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nutrição

Alison Karina

de Jesus

Alison Karina de Jesus

Nutricionista (2874N)

facebook.com/nutricionalmentebem

instagram.com/nutricionalmentebem

info@nutricionalmentebem.com

https://nutricionalmentebem.com/

D.R.

Disruptores endócrinos: Bisfenol A

V

ivemos num mundo em que os

produtos químicos fazem parte do

nosso dia-a-dia. Alguns destes químicos

podem afetar o sistema endócrino

(hormonal) e influenciar processos

de desenvolvimento cruciais ao Homem e às

espécies selvagens. Diversos estudos associam

a exposição a disruptores endócrinos a

efeitos adversos como infertilidade, cancro,

obesidade, síndrome metabólica e alterações

na função tiroideia e na atividade cerebral,

o que torna emergente o conhecimento

da ação destas substâncias capazes de

alterar o equilíbrio endócrino. O Bisfenol A

(BPA) é um composto industrial que tem demonstrado

exercer desregulação endócrina

com efeitos na reprodução, desenvolvimento,

metabolismo e cancro em seres humanos

e noutras espécies. A ampla exposição

dos seres humanos ao BPA e suas potenciais

consequências clínicas têm atraído recentemente

a atenção considerável de cientistas

de todo o mundo. Os Bisfenóis consistem

numa grande família de produtos químicos

que são vulgarmente utilizados na produção

de muitos produtos de consumo. De longe,

o bisfenol mais utilizado (> 3 milhões de toneladas

/ ano) é o bisfenol A, que é utilizado

no fabrico de artigos tais como os plásticos,

revestimentos para alimentos e produtos

de medicina dentária. Vários estudos têm

mostrado que o BPA é libertado a partir de

produtos de consumo, que conduz à sua

deteção em alimentos, água potável, águas

residuais, ar e em poeiras. Outros estudos

têm identificado BPA no sangue, urina, tecido

adiposo, na placenta e no sangue do

cordão umbilical. O BPA também foi detetado

no leite das mães que amamentam. As

crianças são mais suscetíveis aos efeitos adversos

do BPA, devido ao facto do sistema

endócrino ainda estar em desenvolvimento,

mas, também, porque a função hepática de

desintoxicação e eliminação de substâncias

encontra-se ainda imatura. Os disruptores

endócrinos são químicos que podem interferir

com a normal atividade hormonal. A

EFSA tem vindo a preocupar-se com a presença

de disruptores endócrinos na cadeia

alimentar, sendo que, defende que são necessários

novos métodos de identificação

das propriedades dos disruptores endócrinos.

Apenas uma pequena fração de centenas

de milhares de químicos sintéticos

têm sido associados à disrupção endócrina,

o que nos faz olhar apenas para o “topo do

iceberg”. São necessárias mais informações

concretas sobre o mecanismo de ação destas

substâncias e a prevalência de morbilidades,

uma vez que conhecendo o potencial

destas substâncias, diminui-se a exposição

e, consequentemente reduz-se a vulnerabilidade

às doenças. s

24 saber junho 2022

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