s301[online]
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abordar para pedir ao seu marido a estrada
para um determinado sítio? Há recados
lá para casa?
E.: Sim. Até há quem diga que se não for este
a fazer, ninguém vai fazer. E quando vou
pagar a luz ou fazer outra coisa qualquer,
há sempre alguém com «olhe, não se esqueça
de dizer ao seu marido que ainda estou à
espera...». As pessoas confundem as coisas.
Vamos projectar a vossa vida para daqui
a dez anos.
E.: Já vais estar reformado nessa altura?
[para o José António]. Daqui a dez anos ele já
irá estar reformado. [risos]
Onde é que vai querer que os vossos filhos
estejam nessa altura?
E.: A viver a vida deles. Na universidade.
O que é que projeta em termos de vida
profissional para os seus filhos?
E.: O mais velho ontem dizia-me que queria
ser investigador. Já me disseram que queriam
ser médicos para tratarem as dores da
avó, já me disseram que queriam ser veterinários
por causa do cão. Eles vão ser aquilo
que quiserem ser e os pais vão apoiar.
José António, para final de conversa, qual
era a secretaria regional que gostaria de
liderar?
J.A.: [risos] Não tenho essa questão em mente.
Como disse anteriormente, a vida é feita
de desafios e os desafios ou nos identificamos
com eles ou não, aceitamo-los ou não,
tem sido sempre assim. Relativamente ao
Governo Regional é uma questão que não se
coloca no presente. No presente os objectivos
estão bem definidos e passam por cumprir
o que me propus e foi delineado para
o concelho de São Vicente, a minha terra.
Cumprir com o que me comprometi com as
pessoas e com a minha terra e sair no final
do mandato com a consciência tranquila de
que fiz o melhor que pude e que soube pela
minha terra e pelas pessoas da minha terra.
Isso é garantido. A partir daqui tudo o que
possa acontecer ao destino pertence.
Vou colocar-lhe a questão de outra forma:
já pensou na sua mulher em termos
de Primeira Dama da RAM?
J.A.: A resposta é igual. Neste momento, o Dr.
Miguel Albuquerque é o presidente do GR e
irá continuar a ser. Considero que o Governo
está muito bem entregue e acho que as
coisas quando têm que acontecer, acontecem.
Mas acho que não vai ser esse o meu
caminho.
O meu filho dizia-me que queria ser presidente
da Câmara e eu «não queres ser outra
coisa? Não queres ser médico?». E ele «sim,
ser médico é bom. Assim eu podia ajudar a
avó...». E eu «e ajudavas as pessoas que não
podiam pagar a consulta». E ele «sim, mas
pagavam mais tarde...». «Então não vás para
médico, vai para gestor!» [risos]
Daqui a 50 anos, como é que gostaria que
os seus filhos a recordassem?
E.: Que me recordem da forma como eles
próprios fazem questão de me dizer, que sou
a melhor mãe do mundo. s
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saber junho 2022
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