Jornal Paraná Janeiro 2024
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OPINIÃO<br />
Ainda o país do futuro<br />
Explorar petróleo na margem equatorial<br />
compromete o potencial do país no ciclo<br />
de baixo carbono<br />
Por Candido Bracher<br />
Stefan Zweig, no Brasil, em<br />
1942, escreveu "Brasil,<br />
país do futuro", um livro<br />
muito mais lembrado por seu título,<br />
que por seu conteúdo. Se<br />
por várias décadas o título foi<br />
entendido com um vaticínio<br />
prestes a se cumprir, a estagnação<br />
econômica que dura desde<br />
os anos 1980 reforçou a crença<br />
na blague "o Brasil é o país do<br />
futuro... e sempre será".<br />
O espectro da frustração de expectativas<br />
volta a assombrar<br />
quando tantas vozes se referem<br />
à enorme oportunidade que se<br />
apresenta ao país no contexto<br />
do enfrentamento da crise do<br />
aquecimento global. Será que<br />
mais uma vez se confirmará a<br />
frase de Roberto Campos? "Infelizmente,<br />
o Brasil não perde a<br />
oportunidade de perder uma<br />
oportunidade".<br />
Não se duvida que o Brasil<br />
possa destacar-se muito em um<br />
cenário que exige que o mundo<br />
leve a zero suas emissões de<br />
carbono até o ano 2050. Há estudos<br />
que indicam que podemos<br />
ser a primeira nação do<br />
G20 a atingir a meta. Contam a<br />
nosso favor nossa matriz energética<br />
entre as mais "limpas" do<br />
planeta, as condições privilegiadas<br />
de território e insolação e<br />
anos de desenvolvimento tecnológico<br />
que nos dão condições<br />
competitivas excepcionais na<br />
produção de hidrogênio verde e<br />
toda a cadeia de biocombustíveis.<br />
Contribui também o fato de quase<br />
metade de nossas emissões<br />
advir de desmatamento - que<br />
pode ser evitado - e o enorme<br />
potencial de absorção e retenção<br />
de carbono de nossas florestas<br />
e aproveitamento de<br />
áreas degradadas.<br />
Seria, contudo, um grave erro<br />
acreditar que o país possa realizar<br />
todo esse potencial e auferir<br />
o crescimento resultante do ciclo<br />
econômico de baixo carbono<br />
de forma isolada e autônoma.<br />
Para tanto, será necessária<br />
a integração a uma cadeia global<br />
que regule as trocas entre os<br />
países, certifique créditos e débitos<br />
de carbono com base em<br />
métricas cientificamente comprovadas,<br />
estabeleça ônus e<br />
bônus segundo o cumprimento<br />
de compromissos de redução<br />
de emissões, compatibilize produtores<br />
e usuários das novas<br />
tecnologias de forma a estabelecer<br />
padrões internacionais; e<br />
assim por diante.<br />
As regras e parâmetros dessa<br />
cadeia global estão sendo negociados<br />
todos os dias entre os<br />
grandes países em fóruns formais,<br />
em acordos paralelos, em<br />
jogos de força e pressão característicos<br />
da diplomacia internacional.<br />
O negacionismo do governo<br />
anterior excluiu o Brasil<br />
desse jogo; o discurso ambientalmente<br />
responsável do novo<br />
governo permite que almejemos<br />
um lugar de força e prestígio na<br />
mesa de negociações.<br />
Para tanto, será necessário fazer<br />
acompanhar o discurso de medidas<br />
concretas a ele alinhadas.<br />
A principal delas, sem dúvida, é<br />
a contenção do desmatamento<br />
na Amazônia. Nessa frente, as<br />
primeiras notícias são positivas,<br />
mas ainda há muito a ser feito<br />
para que a preservação da floresta<br />
seja sustentável; para que<br />
o conceito - óbvio para o mundo<br />
- de que "a floresta em pé vale<br />
mais do que derrubada" seja válido<br />
também para os amazônidas.<br />
Será também fundamental dar à<br />
proteção ambiental no Brasil o<br />
status de "questão de Estado",<br />
não estando sujeita a mudanças<br />
radicais de rumo a cada nova<br />
eleição. Assim como o país fez<br />
com o problema da inflação,<br />
deve-se criar uma governança<br />
que inclua a fixação de metas<br />
alinhadas aos nossos compromissos<br />
e atribua a órgãos independentes<br />
a responsabilidade<br />
por sua execução e acompanhamento.<br />
Uma vez recuperada a influência<br />
que o Brasil pode exercer nas<br />
negociações, há muito o que<br />
reivindicar; desde questões estruturais<br />
como a responsabilização<br />
dos países emissores e o<br />
estabelecimento de um preço<br />
global para o carbono, até aspectos<br />
técnicos fundamentais<br />
para que o país realize seu potencial.<br />
Entre esses, destaco a<br />
adoção de métricas que reconheçam<br />
o grande diferencial<br />
existente entre a capacidade de<br />
captação de carbono da agricultura<br />
tropical em relação à de<br />
zonas temperadas; a equiparação<br />
entre redução de emissões<br />
e captura de carbono (há uma<br />
tendência a se valorizar mais a<br />
primeira); reconhecimento das<br />
soluções naturais (NBS) para<br />
captura e a valorização da biodiversidade.<br />
No jogo dos grandes interesses<br />
globais, há que negociar. Será<br />
importante reconhecer a linha<br />
de atuação que mais nos convém:<br />
a europeia, com seus rígidos<br />
sistemas que oneram a<br />
emissão e premiam a captura<br />
de carbono e seu esforço para<br />
estimular a adoção global de regras<br />
semelhantes através da imposição<br />
de impostos que reproduzam<br />
externamente essas<br />
condições; a americana, com<br />
A miopia da opção pelo combustível<br />
fóssil contribuiria para nos manter<br />
na situação de eterno "país do futuro".<br />
Talvez um dia, nem isso.<br />
seus vastos subsídios ao desenvolvimento<br />
de tecnologias<br />
verdes e nenhuma sanção aos<br />
emissores, delegando ao "mercado"<br />
a tarefa de zerar as emissões;<br />
ou o relativo alheamento<br />
de países como Índia, Rússia e,<br />
especialmente, China.<br />
Inclino-me a acreditar que a<br />
postura europeia seja a mais<br />
conveniente para um país com<br />
as vantagens comparativas do<br />
Brasil, mas qualquer que seja a<br />
linha de alianças que elejamos<br />
nossa força dependerá da coerência<br />
de nossa política. Nesse<br />
sentido, o custo diplomático de<br />
ignorar o veto do Ibama e explorar<br />
petróleo na margem equatorial<br />
excederia de longe os muito<br />
duvidosos benefícios da medida.<br />
O mundo encontra-se no ponto<br />
de inflexão da demanda por petróleo.<br />
Será mesmo inteligente<br />
investir para atender a um mercado<br />
em declínio, prejudicando<br />
nosso potencial no ciclo econômico<br />
de baixo carbono? Especialmente<br />
levando-se em conta<br />
que teremos que disputar esse<br />
mercado minguante com países<br />
como a Arábia Saudita que, sem<br />
dispor de alternativas econômicas,<br />
tem reservas muito maiores<br />
e custos de extração muito<br />
inferiores ao nosso?<br />
A miopia da opção pelo combustível<br />
fóssil contribuiria para<br />
nos manter na situação de<br />
eterno "país do futuro". Talvez<br />
um dia, nem isso.<br />
Candido Bracher é Administrador<br />
de Empresas formado<br />
pela FGV. Foi executivo do setor<br />
financeiro por 40 anos.<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
CANA-DE-AÇÚCAR<br />
Moagem recorde em<br />
dezembro no Centro-Sul<br />
Com produção inédita para o mês, oferta de cana "bisada"<br />
para a próxima temporada deve ser menor do que o esperado<br />
As usinas do Centro–<br />
Sul do Brasil, maior<br />
região produtora de<br />
cana–de-açúcar do<br />
país, mantiveram “um ritmo de<br />
processamento inédito” para<br />
dezembro, segundo a Unica<br />
(União da Indústria de Cana–<br />
de-Açúcar). Com isso, deve<br />
haver uma redução na oferta<br />
de cana “bisada” para a próxima<br />
temporada.<br />
A moagem de cana-de-açúcar<br />
na segunda quinzena de dezembro<br />
registrou crescimento<br />
de 79,87%, na comparação<br />
com o mesmo período do ciclo<br />
passado. Foram processadas<br />
4,87 milhões de toneladas<br />
contra 2,71 milhões. No acumulado<br />
da safra 23/24, a moagem<br />
atingiu 644,14 milhões,<br />
ante 542,39 milhões de toneladas<br />
registradas no mesmo<br />
período no ciclo 22/23 – avanço<br />
de 18,76%.<br />
Em dezembro, um mês suficientemente<br />
seco para operacionalização<br />
da colheita, as<br />
unidades produtoras do Centro-<br />
Sul foram capazes de manter<br />
um ritmo de processamento<br />
inédito para essa etapa da safra.<br />
Desde 2015 o setor não ultrapassava<br />
a marca de 20 milhões<br />
de toneladas processadas no<br />
último mês do ano civil. Graças<br />
a essas condições, a moagem<br />
do Centro-Sul atingiu um patamar<br />
recorde. Se há alguns<br />
meses havia expectativa de cana<br />
bisada em quantidade nunca<br />
vista, esse cenário parece<br />
ter se exaurido com o desempenho<br />
excepcional da colheita<br />
no último terço da safra<br />
2023/<strong>2024</strong>.<br />
Operaram na segunda quinzena<br />
de dezembro 100 unidades<br />
produtoras na região Centro-Sul,<br />
sendo 85 unidades<br />
com processamento de cana,<br />
oito empresas que fabricam<br />
etanol a partir do milho e sete<br />
usinas flex. No mesmo período,<br />
na safra 22/23, operaram<br />
49 unidades produtoras. Ao<br />
final da quinzena, 81 unidades<br />
encerram a moagem, enquanto<br />
no acumulado já se contabilizam<br />
246 unidades. No ciclo<br />
anterior, até 1º de janeiro, 247<br />
usinas haviam terminado com<br />
seu período de processamento.<br />
Para a próxima quinzena,<br />
está previsto que mais duas<br />
unidades produtoras encerrarão<br />
a safra.<br />
No que condiz à qualidade da<br />
matéria-prima, o nível de Açúcares<br />
Totais Recuperáveis<br />
(ATR) registrado na segunda<br />
quinzena de dezembro foi de<br />
136,93 kg por tonelada de<br />
cana-de-açúcar, contra 143,17<br />
kg por tonelada na safra 22/23<br />
– variação negativa de 4,36%.<br />
No acumulado da safra, o indicador<br />
marca o valor de<br />
139,57 kg de ATR por tonelada<br />
(-1,13%).<br />
4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Produção de açúcar e etanol<br />
A produção de açúcar na segunda<br />
metade de dezembro totalizou<br />
235,76 mil toneladas.<br />
Essa quantidade, quando comparada<br />
àquela registrada na safra<br />
22/23 de 173,83 milhão de<br />
toneladas, representa aumento<br />
de 35,63%. No acumulado desde<br />
1º de abril, a fabricação do<br />
adoçante totaliza 42,05 milhões<br />
de toneladas, contra 33,53 milhões<br />
de toneladas do ciclo anterior<br />
(+25,43%).<br />
Vale destacar que o recorde na<br />
produção de açúcar também<br />
se estende para as exportações<br />
do produto que, segundo<br />
dados da SECEX, encerrou<br />
2023 com um 31,38 milhões<br />
de toneladas embarcadas, o<br />
maior valor de toda a série histórica.<br />
O pico de exportações<br />
ocorreu em dezembro quando<br />
3,85 milhões de toneladas<br />
foram comercializadas para o<br />
mercado externo.<br />
Na segunda quinzena de dezembro,<br />
526,11 milhões de litros<br />
(+62,88%) de etanol foram<br />
fabricados pelas unidades<br />
do Centro-Sul. Do volume total<br />
produzido, o etanol hidratado<br />
alcançou 353,79 milhões de litros<br />
(+99,44%), enquanto a<br />
produção de etanol anidro totalizou<br />
172,32 milhões de litros<br />
(+18,34%). No acumulado<br />
desde o início do atual ciclo<br />
agrícola até 31 de dezembro, a<br />
fabricação do biocombustível<br />
totaliza 31,44 bilhões de litros<br />
(+14,39%), sendo 18,79 bilhões<br />
de etanol hidratado<br />
(+18,72%) e 12,66 bilhões de<br />
anidro (+8,52%).<br />
Da produção total de etanol registrada<br />
na segunda quinzena<br />
de dezembro, 53% foram provenientes<br />
do milho, cuja produção<br />
foi de 279,39 milhões<br />
de litros neste ano, contra<br />
202,97 milhões de litros no<br />
mesmo período do ciclo 22/23<br />
– aumento de 37,65%. No<br />
acumulado desde o início da<br />
safra, a produção de etanol de<br />
milho atingiu 4,61 bilhões de litros<br />
– avanço de 41,65% na<br />
comparação com igual período<br />
do ano passado.<br />
Mercado<br />
de CBios<br />
Dados da B3 registrados até<br />
o dia 9 de janeiro indicam a<br />
emissão de 34,18 milhões<br />
de CBios em 2023 e, em<br />
<strong>2024</strong>, já se registra 739 mil<br />
créditos emitidos. Em posse<br />
da parte obrigada do programa<br />
RenovaBio há cerca<br />
de 29,82 milhões de créditos<br />
de descarbonização.<br />
Esse valor considera o estoque<br />
de passagem da parte<br />
obrigada em 2021 somada<br />
com os créditos adquiridos<br />
em 2022, 2023 e <strong>2024</strong>, até<br />
o momento, subtraída a<br />
meta referente ao ano de<br />
2022.<br />
Vendas de etanol<br />
No mês de dezembro, as vendas<br />
de etanol totalizaram 2,88<br />
bilhões de litros, o que representa<br />
aumento de 11,25% em<br />
relação ao mesmo período da<br />
safra 22/23. O volume comercializado<br />
de etanol anidro no<br />
período foi de 941,95 milhões<br />
de litros – queda de 18,61% –<br />
enquanto o etanol hidratado registrou<br />
venda de 1,93 bilhão<br />
de litros – crescimento de<br />
35,46%.<br />
No mercado doméstico, as<br />
vendas de etanol hidratado em<br />
dezembro totalizaram 1,81 bilhão<br />
de litros – variação de<br />
39,22% em relação ao ano<br />
passado. O volume robusto<br />
comercializado reflete a competitividade<br />
do biocombustível<br />
nas bombas e, concomitantemente,<br />
um movimento sazonal<br />
de incremento das saídas<br />
comum ao mês de dezembro.<br />
Há de se aguardar as informações<br />
da Agência Nacional de<br />
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(ANP) para<br />
tomar consciência da intensidade<br />
com que esse aumento<br />
da demanda nos produtores se<br />
reflete nas bombas no mês de<br />
dezembro.<br />
Nas duas últimas semanas de<br />
dezembro de 2023, o levantamento<br />
de preços da ANP indicou<br />
que nas cidades amostradas<br />
correspondentes a70%<br />
do consumo de combustíveis<br />
nacional, o etanol hidratado<br />
teria apresentado paridades<br />
atrativas. Esse mesmo percentual<br />
se mantém para a primeira<br />
semana de janeiro.<br />
No estado de São Paulo, o levantamento<br />
aponta que 100%<br />
do consumo correspondente<br />
registrou paridades atrativas<br />
nessas semanas. Por fim, no<br />
que diz respeito às vendas de<br />
etanol anidro pelos produtores,<br />
o volume comercializado<br />
foi de 898,22 milhões de litros,<br />
o que representa uma<br />
variação negativa de 10,33%.<br />
Um movimento de queda natural<br />
em meio ao cenário de<br />
favorecimento do consumo<br />
do etanol hidratado.<br />
No acumulado da safra 23/24,<br />
a comercialização de etanol<br />
soma 23,95 bilhões de litros,<br />
representando um aumento<br />
de 6,59%. O hidratado compreende<br />
uma venda no volume<br />
de 14,37 bilhões de<br />
litros (+10,71%), enquanto o<br />
anidro de 9,58 bilhões<br />
(+0,95%).<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
USINA<br />
Clima não atrapalha<br />
resultados na Jacarezinho<br />
Com eficiência operacional, foram moídas 2,53 milhões de toneladas de cana<br />
e produzidos 184 mil toneladas de açúcar e 83,1 milhões de litros de etanol<br />
AUsina Jacarezinho,<br />
produtora de açúcar,<br />
etanol, levedura e<br />
bioenergia a partir da<br />
cana-de-açúcar do Grupo Maringá,<br />
localizada no norte do<br />
<strong>Paraná</strong>, encerra a safra 23/24<br />
com moagem de 2,53 milhões<br />
de toneladas de cana-de-açúcar,<br />
em uma safra mais açucareira.<br />
Ao todo, foram produzidas<br />
184 mil toneladas do<br />
adoçante (58% do total, sendo<br />
34,90% de açúcar branco e<br />
65,10% de açúcar bruto) e<br />
83,1 milhões de litros de etanol<br />
(equivalente a 42%, sendo 97%<br />
anidro e 3% hidratado).<br />
Em relação à produtividade, o<br />
TCH (Toneladas Colhidas por<br />
Hectare) apresentado na safra<br />
foi de 88,00, sendo o TAH<br />
(Toneladas de Açúcares Totais<br />
Recuperáveis por Hectare) de<br />
11,6. Também foram produzidas<br />
3 mil toneladas de leveduras<br />
dos tipos inativa, autolisada<br />
e parede celular, que<br />
foram totalmente comercializadas.<br />
Elas são um subproduto<br />
orgânico oriundo da fermentação<br />
do etanol, que pode<br />
ser usado na alimentação animal.<br />
Por sua vez, a Maringá Energia,<br />
unidade de cogeração<br />
que utiliza o bagaço da canade-açúcar<br />
resultante do processo<br />
produtivo na Usina Jacarezinho<br />
para produzir energia<br />
elétrica limpa e renovável,<br />
produziu 95.545 MWh, sendo<br />
que 47.000 MWh foram exportados.<br />
“Enfrentamos uma safra mais<br />
seca, com poucas chuvas<br />
nos períodos mais críticos da<br />
colheita. Embora essa condição<br />
tenha afetado nossos resultados,<br />
conseguimos otimizar<br />
ao máximo a extração<br />
de açúcar da cana, evidenciando<br />
nossa eficiência operacional”,<br />
afirma o diretor de<br />
Operações Sucroenergético<br />
da Usina Jacarezinho, Condurme<br />
Aizzo.<br />
Sobre o<br />
Grupo Maringá<br />
O Grupo Maringá atua nos setores sucroenergético, produzindo<br />
açúcar, etanol, levedura e energia, e siderúrgico,<br />
fabricando ferroliga de manganês. Com 75 anos<br />
de tradição, a Usina Jacarezinho e a Maringá Energia<br />
atuam de forma integrada para fornecer alimento e energia<br />
limpa e renovável aos mercados nacional e internacional.<br />
Na siderurgia, o grupo atua a mais de 40 anos, produzindo<br />
ferroligas de manganês de alto padrão, matériaprima<br />
essencial para a fabricação de aço, por meio da<br />
Maringá Ferro-Liga S/A, localizada em Itapeva (SP).<br />
Investimentos e expectativas<br />
Para a safra 24/25, a Usina<br />
Jacarezinho deve colher os<br />
frutos do investimento de R$<br />
25 milhões em novos equipamentos<br />
para a fábrica de<br />
açúcar. Por isso, há a previsão<br />
de alcançar um mix de<br />
produção de 72% de açúcar<br />
ante 28% de etanol. Há também<br />
a expectativa da expansão<br />
na cogeração de energia<br />
no final de <strong>2024</strong>, que deve<br />
saltar de 25 MWh para 50<br />
MWh, elevando a exportação<br />
de 10 MW médios para 35<br />
MW médios.<br />
“Nossa estratégia inclui a<br />
continuidade da produção de<br />
leveduras, o incremento do<br />
uso de inteligência artificial<br />
em vários processos e a aplicação<br />
de vinhaça diretamente<br />
nos sulcos do plantio<br />
de cana como um fertilizante<br />
natural. Além disso, temos<br />
diversos outros investimentos<br />
em nosso radar, visando<br />
à melhoria da produtividade<br />
e a diversificação dos produtos,<br />
sempre pautados pela<br />
visão de sustentabilidade,<br />
atualmente em fase de amadurecimento<br />
e avaliação”,<br />
destaca o CFO do Grupo Maringá,<br />
Eduardo Lambiasi.<br />
6 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
CAPACITAÇÃO<br />
Santa Terezinha oferece<br />
Formação UST <strong>2024</strong><br />
As inscrições vão até 31/1 e os cursos oferecidos pelo projeto são na área<br />
de operação de tratores e manutenção agrícola para homens e mulheres<br />
AUsina Santa Terezinha<br />
está com inscrições<br />
abertas para<br />
o Formação UST<br />
<strong>2024</strong> que oferece cursos gratuitos,<br />
uma oportunidade para<br />
desenvolver uma carreira e<br />
construir um futuro promissor.<br />
As inscrições vão até<br />
31/1 . Nesta edição, os cursos<br />
oferecidos pelo projeto<br />
são na área de operação de<br />
tratores e manutenção agrícola<br />
para homens e mulheres.<br />
Os locais de realização dos<br />
cursos de Formação UST<br />
<strong>2024</strong> são os Centros de Treinamento<br />
Agrícola do Senar/<br />
PR – Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem Rural, localizados<br />
em Assis Chateaubriand<br />
e Ibiporã/ PR. As aulas iniciam<br />
a partir de fevereiro com<br />
carga horária de 40 horas distribuída<br />
em uma semana.<br />
Os requisitos para inscrição<br />
são ter o Ensino Fundamental<br />
completo, ter mais de 18 anos<br />
e carteira de motorista - CNH<br />
B (para o curso de Operador<br />
de Trator e Implementos).<br />
Os interessados devem acessar<br />
o link: https://forms.gle/<br />
Z2uRAk5sqFgmC46M9 e fazer<br />
a sua inscrição online.<br />
A Usina de Açúcar Santa Terezinha<br />
Ltda. foi fundada em<br />
1964 e é uma empresa brasileira<br />
de capital fechado com<br />
negócios no setor sucroenergético,<br />
presente no <strong>Paraná</strong> e<br />
Mato Grosso do Sul. Sua história<br />
iniciou no município de<br />
Maringá (PR), produzindo e<br />
comercializando açúcar VHP,<br />
etanol (anidro e hidratado) e<br />
bioletricidade.<br />
Sete unidades produtivas estão<br />
ativas com suas atividades<br />
agroindustriais divididas<br />
em três clusters UST (UST<br />
Norte, UST Centro e UST<br />
Sul), sendo capaz de gerar<br />
uma força de trabalho de<br />
mais de 7 mil pessoas em<br />
mais de 35 municípios dos<br />
dois estados, mantendo-se<br />
assim como uma das maiores<br />
empresas do segmento<br />
Açúcar e Álcool da região Sul<br />
do Brasil.<br />
Maior exportadora de açúcar<br />
com sede na região Sul, possui<br />
dez unidades produtivas<br />
no estado do <strong>Paraná</strong> e um<br />
projeto greenfield (Usina Rio<br />
<strong>Paraná</strong> S.A) no Mato Grosso<br />
do Sul, com sede corporativa<br />
e terminal logístico em Maringá<br />
e terminal rodoferroviário<br />
em Paranaguá.<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SANIDADE<br />
UST inicia monitoramento<br />
e controle de Migdolus<br />
A praga pode causar grandes danos ao canavial<br />
e poucos métodos de controle são eficientes<br />
AUsina Santa Terezinha<br />
iniciou o monitoramento<br />
e<br />
controle massal da<br />
praga Migdolus em suas<br />
áreas de cana-de-açúcar. A<br />
praga pode causar grandes<br />
danos ao canavial e poucos<br />
métodos de controle são eficientes.<br />
A larva da praga vive<br />
no solo e ataca os colmos da<br />
cana, causando prejuízos<br />
irreversíveis às lavouras.<br />
Atualmente a usina utiliza feromônios<br />
sintéticos que são<br />
associados as armadilhas<br />
para controlar os insetos machos<br />
na fase adulta. Os feromônios<br />
imitam o odor das<br />
fêmeas do inseto, atraindo<br />
os machos para as armadilhas,<br />
onde são capturados.<br />
Os insetos adultos voam em<br />
determinado período do ano,<br />
principalmente no início das<br />
chuvas. Devido a essa característica,<br />
as equipes de P&D<br />
(Pesquisa & Desenvolvimento)<br />
das Unidades UST iniciam<br />
a instalação das armadilhas<br />
no campo logo no início<br />
das chuvas. O monitoramento<br />
e a troca dos feromônios é<br />
feita mensalmente, por 4 meses.<br />
Se a praga for encontrada,<br />
são instaladas armadilhas<br />
a cada 30 metros nas<br />
extremidades do talhão para<br />
realizar o controle massal.<br />
Outra ferramenta importante<br />
para o controle da praga é<br />
realizada no momento do<br />
preparo do solo, com a aplicação<br />
de uma barreira química<br />
com inseticidas nos<br />
subsoladores e arados. Ao<br />
longo dos anos, a usina tem<br />
realizado o monitoramento<br />
do Migdolus em todas as<br />
áreas plantadas e tem tido<br />
sucesso no controle da<br />
praga.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9
LAVOURA<br />
Início das Aplicações<br />
do Adubo Foliar USTFert<br />
Esse complexo nutricional foi desenvolvido pela equipe interna da UST,<br />
com a contribuição dos maiores especialistas em nutrição de cana do Brasil<br />
AUsina Santa Terezinha<br />
iniciou a Campanha<br />
de Adubação<br />
Foliar para a Safra<br />
<strong>2024</strong> com o fertilizante US-<br />
TFert, que é produzido em<br />
fábrica própria localizada na<br />
Unidade Tapejara. As aplicações<br />
aéreas do produto estão<br />
sendo direcionadas para<br />
canaviais plantados e colhidos<br />
entre janeiro e abril de<br />
2023, com folhas receptivas<br />
ao recebimento do fertilizante<br />
e com alto potencial de<br />
crescimento.<br />
O fertilizante USTFert é um<br />
complexo de nove nutrientes<br />
mais levedura, que são os<br />
principais elementos responsáveis<br />
pelo desenvolvimento<br />
vegetativo da cana-de-açúcar.<br />
Esse complexo nutricional<br />
foi desenvolvido pela<br />
equipe interna da UST, com a<br />
contribuição dos maiores especialistas<br />
em nutrição de<br />
cana-de-açúcar do Brasil.<br />
Após as validações das formulações,<br />
foram realizados<br />
inúmeros testes em campo<br />
para a consolidação do produto,<br />
que validaram ganhos<br />
significativos de produtividade,<br />
tornando-o um produto<br />
essencial para o uso nas lavouras.<br />
A campanha da safra<br />
<strong>2024</strong> iniciou-se em setembro<br />
e serão realizados aproximadamente<br />
85 mil hectares<br />
de cana, que serão compostos<br />
por duas aplicações a<br />
cada 30 dias nas áreas planejadas.<br />
Como parte do manejo utilizado<br />
no canavial nas aplicações<br />
do USTFert, será feita a<br />
aplicação conjunta de fungicidas<br />
para o controle de patógenos<br />
nas folhas. Esse<br />
manejo, que já vem sendo<br />
adotado desde 2021 pelo<br />
Grupo UST, vem trazendo<br />
ganhos de produtividade.<br />
10
INDÚSTRIA<br />
Controle de Qualidade<br />
Industrial realiza diagnóstico<br />
e plano de amostragem<br />
Objetivo é minimizar as<br />
perdas industriais e<br />
fornecer subsídios aos<br />
gestores industriais nas<br />
tomadas de decisões<br />
Durante a safra<br />
2023, uma equipe<br />
industrial multidisciplinar<br />
realizou um<br />
diagnóstico de amostragem<br />
em todas as unidades da<br />
Usina Santa Terezinha. Após<br />
o diagnóstico, foram estabelecidas<br />
prioridades para a<br />
compra e confecção de<br />
amostradores, com o objetivo<br />
de minimizar as perdas<br />
industriais e fornecer subsídios<br />
aos gestores industriais<br />
nas tomadas de decisões.<br />
Além de identificar e diminuir<br />
as perdas, esta ação também<br />
resulta em outros benefícios,<br />
como maior confiabilidade<br />
nos resultados, padronização<br />
dos processos e auxílio no<br />
benchmark interno entre as<br />
unidades da UST.<br />
Após consenso, foram estabelecidas<br />
prioridades. Algumas<br />
unidades já montaram<br />
equipamentos para melhoria<br />
da amostragem em suas<br />
próprias unidades, utilizando<br />
recursos disponíveis, e outras<br />
estão adquirindo o material<br />
necessário para a<br />
conclusão das ações do<br />
plano.<br />
Planejamento Industrial de Entressafra<br />
A entressafra é uma janela estratégica<br />
para refinar processos e preparar<br />
a Usina Santa Terezinha para<br />
os desafios sazonais. O Planejamento<br />
Industrial tem um papel crucial<br />
nesse período, e, em conjunto<br />
com um grupo de trabalho dedicado<br />
à padronização de procedimentos<br />
internos e adoção de boas<br />
práticas, desenvolveu um conjunto<br />
de iniciativas para otimizar o desempenho:<br />
• CURVA S: é uma ferramenta que<br />
permite visualizar a relação entre o<br />
serviço programado e o realizado.<br />
A ferramenta é baseada em ordens<br />
de serviço planejadas e apontamentos<br />
de mão de obra, e permite projetar<br />
o término da manutenção. Isso<br />
auxilia na tomada de decisões e no<br />
ajuste de equipes e atividades.<br />
• CAPEX: é um relatório para monitorar<br />
os investimentos em ativos<br />
de capital, que utiliza métricas de<br />
orçamento e realização, incluindo o<br />
avanço físico do projeto. Isso contribui<br />
para uma gestão eficiente dos<br />
recursos financeiros, alinhando-se<br />
às metas estratégicas da usina.<br />
• CST: é um acompanhamento do<br />
Controle de Serviços de Terceiros.<br />
Essa iniciativa é essencial para garantir<br />
que os equipamentos retornem<br />
conforme os prazos e condições<br />
previamente estabelecidos<br />
para a próxima safra. O acompanhamento<br />
destaca CST atrasados, os<br />
de maior valor e os principais fornecedores<br />
envolvidos.<br />
• CUSTOS E ESTOQUE: A UST estabeleceu<br />
uma visão consolidada<br />
para comparar orçamentos das Unidades,<br />
despesas previstas para a<br />
entressafra e realizações efetivas.<br />
Essa análise detalhada dos<br />
custos associados às operações<br />
durante a entressafra permite identificar<br />
e eliminar desperdícios, resultando<br />
em uma redução nos<br />
custos operacionais. Além disso, o<br />
monitoramento preciso dos níveis<br />
de estoque, com a definição de parâmetros<br />
adequados, assegura a<br />
eficiente disponibilidade de recursos<br />
quando necessário, evitando<br />
excessos ou faltas.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
11
A Agência Nacional do Petróleo,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(ANP) publicou as metas<br />
preliminares para as distribuidoras<br />
adquirirem Créditos de<br />
Descarbonização (CBios) em<br />
<strong>2024</strong>. De acordo com a agência<br />
reguladora, as distribuidoras<br />
de combustíveis fósseis<br />
terão que adquirir ao todo<br />
38,78 milhões de CBios, sendo<br />
cada CBio correspondente<br />
a 1 tonelada de carbono evitada<br />
na atmosfera. O volume<br />
proposto significa aumento de<br />
3,3% em relação ao volume<br />
estipulado pelo governo em<br />
DOIS<br />
CBios<br />
Açúcar<br />
PONTOS<br />
2022. A revisão da meta obrigatória<br />
de CBios é feita anualmente,<br />
com base na participação<br />
de mercado.<br />
A trading Czarnikow elevou sua estimativa de superávit global de açúcar em 2023/24,<br />
de 200 mil toneladas projetadas no mês passado para 1,6 milhão de toneladas, aumento<br />
de 1,3 milhão de toneladas em relação a dezembro, para 179,7 milhões de toneladas,<br />
o segundo maior volume já registrado. Já a de consumo foi reduzida em 100 mil toneladas,<br />
para 178,1 milhões de toneladas. O aumento da produção se deve principalmente<br />
às condições climáticas favoráveis no Centro-Sul do Brasil, que deve produzir 41,5 milhões<br />
de toneladas de açúcar. Além disso, acredita-se que chuvas na segunda metade<br />
da temporada na Tailândia poderão aumentar os rendimentos da cana, e adicionar 500<br />
mil toneladas de açúcar à projeção. Apesar da expectativa de superávit, a trading observou<br />
que o mercado de açúcar continua "extremamente frágil" porque o aumento da<br />
produção e dos estoques ocorre em grande parte no Brasil, onde há restrições logísticas<br />
para enviar esse açúcar até onde ele é necessário no mercado mundial<br />
Etanol<br />
A produção de etanol de<br />
milho caminha a passos largos<br />
no Brasil. Pesquisa realizada<br />
pela Argus constatou<br />
que 15 novas unidades de<br />
etanol a partir de outras matérias-primas<br />
que não a<br />
cana-de-açúcar foram anunciadas<br />
ao longo de 2023 e<br />
mais podem estar no caminho.<br />
Um consenso entre participantes<br />
do mercado é que<br />
o etanol de milho está a passos<br />
largos de abocanhar porções<br />
cada vez maiores do<br />
Milho<br />
mercado doméstico do biocombustível,<br />
via projetos greenfield<br />
e brownfield. Na safra<br />
2022/23, a produção brasileira<br />
de etanol foi estimada<br />
pela Unica em 31,1 milhões<br />
de m³, dos quais 4,43 milhões<br />
de m³ partindo do<br />
milho, correspondendo a<br />
14% do total. O setor de etanol<br />
de milho espera produzir<br />
10 milhões de m³ até a safra<br />
2030/31, abarcando mais de<br />
20% do mercado brasileiro<br />
de combustíveis.<br />
Economia verde<br />
As pré-condições naturais do<br />
Brasil para ocupar o protagonismo<br />
mundial na transição<br />
energética e na economia<br />
verde são favoráveis, mas há<br />
uma janela de tempo curta<br />
para que o País assuma esse<br />
posto: cinco anos. Especialistas<br />
garantem que para<br />
aproveitar as oportunidades<br />
existentes, o governo deve<br />
garantir a saúde macroeconômica<br />
do País, garantir segurança<br />
pública e jurídica e<br />
investir em ciência e tecnologia.<br />
O governo quer aumentar de<br />
27,5% para 30% o índice de<br />
etanol anidro na gasolina até<br />
março. O prazo que o Grupo<br />
de Trabalho terá para submeter<br />
seu relatório à aprovação do<br />
CNPE (Conselho Nacional de<br />
Política Energética) é de três<br />
meses, mas ele pode ser estendido<br />
por igual período. Caso<br />
seja aprovado o aumento da<br />
mistura, haverá um incremento<br />
de 1,5 bilhão de litros a mais<br />
de etanol, cerca de 5% da produção<br />
nacional.<br />
A posição da Anfavea, associação<br />
das montadoras, é a<br />
de que a mistura com mais álcool<br />
precisa ser testada. Os<br />
veículos flex não são afetados,<br />
mas importados e motocicletas<br />
podem ter problemas.<br />
O ministro Alexandre Silveira<br />
quer acelerar essa mistura<br />
como parte do programa<br />
Combustível do Futuro, que<br />
prevê menos emissões na<br />
atmosfera pela queima de<br />
combustíveis fósseis.<br />
País teve em 2023 quase um<br />
quinto do ano com altas temperaturas<br />
extremas, mas não<br />
conta com infraestrutura necessária<br />
para lidar com as mudanças<br />
climáticas e suas consequências.<br />
Com nove ondas<br />
de calor em 2023 e seguindo<br />
uma tendência mundial, o Brasil<br />
deverá continuar com uma<br />
sucessão de altas recordes de<br />
temperatura em <strong>2024</strong>. O grande<br />
Calor<br />
problema é que a infraestrutura<br />
do país não está preparada<br />
para isso.<br />
Os extremos tendem a se tornar<br />
ainda mais frequentes e,<br />
em alguns casos, com maior<br />
intensidade. Mas o que ondas<br />
de calor cada vez mais frequentes<br />
podem representar?<br />
O impacto pode ser sentido<br />
desde a saúde até problemas<br />
na natureza.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Balança comercial<br />
Tecnologia digital<br />
Um amplo estudo sobre a difusão<br />
da agricultura digital no<br />
Brasil, realizado pela Universidade<br />
de Brasília, concluiu<br />
que a adoção de tecnologias<br />
digitais é um caminho sem<br />
volta para o setor rural, pois,<br />
além de agregar valor à produção,<br />
proporciona mais<br />
sustentabilidade ambiental,<br />
social e econômica aos sistemas<br />
agrícolas. Segundo o<br />
estudo, os produtores acreditam<br />
que a agricultura digital<br />
favorece a sustentabilidade,<br />
além de reduzir os riscos inerentes<br />
à produção agrícola,<br />
principalmente os riscos climáticos.<br />
Também, os produtores<br />
rurais, em grande maioria,<br />
são propícios a adquirir<br />
máquinas e equipamentos<br />
com toda a tecnologia embarcada,<br />
uma vez que grande<br />
parte já utiliza programas de<br />
controle de fluxo de caixa<br />
mensal e parte utiliza drones<br />
para gerar mapas de vegetação.<br />
Mas, o estudo observa<br />
que a falta de internet no<br />
campo é apontada como<br />
principal barreira para a digitalização.<br />
A balança comercial brasileira<br />
encerrou 2023 com superávit<br />
recorde de US$ 98,8 bilhões,<br />
ultrapassando com folga o<br />
saldo do ano anterior, quando<br />
as exportações superaram as<br />
importações em US$ 61,5 bilhões.<br />
O superávit ficou US$ 5,8<br />
bilhões acima da previsão feita<br />
pelo governo de Luiz Inácio Lula<br />
da Silva (PT) em outubro,<br />
quando era esperado um saldo<br />
positivo de US$ 93 bilhões. O<br />
saldo fechado do ano passado<br />
representa um aumento de<br />
Biodiesel<br />
60,6% em comparação com a<br />
cifra de 2022. De acordo com<br />
o governo, em 2023, as exportações<br />
do país somaram US$<br />
339,7 bilhões. Houve crescimento<br />
de 1,7% em relação ao<br />
ano anterior, superando o recorde<br />
de US$ 334,1 bilhões de<br />
2022. Já as importações totalizaram<br />
US$ 240,8 bilhões, ante<br />
US$ 272,6 bilhões em 2022.<br />
Isso significa uma redução de<br />
11,7% em relação ao ano anterior.<br />
Foi o terceiro maior valor<br />
para as importações.<br />
Resultados<br />
A pesquisa apontou que a<br />
grande maioria dos produtores<br />
(96,3%) utiliza softwares<br />
e aplicativos de operações<br />
bancárias via internet,<br />
90,74% de previsão climática,<br />
90,71% para manejo<br />
agrícola e 70,37% para gestão<br />
de propriedades. Ainda<br />
de acordo com o levantamento,<br />
64,81% dos entrevistados<br />
utilizam programas de<br />
computador para planejamentos<br />
anuais, 62,96% programas<br />
de cálculo para<br />
controle de fluxo de caixa,<br />
59,26%, indicadores para<br />
gerenciar as máquinas e a<br />
propriedade, 51,82% telemetria<br />
para transmissão remota<br />
de dados, 27,78% drones<br />
para mapear vegetação ou<br />
gestão de culturas e 14,81%<br />
sensores de vegetação.<br />
Mercado de carbono<br />
A Câmara dos Deputados<br />
aprovou o projeto de lei que<br />
regulamenta o mercado de<br />
carbono, uma das prioridades<br />
do governo Lula (PT) na área<br />
ambiental. O texto vai para o<br />
Senado, que já havia aprova<br />
um projeto semelhante sobre<br />
o tema em outubro. O mercado<br />
regulado de carbono estipula<br />
limites de emissões de<br />
gases de efeito estufa para as<br />
empresas, que precisarão entregar<br />
relatórios de emissões<br />
ao órgão gestor, ligado ao governo<br />
federal. Aquelas companhias<br />
que não cumprirem<br />
suas metas poderão sofrer<br />
penas, como multas.<br />
Bioplástico<br />
O Conselho Nacional de Política<br />
Energética (CNPE) antecipou<br />
para março do ano que vem a<br />
mistura de 14% de biodiesel ao<br />
diesel (B14), com a previsão de<br />
chegar a 15% (B15) já em<br />
2025. A medida deve evitar a<br />
emissão de cinco milhões de<br />
toneladas de CO 2 na atmosfera<br />
e reduzir a importação do combustível<br />
fóssil. Com o crescimento<br />
da demanda por biodiesel,<br />
estima-se a geração de<br />
cerca de 14 mil empregos até<br />
<strong>2024</strong>. Além disso, o aumento<br />
da demanda de matéria-prima,<br />
sobretudo o óleo de soja, será<br />
de 13,83 milhões de toneladas<br />
do grão até 2025, quando será<br />
adotado o B15.<br />
A ERT (Earth Renewable<br />
Technologies) planeja fazer<br />
do bioplástico um terceiro<br />
produto da indústria sucroenergética.<br />
A empresa produz<br />
plástico 100% biodegradável<br />
e compostável a partir<br />
da fermentação da cana-deaçúcar.<br />
Na avaliação da empresa,<br />
existe espaço para o<br />
país ser uma potência na revolução<br />
verde e protagonista<br />
na exportação de bioplástico.<br />
O produto da ERT -que<br />
vira adubo após 180 dias -<br />
se origina da mistura de um<br />
polímero (PLA ou poliácido<br />
lático), obtido pela fermentação<br />
da cana-de-açúcar<br />
com outros materiais<br />
compostáveis. Com capacidade<br />
para produzir 3.500 toneladas<br />
por ano da resina do<br />
bioplástico, a ERT prevê<br />
chegar a 35 mil toneladas ao<br />
ano em 2025.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
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