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RevistaAutismo009

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ALYSSON MUOTRI

é neurocientista, professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San

Diego (EUA), diretor do Programa de Células-Tronco da mesma universidade e cofundador

startup de biotecnologia Tismoo e da nova rede social Tismoo.me.

/muotri

muotri.ucsd.edu

AVANÇOS CIENTÍFICOS

PARA O TRATAMENTO

E POTENCIAL

REVERSÃO DO TEA

As 4 tecnologias

mais promissoras na

busca de soluções

para o autismo

N

as últimas décadas, tivemos

grandes avanços

científicos em relação às

causas do TEA. Descobrimos

que o fator genético é

predominante e, com o sequenciamento

do genoma,

continuamos a aumentar a

lista de mutações e variantes

genéticas relacionadas

ao TEA. A genética ajuda a

revelar os subtipos de autismo

e o porquê da variabilidade

do espectro. Cada

autista é único, fica claro do

ponto de vista genético.

Apesar dos avanços na

genética do TEA, esse conhecimento

ainda é pouco

utilizado clinicamente. Isso

porque ainda não sabemos, na

maioria dos casos, como alterações

genômicas causam alterações

comportamentais. Esse “gap”

entre a biologia molecular e o

comportamento humano é difícil

de fechar, principalmente pela

falta de modelos experimentais

humanos relevantes. Felizmente,

modelos gerados a partir de células-tronco

têm demonstrado cada

vez mais utilidades no teste de

abordagens terapêuticas. Organoides

cerebrais humanos, também

conhecidos como mini-cérebros,

são as novas ferramentas que os

pesquisadores possuem para fechar

o “gap” de conhecimento

e testar se determinada terapia

funcionaria ou não no cérebro humano.

São o que chamamos de

ensaios pré-clínicos, um passo

essencial para levar uma ideia

terapêutica até a clínica.

Mas quais são essas terapias

que estão sendo testadas? Procuro

resumir aqui as tecnologias mais

utilizadas atualmente na busca de

melhores tratamentos, ou mesmo

reversão dos sintomas do TEA.

Essa lista não é exaustiva, mas

reflete o porquê do entusiasmo

dos pesquisadores nessa área. Fiz

questão de deixar, propositadamente,

alguns termos na língua

inglesa, com o objetivo de armar

as famílias e profissionais de

saúde com os termos científicos

atuais.

Vamos lá:

Terapias

farmacológicas

Essas são as formas terapêuticas

mais convencionais, em que

se busca um remédio ou medicamento

(artificial ou natural)

que possa atuar no cérebro de

indivíduos com o TEA. Desafios

nessa área incluem a busca por

drogas que sejam específicas e

menos tóxicas. É desejável (mas

não restrito) que a droga seja ingerida

oralmente, que seja estável

no organismo e que tenha ótima

penetrabilidade no cérebro. Drogas

específicas são aquelas que

atuam de maneira seletiva no problema,

por exemplo, moléculas

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