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Os Mortos Nos Falam (Pe. Francois Brune)

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queza dessa literatura do além reanimou em mim o que os séculos de

intelectualismo teológico haviam extinguido.

Nossa época está certamente às vésperas de uma comoção sem

precedentes na história do seu desenvolvimento espiritual a não ser que

ela aceite, enfim, abrir seus olhos para esta descoberta fundamental: a

eternidade existe, e os vivos do além comunicam-se conosco.

Escrevendo essas palavras já pressinto o rictus de ironia e dúvida

do leitor diante do inconcebível de uma tal informação. O espartilho

racionalista e positivista que aprisiona - nos meios científicos e religiosos

- nossos espíritos é tal, que aquele que se arrisca a colocá-lo em

causa é, imediatamente, rejeitado para as trevas das ciências ditas ocultas

ou da parapsicologia. É esta então a razão pela qual esta descoberta

não se difundiu mais amplamente. Não esqueçamos que foram precisos

vários séculos antes que as descobertas de Galileu fossem aceitas por

nós. O mesmo acontecerá com os trabalhos de todos os pioneiros da

comunicação com os mortos: Jürgenson, Raudive e todos aqueles que

cito nesta obra.

Todos sabem, a Igreja nutre a maior desconfiança em relação a

esse tipo de fenômenos: Ela prega a eternidade, é verdade, mas não

aceita que se possa vivê-la e entrar em comunicação com ela. Eu mostro

que não foi sempre assim.

Não obstante surgem sinais encorajadores. Os teólogos racionalistas

ultrapassam, ouso dizê-lo, aqueles mesmos que os subjugaram outrora:

os cientistas. Pois são agora os próprios sábios que descobrem

que o mundo da matéria e o mundo do espirito são apenas um; que a

compreensão da matéria é impossível sem a intervenção do espírito.

Portanto, escrevi também este livro à luz destes trabalhos recentes.

Minha obra, que afirma a eternidade da vida espiritual, encontra

dessa forma suas posições em parte confirmadas pelas pesquisas mais

avançadas no campo da ciência contemporânea(l).

Por força das coisas e para respeitar os termos exatos das mensagens

dos vivos do além fui levado a utilizar um vocabulário que uma

longa tradição de sentimentalismo religioso esvaziou de sentido e tornou

odioso a muitos. Não pude fazê-lo de outra forma. Mas faço

questão de lembrar que, neste livro, todas as palavras do vocabulário

religioso devem ser tomadas não como “conchas ocas” que se tomaram,

mas como palavras novas, refundidas no fogo de uma experiência

(1) Ver em particular, La Science face aux confins de la connaissance. Paris,

Editions du Félin, 1987.

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