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Os Mortos Nos Falam (Pe. Francois Brune)

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Eu creio, cada vez mais, que cada um não acredita senão no que

quer acreditar. Os motivos da ciência ou da razão estão longe de serem

os mais profundos e os mais decisivos.

É muito surpreendente pois que esse fenômeno de gravação de

vozes do além comporta quantidades de detalhes técnicos que, parece-me,

deveriam varrer todas as hipóteses mais terra a terra. Por exemplo,

se a fita girasse por ocasião da gravação, à velocidade de 9,5, por

ocasião da audição poder-se-ía muito bem perceber, nos mesmos lugares

três e mesmo quatro vozes de defuntos diferentes: uma na velocidade

de gravação, isto é 9,5; uma outra na velocidade acelerada 19, com

um outro texto, mas pronunciado na velocidade normal; uma outra,

ainda, com um terceiro texto pronunciado na velocidade normal com a

fita correndo em baixa velocidade, isto é, na velocidade de 4,75; e, às

vezes, o que é ainda mais inexplicável, uma quarta voz, normal, com

um quarto texto, girando-se a fita de trás para a frente. Pesquisas foram

feitas em laboratórios de acústica para se tentar compreender esse último

fenômeno, mesmo independentemente da origem paranormal dessas

vozes, mas por enquanto o mistério permanece total.

A hostilidade instintiva das pessoas da Igreja tem certamente

também seu papel neste abafamento, quase universal, da grande novidade.

Que a fé não seja mais necessária para se crer na sobrevivência,

que ela se encontre de certa forma atropelada por miseráveis aparelhos

transistorizados, parece-lhes intolerável.

Entretanto, como já vimos, o antigo arcebispo de Canterbury,

Monsenhor Lang, não hesitou em se fazer ouvir através de um médium,

e precisamente para falar do espiritismo sem condená-lo em bloco, de

maneira simplista. Um padre católico, Léo Schmid dedicou muito de

seu precioso tempo a essas pesquisas. O prelado Karl Pfleger, cura de

Behlenheim na Alsácia, acompanhava de perto os trabalhos de Constantin

Raudive. Enfim, mais decisivo ainda, para um católico, o Papa

Paulo VI havia sido informado diretamente por Jürgenson sobre suas

pesquisas nesse campo, por ocasião de suas filmagens sobre o Vaticano,

o que não impediu o Papa de tomá-lo “Comendador da Ordem de

São Gregório, o Grande”, ainda que Jürgenson não fosse sequer católico.

Em 1970, o Vaticano há mesmo criado uma cátedra de parapsicologia

e a equipe que fez, no outono de 1970 no 3- Congresso Internacional

da Imago Mundi, uma exposição sobre as vozes do Além, foi oficialmente

encorajada pelo Vaticano a prosseguir suas pesquisas.(1)

(1) Sobre tudo, isto, ver Schäfer, op.cit, p.305

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