8 E 9 DE OUTUBRO DE 2012 Piracicaba - Genética - USP
8 E 9 DE OUTUBRO DE 2012 Piracicaba - Genética - USP
8 E 9 DE OUTUBRO DE 2012 Piracicaba - Genética - USP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ANAIS ANAIS<br />
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> SÃO PAULO<br />
ESCOLA SUPERIOR <strong>DE</strong> AGRICULTURA “LUIZ <strong>DE</strong> QUEIROZ”<br />
<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> GENÉTICA<br />
o<br />
29o<br />
Encontro Sobre<br />
Temas de <strong>Genética</strong> e<br />
Melhoramento<br />
Tema:<br />
" Genômica Populacional e <strong>Genética</strong><br />
da Conservação"<br />
8 e 9 de outubro de <strong>2012</strong><br />
http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
http://twitter.com/lgn_esalq_usp/
ANAIS<br />
29º ENCONTRO SOBRE<br />
TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
VOLUME 29<br />
“GENÔMICA POPULACIONAL E<br />
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO”<br />
8 E 9 <strong>DE</strong> <strong>OUTUBRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>2012</strong><br />
<strong>Piracicaba</strong> - SP<br />
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> SÃO PAULO<br />
ESCOLA SUPERIOR <strong>DE</strong> AGRICULTURA “LUIZ <strong>DE</strong> QUEIROZ”<br />
<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> GENÉTICA<br />
<strong>2012</strong>
ANAIS<br />
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E<br />
MELHORAMENTO<br />
VOLUME 29<br />
“GENÔMICA POPULACIONAL E<br />
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO”<br />
8 E 9 <strong>DE</strong> <strong>OUTUBRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>2012</strong><br />
<strong>Piracicaba</strong> - SP<br />
EDITORES<br />
JOSÉ BALDIN PINHEIRO<br />
GIANCARLO CON<strong>DE</strong> XAVIER OLIVEIRA<br />
GERHARD BAN<strong>DE</strong>L<br />
ELIZABETH ANN VEASEY<br />
MARIA LÚCIA CARNEIRO VIEIRA<br />
RICARDO ANTUNES <strong>DE</strong> AZEVEDO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação<br />
DIVISÃO <strong>DE</strong> BIBLIOTECA - ESALQ/<strong>USP</strong><br />
Encontro sobre Temas de <strong>Genética</strong> e Melhoramento (29: <strong>2012</strong>: <strong>Piracicaba</strong>, SP)<br />
“Genômica populacional e genética da conservação” ; anais ... / edição<br />
de José Baldin Pinheiro ... [et al.]. - - <strong>Piracicaba</strong>: ESALQ/LGN, <strong>2012</strong>.<br />
57 p.<br />
Bibliografia.<br />
1. <strong>Genética</strong> de populações 2. Melhoramento genético vegetal I. Pinheiro, J. B.,<br />
ed. II. Oliveira, G. C. X., ed. III. Bandel, G., ed. IV. Veasey E. A., ed. V. Vieira, M. L.<br />
C., ed. VI. Azevedo, R. A. de., ed. VII Título<br />
CDD 631.522<br />
G335e
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> SÃO PAULO<br />
Reitor: Prof. João Grandino Rodas<br />
Vice Reitor: Prof. Hélio Nogueira da Cruz<br />
ESCOLA SUPERIOR <strong>DE</strong> AGRICULTURA “LUIZ <strong>DE</strong> QUEIROZ”<br />
DIRETOR: Prof. José Vicente Caixeta Filho<br />
VICE-DIRETOR: Profa. Marisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce<br />
PREFEITURA DO CAMPUS “LUIZ <strong>DE</strong> QUEIROZ”<br />
PREFEITO: Prof. Wilson Roberto Soares Mattos<br />
<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> GENÉTICA<br />
ESALQ/<strong>USP</strong><br />
CHEFE: Ricardo Antunes de Azevedo<br />
SUPLENTE: Silvia Maria Guerra Molina<br />
<strong>2012</strong>
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />
A Comissão organizadora do 29º Encontro Sobre Temas de <strong>Genética</strong> e<br />
Melhoramento e o Departamento de <strong>Genética</strong> da ESALQ nesta ocasião agradecem<br />
o apoio decisivo recebido das seguintes instituições:<br />
Departamento de <strong>Genética</strong> da ESALQ (LGN), Programa de Pós-graduação em<br />
<strong>Genética</strong> e Melhoramento de Plantas (PPG-GMP-ESALQ/<strong>USP</strong>), Associação<br />
Brasileira de Melhoramento de Plantas (SBMP), Coordenação de Aperfeiçoamento<br />
de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Sociedade Brasileira de <strong>Genética</strong> (SBG),<br />
Sociedade Brasileira em Recursos Genéticos (SBRG) e Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento (MAPA).<br />
Assim como aos Servidores Não Docentes da ESALQ:<br />
Antonio de Pádua Gorga<br />
Carlos Roberto Macedonio<br />
Fernando Leopoldino<br />
Maídia Maria Thomaziello<br />
Rogério Antonio Marim<br />
Silvia Cristina Menuzzo Molina<br />
Valdir Próspero
ÍNDICE<br />
Setores de Pesquisa e Corpo Docente ........................................................................... 1<br />
Apresentação ................................................................................................................. 2<br />
Programa do Evento ....................................................................................................... 3<br />
Análise genética de populações naturais em escala genômica –<br />
desafios e perspectivas - Alexandre Siqueira Guedes Coelho, UFG ............................... 4<br />
Detecting selection using high-density SNP genotype data<br />
Tiago Rodrigues Antão, University of Cambridge, UK ..................................................... 5<br />
Contributions of population genetics to tree conservation:<br />
challenges under changing scenarios<br />
Andrea Cecília Premoli, Universidad Nacional del Comahue - Argentina ........................ 12<br />
Genômica de populações: aplicações na genética da conservação de<br />
plantas e no manejo de insetos-pragas<br />
Maria Imaculada Zucchi, APTA-Pólo Centro Sul ............................................................. 17<br />
Distribuição da diversidade genética e conservação de espécies arbóreas em<br />
remanescentes de floresta ombrófila mista em Santa Catarina<br />
Adelar Mantovani, U<strong>DE</strong>SC.............................................................................................. 24<br />
Medindo o tempo evolutivo a partir de moléculas:<br />
Os 50 anos do relógio molecular<br />
Carlos Guerra Schrago, IB-UFRJ.................................................................................... 38<br />
Identificação molecular da biodiversidade com vistas à sua conservação<br />
Claudio de Oliveira , UNESP-Botucatu ........................................................................... 42<br />
The GAMA approach to the analysis of large germplasm collections:<br />
the example of common bean landraces from Brazil<br />
Paul Gepts, UCLA-Davis - EUA ...................................................................................... 50
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> GENÉTICA – ESALQ/<strong>USP</strong><br />
SETORES <strong>DE</strong> PESQUISA E CORPO DOCENTE<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> BIOLOGIA MOLECULAR <strong>DE</strong> PLANTAS<br />
Prof. Dr. Márcio de Castro Silva Filho<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> CITOGENÉTICA<br />
Prof. Dr. Gerhard Bandel<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> CITOGENÉTICA MOLECULAR <strong>DE</strong> PLANTAS<br />
Prof. Dr. Mateus Mondin<br />
Docente com Atividades em Conjunto:<br />
Profa. Dra. Margarida Lopes Rodrigues de Aguiar-Perecin<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> DIVERSIDA<strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
Prof. Dr. José Baldin Pinheiro<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> ECOGENÉTICA<br />
Profa. Dra. Silvia Maria Guerra Molina<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> EVOLUÇÃO<br />
Prof. Dr. Giancarlo Conde Xavier Oliveira<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA APLICADA À ESPÉCIES AUTÓGAMAS (SOJA)<br />
Prof. Dr. Natal Antonio Vello<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA BIOQUÍMICA <strong>DE</strong> PLANTAS<br />
Prof. Dr. Ricardo Antunes de Azevedo<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA ECOLÓGICA <strong>DE</strong> PLANTAS<br />
Profa. Dra. Elizabeth Ann Veasey<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA ESTATÍSTICA<br />
Prof. Dr. Antonio Augusto Franco Garcia<br />
Docente com Atividades em Conjunto:<br />
Prof. Dr. Roland Vencovsky<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA FISIOLÓGICA<br />
Prof. Dr. Carlos Alberto Labate<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA <strong>DE</strong> LEVEDURAS<br />
Prof. Dr. Flávio Cesar Almeida Tavares<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA <strong>DE</strong> MICRORGANISMOS<br />
Profa. Dra. Aline Aparecida Pizzirani-Kleiner<br />
Docente com Atividades em Conjunto:<br />
Prof. Dr. João Lúcio de Azevedo<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA <strong>DE</strong> MICRORGANISMOS PROF. JOÁO LÚCIO <strong>DE</strong> AZEVEDO -<br />
GRUPO <strong>DE</strong> GENÔMICA<br />
Profa. Dra. Cláudia Barros Monteiro Vitorello<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA MOLECULAR <strong>DE</strong> PLANTAS CULTIVADAS<br />
Profa. Dra. Maria Lúcia Carneiro Vieira<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> GENÉTICA QUANTITATIVA E MELHORAMENTO <strong>DE</strong> SOJA<br />
Prof. Dr. Isaias Olívio Geraldi<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> MELHORAMENTO <strong>DE</strong> AVES<br />
Prof. Dr. Vicente José Maria Savino<br />
Prof. Dr. Antonio Augusto Domingos Coelho<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> MELHORAMENTO <strong>DE</strong> MILHO – I<br />
Prof. Dr. José Branco de Miranda Filho<br />
LABORATÓRIO <strong>DE</strong> MELHORAMENTO <strong>DE</strong> MILHO – II<br />
Prof. Dr. Cláudio Lopes Souza Junior<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
1
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
APRESENTAÇÃO<br />
__________________________<br />
A tipagem em nível de um ou poucos genes (“genotipagem’) vem sendo feita com<br />
métodos moleculares desde meados do século passado e um ferramental vasto vem-se<br />
acumulando, permitindo a detecção de variação em diversas regiões do genoma. O<br />
desenvolvimento de técnicas mais sofisticadas nas últimas duas décadas catapultou<br />
para níveis inéditos a quantidade de marcadores que podem ser usados para<br />
genotipagem simultânea em um indivíduo, de modo que, agora, pode-se fazer a tipagem<br />
de genomas (“genomotipagem” ?), saturando-se o mapa genético com locos<br />
informativos ou sequenciando-se o genoma todo. A tipagem de genomas inteiros, a<br />
princípio, é uma extensão quantitativa de genotipagens mais modestas, mas a enorme<br />
quantidade de dados gerados e a utilização de técnicas estatísticas de análise<br />
especialmente criadas para tratá-los têm facultado a investigação, com um nível de<br />
abrangência sem precedentes, de fenômenos populacionais, como seleção, deriva, fluxo<br />
gênico, eventos históricos, demografia, filogenia e outros, estabelecendo as bases<br />
teóricas e empíricas do que se convencionou chamar GENÔMICA POPULACIONAL.<br />
Este programa de pesquisa baseia-se em dois pontos principais: a história evolutiva e<br />
demográfica afeta igualmente certos parâmetros populacionais dos locos neutros, mas a<br />
seleção afeta diferencialmente os das regiões não-neutras, que aparecem como outliers<br />
identificáveis nos testes estatísticos e deixam assinaturas de seleção dispersas nos<br />
genomas de uma população. A Genômica Populacional tem aplicações potenciais<br />
imediatas em programas de CONSERVAÇÃO GENÉTICA, como a identificação<br />
molecular massiva de táxons, o resgate de populações declinantes com genótipos<br />
adaptados e a detecção de focos de biodiversidade intraespecífica, e certamente<br />
continuará a irrigar esses programas com dados e diretrizes mais abundantes e<br />
confiáveis.<br />
________________________________________________________<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
2
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
TEMA: "Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
08 de outubro de <strong>2012</strong> - (segunda-feira)<br />
08:00 - 08:30 - INSCRIÇÕES<br />
08:30 - 09:00 - SESSÃO <strong>DE</strong> ABERTURA<br />
1a SESSÃO - Manhã<br />
Presidente da Sessão: José Baldin Pinheiro, ESALQ/<strong>USP</strong><br />
09:00 - 10:00 - Análise genética de populações naturais em escala genômica – desafios e<br />
perspectivas - Alexandre Siqueira Guedes Coelho, UFG.<br />
10:00 - 10:30 - Intervalo<br />
10:30 - 11:30 - Detecting selection using high-density SNP genotype data - Tiago Rodrigues<br />
Antão, University of Cambridge, UK.<br />
2a SESSÃO - Tarde<br />
Presidente da Sessão: Roland Vencovsky, ESALQ/<strong>USP</strong><br />
14:00 - 15:00 - Contributions of population genetics to tree conservation: challenges under<br />
changing scenarios - Andrea Cecília Premoli, Universidad Nacional del<br />
Comahue – Argentina.<br />
15:00 - 15:30 - Intervalo<br />
15:30 - 16:30 - Genômica de populações: aplicações na genética da conservação de plantas e<br />
no manejo de insetos-pragas - Maria Imaculada Zucchi, APTA-Pólo Centro Sul.<br />
09 de outubro de <strong>2012</strong> - (terça-feira)<br />
3a SESSÃO - Manhã<br />
Presidente da Sessão: Giancarlo Conde Xavier Oliveira, ESALQ/<strong>USP</strong><br />
09:00 - 10:00 - Distribuição da diversidade genética e conservação de espécies arbóreas em<br />
remanescentes de floresta ombrófila mista em Santa Catarina - Adelar<br />
Mantovani, U<strong>DE</strong>SC.<br />
10:00 - 10:30 - Intervalo<br />
10:30 - 11:30 - Medindo o tempo evolutivo a partir de moléculas: Os 50 anos do relógio<br />
molecular - Carlos Guerra Schrago, IB-UFRJ.<br />
4a SESSÃO - Tarde<br />
Presidente da Sessão: Elizabeth Ann Veasey, ESALQ/<strong>USP</strong><br />
14:00 - 15:00 - Identificação molecular da biodiversidade com vistas à sua conservação - Claudio<br />
de Oliveira , UNESP-Botucatu.<br />
15:00 - 15:30 - Intervalo<br />
15:30 - 16:30 - The GAMA approach to the analysis of large germplasm collections: the example<br />
of common bean landraces from Brazil - Paul Gepts, UCLA-Davis – EUA.<br />
16:40 – Encerramento<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
3
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
ANÁLISE GENÉTICA <strong>DE</strong> POPULAÇÕES<br />
NATURAIS EM ESCALA GENÔMICA –<br />
<strong>DE</strong>SAFIOS E PERSPECTIVAS<br />
Alexandre Siqueira Guedes Coelho<br />
Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás<br />
Email: coelho@agro.ufg.br<br />
Palavras-chave: genética de populações, genômica, populações naturais<br />
A disponibilidade recente de técnicas de genotipagem de alto desempenho deverá provocar<br />
nos próximos anos uma verdadeira revolução nos métodos de análise genética de<br />
populações naturais. Estes novos métodos permitem a avaliação de dezenas de milhares de<br />
locos em centenas de indivíduos a um custo inferior aos exigidos pelos atuais marcadores<br />
genéticos comumente utilizados em estudos de genética de populações. O potencial de<br />
utilização destas informações para a análise em escala genômica do polimorfismo presente<br />
em populações naturais e suas implicações para a melhor compreensão dos processos<br />
microevolutivos serão discutidos. Serão ainda apresentados exemplos de aplicação destas<br />
informações em estudos sobre tamanho efetivo, parentesco, identificação de locos sobre<br />
seleção e caracteres quantitativos de importância adaptativa.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
4
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
<strong>DE</strong>TECTING SELECTION USING HIGH-<strong>DE</strong>NSITY<br />
SNP GENOTYPE DATA<br />
Tiago Rodrigues Antão<br />
Department of Biological Anthropology,<br />
University of Cambridge, Cambridge CB2 1QH, UK<br />
Email: tiagoantao@gmail.com<br />
Abstract<br />
Testing for selection is becoming one of the most important steps in the analysis of genomic<br />
datasets. Dense genotyping data might allow the reliable reconstruction of haplotypes and<br />
thus the usage of haplotype based methods to detect selection. Here we will consider some<br />
methodological guidelines, based on experience with human datasets, to reliably detect<br />
selection using phased data. We will discuss basic requirements (e.g. the need for a linkage<br />
map for the species being studied), phasing strategies and also the assumptions and<br />
limitations of two widely used methods to detect selection.<br />
Introduction<br />
The advent of next-generation sequencing made possible the use of haplotype based<br />
methods of selection detection. The fundamental intuition (Sabeti et al., 2002) behind these<br />
approaches relies on the observation that positive selection causes a rapid rise in the allele<br />
frequency not only of the causative mutation but also of spatially close mutations. If such a<br />
process occurs on a short enough time then recombination will not substantially break down<br />
the haplotype carrying the selected mutation. A signature of selection will then be an<br />
haplotype that is unusually long.<br />
Reliable haplotype phasing (Browning and Browning, 2011) is thus fundamental for the<br />
application of any method discussed here, therefore we will start with a presentation of the<br />
basic issues regarding phasing. We will then discuss two of the most widely used haplotype<br />
based statistics: Integrated Haplotype Score (iHS (iHS Voight et al., 2006)) and Cross<br />
Population Extended Haplotype Homozygosity ((XP-EHH Sabeti et al., 2007)). We finalize<br />
with some general comments applicable regarding the future of haplotype based methods.<br />
Most of the observations made here are based on experience with human datasets. For<br />
humans there is generally much more information available than for other species. In some<br />
cases the applicability of these approaches might not be feasible due to the lack of a<br />
fundamental artifact (e.g. reliable linkage maps or information about ancestral/derived<br />
alleles).<br />
In this presentation we trade rigour for clarity and simplicity. For precise definitions,<br />
readers are directed to the reference list.<br />
Phasing<br />
In a diploid individual, genotyping data does not directly provide information about the<br />
gametic phase (the original allelic combinations than an individual received from each<br />
parent), therefore methods to reliably infer the phase are required. Any application of a<br />
haplotype based method to detect selection is highly dependent on the quality of the<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
5
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
phasing. Widely used applications to phase datasets include fastPHASE (Scheet and<br />
Stephens, 2006), Beagle (Browning and Browning, 2007) and ShapeIt (Delaneau et al.,<br />
2011).<br />
Several studies (see, e.g. Andrés et al., 2007; Marchini et al., 2006; Browning, 2008) have<br />
been done using simulation or human datasets in order to determine factors influencing the<br />
quality of phasing We can use the switch error rate Stephens and Donnelly (2003), i.e., the<br />
proportion of heterozygous positions mis-assigned relative to the previous heterozygous<br />
position as a measure of accuracy of phasing algorithms.<br />
The number of individuals phased is known to be a fundamental variable for phasing<br />
accuracy (Marchini et al., 2006) but our (unpublished results) suggest that effective<br />
population size (Ne) might be a more important factor: A larger Ne increases the switch error<br />
rate (Figure 1).<br />
Figure 1: Switch error rate as a function of sample size and Ne. The X-axis is the<br />
sample size (i.e., the number of individuals phased together) and the Y-axis is the<br />
switch error rate. The blue line depicts a human population know for its high Ne,<br />
whereas the green line shows a population with low Ne.<br />
Extrapolation of these results to other species should be done with care because<br />
elements like recombination rates and marker density can vary substantially, but they can<br />
serve as general guidelines for phasing of other species. A decisive factor to choose a<br />
phasing algorithm might be the existence of a linkage map for the species being studied as<br />
not all phasing algorithms require one (e.g. Beagle). But, published comparisons suggest<br />
that ShapeIt (Marchini et al., 2006) (in agreement with our unpublished results) might have<br />
the best statistical performance and linkage maps will be needed for most selection tests<br />
anyway.<br />
There are many other important issues related with phasing, most notably allele<br />
imputation and the use of reference populations, which will not be addressed here. The<br />
fundamental message regards the sample size being phased: while there are some<br />
exceptions phasing more individuals simultaneously lowers the switch error rate.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
6
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Haplotype based selection detection<br />
The two methods presented here will be based on the concept of Extended Haplotype<br />
Homozygosity (EHH) Sabeti et al. (2002): the probability that two randomly chosen<br />
chromosomes in a population carry an haplotype of interest. If an haplotype carries a<br />
mutation that has been recently selected, it is expected that such haplotype has bigger EHH<br />
than haplotypes carrying neutral mutations.<br />
Integrated Haplotype Score (iHS)<br />
The problem of the above definition is that EHH is also dependent on other factors, notably<br />
haplotypes in areas of high recombination will have EHH values lower than haplotypes in<br />
other areas (even if under selection).<br />
iHS addresses this issue by first computing the decay (i.e. integrating) of EHH from a core<br />
SNP of interest until EHH reaches 0.05 for each allele at a SNP position and then making the<br />
log-ratio between both alleles. The insight is that the EHH of the selected allele can be<br />
compared with the EHH of the non-selected allele as the recombination strength around both<br />
alleles is equal.<br />
As there will be a score per SNP (with an exception pointed below), the decision on which<br />
areas of the genome are under selection will be done using an empirical distribution (as there<br />
are typically hundreds of thousands of SNPs, i.e. observations). Typically the top 1% of the<br />
absolute iHS values are inspected for genes under selection. As the number of points will still<br />
be too high (e.g., with an array with 1 million SNPs there will be 10,000 top 1% observations)<br />
a further step is normally taken to reduce the number of areas to analise. A common strategy<br />
(Pickrell et al., 2009) involves analyzing the human genome in windows of 200kb<br />
(approximately 0.2cM) in size and rank them by the percentage of absolute iHS scores<br />
above 2. An implication of this approach is that windows with low marker density (below 20 in<br />
Pickrell et al. (2009)) are dropped as the number of samples per window is not enough to<br />
produce a meaningful comparison.<br />
The first caveat with iHS is that it requires information about which allele is<br />
ancestral/derived. This is needed as the distribution of the ratio is sensitive to the frequency<br />
of the derived allele (Figure 2) (and the method uses the frequency of the derived allele to<br />
calibrate the score).<br />
The second caveat is that there have to be enough samples of both alleles to be able to<br />
compute EHH per allele: for a sample size of 20 individuals (40 reads), a minimum allele<br />
frequency (MAF) of 5% (2 samples of MAF allele) is required. This entails that (i) loci with low<br />
MAFs will not have iHS computed and (ii) if they are computed but the sample size is still<br />
small there is a possibility of skewing EHH. This effect will probably more important in high<br />
Ne populations with a bigger frequency of loci with low MAFs. This will have impact on the<br />
statistical power to detect selected loci and iHS typically requires more samples than XP-<br />
EHH (Figure 3). Most importantly, from the same figure, the power to detect selection with<br />
iHS is maximised with the frequency of the selected allele is at intermediate values.<br />
Interestingly, from figure 3 it seems that the power of iHS to detect selected loci is quite<br />
low…<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
7
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Figure 2: Mean and standard deviation of iHS scores as a function of the frequency of<br />
the ancestral allele. The standard deviation of this example is quite uncommon as the<br />
sample size is 120 individuals: with iHS and more common sample sizes the standard<br />
deviation (a good measure of lack of reliability) will increase at the extremes. The mean<br />
has the typical behavior with iHS.<br />
Cross Population Extended Haplotype Homozygosity (XP-EHH)<br />
XP-EHH takes a different approach by comparing, per SNP, the EHH scores between two<br />
populations: the log-ratio between the EHH score of population A divided by the EHH score<br />
of population B. High positive values suggest that a region is under selection in population A<br />
(higher EHH, thus longer haplotypes), whereas the converse is true if the value is negative.<br />
As in iHS, outliers from the empirical distribution are potentially indicative of selection<br />
(considering extreme positive or negative values – on even both – depends on the research<br />
problem). As with iHS, XP-EHH scores can be clustered together in windows of 200kb, but<br />
the criteria to evaluate each window is the maximum XP-EHH value of the window (not unlike<br />
what is suggested for FST when there many observations (Akey et al., 2004)).<br />
XP-EHH requires less individuals than iHS for the same statistical power (Figure 3) – though<br />
this is the number of samples per population. Another difference is that XP-EHH has more<br />
power when the selected allele tends to fixation. This approach has no need of information<br />
about the allele (ancestral/derived) but requires obviously a second population sampled. This<br />
reference population should be carefully chosen as signal overlaps between both populations<br />
might hide some of the selection areas on the population of interest.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
8
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Figure 3: Power of iHS (A) and XP-EHH (B) based on a simulated African demography<br />
(Figure taken from Pickrell et al. (2009) supplementary material). iHS has maximum<br />
power at intermediate allele frequencies, whereas XP-EHH requires the derived allele<br />
frequency to be near fixation.<br />
Discussion<br />
The successful application of these and other similar methods is dependent on having<br />
enough genotyping density and sometimes other data like linkage maps and<br />
ancestral/derived allele information. While such information might still not be available for<br />
many species, fast developments in sequencing might make such methods feasible<br />
somewhere in the near future for a broad spectrum of taxa.<br />
Many of the (statistical) performance studies of these methods have been made using<br />
computational models of human demography (e.g., the cosi model (Schaffner et al., 2005)).<br />
This is unfortunate because there is no research done on the impact of important parameters<br />
like effective population size and selection strength on these estimators. There is also no<br />
study on the compound effects of demography and phasing. It can be speculated that these<br />
estimators (especially iHS) have worse performance with high Ne populations, but it is not<br />
known if this is caused by higher switch error rates at phasing or a property of the method<br />
itself. Indirectly, and because Pickrell et al. (2009) reports better performance with simulated<br />
African human demographies rather than European demographies, we can speculate that<br />
iHS might perform better with high Ne, but the switch error rate is a more important factor,<br />
effectively inverting the result. On the other hand, with higher percentage of rare alleles in<br />
high Ne populations, we could speculate that under-performance is inherent to the method<br />
due to the method’s sensitivity to alleles with low frequency. There is arguably a need for<br />
more research on the performance of these methods in non-humans.<br />
Another field of ongoing research is the precise pinpointing of causative mutations. Most<br />
methods do not have spatial precision, i.e., the signals tend to exist in a somewhat large area<br />
encompassing the area under selection. For instance the (very strong) signal of lactase<br />
tolerance in North-Western Europeans spans around 8 genes for iHS. Several alternatives<br />
have been suggested (e.g. CMS Grossman et al. (2010)), but they have so far revealed<br />
problematic. For instance CMS requires the creation of a accurate demographic<br />
computational model, which is difficult even with many human populations and surely much<br />
more complex with the vast majority of other species. A side observation is that while<br />
simulations suggest that iHS is more powerful at intermediate frequencies and XP-EHH near<br />
fixation of the selected allele, it is impossible to know, by that criteria, which one to choose<br />
(there will be many signals around the causative mutation, with varying derived allele<br />
frequencies). On the other hand, if the frequency of the phenotype is known in the<br />
population, that information might be useful to interpret both statistics.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
9
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Finally, it is worth noting that iHS and XP-EHH were designed to detect directional<br />
selection and that polygenic adaptation (where multiple genes contribute to a phenotype<br />
without a “hard-sweep” signature being generated) is currently an area of intense research<br />
(Pritchard et al., 2010). While we might see new methods to detect this kind of adaptation<br />
there have been attempts (Metspalu et al., 2011) to use these approaches to detect<br />
polygenic adaptation. The strategy is to use gene enrichment analysis on top of iHS/XP-EHH<br />
results: the top 1% windows of the genome are tested for enrichment (i.e. if some gene<br />
ontology – GO – terms are over-expressed in the selected areas compared to the whole<br />
genome). Not only has this approach not been thoroughly evaluated but also it is quite<br />
improbable that it can be successfully used outside humans and a handful of other model<br />
species for which there is extensive GO annotations.<br />
Next generation sequencing presents us with new ways to analyze our data. The datasets<br />
generated for human data are normally more dense and better annotated that for other<br />
species, but this is mostly a time issue: what is available to analyze human data today will be<br />
usable with more and more species in the near future. Hopefully this small introduction will<br />
have helped researchers to critically assess the applicability of these or similar methods to<br />
their existing or future datasets.<br />
References<br />
J.M. Akey, M.A. Eberle, M.J. Rieder, C.S. Carlson, M.D. Shriver, D.A. Nickerson, and L.<br />
Kruglyak. Population history and natural selection shape patterns of genetic variation in<br />
132 genes. PLoS biology, 2(10):e286, 2004.<br />
A.M. Andrés, A.G. Clark, L. Shimmin, E. Boerwinkle, C.F. Sing, and J.E. Hixson.<br />
Understanding the accuracy of statistical haplotype inference with sequence data of<br />
known phase. Genetic epidemiology, 31(7):659–671, 2007.<br />
S.R. Browning. Missing data imputation and haplotype phase inference for genome-wide<br />
association studies. Human genetics, 124(5):439–450, 2008.<br />
S.R. Browning and B.L. Browning. Rapid and accurate haplotype phasing and missing-data<br />
inference for whole-genome association studies by use of localized haplotype<br />
clustering. The American Journal of Human Genetics, 81(5):1084–1097, 2007.<br />
S.R. Browning and B.L. Browning. Haplotype phasing: existing methods and new<br />
developments. Nature Reviews Genetics, 12(10):703–714, 2011.<br />
O. Delaneau, J. Marchini, and J.F. Zagury. A linear complexity phasing method for<br />
thousands of genomes. Nature Methods, 9(2):179–181, 2011.<br />
S.R. Grossman, I. Shylakhter, E.K. Karlsson, E.H. Byrne, S. Morales, G. Frieden, E.<br />
Hostetter, E. Angelino, M. Garber, O. Zuk, et al. A composite of multiple signals<br />
distinguishes causal variants in regions of positive selection. Science, 327(5967):883–<br />
886, 2010.<br />
J. Marchini, D. Cutler, N. Patterson, M. Stephens, E. Eskin, E. Halperin, S. Lin, Z.S. Qin,<br />
H.M. Munro, G.R. Abecasis, et al. A comparison of phasing algorithms for trios and<br />
unrelated individuals. The American Journal of Human Genetics, 78(3):437–450, 2006.<br />
M. Metspalu, I.G. Romero, B. Yunusbayev, G. Chaubey, C.B. Mallick, G. Hudjashov, M.<br />
Nelis, R. Mägi, E. Metspalu, M. Remm, et al. Shared and unique components of human<br />
population structure and genome-wide signals of positive selection in south asia. The<br />
American Journal of Human Genetics, 89(6):731–744, 2011.<br />
J.K. Pickrell, G. Coop, J. Novembre, S. Kudaravalli, J.Z. Li, D. Absher, B.S. Srinivasan, G.S.<br />
Barsh, R.M. Myers, M.W. Feldman, et al. Signals of recent positive selection in a<br />
worldwide sample of human populations. Genome Research, 19(5):826–837, 2009.<br />
J.K. Pritchard, J.K. Pickrell, and G. Coop. The genetics of human adaptation: hard sweeps,<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
10
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
soft sweeps, and polygenic adaptation. Current Biology, 20(4): R208–R215, 2010.<br />
P.C. Sabeti, D.E. Reich, J.M. Higgins, H.Z.P. Levine, D.J. Richter, S.F. Schaffner, S.B.<br />
Gabriel, J.V. Platko, N.J. Patterson, G.J. McDonald, et al. Detecting recent positive<br />
selection in the human genome from haplotype structure. Nature, 419(6909):832–837,<br />
2002.<br />
P.C. Sabeti, P. Varilly, B. Fry, J. Lohmueller, E. Hostetter, C. Cotsapas, X. Xie, E.H. Byrne,<br />
S.A. McCarroll, R. Gaudet, et al. Genome-wide detection and characterization of<br />
positive selection in human populations. Nature, 449(7164):913–918, 2007.<br />
S.F. Schaffner, C. Foo, S. Gabriel, D. Reich, M.J. Daly, and D. Altshuler. Calibrating a<br />
coalescent simulation of human genome sequence variation. Genome Research,<br />
15(11):1576–1583, 2005.<br />
P. Scheet and M. Stephens. A fast and flexible statistical model for large-scale population<br />
genotype data: applications to inferring missing genotypes and haplotypic phase. The<br />
American Journal of Human Genetics, 78(4):629–644, 2006.<br />
M. Stephens and P. Donnelly. A comparison of bayesian methods for haplotype<br />
reconstruction from population genotype data. The American Journal of Human<br />
Genetics, 73(5):1162–1169, 2003.<br />
B.F. Voight, S. Kudaravalli, X. Wen, and J.K. Pritchard. A map of recent positive selection in<br />
the human genome. PLoS biology, 4(3):e72, 2006.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
11
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
CONTRIBUTIONS OF POPULATION GENETICS TO<br />
TREE CONSERVATION: CHALLENGES UN<strong>DE</strong>R<br />
CHANGING SCENARIOS<br />
Andrea C. Premoli 1* , Paula Mathiasen 1 , M. Cristina Acosta 1,2<br />
1 Laboratorio Ecotono, Universidad Nacional del Comahue-CONICET<br />
2 IMBIV CONICET-Universidad Nacional de Córdoba<br />
*Email: andrea.premoli@gmail.com<br />
ABSTRACT<br />
The study of multiple populations and species of a given region using molecular markers is a<br />
valuable tool to design conservation strategies. These may be guided by the analysis of<br />
species of conservation concern such as those under threat or endangered. Some of such<br />
species have a restricted range and thus may be genetically depauperate as a result of<br />
genetic drift that tends to erode genetic diversity within populations. Nonetheless, genetic<br />
analysis of species pairs occurring in sympatric populations show that range alone may not<br />
be sufficient to explain genetic patterns. On the other hand, while widespread woody taxa<br />
may be relatively common through a region, those occurring as almost pure populations may<br />
also be of conservation value given that an entire community depends upon them. This is<br />
particularly the case of species that inhabit environments prone to suffer from changes in<br />
climate such as altitudinal gradients of temperate regions. Although neutral markers may<br />
yield information on patterns of genetic diversity with elevation, quantitative traits including<br />
ecophysiological characteristics from experimental trails can be used as a valuable tool to<br />
predict species responses under warming.<br />
BACKGROUND<br />
The application of molecular techniques has greatly contributed to understand the processes<br />
involved in shaping the gene pool of tree species relevant in conservation. Such tools<br />
provided significant information on the distribution of genetic polymorphisms along species’<br />
ranges. As a result, significant bulk of studies yielded information on the hierarchical<br />
distribution of genetic variation in their components within- and among-distinct populations.<br />
Also, it is of conservation value the existence of centers of genetic diversity as well as the<br />
presence of unique variants. While the former are the raw material for adaptive variation and<br />
thus evolutionary change, the latter may provide information on directional selection under<br />
novel and/or unique environments. All this genetic information that is necessary for it to be<br />
used to design conservation practices.<br />
Many conservation genetic studies were developed on species of conservation concern.<br />
These are species that are considered rare some of which are at risk. Nonetheless the<br />
concept of rarity has been largely discussed in the conservation literature. The most<br />
comprehensive classification of distinct forms of rarity in plants was made by Rabinowitz and<br />
collaborators (1986) who distinguished sevens such types that arose from the combination of<br />
geographic range, habitat specificity, and population size. Therefore taxa may distinctively be<br />
rare. While some could be rare because of restricted range, others although widespread may<br />
consist of small populations associated to particular habitat types. Thus, different forms of<br />
rarity may result in distinct genetic consequences. Early studies have shown that for many<br />
plant species the distribution range in combination with the breeding system canbest explain<br />
patterns of diversity of natural populations (Hamrick and Godt 1989). In particular,<br />
widespread and generally outcross species maintain higher genetic diversity than other taxa<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
12
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
with distinct traits such as those with small range that may suffer the effects of genetic drift<br />
which tend to erode the genetic diversity within populations. Later similar studies considered<br />
the comparison among closely related taxa to provide a phylogenetic control and thus to<br />
directly test differences in traits of interest such as the range effect (e.g. Gitzendanner and<br />
Soltis 2000).<br />
The use of molecular markers is a powerful tool to screen multiple populations and species<br />
and it has greatly contributed to the development of the conservation genetics discipline.<br />
Because they are neutral, additional data from quantitative traits is needed to understand<br />
adaptive responses due to environmental influences. Under changing scenarios this<br />
information is crucial given that organisms overcome such stressful conditions via dispersal,<br />
plastic changes, or populations may undergo evolutionary adaptation (Hoffman and Sgro<br />
2011). In addition, while populations located towards the center of the geographic range may<br />
buffer those effects, such modifications may be notorious towards species’ margins because<br />
marginal populations must suddenly adapt to ecological conditions that were previously only<br />
found outside the range (Bridle and Vines 2007)<br />
In a series of case studies at regional geographic scales we tested the hypothesis if<br />
geographic range is a good predictor of genetic characteristics to be used in the design of<br />
conservation efforts. We also developed studies at the local scale using distinct molecular<br />
markers and adaptive traits towards distribution margins to predict potential responses under<br />
global change in mountain environments.<br />
RESULTS AND DISCUSSION<br />
The comparison of woody related taxa endemic to south temperate forests with different<br />
latitudinal distribution prompted the question if range extent explains genetic traits. These are<br />
conifers within the Cupressaceae that coexist in wet environments. While Fitzroya<br />
cupressoides (hereafter Fitzroya) has a more restricted range, Pilgerodendron uviferum<br />
(hereafter Pilgerodendron) has the most extended latitudinal distribution of any conifer of the<br />
temperate Andes. Both are monotypic genera and are listed as CITES Appendix I which<br />
means that they are threatened with extinction and exploitation and international trade is<br />
banned. Following similar sampling designs and laboratory protocols we collected fresh leaf<br />
tissue along their distributions for genetic analysis. Some populations were sympatric given<br />
that both conifers coexist along their distribution range particularly in northern Patagonia.<br />
Results from isozyme analysis based yielded higher genetic diversity and lower amongpopulation<br />
divergence in the range restricted Fitzroya than Pilgerodendron based on 12 and<br />
14 loci, respectively. While reduced genetic polymorphism in the widespread Pilgerodendron<br />
was an unexpected result, other life history traits different than range alone may explain the<br />
pattern observed. Despite its smaller total range, Fitzroya usually consists of larger<br />
populations which also occupy distinct habitats. Although widespread, Pilgerodendron most<br />
often is associated to inundated terrains which are scattered throughout the Patagonian<br />
region where it occurs as relatively small and isolated populations. Therefore, range in<br />
combination with population size and the degree of population connectivity may better<br />
explain genetic traits in this species. Results of those studies also yielded pockets of high<br />
genetic diversity throughout their current ranges including southern, i.e. cold, populations<br />
(Premoli et al. 2000 conservation Genetics; 2002 Diversity and Distributions). In contrast to<br />
scenarios proposed for tree taxa of the Northern Hemisphere during cold phases that<br />
resulted in glacial refugia towards southern, i.e. warmer, areas and postglacial colonization to<br />
the north after glacial retreat, genetic evidence on the cold tolerant species Fitzroya and<br />
Pilgerodendron suggested the hypothesis of local tree survival in multiple refugia during ice<br />
ages in Patagonia. Understanding species’ responses under different climates is relevant in<br />
long-term conservation given that we might be able to predict potential future responses. In<br />
particular, if cold hardy taxa were able to endure the ice ages without major range shifts, they<br />
may be prone to suffer from local population extirpation under warmer trends. Conservation<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
13
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
actions will be probably needed in populations outside protected areas. Total range of<br />
Fitzroya in Argentina is only 20,625 ha whereas in Chile attains an order of magnitude<br />
greater extent of 264,982 ha. However, while 85% of its area is protected in Argentina only<br />
17% is so in Chile. In addition, Pilgerodendron in Chile occupies an area of 970,326 ha, 70%<br />
of which are protected. Meanwhile in Argentina consists of scatter small populations the<br />
majority of which are included within protected areas (Rovere et al. 2002 Bosque). Therefore,<br />
populations of Fitzroya outside protected areas are threatened and genetic tools can be used<br />
to guide conservation actions. Populations towards the southern range in Argentina are<br />
reservoirs of genetic diversity and may be used as source populations to restore nearby<br />
degraded areas.<br />
Distribution patterns of genetic polymorphisms of rare taxa are often used to direct<br />
conservation efforts mainly at local spatial scales. Nonetheless widespread taxa may provide<br />
valuable information at larger geographic scales. In particular, patterns of genetic diversity<br />
within populations and among-population divergence of widespread trees may guide the<br />
detection of areas valuable in conservation. However, similarly widespread taxa may show<br />
different genetic patterns. The analysis of distribution patterns of genetic polymorphisms of<br />
sympatric populations along the latitudinal range of two widespread Nothofagus yielded<br />
contrasting results. These are the deciduous cold tolerant species Nothofagus pumilio and<br />
Nothofagus antarctica. They are found along the total latitudinal range of the temperate<br />
forests of Argentina and Chile. They have different autoecological traits: N. pumilio is the<br />
species that characterizes mountain areas and presents clinal variation along altitudinal<br />
gradients whereas N. antarctica shows ecotypic variation at different habitat types. Post<br />
disturbance regeneration occurs predominantly by seed in N. pumilio and although N.<br />
antarctica produces seeds with reduced germination rates, it vigorously resprouts from base<br />
trunks. The analysis of 20 sympatric population pairs by isozyme electrophoresis along<br />
latitude showed that the sprouter N. antarctica maintains significantly greater average<br />
genetic diversity than tah found in N. pumilio. Thus sprouting has favoured the maintenance<br />
of similarly diverse genets in relatively large populations along its range that were probably<br />
less affected by drift through time (Acosta et al. <strong>2012</strong>). In contrast, N. pumilio had increased<br />
diversity towards southern, i.e. colder latitudes. Ecological niche modeling provided evidence<br />
that in the south N. pumilio has probably persisted in ice free areas towards the steppe<br />
(Premoli et al. 2010). In the northern end of the range, i.e. warm, N. pumilio is mostly<br />
restricted to mountain habitats where it has been historically affected by changes in climate<br />
and reduced availability of niches for persistence. In the south, more stable conditions<br />
probably favored long-lasting persistence of genotypes. Similarly to nuclear polymorphisms,<br />
non-coding sequences of the chloroplast (cpDNA) along the entire latitudinal range of N.<br />
pumilio and N. antarctica yielded greater haplotype diversity in the latter (M.C. Acosta<br />
unpublished). However, at any one location, both species shared cpDNA sequences. This<br />
was interpreted as chloroplast capture events resulting from recurrent past and<br />
contemporaneous hybridizations and introgressions (Acosta and Premoli 2010).<br />
Nonetheless, they have maintained species’ identity by ecological selection. In sum,<br />
genetically polymorphic populations in combination with plasticity in diverse habitats (Steinke<br />
et al. 2008), have resulted in greater resilience of N. antarctica under changing scenarios. On<br />
the other hand, climate oscillations may have resulted in the loss of genetic variants due to<br />
genetic bottlenecks and increased inbreeding of N. pumilio particularly in northern areas<br />
(Mathiasen and Premoli 2010). Therefore, predominantly non sprouter N. pumilio may be<br />
prone to suffer population extirpation under warming particularly in the north (Acosta et al.<br />
<strong>2012</strong>).<br />
Altitudinal gradients of northern Patagonia are dominated by N. pumilio where it occurs as<br />
almost pure stands along more than 2000 km of the high-elevation Andes. At its northern<br />
range, inhabits climates of Mediterranean regime, with wet winters and dry summers. A<br />
series of studies on dry forests of N. pumilio at its northern range provided a synthesis on<br />
ecophysiological responses under natural conditions in the field, common gardens, and<br />
reciprocal transplants. The aim was to analyze if the variation along such gradients had a<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
14
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
genetic basis and if such genetic differences may affect potential responses under warming.<br />
Also those studies evaluated the extent to which ecophysiological and functional traits of N.<br />
pumilio result from distinct selection pressures with elevation by means of plasticity or<br />
genetically based adaptation. Population genetic studies using isozyme markers and<br />
microsatellites showed a decrease in genetic diversity with elevation (Premoli 2003). In<br />
addition lower genet diversity was measured at isozyme and microsatellite markers in highelevation<br />
populations (P. Mathiasen unpublished). Reduced opportunities for establishment<br />
in high elevation populations may erode genetic diversity. Photosynthetic rates were higher<br />
in plants from the upper altitudinal limit under field conditions which were also maintained in<br />
the common garden (Premoli and Brewer 2007). This suggests a genetic control on net<br />
photosynthesis and also that no shortage for carbon assimilation exist at high elevation.<br />
Therefore, photosynthetic responses and morphological traits are probably related to<br />
nitrogen economy and a shorter growing season at high elevations. In contrast, conductance<br />
and stomatal density showed plastic responses which will be advantageous for a deciduous<br />
species like N. pumilio given that the growing season coincides with drought. Additionally,<br />
plants from contrasting elevations had significant differences in terms of architectural<br />
features of individuals, as well as leaf morphology and phenology under the common<br />
gardens suggesting strong genetic control (Premoli et al. 2007). Reciprocal transplants<br />
between contrasting elevations indicated that plants of low-elevation origin, which in turn<br />
were the most genetically diverse by molecular markers, outgrew high-elevation ones.<br />
Bioclimatic data showed that drought and high temperatures result in limited growth and<br />
more profuse branching (Mathiasen 2010). These results suggest that ecophysiological<br />
characteristics in N. pumilio combine genetic and plastic responses. Nevertheless,<br />
genetically fixed traits will probably limit adjustments particularly of high-elevation plants<br />
under changing conditions. On the other hand, plasticity in combination with greater genetic<br />
variation of low-elevation plants may favor their performance and thus they may ascend in<br />
elevation under warmer climates.<br />
CONCLUSIONS<br />
Molecular evidence using distinct types of markers in combination with ecophysiological<br />
evidence and ecological niche modeling provide information that can be used as guidelines<br />
for forest conservation genetics. Pockets of high genetic diversity throughout species’ ranges<br />
call for the design of conservation strategies considering multiple-population approaches<br />
which in some cases may involve beyond borders actions. Although not endangered,<br />
widespread taxa may suffer from significant range shifts under global change. Genetic<br />
information in concert with the location of areas where potential expansions and/or<br />
contractions will take place in the near future may assist the development of conservation<br />
actions. Therefore, multidisciplinary approaches are needed. This may include information on<br />
neutral and adaptive markers such as variation in ecophysiological responses to novel or<br />
changing conditions, and ecological niche modeling. Patterns of genetic diversity of<br />
widespread taxa such as those yielded by cpDNA polymorphisms may elucidate past<br />
vicariant events and cryptic secondary contact areas that could have also shaped<br />
biodiversity patterns. Thus, phylogeographic structures in combination with biodiversity<br />
hotspots may help to design conservation guidelines at larger geographic scales. The<br />
establishment of experimental trials of adaptive traits and monitoring programs of natural<br />
populations particularly at species’ distributions margins will greatly contribute to gain<br />
information valuable in conservation.<br />
The conservation genetics of forest resources poses a significant challenge to managers,<br />
conservation practitioners, and scientists whose decisions to be undertaken will not be<br />
excepted from controversy. Future physical settings may well be beyond conditions that<br />
some taxa have experienced in the past (Millar et al. 2007) which not only may affect within<br />
species’ adjustments but also may influence species’ associations. Species populations and<br />
communities of conservation value or in restoration need may face new environmental<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
15
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
settings where previous paradigms on past forest range and variability may not fully apply.<br />
Also conservation actions will probably include areas outside protected areas where also<br />
different stakeholders will need to get involved.<br />
REFERENCES<br />
Acosta,M.C. and Premoli,A.C. (2010) Evidence of chloroplast capture in south American<br />
Nothofagus (subgenus Nothofagus, Nothofagaceae). Mol. Phyl. Evol., 54, 235-242.<br />
Acosta,M.C., Mathiasen,P. and Premoli,A.C. (<strong>2012</strong>) Predominant regeneration strategy<br />
results in species-specific genetic patterns in sympatric Nothofagus s.s. congeners<br />
(Nothofagaceae). Aust. J. Bot., 60, 319–327.<br />
Bridle,J.R. and Vines,T.H. (2007) Limits to evolution at range margins: when and why does<br />
adaptation fail?. TREE, 22, 140-147.<br />
Gitzendanner,M.A. and Soltis,P.S. (2000) Patterns of genetic variation in rare and<br />
widespread plant congeners. Am. J. Bot., 87, 777-786.<br />
Hamrick,J.L. and Godt,M.J. (1989) Allozyme diversity in plant species. In Brown,A.H.D.,<br />
Clegg,M.T., Kahler,A.L. and Weir,B.S. (eds.), Plant Population Genetics, Breeding and<br />
Germplasm Resources. Sinauer, Sunderland, Mass. pp. 43-63.<br />
Hoffman,A.A. and Sgro,C.M. (2011) Climate change and evolutionary adaptation. Nature,<br />
470, 479-485.<br />
Mathiasen,P. and Premoli,A.C. (2010) Out in the cold: genetic variation of Nothofagus<br />
pumilio (Nothofagaceae) provides evidence for latitudinally distinct evolutionary histories<br />
in austral South America. Mol. Ecol., 19, 371-385.<br />
Millar,C.I., Stephenson,N.L. and Stephens,S.L. (2007) Climate change and forests of the<br />
future: managing in the face of uncertainty. Ecol. Appl., 17, 2145–2151.<br />
Premoli,A.C. (2003) Isozyme polymorphisms provide evidence of clinal variation with<br />
elevation in Nothofagus pumilio. J. Hered., 94, 218-226.<br />
Premoli,A.C. and Brewer,C.A. (2007) Environmental vs. genetically driven variation in<br />
ecophysiological traits of Nothofagus pumilio from contrasting elevations. Aust. J. Bot., 55,<br />
585-591.<br />
Premoli,A.C., Kitzberger,T. and Veblen,T.T. (2000) Conservation genetics of the endangered<br />
conifer Fitzroya cupressoides in Chile and Argentina. Cons. Genet., 1¸57-66.<br />
Premoli,A.C., Souto,C.P., Rovere,A.E., Allnutt,T.R and Newton,A.C. (2002) Patterns of<br />
isozyme variation as indicators of biogeographic history in Pilgerodendron uviferum (D.<br />
Don) Florín. Div. Distrib., 8, 57-66.<br />
Premoli,A.C., Raffaele,E. and Mathiasen,P. (2007) Morphological and phenological<br />
differences in Nothofagus pumilio from contrasting elevations. Aust. Ecol., 32, 515-523.<br />
Premoli,A.C., Mathiasen,P. and Kitzberger,T. (2010) Southernmost Nothofagus trees<br />
enduring ice ages: genetic evidence and ecological niche retrodiction reveal high latitude<br />
(54ºS) glacial refugia. Palaeogeogr. Palaeocl., 298, 247-256.<br />
Rabinowitz,D., Cairns,S. and Dillon,T. (1986) Seven forms of rarity and their frequency in the<br />
flora of the British Isles. In Soulé,M.E. (ed.). Conservation biology: the science of scarcity<br />
and diversity. Sinauer Associates, Sunderland, MA. pp. 182-204.<br />
Rovere,A.E., Premoli,A.C. and Newton,A.C. (2002) Estado de conservación del Ciprés de<br />
las Guaitecas (Pilgerodendron uviferum D. Don Florin) en la Argentina. Bosque, 23, 11-<br />
19.<br />
Steinke,L., Premoli,A.C., Souto,C.P. and Hedrén,M. (2008) Adaptive and neutral variation of<br />
the resprouter Nothofagus antarctica growing in distinct habitats in north-western<br />
Patagonia. Silva Fenn., 42, 177-188.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
16
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
GENÔMICA <strong>DE</strong> POPULAÇÕES: APLICAÇÕES NA<br />
GENÉTICA DA CONSERVAÇÃO <strong>DE</strong> PLANTAS E<br />
NO MANEJO <strong>DE</strong> INSETOS-PRAGAS<br />
Maria Imaculada Zucchi 1* , Camila Menezes Trindade. Macrini 1 , Marcos Vinícius Bohrer<br />
Monteiro Siqueira 1 e Vitor Antonio Corrêa Pavinato 2<br />
1<br />
APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - Pólo Centro Sul.<br />
2<br />
Universidade Estadual de Campinas<br />
*Email: mizucchi@apta.gov.sp.br e mizucchi@gmail.com<br />
Palavras-chave: genética de populações, AFLP, sequenciamento de nova geração, SNPs, “genome<br />
scan”, variação genética adaptativa.<br />
Resumo: Atualmente vivemos uma revolução sem precedentes dentro do estudo genético<br />
de populações. Com os avanços tecnológicos nas ferramentas moleculares, obtemos dados<br />
de variação no DNA em quantidade nunca antes possível. Atento a essa revolução os<br />
geneticistas tem aproveitado cada vez das novas tecnologias de seqüenciamento nos<br />
trabalhos de pesquisa. Com a utilização de novas plataformas de seqüenciamento,<br />
chamadas de “Sequenciamento de Nova Geração” (do inglês “Next Generation<br />
Sequencing”) podemos obter uma quantidade enorme de polimorfismo de DNA a um baixo<br />
custo por loco. As aplicações vão além do estudo da diversidade genética. A genômica de<br />
populações pode ser entendida como o uso de ampla amostragem do genoma para<br />
identificar e separar locos sobre efeito específico (não neutros) de locos sobre efeito amplo<br />
(neutros) com o objetivo de aumentar nosso entendimento sobre eventos micro evolutivo.<br />
Hoje podemos estudar a adaptação de organismos a pressões seletivas impostas pela<br />
natureza. Neste contexto, esta palestra irá abordar a aplicação dos conhecimentos da<br />
genômica de populações com o objetivo de entender a forma como organismos se adaptam<br />
a seus ambientes, frente às mudanças ecológicas que ocorrem na natureza e causadas pelo<br />
homem. Estamos desenvolvendo trabalhos buscando entender adaptações ecológicas de<br />
uma espécie de inseto, tido como praga agrícola a mudanças na composição do<br />
agroecossistema agrícola e trabalhos que buscam entender a diversidade ligada a áreas<br />
naturais e em restauração florestal.<br />
A ecologia molecular é um ramo da biologia evolutiva que aplica os conhecimentos<br />
da genética de populações, evolução molecular e mais as recentes ferramentas genômicas<br />
em estudos ecológicos. Como tema de pesquisa, vem ganhando espaço por permitir estudar<br />
aspectos ecológicos sob a óptica da biologia evolutiva. As áreas que compõe a genética<br />
ecológica vão desde a aplicação de conceitos da genética de populações para acessar a<br />
diversidade genética dentro e entre populações, dinâmica de fluxo gênico, a estudos de<br />
filogeografia e adaptação molecular. Embora um pouco diversificada, as áreas de pesquisa<br />
dentro de ecologia molecular são unidas pelo uso de marcadores moleculares que permitem<br />
acessar as informações genéticas e assim compreender a ecologia e a evolução de<br />
organismos na natureza (Freeland 2003).<br />
Os marcadores moleculares microssatélites são os preferidos e os mais utilizados<br />
atualmente para estudos de ecologia molecular. Conhecido como “seqüência de repetição<br />
simples em tandem” (SSR “Simple Sequence Repeats”), os marcadores microssatélites são<br />
altamente polimórficos e abundantes nos genomas de eucariotos (Goldstein & Schlotterer<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
17
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
1999; Kalia et al, 2011, Seeb et al, 2011). Suas características inerentes, tais como alto<br />
polimorfismo, genotipagem fácil e confiável, além de herança codominante, associada a<br />
possibilidade de uso de métodos estatísticos poderosos como Bayesiana e métodos de<br />
máxima verossimilhança (Luikart 1999) levou esses marcadores a serem amplamente<br />
utilizados pelos geneticistas de populações de insetos e ecologistas (Beadell et al. 2010;<br />
Pavinato et al. 2011).<br />
Nosso grupo de pesquisa está envolvido em duas linhas de pesquisa: o estudo<br />
ecológico evolutivo de insetos e o estudo da dinâmica evolutiva por trás da restauração<br />
florestal. Em ambas as frentes, o poder desses marcadores é conhecido em estudos de<br />
ecologia molecular. Destacamos alguns exemplos de aplicações em estudos com insetos:<br />
estimação de diversidade e estrutura genética para obter informações sobre ecologia básica<br />
(Endersby et al. 2007); investigação de possíveis padrões de mudanças na composição<br />
genética de populações associada a planta hospedeira (Carletto et al. 2009); e detecção de<br />
descontinuidades espaciais (Abila et al. 2008) e temporais (Franck & Timm 2010) e<br />
divergência genética determinada por especiação simpátrica (Santos et al. 2010). Já no<br />
estudo genético de plantas, os locos microssatélites permitem o entendimento mais refinado<br />
de estruturas populacionais (Slatkin 1995) e podem se tornar uma importante ferramenta<br />
para o entendimento e caracterização de germoplasma de várias espécies cultiváveis<br />
(Siqueira et al 2010). A utilização dos microssatélites pode igualmente fornecer subsídios<br />
para o estabelecimento de áreas destinadas à conservação de espécies vegetais<br />
ameaçadas (Heywood; Iriondo, 2003; Oliveira et al, 2006).<br />
Assim, uma nova área de pesquisa nasce dentro da genética de populações e<br />
permite identificar regiões genômicas ligadas a adaptações de espécies ao seu ambiente.<br />
Essa é conhecida como Genômica de Populações, pois nos permite estudar em populações<br />
naturais, utilizando ferramentas genômicas de nova geração. Essa abordagem pode ser<br />
entendida como o uso de ampla varredura do genoma (“genome scan”) para identificar e<br />
separar locos sobre efeito específico (sobre seleção, mutação, acasalamentos preferenciais<br />
e recombinação) de locos sobre efeito amplo (sobre deriva genética, efeito de gargalho<br />
genético, fluxo gênico e endogamia) com o objetivo de aumentar nosso entendimento sobre<br />
eventos micro evolutivo (“short term-evolution”) (Black et al. 2001).<br />
Com a genômica de populações fazemos um “scan” no genoma buscando locos com<br />
padrão de diferenciação “outliers”. Esses locos, que na verdade são regiões genômicas<br />
compostas por um número desconhecido de genes, podem nos levar as bases genéticas da<br />
adaptação. Para isso necessitamos de numerosos marcadores de DNA e de genotipagem<br />
em larga escala, pois assim podemos amostrar grande parte do genoma. Além disso,<br />
precisamos de estratégias de amostragem populacional, pois o delineamento experimental<br />
permite associar gradientes de pressões seletivas (variação de estresse abiótico/biótico)<br />
com a variação genética. Dessa forma é possível identificar regiões genômicas de variação<br />
não-neutra e associá-las, por meio de testes estatísticos, com eventos de seleção local/ e ou<br />
ecológica que estão sujeitas as populações da espécie estudada (Luikart et al. 2003;<br />
Allendorf et al. 2010). Para acessar uma parte maior do genoma, temos que utilizar muitos<br />
marcadores moleculares, ou seqüenciar o genoma dos organismos e populações<br />
estudadas. A utilização de marcadores microssatélites seria não recomendada para a<br />
maioria dos organismos, pois além do custo para se obter uma grande quantidade de locos,<br />
leva se muito tempo, sendo inviável, portanto em estudos de curta duração. Para isso, os<br />
primeiros marcadores a serem utilizados nos estudos de genômica de populações foram o s<br />
marcadores AFLPs do inglês: “Amplified fragment length polymorphism” (Polimorfismo de<br />
fragmento amplificado).<br />
Alguns exemplos de aplicações em ecologia molecular de insetos podem ser citados.<br />
Primeiro, a ampla varredura genômica (“genome scan”) através da genotipagem de<br />
aproximadamente 600 indivíduos; com 253 locos AFLP, permitiu detectar locos com<br />
distribuição diferencial em amostras de Diabrotica virgifera, uma espécie de besouro<br />
considerada praga agrícola, associados a diferentes regimes de rotação de cultura. Apesar<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
18
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
da baixa correlação encontrada entre polimorfismo (“outliers”) e os regimes de rotação de<br />
cultura, foi possível acessar polimorfismo relacionado a pressão seletiva (Miller et al. 2007).<br />
Outro trabalho interessante, através da genotipagem de 15 populações de Neochlamisus<br />
bebbianae (“leaf beetle”) uma espécie de besouro, coletadas em duas plantas-hospedeiras<br />
distintas (duas espécies de coníferas), com 415 locos AFLP permitiu relacionar locos com<br />
distribuição “outlier” (15% dos locos) com a planta-hospedeira onde a população do inseto<br />
foi coletada. Através desse estudo foi possível refinar as estimativas populacionais com a<br />
retirada dos locos “outliers” e detectar regiões genômicas com variação genética não-neutra<br />
com potencial para se chegar em genes candidatos relacionados com a adaptação do inseto<br />
com a planta-hospedeira (Egan et al. 2008).<br />
Outro estudo semelhante, considerando a relação planta-hospedeira e variações<br />
ambientais abióticas (não definida), permitiu relacionar marcas AFLP com gradiente de<br />
pressões seletivas encontradas na natureza (amostragem em escalas geográficas distintas).<br />
Entretanto os autores ressaltam a necessidade de utilizar métodos estatísticos de correlação<br />
para relacionar a variação na distribuição das marcas com as variações ambientais sob as<br />
quais as populações amostradas se encontram (Manel et al. 2009).<br />
Trabalhos desenvolvidos com marcadores AFLP em genômica de populações em<br />
plantas começaram a surgir na literatura científica na década de 90. Muluvi et al (1999)<br />
usaram 140 indivíduos de uma importante espécie arbórea (Moringa oleifera Lam.) e a partir<br />
de 236 marcas de AFLP, permitiu-se concluir que os altos níveis de diferenciação<br />
populacional detectados sugeriram que seu centro de origem devia ser preservado e usado<br />
como uma importante fonte de recurso genético. Em um trabalho com duas espécies de<br />
palmeiras (Howea forsteriana e Howea belmoreana) endêmicas da ilhas “Lord Howe”,<br />
situadas na oriental da Australia, permitiu desvendar o processo de especiação simpátrica<br />
em plantas. Espera-se que nos eventos de especiação simpátrica a variação genética nãoneutra<br />
seja de maior importância, já que a separação das linhagens ocorre em função da<br />
adaptação da diferentes condições ecológicas. Com a genotipagem de indivíduos dessas<br />
duas espécies com 274 locos AFLPs, foi possível detectar poucos locos (“outliers”) com<br />
valores altos de divergência (FST) entre espécies (Savalainen et al 2006).<br />
Contudo, hoje podemos acessar os genomas em busca de variação SNPs, que<br />
significa: “Single Nucleotide Polymorphism” (Polimorfismo de um único nucleotídeo) de<br />
organismos não modelos a baixo custo, utilizando as tecnologias modernas de<br />
seqüenciamento. Uma dessas tecnologias é o seqüenciamento de uma parte do genoma<br />
que permite a busca e genotipagem de SNPs concomitantemente. Essa técnica é conhecida<br />
como RAD-seq (do inglês “Restriction-site Associated Sequencing”). Com o seqüenciamento<br />
de pequenos fragmentos de DNA na plataforma Illumina, permite acessar uma grande<br />
quantidade de polimorfismo de DNA. Com essa grande quantidade de dados genômicos, os<br />
estudos populacionais ficarão mais robustos, pois podemos acessar estimativas genômicas<br />
dos parâmetros tais como: variação entre populações - FST, heterozigosidades esperada<br />
(HE) e observada (HO), além de podermos acessar praticamente todo o genoma em busca<br />
de locos com padrão de distribuição “outlier”(Hohenlohe et al. 2010).<br />
A genômica populacional como uma abordagem nova dentro da genética de<br />
populações além de permite: identificar e quantificar a variação genética não neutra e refinar<br />
as estimativas populacionais demográficas (fluxo gênico, estruturação genética, endogamia,<br />
entre outros) com a retirada desses locos de distribuição específica e; pode levar a<br />
descoberta de genes candidatos relacionados à características ecológicas e de interesses<br />
agronômicos (ex.: à adaptação de organismos ao estresse biótico e abiótico) (Stapley et al.<br />
2010).<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
19
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Genômica aplicada a genética de conservação de plantas<br />
O nosso grupo de pesquisa está envolvido com a aplicação dos conhecimentos da<br />
genômica de populações, no estudo da adaptação de organismos ao seu ambiente, em dois<br />
contextos distintos, mas que são intrinsicamente associados, pois ambos se tratam de<br />
eventos de evolução recente (“short term evolution”).<br />
Uma das aplicações das ferramentas modernas de sequenciamento e obtenção de<br />
dados genômicos, com “frame work” da genômica de populações é o estudo da restauração<br />
florestal, e da adaptação das plantas a esse ambiente que sofre constantemente com a<br />
ação do homem. A prática da restauração florestal no Brasil é recente, e gradativamente<br />
têm incorporado novas metodologias para aumentar as chances de sustentabilidade das<br />
áreas restauradas. Uma das principais preocupações dos pesquisadores em relação à<br />
viabilidade biológica dessas áreas diz respeito à diversidade genética. De forma empírica,<br />
sabe-se que a maioria dos projetos de restauração florestal foram implantados a partir de<br />
sementes provenientes de um número reduzido de matrizes, ou seja, com baixa diversidade<br />
genética, de forma que a sustentabilidade pode estar ameaçada. As análises de diversidade<br />
genética e de estrutura de populações serão geradas pelo uso de alguns marcadores<br />
moleculares como os microssatélites, AFLP e SNPs, e dessa forma será possível gerar<br />
parâmetros populacionais que subsidiarão o manejo e a conservação de importantes<br />
espécies de uso florestal e medicinal, além de permitir estudar as bases genéticas da<br />
adaptação no processo de restauração florestal.<br />
Funk et al <strong>2012</strong> fornecem uma nova estratégias para integrar dados em marcadores<br />
neutros e adaptáveis para proteger a biodiversidade. Segundo os autores dados genômicos<br />
tem o potencial de revolucionar a delimitação das unidades de conservação (CUs). Dados<br />
de marcadores genômicos (neutros e adaptativos) fornecem diferentes tipos de informações<br />
que devem, portanto ser combinados para a tomada de decisões na conservação.<br />
A detecção de locos “outliers” pode ajudar a definir UES (unidades evolutivamente<br />
significativas; Ryder, 1986) , o que pode ser de essencial importância para o manejo de<br />
áreas restauradas. O conceito de UES, vem sendo a muito discutido e pode ser definido<br />
como uma linhagem que demonstra fluxo gênico altamente reduzido em relação a outras<br />
linhagens (Fraser & Bernatchez) e, que possuem diferentes adaptações e pressões<br />
seletivas, além de relações ecológicas distintas (Crandall et al, 2000). Como parte de um<br />
dos nossos projetos, faremos enriquecimento genético de áreas reflorestada visando<br />
maximizar a variação neutra e minimizar a variação adaptativa. Ao se levar em<br />
consideração, neste processo, somente a variação neutra, pode-se misturar linhagens com<br />
locos adaptativos (“outliers”) diferentes e desta forma, produzir uma depressão exogamica<br />
nestes locais (Edmands et al, 2007). Assim, a utilização de marcadores neutros e<br />
adaptativos, possibilita o manejo de populações ameaçadas com o menor risco.<br />
Genômica aplicada ao manejo de insetos-pragas<br />
Outro cenário interessante de estudo é o de manejo de pragas. Neste, o nosso grupo<br />
irá utilizar a abordagem genômica para entender e quantificar as mudanças evolutivas que<br />
as pragas agrícolas passam durante o processo de manejo de populações e mudanças na<br />
paisagem. Escolhemos como modelo de estudo, a broca-da-cana, Diatraea saccharalis,<br />
principal praga da cultura da cana-de-açúcar e uma das pragas do milho (Passos &<br />
Canechio 1981). Atualmente essa espécie vem se destacando como praga nas culturas do<br />
arroz e sorgo. Por ser uma espécie de hábito alimentar polífago/generalista, se torna um<br />
importante modelo de estudo para aspectos evolutivos da associação entre inseto e plantahospedeira.<br />
O cenário ecológico que a espécie está inserida traz fatores que deixa o estudo<br />
da especiação simpátrica ainda mais interessante. O cenário agrícola é um ecossistema que<br />
sofre constantes mudanças tanto no aspecto da paisagem (arranjo das culturas no mosaico<br />
agrícola) quanto em conseqüência do manejo de pragas. Os conhecimentos sobre aspectos<br />
ecológicos/evolutivos por traz da distribuição da variabilidade genética como: fluxo gênico e<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
20
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
associação entre praga e planta-hospedeira são determinantes para o desenvolvimento de<br />
tecnologia de manejo compatíveis e eficazes ao contexto que a espécie se encontra.<br />
Os conhecimentos que se tem a respeito de características bioecológicas, obtidos<br />
tradicionalmente por estudos ecológicos e da biologia das pragas não são suficientes para<br />
conhecer os padrões de dispersão, migração, e associação com as plantas hospedeiras,<br />
sendo necessários, portanto, estudos mais refinados utilizando marcadores moleculares e o<br />
embasamento teórico da genética de populações (Bourguet et al. 2000, Martinelli et al.<br />
2007; Malausa et al. 2008). Se valendo de tecnologias de genotipagem em larga escala que<br />
permite cobrir grande parte do genoma com custo reduzido, o trabalho de pesquisa com<br />
insetos-pragas traz uma nova abordagem para estudos evolutivos de organismos não<br />
modelos além de contribuir com informações a respeito de aspectos genômicos da evolução<br />
inseto-planta Acreditamos que essa abordagem permitirá um estudo molecular sobre a<br />
associação evolutiva da praga com plantas hospedeiras além de gerar subsídios para<br />
prática de manejo de pragas mais eficientes e sustentáveis.<br />
Agradecimentos<br />
Os autores agradecem à FAPESP que financia um auxílio à pesquisa Programa<br />
Biota: Taxonomia, Sistemática e Filo Geografia projeto intitulado “Biologia da conservação<br />
de espécies nativas da Mata Atlântica com potencial fitoterápico: Uma abordagem genética<br />
sobre restaurações florestais”, responsável: Maria Imaculada Zucchi, vigência: 08/2013,<br />
(processo 2011/50296-8). Agradecemos também a FAPESP pela bolsa de Marcos Vinicius<br />
Bohrer Monteiro Siqueira - bolsista de pós-doutorado FAPESP (processo 2011/06756-4) e<br />
Camila Menezes Trindade Macrini – bolsista de pós-doutorado FAPESP (processo<br />
2011/21295-3).<br />
Ao CNPq pelo projeto Universal Título: Novas abordagens em <strong>Genética</strong> de<br />
Populações de Insetos: Genômica de Populações e Scan Genômico Comparativo no estudo<br />
de aspectos evolutivos de pragas agrícolas, CNPq (Edital Universal - processo<br />
484338/2011-0), Responsável: Maria Imaculada Zucchi, Vigência: 12/2013.<br />
À CAPES pela bolsa concedida ao aluno Vitor Antonio Correa Pavinato - Doutorando<br />
do programa de pós-graduação em <strong>Genética</strong> e Biologia Molecular da IB/UNICAMP.<br />
Referências Bibliográficas<br />
Abila PP, Slotman MA, Parmakelis A, Dion KB, Robinson AS, Muwanika VB, Enyaru JCK,<br />
Lokedi LM, Aksoy S, Caccone A (2008) High levels of genetic differentiation between<br />
Ugandan Glossina fuscipes fuscipes populations separated by Lake Kyoga. PLoS<br />
Neglected Tropical Diseases, v. 2, e242.<br />
Allendorf FW, Hohenlohe PA, Luikart G (2010) Genomics and the future of conservation<br />
genetics. Nature Genetics, v.11, p. 697–709.<br />
Beadell JS, Hyseni C, Abila PP, Azabo R, Enyaru JCK, Ouma JO, Mohammed YO, Okedi<br />
LM, Aksoy S, Caccone A (2010) Phylogeography and population structure of Glossina<br />
fuscipes fuscipes in Uganda: implications for control of tsetse. PLoS Neglected Tropical<br />
Diseases, v. 4, e636.<br />
Black WC, Baer CF, Antolin MF, Duteau NM (2001) Population genomics: genome-wide<br />
sampling of insect populations. Annual Review of Entomology, v. 46, p. 441–469.<br />
Bourguet D, Bethenod MT, Trouvé C, Viard F (2000) Host-plant diversity of the European<br />
corn borer Ostrinia nubilalis: what value for sustainable transgenic insecticidal Bt maize?<br />
Proceedings of the Royal Society B, v. 267, p. 1177-1184.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
21
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Carletto J, Lombaert E, Chavigny P, Brévault T, Lapchin L, Vanlerberghe-Masutti F (2009)<br />
Ecological specialization of the aphid Aphis gossypii Glover oncultivated host plants.<br />
Molecular Ecology, v. 18, p. 2198-212.<br />
Crandall, KA et al. (2000) Considering evolutionary processes in conservation biology.<br />
Trends Ecol. Evol. v. 15, p. 290–295.<br />
Edmands, S. (2007) Between a rock and a hard place: evaluating therelative risks of<br />
inbreeding and outbreeding for conservation and management. Mol. Ecol. v. 16, p. 463–<br />
475<br />
Egan SP, Nosil P, Funk DJ (2008) Selection and genomic differentiation during ecological<br />
speciation: isolating the contribution of host association via comparative genome scan of<br />
Neochlamisus bebbianea leaf beetles. Evolution, v. 62, p. 1162-1181.<br />
Endersby NM, Hoffman AA, McKechnie SW, Weeks AR (2007) Is there genetic structure in<br />
populations of Helicoverpa armigera from Australia? Entomologia Experimentalis et<br />
Applicata, v. 122, p. 253-263.<br />
Franck P, Timm AE (2010) Population genetic structure of Cydia pomonella: a review and<br />
case study comparing spatiotemporal variation. Journal of Applied Entomology, v. 134,<br />
p. 191-200.<br />
Fraser, D.J. and Bernatchez, L. (2001) Adaptive evolutionary conservation: towards a unified<br />
concept for defining conservation units. Molecular Ecoogy. v. 10, p. 2741–2752.<br />
Freeland J (2003) Molecular Ecology. John Wiley & Sons, Ltd.<br />
Funk, W.C.; Mckay, J.K.; Hohenlohe P. A.; Allendorf, F.W. (<strong>2012</strong>) Harnessing genomics for<br />
delineating conservation units, Trends in Ecology and Evolution, v.27, n. 9, 489-496.<br />
Goldstein D, Schlötterer C ( 1999) Microsatellites: Evolution and Applications. Oxford<br />
University Press, Oxford.<br />
Heywood, VH; Iriondo, JM (2003) Plant conservation: Old problems, new perspectives.<br />
Biological Conservation, 113:321-335.<br />
Hohenlohe PA, Bassham S, Etter PD, Stiffler N, Johnson EA, Cresko WA (2010) Population<br />
genomics of parallel adaptation in threespine stickleback using sequenced RAD tags.<br />
Plos Genetics, v.6, e1000862.<br />
Kalia, RK; Rai, MK; Kalia, S; Singh, R; Dhawan, AK (2011) Microsatellite markers: an<br />
overview of the recent progress in plants. Euphytica, v.177, p.177:309–334.<br />
Luikart G (1999) Statistical analysis of microsatellite data. Trends in Ecology and Evolution,<br />
v. 14, p. 253-256.<br />
Luikart G, England PR, Talmon D, Jordan S, Taberlet P (2003) The power and promise of<br />
population Genomics: from genotyping to genome typing. Nature Reviews Genetics, v.<br />
4, p. 981-994.<br />
Malausa, T, Dalecky, A, Ponsard, S, Audiot, P, Streiff, R, Chaval, Y, and Bourguet, D (2007)<br />
Genetic structure and gene flow in French populations of two Ostrinia taxa: host races or<br />
sibling species?, Molecular Ecology, v. 16,p. 4210-4222.<br />
Manel S, Conord C, Després L (2009) Genome scan to assess the respective role of hostplant<br />
and environmental constraints on the adaptation of a widespread insect. BMC<br />
Evolutionary Biology, v.288.<br />
Martinelli S, Clark PL, Zucchi MI, Silva-Filho MC, Foster JE, Omoto C (2007) Genetic<br />
structure and molecular variability of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)<br />
collected in maize and cotton fields in Brazil. Bulletin of Entomological Research, v. 97,<br />
p. 225-231.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
22
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Miller NJ, Ciosi M, Sappington TW, Ratcliffe ST, Spencer JL, Guillemaund T (2007) Genome<br />
scan of Diabrotica virgifera virgifera for genetic variation associated with crop rotation<br />
tolerance. Journal of Applied Entomology, v. 131, p. 378-385.<br />
Oliveira, EJ; Pádua, JG; Zucchi, MI; Vencovsky, R; Vieira, MLC (2006) Origin, evolution and<br />
genome distribution of microsatellites. Genetics and Molecular Biology, v.29, n.2, p.294-<br />
307.<br />
Passos SMG, Canéchio Filho V (1981) Principais culturas. Campinas: Instituto Campineiro<br />
de Ensino Agrícola, v. 1, 426 p.<br />
Pavinato VAC, Bajay MM, Martinelli S, Monteiro M, Pinheiro JB, Zucchi MI, Omoto C (2011)<br />
Permanent Genetic Resources added to Molecular Ecology Resources Database 1<br />
August 2010 - 30 September 2010. Molecular Ecology Resources, v. 11, p. 219-222.<br />
Ryder, OA (1986) Species conservation and systematics: the dilemma of subspecies. Trends<br />
Ecol. Evol. v. 1, p. 9–10<br />
Santos H, Burban C, Rousselet J, Rossi J-P, Branco M, Kerdelhué C (2010) Incipient<br />
allochronic speciation in the pine processionary moth (Thaumetopoea pityocampa,<br />
Lepidoptera, Notodontidae). Journal of Evolutionary Biology, v. 24, p. 146-158.<br />
Seeb, JE, Carvalho G, Hauser L, Naish K, Roberts S and Seeb WL (2011). Single-nucleotide<br />
polymorphism (SNP) discovery and applications of SNP genotyping in nonmodel<br />
organisms, Molecular Ecology Resources , n. 11, p. 1–8.<br />
Slatkin, M.A. (1995) measure of population subdivision based on microsatellite allele<br />
frequencies. Genetics, v.139, p.457-462.<br />
Siqueira, MVBM; Pinheiro, TT; Borges A; VALLE, TL; Zatarim, M; Veasey, EA (2010)<br />
Microsatellites polymorphism in cassava landraces from the Cerrado biome, Mato Grosso<br />
do Sul, Brazil. Biochemical Genetics, v.48, p.879-895.<br />
Stapley J, Reger J, Feulner PGD, Smadja C, Galindo J, Ekblom R, Bennison C, Ball AD,<br />
Beckerman AP, Slate J (2010) Adaptation Genomics: the next generation. Trends in<br />
Ecology and Evolution, v. 25, p. 705-712.<br />
Savalainen V, Anstett M, Lexer C, Hutton I, Clarkson JJ, Norup MV, Powell MP, Springate D,<br />
Salamin N, Baker WJ (2006) Sympatric speciation in palms on an oceanic island.<br />
Nature, v. 441, p. 210-213.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
23
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
DISTRIBUIÇÃO DA DIVERSIDA<strong>DE</strong> GENÉTICA E<br />
CONSERVAÇÃO <strong>DE</strong> ESPÉCIES ARBÓREAS EM<br />
REMANESCENTES <strong>DE</strong> FLORESTA OMBRÓFILA<br />
MISTA EM SANTA CATARINA<br />
Adelar Mantovani 1,2* , Alexandre Mariot 2 , Juliano Zago da Silva 2 , Ricardo Bittencourt 2 ,<br />
Felipe Steiner 2 , Tiago Montagna 2 e Maurício Sedrez dos Reis 2<br />
1 Departamanto de Eng. Florestal, U<strong>DE</strong>SC-CAV<br />
2 Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais, UFSC<br />
* Email: a2ama@cav.udesc.br<br />
Palavras-chave: genética de populações, estrutura genética, alelos raros, alelos exclusivos.<br />
RESUMO<br />
Introdução: Durante décadas as formações vegetais catarinenses foram exploradas<br />
observando-se apenas critérios econômicos, como resultado desta exploração, estas<br />
formações, apresentam hoje uma significativa redução e fragmentação. Os efeitos de<br />
redução de tamanho populacional atuam diretamente na redução da variabilidade genética<br />
das populações remanescentes, levando a perdas da capacidade adaptativa e declínio<br />
populacional. O estudo da estrutura e da diversidade genética permite o conhecimento da<br />
organização e distribuição da variabilidade genética entre e dentro de populações naturais.<br />
Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar como a diversidade genética de algumas<br />
espécies da Floresta Ombrófila Mista (Araucaria angustifolia, Dicksonia sellowiana, Ocotea<br />
porosa, Butia eriospatha e Podocarpus lambertii) está distribuída no Estado, visando<br />
fundamentar estratégias efetivas de conservação. A variação genética foi caracterizada a<br />
partir das estimativas das frequências alélicas e dos principais índices de estrutura e<br />
diversidade genética. Resultados: de uma maneira geral os resultados indicam grande<br />
variação de diversidade genética potencial em cada uma das espécies e, principalmente<br />
entre as populações das mesmas. Contudo, os índices de fixação foram, na sua maioria,<br />
elevados, refletindo os efeitos da redução dos tamanhos populacionais nas populações<br />
estudadas em decorrência do processo histórico de super-exploração. Na maioria dos os<br />
casos a divergência entre as populações foi elevada. Os índices de fixação por microrregião<br />
foram, em geral, superiores a média das respectivas populações, refletindo os efeitos da<br />
fragmentação florestal existente. Conclusões: a situação de fragmentação das florestas e<br />
de redução do tamanho populacional leva a uma perspectiva de perdas ainda maiores de<br />
diversidade (elevados índices de fixação de alelos) para as espécies avaliadas. O conjunto<br />
de resultados reforça as possibilidades de perda de adaptabilidade e dinamismo<br />
populacional, o que traz como consequência, com o passar do tempo (gerações), grande<br />
aumento no risco de extinção local. Os resultados obtidos até o momento apontam para a<br />
necessidade de políticas públicas que favoreçam a ampliação da conectividade entre<br />
fragmentos como principal fator de reversão da situação de fragilidade em que se<br />
encontram as espécies e remanescentes florestais. Os resultados indicam também que,<br />
apesar das fragilidades, há populações e regiões com reservas de diversidade potencial<br />
elevada.<br />
* To whom correspondence should be addressed.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
24
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
O estado de Santa Catarina está inserido no bioma Mata Atlântica e apresenta três<br />
formações florestais predominantes, a Floresta Ombrófila Mista (FOM), Floresta Ombrófila<br />
Densa (FOD) e a Floresta Estacional Decidual (FED), e uma formação campestre, os<br />
Campos de altitude. De acordo com Klein (1978), tais formações cobriam 44,9%, 30,7%, 8%<br />
e 14,2% da superfície do estado, respectivamente.<br />
Durante décadas as formações vegetais catarinenses foram exploradas observando-se<br />
apenas critérios econômicos, especialmente no século passado. Conforme Reitz et al.<br />
(1979), o auge da exploração florestal no estado se deu entre as décadas de 1950 e 1970, e<br />
como resultado desta exploração, as formações vegetais catarinenses apresentam hoje uma<br />
significativa redução e fragmentação.<br />
Os efeitos da ação antrópica não produziram apenas uma redução da área de cobertura<br />
florestal em todas as formações do estado, mas também uma redução no tamanho<br />
populacional (número de indivíduos) das espécies presentes nestes remanescentes,<br />
principalmente as de valor madeireiro, devido à exploração madeireira ao longo do século<br />
XX. Assim, além da redução da cobertura e fragmentação, a exploração madeireira levou a<br />
um empobrecimento em termos populacionais e de riqueza de espécies nos remanescentes.<br />
A percepção da situação sintetizada nos parágrafos anteriores (ainda que sem<br />
quantificação adequada antes desta publicação) levou à estruturação de<br />
legislações/regulamentações cada vez mais restritivas em relação ao uso e conservação<br />
das espécies da Mata Atlântica em Santa Catarina, bem como a indicação de espécies<br />
ameaçadas em listas cada vez maiores (IBAMA 1992; MMA 2008; II Workshop sobre<br />
espécies vegetais ameaçadas de extinção em Santa Catarina, 2011).<br />
Os efeitos de redução de tamanho populacional atuam diretamente na redução da<br />
variabilidade genética das populações remanescentes, levando a perdas da capacidade<br />
adaptativa e declínio populacional, como discutido em Templeton et al. (1990), Bawa &<br />
Krugman (1990), Murawsky & Hamrick (1992) e Murawsky (1995), por exemplo.<br />
A redução da variabilidade genética ocorre não apenas por perda de diversidade, mas<br />
também pela redução das trocas alélicas decorrente da ausência de vetores efetivos do<br />
fluxo gênico ou de dificuldades na efetivação das trocas alélicas em decorrência da<br />
fragmentação. Direta ou indiretamente, a redução do número de indivíduos de uma dada<br />
espécie nos remanescentes e a fragmentação florestal afetam a fauna polinizadora e<br />
dispersora de sementes, bem como os mecanismos de movimentação dos alelos entre e<br />
dentro de populações, aumentando e retroalimentando os riscos de perda de diversidade<br />
genética e de declínio populacional. Os mecanismos envolvidos neste processo são muitas<br />
vezes complexos e podem envolver efeitos negativos de deriva genética, cruzamento entre<br />
aparentados, depressão por endogamia, expressão de alelos deletérios, redução da<br />
adaptabilidade, entre outros (Crow & Kimura 1970; Allard 1971; Mettler & Gregg 1973;<br />
Falconer 1981; Bawa & Krugman 1990; Murawsky & Hamrick 1992; Ellstrand & Elam 1993).<br />
A manutenção de elevados índices de diversidade, bem como dos mecanismos<br />
associados à manutenção desta diversidade, para uma dada espécie, garante as gerações<br />
futuras à possibilidade de formarem novos recombinantes, garantindo assim a capacidade<br />
de adaptação a novos ambientes e a própria manutenção da dinâmica populacional,<br />
conforme discute Reis (1996).<br />
O estudo da estrutura e da diversidade genética permite o conhecimento da<br />
organização e distribuição da variabilidade genética entre e dentro de populações naturais.<br />
Esse entendimento é imprescindível à escolha de estratégias visando à conservação e a<br />
exploração das populações em seu habitat, com a perspectiva de manutenção da<br />
diversidade e garantia de sustentabilidade (Oyama 1993; Reis 1996).<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
25
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Desta forma, a caracterização de aspectos da diversidade genética em populações<br />
naturais de espécies endêmicas e ou ameaçadas, além de identificar com eficiência a<br />
situação, em termos de diversidade e erosão genética (perda da diversidade genética ao<br />
longo das gerações, normalmente acompanhada de redução da capacidade adaptativa) nas<br />
populações destas espécies, traz fundamentos importantes para a definição de estratégias<br />
no sentido da proteção destas populações e reversão do quadro de risco de extinção.<br />
Exemplos para o Estado de Santa Catarina podem ser vistos em Auler et al. (2002), Conte<br />
et al. (2003; 2006; 2008), Mantovani et al. (2006), Tarazi et al. (2010), Hmeljevski et al.<br />
(2011), Ferreira et al. (<strong>2012</strong>), Bitencourt et al. (a, b, submetidos), Montagna et al. (a, b,<br />
submetidos), entre outros.<br />
A diversidade genética é uma medida da quantidade de variação existente em uma<br />
dada população (local) de uma espécie, obtida por meio de um conjunto de<br />
indicadores/índices a partir de marcadores genéticos. A caracterização da diversidade<br />
genética permite estabelecer se uma dada população de uma espécie possui muita ou<br />
pouca variação que pode ser transmitida aos seus descendentes, permite avaliar se já<br />
ocorreu muita perda desta variação em função do processo de exploração feito no passado<br />
ou da fragmentação florestal. Com a avaliação de várias populações de uma dada espécie é<br />
possível estabelecer qual a situação para a espécie numa dada abrangência geográfica, o<br />
Estado de Santa Catarina ou uma região do Estado, por exemplo.<br />
Assim, é possível verificar em que regiões do Estado existe maior ou menor diversidade<br />
genética e o que pode ser feito para favorecer a conservação de uma dada espécie. Por<br />
exemplo, restabelecer ligações (conectividade) entre populações para facilitar o aumento da<br />
diversidade genética nas populações que apresentam baixa diversidade, via possibilidade<br />
de cruzamentos entre as populações (fluxo gênico). Portanto, um dos objetivos do Inventário<br />
Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) foi avaliar como a diversidade genética de<br />
algumas espécies da flora nativa ameaçadas, ou potencialmente ameaçadas, de extinção<br />
está distribuída no estado, visando fundamentar estratégias efetivas de conservação.<br />
2 RESULTADOS E DISCUSÃO<br />
Os resultados obtidos para as cinco espécies escolhidas estão apresentados nas<br />
Tabelas de 1 a 5. Em termos gerais, os resultados indicaram comportamentos com uma<br />
tendência semelhante em termos de alta perda de diversidade nas populações (índice de<br />
fixação elevado). Estes resultados podem ser relacionados aos processos históricos de uso,<br />
como a superexploração, expansão das fronteiras agrícolas com redução da área de<br />
cobertura florestal e fragmentação dos remanescentes. Tais processos produzem redução<br />
dos tamanhos populacionais e redução do fluxo gênico entre populações, causando<br />
isolamento e perda de diversidade em nível local. Por outro lado, a exceção de Podocarpus<br />
lambertii, todas as demais espécies apresentam populações com diversidade alta,<br />
individualmente ou em conjunto, indicando um grande potencial para conservação e<br />
recomposição das populações remanescentes.<br />
Para Araucaria angustifolia (Tabela 1), o conjunto de populações apresentou um total de<br />
37 alelos nos 13 locos avaliados (Â = 1,77 ± 0,15). As populações apresentaram em média<br />
diversidade genética moderada (P99% = 0,45 ± 0,10; Ĥo = 0,094 ± 0,023; Ĥe = 0,124 ±<br />
0,026). O índice de fixação foi elevado ( fˆ = 0,245 ± 0,129), sendo superior a 0,2 em 17<br />
(54,8%) das 31 populações avaliadas, fato que indica um possível histórico de cruzamentos<br />
entre aparentados, uma vez que a espécie é dioica, bem como, reflexo dos reduzidos<br />
tamanhos populacionais em que se encontram as populações da mesma. Aspecto já<br />
ressaltado em Auler et al. (2002). Pode-se observar também (Tabela 1) uma grande<br />
quantidade de alelos raros e alelos exclusivos em quatro populações, reforçando a<br />
evidência de tamanhos populacionais reduzidos.<br />
A divergência genética entre as populações de A. angustifolia também foi relativamente<br />
alta ( F ˆ st = 0,129) e significativa, indicando diferenças importantes entre as populações,<br />
reforçando a necessidade de conservação de grande número de remanescentes. Os<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
26
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
principais índices de diversidade se mostraram também variáveis entre as populações,<br />
refletindo a fragilidade em que se encontram a maior parte das populações, mas também<br />
indicando que há populações em situação de menor fragilidade (p. ex., cinco populações<br />
com valores de fˆ não diferente de zero e seis populações com Ĥe superior a 0,15, Tabela<br />
1). Estas últimas apresentam grande potencial como fonte de diversidade e áreas para<br />
coleta de sementes.<br />
Em relação às microrregiões, observa-se também uma variação expressiva para os<br />
principais índices de diversidade (Tabela 1, em negrito). Por exemplo, Chapecó e<br />
Curitibanos são as duas microrregiões com maior diversidade genética, mas também com<br />
grandes diferenças entre as populações amostradas. Estes resultados indicam, novamente,<br />
uma grande heterogeneidade, agora entre as microrregiões. Além disso, chama a atenção<br />
os valores elevados dos índices de fixação para cada uma das microrregiões, geralmente<br />
superiores à média dos valores das populações na respectiva região. Este resultado reflete<br />
a existência de diferenças expressivas entre as populações dentro de cada região,<br />
possivelmente decorrente de processos históricos (e/ou pré-históricos) que ocorreram nesta<br />
escala e reforçam a importância de medidas de conservação em escala regional: criação de<br />
Unidades de Conservação associadas a políticas/ações para ampliação de conectividade<br />
entre remanescentes.<br />
Para a imbuia (Ocotea porosa) (Tabela 2), foram encontrados 51 alelos nos 15 locos<br />
avaliados (Â = 2,25 ± 0,19). A diversidade genética média encontrada para o conjunto de<br />
populações foi alta (P99% = 0,76 ± 0,08; Ĥo = 0,221 ± 0,058; Ĥe = 0,271 ± 0,045),<br />
entretanto o índice de fixação médio também foi alto ( fˆ = 0,188 ± 0,158), sendo maior que<br />
0,2 para sete (53,8%) das 13 populações avaliadas, fato que pode estar associado à<br />
fragmentação e ao reduzido tamanho das populações. Nessas condições, os efeitos de<br />
deriva genética são favorecidos, demonstrando uma fragilidade das populações da espécie.<br />
A divergência genética entre as populações foi alta ( F ˆ st = 0,191) e significativa, reflexo<br />
de um aparente reduzido fluxo gênico da espécie (Bittencourt et al. submetido a). Também<br />
foram identificados alelos exclusivos em duas populações. Estes resultados refletem a<br />
fragilidade em que se encontram a maior parte das populações, mas também indicam que<br />
há populações em situação favorável em termos de conservação (p. ex. três populações<br />
com alta diversidade e índice de fixação não diferente de zero, Tabela 2). Estas últimas<br />
apresentam grande potencial como fonte de diversidade para restauração e áreas de coleta<br />
de sementes.<br />
Em relação às microrregiões, observam-se diferenças importantes entre a microrregião<br />
de Xanxerê e as demais, especialmente em relação ao índice de fixação. Tal resultado está,<br />
em grande parte, associado ao fato de duas das três populações amostradas nesta região<br />
apresentarem índice de fixação não diferente de zero; ambas estão em Unidades de<br />
Conservação (Parque Nacional das Araucárias). Nas demais microrregiões, os resultados<br />
obtidos indicam um padrão semelhante ao da araucária, valendo as mesmas considerações.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
27
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Tabela 1. Índices de diversidade intrapopulacional, índice de fixação, alelos raros e<br />
exclusivos para 31 populações de Araucaria angustifolia em suas respectivas microrregiões<br />
de ocorrência. n = nº indivíduos; P99% = % locos polimórficos (13 loc.); Â = alelos por loco;<br />
Ĥo = heterozigosidade observada; Ĥe = heterozigosidade esperada; fˆ = índice de fixação *<br />
(p< 0,05); AR = nº alelos raros (freq.
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Tabela 2. Índices de diversidade intrapopulacional, índice de fixação, alelos raros e<br />
exclusivos para 13 populações de Ocotea porosa em suas respectivas microrregiões de<br />
ocorrência. n = nº indivíduos; P99% = % locos polimórficos (15 loc.); Â = alelos por loco; Ĥo<br />
= heterozigosidade observada; Ĥe = heterozigosidade esperada; fˆ = índice de fixação * (p<<br />
0,05); AR = nº alelos raros (freq.
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
0,022; Ĥe = 0,078 ± 0,021). As frequências genotípicas das populações apresentaram<br />
desvios significativos das frequências esperadas em panmixia, evidenciando um alto índice<br />
de fixação médio ( fˆ = 0,372). Foram também encontrados alelos raros em todas as<br />
populações, além de dois alelos exclusivos. Estes resultados refletem a situação<br />
preocupante na qual se encontram a maior parte das populações.<br />
Tabela 3. Índices de diversidade intrapopulacional, índice de fixação, alelos raros e<br />
exclusivos para 14 populações de Butia eriospatha em suas respectivas microrregiões de<br />
ocorrência. n = nº indivíduos; P99% = % locos polimórficos (13 loc.); Â = alelos por loco; Ĥo<br />
= heterozigosidade observada; Ĥe = heterozigosidade esperada; fˆ = índice de fixação * (p<br />
< 0,05); AR = nº alelos raros (freq. < 0,05); AE = nº alelos exclusivos.<br />
Microrregião População n P99% Â Ĥo Ĥe fˆ Fraiburgo 56 53,8 1,77 0,110 0,131 0,161*<br />
AR AE<br />
5<br />
Joaçaba<br />
Matos Costa<br />
Lebon Régis<br />
56<br />
56<br />
38,5<br />
38,5<br />
1,62<br />
1,62<br />
0,154<br />
0,143<br />
0,187<br />
0,149<br />
0,176*<br />
0,040<br />
1<br />
2 1<br />
Microrregião 168 53,8 2,00 0,136 0,190 0,288* 5 2<br />
Santa Cecília 42 38,5 1,54 0,115 0,113 -0,023 3<br />
Curitibanos 1 49 23,1 1,39 0,064 0,057 -0,116 2<br />
Curitibanos<br />
Curitibanos 2<br />
Curitibanos 3<br />
52<br />
51<br />
38,5<br />
30,8<br />
1,54<br />
1,46<br />
0,081<br />
0,091<br />
0,096<br />
0,079<br />
0,155*<br />
-0,154*<br />
2<br />
2<br />
Monte Carlo 50 53,8 1,69 0,074 0,099 0,255* 4<br />
Microrregião 243 46,5 1,85 0,088 0,107 0,182* 6 1<br />
Otacílio Costa 55 30,8 1,39 0,048 0,060 0,212*<br />
Campos de Lages<br />
São J. do Cerrito 1<br />
São J. do Cerrito 2<br />
54<br />
55<br />
7,7<br />
30,8<br />
1,23<br />
1,31<br />
0,037<br />
0,106<br />
0,042<br />
0,104<br />
0,111<br />
-0,018<br />
2<br />
Microrregião 164 38,5 1,54 0,063 0,079 0,198* 4 0<br />
Alto Bela Vista 47 61,5 2,00 0,172 0,186 0,077 5 2<br />
Concórdia<br />
Irani 1<br />
Irani 2<br />
52<br />
52<br />
38,5<br />
38,5<br />
1,39<br />
1,46<br />
0,134<br />
0,093<br />
0,127<br />
0,120<br />
-0,057<br />
0,230*<br />
Microrregião 151 54,0 2,08 0,130 0,176 0,260* 7 2<br />
Estado Média 52 37,0 1,53 0,102 0,111 0,083 - -<br />
Tabela 4. Índices de diversidade intrapopulacional, índice de fixação, alelos raros e<br />
exclusivos para 12 populações de Podocarpus lambertii em suas respectivas microrregiões<br />
de ocorrência. n = nº indivíduos; P99% = % locos polimórficos (12 loc.); Â = alelos por loco;<br />
Ĥo = heterozigosidade observada; Ĥe = heterozigosidade esperada; fˆ = índice de fixação *<br />
(p < 0,05); AR = nº alelos raros (freq. < 0,05); AE = nº alelos exclusivos.<br />
Microrregião População n P99% Â Ĥo Ĥe fˆ São Cristóvão 52 64,6 1,82 0,059 0,097 0,388*<br />
AR<br />
6<br />
AE<br />
Curitibanos<br />
Curitibanos 1<br />
Curitibanos 2<br />
70<br />
51<br />
54,5<br />
54,5<br />
1,91<br />
1,82<br />
0,091<br />
0,053<br />
0,096<br />
0,071<br />
0,052<br />
0,247*<br />
8<br />
6<br />
Microrregião 173 63,6 2,46 0,070 0,131 0,467* 13 0<br />
Lebon Régis 1 56 63,6 1,82 0,050 0,093 0,457* 6<br />
Joaçaba<br />
Lebon Régis 2<br />
Caçador<br />
55<br />
61<br />
54,5<br />
45,5<br />
1,55<br />
1,73<br />
0,024<br />
0,039<br />
0,059<br />
0,039<br />
0,597*<br />
0,015<br />
4<br />
6<br />
Microrregião 172 63,6 2,27 0,038 0,067 0,442* 12 0<br />
Painel 55 45,5 1,55 0,052 0,092 0,436* 3<br />
Campos de São José Cerrito 53 45,5 1,73 0,016 0,064 0,744* 6 1<br />
Lages<br />
Capão Alto 50 60,0 2,20 0,042 0,062 0,320* 10<br />
Microrregião 158 63,6 2,27 0,036 0,070 0,493* 12 2<br />
Mafra 53 54,5 1,82 0,045 0,078 0,431* 6<br />
Canoinhas/São Bela V. Toldo 58 45,5 1,73 0,036 0,084 0,571* 7<br />
Bento do Sul Campo Alegre 52 45,5 1,91 0,085 0,110 0,224* 7 1<br />
Microrregião 164 63,6 2,18 0,054 0,092 0,413* 8 1<br />
Estado Média 56 48,0 1,80 0,049 0,078 0,372 - -<br />
A divergência entre populações amostradas de P. lambertii foi elevada ( F ˆ st = 0,216) e<br />
significativa, indicando existirem diferenças importantes entre as populações do Estado e,<br />
portanto, a relevância de se considerar várias populações em ações para a conservação. A<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
30
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
baixa diversidade encontrada é um forte indicativo da necessidade de ações urgentes de<br />
conservação, inclusive ex-situ.<br />
Em relação às microrregiões, observa-se um comportamento semelhante ao<br />
mencionado para as espécies já descritas. Contudo, a baixa diversidade populacional<br />
também se reflete nas microrregiões (Tabela 4), reforçando a situação de ameaça desta<br />
espécie em todo o Estado.<br />
Para Dicksonia sellowiana (Tabela 5), os sete sistemas utilizados revelaram oito locos<br />
passíveis de interpretação, todos polimórficos. Foram encontrados 26 alelos para o conjunto<br />
das 30 populações (Â = 2,10 ± 0,28). Em todas as populações foram encontrados alelos<br />
raros. As populações apresentaram diversidade genética intermediária (P99% = 0,65 ± 0,14;<br />
Ĥo = 0,117 ± 0,058; Ĥe = 0,144 ± 0,049) e um índice de fixação bastante variável de 0,184 ±<br />
0,185, entretanto 17 (56,7%) das 30 populações amostradas apresentaram índice de fixação<br />
maior que 0,2, fato que pode ser reflexo da fragmentação do ambiente natural da espécie.<br />
Por outro lado, seis populações apresentaram índice de fixação negativo e/ou não diferente<br />
de zero e nove populações apresentaram Ĥe superior a 0,15. Estes últimos resultados<br />
indicam a existência de uma diversidade potencial expressiva e possibilidade de alteração<br />
da situação de vulnerabilidade em que se encontra a espécie.<br />
Observou-se também uma elevada e significativa divergência genética interpopulacional<br />
( F ˆ st = 0,439), evidenciando um baixo fluxo gênico aparente entre as populações. O valor<br />
elevado da divergência entre populações indica existirem diferenças importantes entre as<br />
populações ao longo do Estado. Esta divergência pode ser explicada, em parte, pela<br />
especificidade de ambiente ocupado pela espécie, que pode restringir o seu fluxo gênico. O<br />
xaxim apresenta crescimento lento e está muito associado às áreas ciliares, este aspecto<br />
demonstra a importância da preservação destas áreas para o estabelecimento de ações de<br />
conservação para a espécie.<br />
Em termos de microrregiões, os valores de diversidade (Ĥe) média são elevados (> 0,2)<br />
em quatro microrregiões (Tabela 5), contudo, os resultados indicam também a existência de<br />
fortes divergências entre as populações dentro de cada região. Tais resultados reforçam a<br />
importância de medidas de conservação em escala regional: criação de Unidades de<br />
Conservação associadas à políticas/ações para ampliação de conectividade entre<br />
remanescentes.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
31
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Tabela 5. Índices de diversidade intrapopulacional, índice de fixação, alelos raros e<br />
exclusivos para 30 populações de Dicksonia sellowiana em suas respectivas microrregiões<br />
de ocorrência. n = nº indivíduos; P99% = % locos polimórficos (8 loc.); Â = alelos por loco;<br />
Ĥo = heterozigosidade observada; Ĥe = heterozigosidade esperada; fˆ = índice de fixação *<br />
(p < 0,05); AR = nº alelos raros (freq. < 0,05); AE = nº alelos exclusivos.<br />
Microrregião População n P99% Â Ĥo Ĥe fˆ São Cristóvão – 453 52 88,9 2,2 0,136 0,185 0,266*<br />
AR AE<br />
4<br />
Curitibanos – 369 47 62,5 2,0 0,069 0,092 0,252* 5<br />
Camp. Novos – 321 44 75,0 2,4 0,079 0,110 0,280* 4<br />
Curitibanos Curitibanos – 562 45 50,0 2,1 0,063 0,098 0,364* 5<br />
Santa Cecília – 623 53 88,9 2,3 0,145 0,230 0,372* 4<br />
Ponte Alta – 413 56 77,8 2,2 0,101 0,130 0,224* 4<br />
Microrregião 317 87,5 3,25 0,099 0,229 0,567* 11 0<br />
Chapecó – 537 52 55,6 1,8 0,096 0,125 0,234* 2<br />
Chapecó<br />
Campo Erê – 919<br />
São L. D'oeste – 877<br />
55<br />
53<br />
50,0<br />
62,5<br />
1,9<br />
2,0<br />
0,100<br />
0,062<br />
0,121<br />
0,132<br />
0,171*<br />
0,534*<br />
4<br />
4<br />
Microrregião 159 75,0 2,38 0,086 0,134 0,357* 6 0<br />
D. Cerqueira - 1001 56 77,8 1,9 0,110 0,125 0,119* 3<br />
São Miguel do Oeste<br />
Palma Sola – 6003<br />
Palma Sola – 6001<br />
45<br />
52<br />
75,0<br />
88,9<br />
2,5<br />
2,2<br />
0,104<br />
0,124<br />
0,134<br />
0,134<br />
0,228*<br />
0,079<br />
5<br />
4<br />
Microrregião 152 87,5 3,00 0,111 0,134 0,173* 13 0<br />
Campo B. do Sul – 727 52 88,9 2,0 0,130 0,131 0,011 3<br />
São Joaquim –92 61 88,9 2,2 0,103 0,168 0,390* 4<br />
Urubici – 140 51 88,9 2,1 0,165 0,217 0,241* 4<br />
Campos de Lages<br />
Painel – 211<br />
Urubici – 167<br />
53<br />
60<br />
66,7<br />
77,8<br />
1,7<br />
2,1<br />
0,055<br />
0,176<br />
0,089<br />
0,210<br />
0,383*<br />
0,161* 3<br />
Anita Garib.– 5000 49 100 3,0 0,087 0,117 0,259* 8<br />
Urubici – 192 51 75,0 2,3 0,149 0,182 0,183* 4<br />
Microrregião 383 87,5 3,25 0,123 0,272 0,546* 9 0<br />
Major Vieira – 895 53 77,8 2,1 0,073 0,144 0,499* 3<br />
Canoinhas/São Mafra – 1061 48 66,7 2,1 0,168 0,151 -0,118* 5<br />
Bento do Sul Itaiópolis – 901 50 66,7 2,0 0,157 0,133 -0,186* 4<br />
Microrregião 149 75,0 2,38 0,125 0,138 0,098* 8 0<br />
Passos Maia – 832 52 77,8 2,1 0,139 0,183 0,239* 4<br />
São Domingos – 926 53 44,4 1,8 0,113 0,101 -0,121* 2<br />
Xanxerê<br />
Ponte Serrada – 720<br />
Ponte Serrada – 718<br />
55<br />
51<br />
66,7<br />
66,7<br />
1,9<br />
1,9<br />
0,044<br />
0,068<br />
0,069<br />
0,078<br />
0,366*<br />
0,127*<br />
2<br />
2<br />
Fax. Guedes – 714 53 77,8 2,4 0,131 0,148 0,117* 5<br />
Microrregião 259 75,0 2,75 0,095 0,311 0,695* 6 0<br />
Macieira – 724 52 66,7 2,0 0,091 0,133 0,318* 5<br />
Joaçaba<br />
Joaçaba – 1980<br />
Caçador – 729<br />
52<br />
96<br />
77,8<br />
88,9<br />
2,1<br />
2,2<br />
0,123<br />
0,358<br />
0,142<br />
0,295<br />
0,135*<br />
-0,214*<br />
4<br />
5<br />
Microrregião 200 87,5 2,75 0,225 0,248 0,092* 8 0<br />
Estado Média 54 65,2 2,1 0,117 0,144 0,184 - -<br />
3 CONCLUSÕES<br />
Os resultados obtidos, de maneira geral, ressaltam a importância de medidas de<br />
conservação em escala regional, evidenciando a necessidade e importância de políticas que<br />
favoreçam a ampliação de conectividade entre fragmentos florestais, além da criação de<br />
Unidades de Conservação. Ações que estimulem a conservação pelo uso, estruturadas em<br />
escala regional, apresentam grande potencial para recompor a conectividade entre os<br />
remanescentes florestais na área de ocorrência da espécie.<br />
Embora tenham sido observados, para todas as espécies, valores elevados dos índices<br />
de fixação, bem como alelos exclusivos em algumas populações, que são fortes evidências<br />
de estruturação e de limitações de fluxo gênico e, portanto, de redução da performance<br />
adaptativa, produtiva e reprodutiva das espécies em questão, os valores observados de<br />
diversidade genética indicam que, para o conjunto das populações de quase todas as<br />
espécies estudadas, existe grande diversidade passível de ser resgatada. Neste sentido,<br />
ações voltadas ao aumento do fluxo gênico/conectividade, como a criação de corredores<br />
ecológicos, áreas de coleta e produção de sementes, proteção à fauna e o enriquecimento<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
32
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
de áreas que apresentam baixa diversidade e/ou alta fixação com sementes originadas em<br />
fragmentos próximos com maior diversidade genética, devem ser incentivadas.<br />
A identificação de áreas com grande diversidade genética para a criação de áreas<br />
públicas de conservação, como Parques e Florestas Nacionais, ou para identificação de<br />
áreas privadas com potencial para formação de áreas de coletas de sementes é de<br />
fundamental importância. A criação de áreas de coleta de sementes em Unidades de<br />
Conservação parece ser atualmente uma ação de grande efetividade para a conservação.<br />
Sobretudo pelo fato de que, nestas áreas, informações genéticas que norteiam a captura da<br />
maior diversidade genética possível poderiam ser geradas e estarem disponíveis e<br />
acessíveis aos coletores de sementes, que serão os principais agentes, além da fauna, a<br />
recomporem a diversidade genética que vem continuamente sendo perdida. Por exemplo, a<br />
distância entre plantas, dada pela coancestria, para evitar a coleta em uma mesma deme<br />
ou, ainda, a incorporação do tamanho efetivo, para diminuir os efeitos da endogamia.<br />
Índices que apresentam processos simples de obtenção, porém caros e muito variáveis<br />
entre áreas, mas que poderiam estar disponíveis em áreas públicas destinadas a<br />
conservação.<br />
Os trabalhos de Montagna et al. (submetido a;b) são exemplos onde os autores<br />
comparam a diversidade genética de araucária e xaxim encontrada dentro e fora de<br />
Unidades de Conservação. Estes trabalhos revelam que as Unidades de Conservação<br />
estudadas capturam de maneira efetiva, para estas espécies, a maioria da diversidade<br />
genética presente no estado de Santa Catarina. O cálculo das distâncias de coleta entre<br />
matrizes e a correção dos tamanhos efetivos poderiam ser gerados para cada área e ações<br />
voltadas à recuperação de outros fragmentos ou mesmo a fundação de novas populações<br />
apresentariam maior garantia de efetividade, sobretudo pelo fato de que a maioria das<br />
espécies amostradas pelo IFFSC tem caracterizado populações com elevados valores de<br />
índice de fixação, logo, coletas de sementes realizadas ao acaso ou sem critérios genéticos<br />
apresentam riscos de agravarem ainda mais o declínio populacional local.<br />
Entre as espécies estudadas, Podocarpus lambertii e Butia eriosphata estão em pior<br />
situação em termos de reduzida diversidade atual e risco futuro de ampliação de perdas.<br />
Ainda que P. lambertii tenha apresentado os menores índices, o ambiente de ocorrência de<br />
B. eriospatha apresenta atualmente grande pressão de uso, aumentando os riscos de perda<br />
de populações inteiras para esta espécie.<br />
Por outro lado, ainda que com riscos e em situações diferente, Araucaria angustifolia<br />
apresenta abrangência e reserva de diversidade, bem como valor de uso como recurso não<br />
madeireiro (sementes – pinhões) para ser empregado em programas de restauração e<br />
ampliação de conectividade entre fragmentos. Ademais, esta espécie já é empregada em<br />
sistemas agroflorestais importantes para a agricultura familiar no Estado. No caso da<br />
araucária, sistemas tradicionais como caívas e faxinais já representam um avanço efetivo no<br />
sentido da ampliação de conectividade entre fragmentos e aumento da cobertura florestal,<br />
além da conservação da espécie, como discutido em Reis et al. (2010). Assim, as<br />
informações obtidas sobre diversidade genética, dão suporte a políticas públicas de estímulo<br />
a: a) formação de áreas de coleta de sementes de espécies nativas, estruturadas com base<br />
genética; b) plantios de restauração ou comerciais com espécies nativas; c) definição de<br />
áreas prioritárias para o estabelecimento de ações de conservação e uso; d) definição de<br />
ações prioritárias de conservação.<br />
Material e mÉtodos<br />
No IFFSC a avaliação da diversidade genética foi realizada priorizando espécies que se<br />
encontravam na lista de espécies ameaçadas de extinção (IBAMA 1992; MMA 2008) e que<br />
apresentam grande demanda econômica e/ou social. Assim, algumas espécies não<br />
incluídas nas listas foram também avaliadas visando uma maior representatividade regional.<br />
Entre as espécies que aparecem na Lista das Espécies Ameaçadas desde 1992, ocorrem<br />
em Santa Catarina e possuem grande demanda econômica e social, portanto, pressão de<br />
uso, estão: araucária (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), xaxim (Dycksonia<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
33
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
sellowiana). Mais recentemente também aparece na Lista das Espécies Ameaçadas (MMA<br />
2008) e possue grande demanda sócio econômica o butiá-da-serra (Butia eriospatha).<br />
Além das espécies mencionadas no parágrafo anterior, foi escolhido o pinho-bravo<br />
(Podocarpus lambertii), de modo a dar uma abrangência geográfica para a FOM e, ao<br />
mesmo tempo, permitir a obtenção de resultados que possam ser estendidos para outras<br />
situações no Estado.<br />
Também foi considerada a importância de uma abordagem com abrangência e<br />
representatividade regional no Estado e uma perspectiva maior de integração das diferentes<br />
abordagens, para a estruturação do produto final através de um portal (SIG). Assim, decidiuse<br />
por uma amostragem que permitisse representatividade por microrregião, buscando-se<br />
amostrar ao menos três populações por microrregião, conforme a área de ocorrência de<br />
cada espécie. Deste modo, o número de populações amostradas variou conforme a área de<br />
abrangência/ocorrência da espécie no Estado, bem como a existência de populações que<br />
permitissem uma amostragem consistente. O número de populações amostradas por<br />
espécie variou de 12 para 31 (Figura 1).<br />
Figura 1. Locais de coleta das cinco espécies avaliadas na Floresta Ombrófila Mista.<br />
Além disso, em cada população a amostragem foi de ao menos 50 indivíduos adultos,<br />
visando dar consistência aos resultados. O número de plantas amostradas em cada<br />
população define a capacidade do método na detecção de alelos mais raros, portanto com<br />
maior probabilidade de serem afetados (ter sua frequência alterada, ou até serem<br />
eliminados ou fixados) em processos de perda de diversidade. Uma amostra de 50 plantas é<br />
capaz de detectar com igual probabilidade desde alelos de alta frequência até alelos com<br />
frequência próxima a 1% (Calili-Garcia et al., 2001; 2006).<br />
A coleta das amostras foliares foi realizada sempre procurando abranger toda a área do<br />
fragmento florestal, respeitando uma distância mínima entre indivíduos coletados de 50 m. A<br />
coleta de material vegetal foi efetuada das árvores adultas, procurando coletar folhas e<br />
ramos intactos e sadios. Estas amostras foram acondicionadas (sacos plásticos<br />
identificados por indivíduo, colocadas em recipientes térmicos com gelo), transportadas para<br />
o Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e <strong>Genética</strong> Vegetal da Universidade Federal<br />
de Santa Catarina (LFDGV-UFSC) e armazenadas a aproximadamente 5 C°.<br />
O procedimento amostral priorizou, ainda, fragmentos em melhor estado de conservação,<br />
preferindo áreas mais extensas, com árvores de maior porte e florestas com melhor<br />
estrutura de dossel e sub-bosque.<br />
A extração de enzimas foi realizada macerando aproximadamente 50 mg de material<br />
foliar com três gotas de solução de extração n° 1 (Alfenas et al. 1998) e cerca de 10 mg de<br />
polivinilpolipirrolidona (PVPP). A eletroforese de isoenzimas foi realizada em gel de<br />
penetrose 30 a 13%, submetido à corrente elétrica com sistema tampão-eletrodo e sistemas<br />
isoenzimáticos específicos para cada espécie, a partir das recomendações básicas descritas<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
34
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
em Alfenas et al. (1998) e Kephart (1990). A variação genética foi caracterizada a partir das<br />
estimativas das frequências alélicas e dos índices de diversidade (porcentagem de locos<br />
polimórficos (P99%), número total de alelos, número médio de alelos por loco (Â),<br />
heterozigosidade observada (Ĥo) e esperada (Ĥe), e índice de fixação ( f ˆ ), empregando-se o<br />
programa Fstat (Goudet 2001) e GDA (Lewis & Zaykin 2001). Foram também avaliados o<br />
número de alelos raros e de alelos exclusivos encontrados em cada população com auxílio<br />
do Microsoft Excel. As estatísticas F de Wright (Wright 1951) ( F ˆ is, F ˆ it, F ˆ st) foram estimadas<br />
com auxílio do programa Fstat (Goudet 2001), que utiliza o método descrito por Weir &<br />
Cockerham (1984) para estimar as estatísticas.<br />
5 INFORMAÇÕES SOBRE OS AUTORES<br />
Adelar Mantovani – Eng. Agrônomo, doutor em Ciencias Biológicas – Biologia vegetal,<br />
professor da Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC.<br />
mantovani@cav.udesc.br<br />
Alexandre Mariot - Eng. Agrônomo, doutor em Ciências – Recursos Genéticos Vegetais –<br />
UFSC.<br />
Juliano Zago da Silva - Eng. Agrônomo, doutor em Ciências – Recursos Genéticos<br />
Vegetais– UFSC.<br />
Ricardo Bittencourt - Eng. Agrônomo, doutor em Ciências – Recursos Genéticos Vegetais–<br />
UFSC.<br />
Felipe Steiner - Eng. Florestal, mestrando em Ciências – Recursos Genéticos Vegetais–<br />
UFSC.<br />
Tiago Montagna - Eng. Agrônomo, mestrando em Ciências – Recursos Genéticos Vegetais–<br />
UFSC.<br />
Maurício Sedrez dos Reis - Eng. Agrônomo, doutor em Agronomia, professor da<br />
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. msreis@cca.ufsc.br.<br />
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />
Agradecemos todos os integrantes do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais –UFSC.<br />
Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina<br />
(FAPESC).<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Alfenas, A. C. (Ed.). (1998) Eletroforese de isoenzimas e proteínas afins: fundamentos e<br />
aplicações em plantas e microorganismos. Viçosa: Editora Universidade Federal de<br />
Viçosa.<br />
Allard, R. W. (1971) Princípios do melhoramento genético das plantas. São Paulo,<br />
Edgard Blucher.<br />
Auler, N. M. F.; Reis, M. S.; Guerra, M.P.; Nodari, R. O. (2002) The genetic and conservation<br />
of Araucaria angustifolia I. Genetic structure and diversity of natural populations by<br />
means of non-adaptative variation in the state of Santa Catarina, Brazil. Genetics and<br />
Molecular Biology 25 (3), 323-327.<br />
Bawa, K. S.; Krugman, S. L. (1990) Reprodutive biology and benetics of tropical trees in<br />
relation to conservation and manegement. In: Gomes-Pompa, A.; Whitmore, T. C.;<br />
Hadley, M. Rain forest regeneration and management. Paris; UNESCO.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
35
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Bittencourt, R.; Mariot, A.; Mantovani, A.; Ferreira, D. K.; Silva, J. Z. Reis, M. S. (Submetido<br />
a). Genetic diversity in natural populations of Imbuia (Ocotea porosa - Lauraceae) in the<br />
Atlantic Rain Forest. Journal of Heredity.<br />
Carlini-Garcia, L. A.; Vencovsky, R.; Coelho, A. S. (2006) Factorial analysis of bootstrap<br />
variances of population genetic parameter estimates. Genet. Mol. Biol. 29(2), 308-313.<br />
Carlini-Garcia, L. A.; Vencovsky, R.; Coelho, A.S. (2001) Métodos booststrap aplicados em<br />
níveis de reamostragem na estimação de parâmetros genéticos populacionais. Scientia<br />
Agricola 58(4), 785-793.<br />
Conte, R.; Reis, M. S.; Vencovsky, R. (2006) Effects of management on the genetic structure<br />
of Euterpe edulis Mart. populations based on microsatellites. Scientia Forestalis 72, 81-<br />
88.<br />
Conte, R.; Nodari, R. O.; Vencovsky R.; Reis, M.S. (2003) Genetic diversity and recruitment<br />
of the tropical palm, Euterpe edulis Mart., in a natural population from the Brazilian<br />
Atlantic Forest. Heredity 91,401–406.<br />
Conte, R.; Reis M. S.; Mantovani, A.; Vencovsky, R. (2008) Genetic structure and mating<br />
system of Euterpe edulis Mart. populations: a comparative analysis using microsatellite<br />
and allozyme markers. J Hered. 99(5), 476–482.<br />
Crow, J. F.; Kimura, M.A. (1970) An Introduction to population genetics theory. New York;<br />
Harper and Row.<br />
Ellstrand, N.; Elam, D. R. (1993) Population genetic consequences of small population size:<br />
implications for plant conservation. Annual review on ecological systems 24, 217 -242.<br />
Falconer, D. S. (1981) Introduction to Quantitative Genetics, Ed. 2. Longmans Green,<br />
London/New York.<br />
Ferreira, D. K.; Nazareno, A. G.; Mantovani, A.; Bittencourt, R.; Sebbenn, A. M.; Reis, M. S.;<br />
(<strong>2012</strong>) Genetic analysis of 50-year old Brazilian pine (Araucaria angustifolia) plantations:<br />
implications for conservation planning. Conservation Genetics 13, 435 – 442.<br />
Goudet, J. (2001) Fstat, a program to estimate and test gene diversities and fixation indices.<br />
(version 2.9.3).<br />
Hmeljevski, K. V.; Reis, A.; Montagna, T.; Reis, M. S. (2011) Genetic diversity, genetic drift<br />
and mixed mating system in small subpopulations of Dyckia ibiramensis, a rare endemic<br />
bromeliad from Southern Brazil. Conservation genetics 12, 761 – 769.<br />
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Lista<br />
Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. Portaria 006/92-N de<br />
15 de janeiro de 1992. Diário Oficial.<br />
Kephart, S. R. (1990) Starch gel electrophoresis of plant isozymes: a comparative analysis of<br />
techniques. Amer. J. Bot 77(5), 693-712.<br />
Klein, R. M . (1978) Flora ilustrada catarinense: mapa fitogeográfico do Estado de Santa<br />
Catarina. Itajaí: HerbárioBarbosa Rodrigues, V Parte - mapa fitogeográfico, 24p.<br />
Lewis, P. O; Zaykin, D. (2001) Genetic Data Analysis (GDA): Computer program for the<br />
analysis of allelic data. Versão 1.0.<br />
Mantovani, A.; Morellato, L. P. C.; Reis, M.S. (2006) Internal genetic structure and<br />
outcrossing rate in a natural population of Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. J<br />
Hered 97, 466–472.<br />
Mettler, L. E.; Gregg, T.G. (1973) <strong>Genética</strong> de populações e evolução. São Paulo: Polígono /<br />
ED<strong>USP</strong>.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
36
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
MMA (Ministério do Meio Ambiente). Instrução Normativa n° 6, de 23 de setembro de 2008.<br />
Lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Diário Oficial da<br />
República Federativa do Brasil, Brasília, Df, 24 set. 2008. Seção 1, p. 75-83.<br />
Montagna, T.; Ferreira, D.K.; Steiner, F.; Fernandes, C. D.; Bittencourt, R.; Silva, J. Z.;<br />
Mantovani, A.; Reis, M. S. (Submetido a). A importância das unidades de conservação<br />
na manutenção da diversidade genética de xaxim (Dicksonia sellowiana) no estado de<br />
Santa Catarina. Biodiversidade brasileira.<br />
Montagna, T.; Ferreira, D.K.; Steiner, F.; Loch, F. A. S. S.; Bittencourt, R.; Silva, J. Z.;<br />
Mantovani, A.; Reis, M. S. (Submetido b). A importância das unidades de conservação<br />
na manutenção da diversidade genética de araucária (Araucaria angustifolia) no estado<br />
de Santa Catarina. Biodiversidade brasileira.<br />
Murawsky, D. A. (1995) Reproductive biology and genetics of tropical trees from canopy<br />
perspective. In: Lowman, M.D.; Nadkarni, N. M.; ed. Forest canopies. New<br />
York:Academic Press.<br />
Murawsky, D. A.; Hamrick, J. L. (1992) Mating system and phenology of Ceiba pentandra<br />
(Bombacaceae) in Central Panama. Journal of heredity 83, 401-404.<br />
Nazareno, A. G.; Reis M. S.; (submetido). Linking phenology to mating system: exploring the<br />
reproductive biology of the threatened palm species Butia eriospatha. Journal of<br />
Heredity.<br />
Oyama, K. (1993) Conservation Biology of Tropical Trees: Demographic and Genetic<br />
Considerations. Enviroment Update 1, 17-32.<br />
Reis, M. S.; Peroni, N.; Mariot, A.; Steenbock, W.; Filippon, S.; Vieira da Silva, C.;<br />
Mantovani, A. (2010) Uso sustentável e domesticação de espécies da Floresta<br />
Ombrófila Mista. In: Ming, L. C.; Amorozo, M. C. M.; Kffuri, C. W. (Org.).<br />
Agrobiodiversidade no Brasil: experiências e caminhos da pesquisa. Recife: NUPEEA,<br />
Vol. 1, pp. 183-214.<br />
Reis, M. S. Dinâmica da movimentação dos alelos: subsídios para a conservação e manejo<br />
de populações naturais de plantas. (1996) Brazilian Journal of Genetics 19(4), 37-47.<br />
Reitz, R.; Klein, R. M.; Reis, A. (1979) Projeto Madeira – Santa Catarina. Florianópolis:<br />
Lunardelli.<br />
Tarazi, R.; Mantovani, A.; Reis, M.S. (2010) Fine-scale spatial genetic structure and<br />
allozymic diversity in natural populations of Ocotea catharinensis Mez. (Lauraceae).<br />
Conserv. Genet. 11, 965–976.<br />
Templeton, A. R.; Shaw, K.; Routman, E.; Davis, S. K. (1990) The genetics consequences of<br />
habitat fragmentation. Annual missouri ot gardens 77, 13-27.<br />
Weir, B. S.; Cockerham, C. C. (1984) Estimating F-statistics for the analysis of population<br />
structure. Evolution, 38, 1358–1370.<br />
Wright, S. (1951) The genetical structure of populations. Annals of Eugenics, 15, 395-420.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
37
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
MEDINDO O TEMPO EVOLUTIVO A PARTIR <strong>DE</strong><br />
MOLÉCULAS: OS 50 ANOS DO<br />
RELÓGIO MOLECULAR<br />
Carlos Guerra Schrago,<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, IB-UFRJ<br />
Email: guerra@biologia.ufrj.br<br />
Palavras-chave: Evolução molecular, taxas evolutivas, taxa de substituição, filogenias,<br />
modelo de evolução<br />
RESUMO<br />
Nesta palestra será fornecido um breve histórico da teoria do relógio molecular e sua<br />
importância no estabelecimento da disciplina da evolução molecular e na compreensão da<br />
escala cronológica de evolução da vida. Será mostrado os recentes desenvolvimentos da<br />
teoria, como a unificação da biogeografia e a filodinâmica de patógenos de evolução<br />
1 A EVOLUÇÃO DOS MO<strong>DE</strong>LOS <strong>DE</strong> RELÓGIO MOLECULAR<br />
A evolução dos organismos deve ser interpretada nos eixos temporal e espacial, pois são<br />
nestes em que as mudanças genéticas e ecológicas ocorrem. Quando o eixo temporal é<br />
considerado, deve-se caracterizar não apenas a idade das linhagens, mas também a taxa<br />
de mudança das mesmas entre os eventos de especiação. A biologia evolutiva, portanto, é<br />
uma ciência que necessariamente deve ser entendida em quatro dimensões – as três<br />
espaciais e o tempo (SIMPSON 1944).<br />
Neste sentido, a genética, por estudar a dinâmica da hereditariedade, encontra-se numa<br />
posição distinta. Pois são as moléculas informacionais que possibilitam que as<br />
características dos organismos sejam mantidas ao longo das gerações. Além disso, todas<br />
as modificações evolutivamente significativas também serão gravadas nestas moléculas.<br />
Desta forma, esta ciência é capaz de abordar a dimensão temporal de forma única.<br />
Entretanto, as primeiras abordagens evolutivas desenvolvidas por geneticistas estava<br />
voltada para uma escala de tempo muito reduzida, pois somente fenômenos populacionais<br />
eram investigados (MAYR 1985). Foi na década de sessenta do século 20, após o trabalho<br />
de Zuckerkandl e Pauling (1965), que estudos macroevolutivos usando moléculas<br />
informacionais tiveram início. Esses trabalhos, caracterizados na época como ‘paleogenética<br />
química’, eram estudos comparativos de proteínas homólogas em diversas espécies. Um<br />
dos fenômenos mais interessantes observados nesta fase foi que taxa de substituição de<br />
nucleotídeos e aminoácidos era aproximadamente constante nas diversas linhagens, de<br />
forma a caracterizar um ‘relógio molecular’ (KIMURA 1968).<br />
Se a taxa de evolução molecular é aproximadamente constante, existe uma relação linear<br />
entre o número de substituições acumuladas e o tempo de divergência. Assim, é possível<br />
inferir uma escala cronológica para os eventos de especiação a partir das distâncias<br />
genéticas por simples proporcionalidade; basta conhecer-se a idade de separação de um<br />
par de linhagens, ou seja, um ponto de calibração. Tal informação poderia ser obtida do<br />
registro fóssil das mesmas (NEI and KUMAR 2000).<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
38
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
A hipótese da homogeneidade de taxas evolutivas foi severamente criticada pelos muitos<br />
evolucionistas, pois era inconcebível que genes homólogos em linhagens tão diferentes<br />
quanto primatas e artiodáctilos apresentassem número aproximado de substituições após a<br />
separação do ancestral. Diversos testes foram então propostos para verificar a hipótese do<br />
relógio molecular (e.g, FITCH and LANGLEY 1976).<br />
Contudo, o conhecimento dos tempos de diversificação das linhagens é tão importante para<br />
o entendimento de fenômenos macroevolutivos que, na década de oitenta, o<br />
desenvolvimento de metodologias estatísticas para o estudo do relógio molecular foi<br />
motivado (KUMAR 2005). Agora, o foco não era mais provar a teoria do relógio, pois,<br />
conforme mais dados foram disponibilizados, verificou-se que a constância de taxas era<br />
uma exceção. O objetivo era testar a hipótese do relógio de forma que os tempos de<br />
divergência inferidos a partir desta resultassem em estimativas razoáveis.<br />
Esta linha de ação desdobrou-se em metodologias robustas como a de Felsenstein (1985),<br />
Tajima (1993) e Takezaki et al. (1995). Entretanto, estes testes necessitavam que todas<br />
linhagens estudadas apresentassem taxas de evolução molecular aproximadamente<br />
homogêneas. Quando uma delas violava o relógio, ela deveria ser descartada da análise.<br />
Isso consistia numa grande limitação, pois muitas vezes a espécie eliminada era justamente<br />
o foco principal do estudo. Além disso, a eliminação de dados não é estatisticamente<br />
aconselhável (YANG 2006).<br />
No final da década de noventa um grupo de trabalhos abordou o problema da inferência de<br />
tempos de divergência de uma forma inovadora. O impedimento central dos métodos<br />
anteriores era a incapacidade de decomposição da distância genética entre ancestrais e<br />
descendentes numa filogenia, que é dada pelo produto entre a taxa de substituição � pelo<br />
tempo de divergência. Como somente seu produto é observável, i.e., o número de<br />
substituições, era impossível inferir os tempos absolutos sem assumir a constâncias das<br />
taxas ao longo da árvore filogenética. A decomposição da distância genética é possível pela<br />
adoção de um modelo explícito de evolução das taxas de substituição (THORNE et al.<br />
1998).<br />
Esta modelagem, no entanto, inclui um número considerável de parâmetros e métodos<br />
estatísticos comumente usados em evolução molecular, como máxima verossimilhança e<br />
mínimos quadrados, não possuem um desempenho desejável nestas circunstâncias. Por<br />
exemplo, a superfície de máxima verossimilhança pode apresentar múltiplos máximos locais<br />
que dificultam a otimização da função (YANG 2006). Nestes casos, a abordagem bayesiana<br />
é mais eficiente, pois a inferência paramétrica de modelos complexos pode ser realizada por<br />
simulação estocástica (Monte Carlo) via cadeias de Markov (MCMC, Markov Chain Monte<br />
Carlo) (GAMERMAN and LOPES 2006).<br />
Neste sentido, Thorne et al. (1998) propuseram um método bayesiano de relaxamento do<br />
relógio molecular que aplica um modelo auto-correlacionado de evolução das taxas de<br />
substituição ao longo da filogenia. O modelo foi posteriormente modificado para possibilitar o<br />
uso de múltiplos genes (THORNE and KISHINO 2002). Esta metodologia permite a<br />
decomposição da distância genética e, logo, o pesquisador pode inferir os tempos de<br />
divergência sem assumir o relógio molecular estrito.<br />
O trabalho seminal de Thorne e colaboradores motivou o desenvolvimento de métodos de<br />
relógio molecular relaxado. Basicamente, as técnicas posteriores avaliaram o uso de<br />
modelos alternativos de evolução de taxas de substituição (ARIS-BROSOU and YANG<br />
2003). Por exemplo, Huelsenbeck et al (2000) usa um modelo de Poisson generalizado,<br />
enquanto Rannala e Yang (2007) assumem que as taxas evolutivas não apresentam<br />
correlação entre nós ancestrais e descendentes. A flexibilidade estatística da inferência<br />
bayesiana permite, inclusive, que não necessitemos de uma topologia fixa para inferir<br />
tempos de divergência. Neste caso, a topologia e considerada um parâmetro de distúrbio<br />
(nuisance parameter) e o tempo do ancestral comum de um conjunto de sequências é obtido<br />
através de integração pelo espaço topológico (DRUMMOND et al. 2006).<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
39
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
2 CONCLUSÕES<br />
A inferência de tempos e taxas evolutivas em árvores filogenéticas ganhou grande<br />
importância nos últimos anos por duas razões principais. Primeiramente, o conhecimento do<br />
tempo dos eventos macroevolutivos permite que estes sejam correlacionados com eventos<br />
geoclimáticos, elucidando o cenário em que a diversificação de uma linhagem ocorreu<br />
(SCHRAGO and RUSSO 2003). Em segundo lugar, as estimativas de taxas evolutivas<br />
absolutas possibilita que saibamos o modo de evolução de molecular, um problema central<br />
em genética evolutiva, pois permite que tenhamos idéia da ação das forças evolutivas.<br />
Porém, a aplicação do relógio molecular relaxado é complicada por fatores relacionados à<br />
modelagem evolutiva de taxas e tempos de divergência. Ainda não está claro qual modelo<br />
de evolução apresenta melhor adequação às diversas situações biológicas de variação de<br />
taxas intra e inter-específicas. O mesmo se aplica aos modelos probabilísticos das<br />
divergências (LEPAGE et al. 2007). Além disso, os métodos de relaxamento do relógio<br />
implementado em diversos programas ainda não foram extensivamente testados. De fato,<br />
ainda não tem-se idéia dos limites do relógio molecular relaxado. Afinal, esses modelos têm<br />
uma capacidade finita de acomodar a variação de taxas. As perguntas centrais são: quanto<br />
de variação é suportada e o que pode aumentar a eficácia do método.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
ARIS-BROSOU, S., and Z. H. YANG, 2003 Bayesian models of episodic evolution support a<br />
late Precambrian explosive diversification of the Metazoa. Molecular Biology and<br />
Evolution 20: 1947-1954.<br />
DRUMMOND, A. J., S. Y. W. HO, M. J. PHILLIPS and A. RAMBAUT, 2006 Relaxed<br />
phylogenetics and dating with confidence. Plos Biology 4: 699-710.<br />
FELSENSTEIN, J., 1985 Confidence-Limits on Phylogenies with a Molecular Clock.<br />
Systematic Zoology 34: 152-161.<br />
FITCH, W. M., and C. H. LANGLEY, 1976 Protein Evolution and Molecular Clock. Federation<br />
Proceedings 35: 2092-2097.<br />
GAMERMAN, D., and H. F. LOPES, 2006 Markov Chain Monte Carlo: Stochastic simulation<br />
for Bayesian inference. Chapman & Hall/CRC.<br />
HUELSENBECK, J. P., B. LARGET and D. SWOFFORD, 2000 A compound Poisson<br />
process for relaxing the molecular clock. Genetics 154: 1879-1892.<br />
KIMURA, M., 1968 Evolutionary Rate at Molecular Level. Nature 217: 624-&.<br />
KUMAR, S., 2005 Molecular clocks: four decades of evolution. Nature Reviews Genetics 6:<br />
654-662.<br />
LEPAGE, T., D. BRYANT, H. PHILIPPE and N. LARTILLOT, 2007 A general comparison of<br />
relaxed molecular clock models. Molecular Biology and Evolution 24: 2669-2680.<br />
MAYR, E., 1985 The Growth of biological thought : diversity, evolution and inheritance.<br />
Belknap press of Harvard university press, Cambridge.<br />
NEI, M., and S. KUMAR, 2000 Molecular evolution and phylogenetics. Oxford University<br />
Press.<br />
RANNALA, B., and Z. H. YANG, 2007 Inferring speciation times under an episodic molecular<br />
clock. Systematic Biology 56: 453-466.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
40
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
SCHRAGO, C. G., and C. A. M. RUSSO, 2003 Timing the origin of New World monkeys.<br />
Molecular Biology and Evolution 20: 1620-1625.<br />
SIMPSON, G. G., 1944 Tempo and mode in evolution. Columbia University Press, New<br />
York.<br />
TAJIMA, F., 1993 Simple Methods for Testing the Molecular Evolutionary Clock Hypothesis.<br />
Genetics 135: 599-607.<br />
TAKEZAKI, N., A. RZHETSKY and M. NEI, 1995 Phylogenetic Test of the Molecular Clock<br />
and Linearized Trees. Molecular Biology and Evolution 12: 823-833.<br />
THORNE, J. L., and H. KISHINO, 2002 Divergence time and evolutionary rate estimation<br />
with multilocus data. Systematic Biology 51: 689-702.<br />
THORNE, J. L., H. KISHINO and I. S. PAINTER, 1998 Estimating the rate of evolution of the<br />
rate of molecular evolution. Molecular Biology and Evolution 15: 1647-1657.<br />
YANG, Z. H., 2006 Computational molecular evolution. Oxford University Press.<br />
ZUCKERKANDL, E., and L. PAULING, 1965 Evolutionary divergence and convergence in<br />
proteins, pp. 97 - 166 in Evolving genes and proteins, edited by V. BRYSON and H.<br />
VOGEL. Academic Press, New York.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
41
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO MOLECULAR DA<br />
BIODIVERSIDA<strong>DE</strong> COM VISTAS À SUA<br />
CONSERVAÇÃO<br />
Claudio Oliveira * , Gláucia Maria Garcia Maia<br />
Depto. Morfologia, Instituto de Biociências, UNESP<br />
* Email: claudio@ibb.unesp.br<br />
Resumo<br />
Hoje a ideia de conservação é, felizmente, uma unanimidade entre todos,<br />
particularmente os Biólogos. Ainda que a conservação de ecossistemas deva ser a pedra<br />
fundamental dos programas de conservação, em muitos casos o foco se volta às espécies<br />
ou populações. Nesse segundo caso as coisas não são tão simples pois há um grande<br />
número de conceitos teóricos de 'espécie', muitos bastante divergentes, e, na prática, o<br />
reconhecimento das espécies é uma tarefa extremamente difícil, principalmente pela falta de<br />
profissionais treinados nessa área. Em decorrência do desenvolvimento das técnicas de<br />
sequenciamento de DNA, assim como de novas máquinas cada vez mais eficiente, hoje o<br />
acesso à essa tecnologia é quase universal. Apoiados nessa tecnologia, um grupo de<br />
pesquisadores se propôs a realizar um estudo diferente: sequenciar um (ou alguns poucos)<br />
genes de todas as espécies do planeta! Nasceu assim a técnica conhecida como DNA<br />
barcoding que pretende facilitar a identificação das espécies, assim como seus produtos<br />
derivados. O desenvolvimento do projeto de DNA barcode tem sido extremamente rápido,<br />
de forma que, atualmente, cerca de 1,5 milhões de espécimes representantes de cerca de<br />
145 mil espécies dos mais diferentes grupos de organismos e regiões do planeta já foram<br />
sequenciados. Toda essa informação pode ser rapidamente acessada via internet através<br />
do sítio www.barcodinglife.com. Desta maneira, ainda que em processo de construção, já<br />
temos à nossa disposição, uma ferramenta extremamente poderosa para a identificação de<br />
espécies, o que certamente terá um impacto significativo na conservação da biodiversidade<br />
de Terra.<br />
Identificação molecular da biodiversidade com vistas à sua conservação<br />
A espécie é uma unidade de comparação fundamental em todos os campos da<br />
Biologia, da Anatomia ao Comportamento, Desenvolvimento, Ecologia, Evolução, <strong>Genética</strong>,<br />
Biologia Molecular, Paleontologia, Fisiologia, Sistemática, etc. (de Queiroz, 2005). Ao longo<br />
da história muitos conceitos de espécie foram propostos, incluindo o tipológico, morfológico,<br />
biológico, por isolamento reprodutivo, etc. Ainda que extensos debates sejam<br />
constantemente travados em relação a esses conceitos de espécie (de Queiroz, 2005;<br />
Waugh, 2007), do ponto de vista prático os taxonomistas são os profissionais responsáveis<br />
pela caracterização dessas entidades biológicas e sua classificação, tornando-as palpáveis<br />
e reconhecíveis pela atribuição de um nome, erigido de acordo com os códigos<br />
internacionais de nomenclatura (Köhler, 2007).<br />
Essa atribuição de um nome não constitui uma simples aplicação de regras de<br />
nomenclatura, mas sim na elaboração de uma hipótese, segundo a qual, um determinado<br />
conjunto de caracteres (usualmente morfológicos) é capaz de identificar uma entidade<br />
(espécie) com características biológicas próprias e histórias evolutivas independentes de<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
42
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
outras entidades biológicas similares. Essas hipóteses podem ser testadas de diversas<br />
maneiras e, como todas as hipóteses, podem ser refutadas ou não. Adicionalmente, quando<br />
as descrições de espécies são baseadas em uma ampla base de dados, elas se tornam<br />
hipóteses científicas interessantes permitindo a elaboração de predições explícitas sobre os<br />
atributos dos organismos (Lipscomb et al., 2003).<br />
Os dados morfológicos foram, historicamente, os primeiros a serem utilizados na<br />
identificação de espécies simplesmente pelo fato de que foram os primeiros disponíveis aos<br />
pesquisadores que iniciaram a sistematização do conhecimento sobre os seres vivos. Com<br />
o desenvolvimento de novos métodos de estudos, novas metodologias foram se tornando<br />
disponíveis para o estudo da biodiversidade. Dessa maneira, há mais de 40 anos, a<br />
eletroforese de proteínas em géis de amido foi, pela primeira vez, utilizada para identificar<br />
espécies (Manwell e Baker, 1963). Há aproximadamente 30 anos, a análise de sequências<br />
de genes de DNA ribossômico foi utilizada para investigar as relações evolutivas em níveis<br />
superiores (Woese e Fox, 1977) e as pesquisas em DNA mitocondrial dominaram a<br />
Sistemática Molecular no final da década de 70 e início da década de 80 (Avise, 1994) e<br />
hoje constituem um dos principais sustentadores desse tipo de investigação, com várias<br />
revistas dedicadas exclusivamente à esse campo como: Molecular Phylogenetics and<br />
Evolution, Molecular Biology and Evolution e Journal of Molecular Evolution. Entre os dados<br />
moleculares utilizados em Taxonomia e Sistemática temos as análises citogenéticas,<br />
bioquímicas, as isozimas, dados imunológicos e, mais recentemente, as sequências de<br />
nucleotídeos (Hillis et al., 1996). Nos estudos taxonômicos essas ‘novas’ categorias de<br />
dados têm sido sempre adicionadas aos dados morfológicos, nunca pretendendo substituílos.<br />
Exemplos desse tipo de integração são cada vez mais comuns, como na descrição de<br />
Gymnotus sylvius (Albert et al., 1999) e a nossa descrição de uma nova espécie de tainha,<br />
Mugil rubrioculus (Harrison et al., 2007) e de uma nova espécie de Moenkhausia (Benine et<br />
al., 2009). Esses exemplos são particularmente relevantes, pois são referentes a novas<br />
espécies de dois gêneros de peixes bastante complexos, que foram descritas após o<br />
acumulo de evidências citogenéticas e moleculares que demonstravam a singularidade das<br />
amostras em estudo com relação a seus respectivos congêneres.<br />
Embora ferramentas moleculares tenham fornecido uma ampla gama de novas<br />
oportunidades para estudar questões em Biologia Evolutiva (como nos processos de<br />
especiação) e em Sistemática Filogenética, só recentemente foi proposto que um curto<br />
segmento de 648 nucleotídeos da extremidade 5’ do gene mitocondrial Citocromo Oxidase I<br />
(COI) seria suficiente, em muitos metazoários, para identificá-los a nível de espécie (Hebert<br />
et al., 2003a; 2003b). O uso dessa metodologia, denominada DNA barcode, ganhou muita<br />
relevância com a criação em 2004 do Consortium for the BarCode of Life (CBOL) cuja meta<br />
é a criação de um banco de dados de códigos de barra, sequências parciais de DNA do<br />
gene COI, da biodiversidade global, com o objetivo de facilitar o processo de automação da<br />
identificação das espécies (ver o sítio www.barcoding.si.edu para maiores detalhes). Como<br />
pode ser observado na literatura, outros segmentos gênicos também têm sido sugeridos<br />
para esse mesmo fim, como dos genes mitocondriais 16S rRNA e Citocromo B (Vences et<br />
al., 2005) ou outros genes (Lahaye et al., 2008), porém, por questões de padronização e<br />
pelo seu aparente melhor desempenho, o CBOL adotou como sequência padrão o<br />
fragmento citado do gene COI.<br />
Paralelamente à proposição de criação do sistema de DNA barcode (Hebert et al.,<br />
2003a; 2003b), foi lançada uma discussão sobre a criação de um sistema de taxonomia<br />
baseado em sequências de DNA por Tautz et al. (2002, 2003) denominado DNA Taxonomy.<br />
Essa proposição foi levantada tendo em vista a extensão da diversidade dos organismos<br />
vivos, estimados entre 10 e 100 milhões de espécies (May, 1988; Whitfied, 2003), e,<br />
segundo os proponentes dessa metodologia, na dificuldade em nomeá-las com os métodos<br />
correntemente em uso, cujo emprego, desde sua criação por Linnaeus em 1758, permitiu a<br />
nomeação de cerca de 1,7 milhão de espécies (Stoeckle, 2003). Outro problema levantado<br />
dizia respeito ao problema de formação de novos taxonomistas para substituir os<br />
especialistas que encerram suas carreiras. O que Tautz et al. (2003) propuseram<br />
formalmente era que as sequências de DNA deixassem de ser um elemento auxiliar na<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
43
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
identificação de espécie e passassem a ocupar uma posição central nesse processo de<br />
descrição de espécies. Essa proposição gerou uma grande animosidade entre os<br />
taxonomistas e os biologistas moleculares. Várias críticas a esse artigo de Tautz et al.<br />
(2003) foram publicadas (ex.: Lipscomb et al., 2003; Ebach e Holdrege, 2005; Carvalho et<br />
al., 2007) nas quais os autores invariavelmente mostravam preocupação com a Taxonomia<br />
tradicional e seus praticantes. Entretanto, com exceção de uma breve referência ao trabalho<br />
de Hebert et al. (2003a), em nenhum ponto do artigo de Tautz et al. (2003) a palavra<br />
barcode é mencionada! Assim, fica evidente que o que Tautz et al. (2003) propunham é algo<br />
independente do conceito de DNA barcode, ainda que exista uma similaridade em relação<br />
ao uso de sequências de DNA, porém com finalidades totalmente diferentes.<br />
Essencialmente, o que os usuários da metodologia de DNA barcode pretendem é<br />
tornar possível a atribuição de indivíduos a espécies e facilitar a descoberta de novas<br />
espécies (Moritz e Cicero, 2004). Os primeiros estudos realizados com essa metodologia<br />
foram extremamente satisfatórios com um grau de resolução taxonômica maior que 95%<br />
(Hebert et al., 2003a, 2003b). Além disso, a metodologia foi aplicada satisfatoriamente para<br />
identificar espécimes imaturos, espécies extintas, indivíduos em diferentes estágios do ciclo<br />
de vida de algumas espécies e possíveis espécies crípticas. Porém, com o avanço dos<br />
estudos, encontraram-se também grupos que não puderam ser prontamente resolvidos, a<br />
nível de espécie, como alguns cnidários bentônicos, dois grupos de anfíbios e algumas<br />
espécies de gastrópode, possivelmente porque esses grupos eram formados por espécies<br />
com tempo de divergência bastante reduzido (ver revisão em Waugh, 2007).<br />
Apesar da metodologia de DNA barcode ser extremamente recente diversas críticas<br />
têm sido levantadas a respeito dessa metodologia. Algumas dessas críticas representam<br />
simples opiniões pessoais como, por exemplo, a colocação de Ebach e Holdrege (2005) de<br />
acordo com a qual o financiamento de projetos de DNA barcode desviaria recursos que<br />
poderiam ser destinados a projetos de taxonomia, o que foi elegantemente rebatido por<br />
diversos autores como, por exemplo Gregory (2005), que argumentam que esses tipos de<br />
projeto não competem por recursos uma vez que usualmente são apresentados em áreas<br />
diferentes da Biologia (<strong>Genética</strong> vs. Zoologia) e, por outro lado, todos projetos de boa<br />
qualidade podem ser financiados, independente de sua natureza. Outras realmente<br />
discutem aspectos científicos relacionados à metodologia do DNA barcode (Wiemers e<br />
Fiedler, 2007) e os principais aspectos são discutidos abaixo.<br />
Assim, a princípio, alguns críticos sugeriram que o DNA barcode não seria uma<br />
atividade científica porque não visaria testar hipóteses e gerar conhecimento, mas sim<br />
simplesmente produzir informações (Lipscomb et al., 2003; Ebach e Holdrege 2005).<br />
Entretanto, qualquer experimento gera informações que necessitam ser interpretadas sob a<br />
luz de hipóteses e essa é uma atividade científica. Segundo as palavras de Lipscomb et al.<br />
(2003) reduzir a taxonomia somente à identificação de espécies a torna uma simples tarefa<br />
técnica ao invés de uma ciência baseada em hipóteses. Esse mesmo raciocínio se encaixa<br />
perfeitamente nos estudos de DNA barcode uma vez que esses nunca se limitam a<br />
relacionar as sequências encontradas para cada indivíduo, mas sim procuram interpretar as<br />
semelhanças e diferenças entre essas sequências e suas relações com as espécies<br />
reconhecidas por outros métodos. Assim, é forçoso concluir que Taxonomia e DNA barcode<br />
são igualmente atividades científicas. Waugh (2007) argumenta também que a aplicação da<br />
técnica de DNA barcode serve ainda para testar a hipótese de que as espécies podem ser<br />
identificadas utilizando essa técnica e, no futuro, pode ser uma fonte de dados que gerará<br />
outras hipóteses, o que é também uma atividade essencialmente científica.<br />
Uma crítica mais recente, apresentada por Wiemers e Fiedler (2007), diz respeito ao<br />
chamado problema de barcode gap. Os proponentes do uso do DNA barcode sugeriram que<br />
a diferença genética interespecífica excede a diferença intra-específica de tal maneira que<br />
um claro gap permitiria assinalar um espécime desconhecido à sua espécie com uma taxa<br />
de erro insignificante (Hebert et al., 2004a). Os desvios a essa regra seriam atribuídos a um<br />
pequeno número de pares de espécies incipientes, com separação incompleta de linhagens<br />
(Hebert et al., 2004b). Como consequência, o estabelecimento da quantidade de divergência<br />
entre duas amostras acima de um determinado limite (proposto como sendo pelo menos 10<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
44
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
vezes maior do que dentro das espécies) iria indicar uma distinção a nível de espécie,<br />
enquanto uma diferença abaixo desse limite indicaria uma identidade taxonômica entre as<br />
amostras. Além disso, a existência de um barcode gap tornaria possível a identificação de<br />
espécies não descritas (Hebert et al., 2004b; Smith et al., 2006). Possíveis erros com essa<br />
abordagem incluem falsos positivos e falsos negativos (Wiemers e Fiedler, 2007). Falsos<br />
positivos ocorrem se populações dentro de uma espécie são muito distintas geneticamente,<br />
i.e., populações distantes com fluxo gênico limitado ou populações alopátricas com fluxo<br />
gênico interrompido. No último caso deve ser notado que, dependendo da quantidade de<br />
diferenciação morfológica e o conceito de espécie aplicado, tais populações podem ser<br />
qualificadas como “espécies crípticas” na visão de alguns cientistas. Falsos negativos, por<br />
outro lado, ocorrem quando pouca ou nenhuma variação nas sequências do fragmento de<br />
DNA utilizado é encontrada entre diferentes espécies [= grupos de populações<br />
reprodutivamente isoladas, sensu Mayr (1969)]. Aqui, falsos negativos são mais críticos para<br />
a metodologia de DNA barcode, porque a existência de tais casos revelaria exemplos onde<br />
essa metodologia é menos poderosa do que o uso de outras metodologias, mais holísticas,<br />
para delimitar as espécies (Wiemers e Fiedler, 2007).<br />
Enquanto estudos em peixes (Ward et al., 2005; Hubert et al., 2008; Valdez-Moreno<br />
et al., 2009; Ward et al., 2009), aves (Hebert et al., 2004a), artrópodes (Hogg e Hebert,<br />
2004; Barrett e Hebert, 2005; Stahls e Savolainen, 2008) e plantas (Kress et al., 2005)<br />
corroboram a existência do barcode gap, outros estudos em gastrópodes (Meyer e Paulay,<br />
2005), moscas (Meier et al., 2006) e borboletas (Brower, 2006; Wiemers e Fiedler, 2007)<br />
desafiam sua existência. As razões para essa discrepância não são inteiramente claras. Os<br />
estudos disponíveis sugerem que os níveis de divergência nas sequências de COI diferem<br />
entre táxons mais antigos e mais recentes, como seria esperado. Assim, por exemplo, uma<br />
média excepcionalmente baixa de divergência em sequências de COI, de apenas 1%, foi<br />
encontrada entre pares de espécies de cnidária, comparado a 9,6 a 15,7% em outros filos<br />
animais. Moluscos com 11,1% de divergência média entre espécies (Meyer e Paulay, 2005)<br />
e dípteras com 9,3% (Meier et al., 2006) seriam atípicos com relação a essa propriedade.<br />
Meyer e Paulay (2005) sugerem que a amostragem insuficiente a nível interespecífico e<br />
intraespecífico poderia criar, artificialmente, um barcode gap. Os proponentes do DNA<br />
barcode argumentam, entretanto, que a principal razão para essa sobreposição seria o<br />
pouco conhecimento taxonômico disponível para alguns grupos e a necessidade de revisão<br />
taxonômica dos mesmos. Deve-se levar também em conta que estudos estatísticos recentes<br />
mostram que os testes de monofilia correntemente empregados precisam ser revistos uma<br />
vez que podem se apresentar altamente tendenciosos e passíveis de novas interpretações<br />
(DeSalle et al., 2005; Rosenberg, 2007). De qualquer maneira taxas excepcionalmente<br />
baixas de divergência entre sequências do COI apesar de não permitir a separação das<br />
espécies podem indicar a ocorrência de especiação recente, o que é um achado importante<br />
para vários grupos de organismos.<br />
Uma proposição alternativa e extremamente importante em relação ao estudo das<br />
sequências geradas nos projetos de DNA barcode foi apresentada por DeSalle et al. (2005).<br />
Segundo esses autores, um dos principais problemas com relação à análise dos dados<br />
gerados nos projetos de DNA barcode diz respeito ao uso extensivo da construção de<br />
árvores por métodos fenéticos (como Neighbour-Joining). Eles ressaltam que os equívocos<br />
do uso dessa metodologia têm levado a conclusões também equivocadas quanto ao uso do<br />
DNA barcode. Segundo os autores, a metodologia taxonômica corrente usa a descoberta de<br />
caracteres diagnósticos, independentemente de árvores, para estabelecer sistemas<br />
taxonômicos e, principalmente para identificar espécies. Assim, concluem que o uso dos<br />
caracteres de DNA em um contexto de diagnose seria muito mais compatível com os<br />
processos correntemente empregados em taxonomia, superando em muito a abordagem<br />
por árvores. Além disso, DeSalle et al. (2005), propõe explicitamente que deve haver uma<br />
ponte entre as pesquisas moleculares e morfológicas e que isso deve aprimorar o processo<br />
de identificação de espécies. Isso também deve ampliar nosso conhecimento sobre a<br />
diversidade de mecanismos envolvidos na origem dessas espécies. Por essa razão, no<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
45
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
presente estudo, o trabalho será conduzido em conjunto, por especialistas em Biologia<br />
Molecular e Taxonomia de peixes.<br />
Outra crítica levantada por oponentes do uso da metodologia de DNA barcorde diz<br />
respeito ao reduzido número de indivíduos amostrados por espécie. As recomendações em<br />
curso sugerem que cinco exemplares deveriam ser amostrados de cada espécie,<br />
procedentes, sempre que possível, de diferentes pontos dentro da área estudada.<br />
Rosenberg (2007), em um estudo estatístico sobre capacidade de determinação de<br />
monofilia em comparações interpares, demonstrou que uma pequena amostra, de apenas<br />
dez indivíduos, para cada grupo testado pode ser suficiente para uma discriminação<br />
altamente significativa do ponto de vista estatístico. Considerando que existem grandes<br />
diferenças biológicas entre grupos de organismos quanto a esse número mínimo, o emprego<br />
inicial de cinco indivíduos pode ser uma escolha metodologicamente viável, principalmente<br />
se encararmos essa escolha inicial como um 'experimento piloto'. A necessidade desses<br />
experimentos pilotos com diferentes números de organismos é sugerida por DeSalle et al.<br />
(2005) que afirmam ainda que esse número pode ser orientado pelo conhecimento<br />
disponível sobre a história de vida das espécies, sua capacidade de dispersão e padrões de<br />
cruzamento. Essa crítica a um número tão reduzido de amostras também pode ser<br />
igualmente aplicada a vários trabalhos em Taxonomia em que novas espécies são erigidas<br />
com base em um ou muito poucos exemplares. Nos estudos biológicos há um consenso de<br />
que havendo disponibilidade de um grande número de amostras essas devem ser<br />
analisadas, mas havendo impedimentos, as análises devem ser feitas com o número<br />
possível de amostras.<br />
Considerando a literatura disponível, pode-se observar claramente que em alguns<br />
casos a metodologia de DNA barcode é prontamente aplicável a nível de grupo animais,<br />
como as aves (ex. Hebert et al., 2004a) ou a faunas regionais, como no caso dos peixes<br />
marinhos da região australiana (Ward et al., 2005) ou de água doce do Canadá (Hubert et<br />
al., 2008) e do México e Guatemala (Valez-Moreno et al., 2009). As principais falhas que se<br />
têm apontado dizem respeito a estudos feitos com grupos animais ricos em espécies, como<br />
no caso das borboletas (Wiemers e Fiedler, 2007), onde os autores utilizaram a abordagem<br />
de árvores. Dos estudos disponíveis, que são ainda muito restritos em relação às diferentes<br />
formas de vida que habitam o planeta, pode-se concluir que em alguns casos essa<br />
metodologia é útil enquanto em outros não. Exatamente pela escassez de estudos não é<br />
possível advogar contra nem a favor da metodologia sem isenção de espírito, assim como<br />
não é possível saber como os dados se comportarão em determinado grupo animal antes<br />
que um estudo detalhado seja executado. Nesse ponto é forçoso concluir, em outras<br />
palavras, que a hipótese de existência de um DNA barcode, para um determinado grupo de<br />
organismos, tem que ser testada para se concluir, sem isenção se ela pode ser refutada ou<br />
não.<br />
Segundo Rubinoff (2006), Hajibabaei et al. (2007), Godfray (2007) e Miller (2007) a<br />
metodologia de DNA barcode pode contribuir, como vem sendo demonstrado, com a<br />
Taxonomia, Sistemática e <strong>Genética</strong> de Populações. Na Taxonomia o DNA barcode pode ser<br />
utilizado para identificar espécimes atípicos e contribuir para revisão da nomenclatura de<br />
vários grupos, assim como pode ser utilizado como método de rotina para auxiliar na<br />
identificação de espécies. Na Sistemática o DNA barcode pode servir como ponto de partida<br />
para a seleção de táxons e as sequências de DNA obtidas nos projetos de DNA barcode<br />
podem ser adicionadas ao conjunto de sequências utilizadas para elaboração de filogenias.<br />
Na <strong>Genética</strong> de Populações o DNA barcode pode fornecer um primeiro sinal sobre a<br />
extensão e natureza das divergências populacionais o que facilitará os estudos<br />
comparativos da diversidade de várias espécies.<br />
De acordo com Stoeckle et al. (2005), há pelo menos dez razões para a realização<br />
do projeto de Código de Barras dos seres vivos, que são:<br />
1. Trabalho com segmentos. O Código de Barras pode identificar espécies a partir de<br />
pequenos pedaços ou fragmentos, incluindo material não utilizado no processamento de<br />
plantas e animais, e produtos morfologicamente não facilmente reconhecíveis, derivados de<br />
espécies protegidas ou reguladas.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
46
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
2. Trabalho com todos os estágios do ciclo de vida. O Código de Barras pode identificar uma<br />
espécie em suas múltiplas formas, de ovos ou sementes, passando pelos estágios de larva<br />
ou mudas, até o estágio de adultos.<br />
3. Identificação de espécies similares. O Código de Barras pode distinguir entre espécies<br />
que são morfologicamente muito similares, incluindo organismos perigosos (como os<br />
portadores de venenos) similares a outros não perigosos, e assim permitir uma visão mais<br />
acurada da biodiversidade.<br />
4. Redução de ambiguidades. Um Código de Barras fornece um meio digital, não ambíguo,<br />
para identificação de espécies, não carecendo do uso de descrições subjetivas baseadas<br />
em gradações de formas e cores, por exemplo.<br />
5. Possibilidade dos especialistas irem mais longe. Os cientistas podem fazer uso do Código<br />
de Barras para uma identificação mais rápida dos organismos e também para facilitar um<br />
reconhecimento mais rápido de novas espécies que assim podem ser descritas pelos<br />
métodos tradicionais.<br />
6. Democratização do acesso. Uma biblioteca padronizada de Código de Barras aumentará<br />
muito o número de pessoas capazes de nomear as espécies.<br />
7. Abertura de caminhos para criação de um dispositivo portátil para identificação de<br />
espécies em campo. O Código de Barras liga a identificação biológica às fronteiras<br />
avançadas do sequenciamento de DNA, eletrônica e ciência da informação, criando um<br />
caminho para criação de dispositivos portáteis para identificação de espécies.<br />
8. Possibilita o posicionamento de novas folhas na árvore da vida. Estabelecer as<br />
similaridades e diferenças entre o Código de Barras das estimadas 10 milhões de espécies<br />
de plantas e animais ajudará a mostrar onde suas folhas, representando as espécies,<br />
devem estar posicionadas na árvore da vida.<br />
9. Demonstração do valor das coleções. A compilação de uma biblioteca de Códigos de<br />
Barra começa com os milhões de espécimes em museus, herbários, zoológicos, jardins<br />
botânicos e outros repositórios de materiais biológicos, pondo em evidência seus esforços<br />
para preservar e entender a biodiversidade da Terra.<br />
10. Compilação mais rápida da enciclopédia da vida. Uma biblioteca de Código de Barras,<br />
ligada a espécimes nomeados, ampliará o acesso do público ao conhecimento biológico,<br />
auxiliando na criação de uma enciclopédia on-line da vida na Terra.<br />
Dessa maneira, ainda que a metodologia de DNA barcode possa não ser suficiente<br />
para permitir a identificação de todas as espécies da Terra, avanços nessa metodologia<br />
seguramente poderão auxiliar em muito em nossa compreensão da biodiversidade do<br />
planeta e auxiliar na identificação mais precisa dessa biodiversidade.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Albert, J. S., Fernandes-Matioli, F. M., Almeida-Toledo, L. F. (1999). New species of<br />
Gymnotus (Gymnotiformes, Teleostei) from Southeastern Brazil: towards the<br />
deconstruction of Gymnotus carapo. Copeia, 1999(2): 410-421.<br />
Avise, J. C. (1994). Molecular markers, natural history and evolution. New York: Chapman e<br />
Hall.<br />
Barrett, R. D. H., Hebert, P. D. (2005). Identifying spiders through DNA barcodes. Can J<br />
Zool, 83:481-491.<br />
Benine, R.C., Mariguela, T.C., Oliveira, C. (2009). New species of Moenkhausia Eigenmann,<br />
1903 (Characiformes: Characidae) with comments on the Moenkhausia oligolepis<br />
species complex. Neotropical Ichthyology, 7(2):161-168.<br />
Brower, A.V. Z. (2006). Problems with DNA barcodes for species delimitation: 'ten species'<br />
of Astraptes fulgerator reassessed (Lepidoptera: Hesperiidae). Syst Biodiv, 4(2):127-132.<br />
Carvalho, M.R., Bockmann, F.A., Amorim, D.S. et al. (2007). Taxonomic Impediment or<br />
Impediment to Taxonomy? A Commentary on Systematics and the Cybertaxonomic-<br />
Automation Paradigm. Evol Biol, 34:140-143.<br />
DeQueiroz, K. (2005). Ernst Mayr and the modern concept of species. Proc Natl Acad Sci<br />
USA, 102(s1):6600-6607.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
47
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
DeSalle, R., Egan, M. G., Siddall, M. (2005). The unholy trinity: taxonomy, species<br />
delimitation and DNA barcoding. Phil Trans Royal Soc B, 360:1905-1916.<br />
Ebach, M. C., Holdrege, C. (2005). DNA barcoding is no substitute for taxonomy. Nature,<br />
434:697.<br />
Godfray, H.C.J. (2007). Linnaeus in the information age. Nature, 446:259-260.<br />
Goldstein, P. Z., DeSalle, R. (2000). Phylogenetic species, nested hierarchies, and<br />
character fixation. Cladistics, 16:364–384.<br />
Goldstein, P. Z., DeSalle, R. (2003). Calibrating phylogenetic species formation in a<br />
threatened insect using DNA from historical specimens. Mol. Ecol., 12:1993–1998.<br />
Goldstein, P. Z., DeSalle, R., Amato, G., Vogler, A. P. (2000). Conservation genetics at the<br />
species boundary. Conserv. Biol., 14:120–131.<br />
Gregory, T.R. (2005). DNA barcoding does not compete with taxonomy. Nature, 434:1067-<br />
1067.<br />
Hajibabaei M., Singer, G. A., Hebert, P. D. N., Hickey, D. A. (2007). DNA barcoding: how it<br />
complements taxonomy, molecular phylogenetics and population genetics. Trends in<br />
Genetics, 23(4):167-172.<br />
Harrison, I. J., Nirchio, M., Oliveira, C., Ron, E., Gavira, J. (2007). A new species of mullet<br />
(Teleostei: Mugilidae) from Venezuela, with a discussion on the taxonomy of Mugil<br />
gaimardianus. J Fish Biol, 71 (supl. A): 76-97.<br />
Hebert, P. D. N., Cywinska, A., Ball, S. L., deWaard, J. R. (2003a). Biological identifications<br />
through DNA barcodes. Proc R Soc Lond B, 270:313-322.<br />
Hebert, P. D. N., Penton, E.H., Burns, J.M., Janzen, D. H., Hallwachs, W. (2004b). Ten<br />
species in one: DNA barcoding reveals cryptic species in the neotropical skipper butterfly<br />
Astraptes fulgerator. Proc Natl Acad Sci USA, 101(41):14812-14817.<br />
Hebert, P. D. N., Ratnasingham, S., deWaard, J. R. (2003b). Barcoding animal life:<br />
cytochrome c oxidase subunit 1 divergences among closely related species. Proc Biol<br />
Sci, 270:S96-99.<br />
Hebert, P. D. N., Stoeckle, M. Y., Zemlak, T. S., Francis, C. M. (2004a). Identification of birds<br />
through DNA Barcodes. PLoS Biol, 2(10):1567-1663.<br />
Hillis, D. M., Moritz, C., Mable, B. K. (1996). Molecular Systematics. Massachusetts: Sinauer<br />
Associates Incorporation.<br />
Hogg, I.D., Hebert, P.D.N. (2004). Biological identification of springtails (Collembola:<br />
Hexapoda) from the Canadian Arctic, using mitochondrial DNA barcodes. Can J Zool,<br />
82: 749–754.<br />
Hubert, N., Hanner, R., Holm, E., Mandrak, N.E., Taylor, E., Burridge, M., Watkinson, D.,<br />
Dumont, P., Curry, A., Bentzen, P., Zhang, J., April, J., Bernatchez, L. (2008). Identifying<br />
Canadian Freshwater Fishes through DNA Barcodes. Plos One, 3: 2429.<br />
Köhler, F. (2007). From DNA taxonomy to barcoding - how a vague idea evolved into a<br />
biosystematic tool. Zool Reihe, 83:44-51.<br />
Kress, W.J., Wurdack, K.J, Zimmer, E.A., Weigt, L.A., Janzen, D.H. (2005). Use of DNA<br />
barcodes to identify flowering plants. Proc Natl Acad Sci USA, 102: 8369-8374.<br />
Lahaye, R., Bank, M., Bogarin, D., et al. (2008). DNA barcoding the floras of biodiversity<br />
hotspots. Proc Natl Acad Sci USA 105:2923-2928.<br />
Lipscomb, D., Platnick, N., Wheeler, Q. (2003). The intellectual content of taxonomy: a<br />
comment on DNA taxonomy. Trends Ecol Evol, 18:65-66.<br />
Manwell, C., Baker, C.M.A. (1963). A sibling species of seacucumber discovered by starchgel<br />
electrophoresis. Comp Biochem Physiol, 10: 39–53.<br />
May, R. M. (1988). How many species are there on Earth? Science, 241:1441–1449.<br />
Mayr, E. (1969). Principles of systematic zoology. New York , McGraw-Hill.<br />
Meier, R., Shiyang, K., Vaidya, G., Ng, P. K. L. (2006). DNA barcoding and taxonomy in<br />
Diptera: a tale of high intraspecific variability and low identification success. Syst Biol,<br />
55(5):715-728.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
48
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Meyer, C. P., Paulay, G. (2005). DNA barcoding: error rates based on comprehensive<br />
sampling. PLoS Biol, 3(12):1-10.<br />
Miller, S. E. (2007). DNA barcoding and the renaissance of taxonomy. Proc Natl Acad Sci<br />
USA, 104:4775-4776.<br />
Moritz, C. and Cicero, C. (2004). DNA barcoding: promise and pitfalls. PLoS Biol,<br />
2(10):1529-1531.<br />
Rosenberg, N. A. (2007). Statistical tests for taxonomic distinctiveness from observations of<br />
monophyly. Evolution, 61: 317-323.<br />
Rubinoff, D. (2006). DNA barcoding evolves into the familiar. Cons Biol, 20:1548-1549.<br />
Smith, M. A., Woodley, N. E., Janzen, D. H., Hallwachs, W., Hebert, P. D. N. (2006). DNA<br />
barcodes reveal cryptic host-specificity within the presumed polyphagous members of a<br />
genus of parasitoid flies (Diptera: Tachinidae). Proc Natl Acad Sci USA, 103(10):3657-<br />
3662.<br />
Stahls, G., Savolainen, E. (2008). MtDNA COI barcodes reveal cryptic diversity in the Baetis<br />
vernus group (Ephemeroptera, Baetidae). Mol Phylogen Evol, 46:82–87.<br />
Stoeckle, M. (2003). Taxonomy, DNA, and the Bar Code of Life. BioScience, 53:2.<br />
Stoeckle, M., Waggoner, P.E., Ausubel, J.H. (2005). Barcoding life, illustrated. Goals,<br />
rationale, results. www.barcoding.si.edu.<br />
Tautz, D., Arctander, P., Minelli, A., Thomas, R. H., Vogler, A. P. (2002). DNA points the way<br />
ahead in taxonomy. Nature 418: 479.<br />
Tautz, D., Arctander, P., Minelli, A., Thomas, R. H., Vogler, A. P. (2003). A plea for DNA<br />
taxonomy. Trends Ecol Evol, 18:70–74.<br />
Valdez-Moreno, M., Ivanova, N. V., Elías-Gutiérrez, M., Contreras-Balderas, S., e Hebert, P.<br />
D. N. (2009). Probing diversity in freshwater fishes from Mexico and Guatemala<br />
with DNA barcodes. J Fish Biol, 74(2): 377-402.<br />
Vences, M., Thomas, M., Van der Meijden, A., Chiari, Y., Vieites, D. R. (2005). Comparative<br />
performance of the 16S rRNA gene in DNA barcoding of amphibians. Frontiers in Zool,<br />
2: 1-12.<br />
Ward, R. D., Zemlak, T. S., Innes, B. H., Last, P. R., Hebert, P. D. N. (2005). DNA barcoding<br />
Australia’s fish species. Phil Trans R Soc B, 359:1847-1857.<br />
Ward, R.D., Hanner, R., Hebert, P.D.N. (2009). The campaign to DNA barcode all fishes,<br />
FISH-BOL. J Fish Biol, 74:329–356.<br />
Waugh, J. (2007). DNA barcoding in animal species: progress, potential and pitfalls.<br />
BioEssays, 29:188-197.<br />
Whitfield, J. (2003). DNA barcodes catalogue animals. Nature. News Service. Available on<br />
URL http://www.nature.com/news/2003/030512/full/0305127.html. Acessado em<br />
01/05/2007.<br />
Wiemers, M., Fiedler, K. (2007). Does the DNA barcoding gap exist? – a case study in blue<br />
butterflies (Lepidoptera: Lycaenidae). Frontiers in Zool., 4(8):1-16.<br />
Woese, C.R., Fox, G.E. (1977). Phylogenetic structure of the prokaryotic domain: the primary<br />
kingdoms. Proc Natl Acad Sci USA, 97: 8392–8396.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
49
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
THE GAMA APPROACH TO THE ANALYSIS OF<br />
LARGE GERMPLASM COLLECTIONS: THE<br />
EXAMPLE OF COMMON BEAN LANDRACES<br />
FROM BRAZIL<br />
Gepts P 1* , Burle ML 1,2 , Noronha SE 2 , Fonseca JR 3 , del Peloso MJ 3 , Melo LC 3 , Temple<br />
SR 1 , Kami JA 1<br />
1 Department of Plant Sciences, UCLA-Davis,USA<br />
2 EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia<br />
3 EMBRAPA Arroz e Feijão<br />
* Email: plgepts@ucdavis.edu<br />
Keywords: adaptation, drought, heat, Phaseolus vulgaris, geographic information systems, SSR<br />
markers<br />
ABSTRACT<br />
Background: The sheer size of some germplasm collection prevents a more thorough<br />
evaluation of their agronomic diversity. Here we propose a novel approach combining data of<br />
Geographic information systems, Agronomic evaluation, and Molecular analyses (GAMA) to<br />
facilitate a preliminary screen of the germplasm and identify genetically distinct groups of<br />
accessions with characteristic agronomic traits and putative adaptation to specific<br />
environmental conditions. Following this hypothesis-defining phase, a hypothesis-verifying<br />
phase should be conducted to verify the adaptation under controlled experimental conditions.<br />
Results: We illustrate this approach using a sample of 279 geo-referenced landraces of<br />
common bean from the different bean-growing regions in Brazil. This sample was first<br />
characterized at the molecular level with 74 markers of known map location and at the<br />
phenotypic level for agronomic traits. Subsequently, this bean sample was evaluated for<br />
morpho-agronomic traits at UC Davis and Santo Antônio de Goiás. Finally, correlations<br />
between coordinates of origin or markers and a broad range of environmental variables,<br />
including temperature and rainfall, were determined. Some of the results include: a) There<br />
were limited differences in environmental distribution between Andean and Mesoamerican<br />
gene pool beans; and b) The ‘mulatinho’ market class originated in regions that were warmer<br />
and received less rainfall than those of other market classes, such as the ‘roxo’ class.<br />
Correlations between environmental variables and specific markers identified 24 markers<br />
associated with rainfall during the growing season, five markers with average annual<br />
temperature and a sixth with altitude. Further research will be conducted to verify the heat<br />
and drought tolerance of ‘mulatinhos’ and further narrow down those regions of the bean<br />
genome that are responsible for drought and heat tolerance. Conclusion: This example<br />
illustrates how the GAMA approach can help narrow down a germplasm collection, in this<br />
case identify a group of cultivars with potential tolerance to drought or heat tolerance, which<br />
can then be analyzed in more detail.<br />
1. BACKGROUND<br />
Since the 1930s, there has been a realization and preoccupation that the genetic diversity of<br />
our crops is decreasing and even threatened by extinction in agricultural fields (e.g., Harlan<br />
and Martini 1936). There are multiple causes for this phenomenon, including the tremendous<br />
population growth our planet has witnessed in the 20 th century and the ensuing habitat<br />
destruction, the development of improved varieties and the corresponding displacement of<br />
traditional (heirloom or landrace) varieties, and the increased marketing exigencies,<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
50
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
especially in a globalized context. Further research on genetic diversity of crops has outlined<br />
three major phases of reduction in genetic diversity (Gepts 2004, 2006). In addition to the<br />
reduction in the 20 th century just mentioned, there was also a reduction in genetic diversity<br />
during the process of domestication and initiation of agriculture, which has been documented<br />
in numerous crops and with several molecular approaches (e.g., Gepts et al. 1986, Sonnante<br />
et al. 1994, Hyten et al. 2006, Kim et al. <strong>2012</strong>, Veasey et al. 2011). Subsequent to<br />
domestication, the spread of cultivars from the initial domestication centers to other regions<br />
of the world also led to reductions in genetic diversity<br />
In response to this so-called genetic erosion (van de Wouw et al. 2010) not only of seeds or<br />
other planting materials but also of traditional knowledge (Brush and Stabinski 1996; Brush<br />
2004). It should be noted that very few activities have been set in motion to mitigate the<br />
causes of genetic diversity losses. Instead, two main approaches have been proposed to<br />
conserve crop genetic diversity per se, which are in situ and ex situ conservation (Gepts<br />
2006). The former approach involves conservation in the native habitats, whether agricultural<br />
or natural. The latter approach involves a network of gene banks where crop biodiversity can<br />
be stored and maintained. The scope and size of these gene banks differ tremendously, with<br />
some of the largest containing several tens of thousands of accessions (Qualset and Shands<br />
2005).<br />
Paradoxically, the size of the gene banks can limit their impact because it becomes quite<br />
difficult to implement a generalized and systematic evaluation of all accessions. To address<br />
this issue, the concept of “core collection” has been proposed (Brown 1989; Brown and<br />
Spillane 1999). A core collection consists of a sample including 5-10% of the whole<br />
collection; individual accessions of the core collection are chosen to represent the diversity of<br />
the entire collection. Thus, the purpose of the development of a core collection is to<br />
maximize the genetic diversity within the core sample. Because most accessions, however,<br />
have not been evaluated, the choice is made based generally on the basis of geographic<br />
information, i.e., often by country of origin and some readily available traits such as seed<br />
type.<br />
A potential weakness of the core collection concept is that the development of a robust core<br />
collection actually depends on evaluation data, which are – almost by definition – not<br />
available. This situation calls for the search for alternative data to be used in the<br />
development of core collection, specifically, and the use of germplasm collection, in general.<br />
One type of data is the geographic origin, based on precise coordinates. Based on these<br />
coordinates one can then establish correlations between specific phenotypes and<br />
environmental variables, such as climate data. Furthermore, landscape genetic approaches<br />
can then be applied to determine the existence of correlations between these variables and<br />
specific alleles at molecular loci. Both types of correlations are hypothesis-generating in that<br />
the associations just mentioned can be verified with additional field experimentation.<br />
In the research reported here, we sought to test this approach on a sample of Brazilian<br />
landraces of common bean from the germplasm collection at EMBRAPA-CNPAF. We call<br />
this approach GAMA (GIS-Agronomic-Molecular Approach) because the germplasm<br />
characterization involves an integration of these three types of data.<br />
2. RESULTS AND DISCUSSION<br />
2.1 Bean sample<br />
Accessions included in the sample for this study were provided by the Common Bean Gene<br />
Bank at the Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) Arroz e Feijão<br />
(CNPAF, Santo Antônio de Goiás, GO). Based on passport data, one randomly chosen<br />
accession per Brazilian municipality was included in the study sample to maximize the<br />
geographic representation of the sample. To the best of our knowledge, all accessions were<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
51
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
landraces; special attention was applied to ensure that the most important landraces within<br />
each region were<br />
represented in the study sample. Thus, a total of 279 geo-referenced landrace accessions of<br />
common bean were included (Supplementary (Table 1; Fig. 1). Two other accessions of<br />
common bean were included as controls: BAT93 as a breeding line typical of the<br />
Mesoamerican gene pool, and Jalo EEP553 as a representative Andean cultivar (and,<br />
furthermore, a cultivar in Brazil; Voysest 1983). The two lines are also the parents of the<br />
BAT93 x Jalo EEP558 recombinant inbred population, the core mapping populations in P.<br />
vulgaris (Freyre et al. 1998; Gepts et al. 2008). To our knowledge, this is one of the broadest<br />
surveys of bean diversity in Brazil.<br />
2.2 Main results<br />
2.2.1. Molecular diversity<br />
Diversity at the molecular diversity was studied with a sample of 74 molecular markers –<br />
mostly microsatellite or SSR markers - distributed over the 11 chromosomes of the commonbean<br />
genome (Burle et al. 2010). Both domesticated gene pools – Andean and<br />
Mesoamerican – were present in Brazil, confirming earlier observations of Gepts et al. (1988)<br />
and Pereira and Souza (1992), but at quite different frequencies. Andean accessions<br />
accounted for 20% of the sample, whereas Mesoamerican accessions represented 80% of<br />
the sample. Quite strikingly, however, there was limited introgression between the two gene<br />
pools (< 5%), in spite of the sympatry of the two gene pools. This observation is consistent<br />
with observations by others (e.g., Kwak and Gepts 2009; Blair et al. 2009). Compared to<br />
centers of origin in Mesoamerica and the Andes, Brazilian landraces showed less genetic<br />
diversity as mean gene diversity was 0.46 (0.63 in a domesticated sample from the primary<br />
centers of origin: Kwak and Gepts 2009). In spite of their sympatry, the distinctness of the<br />
Andean and Mesoamerican gene pools is maintained. This may be due to the high frequency<br />
of hybrid inviability genes in the predominant eco-geographic races present in Brazil, namely<br />
race Mesoamerica (in the Mesoamerican gene pool) and race Nueva Granada (in the<br />
Andean gene pool).<br />
Analyses of SSR genetic diversity within the two major gene pools showed that the Andean<br />
gene pool in Brazil is quite homogeneous. In contrast, the Mesoamerican gene pool can be<br />
further subdivided into four groups and – intriguingly – a large fraction of accessions that<br />
represent hybrids among the four groups. The high frequency (about half of the<br />
Mesoamerican accessions) of hybrid accessions, resulting from admixture among the<br />
different Mesoamerican groups raises several questions, such as the frequency of<br />
hybridizations. Previous studies have shown the importance of gene flow in common bean<br />
(although they were primarily focused on wild x domesticated crosses; Papa and Gepts<br />
2003). Nevertheless, it is reasonable to assume that admixture can take place among<br />
domesticated types as well (Ibarra-Pérez et al. 1997). An addition question is the<br />
consequence of this extensive hybridization for bean breeding. Do hybrid accessions have<br />
broader adaptation than their “pure” parents? Are they higher yielding? Further research is<br />
needed to answer these questions.<br />
Molecular marker analyses also showed extensive multilocus associations, even among<br />
markers on different linkage groups. In the entire study sample (combining Andean and<br />
Mesoamerican accessions), 80% of the 1,676 locus pairs were in genome-wide linkage<br />
disequilibrium (LD). When considering the two gene pools separately, the frequency of locus<br />
pairs in LD decreased to 8% in the Andean gene pool and 23% in the Mesoamerican gene<br />
pool. The LD data, and earlier information on allozyme data (Koenig and Gepts 1989, Singh<br />
et al. 1991), suggest that association analyses should be conducted separately in the<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
52
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Andean and Mesoamerican gene pools to avoid confounding effects between gene pool<br />
membership and associations due to close linkage.<br />
2.2.2. Morpho-agronomic diversity<br />
Field observations showed that the sample included high levels of diversity, particularly for<br />
seed types (color, size), growth habit, and susceptibility to rust and common bacterial blight.<br />
However, like for molecular diversity, not all diversity observed in the centers of origin was<br />
present among Brazilian landraces. A principal component analysis showed a major<br />
separation along the first axis (39%) corresponding to the divergence between Andean and<br />
Mesoamerican gene pools (Burle et al. 2011).<br />
The second axis of the principal component analysis revealed subdivisions within the two<br />
gene pools according to growth habit and the number of days to flowering. A canonical<br />
discriminant analysis confirmed the principal component analysis. It showed that the main<br />
traits separating accessions on the first canonical axis were – in decreasing order of<br />
magnitude – seed weight, flower color (wind and standard), pod beak position, and flower<br />
standard striping. On the second canonical axis, the main traits were flower wing color, seed<br />
coat color pattern, and growth habit (Burle et al. 2011).<br />
When combining molecular and morpho-agronomic data, it is possible to identify four groups<br />
within the Mesoamerican gene pool (in addition to the Andean group). Each of these groups<br />
includes different market types (Table 1).<br />
Table 1. Brazilian market types identified in each group of accessions (subpopulations).<br />
The groups of accessions were identified in Burle et al. (2010) based<br />
on molecular data (74 markers) and presetting Structure to K=5 (table from Burle<br />
et al. 2011).<br />
Groups of<br />
accessions Market types<br />
1 (A) a<br />
Manteigão, Preto, Branco, Vermelho, Amendoim, Outros<br />
2 (M) Preto (91%), Pardo<br />
3 (M) Carioca, Mulatinho, Rosinha, Pardo, Preto, Vermelho, Amarelo, Outros<br />
4 (M) Roxo, Rosinha, Amarelo, Pardo b , Mulatinho b<br />
5 (M) Preto (70%), Mulatinho, Pardo b , Branco b<br />
H c<br />
Pardo, Roxo, Rosinha, Preto, Mulatinho, Amarelo, Branco, Outros.<br />
a A=Andean gene pool; M=Mesoamerican gene pool, according to Burle et al. (2010)<br />
b Just one single accession of the commercial type was identified in the respective group.<br />
c Accessions identified as hybrid among the Mesoamerican groups (accessions with less than<br />
80% of genetic background from a single group were considered as hybrids), according to Burle<br />
et al. (2010).<br />
Several market types occurred predominantly in a single group, such as the Carioca,<br />
Mulatinho, and Roxo types. The Preto types were members of two different groups. Overall,<br />
the morpho-agronomic diversity suggests that two of the six major eco-geographic races are<br />
represented in Brazil, namely race Mesoamerica for the Mesoamerican gene pool and race<br />
Nueva Granada for the Andean gene pool.<br />
2.2.3 Geographic Information System (GIS) data<br />
Collection sites were over- layered with geographic information system data from ecogeographic<br />
databases using ARCGIS 9.2. (Table 2) (Burle 2008).<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
53
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Table 2. Sources of geographic information system (GIS) data (from Burle et al., in<br />
preparation)<br />
Environmental variables Source Reference<br />
Major biomes Federal Conservation Units of Brazil IBGE 1994<br />
Geomorphological Units Mapa de Unidades de Revelo do<br />
Brasil<br />
IBGE 1993<br />
Soil fertility classes, soil slope classes Macroecological Delineation of EMBRAPA<br />
Brazil<br />
1992/1993<br />
Mean annual temperature IBGE 1978<br />
Mean diurnal temperature range (BIO2), annual<br />
precipitation (BIO12), and precipitation<br />
seasonality (BIO15); precipitation of warmest<br />
quarter (BIO18), precipitation of wettest quarter<br />
(BIO16), mean temperature of warmest quarter<br />
(BIO10), mean temperature of wettest quarter<br />
(BIO8)<br />
BIOCLIM Hijmans et al. 2005<br />
Common bean in Brazil is grown in a wide range of environments, including the Atlantic<br />
Forest, Caatinga, Cerrado, Coastal vegetation, Grasslands, Pantanal, Pine forest, and Semideciduous<br />
forest. In the quarter that most likely matches the bean cultivation period, total<br />
precipitation ranged from 50 to 900 mm and mean temperature from 28 to 40°C. There was<br />
no difference in the geographic or environmental distribution of Andean and Mesoamerican<br />
accessions, with the exception of altitude. For the latter variable, there was a significant<br />
although small difference (Andean: 622 m; Mesoamerican: 530 m) (Burle 2008).<br />
Among market types, there were statistically significant differences between the ‘mulatinho’,<br />
types on the one hand, and other market types, on the other. In general, ‘mulatinho’ types<br />
were grown at lower altitudes and in areas with higher mean annual temperatures and lower<br />
annual precipitation (Burle et al., in preparation). These data suggests that, on average,<br />
‘mulatinho’ varieties may be more tolerant to heat and drought than other market classes.<br />
Further research is needed to confirm the overall drought tolerance of the ‘mulatinho’ class,<br />
to determine variability within this class, and to identify the actual mechanism involved (Burle<br />
2008).<br />
2.2.4 Molecular linkage mapping<br />
Two statistical methods were used to identify molecular markers correlated with climatic<br />
variables. The FDIST2 (Beaumont and Nichols 1996) is based on the relationship between<br />
differentiation (FST) and heterozygosity. Outliers of this relationship may be under selection or<br />
linked to genomic regions under selection. The SAM method (Joost et al. 2007) runs logistic<br />
regressions and uses a likelihood ratio test or the Wald test to determine statistical<br />
significance.<br />
The SAM software identified 24 loci correlated with total precipitation for the cultivation<br />
trimester, distributed over 9 of the 11 chromosomes of common bean. In contrast, SAM<br />
identified only five loci significantly correlated with mean annual temperature. FDIST2<br />
identified six loci showing a significant departure in the relationship between FST and<br />
heterozygosity. A conservative approach is to focus primarily on those markers identified by<br />
two or more of the methods (Table 3).<br />
Table 3. Number of loci significantly associated with rainfall during the cultivation<br />
trimester (P) and mean annual temperature (Temp) as identified by SAM (Joost et al.<br />
2007) and loci with significant divergence as identified by FDIST2 (Beaumont and Nichols<br />
1996)<br />
SAM P SAM Temp FDIST2<br />
SAM P 18 3 3<br />
SAM Temp 2<br />
FDIST2 1<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
54
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
SAM P, temp & FDIST2 2<br />
Two loci were identified by the three analyses, two by FDIST2 and SAM P, and three by<br />
SAM P and SAM Temp. These loci (or the regions they mark) are primary targets for further<br />
analyses to confirm these results and, eventually, to identify the genes involved.<br />
3 CONCLUSIONS<br />
The GAMA (GIS data - Agronomic data – Molecular data) approach described here provides<br />
a powerful way to characterize germplasm data, i.e., to identify potential accessions for<br />
further testing to identify specific agronomic traits. Combined with a genomic approach, it<br />
also provides a means to identify potential genes or genome regions involved in the<br />
inheritance of these agronomic traits. Limitations include the need for: a) coordinates of<br />
origin; b) GIS data of relevance to the geographic distribution of variables that represent<br />
potential selective forces. For abiotic variables, such as climate, the information may be<br />
present already. For biotic information, however, the information needs to be developed.<br />
There is a substantial need for further research to confirm the main findings. This research<br />
involves plant physiology, genetics, and genomics. The ultimate goals are, of course, the<br />
more efficient use of germplasm collections and the development of improved cultivars.<br />
4. MATERIALS AND METHODS<br />
For more information on the Materials and Methods used in these studies, the reader is<br />
referred to Burle (2008) and Burle et al. (2010, 2011).<br />
5. AUTHOR INFORMATION AND CONTRIBUTIONS<br />
PG conceived of the study and directed research conducted by MB. He also wrote the<br />
present contribution. MB performed most of the field research, molecular analyses, and<br />
statistical analyses, as part of her PhD thesis research at the University of California, Davis.<br />
SEN contributed to the statistical analyses of GIS-related data. MJP and LCM evaluated the<br />
materials in the field at EMBRAPA-CNPAF. SRT helped in the field experiments at UC Davis.<br />
JAK assisted in the molecular analyses.<br />
ACKNOWLEDGEMENTS<br />
We very grateful to the former Curator Jaime Fonsêca, who helped choosing the landrace<br />
sample and helped on the classification into market types.<br />
Funding: A CAPES (Brazil) fellowship to MLB is gratefully acknowledged.<br />
USDA/FAS/ICD/RSED provided funds for the molecular analysis. EMBRAPA Arroz e Feijão<br />
provided funds to conduct the field experiment in Brazil.<br />
REFERENCES<br />
Beaumont MA, Nichols RA. 1996. Evaluating loci for use in genetic analysis of population<br />
structure. Proc. R. Soc. London Ser. B, 263: 1619-1626.<br />
Blair M, Díaz L, Buendía H, Duque M. 2009. Genetic diversity, seed size associations and<br />
population structure of a core collection of common beans (Phaseolus vulgaris L.).<br />
Theor Appl Genet, 119: 955-972.<br />
Brown AHD, Spillane C. 1999. Implementing core collections-principles, procedures,<br />
progress, problems and promise. In: Johnson RC, Hodgkin T eds. Core collections for<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
55
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
today and tomorrow. Rome, Italy, International Plant Genetic Resources Institute: pp.<br />
1-9.<br />
Brown HDA. 1989. Core collections: a practical approach to genetic resources<br />
management. Genome, 31: 818-824.<br />
Brush SB. 2004. Farmers' bounty, New Haven, CT, Yale University Press.<br />
Brush SB, Stabinsky D. 1996. Valuing local knowledge: indigenous people and intellectual<br />
property rights. Washington, DC, Island Press.<br />
Burle M. 2008. Assessing the genetic diversity of common bean (Phaseolus vulgaris L.)<br />
landraces from Brazil: from genetic structure to landscape distribution, PhD,<br />
University of California, Davis.<br />
Burle ML, Fonseca J, Kami JA, Gepts P. 2010 Microsatellite diversity and genetic structure<br />
among common bean (Phaseolus vulgaris L.) landraces in Brazil, a secondary center<br />
of diversity. Theor Appl Genet, 121: 801-813.<br />
Burle ML, Fonseca JR, José del Peloso M, Melo LC, Temple SR, Gepts P. 2011.<br />
Integrating phenotypic evaluations with a molecular diversity assessment of a<br />
Brazilian collection of common bean landraces. Crop Science, 51: 2668-2680.<br />
Freyre R, Skroch P, Geffroy V, Adam-Blondon A-F, Shirmohamadali A, Johnson W,<br />
Llaca V, Nodari R, Pereira P, Tsai S-M, Tohme J, Dron M, Nienhuis J, Vallejos C,<br />
Gepts P. 1998. Towards an integrated linkage map of common bean. 4.<br />
Development of a core map and alignment of RFLP maps. Theor. Appl. Genet., 97:<br />
847-856.<br />
Gepts P. 2004. Domestication as a long-term selection experiment. Plant Breeding Reviews,<br />
24 (Part 2): 1-44.<br />
Gepts P. 2006. Plant genetic resources conservation and utilization: The accomplishments<br />
and future of a societal insurance policy. Crop Science, 46: 2278-2292.<br />
Gepts P, Aragão FJL, Barros Ed, Blair MW, Brondani R, Broughton W, Galasso I,<br />
Hernández G, Kami J, Lariguet P, McClean P, Melotto M, Miklas P, Pauls P,<br />
Pedrosa-Harand A, Porch T, Sánchez F, Sparvoli F, Yu K. 2008. Genomics of<br />
Phaseolus beans, a major source of dietary protein and micronutrients in the Tropics.<br />
In: Moore PH, Ming R eds. Genomics of Tropical Crop Plants. Berlin, Springer: pp.<br />
113-143.<br />
Gepts P, Kmiecik K, Pereira P, Bliss FA. 1988. Dissemination pathways of common bean<br />
(Phaseolus vulgaris, Fabaceae) deduced from phaseolin electrophoretic variability. I.<br />
The Americas. Economic Botany, 42: 73-85.<br />
Gepts P, Osborn TC, Rashka K, Bliss FA. 1986. Phaseolin-protein variability in wild forms<br />
and landraces of the common bean (Phaseolus vulgaris): evidence for multiple<br />
centers of domestication. Economic Botany, 40: 451-468.<br />
Harlan HV, Martini ML. 1936. Problems and results in barley breeding. Yearbook of<br />
agriculture. Washington, DC, USDA.<br />
Hyten DL, Song QJ, Zhu YL, Choi IY, Nelson RL, Costa JM, Specht JE, Shoemaker RC,<br />
Cregan PB. 2006. Impacts of genetic bottlenecks on soybean genome diversity.<br />
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,<br />
103: 16666-16671.<br />
Ibarra-Pérez F, Ehdaie B, Waines G. 1997. Estimation of outcrossing rate in common bean.<br />
Crop Sci., 37: 60-65.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
56
29º ENCONTRO SOBRE TEMAS <strong>DE</strong> GENÉTICA E MELHORAMENTO<br />
"Genômica Populacional e <strong>Genética</strong> da Conservação"<br />
Joost S, Bonin A, Bruford MW, DesprÉS L, Conord C, Erhardt G, Taberlet P. 2007. A<br />
spatial analysis method (SAM) to detect candidate loci for selection: towards a<br />
landscape genomics approach to adaptation. Molecular Ecology, 16: 3955-3969.<br />
Kim MY, Van K, Kang YJ, Kim KH, Lee SH. <strong>2012</strong>. Tracing soybean domestication history:<br />
From nucleotide to genome. Breeding Science, 61: 445-452.<br />
Koenig R, Gepts P. 1989. Allozyme diversity in wild Phaseolus vulgaris: further evidence for<br />
two major centers of diversity. Theoretical and Applied Genetics, 78: 809-817.<br />
Kwak M, Gepts P. 2009. Structure of genetic diversity in the two major gene pools of<br />
common bean (Phaseolus vulgaris L., Fabaceae). Theoretical and Applied Genetics,<br />
118: 979-992.<br />
Papa R, Gepts P. 2003. Asymmetry of gene flow and differential geographical structure of<br />
molecular diversity in wild and domesticated common bean (Phaseolus vulgaris L.)<br />
from Mesoamerica. Theoretical and Applied Genetics, 106: 239-250.<br />
Pereira PA, Souza CRB. 1992. Tipos de faseolina em raças “crioulas” de feijão no Brasil.<br />
Pesq Agrop Bras, 27: 1219–1221.<br />
Qualset CO, Shands HL. 2005. Safeguarding the future of U.S. agriculture: the need to<br />
conserve threatened collections of crop diversity worldwide,<br />
www.croptrust.org/documents/WebPDF/TrustReportfinal.pdf, University of California,<br />
Division of Agriculture and Natural Resources, Genetic Resources Conservation<br />
Progam.<br />
Singh SP, Nodari R, Gepts P. 1991. Genetic diversity in cultivated common bean. I.<br />
Allozymes. Crop Science, 31: 19-23.<br />
Sonnante G, Stockton T, Nodari RO, Becerra Velásquez VL, Gepts P. 1994. Evolution of<br />
genetic diversity during the domestication of common-bean (Phaseolus vulgaris L.).<br />
Theoretical and Applied Genetics, 89: 629-635.<br />
van de Wouw M, Kik C, van Hintum T, van Treuren R, Visser B. 2010. Genetic erosion in<br />
crops: concept, research results and challenges. Plant Genetic Resources, 8: 1-15.<br />
Veasey EA, Piotto FA, do Nascimento WF, Rodrigues JF, Mezette TF, Borges A,<br />
Biguzzi FA, dos Santos FRC, Sobierajski GD, Recchia GH, Mistro JC. 2011.<br />
Evolutionary processes and the origin of crop plants. Ciencia Rural, 41: 1218-1228.<br />
Voysest O. 1983. Variedades de frijol en América Latina y su origen, Cali, Colombia, Centro<br />
Internacional de Agricultura Tropical.<br />
Departamento de <strong>Genética</strong>, ESALQ/<strong>USP</strong> - http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/<br />
57
PPG-GMP<br />
Pós-Graduação<br />
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> SÃO PAULO<br />
ESCOLA SUPERIOR <strong>DE</strong> AGRICULTURA<br />
“LUIZ <strong>DE</strong> QUEIROZ”<br />
<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> GENÉTICA<br />
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> SÃO PAULO<br />
ESCOLA SUPERIOR <strong>DE</strong> AGRICULTURA “LUIZ <strong>DE</strong> QUEIROZ”<br />
<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> GENÉTICA<br />
http://www.genetica.esalq.usp.br/29temas/