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Os Mortos Nos Falam (Pe. Francois Brune)

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Os estudos atuais mostram que o chamado pode vir de parentes

ou amigos, mas geralmente de crianças a seus pais ou inversamente. As

chamadas entre esposos parecem, ao contrário muito mais raras. O intervalo

entre a morte e os chamados pode variar desde a manhã seguinte

à morte até alguns anos depois. Em várias dessas chamadas o falecido

parece não haver compreendido que não pertencia mais ao nosso

mundo. Aqueles que chamam pouco depois de sua morte têm um ar,

geralmente, perdido e a chamada é curta. Aqueles que, ao contrário, fizeram

a grande passagem há um certo tempo, expressam-se mais calma

e longamente. As vezes os "vivos da terra” não reconhecem de imediato

a voz de seu falecido. Cabe então aos vivos-do-além insistir para serem

reconhecidos, como já o vimos com as gravações. Enfim, em alguns

casos extremos, quando a comunicação é estabelecida, a surpresa

é tão grande no além quanto na terra.

O motivo dessas chamadas pode ser tanto uma espécie de necessidade

do defunto de retomar contato com aqueles que deixou, quanto

o desejo de tranquilizá-los e consolá-los.

Um simples bom dia, de passagem pode também acontecer. A filha

da senhora H.S. não tinha mais que vinte anos quando morreu após

numerosas operações. Sua mãe, entretanto, depois de um longo período

de desespero já havia obtido alguns sinais incontestáveis da sobrevivência

de sua filha em outro mundo. A dor de separação ainda existia,

certamente, mas não o desespero. Um belo dia, enquanto a mãe falava

ao telefone com uma amiga, a voz da jovem interveio no meio da

conversa. Não para dela tomar parte, mas simplesmente para manifestar-se,

reafirmar seu carinho com diminutivos familiares que restabelecem

rapidamente a intimidade perdida. Certas pessoas, particularmente

sujeitas a esse gênero de fenômenos, terminam gravando, sistematicamente,

todas as suas chamadas telefônicas. Como neste caso. A mãe

fez-me ouvir a fita cassete. A voz de sua filha é débil mas perfeitamente

reconhecível, com a pronúncia muito rápida, bem característica das

vozes dos falecidos registradas em gravador. As exclamações da mãe e

de sua amiga suavizam-se.- A mãe agradece, mas não ousa lazer perguntas.

A amiga encarrega-se de perguntar à jovem se ela pode recomeçar.

E por três ou quatro vezes, as palavras retomam: “Eu sou feliz.

mamãe, eu te amo".

Quanto ao mecanismo dessas chamadas, perdemo-nos atualmente

em hipóteses. Pode ser que apenas a campainha passe pelo cabo telefônico

e que, em seguida, os sons sejam diretamente transmitidos no ouvido

ou nos centros auditivos da pessoa receptora. Mas, pelo menos em

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