caramelizadas.

sobremesa

Tarte de banana com

frutos vermelhos

Componha esta tarte de banana com pequenos frutos

vermelhos diversos a gosto, como framboesa, amora e

cereja. Finalize com uma calda de licor de framboesa e

lascas de chocolate para decorar.

saber junho 2022

57


ESTATUTO EDITORIAL

Estatuto Editorial

A Revista Saber Madeira é uma revista mensal

de informação geral que dá, através do texto

e da imagem, uma ampla cobertura dos mais

importantes e significativos acontecimentos

regionais, em todos os domínios de interesse,

não esquecendo temáticas que, embora saindo

do âmbito regional, sejam de interesse geral,

nomeadamente para os conterrâneos espalhados

pelo mundo.

É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente

aos quadros médios e de topo, gestores,

empresários, professores, estudantes, técnicos

superiores, profissionais liberais, comerciantes,

industriais, recursos humanos e marketing.

Identifica-se com os valores da autonomia, da

democracia pluralista e solidária, defendendo

o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder

assumir as suas próprias posições.

Mais do que a mera descrição dos factos, tenta

descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,

antecipando tendências, oportunidades

informativas.

Pauta-se pelo princípio de que os factos e

as opiniões devem ser claramente separadas:

os primeiros são intocáveis e as segundas são

livres.

Como iniciativa privada, tem como objetivo o

lucro, pois só assim assegura a sua independência

editorial e económico-financeira face aos

grupos de pressão.

Através dos seus acionistas, direção, jornalistas

e fotógrafos, rege-se, no exercício da sua

atividade, pelo cumprimento rigoroso das normas

éticas e deontológicas do jornalismo.

A Revista Saber Madeira respeita os princípios

deontológicos da imprensa e a ética profissional,

de modo a não poder prosseguir apenas fins

comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores,

encobrindo ou deturpando a informação.

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Redação

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[Escrita de acordo com

Novo Acordo Ortográfico]

58 saber junho 2022


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