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Edição 20- Revista Aquaculture Brasil

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Figura 2. Armazenamento de gametas de coral em nitrogênio líquido.© Mari Lopes | Projeto ReefBank.

SET/OUT 2019

lia harttii, Mussismilia hispida e Mussismilia braziliensis).

Essas espécies (Figura 3) são encontradas somente aqui

(são endêmicas) e estão entre as principais construtoras

dos recifes brasileiros. Se bem sucedida, essa tecnologia

permitirá que os gametas fiquem congelados

e armazenados por tempo indeterminado e, quando

desejado, esse material poderá ser descongelado e utilizado

para dar vida a novos corais, que poderão no

futuro auxiliar na restauração de recifes degradados.

Evolução assistida

Vamos conhecer outra estratégia que está sendo

testada para conservação dos corais: a evolução assistida.

Essa ferramenta é bastante empregada para

melhorar características de plantas e animais de interesse

comercial, como por exemplo: torná-los mais

tolerantes ao estresse ambiental, pragas e herbicidas.

Baseado nisso, os estudos pioneiros coordenados pela

pesquisadora que foi a principal referência no assunto,

Dra. Ruth Gates (1962-2018), do Instituto de Biologia

Marinha no Havaí, passaram a avaliar como a evolução

assistida pode ser uma eficiente estratégia para conservação

de recifes coralíneos, utilizando três principais

abordagens: formação de um “super coral”, experiência

prévia ao estresse e otimização da simbiose.

A primeira abordagem é baseada em uma característica

comum encontrada na natureza: o fato de alguns

organismos serem mais resistentes que outros.

No caso dos corais, existem aqueles que conseguem

sobreviver a águas mais quentes e ácidas, enquanto

outros morrem. Com isso, foi feito o seguinte questionamento:

“e se criarmos super corais”, que sejam mais

resistentes e que consigam repovoar recifes degradados?!

Diversas espécies foram expostas a diferentes

condições ambientais, de acordo com as projeções

climáticas para o futuro. Os gametas das espécies que

conseguiram sobreviver as condições extremas foram

então utilizados na reprodução in vitro (quando promovemos

o encontro do espermatozoide com o óvulo),

gerando corais que sejam “tão fortes quanto os seus

pais’’.

A segunda abordagem funciona como uma memória.

É como se você precisasse fazer pela primeira vez

algo que considere muito difícil. Essa certamente será

uma situação desconfortável e estressante para você.

Agora imagine que, passado essa primeira experiência,

você precise novamente realizar essa atividade.

Provavelmente o grau de dificuldade dela não será tão

grande quanto foi na primeira vez, pois você já passou

por essa situação antes, já sabe como lidar com

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PARCEIROS NA 20° ED:

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