Edição 20- Revista Aquaculture Brasil
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Juliana Antunes Galvão
Coordenadora do Grupo de Estudos e Extensão em Inovação Tecnológica
e Qualidade do Pescado
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP
Piracicaba - SP
jugalvao@usp.br
O Pescado como alimento em tempos de
COVID 19
pandemia causada pelo vírus SARS COV 2
A (COVID 19) desencadeou uma crise de saúde
pública, seguida de crise econômica, devido as medidas
tomadas pelos países afetados. Temos vivido tempos
difíceis, pois pouco conhecimento temos sobre o
agente causador da doença, gerando diversos questionamentos
quanto as possíveis formas de contágio,
métodos eficientes de tratamento, e onde faltam informações,
as incertezas permeiam nosso imaginário,
fazendo com que dúvidas surjam a todo tempo.
Até o momento, há um consenso entre os especialistas
da área, quanto ao fato de que a transmissão do SARS
CoV2 ocorre, principalmente, quando um indivíduo
entra em contato com o vírus presente nas gotículas expelidas
pelo nariz ou boca de indivíduos contaminados.
Por conta disto, temos vivenciado uma mudança
de comportamento a nível global quanto a isolamento
social, novos hábitos de comportamento, redobrando
cuidados quanto a higiene.
Em tempos de tantas mudanças e dúvidas, bem
como disseminação de informações equivocadas,
uma pergunta que nos vem à mente é: Posso contrair
o vírus SARS CoV2 consumindo pescado?
Sabe-se que o coronavírus é um vírus RNA, que por
si só não possui a habilidade de se multiplicar, necessitando
portanto de outra célula viva de um hospedeiro,
no caso nós seres humanos, para se desenvolver.
O SARS CoV2 também pode permanecer viável
em superfícies inanimadas por um determinado
período de tempo, reforçando a obrigatoriedade da
adoção de medidas profiláticas de limpeza das mãos,
bem como de toda e qualquer superfície.
O alimento de origem animal é composto por células
mortas, pois o animal foi previamente abatido
antes ser consumido, portanto o vírus em questão
não consegue se multiplicar neste tipo de alimento.
Segundo a literatura, os organismos
aquáticos não são fontes de infecção
do vírus causador da COVID-19.
O problema que pode ocorrer
de forma geral com qualquer alimento,
é que este pode ser contaminado
pelo vírus SARS CoV2 ou
qualquer outro microrganismo através
de um manipulador de alimentos que
seja portador assintomático ou não de um
determinado patógeno, sendo que, até o momento,
não há notificação quanto a veiculação do
SARS CoV2 através de alimentos.
É essencial que todos os estabelecimentos que
comercializam e manipulem alimentos tenham implementadas
as Boas Práticas de Manipulação de Alimentos,
bem como treinamento específico aos manipuladores
de alimentos. Sendo importante também
seguir todas as orientações do Ministério da Saúde e
da Organização Mundial da Saúde (OMS) para minimizar
os riscos de infecção pelo SARS CoV2.
A cadeia produtiva do pescado está entre os setores
considerados essenciais, pois provê suprimento
de proteína animal de alta qualidade para o mundo.
Segundo a literatura disponível na área, a importância
do consumo de pescado está na quantidade e qualidade
de aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais,
compostos estes que auxiliam o sistema imunológico,
prevenindo diversas patologias, reduzindo
processos inflamatórios, estresse, ansiedade, entre
tantos outros benefícios. Em tempos de pandemia
há de se ter cuidado redobrado com a alimentação,
pois esta é essencial para um bom funcionamento do
nosso corpo, ajudando-nos na manutenção da nossa
saúde, sendo o consumo do pescado, excelente aliado
nesta batalha.
SET/OUT 2019
PARCEIROS NA 20° ED:
73