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ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE Nº199 Mensal • Março 2021
Exposição 'Máscaras do Mundo'
Evento
Madeira Ladies Open
Porto Santo
Fauna e Flora
Teatro
Rita Miguel
A 'menina do fogo'
Nº199 Mensal
Março 2021 • €2,50
Bolo do Caco
"Encontrámos
a nossa identidade"
••
email:
fiestamadeira@yahoo.com
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Edgar R. de Aguiar
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Edgar R. de Aguiar
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Director
Edgar Rodrigues de Aguiar
Redação
Dulcina Branco Miguens
Secretária de Redação
Maria Camacho
Depart. Imagem
O Liberal
04 Surgiu no final de 2011 e
estreou-se com a peça ‘O Médico
Engenhoso de Moliére’. Dos palcos
convencionais para casas velhas e
degradadas como auditório, o foco
foi-se orientando progressivamente
para o teatro e circo de rua e
animação temática, criando
espectáculos, peças e actuações onde
o Teatro e a linguagem do Novo Circo
ganharam vida na rua e nos espaços
alternativos. A história do Teatro
Bolo do Caco contada pelos seus
fundadores.
09 Presidente da Assembleia
Legislativa e Representante da
República visitaram centro de
vacinação covid no Madeira
Tecnopólo
10 Museu ‘Universo de Memórias’
expôs ‘Máscaras do Mundo’
14 “Mulheres Artistas Madeirenses
em diálogo com Sonia Delaunay”
16 Madeira Ladies Open 2020
19 Porto Santo: fauna e flora
www.revistafiesta.pt
Sumário
16
22 Quando a neve caíu no Pico do
Arieiro
24 Rita Miguel
A ‘menina do fogo’ em entrevista
26 Instalação ‘Eva’ na Câmara
Municipal do Funchal
27 Líder do Chega, André Ventura,
prepara as eleições autárquicas
28 Imagens e balanço: Um ano de
pandemia
32 Em ano de pandemia
revisitamos o ‘Dia da Mulher’
28
36 Hora do Planeta 2021 em
modo digital
37 Agenda Cultural da Madeira –
Março 2021
41 Fiesta!Aconteceu
Carolina Deslandes em concerto na
Praça do Município - 2019
42 Fiesta!LifeStyle
Luxemburgo ‘país jardim da Europa’
43 Fiesta!7Arte
Desconfinamento gradual na cultura
44 Fiesta!Décor
Como veste os seus sonhos?
45 Cocktail Olim: ‘Primavera’
46 Momentos DDiArte
Sem título
Design Gráfico
O Liberal
Departamento Comercial
O Liberal
Serviço de Assinaturas
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Estatuto Editorial
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Administração, Redação,
Secretariado, Publicidade,
Composição e Impressão
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9304-006 Câmara de Lobos
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Social com o nº 124584
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10.000 exemplares
[Nova Ortografia]
Fiesta!
Fiesta!
É uma revista mensal de informação
geral que dá, principalmente
através da imagem,
uma ampla cobertura
dos mais importantes e significativos
acontecimentos
regionais, com especial incidência
para os eventos
festivos, espetáculos e às
pessoas, não esquecendo temáticas
que, embora saindo
do âmbito regional, sejam
de interesse geral, nomeadamente
para os conterrâneos
espalhados pelo mundo;
Fiesta!
Fiesta!
É um projeto jornalístico e dirige-se
essencialmente aos
quadros médios e de topo,
gestores, empresários, professores,
estudantes, técnicos
superiores, profissionais
liberais, comerciantes, industriais,
marketing e recursos
humanos;
Identifica-se com os valores
da autonomia, da democracia
pluralista e solidária,
defendendo o pluralismo de
opinião, sem prejuízo de poder
assumir as suas próprias
posições;
Mais do que a mera descrição
dos factos, tenta descortinar
as razões por detrás dos
acontecimentos, antecipando
tendências, oportunidades
informativas;
Fiesta!
Fiesta!
Fiesta!
Pauta-se pelo princípio de
que os factos e as opiniões
devem ser claramente separadas:
os primeiros são intocáveis
e as segundas são livres;
Como iniciativa privada, tem
como objetivo o resultado,
pois só assim assegura a sua
independência editorial;
Através dos seus acionistas,
direção, jornalistas e fotógrafos,
rege-se, no exercício
da sua atividade, pelo cumprimento
rigoroso das normas
éticas e deontológicas
do jornalismo.
3
Teatro
Bolo do Caco
• Dulcina Branco
• Fotos: gentilmente cedidas por Xavier Miguel (Teatro Bolo do Caco)
4
A exploração do teatro em espaços velhos e degradados
chamou a atenção sobre o novo projeto cultural Espaço 116
que surgia em 2012 na zona velha da cidade do Funchal.
Por trás do mesmo, o grupo Teatro Bolo do Caco, que
um ano antes fizera a sua estreia com a peça ‘O Médico
Engenhoso de Moliére’. Estava dado o mote para uma
nova forma de trabalhar as linguagens artísticas através
do teatro de rua, o novo circo, as residências artísticas,
animação temática, para referir algumas, em que o universo
referencial regional é o núcleo e inspiração de todo o
trabalho. Do nome ‘bolo do caco’ – sugestão do escritor e
amigo José Viale Moutinho, passando pela mais recente
produção, a radionovela “A Mão de Sangue” há toda uma
história que é contada pelos responsáveis do grupo, Xavier
Miguel, Diogo Gonçalves e Cristiana Nunes.
Como surgiu o grupo de teatro
Bolo do Caco?
- O Teatro Bolo do Caco surgiu no
final de 2011 por iniciativa de Xavier
Miguel. Estreou-se com a peça
O Médico Engenhoso de Moliére,
apresentada em vários concelhos
da ilha. Em Abril de 2012, juntamente
com o colectivo artístico
Mad Space Invaders, criámos o
projecto cultural Espaço 116, numa
casa velha na Rua de St. Maria,
onde foi realizada e apresentada a
peça Rabos de Peixe – episódios da
zona velha, a partir de João Carlos
Abreu. À semelhança de quase
todos os grupos, começámos por
apresentar teatro em palcos “convencionais”,
mas com esse projecto
em 2012 descobrimos o potencial
inerente a isso e começamos a
usar casas velhas e degradadas como
auditório, procurando explorar
os seus elementos e colocando-os
em diálogo directo com o próprio
conteúdo das peças. Estreamos ainda
em auditório três peças originais
do dramaturgo madeirense Jorge
Ribeiro de Castro, que foram editadas
em livro no final do ano passado.
Mas de certo modo desde 2015,
o foco foi-se orientando progressivamente
para o Teatro e Circo de
Rua e Animação Temática, criando
espectáculos, peças e actuações onde
o Teatro e a linguagem do Novo
Circo ganharam vida em uníssono
na rua e nos espaços alternativos.
Em Agosto de 2018 foi fundada a
Associação Teatro Bolo do Caco.
O Grupo de Teatro Bolo do Caco
é formado por quem?
- A direcção do grupo é composta
por três elementos: Xavier Miguel,
Diogo Gonçalves e Cristiana Nunes,
mas trabalhamos frequentemente
com diversos profissionais,
numa equipa cada vez maior de colaboradores
de diversas áreas artísticas.
Entre os muitos colaboradores
ao longo de quase 10 anos de trabalho,
contamos com músicos como
Camachofones, Duarte Salgado,
Ricardo Mota, Bruno Monterroso
e Márcia Aguiar; artistas plásticos
como Fátima Spínola e Cristiana
Sousa (Andorinha); e uma diversa
lista de actores, entre os quais destacamos
alguns dos mais frequentes
nos últimos anos: Mariana Faria,
João José Silva, Sara Cíntia,
Luís Pimenta, Catarina Claro, entre
vários outros.
Que projetos marcam a atividade
do grupo?
- Em primeiro lugar a peça Rabos-
-de-Peixe, em 2012, que marcou
o início do projecto Espaço 116 e
também por nos ter revelado o potencial
da exploração de teatro em
espaço alternativo, trabalhada ainda
por poucos grupos no contexto
regional. Em 2013, numa parceria
com o Museu da Baleia, desenvolvemos
um projecto de residência artística
no Caniçal, que resultou no
espectáculo Gaiados, apresentado
na antiga sala do Museu da Baleia
no Caniçal. No jardim do segundo
Espaço 116, foram apresentadas
as peças As Maminhas de Teresia
(2013) e Os Cornos de Albertu
(2014). No contexto do Halloween
montámos já dois espectáculos no
formato de visita teatralizada: Visita
à Casa Assombrada (em 2014),
e Visita ao Sanatório Assombrado
(em 2017). Tivémos também
o privilégio de apresentar diversas
peças de teatro de rua em grandes
eventos regionais como o Mercado
Quinhentista de Machico, a
Feira do Livro do Funchal, a Festa
do Vinho, entre outros. Em parceria
com a Associação Casa Invisível
e com a CMF apresentamos visitas
encenadas em vários espaços culturais
do Funchal como o Museu A
Cidade do Açúcar, o Museu Henrique
e Francisco Franco e o Teatro
Municipal Baltazar Dias. No final
de 2018, a convite da Casa do Povo
de St. Cruz, fomos responsáveis pela
Recriação Histórica do dia 1 de
Dezembro de 1640: Restauração
da Independência, tendo a honra
de participar com vários elementos
do concelho nesta tradição local
de longa data. Em 2019, produzimos
e organizámos, em parceria
com a Fundação INATEL, o primeiro
Festival de Teatro de Rua do
Funchal, que contou com participação
de vários grupos regionais e
nacionais, e onde apresentou o espectáculo
de novo circo A Fada do
Borracho, que contou com música
ao vivo dos Camachofones. Posteriormente
em 2020, um trabalho
que marcou o ressurgir depois do
primeiro confinamento, e onde recomeçámos
a trabalhar, já segundo
normas de segurança da DGS,
foi a peça Aventuras e Desventuras
no Funchal, da autoria de Avelina
Macedo e que tivémos oportunida-
Xavier Miguel nasceu em 1993
no Funchal. Formou-se em teatro
com o Curso Profissional de Artes
do Espectáculo – Interpretação, do
Conservatório – Escola das Artes
da Madeira, e com a Licenciatura
em Teatro - Interpretação da
Escola Superior de Música e
Artes do Porto, além de várias
formações ligadas ao teatro e ao
circo. Trabalhou no ATEF | Teatro Experimental do Funchal em
diversas produções; na RTP-Madeira como apresentador da
3ª temporada do programa Irreverência (ao lado de Mariana
Faria); e na Companhia de Teatro Viv’Arte em diversos eventos
e produções ao longo de 2015 e 2016. Tem um vasto trabalho
ainda na área da animação temática, tendo participado e
dirigido eventos de vários géneros. Autor e encenador do
espectáculo de abertura do XXVI Festival Regional de Teatro
Escolar – Carlos Varela, Não há Gente c’ma Gente, com o
grupo O Moniz. Fundador e director artístico do Teatro Bolo
do Caco e um dos fundadores e gestores do projecto Espaço
116, no Funchal. Também foi fundador e actor do projecto
Os Arlotes (grupo de animação temática e animais exóticos,
sediado no Porto). Foi ainda vencedor da categoria Artista nos
Mais de 2012 do Diário de Notícias da Madeira.
5
Cristiana Nunes nasceu em
1998, no Funchal. É estudante
finalista do Curso de Licenciatura
em Enfermagem e conta com
7 anos de participações e
desenvolvimento pessoal em
Teatro. Foi atriz e assistente de
encenação e diretora de cena em
várias peças de teatro no grupo O
Moniz – Carlos Varela em duas edições do Festival Regional de
Teatro Escolar Carlos Varela de 2014 a 2016; Participou como
atriz nos filmes Águas (2015) e Feiticeiro da Calheta (2016)
produzidos por Luís Miguel Jardim; atriz em Trapos (2017),
por Artemotion no TMBD; atriz em Tesouros da Ilha (2017),
Um outro conto de Natal (2018) e O Triunfo dos Porcos (2019)
na Associação GATO; atriz em Contos e Lendas (2019) pela
ATEF; atriz em O Burguês Gentil-Homem (2020), encenado e
dirigido por Ricardo Brito. Realizou ainda visitas encenadas
em 2019 no âmbito do serviço educativo com a Casa Invisível
e é atriz na Associação Teatro Bolo do Caco desde 2018,
onde tem participado em encenações de Recriação histórica,
como o Monte do Imperador (2019) e a Restauração da
Independência de 1 de Dezembro (2018 e 2019); de Teatro
de Rua, como Livralhada (2018), A Fada do Borracho (2019),
O Mar e a Serra (2019), Contadores de Estórias (2018-2020),
Circo do Wilson (2020); de Teatro Infantil, como Aventuras
e Desventuras no Funchal (2020), A Leónia Devora os Livros
(2019); de Animação temática em lançamentos de livros,
eventos culturais e épocas festivas; escreveu a peça infantil
os Gigantes do Santo da Serra (2019), encenada por Xavier
Miguel; de Teatro Radiofónico com A Mão de Sangue (2021)
e tem ainda trabalhado na associação como figurinista e
costureira, desenhando e confecionando figurinos, adereços
e elementos cénicos.
de de apresentar em cinco freguesias
do Funchal. Mais recentemente,
em contexto do festival Madeira
Street Arts Festival e em colaboração
com os artistas António Santos
e Guilherme Ferreira, estreámos o
trabalho In Vino Veritas, que cremos
ser a primeira estátua viva madeirense
em termos de génese e
conteúdo. Paralelamente, não parámos
de realizar diversos outros
projectos de Animação Temática,
Mediação Cultural, Recriação Histórica,
e dinamização da Cultura e
Literatura Madeirenses.
A destacar ‘o’ momento alto do
grupo, que momento seria esse?
- A estreia de Rabos de Peixe –
episódios da zona velha, em 2012,
foi algo mágico, e hoje sinto que
foi esse trabalho que nos revelou
aquilo que seria a nossa identidade
artística (Xavier Miguel). Contudo,
penso que um dos momentos
mais altos foi a criação e organização
do primeiro Festival de Teatro
de Rua do Funchal, em parceria
com a CMF e com a Fundação
INATEL. Ao nível do Novo Circo,
o nosso espectáculo mais emblemático
foi O Circo do Wilson,
que contou com uma única apresentação,
no La Vie por altura do
Carnaval de 2020, exactamente devido
à pandemia que então estava
a instalar-se, e que nos impediu de
dar continuidade ao espectáculo,
que está em carteira a amadurecer,
para que possa voltar a ser apresentado
no futuro. Mais recentemente
é essencial assinalar a estreia da
primeira estátua viva regional com
artistas regionais, criada na região,
e com tema regional – representado
dois vilões e uma pipa de vinho
Madeira – In Vino Veritas, no Madeira
Street Arts Festival.
O teatro do Bolo do Caco é diferente
em que aspetos?
- Essencialmente as linguagens artísticas
que trabalhamos. Em primeiro
lugar o Teatro de Rua: termo
que contempla de igual forma
as artes cénicas realizadas na “rua”
enquanto espaço público, também
enquanto espaço exterior e
enquanto espaço alternativo. Além
disso a exploração da linguagem
do Novo Circo, também chamado
Circo Contemporâneo. No núcleo
de tudo isso está o universo referencial
regional, e toda a carga
cultural que ele comporta: Literatura,
História, Artes Plásticas, Folclore,
etc. Sendo que trabalhamos
isso tudo procurando sempre imprimir
uma identidade e uma linguagem
própria, através do nosso
“cunho artístico”. Nos nossos objectivos
temos como linhas de tra-
6
balho fundamentais a dinamização
do rico e vasto Património Cultural
e Tradicional da nossa região. Assim,
procuramos valorizar a grande
riqueza presente nos diversos
elementos da História, do Folclore,
da Literatura, entre outros aspectos
daquilo que forma a nossa Identidade
Madeirense. Mas por forma
a indicar as nossas referências, diga-se
que consiste no vasto panorama
de todo o trabalho artístico
e literário ligado directa e indirectamente
ao arquipélago da Madeira,
sendo que o nosso é fundamentalmente
ao nível das artes cénicas.
Em termos de artes de rua, acreditamos
ser o único grupo cujo trabalho,
passando pelas diversas linguagens
da representação, é quase
inteiramente dedicado à rua e ao
espaço alternativo, inversamente
aos restantes grupos de teatro cujo
trabalho é quase inteiramente dedicado
a um palco “convencional”,
seja teatro ou auditório, o que desde
logo tem implicações profundas
no conteúdo do próprio trabalho,
e que permite à partida fazer uma
clara distinção. Importa dizer que,
parece-nos existir um certo preconceito
em relação às artes de rua, como
se fossem um “género menor”,
o que se reflecte na confusão frequente
dos conceitos Teatro “de
Rua” e Teatro “na rua”, e que às vezes
se mistura com a ideia de Animação
Temática ou de Mediação
Cultural, e isto sentimos por vezes,
e infelizmente, por parte de outros
artistas e grupos da região.
O nome do grupo surgiu como?
- No nosso trabalho procuramos
sempre explorar toda a riqueza e diversidade
do Património Cultural e
Tradicional da nossa região. Assim,
procuramos dar vida aos diversos
elementos da História, do Folclore,
da Literatura, entre outros aspectos
da nossa Identidade Insular.
Ao juntar tudo isso, encontrámos a
nossa identidade, que tem vindo a
ser progressivamente consolidada
ao longo de um percurso de cerca
de 10 anos. Contudo no início do
projecto, o seu título surgiu da sugestão
do escritor e amigo José Viale
Moutinho, como nome para um
novo grupo de teatro, em contexto
regional e de cunho regionalista.
Além disso, tudo o que se poderá
identificar em qualquer trabalho
do grupo tem vindo a ser consolidado
com essa forte carga regionalista,
tendo em vista a exploração de
uma identidade regional associada
às artes cénicas e de rua. Por isso
ainda não sabemos se o nosso nome
nos levou a construir esta identidade,
se ela simplesmente nos
Diogo Gonçalves nasceu na
ilha da Madeira em 1993,
profissionalizou-se em animação
sociocultural na EPA (Escola
Profissional Atlântico) em 2011.
Entre formações e estágios,
divide seu tempo profissional
entre animação hoteleira, onde
já colaborou com a equipa de
animação da Chapitô no Pestana
Porto Santo em 2015 e com projetos com a Associação Teatro
Bolo do Caco. Sua primeira colaboração com a ATBC, foi em
2012 na Festa da Cultura em recreação da “Revolta da Farinha”
na rua de Santa Maria. A partir deste momento sua presença
na associação foi crescendo, contribuindo e participando nas
suas intervenções, ocupando atualmente o cargo de Vice-
Presidente. Coprodutor dos scketchs: Gramoclowning, 00 Seis
e Meio, Quâ-Quê-Quí e Shashimi Duo. Já interpretou diversas
personagens em produções originais do Teatro Bolo do Caco
como: “O Carteiro” e “o Pescador” na peça Circo do Wilson;
“Silvério Augusto” em A Fada do Borracho e em animações
de rua como Há vida na Cidade 88.8JMFM; “Saltimbanco” no
Mercado Quinhentista de Machico, Agente 53 Balala na Feira
do Livro do Funchal 2020; Cristiano Ronaldo em Aventuras e
Desventuras no Funchal; Figura presente nas intervenções no
teatro de rua através do seu domínio nas artes circenses, é
também criativo em adereços e soluções cénicas.
7
“assenta tal e qual uma luva”!.
Lançaram-se recentemente no
teatro radiofónico. Falem-nos
disso.
- No contexto da actual pandemia,
ainda em Março de 2020, todos os
nossos compromissos foram cancelados,
e em menos de duas semanas
perdemos todo o trabalho previsto
para quase um ano. Procuramos
então reinventar o nosso próprio
trabalho, recorrendo às linguagens
multimédia, fundamentalmente
áudio e vídeo. Para alimentar essa
transformação, mergulhámos no
património literário regional e criámos
várias propostas de trabalho ligadas
à multimédia, mas sempre
com a representação em primeiro
plano. A CMF mostrou-se muito
receptiva a todas as nossas propostas
e, depois de uma troca de ideias,
decidimos dar vida a essa literatura
madeirense, ao mesmo tempo
que explorávamos uma linguagem
em vias de extinção no panorama
do entretenimento, o que para nós
é também algo absolutamente novo:
o formato da Radionovela, conhecido
também por Teatro Radiofónico.
Mais tarde encontrámos
no grupo 88.8 JM-FM grande interesse
e entusiasmo neste projecto,
abraçando assim os parceiros
essenciais para a estreia deste projecto
das radionovelas, que agora
temos o orgulho de transmitir em
três rádios regionais, bem como nas
redes sociais. Todos os espectadores
interessados em ouvir a radionovela
A Mão de Sangue poderão fazê-
-lo em directo na Rádio 88.8 JM-
-FM, na Rádio Calheta e na Rádio
Santana, todos os sábados de manhã,
às 11h (de 13 de Fevereiro a
10 de Abril). Quem não tiver possibilidade
de ouvir através de um
rádio poderá também fazê-lo de
forma rápida e prática através do
próprio site da JM-FM ou através
da página gratuita Radio Garden
(existe também como aplicação
gratuita na grande maioria dos telemóveis
smartphone). Sendo que todos
os episódios serão também lançados
semanalmente na página de
youtube do Teatro Municipal Baltazar
Dias. Para consultar a tabela
de lançamento e demais informações
relativas às radionovelas poderão
aceder às nossas páginas nas redes
sociais (Facebook e Instagram).
Como têm enfrentado este tempo
de pandemia?
- Perdemos num curtíssimo espaço
de tempo todo o trabalho que tínhamos
agendado para o ano passado.
A nível de apoios beneficiámos
da primeira Linha de Apoio de
Emergência da Direcção Regional
da Cultura do Governo Regional
num valor simbólico que nos permitiu
custear as despesas de funcionamento
da própria Associação por
alguns meses. Contudo, não tendo
recebido grande interesse nas propostas
que apresentamos, por parte
dos diversos municípios excepto
o Funchal, continuámos em busca
de novos parceiros e novas ideias,
sempre atentos a novas e possíveis
formas de trabalhar as artes cénicas
e a identidade madeirense. Procurámos
criar novas e diversas propostas
aliando-nos à multimédia e novas
tecnologias. Acreditamos que
o teatro e as artes cénicas se deveriam
transformar, tornando-se também
imperativo assegurar a segurança,
algo tão importante que se
impõe nesta fase pandémica: quer
para o público, quer para todos
os profissionais que connosco trabalham.
O objectivo principal é
continuar a chegar ao máximo de
pessoas, explorando a cultura e a
tradição regionais, através da representação.
Procuramos então
reinventar o nosso próprio trabalho,
seguindo uma linguagem que
já é nossa, e que nos permite afirmar
no panorama artístico regional,
desta vez procurando recorrer
às linguagens multimédia, fundamentalmente
áudio e vídeo. Começamos
logo a trabalhar na produção
de duas Radionovelas, bem
como uma Visita Guiada ao Museu
A Cidade do Açúcar em formato
vídeo, em parceria com a Associação
Casa Invisível. Em meados
de Setembro, recebemos o convite
por parte da 88.8 JM-FM para colaborar
no projecto Há Vida na Cidade,
por forma a dinamizar o comércio
local através do teatro e circo de
rua, munindo o rol dos nossos personagens
mais emblemáticos com
máscaras, viseiras e conhecimentos
de proteção e desinfeção individual
de modo poder trabalhar neste
contexto pandémico, garantindo
segurança para os artistas e para o
público. Neste momento estamos a
trabalhar na próxima radionovela,
também a partir de uma obra da Literatura
Madeirense, que em princípio
deverá sair em Abril/Maio.
Além disso começámos a trabalhar
nos últimos meses do ano passado
em parceria com o CRPSF - Irmãs
Hospitaleiras dinamizando aulas
de artes circenses juntamente com
os seus utentes, no âmbito do projecto
de artes performativas inclusivas
Companhia 48, projecto esse
presentemente suspenso devido
à pandemia. Temos ainda a “amadurecer”
um trabalho de animação
temática, em parceria com a Associação
Nuvem Aquarela, que visa
aliar o nosso trabalho de teatro e
circo de rua com a linguagem das
marionetas e formas animadas, previsto
para a Feira do Livro do Funchal,
mas que devido à pandemia
não se pode realizar, estando em
vista a sua realização na próxima
edição do evento. De resto, encaramos
2021 com espectativa, optimismo
e muita esperança. ••
8
Representante da República para a Madeira e Presidente da Assembleia Legislativa
Regional da Madeira visitaram centro de vacinação no Madeira Tecnopolo
Vacinação de polícias e bombeiros
D
epois da visita às instalações
do Presidente do
Governo Regional da
Madeira, desta vez foram o Representante
da República para a
Madeira e o Presidente da Assembleia
Legislativa Regional da Madeira
a verificarem ‘in loco’ a vacinação
contra a Covid. Foram
jáiversos profissionais da chamada
linha da frente no combate à
doença, nomeadamente bombeiros
e polícia. O Governo Regional
da Madeira estabeleceu o mês
de dezembro como meta de vacinação
da população do Funchal
mais prioritária. ••
• Dulcina Branco • Fotos: Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil
(Fotógrafo Miguel Lira)
9
Museu Universo de Memórias expôs coleção de máscaras do espólio
‘Máscaras do Mundo’
O
Museu Universo de
Memórias João Carlos
Abreu teve patente ao
público até ao dia 19 de fevereiro
a coleção de máscaras que integra
o espólio da unidade museológica.
As máscaras foram expostas
nas diversas salas do museu.
‘Máscaras do Mundo’ apresentou
máscaras provenientes de vários
pontos do mundo como Veneza
(em Veneza a máscara é o verdadeiro
símbolo de Carnaval), Grécia
(na Grécia antiga as máscaras
passaram de ritualistas a teatrais,
representando o carácter das personagens),
China (as máscaras
chinesas além de estarem ligadas
às artes e aos ritos religiosos também
estão ligadas ao exorcismo
e à cura de enfermidades), África
(as máscaras tipicamente africanas
têm origem nas tribos ancestrais
e são, maioritariamente,
construídas em madeira). A máscara/busto
da fadista Amália Rodrigues
é uma das peças raras
desta exposição. ••
• Dulcina Branco • Fotos: D.R. (direitos reservados)
10
11
12
‘Máscaras do Mundo’
13
Galeria Marca de Água apresentou coletiva de mulheres artistas plásticas
‘Mulheres Artistas Madeirenses
em diálogo com Sonia Delaunay’
E
sta exposição tinha o seu
término previsto para o
passado dia 18 de fevereiro
mas dada a relevante afluência
os responsáveis da galeria decidiram
prolongar a exposição a fim
de maximizar o número de visitantes.
“Mulheres Artistas Madeirenses
em diálogo com Sonia
Delaunay” esteve patente ao público
na Galeria Marca de Água
até 19 de março, tendo recebido
a visita do Presidente do Governo
Regional e do Secretário Regional
do Turismo bem como o Presidente
da Câmara Municipal do
Funchal e o Bispo do Funchal,
D. Nuno Brás. A coletiva reuniu
obras das artistas plásticas Dina
Pimenta, Filipa Venâncio, Guareta
Coromoto, Lina Pestana,
Luísa Spínola, Rafaela Luís, Rita
de Andrade, Sara Santos, Teresa
Gonçalves Lobo e Teresa Jardim.
As obras das artistas estabeleceram
diálogos com a obra convidada
de Sonia Delaunay. Sonia
Delaunay nasceu em 1885, em
Hradyzk (Ucrânia) e faleceu em
1979, em Paris. Pintora, designer,
cenógrafa e figurinista, foi casada
com o artista plástico Francês Robert
Delaunay. Manteve amizade
e trabalhou na companhia dos artistas
do Modernismo Português
Amadeo Souza-Cardoso, Almada
Negreiros e Eduardo Viana. Foi
a primeira mulher a ganhar uma
mostra no Museu do Louvre em
1964, merecendo em 2015 uma
grande retrospectiva no Museu
de Arte Moderna de Paris e na
Tate Modern Gallery, em Londres.
••
• Dulcina Branco • Fotos: Presidência do Governo Regional
e Câmara Municipal do Funchal
14
15
Evento desportivo teve a participação de 56 atletas de 20 países
Madeira Ladies Open 2020
D
ecorreu nos campos de ténis
da Quinta Magnólia
em outubro de 2020 este
evento internacional. O Madeira
Ladies Open 2020 foi disputado
diariamente nos campos da Quinta
Magnólia e nele participaram
56 atletas de 20 países, numa organização
da Associação de Ténis da
Madeira. O Madeira Ladies Open
em ténis foi oficialmente apresentado
no hotel Estrelícia pelo Secretário
Regional do Turismo e
Cultura. A vimarenense Francisca
Jorge foi uma das grandes figuras
desta prova que consta do calendário
de provas da Federação internacional
de Ténis e é pontuável para
o ranking mundial da Women’s
Tennis Association Tour. ••
• Dulcina Branco • Fotos: André Ferreira
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Madeira Ladies Open 2020
Retratos da ilha
Flora e Fauna de Porto Santo
É
uma pequena ilha mas é
de uma enorme riqueza
natural Porto Santo, que
acolhe importante flora e fauna.
Devido às suas condições climatéricas
e geológicas, a flora presente
na ilha de Porto Santo pode
ser encontrada, sobretudo, nos
seus ilhéus, que constituem um
local favorecido para a conservação
da flora macaronésica. Os
ilhéus de Porto Santo são protegidos
pelo PDM, pela Rede Natura
2000 e são também parte integrante
do Parque Natural da Madeira,
por serem locais rochosos, cobertos
por arbustos e flora costeira da
Macaronésia. Ali se encontram arbustos
e pequenas árvores nas suas
escarpas. O goivo-da-rocha (Matthiola
madeirensis), a figueira-do-
-inferno (Euphorbia piscatoria), a
trevina (Lotus glaucus), a barrilha
(Mesembryanthemum crystallinum
e Mesembryanthemum nodiflorum),
o marmulano (Sideroxylon
mirmulans) são espécies que
merecem destaque. A cabeleira-
-de-coquinho (Lotus loweanus) é
uma espécie endémica de Porto
Santo que apenas existe nos ilhéus
da Cal, de Ferro e das Cenouras.
Consta que o ilhéu da Cal, antigamente,
continha uma cobertura
vegetal formada essencialmente
por Zimbros e Marmulanos. Actualmente
o marmulano (Sideroxylon
mirmulans) já está quase extinto
mas ainda assim representa o
único elemento arbustivo-arbóreo
endémico existente. Diz-se também
que no ilhéu de Cima encontravam-se
muitos Dragoeiros (Dracaena
draco) e muitas Oliveiras
(Olea maderensis). É possível observar-se
ainda uma grande diversidade
de líquenes, com destaque
para a urzela. Quanto à fauna presente
na ilha, encontra-se, maioritariamente,
nos seus ilhéus, os
quais são local privilegiado para
a nidificação das aves marinhas. É
possível observar-se a cagarra (Calonectris
diomedea), a alma-negra
(Bulweria bulwerii), o roque-
-de-castro (Oceanodroma castro),
o pintainho (Puffinus assimilis baroli),
o garajau-comum (Sterna hirundo),
a gaivota-de-patas-amarelas
(Larus cachinnans atlantis), o
corre-caminhos (Anthus berthelotii
madeirensis), o andorinhão-da-
-serra (Apus unicolor), o canário-
-da-terra (serinus canaria canaria)
e o pardal-da-terra (Petronia petronia
madeirensis). Estão também
presentes a lagartixa (Teira dugesii
jogeri) e duas tarântulas endémicas
do Porto Santo (Hogna biscoitoi
e Hogna schmitzi). Existe
ainda uma fauna marinha rica e
diversificada originada, em grande
parte, pelo afundamento do navio
Madeirense, um local singular
e muito procurado para a prática
de mergulho. ••
• Dulcina Branco • Fonte: ifcn.madeira.gov.pt e visitmadeira.pt
Fotos: gentilmente cedidas por Fábio Brito
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Flora e Fauna de Porto Santo
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Primeiros meses do ano trouxeram neve aos picos mais altos da Madeira
Neve no Pico do Arieiro
D
epois de darmos conta na
anterior edição, da queda
de neve no Pico Ruivo,
desta vez descemos ao Pico
do Arieiro que, em fevereiro também
ficou coberto de neve. Este
ano de 2021 trouxe neve aos picos
mais altos da Madeira, o que podemos
constatar nas (belas) imagens
obtidas pelo fotógrado Cícero
Castro. Acrescente-se que,
o Pico do Arieiro é o terceiro pio
mais alto da ilha, com 1.818 metros
de altura. Em primeiro lugar
de maior altitude fica o Pico Ruivo
(1.861 m) e depois o Pico das
Torres (1.851 m). Mas é o Pico do
Arieiro que é o mais visitado, onde
fica uma bela pousada, uma cafeteria
e uma loja de ‘souvenirs’ típicos
madeirenses. É possível ir do
Pico do Arieiro ao Pico Ruivo através
de um percurso apeado de cerca
de três horas. ••
• Dulcina Branco • Fotos: Cícero Castro
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“Desde sempre senti grande paixão e fascínio pelo fogo”
Rita Miguel
É das únicas mulheres em Portugal
e no Mundo a lançar fogo pela
boca, uma arte que domina como
poucos, tanto que, em 2019,
inscreveu o seu nome no livro dos
recordes Guiness com a maior labareda.
A história da cuspidora/
manipuladora de fogo Rita Miguel
é uma história de superação
e talento contada pela própria
nesta entrevista e que evidencia
nos inúmeros espetáculos que
já realizou um pouco por todo
o país, nomeadamente nas feiras
medievais na Madeira (Mercado
Quinhentista de Machico e Desembarque
de Colombo em Porto
Santo) e Europa.
• Dulcina Branco
• Fotos: gentilmente cedidas por Rita Miguel (Fire Dragons)
Quem é a Rita Miguel e como
surge no mundo das artes performativas?
- Nasci em Tomar e sou conhecida
como a ‘menina do fogo’. Na
realidade sou uma menina sonhadora
num corpo de mulher. Acredito
muito em mim e nos meus
sonhos. No fundo, sou uma alma
perdida que ousa voar pela vida.
Sou mãe de um rapaz com 14
anos que é a obra de arte da minha
vida. É por ele que vivo todos
os dias. Licenciei-me em Restauro,
Arqueologia e Pintura. Viajei
pelo mundo, trabalhei em vários
ramos de atividade como agências
de viagem, comercial, etc.
Em 2011, fiquei desempregada.
Vivia em Lisboa e regressei à minha
terra natal, Tomar, onde comecei
a trabalhar na região de
turismo da minha cidade. Em
2014, organizei a 1ª Feira Medieval
de Tomar, em que participaram
artistas de fogo e essa atividade
desde logo me seduziu e
fascinou. Na verdade, desde sempre
senti grande paixão e fascínio
pelo fogo. Entretanto, fiquei desempregada
e comecei a pensar
em novos projetos na área artística.
Sempre quis ser artista e com
esse objetivo em mente, em 2015
fui para a escola do Chapitô onde
aprendi Trapézio. Não estando
satisfeita com o que aprendia, certa
vez, numa brincadeira, comecei
a cuspir fogo com água para
depois iniciar o processo de cuspir
com fogo em pequenos lagos,
em Tomar. Foi assim que comecei.
Em 2016, criei o projeto Fire
Dragons - Fusão de Artes Performativas,
Unip., com o qual já participei
em diversos eventos quer
em Portugal e ilhas, quer no estrangeiro.
Em que consiste o seu espetáculo?
- Defino os meus espetáculos como
uma explosão de emoções,
perigo, magia, amor, adrenalina...
Nunca se sabe o que irá acontecer.
De uma forma geral, consiste
num espetáculo de durante 30
minutos mediante o qual a personagem
que é habitualmente uma
mulher seduz o público através
do fogo. A sedução mistura-se
com o perigo do fogo. Eu lanço o
fogo e deixo-me seduzir pelo mesmo.
Adoro ser seduzida e abraçada
pelo fogo que transmite uma
sensação intensa e quente, selvagem
mas cheia de amor. Nos espetáculos
sou a artista principal
mas também posso estar acompanhada
por uma assistente.
Que momentos marcam o seu
percurso na sua área artística?
- Os meus primeiros espetáculos
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foram na Galiza mas já trabalhei
de norte a sul de Portugal, ilhas,
Espanha, França, Bulgária... Em
2019, aconteceu o momento alto
que foi quando o Guiness World
Records reconheceu a minha labareda
como a maior labareda do
Mundo. Sou detentora do recorde
da maior labareda do mundo
na atividade de cuspidora ou manipuladora
de fogo.
Que desafios acarreta a sua atividade?
- Tem sido uma jornada dificil
mas muito compensadora e que
adoro realizar. Enquanto cuspidora
de fogo, há mais homens
do que mulheres nesta atividade
e, enquanto manipuladora de fogo
que vá ao limite do perigo como
eu faço, só conheço um artista
das Astúrias . Na verdade,
esta é uma atividade que acarreta
vários perigos, como por exemplo:
temos que ter muita atenção
na inalação do fumo, o engolir a
água de fogo que é o que uso para
cuspir fogo pois afecta directamente
os rins , as queimaduras e
por aí fora... Nos materiais, uso
petróleo e/ou parafina líquida.
No espetáculo em si, uso imensas
coisas, desde fumos a pirotecnia,
entre outros. O meu espetáculo
pode ser de rua como de
interior, depende do que me pedem
e ajusto ao que me é solicitado,
desde casamentos , feiras medievais,
espetáculos de burlesco,
concertos com bandas, etc.
Como têm sido estes dias da
pandemia e o que sonha concretizar
na sua arte?
- Tento viver da melhor forma e
evito estar parada. 2020 foi um
ano difícil mas de reflexão e de
grande aposta pessoal. Deu para
fazer 15 espetáculos por isso considero-me
uma sortuda. Acredito
que nada acontece por acaso
e que melhores dias virão. Sonho
em ter uma grande equipa, evoluir
nas minhas atuações e criar
uma escola que ensine aos outros
a minha arte. Trata-se de, acreditar
nas capacidades pessoais,
não desistir, olhar para trás e concluir:
consegui. ••
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Instalação sensibilizou para a igualdade de género
Instalação artística ‘Eva’
N
o âmbito das comemorações
do Dia Internacional
da Mulher, assinalado a 8
de março, a Olho-Te associou-se
à Câmara Municipal do Funchal
com a instalação “Eva”. O projeto
de arte participativa, que esteve
exposto em vários espaços públicos
do Funchal, nomeadamente
no átrio do edifício da Câmara
Municipal, contou com o contributo
de 67 mulheres e homens. O
presidente da autarquia, Miguel
Gouveia, inaugurou esta iniciativa.
Depois da Câmara, a instalação
esteve também no edifício da
Junta de Freguesia de São Martinho.
De referir que, ao longo do
mês de março, a Câmara Municipal
do Funchal preparou diversas
atividades para assinalar o Dia
Internacional das Mulheres o que
incluiu a instalação criada pela
Associação Olho-Te. ••
• Dulcina Branco • Fotos: Câmara Municipal do Funchal
[fotógrafo André Gonçalves]
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André Ventura recebido
pelos presidente da Assembleia Legislativa e do Governo Regional
Chega prepara autárquicas
A
ndré Ventura, acompanhado
dos responsáveis
do partido na região, reuniu
com o presidente da Assembleia
Legislativa da Madeira, José
Manuel Rodrigues, e com o
Presidente do Governo Regional,
Miguel Albuquerque. André
Ventura, que marcou presença
num encontro com militantes
numa unidade hoteleira em Santa
Cruz, foi o segundo mais votado,
na Região Autónoma da
Madeira, logo a seguir a Marcelo
Rebelo de Sousa, nas últimas
eleições presidenciais. Aos jornalistas,
André Ventura disse que o
seu partido pretende concorrer
sozinho nas eleições autárquicas
de 2021 em todos os concelhos
da Madeira e que o “grande objetivo”
é impedir o Partido Socialista
de “renovar ou alcançar maiorias”.
••
• Dulcina Branco • Fotos: Assembleia Legislativa Regional da Madeira
(Amílcar Figueira)
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Em março de 2020 era detetado o primeiro caso covid na Madeira
Um ano da pandemia
N
o dia 2 de março de 2020,
as autoridades de saúde
portuguesas anunciavam
o primeiro caso de covid-19 no
país - um médico de 60 anos que
esteve no norte de Itália e apresentou
sintomas no dia 29 de fevereiro.
Na Madeira, no dia 17 de
março de 2020, o Presidente do
Governo Regional confirmava o
primeiro caso de covid-19 - uma
turista holandesa instalada numa
unidade hoteleira no Funchal.
365 dias depois, o mundo mudou
para enfrentar as diferentes vagas
da pandemia que registou mais
de 2,54 milhões de mortos desde
que foram reportados os primeiros
casos na República Popular
da China, em dezembro de 2019.
Máscara, desinfeção das mãos,
distanciamento físico, quarentena,
confinamento, testes e vacinas
entraram no léxico comum
para enfrentar a pandemia provocada
pelo SARS-CoV-2 e que está
na origem da Covid-19, doença
cujos sintomas mais comuns são:
febre, tosse seca e cansaço, e sintomas
menos comuns: dores musculares
e de garganta, diarreia, conjuntivite,
dor de cabeça, perda de
paladar ou olfato e irritações na
pele ou descoloração dos dedos
das mãos ou dos pés. Com a esperança
colocada nas vacinas para
controlar/debelar a pandemia,
a principal mensagem é que cada
um continue a adotar no dia
a dia as medidas preventivas fundamentais
para evitar o contágio
e que são a utilização da máscara,
a desinfeção/lavagem das mãos e
o distanciamento físico. ••
• Dulcina Branco • Fotos: Presidência do Governo Regional,
Cícero Castro e Fábio Brito (Porto Santo)
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Um ano da pandemia
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‘As mulheres na liderança: alcançar um futuro igualitário num mundo de COVID-19’
Revisitar o ‘Dia da Mulher’
O
Dia Internacional da
Mulher é comemorado a
8 de março. Este dia pretende
celebrar os direitos que as
mulheres conquistaram mas também
relembrar que ainda há muito
por fazer. Causas como o direito
ao voto, a igualdade salarial, a
maior representação em cargos
de liderança, a proteção em situações
de violência física ou psicológica
ou o acesso à educação
continuam atuais, pois em vários
pontos do globo, as mulheres não
têm esses direitos garantidos. Em
ano de pandemia, o tema deste
ano foi ‘As mulheres na liderança:
alcançar um futuro igualitário
num mundo de COVID-19’,
pretendendo-se com isto destacar
o papel das mulheres no combate
a um dos maiores desafios atuais
para a Humanidade. O Dia Internacional
da Mulher é assinalado
desde o início do século XX.
Em 1975, a ONU começou a celebrar
esta data mas só a 16 de
dezembro de 1977 é que a data
viria a ser oficialmente reconhecida
pela Assembleia Geral das
Nações Unidas, através da Resolução
32/142. Na Madeira, o Dia
da Mulher foi desde sempre uma
data assinalada com pompa e circunstância,
em espaços como o
Casino da Madeira, o qual recordamos
no apanhado de imagens
relativo à ‘Noite da Mulher 2019’
ou o Dia da Mulher 2020 em Porto
Santo. ••
• Dulcina Branco • Fotos: Fábio Brito (Porto Santo)
e Alex Pinto (Casino da Madeira)
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Revisitar o ‘Dia da Mulher’
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27 de março entre as 20h30 e 21h30
Hora do Planeta 2021
A
Hora do Planeta 2021 teve
lugar a 27 de março entre
as 20h30 e 21h30. Devido
à Covid-19, esta foi a 2.ª edição
do evento em formato digital. Este
ano, o evento debruçou-se sobre
Água e Alterações Climáticas, pedindo
a todos para apagarem a luz
durante uma hora para mostrarem
o seu compromisso com o planeta.
A Hora do Planeta ou Earth Hour
é um evento anual e consiste em
apagar as luzes no mundo inteiro à
mesma hora, durante 60 minutos,
num movimento contra as alterações
climáticas. O objetivo é conscientizar
as pessoas para a necessidade
de adquirir hábitos que não
prejudiquem o meio ambiente. É
uma iniciativa mundial da WWF
- World Wide Fund For Nature –
que se realizou pela primeira vez
em 2007 na Austrália. Nesses ano,
mais de 2 milhões de australianos
e cerca de 2000 empresas apagaram
as luzes. Já no ano seguinte,
135 países tomaram parte no evento,
que contou com a participação
de mais de 50 milhões de pessoas.
O que torna a Hora do Planeta um
momento marcante são nomeadamente
os monumentos emblemáticos
que são apagados em todo o
mundo, tal como a Torre Eiffel e
o Coliseu. Em Portugal, destaca-se
o Mosteiro dos Jerónimos, o Cristo
Rei, a Torre de Belém, o Palácio
Nacional de Sintra e a Ponte 25 de
Abril, por exemplo. Além de desligar
monumentos, outros eventos
oficiais dão voz à preocupação da
sociedade com o planeta Terra, tal
como a organização de caminhadas
e pedaladas. ••
• Dulcina Branco • Fonte & Fotos: horadoplaneta.pt
AF_Reconquista_rodapé_265x50.pdf 1 19/11/2020 18:14
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APP
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Agenda cultural da Madeira - março 2021
Exposições
Foto Projeto Educativo Municipal – C.Municipal
• Dulcina Branco • Fotos: D.R. (direitos reservados)
“20 ANOS DEPOIS”
ATÉ 06 MARÇO - Mudas – Museu Arte Contemporânea
De Ana Vidigal
Este projeto reúne pintura, objetos e instalação e marca o regresso
desta conceituada artista plástica à região, vinte anos após a sua última
exposição na Madeira. Sobre Ana Vidigal refira-se que é formada
em pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1984).
Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (1985/1987). Também
Foi pintora residente do Museu de Arte Contemporânea – Fortaleza
de São Tiago, Funchal (1998/1999). Em 1995 e em 2002 foi convidada
pelo Metropolitano de Lisboa para a execução de painéis de
azulejos para as estações de Alvalade e de Alfornelos (construída),
respetivamente. Galardoada com vários prémios, está representada
em enumeras coleções públicas e privadas.
Foto Internet
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Agenda cultural da Madeira março 2021
Foto Internet
Foto All About Portugal
COLETIVA “O VENTRE DOS SONHOS”
ATÉ 20 MARÇO - Galeria.a. Cine Teatro Santo António
Curadoria Paulo Sérgio BEJu
O projeto de maniFESTAção surge num momento de comemoração
dos 45 anos da Companhia ATEF. Aos artistas convidados, solicita-se
um modo de “Representação”, um testemunho, uma maniFESTAção
singular. O projeto de maniFESTAção define-se pelo mote: Isto (a
obra), sou eu… esta é a minha Arte, culminando numa exposição coletiva:
“O Ventre dos Sonhos.
“PELA PAISAGEM DIVIDIDA, RETALHADA”
ATÉ 21 MARÇO - Galeria Dos Prazeres
Coletiva de artes plásticas, um projeto que se desenvolve pela galeria
dos Prazeres, igreja paroquial, casa de chá e herbário com
o objetivo de celebrar os 20 anos da Quinta Pedagógica dos Prazeres.
O projeto da Quinta Pedagógica é feito de gente dedicada,
atenta aos ciclos da natureza e aos saberes rurais, onde a ancestralidade
se revela e conserva.
Foto Internet
“OS FIOS DE DEITAR LENHA”
ATÉ 30 MARÇO - Museu Etnográfico Da Madeira
Na freguesia de Ponta Delgada, mais precisamente nos sítios das
Três Lombadas, ainda se utilizam os cabos, popularmente designados
por fios de deitar lenha, como meio de fazer deslocar a carga
nas serras (lenha, feiteira e mato-bardo), suspensa em ganchos
de ferro, em locais distantes e de difícil acesso. Outrora, estes
fios eram utilizados em grande número, sobretudo nas freguesias
da costa norte, nomeadamente Ponta Delgada, Boaventura, São
Vicente e Seixal, onde predomina uma orografia montanhosa e
muito acidentada, o que impossibilitava a utilização da corsa e
do carro chião, meios de transporte de carga, utilizados em freguesias
com uma orografia mais plana. Nesta exposição, o Museu
aborda composição e o modo de funcionamento destes engenhos,
e as profissões associadas a esta atividade.
Foto Internet
“RECOMPOSIÇÃO”
ATÉ 31 MARÇO - Quinta Magnólia – Centro Cultural
De Ricardo Veloza
Esta exposição dá dar a conhecer o trabalho que o escultor Ricardo Veloza,
ao longo dos muitos anos, concebeu nas mais diversas áreas das artes.
Pretende ser uma compilação de trabalhos conhecidos, mas sobretudo
de desconhecidos lastros plásticos que o artista concebeu durante
a sua vida consagrada à comunicação visual. Entenda-se esta exposição
como uma junção de obras diversificadas, nas distintas áreas das artes
plásticas e de intervenção urbana. A exposição pretende ser uma homenagem
ao mestre e à sua extraordinária obra disseminada um pouco por
toda a Região, mas também, sobretudo, ao instigador das artes que é Ricardo
Veloza.
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Foto Internet
“A CASA DA CAPELA”
ATÉ 02 ABRIL - Capela da Boa Viagem
De Filipa Venâncio
Nesta mostra, a artista plástica traz à pequena Capela da Boa Viagem,
uma série de nove pinturas, acrílicos sobre tela, com a dimensão
de 40x50 cm, cada, datadas de 2020.
AF_Correio Ribatejo_252x174.pdf 2 19/11/2020 17:50
Foto Internet
“DAR A PALAVRA”
ATÉ 15 ABRIL - Galeria Espaçomar – Escola Gonçalves Zarco
De Teresa Jardim
Nesta mostra, a artista procura através da criação ‘Dar a Palavra’ dar voz
à poesia enquanto exercício de partilha. Da fotografia ao desenho, da
imagem à palavra, num exercício de movimento contínuo. Nesse lugar
um pouco acima do chão, através do espaço pleno da memória. A artista
apela a uma criação enquanto interrogação do real. Uma metáfora
do tempo, ou seja, uma construção poética permanentemente inacabada.
A realidade tornada visível através da palavra, enchendo o espaço
como se tratasse de matéria orgânica, materializando e desmaterializando
um jogo de assimetrias plenas. Exibindo dessa forma a palavra, tornando-a
legível.
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Agenda cultural da Madeira março 2021
Foto Internet
Foto Internet
“NA ROTA DA URZELA”
ATÉ 30 ABRIL - Núcleo Histórico Santo Amaro – Torre Do
Capitão
De Manuela Jardim
A urzela, líquen verde-acinzentado muito comum nas serras da
ilha, era utilizado na tinturaria para a produção da cor violeta e
do vermelho-púrpura. No século XV, os portugueses, ao estabelecerem
os primeiros contactos comerciais com os povos africanos,
cedo perceberam a importância que os panos tinham naquelas sociedades,
nos rituais de vida e de morte, o que levou a que investissem
no comércio do algodão e das plantas tintureiras. Da Madeira,
tal como dos Açores e de Cabo Verde, seguiram grandes quantidades
de urzela. Os panos passaram assim a funcionar como moeda
de troca nas relações comerciais em África e entre esta e a Europa.
“WHOSE MASKS”
ATÉ 30 JUNHO - Quinta Magnólia – Centro Cultural
Coletiva de Luís Almeida, Rodrigo Canhão e Run Jiang, cujos trabalhos
são apresentados pela primeira vez na Madeira. Trata-se de uma exposição
de pintura que confronta linguagens, figura ções e procedimentos
pictóricos diversos em que são apresentadas abordagens diversas ao
elemento que serve de ponto de partida para esta exposição: a máscara.
Do artista Luís Almeida, são desenhos a tinta preta sobre folha de papel
de algodão cheias de energia e poder; de Rodrigo Canhão chegam personagens
saídas das séries de ficção com uma base de ironia e provocação,
enquanto Ru Jiang traz-nos as pinturas das suas personagens “Cat
Woman”.
Foto Internet
“CESTARIA EM PALHA DE TRIGO”
ATÉ 04 JULHO - Átrio Museu
Etnográfico Madeira
Com o objetivo de proporcionar uma maior
rotatividade das coleções, o museu dá continuidade
ao projeto denominado “Acesso às
Coleções em Reserva”, sendo apresentada, semestralmente
uma nova temática. Prende-se
com esta exposição, divulgar uma tradição ancestral,
subjacente a um saber-fazer que faz parte do nosso património cultural
material e imaterial e que representa a herança cultural de gerações
passadas. Durante quase todo o séc. XX, o cultivo do trigo foi uma das
maiores produções agrícolas e, numa época de escassos recursos, o aproveitamento
da palha de trigo surgiu, quase naturalmente, para confecionar
objetos utilitários e decorativos, atividade desenvolvida por alguns artesões
locais. Neste semestre, o Museu Etnográfico da Madeira dá a conhecer o
processo de produção de cestaria em palha de trigo. Esta tradição, fortemente
enraizada na freguesia da Ponta do Pargo, manteve-se, no século
XX, pelas mãos de dois artesãos locais, Felisbela Ezaura de Sousa e Manuel
Gonçalves, mais conhecido por Manuel Gino, residente no sítio do Serrado.
A palha de trigo, utilizada tradicionalmente, na nossa ilha para cobrir
as casas, era aproveitada, nesta freguesia, como matéria-prima, para a confeção
de cestaria, nomeadamente os chamados balaios, utilizados antigamente
no transporte de água e alimentos e, ainda, para transportar o pão e
o bacalhau, aquando das romarias aos arraiais do Loreto, Ponta Delgada e
Monte. Tendo esta arte se extinguido há mais de vinte anos, o Museu Etnográfico
da Madeira, em parceria com a Casa do Povo da Ponta do Pargo,
lançou o desafio a Madalena Andrade, para recuperar esta tradição.
Foto Wikipédia
“DEPOIS DE COLOMBO”
ATÉ 15 AGOSTO - Casa Colombo – Museu Porto Santo
De Ricardo Veloza
Mostra constituída por 64 ampliações fotográficas das obras do
escultor Ricardo Veloza, com destaque para o busto de Cristóvão
Colombo, a primeira escultura pública, de grandes dimensões,
criada por Ricardo Veloza, em 1989, para o Porto Santo. Para
além das ampliações fotográficas das obras do escultor, oportunidade
para observar o gesso de Brum do Canto e duas maquetas
da obra não executada “a vida dos carreiros”. Na Ilha de Porto
Santo, é possível encontrar várias obras do escultor, desde um
baixo-relevo de 1996, numa unidade hoteleira, em traquito e ouro;
busto de bronze de 2002, de Francisco Rodrigues Jardim, médico
no Porto Santo e que deu nome ao Centro de Saúde e o busto
de Jorge Brum do Canto, de 1995.
40
Fiesta! Aconteceu
Concerto Carolina Deslandes
na Praça do Município
H
á dois anos (2019), a cantora atuava na praça do Município no
evento promovido pela Câmara Municipal do Funchal de homenagem
ao 25 de abril. Perante uma praça lotada de público,
Carolina Deslandes, que é atualmente jurada do concurso de talentos
da RTP1, The Voice Kids, atuou acompanhada por Ricardo Marques
no baixo e contrabaixo, André Silva na bateria, Feodor Bivol na guitarra,
Marco Pombinho nas teclas e Sandra Martins no violoncelo/clarinete.
Trouxe temas do álbum ‘Casa’, o seu terceiro disco de originais e que
na altura foi o mais vendido em Portugal, em grande parte devido aos temas
‘A Vida Toda’ e ‘Avião de Papel’. Carolina Martinez Deslandes, 30
anos, ficou conhecida do grande público aos 18 anos quando participou
no programa de talentos da RTP, Ídolos. É formada em Línguas e Literaturas
Modernas pela Universidade de Lisboa, tendo estudo voz na London
Music School. ••
• Dulcina Branco
• Foto: Câmara Municipal do Funchal
(fotógrafo André Gonçalves)
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Fiesta! Lifestyle
Luxemburgo
Ainda que com uma amiga a viver há mais de 20 anos no Luxemburgo,
e com uma série de repetidos convites para ir visitá-la a
alojar-me em sua casa, a viagem ia sendo sucessivamente adiada.
Até que um fim-de-semana prolongado de Junho possibilitou-me finalmente
a oportunidade de aceitar o convite, assentar arraiais em sua
casa e partir à descoberta daquele que é considerado o país jardim da
Europa. País arrumado, organizado, em que o caos é palavra raramente
ouvida, o Luxemburgo prima por ser um exemplo de civismo, respeito
para com o próximo – ainda que os luxemburgueses nativos sejam
mais antipáticos que simpáticos – higiene e cuidados extremos em
manter a disciplina e uma linha de educação que deveria ser extensível
a muitos países. ••
• Texto & Fotos: António Cruz, autor e viajante
42
Fiesta! Sé7ima Arte
Desconfinamento gradual
na cultura
• Dulcina Branco
• Fonte: observador.pt
• Foto: NIT
Na cultura, o desconfinamento em Portugal começa pelos livros.
Segue, numa fase seguinte, a reabertura de museus, monumentos,
palácios, galerias de arte e similares. Só mais tarde reabrem cinemas,
teatros, auditórios, salas de espetáculos. E, para último, fica a permissão
de “grandes eventos exteriores e interiores” — mas até ver só com
“diminuição de lotação”. Tudo isto, porém, terá de ter portas fechadas a
partir das 21h de dias úteis e das 13h de sábados, domingos e feriados, pelo
menos até ao início de maio. O calendário da “reabertura progressiva e
a conta-gotas” da sociedade portuguesa foi apresentado a 11 de março pelo
Governo. O documento, apresentado pelo primeiro-ministro António
Costa em declaração feita ao país, avançou uma série de datas para a retoma
dos espaços de difusão cultural — mas o calendário pode sofrer alterações
e ficar retardado se a pandemia deixar de estar sob controlo. No que
diz respeito às salas de cinema, a reabertura foi anunciada para 19 abril.
Também para esse dia - 19 de abril ficou apontado o regresso da permissão
de “eventos exteriores com diminuição de lotação”. Mas não os grandes
eventos. Uma nota relevante: as regras gerais de horários aplicam-se às
salas de espectáculos e aos cinemas. Ou seja, não pode haver espectáculos
ao vivo e exibição de filmes em sala depois das 21h dos dias úteis e das
13h nos fins-de-semana e feriados. Atendendo à duração habitual de filmes
e concertos, as salas não podem exibir filmes das 20h em diante dos
dias úteis (só o poderão fazer com curtas-metragens) e os auditórios, teatros
e outras salas de espectáculos ao vivo não podem ter concertos a começar
depois das 20h (a não ser que sejam excecionalmente curtos). ••
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Fiesta! Décor
Como veste os seus sonhos?
O
quarto é o local mais íntimo da casa e torna-se assim o espaço
que requer mais comodidade e bem-estar. Uma cama confortável
e com a roupa certa é fundamental para uma noite de
descanso profundo. Em algodão, flanela ou percal, com estampas coloridas,
geométricos ou simples, existem inúmeras alternativas para todos
os gostos e estilos. Com a chegada da primavera, opte por dar um
novo visual ao seu quarto com têxteis de cores fortes e vibrantes, com
motivos florais ou estampados. Combine também com almofadas de
tamanhos e formatos diferentes, que complementem na perfeição para
um ambiente mais completo e acolhedor. ••
• Dulcina Branco
• Fonte & Fotos: Tânia Tadeu [taniatadeu@taylor365.pt] Dora Sousa [dorasousa@redoute.pt]
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Cocktail
Primavera
Aproximidade com o verão
faz da primavera uma estação
de dias repletos de sol,
um pouco mais quente que o outono
e, principalmente, o inverno.
No entanto, neste último ano,
a pandemia obrigou a mudanças
nos locais de consumo público de
bebidas e à mudança dos hábitos
de consumo. Em 2021, apontam-
-se novas tendências de consumo
no mundo dos cocktails e que têm
nos gins e nos drinks sem álcool
forte expressão para serem consumidos
no conforto do lar. ••
• Produção: Fernando Olim
• Foto: D.R.
Composição
• Sumo de ananás q.b.
• 50 ml Aguardente
de cereja ‘Kizab’
• 50 ml Licor Amareto
• Clara de ovo
• Xarope de açúcar
Preparação
Shaker com gelo
Servido em copo largo com pé
Decoração
Flor de margarida
categoria
Drink aperitivo
Classe short drink
2020 CUPÃO DE ASSINATURA
Nova Assinatura Renovação Assinatura
Nome
Empresa
Morada
Código Postal
Localidade
Concelho Contribuinte Nº
Data de nascimento
Telem.
Fax
Telefone
Assinatura Data / /
SIM, quero assinar e escolho as seguintes modalidades:
Cheque
à ordem de ‘’O Liberal Comunicações, Lda’’
Pago por transferência Bancária/Multibanco
MPG NIB nº 0036.0130.99100037568.29
“O Liberal”
Parque Emp.da Zona Oeste, Lote 7, Socorridos,
9304-006 Câmara de Lobos • Madeira / Portugal
291 911 300
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Revista fiesta
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Momentos
Sem título
Foto realizada no estúdio DDiArte com o modelo Zé Diogo
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CONTACTO: LUÍSA AGRELA
PEZO - Socorridos - Lote 7 - 9304-006 Câmara de Lobos
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TC