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8 E 9 DE OUTUBRO DE 2012 Piracicaba - Genética - USP

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29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />

"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />

A hipótese da homogeneidade de taxas evolutivas foi severamente criticada pelos muitos<br />

evolucionistas, pois era inconcebível que genes homólogos em linhagens tão diferentes<br />

quanto primatas e artiodáctilos apresentassem número aproximado de substituições após a<br />

separação do ancestral. Diversos testes foram então propostos para verificar a hipótese do<br />

relógio molecular (e.g, FITCH and LANGLEY 1976).<br />

Contudo, o conhecimento dos tempos de diversificação das linhagens é tão importante para<br />

o entendimento de fenômenos macroevolutivos que, na década de oitenta, o<br />

desenvolvimento de metodologias estatísticas para o estudo do relógio molecular foi<br />

motivado (KUMAR 2005). Agora, o foco não era mais provar a teoria do relógio, pois,<br />

conforme mais dados foram disponibilizados, verificou-se que a constância de taxas era<br />

uma exceção. O objetivo era testar a hipótese do relógio de forma que os tempos de<br />

divergência inferidos a partir desta resultassem em estimativas razoáveis.<br />

Esta linha de ação desdobrou-se em metodologias robustas como a de Felsenstein (1985),<br />

Tajima (1993) e Takezaki et al. (1995). Entretanto, estes testes necessitavam que todas<br />

linhagens estudadas apresentassem taxas de evolução molecular aproximadamente<br />

homogêneas. Quando uma delas violava o relógio, ela deveria ser descartada da análise.<br />

Isso consistia numa grande limitação, pois muitas vezes a espécie eliminada era justamente<br />

o foco principal do estudo. Além disso, a eliminação de dados não é estatisticamente<br />

aconselhável (YANG 2006).<br />

No final da década de noventa um grupo de trabalhos abordou o problema da inferência de<br />

tempos de divergência de uma forma inovadora. O impedimento central dos métodos<br />

anteriores era a incapacidade de decomposição da distância genética entre ancestrais e<br />

descendentes numa filogenia, que é dada pelo produto entre a taxa de substituição � pelo<br />

tempo de divergência. Como somente seu produto é observável, i.e., o número de<br />

substituições, era impossível inferir os tempos absolutos sem assumir a constâncias das<br />

taxas ao longo da árvore filogenética. A decomposição da distância genética é possível pela<br />

adoção de um modelo explícito de evolução das taxas de substituição (THORNE et al.<br />

1998).<br />

Esta modelagem, no entanto, inclui um número considerável de parâmetros e métodos<br />

estatísticos comumente usados em evolução molecular, como máxima verossimilhança e<br />

mínimos quadrados, não possuem um desempenho desejável nestas circunstâncias. Por<br />

exemplo, a superfície de máxima verossimilhança pode apresentar múltiplos máximos locais<br />

que dificultam a otimização da função (YANG 2006). Nestes casos, a abordagem bayesiana<br />

é mais eficiente, pois a inferência paramétrica de modelos complexos pode ser realizada por<br />

simulação estocástica (Monte Carlo) via cadeias de Markov (MCMC, Markov Chain Monte<br />

Carlo) (GAMERMAN and LOPES 2006).<br />

Neste sentido, Thorne et al. (1998) propuseram um método bayesiano de relaxamento do<br />

relógio molecular que aplica um modelo auto-correlacionado de evolução das taxas de<br />

substituição ao longo da filogenia. O modelo foi posteriormente modificado para possibilitar o<br />

uso de múltiplos genes (THORNE and KISHINO 2002). Esta metodologia permite a<br />

decomposição da distância genética e, logo, o pesquisador pode inferir os tempos de<br />

divergência sem assumir o relógio molecular estrito.<br />

O trabalho seminal de Thorne e colaboradores motivou o desenvolvimento de métodos de<br />

relógio molecular relaxado. Basicamente, as técnicas posteriores avaliaram o uso de<br />

modelos alternativos de evolução de taxas de substituição (ARIS-BROSOU and YANG<br />

2003). Por exemplo, Huelsenbeck et al (2000) usa um modelo de Poisson generalizado,<br />

enquanto Rannala e Yang (2007) assumem que as taxas evolutivas não apresentam<br />

correlação entre nós ancestrais e descendentes. A flexibilidade estatística da inferência<br />

bayesiana permite, inclusive, que não necessitemos de uma topologia fixa para inferir<br />

tempos de divergência. Neste caso, a topologia e considerada um parâmetro de distúrbio<br />

(nuisance parameter) e o tempo do ancestral comum de um conjunto de sequências é obtido<br />

através de integração pelo espaço topológico (DRUMMOND et al. 2006).<br />

Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />

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