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Jornal Paraná Maio 2024

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OPINIÃO<br />

A hora da comunicação do agro é agora<br />

É preciso que o setor e o Estado se unam para traçar um plano estratégico<br />

visando atualizar a leitura da sociedade sobre o agronegócio brasileiro<br />

Por Helen Jacintho<br />

Por que é preciso contar<br />

a história do campo,<br />

seu passado e presente,<br />

e como as mudanças<br />

vêm remodelando um<br />

futuro mais sustentável para os<br />

atores da produção de alimentos<br />

e bioenergia.<br />

O setor do agronegócio tem<br />

buscado nos últimos 50 anos<br />

produzir mais com menos. O<br />

produtor rural está sempre atrás<br />

das tecnologias mais modernas,<br />

visando produzir de maneira<br />

sustentável, gerando<br />

renda, empregos e fazendo a<br />

roda da economia girar. Entretanto,<br />

temos nos preocupado<br />

muito pouco em construir a<br />

imagem do agronegócio. Temos<br />

muitas realizações positivas<br />

para mostrar ao mundo,<br />

mas a imagem construída no<br />

Brasil e exterior é negativa.<br />

Você já ouviu falar do “mere exposure<br />

effect”? As pessoas são<br />

expostas a uma realidade, a<br />

uma narrativa, e mesmo que ela<br />

não seja verdadeira, torna-se<br />

tão familiar que a pessoa acaba<br />

acreditando e aceitando-a como<br />

verdadeira. Mas você pode<br />

estar se perguntando “porque<br />

estou lendo isto em uma coluna<br />

voltada para o agronegócio?”<br />

Já notou como o agro brasileiro<br />

é retratado?<br />

São dois personagens extremos,<br />

ou o coronel, poderoso,<br />

arrogante, que oprime os mais<br />

fracos e comete crimes - ou o<br />

outro personagem comum: o<br />

jeca tatu, simplório e ignorante.<br />

Nenhum dos dois representa o<br />

agronegócio deste país, que<br />

hoje é moderno, tecnológico,<br />

um dos mais recentes e sustentáveis<br />

agronegócios do mundo.<br />

Quem, no entanto, já não ouviu<br />

alguém bradar que o agro é<br />

morte? De onde virá essa esta<br />

agenda antiagro e quais são os<br />

reais interesses por trás dessa<br />

narrativa?<br />

Para saber onde estamos, precisamos<br />

revisitar o passado. O<br />

Brasil, como outros países, carrega<br />

nas costas a carga histórica<br />

de um vergonhoso passado<br />

de escravidão (coronéis associados<br />

a poder e opressão).<br />

Não é motivo de orgulho, mas<br />

infelizmente é um passado comum<br />

a alguns países. Entretanto,<br />

no caso do nosso país, a<br />

história não poderia ser uma<br />

coisa mais distante da realidade<br />

do agro praticado hoje em dia<br />

no Brasil.<br />

Números mostram justamente<br />

o contrário, que o setor é atualmente<br />

a maior escada social<br />

existente no país. Em 20 anos,<br />

o Brasil saltou de US$ 25 bilhões<br />

(R$ 123,5 bilhões) para<br />

US$ 160 bilhões (R$ 790,4 bilhões)<br />

vendidos ao mundo, ou<br />

seja, US$ 160 bilhões entrando<br />

em nosso país e levando desenvolvimento<br />

a cidades, trazendo<br />

oportunidades e qualidade<br />

de vida para todos, nos municípios<br />

onde o agro se instala.<br />

O IDH (índice de desenvolvimento<br />

humano) já é mais elevado<br />

do que os estados onde<br />

estão localizados. A remuneração<br />

paga no setor do agronegócio<br />

é mais alta quando comparada<br />

a outros setores, e também<br />

tem aumentado a formalização,<br />

o nível educacional e a<br />

profissionalização de mulheres.<br />

O agro emprega 27% da população<br />

ocupada no Brasil, ou<br />

28,5 milhões de pessoas. 33%<br />

de toda vegetação nativa do<br />

país está dentro de fazendas,<br />

sendo preservada por produtores<br />

rurais. O Brasil é líder mundial<br />

do plantio direto e uso de<br />

bioinsumos. O país produz de<br />

duas a três safras na mesma<br />

área, sendo um dos maiores<br />

produtores mundiais de soja,<br />

carnes, algodão, milho, café,<br />

açúcar, celulose, fumo e suco<br />

de laranja. Isto em 30% do território<br />

nacional que, por fim,<br />

responde por 24% do PIB nacional.<br />

Agora pergunto, onde está retratado<br />

este agro? Eu não vejo<br />

produtores rurais retratados nas<br />

novelas, filmes, jornais ou revistas<br />

não-especializadas, e<br />

assim como não o vejo, a população<br />

também não o vê, e<br />

desta maneira remanesce a<br />

imagem que já se conhece, que<br />

é familiar, do fazendeiro como<br />

coronel arrogante ou um simples<br />

jeca-tatu.<br />

A imagem do agronegócio brasileiro<br />

no exterior tornou-se<br />

uma preocupação crucial não<br />

só para o setor como para a<br />

economia do País. O agronegócio<br />

abriu mais de 200 novos<br />

mercados desde 2019, 78 somente<br />

em 2023. O setor é responsável<br />

por metade das nossas<br />

exportações, equilibrando<br />

A imagem do agronegócio brasileiro<br />

no exterior tornou-se uma preocupação<br />

crucial não só para o setor como<br />

para a economia do País.<br />

assim a balança comercial. O<br />

Brasil tem sido associado a<br />

desmatamentos, queimadas,<br />

uso excessivo de defensivos e<br />

o descaso com a pauta ambiental.<br />

É preciso que o setor e o Estado<br />

se unam para traçar um plano<br />

estratégico visando atualizar a<br />

leitura da sociedade sobre o<br />

agronegócio brasileiro. Um setor<br />

que incomoda e produz em<br />

larga escala, a preços competitivos<br />

enquanto se preserva. Se<br />

não mudar a comunicação, informar<br />

melhor suas ações e eliminar<br />

o desmatamento ilegal,<br />

terá sempre um telhado de<br />

vidro.<br />

(Helen Jacintho é engenheira<br />

de alimentos por formaçaõ e<br />

trabalha há mais de 15 anos<br />

na Fazenda Continental, na<br />

Fazenda Regalito e no setor de<br />

seleçaõ genética na Brahmânia<br />

Continental. Fez Business<br />

for Entrepreneurs na Universidade<br />

do Colorado e é juiźa de<br />

morfologia pela ABCZ. Também<br />

estudou marketing e carreira<br />

no agronegoćio)<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


CENTRO-SUL<br />

Venda de etanol cresce<br />

35,75% em abril<br />

O volume comercializado de anidro foi de 927,59 milhões de litros,<br />

aumento de 6,32%, e o hidratado, 1,92 bilhão de litros, crescimento de 56,65%<br />

Amoagem de canade-açúcar<br />

pelas<br />

unidades produtoras<br />

do Centro-Sul<br />

na segunda quinzena de abril<br />

totalizou 34,58 milhões de<br />

toneladas. Nesse mesmo<br />

período do ano anterior, a<br />

quantidade processada foi<br />

de 21,43 milhões de toneladas.<br />

No acumulado de abril,<br />

a quantidade de cana-deaçúcar<br />

processada atingiu<br />

50,61 milhões de toneladas,<br />

ante 35,29 milhões de toneladas<br />

registradas em igual<br />

período no ciclo 2023/<strong>2024</strong><br />

– um avanço de 43,41%.<br />

Nos últimos 15 dias de abril,<br />

44 unidades produtoras de<br />

cana-de-açúcar reiniciaram<br />

as atividades, totalizando 217<br />

unidades produtoras operando<br />

na região Centro-Sul.<br />

Desse total, 201 unidades<br />

com processamento de cana,<br />

nove empresas que fabricam<br />

etanol a partir do milho e sete<br />

usinas flex. No mesmo período,<br />

na safra 23/24, operaram<br />

212 unidades produtoras,<br />

sendo 198 unidades<br />

com processamento de cana,<br />

sete empresas produzindo<br />

etanol a partir do milho e sete<br />

usinas flex.<br />

O diretor de Inteligência Setorial<br />

da Unica, Luciano Rodrigues,<br />

explica que "outras<br />

31 unidades produtoras devem<br />

iniciar a moagem na<br />

primeira quinzena de maio,<br />

praticamente fechando o<br />

cronograma de início da<br />

safra <strong>2024</strong>/2025". Ao final<br />

da primeira quinzena de<br />

maio, é esperado que 248<br />

empresas estejam em operação,<br />

superando as 244<br />

que operaram em igual período<br />

do ano anterior.<br />

A qualidade da matériaprima<br />

colhida no mês de<br />

abril, mensurada em kg de<br />

ATR por tonelada de canade-açúcar<br />

processada, apresentou<br />

um aumento de<br />

2,03% na comparação com<br />

o mesmo período do último<br />

ciclo agrícola, atingindo<br />

112,96 kg de ATR por tonelada.<br />

4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


A produção de açúcar na segunda<br />

metade de abril foi de<br />

1,84 milhão de toneladas. No<br />

acumulado de abril, a fabricação<br />

do adoçante totalizou<br />

2,56 milhões de toneladas,<br />

contra 1,54 milhão de toneladas<br />

do ciclo anterior.<br />

Produção de açúcar e etanol<br />

Rodrigues esclarece que do<br />

crescimento total de 1,02<br />

milhão de toneladas na fabricação<br />

de açúcar até o momento,<br />

apenas 347 mil toneladas<br />

ocorreram em função<br />

da mudança no mix de<br />

produção e a maior parte,<br />

cerca de 670 mil toneladas,<br />

foi resultado do avanço na<br />

moagem nesse primeiro mês<br />

de safra. "Esse cenário deve<br />

se alterar ao longo dos próximos<br />

meses do ciclo<br />

<strong>2024</strong>/2025 diante da expectativa<br />

de redução de rendimento<br />

da cana-de-açúcar",<br />

acrescentou.<br />

Na segunda quinzena de<br />

abril, 1,51 bilhão de litros<br />

(+51,86%) de etanol foram<br />

fabricados pelas unidades do<br />

Centro-Sul. Do volume total<br />

produzido, o etanol hidratado<br />

alcançou 1,08 bilhão de litros<br />

(+66,56%), enquanto a produção<br />

de etanol anidro totalizou<br />

436,38 milhões de litros<br />

(24,66%). No acumulado de<br />

abril, a fabricação do biocombustível<br />

totalizou 2,36<br />

bilhões de litros (+32,42%),<br />

sendo 1,78 bilhão de etanol<br />

hidratado (+55,05%) e<br />

584,06 milhões de litros de<br />

anidro (-8,27%).<br />

Da produção total de etanol<br />

registrada na segunda metade<br />

de janeiro, 20% foram<br />

Vendas de etanol<br />

provenientes do milho, cuja<br />

produção atingiu 298,61 milhões<br />

de litros neste ano,<br />

contra 197,68 milhões de litros<br />

no mesmo período do<br />

ciclo 23/24 – aumento de<br />

51,06%. No mês de abril, a<br />

produção de etanol de milho<br />

somou 569,11 milhões de litros<br />

– avanço de 30,18% na<br />

comparação com igual período<br />

do ano passado.<br />

No mês de abril de <strong>2024</strong>, as<br />

vendas de etanol totalizaram<br />

2,85 bilhões de litros, o que<br />

representa aumento de<br />

35,75% em relação ao mesmo<br />

período da safra 23/24. O<br />

volume comercializado de<br />

etanol anidro no período foi de<br />

927,59 milhões de litros - aumento<br />

de 6,32% - enquanto o<br />

etanol hidratado registrou<br />

venda de 1,92 bilhão de litros<br />

- crescimento de 56,65%.<br />

No mercado doméstico, as<br />

vendas de etanol hidratado<br />

em abril totalizaram 1,86 bilhão<br />

de litros - variação de<br />

63,42% em relação ao ano<br />

passado. A comercialização<br />

de etanol anidro, por sua vez,<br />

foi de 902,48 milhões de litros<br />

- aumento de 7,95%.<br />

Com esse resultado, o volume<br />

comercializado no mercado<br />

interno totalizou 2,76<br />

bilhões de litros, 39,92% superior<br />

ao registrado no mesmo<br />

mês do ano anterior.<br />

"O volume hidratado vendido<br />

para o mercado interno no<br />

mês de abril é o maior desde<br />

outubro de 2020 e reflete a<br />

elevada competitividade do<br />

biocombustível nas bombas.<br />

O diferencial relativo de preços<br />

do etanol hidratado e da gasolina<br />

na bomba está em 65,4%<br />

na média do País, oferecendo<br />

ao consumidor brasileiro a<br />

possibilidade de economizar e<br />

descarbonizar, contribuindo<br />

para o enfrentamento do desafio<br />

climático que vivemos",<br />

conclui Rodrigues.<br />

Quanto às exportações, ao<br />

final do primeiro mês da safra<br />

<strong>2024</strong>/2025, o volume direcionado<br />

para o mercado internacional<br />

totalizou 90,29 milhões<br />

de litros (-29,01%), sendo<br />

65,18 milhões de litros (-<br />

28,18%) de etanol hidratado e<br />

25,11 milhões (-31,06%) de<br />

etanol anidro.<br />

Dados da B3 até o dia 10 de<br />

maio indicam a emissão de<br />

14,72 milhões de créditos em<br />

<strong>2024</strong> pelos produtores de biocombustíveis.<br />

A quantidade de<br />

CBios disponível para negociação<br />

em posse da parte obrigada,<br />

não obrigada e dos<br />

emissores totaliza 20 milhões<br />

de créditos de descarbonização.<br />

"Somando a quantidade de<br />

CBios disponíveis para comercialização<br />

e os créditos já<br />

aposentados para cumprimento<br />

da meta de <strong>2024</strong>,<br />

temos cerca de 65% dos títulos<br />

necessários para o cumprimento<br />

da meta de <strong>2024</strong> já<br />

no primeiro mês de safra<br />

<strong>2024</strong>/2025", destacou o diretor<br />

da UNICA.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


CANA-DE-AÇÚCAR<br />

Jacarezinho prevê moagem<br />

de 2,4 milhões de toneladas<br />

Unidade do Grupo Maringá destaca a produção de<br />

açúcar branco e de leveduras neste novo ciclo produtivo<br />

AUsina Jacarezinho,<br />

empresa do Grupo<br />

Maringá que produz<br />

açúcar, etanol, levedura<br />

e biomassa para a geração<br />

de energia, prevê uma<br />

moagem de cana-de-açúcar<br />

para a safra 24/25 de 2,4 milhões<br />

de toneladas, muito próximo<br />

ao registrado na safra<br />

23/24 (2,5 milhões de toneladas).<br />

Essa pequena redução<br />

está relacionada à significativa<br />

diminuição no volume das<br />

chuvas, associada à ocorrência<br />

de elevadas temperaturas<br />

nos últimos meses e à possibilidade<br />

de ocorrência do fenômeno<br />

La Niña durante a<br />

safra.<br />

“Apesar das mudanças dos<br />

padrões climáticos, vamos<br />

focar no manejo e praticar<br />

uma agricultura cada vez mais<br />

sustentável e com qualidade”,<br />

explica o diretor de Operações<br />

Sucroenergético da Usina Jacarezinho,<br />

Condurme Aizzo.<br />

“Utilizamos produtos biológicos<br />

para melhorar a vida presente<br />

em nossos solos e<br />

estamos trabalhando intensivamente<br />

a redução da compactação<br />

por meio do controle<br />

de tráfego na lavoura. Acreditamos<br />

que, dessa forma, mitigaremos<br />

as variações climáticas.”<br />

Dessa forma, há a previsão de<br />

colheita de 81,9 TCH (Toneladas<br />

Colhidas por Hectare) e<br />

10,7 TAH (Toneladas de Açúcares<br />

Totais Recuperáveis por<br />

Hectare) neste novo ciclo produtivo.<br />

Assim como nas últimas<br />

safras, a previsão é de<br />

que a 24/25 seja mais açucareira:<br />

72% do total, sendo<br />

36% de açúcar branco e 64%<br />

de açúcar bruto. Em relação<br />

ao etanol, a expectativa é destinar<br />

28% ao combustível,<br />

sendo 44% anidro e 56% hidratado.<br />

6 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Avanços para esta safra<br />

Investimento realizado no ciclo<br />

produtivo anterior, a Usina Jacarezinho<br />

conta com uma nova<br />

Mesa com Sistema de Limpeza<br />

a Seco, responsável por<br />

retirar até 20 kg de impurezas<br />

vegetais e minerais em cada<br />

tonelada de cana descarregada<br />

após a colheita. A melhoria resulta<br />

em um maior aproveitamento<br />

da calda extraída e na<br />

moagem de até 800 toneladas<br />

de cana-de-açúcar a mais por<br />

dia. Ao mesmo tempo, os resíduos<br />

do processo são reaproveitados<br />

na caldeira, para geração<br />

de energia térmica, e na<br />

compostagem, para produção<br />

de adubos.<br />

Outra novidade desta safra é o<br />

início da operação de uma biofábrica,<br />

com o propósito de<br />

substituir os defensivos de origem<br />

química, utilizados principalmente<br />

no controle de pragas,<br />

por produtos biológicos<br />

com maior sustentabilidade<br />

para a cadeia produtiva. Tal<br />

projeto também proporciona a<br />

produção de organismos fixadores<br />

de nitrogênio e solubilizadores<br />

de fósforo, que possibilitam<br />

maior resistência à<br />

seca para a cultura.<br />

“Assim como nos últimos<br />

anos, continuaremos a expandir<br />

a utilização de tecnologia<br />

em todas as frentes da empresa,<br />

seja na agrícola, na industrial<br />

e na de processos administrativos”,<br />

destaca o CFO<br />

do Grupo Maringá, Eduardo<br />

Lambiasi. “Também manteremos<br />

o aprimoramento contínuo<br />

de nossos profissionais,<br />

por meio de treinamentos e<br />

evolução do nosso modelo de<br />

gestão, sempre com os indicadores<br />

de ESG como guias<br />

fundamentais.”<br />

Desde a safra 23/24, a Usina<br />

Jacarezinho tem produzido<br />

também três tipos de leveduras<br />

(inativa, autolisada e parede<br />

celular). Na safra 23/24<br />

foram produzidas no total de<br />

2.226 mil toneladas de levedura.<br />

Para este novo ciclo, a<br />

previsão é ampliar a produção<br />

em 12,3%, para 2.500 toneladas.<br />

Já a Maringá Energia, unidade<br />

de cogeração que utiliza o bagaço<br />

da cana-de-açúcar resultante<br />

do processo produtivo<br />

na Usina Jacarezinho para<br />

produzir energia elétrica limpa<br />

e renovável, deve manter o patamar<br />

da safra 23/24, quando<br />

foram produzidos 95.545<br />

MWh.<br />

O Grupo Maringá atua nos setores<br />

sucroenergético, produzindo<br />

açúcar, etanol, levedura<br />

e energia, e siderúrgico, fabricando<br />

ferroliga de manganês.<br />

Com 75 anos de tradição, a<br />

Usina Jacarezinho e a Maringá<br />

Energia atuam de forma integrada<br />

para fornecer alimento e<br />

energia limpa e renovável aos<br />

mercados nacional e internacional.<br />

Na siderurgia, o grupo atua há<br />

mais de 40 anos, produzindo<br />

ferroligas de manganês de alto<br />

padrão, matéria-prima essencial<br />

para a fabricação de aço,<br />

por meio da Maringá Ferro-<br />

Liga S/A, localizada em Itapeva<br />

(SP).<br />

SuperAção Verde<br />

A Usina Jacarezinho lançou<br />

o SuperAção Verde,<br />

via Lei de Incentivo ao Esporte,<br />

na APAE de Jacarezinho<br />

em parceria com a<br />

Associação Pró-Esporte e<br />

Cultura. O grupo segue<br />

oferecendo aulas gratuitas<br />

de badminton para pessoas<br />

com deficiência e<br />

promovendo inclusão social.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

7


SOLIDARIEDADE<br />

Santa Terezinha em<br />

campanha para o RS<br />

Para as doações realizadas pelos funcionários, a usina se compromete<br />

em superar a quantidade doada, multiplicando o impacto positivo<br />

Em resposta ao recente<br />

desastre natural<br />

que assolou o<br />

Rio Grande do Sul<br />

(RS), a Usina Santa Terezinha<br />

está promovendo uma<br />

campanha interna de arrecadação<br />

de mantimentos<br />

para auxiliar as vítimas afetadas.<br />

Com o apoio e engajamento<br />

de seus mais de<br />

8.200 funcionários, a empresa<br />

está unindo esforços<br />

para proporcionar ajuda às<br />

comunidades atingidas.<br />

A iniciativa consiste na doação<br />

de água mineral e materiais<br />

de limpeza, itens essenciais<br />

para o restabelecimento<br />

das condições básicas de higiene<br />

nas áreas afetadas pelo<br />

desastre. Cada funcionário<br />

tem a oportunidade de contribuir,<br />

participando ativamente<br />

dessa nobre causa.<br />

Para facilitar a logística e o<br />

transporte dos donativos, a<br />

Usina Santa Terezinha disponibilizará<br />

caminhões especialmente<br />

designados para essa<br />

finalidade, garantindo que as<br />

doações cheguem de forma<br />

rápida e segura às famílias<br />

gaúchas.<br />

Além disso, a empresa está<br />

demonstrando seu compromisso<br />

com a solidariedade ao<br />

promover uma ação de contrapartida:<br />

para as doações<br />

realizadas pelos funcionários,<br />

a Usina Santa Terezinha se<br />

compromete em superar a<br />

quantidade doada, multiplicando<br />

o impacto positivo<br />

dessa iniciativa.<br />

Essa campanha exemplifica o<br />

espírito de união que permeia<br />

a cultura organizacional da<br />

Usina Santa Terezinha ao longo<br />

dos seus 60 Anos, demonstrando<br />

que juntos é possível<br />

fazer a diferença e ajudar<br />

aqueles que mais precisam<br />

em momentos de adversidade.<br />

A empresa convida a<br />

todos os funcionários a se<br />

unirem nesse gesto de generosidade<br />

e empatia, mostrando<br />

que, mesmo diante dos<br />

desafios mais difíceis, a força<br />

da comunidade pode superar<br />

obstáculos.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

9


DOIS<br />

PONTOS<br />

Fabricantes de automóveis<br />

globais estão intensificando<br />

seus investimentos em tecnologias<br />

para carros híbridas à<br />

medida que a crescente cautela<br />

dos consumidores em relação<br />

aos veículos totalmente<br />

elétricos força a indústria a<br />

mudar rapidamente de direção,<br />

de acordo com executivos<br />

de alto escalão. Uma<br />

combinação de taxas de juros<br />

ainda altas e preocupações<br />

com infraestrutura de carregamento<br />

inadequada esfriou o<br />

entusiasmo dos compradores<br />

por carros totalmente elétricos,<br />

levando a um aumento<br />

nas vendas de veículos híbridos<br />

que a maioria da indústria<br />

há muito tempo considerava<br />

apenas como uma solução<br />

Carros híbridos<br />

temporária. Estudo encomendado<br />

pelo Acordo de Cooperação<br />

Mobilidade de Baixo<br />

Carbono defende políticas de<br />

estímulos aos veículos elétricos<br />

híbridos, que associam<br />

eletrificação com motores a<br />

combustão. O Acordo de<br />

Cooperação Mobilidade de<br />

Baixo Carbono para o Brasil<br />

considera que a aposta em<br />

veículos 100% elétricos pode<br />

ter impactos negativos na<br />

economia do país.<br />

O Congresso Nacional derrubou vetos do presidente Lula (PT) ao projeto de lei que<br />

flexibiliza o uso de agrotóxicos no país, e concentrou o registro no Ministério da Agricultura,<br />

como queria a bancada ruralista. Com a derrubada do veto de Lula, a pasta<br />

centraliza o processo de registro e controle dos defensivos e diminui as atribuições<br />

da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ibama (Instituto Brasileiro<br />

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O governo Lula pretendia<br />

restabelecer o modelo regulatório tripartite - um tipo de estrutura seguido por agências<br />

regulatórias de outros países.<br />

A Agrishow confirmou que a<br />

edição <strong>2024</strong> da maior feira de<br />

tecnologia agrícola do país<br />

movimentou R$ 13,6 bilhões<br />

em intenções de negócios,<br />

com um crescimento de 2,4%<br />

na comparação com o registrado<br />

em 2023. Com 520 mil<br />

metros quadrados e 800 estandes,<br />

o evento com quase<br />

três décadas em Ribeirão<br />

Preto (SP) recebeu 195 mil<br />

pessoas durante cinco dias,<br />

de pequenos, médios e grandes<br />

produtores brasileiros a<br />

representantes de empresas<br />

internacionais.<br />

Agrotóxicos<br />

Agrishow<br />

Energia limpa<br />

A safra brasileira de cana<br />

<strong>2024</strong>/25 deve alcançar 685,86<br />

milhões de toneladas, uma redução<br />

de 3,8% em relação à<br />

safra anterior 2023/24, que foi<br />

de estimada em 713,21 milhões<br />

de t, segundo a Companhia<br />

Nacional de Abastecimento<br />

(Conab). Entre os fatores<br />

apontados para a queda,<br />

estão os baixos índices pluviométricos,<br />

aliados às altas temperaturas<br />

registradas na Região<br />

Centro-Sul. O clima adverso<br />

pode causar perdas na<br />

produtividade, estimada em<br />

79.079 quilos por hectare,<br />

7,6% abaixo da obtida na safra<br />

anterior (85.580 kg/ha), que foi<br />

Para o Departamento de Agricultura<br />

dos Estados Unidos<br />

(USDA), a safra brasileira de<br />

cana <strong>2024</strong>/25 deve cair 8,5%<br />

em relação à temporada anterior,<br />

para 645 milhões de toneladas<br />

métricas, devido principalmente<br />

às chuvas abaixo do<br />

normal. A produção total de<br />

açúcar do Brasil foi projetada<br />

em 44 milhões de toneladas,<br />

Safra<br />

USDA<br />

Agro aposta em menos diesel<br />

e mais energia limpa no<br />

campo. Máquinas que consomem<br />

menos óleo diesel -<br />

e, além de econômicas, poluem<br />

menos - e equipamentos<br />

que utilizam energia sustentável,<br />

como o etanol, biometano<br />

ou eletricidade, estão<br />

entre as novidades do mercado<br />

e são as apostas das<br />

principais fabricantes.<br />

favorecida pelas boas condições<br />

climáticas. A produção<br />

de açúcar foi estimada em<br />

46,29 milhões de toneladas,<br />

um acréscimo de 1,3% em relação<br />

ao obtido na safra anterior,<br />

recorde até então. Já a<br />

produção total de etanol, somados<br />

os produzidos a partir<br />

da cana e do milho, deverá reduzir<br />

4% em relação à safra<br />

anterior. A estimativa indica a<br />

produção de 34,18 bilhões de<br />

litros de etanol, produzidos a<br />

partir da cana e de milho.<br />

Desse total, 15,18 bilhões de<br />

litros serão de etanol anidro,<br />

recorde, e 19 bilhões de litros<br />

de etanol hidratado.<br />

em comparação com uma projeção<br />

revisada para cima de<br />

45,54 milhões de toneladas<br />

para 2023/24, um recorde. O<br />

USDA estima que o Brasil exportará<br />

34,5 milhões de toneladas<br />

de açúcar em <strong>2024</strong>/25,<br />

contra uma projeção revisada<br />

para cima de 35,97 milhões de<br />

toneladas em exportações para<br />

2023/24.<br />

10<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Petróleo<br />

Açúcar<br />

Enquanto a área energética do<br />

governo e petroleiras lutam<br />

para liberar a exploração de<br />

petróleo na margem equatorial,<br />

o Brasil atingiu em 2023 o<br />

maior volume de reservas provadas<br />

de petróleo desde 2015,<br />

fruto de novas descobertas no<br />

pré-sal. Para ambientalistas, o<br />

potencial das bacias petrolíferas<br />

já conhecidas garante a<br />

produção nacional até que a<br />

demanda por petróleo no<br />

mundo comece a cair. Petroleiras,<br />

por outro lado, alegam<br />

que o país passará a depender<br />

de importações caso não abra<br />

novas fronteiras. Dados divulgados<br />

no começo de abril pela<br />

Agência Nacional do Petróleo,<br />

Gás e Biocombustíveis mostram<br />

que as reservas provadas<br />

de petróleo no Brasil, aquelas<br />

cuja viabilidade é comprovada,<br />

chegaram a 15,9 bilhões de<br />

barris em 2023. É menor apenas<br />

que os 16,2 bilhões de barris<br />

de 2014 e representa um<br />

crescimento de 7% em relação<br />

ao volume verificado em<br />

2022.<br />

A trading Czarnikow elevou sua<br />

estimativa de superávit global<br />

de açúcar em 2023/24 de 3,5<br />

milhões de toneladas projetadas<br />

em março para 4,7 milhões<br />

de toneladas. A estimativa<br />

de produção mundial foi<br />

aumentada em 1,3 milhão de<br />

toneladas em relação a março,<br />

para 182,6 milhões de toneladas.<br />

Já a de consumo foi ampliado<br />

em 100 mil toneladas,<br />

para 177,9 milhões de toneladas.<br />

A Czarnikow também estimou<br />

a produção global de<br />

açúcar para a temporada <strong>2024</strong>/<br />

25 em 187,3 milhões de toneladas.<br />

Uma recuperação na<br />

área plantada de cana-de-açúcar<br />

na Tailândia e nas plantações<br />

de beterraba na União<br />

Europeia (UE) vão ajudar a impulsionar<br />

este crescimento,<br />

com a produção de açúcar brasileira<br />

e indiana permanecendo<br />

praticamente inalterada.<br />

Etanol de milho<br />

Na terra da cana-de-açúcar,<br />

o etanol de milho se incorpora<br />

cada vez mais à matriz<br />

energética brasileira. A produção<br />

desse combustível já<br />

representa 17% de toda a<br />

produção de etanol. O crescimento<br />

vem sendo rápido<br />

nos últimos anos, principalmente<br />

pela disponibilidade<br />

do cereal no Centro-Oeste.<br />

Na safra 2022/23, a produção<br />

de etanol provinda de<br />

milho era de 4,4 bilhões de litros.<br />

Na de 2023/24, está estimada<br />

em 5,92 bilhões de<br />

litros, segundo a Conab. A<br />

evolução da produção de<br />

etanol de milho tem um ritmo<br />

bem mais acelerado do que<br />

o do produto da cana. Na<br />

safra 2023/24, as indústrias<br />

colocaram 33% a mais etanol<br />

de milho no mercado.<br />

Conectividade rural<br />

A era digital chegou, e as máquinas,<br />

a cada ano que passa,<br />

vão ao campo com maior sofisticação<br />

tecnológica. São<br />

novos equipamentos que elevam<br />

a produtividade e permitem<br />

um melhor aproveitamento<br />

das áreas cultivadas. O Brasil,<br />

no entanto, ainda está distante<br />

de uma infraestrutura de conectividade<br />

que possa gerar<br />

um aproveitamento de todas<br />

essas novas funções das máquinas.<br />

É o que mostra o Indicador<br />

de Conectividade Rural.<br />

Apenas 19% da área disponível<br />

para o uso agrícola têm cobertura<br />

4G no país. Já o total de<br />

propriedades com cobertura<br />

em toda a área de uso agropecuário<br />

atinge 37%. Em geral,<br />

essas propriedades dispõem<br />

de conectividade apenas nas<br />

sedes. A maioria delas está nas<br />

regiões Sul e Sudeste.<br />

O Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI) revisou para cima o<br />

PIB do Brasil para o ano de<br />

<strong>2024</strong>. A atualização do relatório<br />

World Economic Outlook indica<br />

crescimento de 2,2% neste<br />

ano, ante o 1,7% calculado anteriormente.<br />

Caso sejam confirmadas<br />

as estimativas do<br />

FMI, o país deve subir uma posição<br />

no ranking das maiores<br />

economias do mundo, saltando<br />

de 9º para 8º lugar. O<br />

Ranking<br />

ranking das maiores economias<br />

do mundo em <strong>2024</strong>, segundo<br />

as projeções do FMI:<br />

Estados Unidos: US$ 28,78 trilhões.<br />

China: US$ 18,53 trilhões,<br />

Alemanha: US$ 4,59<br />

trilhões, Japão: US$ 4,11 trilhões,<br />

Índia: US$ 3,94 trilhões,<br />

Reino Unido: US$ 3,5 trilhões,<br />

França: US$ 3,13 trilhões, Brasil:<br />

US$ 2,33 trilhões, Itália:<br />

US$ 2,33 trilhões e Canadá:<br />

US$ 2,24 trilhões.<br />

Temperatura<br />

O observatório europeu do<br />

clima alerta que o último mês<br />

foi o março mais quente já registrado<br />

no mundo e o décimo<br />

mês consecutivo a bater recordes<br />

de calor, com temperaturas<br />

máximas também registradas<br />

nos oceanos. Segundo o observatório<br />

Copernicus, financiado<br />

pela União Europeia, os<br />

recordes mensais de calor vêm<br />

ocorrendo desde junho de<br />

2023 - e março não foi exceção.<br />

A temperatura média em<br />

março de <strong>2024</strong> foi 1,68°C<br />

acima de um março típico no<br />

período pré-industrial (1850-<br />

1900).<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

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