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20% das pessoas ficam imóveis em 70% do espaço Pela ... - Assobrav

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Publicação da Associação Brasileira de Distribui<strong>do</strong>res Volkswagen<br />

Ano 34 • n• 309<br />

Nov<strong>em</strong>bro 2O12<br />

<strong>Pela</strong> d<strong>em</strong>ocracia<br />

no trânsito:<br />

<strong>20%</strong> <strong>das</strong> <strong>pessoas</strong><br />

<strong>ficam</strong> <strong>imóveis</strong><br />

<strong>em</strong> <strong>70%</strong> <strong>do</strong> <strong>espaço</strong>


Não dá mais!<br />

To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> está fican<strong>do</strong> louco com o trânsito de São<br />

Paulo. “Acho até que vocês são civiliza<strong>do</strong>s d<strong>em</strong>ais. Se<br />

morasse aqui, seria um franco-atira<strong>do</strong>r”, disse, s<strong>em</strong><br />

pestanejar, o engenheiro italiano que visitou a capital<br />

paulista durante um congresso e teve a experiência de<br />

trafegar pela Avenida 23 de Maio às 6 da tarde no senti<strong>do</strong><br />

bairro-centro pelas pistas <strong>do</strong> meio.<br />

Ao ouvir as buzinas da fila interminável de motoqueiros que passam lamben<strong>do</strong> os<br />

retrovisores e o mar de automóveis que se move <strong>em</strong> conjunto na mesma direção, vez por<br />

outra tentan<strong>do</strong> mudar de pista, s<strong>em</strong> esquecer <strong>do</strong>s ônibus, que impõ<strong>em</strong> seu tamanho sobre<br />

to<strong>do</strong>s, lamentou ter pedi<strong>do</strong> para ver o histórico e europeu centro da cidade que a mãe,<br />

brasileira, nascida <strong>em</strong> 1940, orgulhosamente lhe conta ser muito elegante. Parece mentira,<br />

mas São Paulo já foi assim. É o que revela a matéria de capa desta edição, onde mais uma vez<br />

especialistas e autoridades da indústria automobilística discut<strong>em</strong> a necessidade urgente de<br />

soluções para o trânsito, hoje um probl<strong>em</strong>a que preocupa mais os paulistanos <strong>do</strong> que a falta<br />

de segurança ou a falta de dinheiro.<br />

Só para adiantar a sua leitura, diz a nossa reportag<strong>em</strong> que nos anos 50 São Paulo era uma<br />

cidade de modelo europeu, compacta <strong>em</strong> torno <strong>do</strong> centro; a área da região metropolitana<br />

era de 200 km², havia 700 km de trilhos, menos de 100 mil carros e os 2 milhões e 500<br />

mil habitantes faziam 95% <strong>das</strong> suas viagens de bonde. De lá para cá, a frota cresceu 70<br />

vezes e a população 10 vezes. As viagens d<strong>em</strong>oravam 10 minutos e hoje, a média otimista<br />

é de 70 minutos. Até aos sába<strong>do</strong>s a capital paulista registra médias de congestionamento<br />

equivalentes às de uma segunda-feira. Mas o probl<strong>em</strong>a não se restringe só a São Paulo.<br />

Estu<strong>do</strong>s indicam que outros grandes centros urbanos como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e<br />

Porto Alegre viverão igualmente um “esta<strong>do</strong> de lentidão permanente” no tráfego. A previsão<br />

é de que isso aconteça no Rio <strong>em</strong> 2014 e <strong>em</strong> BH e Porto Alegre <strong>em</strong> 2016.<br />

E qual é a solução?<br />

Não há muito o que pensar. A tendência é seguir o modelo de cidades como Londres que<br />

com o pedágio urbano instituiu políticas restritivas <strong>do</strong> uso de <strong>espaço</strong> urbano e, por outro<br />

la<strong>do</strong>, valorizou e qualificou o transporte público. Mas – alertam os especialistas, e to<strong>do</strong>s nós<br />

que sofr<strong>em</strong>os diariamente com o apagão da mobilidade - nenhum esforço terá resulta<strong>do</strong><br />

significativo se a questão <strong>do</strong> planejamento urbano não for alterada, levan<strong>do</strong> comércio,<br />

serviços e trabalho para mais perto <strong>das</strong> moradias, otimizan<strong>do</strong> o deslocamento <strong>das</strong> <strong>pessoas</strong><br />

que, afinal, são as que produz<strong>em</strong> riqueza.<br />

S H O W R O O M<br />

RECADO<br />

3


SUMÁRIO<br />

44<br />

30 A Passeio Kansas City, metade no Missouri, metade no Kansas, cresceu numa colina que t<strong>em</strong><br />

vista para a curva onde o rio Missouri vira para o leste, <strong>em</strong> direção ao rio Mississipi. Nesta região <strong>do</strong><br />

rio os índios Kansa tiveram uma grande aldeia por séculos. O nome foi uma homenag<strong>em</strong> a eles.<br />

A região metropolitana reúne mais de 2 milhões de habitantes, que se esbaldam comen<strong>do</strong> churrasco.<br />

A cidade t<strong>em</strong> o maior número de churrascarias per capita de to<strong>do</strong> os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Mas eles<br />

também a<strong>do</strong>ram jazz, que compõe a cena musical da cidade desde os anos 20, por isso, os clubes e a<br />

vida noturna intensa deram à cidade o apeli<strong>do</strong> de “Paris da Planície”.<br />

S H O W R O O M<br />

3 Reca<strong>do</strong><br />

5 E@mail<br />

6 Qu<strong>em</strong> Passou Por Aqui<br />

8 Gente<br />

14 Aonde Eu Vou Com O Meu VW<br />

18 Tendência<br />

22 Capa<br />

26 Chairman<br />

27 TechMania<br />

30 A Passeio<br />

36 Qu<strong>em</strong> Tevê?<br />

37 Sabor Particular<br />

38 Na Varanda<br />

39 Coleção<br />

40 A um toque<br />

41 Livros & Afins<br />

42 Vinhos & Videiras<br />

E@mail<br />

VW Cross Coupé<br />

Que bárbaro o Volkswagen<br />

que vocês mostraram na<br />

última capa! Quan<strong>do</strong> v<strong>em</strong> para<br />

o Brasil? S<strong>em</strong> brincadeira,<br />

sei que se trata de um carroconceito<br />

por enquanto, mas<br />

ele é muito bonito e o mais<br />

interessante, s<strong>em</strong> dúvida,<br />

é que é um híbri<strong>do</strong> - com<br />

motores elétricos e um motor<br />

térmico. Tu<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com<br />

o que é preciso para o futuro.<br />

Minha única dúvida, olhan<strong>do</strong><br />

para a imponência <strong>do</strong> carro, é:<br />

será que ele é tão econômico<br />

quanto vocês anunciaram,<br />

mesmo sen<strong>do</strong> tão grande, tão<br />

pesa<strong>do</strong>?<br />

Paulo Affonso


Showroom repaginada<br />

Parabéns pela nova<br />

diagramação e novas seções<br />

de Showroom. A leitura<br />

ficou mais leve, mas senti<br />

falta <strong>das</strong> ótimas matérias de<br />

comportamento. Não deix<strong>em</strong><br />

de publicá-las.<br />

Sofia Maria<br />

Gostei <strong>do</strong> novo layout da<br />

revista. Ficou moderno,<br />

flui<strong>do</strong>. Agilidade é tu<strong>do</strong> hoje<br />

<strong>em</strong> dia. Até mesmo para a<br />

gente se informar.<br />

Pedrina Chutner<br />

Ficou super bonita a nova<br />

Showroom. A<strong>do</strong>rei!<br />

Marta Gonçalves<br />

22 Capa Em “esta<strong>do</strong> de lentidão permanente” ao trafegar<br />

por ruas e aveni<strong>das</strong> de São Paulo, quatro milhões de <strong>pessoas</strong><br />

gastam para ir e voltar <strong>do</strong> trabalho cerca de 3 horas por<br />

dia. Ao longo <strong>do</strong> ano perd<strong>em</strong> 12 s<strong>em</strong>anas para<strong>das</strong> <strong>em</strong><br />

congestionamentos. Poderiam estar de fato trabalhan<strong>do</strong>, se<br />

divertin<strong>do</strong>, estudan<strong>do</strong>, enfim, viven<strong>do</strong>.<br />

Levantamento realiza<strong>do</strong> pelo Núcleo de Estu<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, <strong>em</strong> 2009,<br />

apontou que grandes centros urbanos como São Paulo, Belo<br />

Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre viveriam um “esta<strong>do</strong><br />

de lentidão permanente” no tráfego. Este cenário é realidade<br />

<strong>em</strong> São Paulo no ano previsto pelo estu<strong>do</strong>: 2012. No Rio será<br />

<strong>em</strong> 2014, <strong>em</strong> BH e <strong>em</strong> Porto Alegre <strong>em</strong> 2016.<br />

Acho que já está na hora<br />

de vocês pensar<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

aumentar o número<br />

de páginas. Talento e<br />

criatividade ped<strong>em</strong> mais<br />

<strong>espaço</strong>. Continu<strong>em</strong> assim.<br />

Quer<strong>em</strong>os mais novidades!<br />

Antonio Carlos Men<strong>do</strong>nça<br />

Gostei da Showroom<br />

repaginada!<br />

Rogério Wink<br />

Clientes VW<br />

prestigia<strong>do</strong>s<br />

Ótima a ideia de<br />

prestigiar os clientes<br />

<strong>das</strong> concessionárias<br />

na coluna Aonde<br />

Eu Vou Com o<br />

Meu Volkswagen.<br />

É uma iniciativa<br />

muito simpática de<br />

aproximar a marca<br />

e principalmente o<br />

presta<strong>do</strong>r de serviços<br />

de gente como eu, que<br />

desde criança an<strong>do</strong> de<br />

VW. Parabéns.<br />

Ricar<strong>do</strong> Pereira Santos<br />

Publicação mensal da<br />

Ano 34 • Edição 309 • OUT.. • 2012<br />

Conselho Editorial<br />

Antonio Francischinelli Jr. , Juan Carlos<br />

Escorza Dominguez, Mauro I.C. Imperatori e<br />

Silvia Teresa Bella Ramunno.<br />

Editoria e Redação<br />

Trade AT Once - Comunicação e Websites<br />

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Rua Itápolis, 815 • CEP 01245-000<br />

São Paulo •SP • Tel (11) 5078-5427<br />

editoria@tato.com<br />

Editora e Jornalista Responsável<br />

Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT)<br />

Projeto Gráfico e Direção de Arte<br />

Marcelo Azeve<strong>do</strong><br />

marcelo@azeve<strong>do</strong>com.com.br<br />

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(011) 5079-5181<br />

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Permitida a reprodução total ou parcial,<br />

desde que citada a fonte.<br />

As matérias assina<strong>das</strong> são de<br />

responsabilidade <strong>do</strong> autor e não reflet<strong>em</strong><br />

necessariamente a posição da <strong>Assobrav</strong>.<br />

Registro nº 137.785 – 3º Cartório Civil de<br />

Pessoas Jurídicas da Capital de São Paulo.<br />

<strong>Assobrav</strong><br />

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CEP 04057-900<br />

São Paulo – SP<br />

Tel: (11) 5078-5400<br />

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ExpEDIEntE<br />

Diretoria Executiva<br />

Presidente:<br />

Sergio Antonio Reze<br />

Vice-presidentes:<br />

André Luiz Cortes Martins<br />

Bruno Ferreira Abib<br />

Carlos Roberto Franco de Mattos Jr.<br />

Cesar Fernan<strong>do</strong> Álvares de Moura<br />

Eral<strong>do</strong> Barbosa <strong>do</strong>s Santos<br />

Francisco Veríssimo de Souza Filho<br />

Marcelo Cyrino da Silva<br />

Marcos Ricci Goldstein<br />

Mauro Pinto de Moraes Filho<br />

Diretores Ad-hoc:<br />

Álvaro Antonio Car<strong>do</strong>so de Souza<br />

Darli Antonio Borin<br />

Eduar<strong>do</strong> Rosa Biacchi<br />

Luiz Francisco Viscardi<br />

Rodrigo André Gaspar de Faria<br />

Sergio Ribeiro Werner<br />

Walter Keiti Yaginuma<br />

Conselho de Ex-Presidentes<br />

Mauro Saddi, Elias Monteiro,<br />

Paulo Pires Simões, João Cláudio<br />

Pentagna Guimarães, Rômulo D. Queiroz<br />

Monteiro Filho, Orlan<strong>do</strong> S. Álvares de<br />

Moura, Amaury Rodrigues de Amorim,<br />

Carlos Roberto Franco de Mattos,<br />

Roberto Torres Neves Osório,<br />

Elmano Moisés Nigri e<br />

Rui Flávio Chúfalo Guião.<br />

S H O W R O O M<br />

5


QUEM<br />

pASSOU<br />

pOR AQUI<br />

6<br />

Recém chega<strong>do</strong> à Rede Volkswagen e para<br />

colocar-se a par de tu<strong>do</strong> rapidamente,<br />

Leandro Moura Alencar, diretor<br />

financeiro da VW Monvep, de Montes<br />

Claros (MG), para uma maratona intensiva<br />

de reuniões com os executivos da <strong>Assobrav</strong><br />

e <strong>do</strong> Grupo Disal...<br />

Fábio Braga, gerente de Desenvolvimento<br />

da Rede Volkswagen, <strong>em</strong> mais uma<br />

iniciativa da Monta<strong>do</strong>ra <strong>em</strong> conjunto com<br />

a <strong>Assobrav</strong> para promover a energia <strong>do</strong>s<br />

concessionários...<br />

S H O W R O O M<br />

O charme, a simpatia e a competência de<br />

Ana Paula Lobão, supervisora de<br />

Propaganda da Volkswagen <strong>do</strong> Brasil <strong>em</strong> destaque<br />

para a coluna...<br />

A graça de Cássia Reis, consultora de Ven<strong>das</strong> <strong>do</strong><br />

Escritório Regional IV – Rio de Janeiro e Espírito Santo<br />

– da Volkswagen <strong>do</strong> Brasil, <strong>em</strong> pose especial para<br />

Showroom...


Marco Antonio Allegretti e sua<br />

enorme simpatia, atenden<strong>do</strong> com maestria aos<br />

concessionários da Região III – Paraná, Santa<br />

Catarina e Rio grande <strong>do</strong> Sul – já que está lota<strong>do</strong><br />

no Escritório Regional III da Monta<strong>do</strong>ra...<br />

Também <strong>do</strong> CRM da Volkswagen,<br />

Fábio Rabelo, para acompanhar<br />

as manifestações <strong>do</strong>s clientes e<br />

dimensionar o sucesso <strong>do</strong>s recentes<br />

lançamentos Gol e Voyage, assim como a<br />

satisfação <strong>do</strong>s titulares da Rede VW...<br />

Exibin<strong>do</strong> juventude e eficiência,<br />

Elisabete Marques, analista de<br />

Marketing e CRM da Volkswagen <strong>do</strong> Brasil,<br />

<strong>em</strong> pose especial para Showroom durante<br />

recente evento da Monta<strong>do</strong>ra...<br />

Maurício José da Silveira Júnior,<br />

gerente <strong>do</strong> Escritório Regional II da<br />

Volkswagen <strong>do</strong> Brasil, da importante região<br />

que circunda Campinas, interior de São Paulo,<br />

<strong>em</strong> árdua, porém compensa<strong>do</strong>ra missão de<br />

desbravar merca<strong>do</strong>...<br />

S H O W R O O M<br />

7


GEntE<br />

Willians Bini<br />

Vai dar praia?<br />

8<br />

S H O W R O O M


por Silvia Bella<br />

No passa<strong>do</strong>, <strong>em</strong> sitcoms norteamericanos,<br />

costumava ser a tarefa<br />

designada aos jornalistas iniciantes,<br />

especialmente <strong>em</strong> TV. A “moça <strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>po”, geralmente bonitinha, e de<br />

competência duvi<strong>do</strong>sa, foi largamente<br />

retratada nas comédias leves e mesmo<br />

<strong>em</strong> filmes que mostraram a desmedida<br />

ânsia por ascender na carreira de alguns<br />

célebres profissionais da imprensa<br />

estadunidense.<br />

Em qualquer <strong>das</strong> situações, porém, o noticiário meteorológico<br />

tinha grande importância dentro <strong>do</strong>s telejornais norteamericanos.<br />

Como t<strong>em</strong> até hoje, e, diga-se, cada vez ganhan<strong>do</strong><br />

mais t<strong>em</strong>po, mais recursos técnicos de apresentação e<br />

comanda<strong>do</strong>s, agora sim, por verdadeiros experts no assunto.<br />

No Brasil, havia um senhor, lá pelos anos 1965, super simpático,<br />

chama<strong>do</strong> Narciso Vernizzi, conheci<strong>do</strong> como “O Hom<strong>em</strong> <strong>do</strong><br />

T<strong>em</strong>po”, que anunciava as previsões <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> cadeia<br />

nacional. N<strong>em</strong> o seu “t<strong>em</strong>po” era longo n<strong>em</strong> suas condições<br />

técnicas ideais. É possível que as <strong>pessoas</strong> o assistiss<strong>em</strong> muito<br />

mais pela competência jornalística (Vernizzi era conheci<strong>do</strong><br />

cronista esportivo) <strong>do</strong> que pelo acerto de seus prognósticos.<br />

Naquele então, o clima também era diferente. Havia a famosa<br />

garoa da tarde na cidade de São Paulo e as estações<br />

eram defini<strong>das</strong>.<br />

Com t<strong>em</strong>peraturas agradáveis (mesmo o calorão tropical é<br />

b<strong>em</strong>-vin<strong>do</strong> para a maioria <strong>das</strong> <strong>pessoas</strong>), o “Brasil continental”<br />

t<strong>em</strong> clima bom, e também por esta razão as <strong>pessoas</strong> não<br />

ligavam muito para a previsão <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po. Mesmo com o céu<br />

nubla<strong>do</strong> na capital paulista, dava para arriscar descer a Serra.<br />

Ao passar a metade da “Muralha”, quan<strong>do</strong> os ouvi<strong>do</strong>s estavam<br />

totalmente entupi<strong>do</strong>s e a gente b<strong>em</strong> enjoada dentro <strong>do</strong> Fusca<br />

ou da Kombi, já se via o céu, lá <strong>em</strong>baixo, se abrin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>. Era<br />

um bom motivo para parar na “biquinha”, tomar água pura da<br />

rocha e olhar para o horizonte: “Vai abrir”, diziam solen<strong>em</strong>ente<br />

pais e tios. E a gente acreditava, seja pela inabalável fé que<br />

move as crianças, pela imensa vontade de entrar no mar ou<br />

pela impensável possibilidade de contestar um adulto.<br />

S H O W R O O M<br />

9


GEntE<br />

O fato é que geralmente acontecia: dava praia no<br />

fim de s<strong>em</strong>ana. Hoje é diferente, é preciso consultar<br />

o meteorologista. Mesmo déca<strong>das</strong> depois <strong>do</strong>s<br />

norte-americanos ou <strong>do</strong>s europeus, o Brasil dedica<br />

hoje um bom t<strong>em</strong>po ao noticiário meteorológico na<br />

TV, e principalmente nas <strong>em</strong>issoras de rádio – meio<br />

de comunicação por excelência de qu<strong>em</strong> enfrenta<br />

o trânsito - e ostenta meteorologistas de grande<br />

gabarito, mesmo porque, são estes profissionais os<br />

responsáveis por dar o suporte técnico pertinente<br />

ao agronegócio, nosso melhor patrimônio.<br />

Willians Bini, 37 anos, sócio da Somar Meteorologia,<br />

uma <strong>das</strong> mais conheci<strong>das</strong> e respeita<strong>das</strong> <strong>em</strong>presas<br />

<strong>do</strong> ramo, é um deles. Gradua<strong>do</strong> e Mestre<br />

pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências<br />

Atmosféricas da USP, com larga experiência no<br />

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que é<br />

o órgão público oficial de meteorologia <strong>do</strong> Brasil, e<br />

especializa<strong>do</strong> <strong>em</strong> Modelag<strong>em</strong> Meteorológica e Projeções<br />

Climáticas, Bini é hoje o “Cara <strong>do</strong> T<strong>em</strong>po”.<br />

Showroom: Por que parece ser mais difícil prever<br />

a t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> um país tropical? T<strong>em</strong>os menos<br />

recursos técnicos ou nossa condição geográfica é<br />

um complica<strong>do</strong>r para acertar a previsão?<br />

Willians Bini: Em primeiro lugar é preciso deixar<br />

claro que o Brasil é um país com dimensões<br />

continentais, com inúmeros padrões climáticos.<br />

O extr<strong>em</strong>o norte <strong>do</strong> País - que na verdade está no<br />

h<strong>em</strong>isfério norte - t<strong>em</strong> um clima totalmente diferente<br />

<strong>do</strong> extr<strong>em</strong>o sul, que é mais sub-tropical.<br />

Junte-se a isso, a maior floresta tropical <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

pulsan<strong>do</strong> forte, trazen<strong>do</strong> muita umidade, e que é a<br />

grande responsável pelo clima que t<strong>em</strong>os hoje <strong>em</strong><br />

to<strong>do</strong> o continente sul americano, definin<strong>do</strong> muito<br />

nosso regime de chuvas e, claro, de t<strong>em</strong>peratura.<br />

Some-se, ainda, a imensa costa, tu<strong>do</strong> isso deixa o<br />

nosso clima mais suscetível a eventos extr<strong>em</strong>os e a<br />

grandes variações <strong>em</strong> curto perío<strong>do</strong> de t<strong>em</strong>po. Daí,<br />

digamos, há certa dificuldade de ter previsões com<br />

grande confiabilidade durante eventos mais complica<strong>do</strong>s,<br />

como é o caso, justamente, da época de<br />

chuva – primavera-verão.<br />

É nesse perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano que as mudanças acontec<strong>em</strong><br />

mais frequent<strong>em</strong>ente e rapidamente, pegan<strong>do</strong><br />

as <strong>pessoas</strong> e os meteorologistas despreveni<strong>do</strong>s...<br />

S H O W R O O M 10<br />

Exato. É quan<strong>do</strong> começamos a ter a formação <strong>das</strong><br />

chuvas mais intensas e é quan<strong>do</strong> t<strong>em</strong>os que fazer<br />

a previsão de se a chuva intensa vai cair aqui ou<br />

ali, se a chuva prevista para a tarde vai trazer potencial<br />

para alagamento ou não... O fato de termos<br />

essas condições dinâmicas no Brasil acaba sen<strong>do</strong><br />

um certo complica<strong>do</strong>r na qualidade da previsão.<br />

Claro que a tecnologia <strong>das</strong> últimas déca<strong>das</strong> evoluiu<br />

bastante para minimizar esses erros. Na verdade,<br />

nós t<strong>em</strong>os um índice de erro de menos de 5%, mas<br />

justamente esses 5% são muito mais l<strong>em</strong>bra<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> que os 95% de acertos que a meteorologia t<strong>em</strong>.<br />

Isso acontece conosco, jornalistas, também...<br />

Imagino que sim, imagino que sim... (risos)<br />

Quer dizer então que a Floresta é mais importante,<br />

mais determinante que o mar?<br />

Não, ela é tão importante quanto. Na verdade, olha<br />

só, você disse algo importante... Recapitulan<strong>do</strong>,<br />

t<strong>em</strong>os no Brasil um país continental, t<strong>em</strong>os também<br />

relevo diferente, topografia diferente, floresta<br />

amazônica que alimenta t<strong>em</strong>porais, que alimenta<br />

com umidade o sul e o sudeste e por outro la<strong>do</strong><br />

uma extensão costeira enorme. Esse litoral t<strong>em</strong><br />

importância enorme com relação a clima no País.<br />

Por quê? O evento principal é quan<strong>do</strong> a costa <strong>do</strong><br />

Atlântico Sul – aqui próximo a São Paulo - está<br />

mais quente que o normal. Esse padrão facilita,<br />

potencializa eventos de chuva forte. Digamos que<br />

exista uma frente fria chegan<strong>do</strong> ao sudeste e as<br />

águas <strong>do</strong> Atlântico Sul estejam mais quentes que<br />

o normal, a chance de acontecer um t<strong>em</strong>poral, a<br />

chance de ter um evento de chuva extr<strong>em</strong>amente


forte, raja<strong>das</strong> de vento, formação<br />

de granizo, é grande, pelo fato de<br />

o oceano estar mais quente. Outro<br />

papel importante é des<strong>em</strong>penha<strong>do</strong><br />

pela brisa marítima, que qu<strong>em</strong> está<br />

próximo ao litoral, como nós aqui<br />

<strong>em</strong> São Paulo, perceb<strong>em</strong>os b<strong>em</strong>.<br />

A partir de determina<strong>do</strong> horário da<br />

tarde, sopra vento mais úmi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

oceano, poden<strong>do</strong> trazer à capital<br />

acontecimentos como uma tarde<br />

mais nublada, mais umidade, pode,<br />

inclusive, potencializar chuvas<br />

fortes. Um <strong>do</strong>s motivos que chove<br />

forte na região <strong>do</strong> ABC é essa, a<br />

brisa marítima que sobe a Serra e<br />

atinge aquela região.<br />

Que país vizinho teria condições<br />

similares às nossas? Colômbia,<br />

Peru, por estar<strong>em</strong> próximos à Floresta?<br />

O Peru acaba sen<strong>do</strong> o mais pareci<strong>do</strong>,<br />

ten<strong>do</strong> a contribuição ora da<br />

floresta, ora <strong>do</strong> oceano, ten<strong>do</strong> parte<br />

<strong>do</strong> território na Floresta Amazônica<br />

e parte no Pacífico, que ajuda no regime<br />

de chuvas.<br />

Agora, os argentinos com a Patagônia<br />

é que derrubam a gente<br />

com as frentes frias, não é?<br />

De certa maneira, sim (risos). A<br />

formação da frente fria s<strong>em</strong>pre<br />

acontece <strong>das</strong> altas latitudes para<br />

as baixas latitudes. Record<strong>em</strong>os:<br />

o Equa<strong>do</strong>r está na latitude zero,<br />

tu<strong>do</strong> o que está para cima ou para<br />

baixo é uma latitude maior, assim,<br />

se você vai descen<strong>do</strong> pelo Brasil, a<br />

latitude vai aumentan<strong>do</strong>. No nosso<br />

caso, s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong>os uma frente<br />

fria vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> sul. A gente brinca e<br />

diz que a frente fria v<strong>em</strong> da Argentina,<br />

na verdade, as frentes frias se<br />

formam próximo à Antártica, ou no<br />

Pacífico, que acabam cruzan<strong>do</strong> os<br />

Andes e até pod<strong>em</strong> se formar sobre<br />

a Argentina e depois chegar até<br />

nós. Isto porque a atmosfera está<br />

s<strong>em</strong>pre buscan<strong>do</strong> um equilíbrio e,<br />

partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> conceito de que o planeta<br />

Terra está giran<strong>do</strong> <strong>em</strong> torno<br />

ao sol, buscan<strong>do</strong> esse equilíbrio, o<br />

mesmo acontece com as perturbações<br />

climáticas, ou seja, o ar mais<br />

quente quer esquentar o ar mais<br />

frio, o ar mais frio vai para o ar mais<br />

quente, e assim, sucessivamente,<br />

s<strong>em</strong>pre buscan<strong>do</strong> o equilíbrio.<br />

Mudan<strong>do</strong> de h<strong>em</strong>isfério, os Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s têm muitos probl<strong>em</strong>as<br />

com o clima. Eles, sim, enfrentam<br />

eventos sérios, mas precisamos reconhecer<br />

que são muito bons nas<br />

previsões. Acertam na t<strong>em</strong>peratura<br />

– que varia bastante durante<br />

o dia – e no t<strong>em</strong>po. Eles são mais<br />

b<strong>em</strong> prepara<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que nós tecnicamente?<br />

Têm melhores instrumentos?<br />

Primeiro, é uma questão cultural.<br />

Eles têm anos acompanhan<strong>do</strong> o<br />

t<strong>em</strong>po. Os norte-americanos conviv<strong>em</strong><br />

muito mais com as condições<br />

meteorológicas <strong>do</strong> que nós, e eu<br />

acredito que seja justamente por<br />

causa da história deles, <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as<br />

com furacões e torna<strong>do</strong>s<br />

que têm, então, desde s<strong>em</strong>pre se<br />

habituaram a ouvir a meteorologia<br />

e a pesquisar muito essa ciência.<br />

Aqui no Brasil, lógico, como t<strong>em</strong>os<br />

um clima agradável, as <strong>pessoas</strong>, por<br />

cultura ainda – mas isso está mudan<strong>do</strong><br />

– não têm o hábito de acompanhar<br />

as condições <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po no dia a<br />

dia. Elas só se preocupam com isso<br />

quan<strong>do</strong> têm que ir à praia. Lá não,<br />

como têm invernos severos, a busca<br />

deles por equipamentos, tecnologia<br />

e melhores modelos de previsão<br />

é constante. Para eles é questão de<br />

sobrevivência ter previsões corretas.<br />

Eles têm realmente que se antecipar<br />

aos movimentos <strong>do</strong>s torna<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s<br />

furacões, saber para onde estão se<br />

deslocan<strong>do</strong> e qual a sua intensidade,<br />

mas ainda assim to<strong>do</strong>s os anos morr<strong>em</strong><br />

centenas de <strong>pessoas</strong> <strong>em</strong> consequência<br />

desses eventos.<br />

Nós, por outro la<strong>do</strong>...<br />

Nossa diferença com eles está na<br />

base da meteorologia, que é ter uma<br />

boa rede de estações meteorológicas.<br />

Comparan<strong>do</strong> o Brasil com os Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s, a diferença é enorme. A densidade<br />

de estações meteorológicas<br />

por quilômetro quadra<strong>do</strong> que eles<br />

têm e que nós t<strong>em</strong>os é gigantesca.<br />

Lá exist<strong>em</strong> estações espalha<strong>das</strong> por<br />

to<strong>do</strong> o país, toda a extensão territorial<br />

deles está coberta por estações meteorológicas,<br />

já aqui t<strong>em</strong>os grandes<br />

buracos, t<strong>em</strong>os uma densidade<br />

pequena, pecamos nessa questão. E<br />

por que é tão importante essa rede de<br />

estações? Porque é ali que se acompanha<br />

as condições climáticas <strong>em</strong><br />

t<strong>em</strong>po real. Essa informação – que<br />

nos chamamos de “inicial” – é que<br />

entra nos modelos meteorológicos e<br />

nos dá a previsão, então, se você parte<br />

de uma “condição inicial” que retrata<br />

muito b<strong>em</strong> o que está acontecen<strong>do</strong>,<br />

naturalmente consegue fazer com<br />

que o modelo, na hora de jogar as<br />

previsões para a frente, tenha uma<br />

assertividade maior. Ao contrário, se<br />

você parte de uma “condição inicial”<br />

S H O W R O O M11


GEntE<br />

S H O W R O O M 12<br />

não b<strong>em</strong> representada, - como no nosso caso, que<br />

não t<strong>em</strong>os um número satisfatório de estações meteorológicas<br />

- o modelo corre sério risco de não garantir<br />

boa previsão para as próximas horas ou para<br />

os próximos dias. Resumin<strong>do</strong>, a base é tu<strong>do</strong>. Como<br />

eu faço uma boa previsão? Eu preciso saber o que<br />

está acontecen<strong>do</strong> agora e jogar isso no modelo para<br />

prever. Se eu sei muito b<strong>em</strong> o que está acontecen<strong>do</strong><br />

agora, ótimo, o modelo vai conseguir rodar isso com<br />

um erro mínimo, se eu parto de uma condição inicial<br />

que eu não sei muito b<strong>em</strong> se está certa – por<br />

ex<strong>em</strong>plo, na região Amazônica e no Nordeste há<br />

poucas estações meteorológicas, há grandes buracos<br />

nas redes - a chance de erro é maior.<br />

B<strong>em</strong>, cada vez mais a previsão precisa é necessária,<br />

consideran<strong>do</strong> o Brasil como celeiro <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>, é necessário prever a geada e o granizo a<br />

qualquer custo, certo?<br />

Exatamente. Como antecipar-se aos eventos severos?<br />

Como prever se vai acontecer uma inundação,<br />

se vai haver granizo? É fundamental acompanhar<br />

minuto a minuto o que está acontecen<strong>do</strong>. E qual é a<br />

principal ferramenta para monitorar isso? É o radar<br />

meteorológico. E ele que nos dá uma radiografia<br />

<strong>do</strong> que está acontecen<strong>do</strong> naquele exato momento,<br />

seja com relação à intensidade, posicionamento e<br />

deslocamento da chuva, por ex<strong>em</strong>plo. Assumin<strong>do</strong><br />

que você t<strong>em</strong> essa ferramenta para saber onde está<br />

choven<strong>do</strong> forte, você precisa saber se ela está in<strong>do</strong><br />

pra cá ou pra lá, e pra isso é preciso ter uma cobertura<br />

de radares. Mais uma vez nós não pod<strong>em</strong>os nos<br />

comparar aos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Lá eles têm 100% <strong>do</strong><br />

território coberto por radares, aqui, nossos radares<br />

cobr<strong>em</strong> menos de <strong>20%</strong> <strong>do</strong> território nacional, e assim<br />

mesmo não são integra<strong>do</strong>s. Isto é, os radares<br />

da aeronáutica não são integra<strong>do</strong>s a outros e isso<br />

não deveria acontecer. Em poucas palavras, apesar<br />

de a<strong>do</strong>tarmos os mesmos modelos meteorológicos<br />

que os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, o que muda é a nossa<br />

condição inicial, a base inicial observada.<br />

Fal<strong>em</strong>os um pouco sobre as mudanças climáticas<br />

no Planeta. Sob a perspectiva da História, 50 anos<br />

são nada. Em meio século o clima mu<strong>do</strong>u sensivelmente.<br />

A cidade de São Paulo deixou de ter<br />

a sua famosa garoa à tardinha, por ex<strong>em</strong>plo. Esse<br />

fenômeno é consequência da ação <strong>do</strong> Hom<strong>em</strong><br />

ou é a evolução natural <strong>do</strong> Planeta?<br />

Esta é uma discussão bastante interessante,<br />

e dentro <strong>do</strong> meio científico da meteorologia<br />

exist<strong>em</strong> duas vertentes de pensamento, <strong>do</strong>is<br />

grupos que enxergam a realidade de maneira<br />

diferente: um grupo assume que nós estamos<br />

passan<strong>do</strong> por uma mudança climática causada<br />

basicamente pelo hom<strong>em</strong> e o outro acredita que<br />

n<strong>em</strong> tu<strong>do</strong> o que acontece <strong>em</strong> termos de mudanças<br />

climáticas decorre <strong>das</strong> ações humanas, mas<br />

de uma evolução natural. Tanto é assim, afirma<br />

esse grupo, que o hom<strong>em</strong> passou a medir as<br />

condições <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po há pouco mais de 100 anos<br />

e seguramente muito antes disso houve perío<strong>do</strong>s<br />

de aquecimento e de resfriamento global, quan<strong>do</strong><br />

o hom<strong>em</strong> desconhecia completamente como<br />

poluir o Planeta. Assim, o que estamos viven<strong>do</strong><br />

hoje <strong>em</strong> termos de t<strong>em</strong>peraturas médias mais<br />

altas estaria inseri<strong>do</strong> dentro de um perío<strong>do</strong> de<br />

aquecimento global normal da história <strong>do</strong> Planeta.<br />

E por existir<strong>em</strong> essas duas teses é que ainda<br />

há divergências com relação a qual é o real papel<br />

<strong>do</strong> hom<strong>em</strong> nesta realidade de t<strong>em</strong>peraturas<br />

mais altas. Agora, independent<strong>em</strong>ente <strong>das</strong> duas<br />

teses e de como era o clima há 50 anos, a cidade<br />

de São Paulo mu<strong>do</strong>u completamente. A estrutura<br />

urbana, a população, a área verde... tu<strong>do</strong> isso mu<strong>do</strong>u<br />

enorm<strong>em</strong>ente. Isto, independent<strong>em</strong>ente <strong>do</strong><br />

aquecimento global, alterou o microclima local.<br />

É um fato.<br />

O solo impermeabiliza<strong>do</strong>, tantos carros... (risos)<br />

Pois é, tu<strong>do</strong> isso traz maior frequência de<br />

alagamentos, porque o fato de não ter tantas<br />

áreas verdes como antes, altera toda a condição<br />

de chuva da cidade. E não é só São Paulo, outros<br />

grandes centros <strong>do</strong> País e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que passaram<br />

por essa urbanização e ocupação <strong>do</strong> solo, alteraram<br />

o microclima e esta é uma ação <strong>do</strong> hom<strong>em</strong>.<br />

Que é possível reverter...<br />

S<strong>em</strong> dúvida, o ser humano t<strong>em</strong> a grande capacidade<br />

de reverter erros. Eu acredito firm<strong>em</strong>ente<br />

que, assumin<strong>do</strong> que estamos passan<strong>do</strong> por mudanças<br />

e que isto vai afetar as gerações futuras,<br />

t<strong>em</strong>os plena capacidade técnica para reverter a<br />

situação.


De interferir no processo de urbanização<br />

descontrola<strong>do</strong>...<br />

O hom<strong>em</strong> t<strong>em</strong> o poder de destruir,<br />

mas de reconstruir também, veja<br />

o que foi feito na Serra <strong>do</strong> Mar há<br />

algumas déca<strong>das</strong>. Um reflorestamento!<br />

Eu era criança, mas me<br />

l<strong>em</strong>bro. Jogaram de helicóptero mu<strong>das</strong><br />

de árvores nativas envoltas <strong>em</strong><br />

cápsulas de gelatina para reflorestar<br />

a Serra. O resulta<strong>do</strong> está aí. Outro<br />

ex<strong>em</strong>plo muito interessante é de<br />

como era Cubatão 20 anos atrás,<br />

uma <strong>das</strong> cidades mais poluí<strong>das</strong> <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>. Espécies estavam ameaça<strong>das</strong>.<br />

Hoje voltam pra lá. Então, o<br />

hom<strong>em</strong> reverteu o processo no qual<br />

foi o principal causa<strong>do</strong>r.<br />

Que região brasileira está mais<br />

parecida ao que era originalmente?<br />

Qual é a região mais preservada?<br />

Justamente onde houve menor urbanização.<br />

Cidades <strong>do</strong> interior <strong>do</strong><br />

País, a própria região da Floresta<br />

Amazônica. Lá não se ve<strong>em</strong> tantas<br />

mudanças com relação a fatores<br />

climáticos.<br />

Apesar de o mun<strong>do</strong> inteiro nos crucificar...<br />

E o sertão, também continua<br />

seco...<br />

Eu diria mais o agreste. O agreste <strong>do</strong><br />

sertão já era seco quan<strong>do</strong> nossos ancestrais<br />

chegaram e continua seco.<br />

Igualzinho, não? (risos)<br />

Felizmente, porque observe, a Terra<br />

evolui e os ecossist<strong>em</strong>as evolu<strong>em</strong><br />

buscan<strong>do</strong> o equilíbrio. O nordeste,<br />

muito seco, é perto da Floresta<br />

Amazônica, muito úmida. A evolução<br />

da natureza chegou a esse equilíbrio.<br />

A partir <strong>do</strong> momento <strong>em</strong> que<br />

interferimos nesse ambiente, afetamos<br />

o equilíbrio natural, que acaba<br />

refletin<strong>do</strong> nas condições meteorológicas.<br />

E se uma região começa a<br />

entrar <strong>em</strong> desequilíbrio, to<strong>do</strong> o Planeta<br />

segue essa toada <strong>em</strong> maior ou<br />

menor grau. Por isso é importante<br />

manter os ecossist<strong>em</strong>as.<br />

E no globo, que área está mais<br />

preservada?<br />

Difícil dizer isso porque to<strong>do</strong>s os<br />

continentes passaram por essa<br />

condição de urbanização, mas eu<br />

diria que onde houve menos ação<br />

urbanística foi na África, apesar<br />

de lá ter havi<strong>do</strong> grande exploração<br />

de solo... Os Polos ficaram praticamente<br />

fora da urbanização, mas<br />

n<strong>em</strong> por isso estão isentos de sofrer<br />

o impacto <strong>das</strong> ações climáticas. Os<br />

Polos vêm sofren<strong>do</strong> um constante<br />

processo de degelo; a taxa de derretimento<br />

<strong>das</strong> calotas polares, cada<br />

vez maior por conta <strong>do</strong> aquecimento,<br />

seja ele causa<strong>do</strong> pelo hom<strong>em</strong>, seja<br />

causa<strong>do</strong> pela evolução natural <strong>do</strong><br />

Planeta é um fato. Embora não haja<br />

interferência direta <strong>do</strong> hom<strong>em</strong>, é um<br />

local que está sofren<strong>do</strong> uma mudança<br />

grande.<br />

E essa mudança nós não vamos<br />

poder conter, não é? Esse degelo,<br />

essa elevação <strong>do</strong>s mares vai ocorrer<br />

de qualquer jeito...<br />

Assim como hoje achamos conchas<br />

no meio <strong>do</strong> sertão, porque já houve<br />

um oceano ali, muito antes de termos<br />

pisa<strong>do</strong> neste Planeta.<br />

S H O W R O O M13


AOnDE EU vOU<br />

COM O MEU<br />

vW<br />

Corri<strong>das</strong>, trilhas, ciclismo, vida saudável. <strong>Pela</strong> serra de Nova Friburgo, então, tu<strong>do</strong> isso é ainda muito mais<br />

convidativo. Este é o estilo de vida <strong>do</strong> <strong>em</strong>presário Carlos José Yeker <strong>do</strong>s Santos que junto com<br />

o pai e os irmãos administra uma <strong>das</strong> mais tradicionais <strong>em</strong>presas de Nova<br />

Friburgo (RJ) a Hak Aviamentos , fornece<strong>do</strong>ra de matéria prima para confecções de moda íntima, há<br />

mais de meio século lideran<strong>do</strong> um segmento, que por sua vez é o maior produtor da América Latina. Este orgulho<br />

se traduz também na escolha de seus carros: robustos, com personalidade e, naturalmente, esportivos. Para ele,<br />

a Amarok, para a esposa, o Tiguan, ambos compra<strong>do</strong>s na VW FRIVEL, de Nova Friburgo (RJ) assim como a sua<br />

<strong>em</strong>presa, tradicional na história e moderna na atitude.<br />

Por força da profissão, o médico anestesista, Milton Brandão, é criteriosamente<br />

preciso.Por contingência, o fazendeiro, Milton Brandão, é precisamente criterioso. Para ele, não existe mais ou menos,<br />

por isso escolheu a Amarok, um carro completo, <strong>do</strong> campo e da cidade, para curtir sozinho ou para toda a família.<br />

Cliente da VW MARCAS FAMOSAS, de São Paulo (SP) há mais de 15 anos, “o Dr. Milton é desses clientes que experimenta,<br />

testa e gosta de saber exatamente o que está adquirin<strong>do</strong>. Apesar de sua precisão cirúrgica até na hora de comprar um<br />

veículo, desta vez o Dr. Milton foi surpreendi<strong>do</strong> positivamente ao levar sua família para a fazenda <strong>em</strong> Cássia <strong>do</strong>s Coqueiros,<br />

próximo a Ribeirão Preto, na sua Nova Amarok Automática. A viag<strong>em</strong> foi extr<strong>em</strong>amente confortável”, revelou Antonio Carlos<br />

Nazar, o Cacau, titular da concessionária paulistana, garantin<strong>do</strong> que a mulher, os filhos e até a sogra <strong>do</strong> médico (risos)<br />

elogiaram sua mais recente compra. “O Dr. Milton ficou encanta<strong>do</strong> com a tecnologia, o conforto e<br />

S H O W R O O M com o des<strong>em</strong>penho da Amarok.“<br />

14


Quan<strong>do</strong> o industrial José Vicente Vieira comprou seu primeiro carro na VW<br />

BELCAR de Goiânia (GO) um Gol Bolinha, há 16 anos -, ele não poderia imaginar que <strong>do</strong>is anos<br />

depois teria filhos gêmeos e que ambos foss<strong>em</strong> apaixona<strong>do</strong>s por carros. Mais ainda: que os <strong>do</strong>is o fizess<strong>em</strong><br />

prometer que teriam, quan<strong>do</strong> adultos, uma concessionária Volkswagen, tamanha é a paixão <strong>do</strong>s meninos pela<br />

marca. Também, pudera, desde o primeiro Gol, compra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1996, já foram 12 Volkswagen, to<strong>do</strong>s adquiri<strong>do</strong>s na<br />

BELCAR, “que não economiza atenção aos clientes”, diz Vicente, aos 41 anos, feliz da vida com o seu Jetta.<br />

Talento to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> t<strong>em</strong>, mas poucos acabam descobrin<strong>do</strong> o próprio talento. Qu<strong>em</strong> consegue essa proeza<br />

é muito feliz. É o caso de José Marcos, cliente da VW DISNOVE, <strong>do</strong> Recife (PE).<br />

Como profissão, taxista na cidade de Camaragibe, e talentoso que é, músico e<br />

cantor de forró! Não é d<strong>em</strong>ais? Para dar conta de tu<strong>do</strong> isso, só mesmo um Volkswagen. Modelo? Uma<br />

Parati, é claro. “E já é a segunda”, diz ele, “porque t<strong>em</strong> um super motor. Além <strong>do</strong> mais, é no porta-malas<br />

que coloco to<strong>do</strong>s os equipamentos da minha banda, a “Sabor de Forró”. O pessoal da DISNOVE que já ouviu<br />

a Banda garante: “Pod<strong>em</strong> contratar de olhos fecha<strong>do</strong>s. Interessa<strong>do</strong>s? Fal<strong>em</strong> com a gente! titular.disnove@<br />

assobrav.com.br<br />

S H O W R O O M17


tEnDênCIA<br />

Boas perspectivas para o comércio<br />

global e exportação entre <strong>em</strong>presas de<br />

tecnologia<br />

S H O W R O O M 18<br />

Apesar da incerteza<br />

econômica nos países<br />

ricos, a confiança <strong>do</strong>s<br />

executivos de tecnologia<br />

norte-americanos no<br />

futuro <strong>do</strong> comércio mundial<br />

e <strong>das</strong> exportações t<strong>em</strong><br />

cresci<strong>do</strong> significant<strong>em</strong>ente<br />

ao longo <strong>do</strong>s últimos <strong>do</strong>is<br />

anos. Citan<strong>do</strong> mudanças<br />

legislativas e aumento<br />

de taxas trabalhistas no<br />

exterior como fatores,<br />

85% <strong>do</strong>s executivos<br />

de tecnologia <strong>do</strong>s EUA<br />

acreditam que a meta de<br />

<strong>do</strong>brar as exportações até<br />

2014 - que faz parte da<br />

Iniciativa de Exportação<br />

Nacional da administração<br />

de Barack Obama - seja<br />

“muito provável” ou<br />

“algo provável” de se<br />

atingir, versus os 40%<br />

que acreditava nisso logo<br />

depois que a meta foi<br />

estabelecida há <strong>do</strong>is anos.<br />

A força <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s<br />

<strong>em</strong>ergentes<br />

Os resulta<strong>do</strong>s foram<br />

aponta<strong>do</strong>s pela pesquisa<br />

anual da UPS (<strong>em</strong>presa<br />

líder global <strong>em</strong> logística,<br />

com sede <strong>em</strong> Atlanta),<br />

“Change in the (Supply)<br />

Chain”, realizada pela IDC<br />

Manufacturing Insights com<br />

foco <strong>em</strong> decisores seniores<br />

da cadeia de suprimentos<br />

na indústria de tecnologia<br />

e eletrônicos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s. A pesquisa foi<br />

projetada para apontar as<br />

principais tendências da<br />

cadeia de suprimentos que<br />

impulsionam mudanças<br />

nessa indústria. O<br />

estu<strong>do</strong> de 2012 foi foca<strong>do</strong><br />

especi<strong>ficam</strong>ente na<br />

exportação, e realiza<strong>do</strong> de<br />

maio a julho de 2012.<br />

Entre os executivos que<br />

acreditam que a meta de


exportação é viável, quase um<br />

<strong>em</strong> cada três atribu<strong>em</strong> isso ao<br />

constante aumento <strong>do</strong> rendimento<br />

<strong>em</strong> merca<strong>do</strong>s <strong>em</strong>ergentes. Outro<br />

terço cita as taxas trabalhistas<br />

<strong>em</strong> ascensão nos países que<br />

tradicionalmente têm baixo custo<br />

de fabricação como um fator<br />

primordial, e cerca de um <strong>em</strong> cada<br />

cinco cita alterações legislativas,<br />

tais como os recentes acor<strong>do</strong>s de<br />

livre comércio na Ásia. A grande<br />

maioria, 81% <strong>do</strong>s executivos,<br />

antecipa que os recentes acor<strong>do</strong>s<br />

de livre comércio na Ásia irão<br />

aumentar as importações e<br />

exportações de e para a região.<br />

Brasil será um <strong>do</strong>s grandes<br />

consumi<strong>do</strong>res de tecnologia<br />

Embora a América <strong>do</strong> Norte esteja<br />

prevista para continuar a ser o<br />

maior merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r de<br />

tecnologia durante os próximos<br />

três a cinco anos, a d<strong>em</strong>anda por<br />

produtos <strong>do</strong> tipo deve diminuir <strong>em</strong><br />

sete por cento na região, enquanto<br />

a d<strong>em</strong>anda <strong>em</strong> outros merca<strong>do</strong>s<br />

deverá aumentar <strong>em</strong> algumas<br />

regiões <strong>em</strong> percentuais de <strong>do</strong>is<br />

dígitos.<br />

Especi<strong>ficam</strong>ente, executivos<br />

planejam aumentar ven<strong>das</strong> e<br />

atendimentos na Índia, Oriente<br />

Médio e África <strong>em</strong> 22% cada, e no<br />

Brasil <strong>em</strong> 18%. Para as ven<strong>das</strong> e<br />

atendimentos <strong>em</strong> outras regiões<br />

da América <strong>do</strong> Sul, é espera<strong>do</strong><br />

um aumento de 19%. Europa<br />

Oriental (15%), Coreia (13%), China<br />

(8 %) e outras nações asiáticas<br />

(8%) também figuram na lista de<br />

principais merca<strong>do</strong>s de consumo<br />

de tecnologia.<br />

“A mudança esperada na d<strong>em</strong>anda<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r por<br />

produtos de alta tecnologia traz<br />

oportunidades e desafios para<br />

<strong>em</strong>presas”, disse Ken Rankin,<br />

diretor de marketing de tecnologia<br />

da UPS. “A d<strong>em</strong>anda global<br />

continuará a crescer <strong>em</strong> merca<strong>do</strong>s<br />

novos e existentes, fazen<strong>do</strong> com<br />

que os executivos da cadeia de<br />

suprimentos mud<strong>em</strong> não só as<br />

suas operações de atendimento,<br />

mas também suas estratégias de<br />

terceirização para atender a esses<br />

merca<strong>do</strong>s. Nós já começamos a<br />

ver essa mudança no mo<strong>do</strong> como<br />

as <strong>em</strong>presas olham para a Índia e<br />

Brasil como merca<strong>do</strong>s-chave, não<br />

só para atendimento, mas para<br />

produção também. “<br />

Os entrevista<strong>do</strong>s citam as<br />

economias <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s<br />

<strong>em</strong>ergentes e sua crescente<br />

classe média com apetite<br />

cada vez maior por produtos<br />

de tecnologia<br />

O mais surpreendente é o aumento<br />

considerável <strong>do</strong> otimismo <strong>em</strong><br />

torno da meta de exportação<br />

de 2014 <strong>do</strong>s EUA. Não só 85%<br />

acreditam que o objetivo é, <strong>em</strong><br />

última análise atingível, mas 21%<br />

acreditam que é “muito provável”<br />

de ser alcança<strong>do</strong>. Além disso, um<br />

total de 74% de executivos esperam<br />

ver um crescimento da exportação<br />

individual de produtos de sua<br />

<strong>em</strong>presa nos próximos <strong>do</strong>is anos.<br />

Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre por<br />

que preve<strong>em</strong> o crescimento <strong>do</strong><br />

comércio global, 81% <strong>do</strong>s executivos<br />

americanos citam os acor<strong>do</strong>s<br />

de livre comércio na Ásia como<br />

um fator chave. Os entrevista<strong>do</strong>s<br />

também citam as economias<br />

<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s <strong>em</strong>ergentes e sua<br />

crescente classe média com apetite<br />

cada vez maior por produtos de<br />

tecnologia.<br />

Avalian<strong>do</strong> oportunidades individuais<br />

para o crescimento <strong>do</strong> comércio<br />

internacional, apenas cerca de<br />

um <strong>em</strong> quatro <strong>do</strong>s <strong>em</strong>presários de<br />

tecnologia acredita que a capacidade<br />

de sua companhia de importar/<br />

exportar está entre as melhores da<br />

categoria, e 72% relata que exist<strong>em</strong><br />

oportunidades de melhoria. Desse<br />

grupo, 22% diz que há oportunidades<br />

significantes para suas <strong>em</strong>presas<br />

de melhorias de sua capacidade de<br />

importação/exportação.<br />

Olhan<strong>do</strong> para o futuro:<br />

mudanças na Cadeia de<br />

Suprimentos de Tecnologia<br />

Custos da cadeia (72%), prazos de<br />

entrega (4%) e capacidade de resposta<br />

(18%), foram aponta<strong>das</strong> como as três<br />

principais causas da mudança na<br />

cadeia de fornecimento de tecnologia<br />

nos próximos três a cinco anos. Quase<br />

a metade <strong>do</strong>s executivos de tecnologia,<br />

48%, cita prazos de entrega<br />

estendi<strong>do</strong>s como um <strong>do</strong>s três pontos<br />

críticos no processo de importação/<br />

exportação, além de gestão de<br />

inventário (42%) e visibilidade de ponta<br />

a ponta (38%). Fornece<strong>do</strong>res instáveis<br />

e proteção da propriedade intelectual<br />

segu<strong>em</strong> logo atrás nessa lista, com<br />

37 % e 30% <strong>do</strong>s executivos citan<strong>do</strong>-os<br />

como probl<strong>em</strong>as.<br />

“Para <strong>em</strong>presas de tecnologia,<br />

a d<strong>em</strong>anda muda rapidamente e<br />

inovação rápida é uma necessidade”,<br />

disse Rankin. “Os vence<strong>do</strong>res serão<br />

as <strong>em</strong>presas que conseguir<strong>em</strong><br />

alavancar o crescimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong>ergente com produtos fortes e<br />

executar importação e exportação<br />

com excelência.”<br />

A pesquisa da UPS “Change in the (Supply) Chain” foi conduzida<br />

às cegas, com profundidade por telefone pela IDC Manufacturing<br />

Insights <strong>em</strong> nome da UPS com aproximadamente 125 fabricantes<br />

de tecnologia nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Os entrevista<strong>do</strong>s qualifica<strong>do</strong>s<br />

eram decisores de nível sênior responsáveis pela cadeia de<br />

suprimentos e logística nas indústrias de s<strong>em</strong>icondutores,<br />

eletrônica de consumo, componentes eletrônicos/acessórios e de<br />

equipamentos de comunicação. As pesquisas foram realiza<strong>das</strong> de<br />

maio a julho de 2012.<br />

Fonte: Edelman Significa<br />

S H O W R O O M19


CApA<br />

Apagão na mobili<br />

“Nos anos 50, São Paulo era uma cidade de modelo<br />

europeu, era compacta <strong>em</strong> torno <strong>do</strong> centro, a área da<br />

região metropolitana era de 200 km², havia 700 km de<br />

trilhos, menos de 100 mil carros e os 2 milhões e 500 mil<br />

habitantes faziam 95% <strong>das</strong> suas viagens de bonde. De lá<br />

para cá, a frota cresceu 70 vezes e a população 10 vezes.<br />

As viagens d<strong>em</strong>oravam 10 minutos e hoje a média otimista<br />

é de 70 minutos.”<br />

Em “esta<strong>do</strong> de lentidão permanente” ao trafegar por<br />

ruas e aveni<strong>das</strong> de São Paulo, quatro milhões de <strong>pessoas</strong><br />

gastam para ir e voltar <strong>do</strong> trabalho cerca de 3 horas por<br />

dia. Ao longo <strong>do</strong> ano perd<strong>em</strong> 12 s<strong>em</strong>anas para<strong>das</strong> <strong>em</strong><br />

congestionamentos. Poderiam estar de fato trabalhan<strong>do</strong>, se<br />

divertin<strong>do</strong>, estudan<strong>do</strong>, enfim, viven<strong>do</strong>.<br />

E isso acontece seis dias por s<strong>em</strong>ana, porque aos sába<strong>do</strong>s,<br />

a capital paulista registra médias de congestionamento<br />

equivalentes às de uma segunda-feira.<br />

Levantamento realiza<strong>do</strong><br />

pelo Núcleo de Estu<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

Infraestrutura e Logística<br />

da Fundação Dom Cabral,<br />

<strong>em</strong> 2009, apontou que<br />

grandes centros urbanos<br />

como São Paulo, Belo<br />

Horizonte, Rio de Janeiro<br />

e Porto Alegre viveriam<br />

um “esta<strong>do</strong> de lentidão<br />

permanente” no tráfego.<br />

As aveni<strong>das</strong> não parariam<br />

por completo, mas haveria<br />

permanente de lentidão,<br />

provocan<strong>do</strong> efeito <strong>do</strong>minó<br />

que atingiria não só os<br />

maiores corre<strong>do</strong>res viários,<br />

mas aveni<strong>das</strong> menores<br />

e ruas adjacentes. Este<br />

S H O W R O O M 22<br />

cenário é realidade <strong>em</strong><br />

São Paulo no ano previsto<br />

pelo estu<strong>do</strong>: 2012. No<br />

Rio será <strong>em</strong> 2014, <strong>em</strong><br />

BH e Porto Alegre <strong>em</strong><br />

2016, ou antes. Isso<br />

porque, o transporte<br />

individual avança mais<br />

<strong>do</strong> que o coletivo, <strong>do</strong><br />

que a infraestrutura,<br />

s<strong>em</strong> falar nas questões<br />

de planejamento e<br />

zoneamento urbano,<br />

investimentos<br />

insuficientes <strong>em</strong> outros<br />

modais de transporte,<br />

educação formal da<br />

população, treinamento<br />

e qualificação <strong>do</strong>s<br />

motoristas profissionais<br />

(ou não) e muitas<br />

outras questões que<br />

faz<strong>em</strong> parecer que<br />

não há solução ao<br />

longo <strong>do</strong> caminho.<br />

“Melhorar a<br />

mobilidade não vai<br />

contra os interesses<br />

da indústria<br />

automobilística”<br />

“No Brasil, o transporte<br />

ro<strong>do</strong>viário é o mais<br />

intenso modal de<br />

transporte de carga e<br />

passageiros. De to<strong>do</strong>s<br />

os bens transporta<strong>do</strong>s<br />

60% são por caminhão.<br />

A ferrovia v<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

segun<strong>do</strong> lugar, com<br />

percentual transporta<strong>do</strong><br />

b<strong>em</strong> menor. Nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s, 26% <strong>do</strong>s bens<br />

transporta<strong>do</strong>s são<br />

pelo modal ro<strong>do</strong>viário,<br />

na Austrália 24%. O<br />

modelo ideal é ro<strong>do</strong>via<br />

e ferrovia. Precisamos<br />

diminuir a dependência<br />

<strong>do</strong> transporte ro<strong>do</strong>viário”,<br />

disse Roberto Cortes,<br />

presidente da MAN Latin<br />

America, <strong>em</strong>presa al<strong>em</strong>ã<br />

que lidera o merca<strong>do</strong> de<br />

caminhões leves, médios<br />

e pesa<strong>do</strong>s (veículos<br />

Volkswagen). Melhorar a<br />

mobilidade não vai contra<br />

os interesses da indústria<br />

automobilística apontada<br />

como vilã e promotora<br />

<strong>do</strong> transporte individual,


dade<br />

por roSÂNGela loTFi e Silvia Bella<br />

ao contrário. Segun<strong>do</strong> Cortes, a melhora<br />

da mobilidade traria maior eficiência<br />

no transporte, o que, naturalmente,<br />

d<strong>em</strong>andaria mais caminhões.<br />

Roberto Cortes e outros<br />

especialistas se reuniram<br />

<strong>em</strong> set<strong>em</strong>bro, <strong>em</strong> São Paulo<br />

no SIMEA 2012 (XX Simpósio<br />

Internacional de Engenharia Automotiva)<br />

promovi<strong>do</strong> pela AEA - Associação<br />

Brasileira de Engenharia Automotiva,<br />

para discutir o t<strong>em</strong>a e tentar encontrar<br />

um caminho alternativo. Os veículos são<br />

parte <strong>do</strong> probl<strong>em</strong>a. “Nos últimos 10 anos,<br />

o PIB brasileiro cresceu <strong>em</strong> média 4% ao<br />

ano, as ven<strong>das</strong> de automóveis cresceram,<br />

<strong>em</strong> média, 7% ao ano no mesmo perío<strong>do</strong><br />

e as de motocicletas 12%. A ven<strong>das</strong> de<br />

carros cresceram quase duas vezes<br />

mais <strong>do</strong> que o PIB”, afirmou Carlos<br />

Henrique Ribeiro de Carvalho,<br />

técnico de planejamento e pesquisa<br />

da diretoria de estu<strong>do</strong>s e políticas<br />

regionais <strong>do</strong> IPEA. “Consequência<br />

<strong>do</strong> aumento de renda <strong>das</strong> classes<br />

mais baixas”, explicou, citan<strong>do</strong> a<br />

Pesquisa de Orçamento Familiar <strong>do</strong><br />

IBGE, que identificou um aumento<br />

no gasto com transporte priva<strong>do</strong> da<br />

ord<strong>em</strong> de cinco vezes. “À medida<br />

que aumenta a renda, aumenta a<br />

proporção de famílias que usam o<br />

transporte individual”, disse.<br />

A infraestrutura, o modelo<br />

de desenvolvimento e<br />

planejamento urbano<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> no Brasil compõ<strong>em</strong><br />

as outras variáveis <strong>do</strong><br />

probl<strong>em</strong>a que começou nos<br />

anos 1950. A partir daquela<br />

década, com a industrialização,<br />

o modelo de desenvolvimento<br />

priorizou o setor automobilístico,<br />

polo de riqueza e geração de<br />

<strong>em</strong>prego e deixou os trilhos de<br />

la<strong>do</strong>. “Nos últimos 50 anos, as<br />

cidades saíram <strong>do</strong> bonde elétrico<br />

para o carro. Deixaram de ser sobre<br />

trilhos, eletrifica<strong>das</strong> e coletivas para<br />

ser<strong>em</strong> sobre ro<strong>das</strong>, carboniza<strong>das</strong><br />

e individuais”, lamentou Carvalho<br />

<strong>do</strong> IPEA. São Paulo ilustra b<strong>em</strong><br />

isso. Nos anos 1950, contou<br />

Ailton Brasiliense, presidente da<br />

Roberto<br />

Cortes<br />

“Nos últimos 50<br />

anos, as cidades<br />

saíram <strong>do</strong><br />

bonde elétrico<br />

para o carro.<br />

Deixaram de<br />

ser sobre trilhos,<br />

eletrifica<strong>das</strong><br />

e coletivas<br />

para ser<strong>em</strong><br />

sobre ro<strong>das</strong>,<br />

carboniza<strong>das</strong> e<br />

individuais.”<br />

ANTP (Associação Nacional<br />

de Transportes Públicos), São<br />

Paulo era uma cidade de modelo<br />

europeu, era compacta <strong>em</strong><br />

torno <strong>do</strong> centro, a área da região<br />

metropolitana era de 200 km²,<br />

havia 700 km de trilhos, menos<br />

de 100 mil carros e os 2 milhões<br />

e 500 mil habitantes faziam 95%<br />

<strong>das</strong> suas viagens de bonde. De<br />

lá para cá, a frota cresceu 70<br />

vezes e a população 10 vezes. As<br />

viagens d<strong>em</strong>oravam 10 minutos<br />

e hoje a média otimista é de 70<br />

minutos. As cidades seguiram<br />

o modelo norte-americano e<br />

se expandiram <strong>do</strong> centro para<br />

a periferia. “Não é possível<br />

compactar a cidade, mas dá para<br />

S H O W R O O M23


CApA<br />

mudar de uma cidade<br />

congestionada, poluída e<br />

que perde dinheiro, para<br />

uma cidade que combina<br />

uma rede de pneus<br />

(corre<strong>do</strong>res de ônibus) e<br />

uma rede de trilhos.”<br />

A indústria<br />

automobilística<br />

faz a sua parte.<br />

Os caminhões novos<br />

que rodam no Brasil,<br />

segu<strong>em</strong> a legislação de<br />

<strong>em</strong>issões de poluentes<br />

EURO 5, eles são<br />

iguais aos europeus.<br />

Em pouco anos, to<strong>do</strong>s<br />

terão ABS e outros itens<br />

de segurança. Seguir<br />

o padrão europeu e<br />

norte-americano <strong>em</strong><br />

caminhões e ônibus é<br />

fácil, mas a infraestrutura<br />

é muito diferente,<br />

d<strong>em</strong>onstrou Roberto<br />

Cortes com números: a<br />

área territorial <strong>do</strong> Brasil<br />

equivale a 24 Al<strong>em</strong>anhas;<br />

o PIB per capita é quatro<br />

vezes menor. Há no<br />

Brasil 1 milhão, 730 mil<br />

km de estra<strong>das</strong>, sen<strong>do</strong><br />

que apenas 220 mil<br />

km são pavimenta<strong>do</strong>s,<br />

13% da malha total. Na<br />

Índia, 51% <strong>das</strong> estra<strong>das</strong><br />

são pavimenta<strong>das</strong>.<br />

Apesar de o trânsito ser<br />

caótico e os motoristas<br />

terríveis, a Índia v<strong>em</strong><br />

cumprin<strong>do</strong> o seu<br />

papel <strong>em</strong> investimento<br />

tecnológico e “nos<br />

S H O W R O O M 24<br />

Shrikant Marathe, Stefan Pischinger e Mauro Moraes de Sousa, especialistas<br />

que participaram <strong>do</strong> Congresso 2012 SAE Brasil.<br />

últimos seis anos muita<br />

coisa foi conquistada”,<br />

garantiu o presidente<br />

da SAE Índia e diretor<br />

da ARAI (Associação de<br />

Pesquisa Automobilística<br />

daquele país), Shrikant<br />

Marathe, durante o<br />

painel internacional <strong>do</strong><br />

Congresso 2012 SAE<br />

Brasil, realiza<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

São Paulo, no início de<br />

outubro.<br />

O ex<strong>em</strong>plo indiano<br />

Na verdade, desde 2001,<br />

Nova Délhi começou a<br />

converter os motores<br />

de to<strong>do</strong>s os ônibus que<br />

faz<strong>em</strong> o transporte<br />

público para gás natural<br />

e hoje t<strong>em</strong> a maior<br />

frota <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de<br />

ônibus e outros veículos<br />

comerciais rodan<strong>do</strong> com<br />

gás natural. O melhor é<br />

que n<strong>em</strong> precisou investir<br />

muito, apenas adaptou<br />

os motores. Essa atitude<br />

também colaborou para o<br />

Plano de Ação <strong>do</strong> Clima,<br />

lança<strong>do</strong> anos mais tarde<br />

(2008), que priorizou o<br />

investimento <strong>em</strong> energia<br />

solar e <strong>em</strong> outras fontes<br />

renováveis.<br />

O governo, que t<strong>em</strong><br />

d<strong>em</strong>onstra<strong>do</strong> grande<br />

interesse nesse plano,<br />

investin<strong>do</strong> inclusive <strong>em</strong><br />

moradias sustentáveis, na<br />

conservação da água e <strong>do</strong><br />

ecossist<strong>em</strong>a <strong>do</strong> Himalaia,<br />

no aumento da cobertura<br />

florestal e maior proteção<br />

à biodiversidade, à<br />

agricultura sustentável<br />

e à criação de uma<br />

plataforma de<br />

conhecimento estratégico<br />

sobre as mudanças<br />

climáticas, também<br />

preven<strong>do</strong> um plano de<br />

redução de <strong>em</strong>issões de<br />

dióxi<strong>do</strong> de carbono, com<br />

regras que envolv<strong>em</strong> a<br />

criação de impostos e<br />

legislação para que as<br />

<strong>em</strong>presas efetivamente<br />

desenvolvam tecnologia e<br />

programas de redução de<br />

<strong>em</strong>issões de gases. “Há<br />

ainda muito o que fazer<br />

e o merca<strong>do</strong> é grande,<br />

desde que respeita<strong>das</strong><br />

as particularidades da<br />

Índia”, salientou Marathe,<br />

indican<strong>do</strong> tecnologias<br />

a gás e a hidrogênio<br />

como as alternativas<br />

para aquele país, que<br />

diferent<strong>em</strong>ente da<br />

China, até por questões<br />

religiosas, é sensível à<br />

conservação <strong>do</strong> planeta.<br />

Já no Brasil<br />

tropical, <strong>das</strong><br />

ro<strong>do</strong>vias brasileiras<br />

pavimenta<strong>das</strong>,<br />

entre 60% e <strong>70%</strong> não<br />

t<strong>em</strong> boas condições de<br />

uso, nas regiões sul e<br />

sudeste as estra<strong>das</strong><br />

são melhores. Na região<br />

centro-oeste - que têm<br />

grande importância<br />

econômica por causa <strong>do</strong><br />

transporte de grãos - as<br />

estra<strong>das</strong> são precárias e<br />

a situação só piora; nas<br />

regiões norte-nordeste são<br />

impraticáveis. Esse cenário<br />

faz <strong>do</strong> Brasil centro de<br />

expertise <strong>em</strong> suspensão de<br />

veículos! Quase a totalidade<br />

<strong>das</strong> monta<strong>do</strong>ras t<strong>em</strong> no<br />

Brasil seu centro mundial<br />

de desenvolvimento de<br />

suspensões. E mais: a<br />

MAN trouxe para o Brasil<br />

um modelo de caminhão<br />

europeu e teve que fazer<br />

204 modificações para que<br />

ele pudesse circular no<br />

Brasil. “To<strong>do</strong> esse esforço<br />

de engenharia automotiva<br />

deveria ser aplica<strong>do</strong> na<br />

infraestrutura”, afirma<br />

Roberto Cortes.<br />

A saída é tecnológica<br />

Pesquisa<strong>do</strong>res,<br />

engenheiros,<br />

fabricantes de<br />

autopeças, sist<strong>em</strong>istas<br />

e monta<strong>do</strong>ras. To<strong>do</strong><br />

este universo está <strong>em</strong><br />

busca de soluções técnicas<br />

para reduzir custos, seja<br />

por meio de plataformas<br />

globais ou estratégias<br />

de modularização. A<br />

economia de combustível,<br />

através da tecnologia da<br />

redução de CO 2 com a


utilização de veículos<br />

elétricos ou híbri<strong>do</strong>s,<br />

mas principalmente o<br />

<strong>em</strong>prego de materiais<br />

nobres à engenharia e<br />

ao design sofistica<strong>do</strong>s<br />

e criteriosamente<br />

pensa<strong>do</strong>s para conter<br />

gastos e poluir menos<br />

também foram os<br />

propósitos <strong>do</strong>s trabalhos<br />

apresenta<strong>do</strong>s pelos<br />

colegas engenheiros <strong>do</strong><br />

indiano Shrikant Marathe<br />

no painel internacional<br />

“Oportunidades e<br />

Desafios da Indústria<br />

Automobilística com<br />

a Nova Economia e<br />

Cenários Energéticos” <strong>do</strong><br />

Congresso SAE Brasil.<br />

Foi o caso <strong>das</strong> notáveis<br />

apresentações de Stefan<br />

Pischinger, presidente<br />

e CEO da FEV GmbH<br />

e presidente da VKA –<br />

Aach<strong>em</strong> University e <strong>do</strong><br />

brasileiro Mauro Moraes<br />

de Sousa, engenheiro<br />

chefe da Neumayer<br />

Tekfor Brazil. O primeiro<br />

abor<strong>do</strong>u o t<strong>em</strong>a “A<br />

redução de CO 2 através<br />

da taxa de compressão<br />

variável:o status <strong>do</strong><br />

desenvolvimento da<br />

produção e potencial<br />

de aplicação <strong>em</strong> to<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong>” e o segun<strong>do</strong><br />

colocou a questão:<br />

“O aço pesa menos<br />

<strong>do</strong> que o alumínio?”,<br />

d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong><br />

justamente que n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre a utilização de<br />

materiais leves é a única<br />

solução para reduzir<br />

CO 2 e obter a mesma<br />

funcionalidade e o<br />

mesmo torque.<br />

“O trânsito não é<br />

d<strong>em</strong>ocrático: to<strong>do</strong>s<br />

<strong>ficam</strong> para<strong>do</strong>s, mas<br />

<strong>20%</strong> <strong>das</strong> <strong>pessoas</strong><br />

<strong>ficam</strong> <strong>imóveis</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>70%</strong> <strong>do</strong> <strong>espaço</strong>”<br />

Interestadual ou nas<br />

cidades, o consenso geral<br />

é combinar ro<strong>das</strong> e<br />

trilhos. Nas cidades<br />

corre<strong>do</strong>res de ônibus<br />

desde que tivess<strong>em</strong><br />

qualidade. “Ponto de<br />

ônibus no Brasil é um<br />

pau finca<strong>do</strong> na rua.<br />

Qu<strong>em</strong> chega ali não<br />

sabe quais ônibus<br />

passam, para onde vão<br />

e muito menos quanto<br />

t<strong>em</strong>po vão d<strong>em</strong>orar,<br />

mas há tecnologia<br />

de tel<strong>em</strong>etria que<br />

poderia dar essas<br />

informações”, diz<br />

Ailton Brasiliense<br />

que também defende<br />

mudança nas políticas<br />

que dev<strong>em</strong> ser<br />

volta<strong>das</strong> para o uso<br />

racional <strong>do</strong> carro.<br />

Opinião compartilhada<br />

com Carvalho: “A<br />

tendência é seguir o<br />

modelo de cidades<br />

como Londres que<br />

com o pedágio urbano,<br />

institui políticas<br />

restritivas <strong>do</strong> uso de<br />

<strong>espaço</strong> urbano e, por<br />

outro la<strong>do</strong>, valorizar e<br />

qualificar o transporte<br />

público.” Mas<br />

nenhum esforço terá<br />

resulta<strong>do</strong> significativo<br />

para a mobilidade<br />

se a questão <strong>do</strong><br />

planejamento urbano<br />

não for alterada,<br />

levan<strong>do</strong> comércio,<br />

serviços e trabalho<br />

para mais perto <strong>das</strong><br />

moradias, otimizan<strong>do</strong><br />

o deslocamento <strong>das</strong><br />

<strong>pessoas</strong> que produz<strong>em</strong><br />

riqueza. Soluções<br />

como o pedágio<br />

urbano elitizaria ainda<br />

mais as ruas. Ao<br />

contrário <strong>do</strong> consenso<br />

geral o trânsito não<br />

é d<strong>em</strong>ocrático: to<strong>do</strong>s<br />

<strong>ficam</strong> para<strong>do</strong>s, mas<br />

<strong>20%</strong> <strong>das</strong> <strong>pessoas</strong> <strong>ficam</strong><br />

<strong>imóveis</strong> <strong>em</strong> <strong>70%</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>espaço</strong>.<br />

S H O W R O O M25


ChAIRMAn<br />

Edson<br />

Oura<br />

Aos 40 anos, é o<br />

novo diretor <strong>do</strong><br />

Departamento de<br />

Assuntos Econômicos<br />

da <strong>Assobrav</strong>, coração<br />

da entidade.<br />

por S.B.<br />

Ex- executivo da GM <strong>do</strong><br />

Brasil, o “jov<strong>em</strong> financista<br />

prodígio”, não relutou<br />

- ou não resistiu ao grande poder<br />

de persuasão de Sergio Reze, presidente<br />

da Entidade que foi convidá-lo<br />

pessoalmente para assumir o posto<br />

“deixa<strong>do</strong> por outro grande negocia<strong>do</strong>r,<br />

conheci<strong>do</strong> no meio como ´duro<br />

na queda`, Eval<strong>do</strong> Ouriques, hoje um<br />

<strong>do</strong>s consultores da Casa e foca<strong>do</strong><br />

boa parte <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po na sua atividade<br />

hoteleira <strong>em</strong> Salesópolis no interior<br />

de São Paulo.<br />

Oura dedicou sua vida profissional<br />

à GM. Deixou a prestigiada Faculdade<br />

de Administração de Empresas<br />

na Fundação Getúlio Vargas para<br />

ingressar, como estagiário, diretamente<br />

no departamento de Finanças<br />

da poderosa companhia norteamericana.<br />

E lá permaneceu por 19<br />

anos.<br />

S H O W R O O M 26<br />

“- Incrível” – surpreende-se a<br />

repórter de Showroom, perguntan<strong>do</strong><br />

logo o que to<strong>do</strong>s quer<strong>em</strong><br />

saber: “E o que fez o jov<strong>em</strong> executivo<br />

com um futuro super promissor<br />

<strong>em</strong> uma <strong>das</strong> mais importantes<br />

companhias <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> mudar radicalmente<br />

o destino praticamente<br />

traça<strong>do</strong> de sua vida”?<br />

“Algumas razões, diz Edson, envergan<strong>do</strong><br />

os traços e a concentração<br />

orientais, mas logo abrin<strong>do</strong><br />

o sorriso que caminha fácil, fácil<br />

para a gargalhada b<strong>em</strong> brasileira.<br />

“O primeiro motivo que me<br />

trouxe para a maior e mais b<strong>em</strong><br />

estruturada associação de classe<br />

<strong>do</strong> setor automobilístico (a <strong>Assobrav</strong>)<br />

foi a necessidade de viver<br />

<strong>em</strong> primeira pessoa a experiência<br />

´venda ao consumi<strong>do</strong>r`. Na indústria<br />

a gente aprende muito b<strong>em</strong> o<br />

quanto custa produzir, como se faz<br />

para produzir, para desenvolver<br />

e lançar um produto no merca<strong>do</strong>,<br />

mas o gol mesmo a gente marca<br />

quan<strong>do</strong> coloca esse produto nas<br />

mãos <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, isto é, quan<strong>do</strong><br />

efetivamente vend<strong>em</strong>os o produto.<br />

É a tal história, de nada adianta ter<br />

um produto maravilhoso, se ele não<br />

agrada ao público; se ele não vende.<br />

Então, acho que estar aqui e conviver<br />

com os melhores vende<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> Brasil é um aprendiza<strong>do</strong> equivalente<br />

a três MBAs <strong>em</strong> curto <strong>espaço</strong><br />

de t<strong>em</strong>po”.<br />

T<strong>em</strong>po que esperamos não seja<br />

breve como o que o inquieto Edson<br />

traçou entre um posto e outro dentro<br />

da GM – não mais <strong>do</strong> que 1 ano e<br />

8 meses <strong>em</strong> cada função, passan<strong>do</strong><br />

por to<strong>das</strong> as áreas de Finanças –<br />

porque <strong>em</strong>bora seja exímio <strong>em</strong> cálculos<br />

mat<strong>em</strong>áticos, gosta mesmo<br />

é da análise, de comparar da<strong>do</strong>s,<br />

estu<strong>do</strong>s, de avaliar os números<br />

<strong>em</strong> relação às circunstâncias, aos<br />

cenários e de fazer o link com a realidade,<br />

com a situação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>,<br />

da concorrência. É, <strong>em</strong> síntese, um<br />

analista, um articula<strong>do</strong>r para a estratégia<br />

de merca<strong>do</strong>.<br />

A outra razão que diz ter si<strong>do</strong> decisiva<br />

para sua vinda para a <strong>Assobrav</strong><br />

– por mais surpreendente<br />

que possa parecer para um jov<strong>em</strong><br />

financista talentoso e disputa<strong>do</strong><br />

como ele – foi o aspecto político da<br />

associação. “O hom<strong>em</strong> é um ser<br />

político por definição, mas uma pessoa<br />

de finanças normalmente não<br />

é alguém muito forte nesse senti<strong>do</strong><br />

(risos), então, eu acho que conviver<br />

nesse meio – <strong>em</strong> parte político, <strong>em</strong><br />

parte técnico – será, s<strong>em</strong> dúvida<br />

alguma, um grande aprendiza<strong>do</strong>”,<br />

diz, lamentan<strong>do</strong> o curso de Direito<br />

no Largo São Francisco que deixou<br />

pelo meio e hoje ensaia retomar,<br />

para justamente aperfeiçoar esse<br />

la<strong>do</strong> político, que soma<strong>do</strong> à sua formação<br />

humanista e grande determinação<br />

pode ser mesmo decisivo<br />

para colocá-lo muito <strong>em</strong> breve no rol<br />

<strong>do</strong>s executivos cota<strong>do</strong>s para ocupar<br />

a presidência <strong>das</strong> mais importantes<br />

instituições e organizações <strong>do</strong> País.


Novas pesquisas<br />

continuam a direcionar para o<br />

trânsito s<strong>em</strong> acidentes. por<br />

Um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s mais<br />

recentes foi divulga<strong>do</strong><br />

pelo Departamento<br />

de Infraestrutura e<br />

Transporte da Austrália,<br />

<strong>em</strong> parceria com o esta<strong>do</strong><br />

de Queensland.<br />

As tecnologias para evitar colisões,<br />

que monitoram usuários de ruas e<br />

estra<strong>das</strong> e intervêm quan<strong>do</strong> um<br />

acidente é iminente, mostram<br />

grande potencial. Mesmo admitin<strong>do</strong><br />

um grau modera<strong>do</strong><br />

de confiabilidade,<br />

até 30% de mortes e<br />

40% de feri<strong>do</strong>s pod<strong>em</strong><br />

ser evita<strong>do</strong>s <strong>em</strong> veículos<br />

equipa<strong>do</strong>s com esses<br />

sist<strong>em</strong>as. Essa previsão<br />

baseia-se <strong>em</strong> uma série de 104<br />

colisões <strong>do</strong>cumenta<strong>das</strong> <strong>em</strong> programas<br />

de investigações profun<strong>das</strong><br />

de acidentes e <strong>em</strong> análises de<br />

padrões típicos de choques entre<br />

veículos, na Austrália. Os méto<strong>do</strong>s<br />

estuda<strong>do</strong>s permitiram um equilíbrio<br />

entre área de abrangência,<br />

respostas e efetividade, visan<strong>do</strong> o<br />

sist<strong>em</strong>a mais confiável. Um obstáculo<br />

potencial para aprovação e<br />

introdução <strong>em</strong> larga escala mais<br />

uma vez esbarra no preço, <strong>em</strong> especial<br />

ao considerar que veículos<br />

caros e baratos conviv<strong>em</strong> no trânsito<br />

diário. Essa dificuldade desaparece<br />

no caso de veículos pesa<strong>do</strong>s,<br />

<strong>em</strong> geral de alto preço, mas<br />

que <strong>em</strong> caso de acidente causam<br />

grandes estragos materiais e humanos.<br />

A relação custo-benefício<br />

é indubitavelmente positiva nesse<br />

caso.<br />

O custo não é exatamente uma<br />

pechincha, mas o apelo é forte<br />

Alguns dispositivos <strong>do</strong> naipe <strong>do</strong> controle<br />

adaptativo de velocidade de cruzeiro<br />

ou de alerta de aproximação de<br />

carros <strong>em</strong> ultrapassag<strong>em</strong> aumentam<br />

não apenas a segurança, mas o conforto<br />

ao dirigir. Já existe neles o potencial<br />

de evitar acidentes. Sob a pr<strong>em</strong>issa,<br />

o refinamento e maior abrangência<br />

desses sist<strong>em</strong>as significaria um custo<br />

quase marginal para ampliar as possibilidades<br />

de impedir colisões simples<br />

ou múltiplas, segun<strong>do</strong> pensam os pesquisa<strong>do</strong>res<br />

da Austrália. O probl<strong>em</strong>a<br />

é que o custo estima<strong>do</strong>, no relatório,<br />

situou-se <strong>em</strong> torno de US$ 800 (R$<br />

1.600) a US$ 2.000 (R$ 4.000). Se <strong>em</strong><br />

países de maior poder aquisitivo não<br />

se trata exatamente de uma pechincha,<br />

<strong>em</strong> outros foge bastante <strong>do</strong> alcance<br />

<strong>das</strong> <strong>pessoas</strong>. A solução proposta<br />

para atrair fabricantes e motoristas<br />

é um sist<strong>em</strong>a de curto alcance, porém<br />

com forte possibilidade de intervenção<br />

<strong>em</strong> cruzamentos (como na ilustração),<br />

o que já significaria benefícios substanciais.<br />

Fernan<strong>do</strong> Calmon é jornalista, engenheiro,<br />

e consultor <strong>em</strong> assuntos técnicos e de merca<strong>do</strong><br />

fernan<strong>do</strong>@calmon.jor.br<br />

tEChMAnIA<br />

FerNaNDo CalmoN<br />

S H O W R O O M27


A pASSEIO<br />

O coração<br />

da América<br />

S H O W R O O M 30


Muita gente escolhe os<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s como<br />

seu primeiro destino<br />

internacional. A maioria vai à<br />

Flórida, Nova York, Califórnia...<br />

Se você já repetiu esta rota<br />

muitas vezes, tente ir ao<br />

“coração da América”:<br />

Kansas City, metade no<br />

Missouri, metade no<br />

Kansas. A “state line”<br />

passa b<strong>em</strong> no meio da<br />

cidade.<br />

por CaroliNa GoNçalveS<br />

S H O W R O O M31


A pASSEIO<br />

S H O W R O O M 32<br />

O Missouri tornou-se um esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1821. Kansas City cresceu <strong>em</strong> uma colina<br />

que t<strong>em</strong> vista para a curva onde o rio Missouri vira para o leste, <strong>em</strong> direção ao<br />

rio Mississipi. Nesta região <strong>do</strong> rio os índios Kansa tiveram uma grande aldeia por<br />

séculos. O nome foi uma homenag<strong>em</strong> a eles. Em 1861, quarenta anos depois, o<br />

território a oeste <strong>do</strong> Missouri tornou-se um esta<strong>do</strong> e recebeu o nome de Kansas,<br />

também <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> aos índios. A cidade cresceu <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as direções e hoje<br />

t<strong>em</strong> uma parte <strong>em</strong> cada esta<strong>do</strong>.<br />

A região metropolitana reúne mais de 2 milhões de habitantes, que se esbaldam<br />

comen<strong>do</strong> churrasco. A cidade t<strong>em</strong> o maior número de churrascarias per capita de<br />

to<strong>do</strong> os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Existe até uma Kansas City Barbecue Society. O conceito<br />

de churrasco é um pouco diferente, mas nós faz<strong>em</strong>os bonito lá com uma típica<br />

churrascaria gaúcha figuran<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>das</strong> americanas.<br />

Mas também a<strong>do</strong>ram jazz, que compõe a cena musical da cidade<br />

desde os anos 20, com artistas como Count Basie, Moton Bennie e Jay<br />

McShann.<br />

Charlie “Bird” Parker nasceu <strong>em</strong> KC, KS. Os clubes e a vida noturna intensa deram à<br />

cidade o apeli<strong>do</strong> de “Paris da Planície”. Ali, lar <strong>do</strong> swing e <strong>do</strong> bebop, começaram as<br />

jam sessions. Os músicos encontravam-se depois <strong>do</strong>s shows e tocavam juntos até de<br />

madrugada.<br />

Desde o aeroporto, já t<strong>em</strong> muito para ser visto. Você está na região onde o legendário<br />

ladrão e assassino Jesse James foi morto. O Museu Jesse James Bank <strong>em</strong> Liberty<br />

atrai turistas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>.<br />

Explore a região de Platte County. Você pode jantar e fazer compras nas áreas<br />

históricas de Parkville e Weston, perto <strong>do</strong> rio. Também pode conhecer a nova área de<br />

entretenimento, Zona Rosa, ideal para compras e jantares. Qu<strong>em</strong> sabe não dá sorte<br />

no Riverside’s Argosy Casino? Museus, vinícolas, pubs, hotéis. A região t<strong>em</strong> tu<strong>do</strong>!


Mas você vai<br />

a<strong>do</strong>rar fazer um<br />

tour gratuito pela<br />

fábrica da Harley-<br />

Davidson...Para<br />

completar o ritmo de<br />

aventura, pense que<br />

a pioneira avia<strong>do</strong>ra<br />

Amelia Earhart nasceu<br />

na região! A casa onde<br />

ela nasceu e passou sua<br />

infância, construída por<br />

seu avô no início <strong>do</strong>s<br />

anos 1860, foi restaurada<br />

e transformada <strong>em</strong><br />

museu, com objetos<br />

e recordações de sua<br />

família.<br />

Pegue a Estrada 169 que<br />

margeia o rio Missouri.<br />

Tente imaginar como<br />

era chegar de barco<br />

num lugar desconheci<strong>do</strong><br />

para fundar um esta<strong>do</strong> e<br />

começar uma vida!<br />

Cruzan<strong>do</strong> a ponte<br />

Broadway e toman<strong>do</strong> à<br />

esquerda, você chega no<br />

The Steamboat Arabia<br />

Museum. O museu é<br />

como uma cápsula <strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>po! O Arábia era um<br />

barco a vapor subin<strong>do</strong> o<br />

rio Missouri no outono<br />

de 1865 quan<strong>do</strong> bateu<br />

numa árvore submersa<br />

gigante e afun<strong>do</strong>u ao<br />

norte de Kansas City.<br />

Levava 130 passageiros<br />

e 200 tonela<strong>das</strong> de<br />

suprimentos para os<br />

armazéns gerais e os<br />

assentamentos <strong>do</strong>s<br />

pioneiros. Os passageiros<br />

escaparam, mas o barco<br />

afun<strong>do</strong>u muito rápi<strong>do</strong>!<br />

Na região <strong>do</strong><br />

presidente Truman,<br />

um <strong>do</strong>s mais<br />

respeita<strong>do</strong>s pelos<br />

norte-americanos<br />

Com o passar <strong>do</strong>s<br />

anos, o rio mu<strong>do</strong>u seu<br />

curso e o Arábia ficou<br />

enterra<strong>do</strong> sob uma<br />

plantação de milho no<br />

Kansas. Em 1988 o barco<br />

foi encontra<strong>do</strong> por um<br />

grupo de modernos<br />

aventureiros, que<br />

pagaram <strong>do</strong> próprio bolso<br />

a complexa operação<br />

para localizar, escavar,<br />

retirar a água e resgatar<br />

sua carga. Foram<br />

encontra<strong>das</strong> louças finas,<br />

roupas e até mesmo<br />

comida <strong>em</strong>balada <strong>em</strong><br />

excelentes condições.<br />

Seu acha<strong>do</strong> foi chama<strong>do</strong><br />

de Túmulo <strong>do</strong> Rei Tut<br />

<strong>do</strong> rio Missouri. A visita<br />

ao Arábia é programa<br />

obrigatório e diversão<br />

garantida!<br />

Almoce no The Savoy<br />

Grill. É um endereço<br />

clássico na cidade.<br />

Desde 1903 <strong>pessoas</strong><br />

interessantes e de<br />

prestígio frequentam o<br />

endereço que oferece<br />

comida excelente, que<br />

vai de lagosta a carne.<br />

O Savoy era o favorito<br />

<strong>do</strong> Presidente Harry<br />

Truman, um <strong>do</strong>s mais<br />

respeita<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s EUA,<br />

que era da região. Dá até<br />

para pedir para sentar na<br />

mesa favorita dele.<br />

É bom estar<br />

prepara<strong>do</strong> para ver<br />

to<strong>das</strong> as atrações <strong>do</strong><br />

Corre<strong>do</strong>r Central. O<br />

Kansas City Convention<br />

Center surge <strong>em</strong> meio a<br />

edifícios altos e prédios<br />

<strong>em</strong> estilo Art Deco. Esta<br />

região fervilha com<br />

teatros, restaurantes<br />

e hotéis. Também no<br />

centro está o novo<br />

Entertainment District:<br />

Kansas City Power &<br />

Light. São cerca de 150<br />

mil metros quadra<strong>do</strong>s,<br />

que abrigam mais de<br />

50 restaurantes, bares,<br />

lojas e <strong>espaço</strong>s de<br />

entretenimento. Além<br />

<strong>do</strong> Sprint Center, arena<br />

dedicada a esportes,<br />

grandes concertos e<br />

eventos.<br />

Seguin<strong>do</strong> para o sul,<br />

você chega na Union<br />

Station. Kansas City<br />

era a grande parada<br />

no meio <strong>do</strong> continente,<br />

quan<strong>do</strong> as ferrovias<br />

eram a vida <strong>das</strong> grandes<br />

cidades. Construída <strong>em</strong><br />

1914, com mais de 250<br />

metros quadra<strong>do</strong>s e 900<br />

quartos. Em seu auge<br />

como estação de tr<strong>em</strong>,<br />

acomo<strong>do</strong>u milhares de<br />

passageiros. Durante<br />

a Segunda Guerra,<br />

mais de um milhão de<br />

viajantes passaram por<br />

lá. Sua North Waiting<br />

Room podia acomodar<br />

10 mil <strong>pessoas</strong>, com<br />

restaurantes, loja de<br />

charutos, barbearia,<br />

escritórios e uma casa<br />

de força que produzia<br />

vapor e energia. Fechada<br />

<strong>em</strong> 1980, esteve à beira<br />

de ser d<strong>em</strong>olida várias<br />

vezes. Em 1996, os <strong>do</strong>is<br />

esta<strong>do</strong>s uniram-se para<br />

financiar a restauração,<br />

que ficou pronta <strong>em</strong><br />

1999. De novo a estação<br />

ganhou vida!<br />

As <strong>pessoas</strong> vão<br />

para almoçar,<br />

usar os correios.<br />

Já os turistas vão<br />

observar o lin<strong>do</strong><br />

teto de quase 30<br />

metros, com lustres<br />

maravilhosos e um<br />

relógio de 1.80m de<br />

largura pendura<strong>do</strong> no<br />

arco central.<br />

A estação hoje abriga<br />

bons restaurantes e lojas<br />

exclusivas. E você até<br />

pode pegar um tr<strong>em</strong> na<br />

parada Union Station<br />

da Amtrak, National<br />

Railroad Passenger<br />

Corporation.<br />

Preservan<strong>do</strong> a m<strong>em</strong>ória,<br />

a Union Station abriga<br />

permanent<strong>em</strong>ente<br />

coleções e arquivos.<br />

Além de uma exposição<br />

permanente chamada<br />

KC Rail Experience, com<br />

<strong>espaço</strong>s para exposições<br />

sobre viagens produzi<strong>das</strong><br />

S H O W R O O M33


A pASSEIO<br />

pelo Smithsonian, entre<br />

outras organizações.<br />

O planetário, o centro<br />

de ciências interativo,<br />

Science City e o Theater<br />

District com tela gigante<br />

para filmes e teatro<br />

completam as opções de<br />

lazer.<br />

Cidade <strong>das</strong> fontes<br />

B<strong>em</strong> perto está o<br />

Crown Center, com<br />

lojas, restaurantes e a<br />

sede internacional da<br />

Hallmark Cards. O Crown<br />

Center é um grande<br />

complexo com múltiplas<br />

funções, que recebe<br />

mais de cinco milhões<br />

de visitantes por ano.<br />

Foi cria<strong>do</strong> pelo funda<strong>do</strong>r<br />

da Hallmark Cards, Inc.,<br />

Joyce C Hall e seu filho<br />

Donald J. Hall. São cinco<br />

edifícios de sete andares<br />

interliga<strong>do</strong>s, mais centro<br />

de compras e <strong>do</strong>is hotéis.<br />

T<strong>em</strong> ainda mais de 230<br />

con<strong>do</strong>mínios. Ergui<strong>do</strong><br />

numa área aban<strong>do</strong>nada,<br />

revitalizou a região.<br />

Kansas City é conhecida<br />

como a Cidade <strong>das</strong><br />

S H O W R O O M<br />

34<br />

Fontes. O Crown Center<br />

contribui para isso.<br />

Dentre as muitas fontes,<br />

destaca-se a Crown<br />

Center Fontain Square.<br />

Quase 100 jatos e bicas<br />

de água que alcançam<br />

mais de 18 metros de<br />

altura são alimenta<strong>do</strong>s<br />

por um reservatório de<br />

mais de 140 mil litros de<br />

água. A água é reciclada<br />

a uma velocidade de<br />

mais de 8 mil litros por<br />

minuto. Tanta água cria<br />

shows aquáticos de<br />

dança muito bonitos. São<br />

vários, começan<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

torno de meio-dia, to<strong>do</strong>s<br />

os dias.<br />

Mas se quiser<br />

fazer um programa<br />

realmente<br />

charmoso, para não<br />

esquecer, vá jantar<br />

no The American<br />

Restaurant. É o<br />

restaurante mais<br />

“estrela<strong>do</strong>” da cidade,<br />

Ele fica no topo da Hall’s<br />

Department Store. A<br />

vista é de tirar o fôlego.<br />

O serviço, impecável,<br />

e a comida, muito boa.<br />

É tu<strong>do</strong> muito elegante.<br />

Como eles abr<strong>em</strong> para<br />

o jantar às 5 da tarde,<br />

convém chegar ce<strong>do</strong> para<br />

aproveitar o maravilhoso<br />

pôr <strong>do</strong> sol. L<strong>em</strong>bran<strong>do</strong><br />

que nos EUA é muito<br />

comum jantar ce<strong>do</strong>. Se<br />

os brasileiros praticam<br />

horários de São Paulo,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, corr<strong>em</strong> o<br />

risco de encontrar os<br />

restaurantes fechan<strong>do</strong>...<br />

Uma visita ao<br />

Nelson-Atkins<br />

Museum of Art é<br />

obrigatória para<br />

qu<strong>em</strong> gosta de arte.<br />

O museu expõe coleções<br />

e oferece programas que<br />

permit<strong>em</strong> um desfrute e<br />

compreensão <strong>das</strong> artes<br />

visuais e as culturas que<br />

elas representam. Teve<br />

s<strong>em</strong>pre uma postura<br />

diferenciada. Durante<br />

os anos 1930, quan<strong>do</strong><br />

os coleciona<strong>do</strong>res<br />

estavam venden<strong>do</strong>, a<br />

fundação <strong>do</strong> museu<br />

seguiu compran<strong>do</strong><br />

obras de relevância. O<br />

resulta<strong>do</strong> disso é que<br />

Kansas City t<strong>em</strong> hoje um<br />

museu que está entre<br />

os melhores <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>!<br />

A visita é <strong>em</strong>ocionante<br />

desde os jardins, com<br />

as famosas instalações<br />

que reproduz<strong>em</strong> petecas.<br />

O prédio neoclássico<br />

imponente abriga mais<br />

de 30 mil objetos. Dentre<br />

eles, telas de Caravaggio,<br />

El Greco, R<strong>em</strong>brandt,<br />

Monet, Degas e van Gogh<br />

dentre muitos outros.<br />

Mas se a sua<br />

“arte” preferida é<br />

comprar, vá para<br />

o Country Club<br />

Plaza. É conheci<strong>do</strong><br />

por ser o primeiro<br />

centro comercial <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>. Ele é muito<br />

diferente. Parece uma<br />

cidade independente!<br />

A arquitetura é <strong>do</strong> sul<br />

da Espanha. As torres<br />

mouriscas e os prédios<br />

andaluzes, que parec<strong>em</strong><br />

com a Catedral de<br />

Cór<strong>do</strong>ba, dão ao Plaza<br />

uma atmosfera de sonho<br />

e aventura. É um lugar<br />

exótico, diferente de<br />

tu<strong>do</strong> o que se vê nos<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. T<strong>em</strong> de<br />

tu<strong>do</strong>. Lojas maravilhosas<br />

<strong>das</strong> melhores grifes <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>, restaurantes,<br />

cafés, bares. Um<br />

fervilhante calendário<br />

oferece shows, desfiles,<br />

feiras de arte e outras<br />

atrações. S<strong>em</strong> falar<br />

<strong>em</strong> to<strong>do</strong> tipo de lojas<br />

de conveniência,<br />

cabeleireiros, bancos<br />

e cin<strong>em</strong>a. Vale a pena<br />

passear observan<strong>do</strong> a<br />

arquitetura e a elegância<br />

<strong>das</strong> <strong>pessoas</strong>.


Para uma<br />

experiência<br />

tipicamente<br />

americana, vá<br />

ao Arrowhead<br />

Stadium assistir<br />

a uma partida de<br />

futebol americano<br />

estrelada pelos<br />

KC Chiefs. Ou<br />

ainda uma partida de<br />

beisebol no Kauffman<br />

Stadium, quan<strong>do</strong> os<br />

Royals jogar<strong>em</strong>. Mesmo<br />

que você não entenda<br />

estes esportes, a<br />

torcida é contagiante! A<br />

t<strong>em</strong>porada de futebol vai<br />

de set<strong>em</strong>bro a dez<strong>em</strong>bro<br />

e a de beisebol acontece<br />

entre março e outubro.<br />

Estan<strong>do</strong> no clima, depois<br />

<strong>do</strong> jogo, ou antes, vá ao<br />

Winstead. À primeira<br />

vista você vai pensar<br />

que se trata de uma<br />

dessas lanchonetes<br />

moderninhas que<br />

reproduz<strong>em</strong> os anos 50.<br />

Mas não é! Ela é assim<br />

desde os anos 50. Nunca<br />

mu<strong>do</strong>u.<br />

Até o Wall Street<br />

Journal disse<br />

que é o melhor<br />

hambúrguer <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>. Tu<strong>do</strong>, desde as<br />

mesas croma<strong>das</strong> com<br />

curvas de um Cadillac<br />

1959, até os uniformes<br />

<strong>das</strong> garçonetes, <strong>em</strong><br />

rosa e turquesa, tu<strong>do</strong><br />

mesmo é autêntico<br />

desde aqueles dias.<br />

Peça um hambúrguer<br />

Winstead meio a meio.<br />

Virá batatas fritas e<br />

onion rings. O<br />

acompanhamento<br />

perfeito é<br />

uma limeade<br />

clássica. Para<br />

a sobr<strong>em</strong>esa,<br />

chocolate malt.<br />

É tão grosso que<br />

precisa tomar de<br />

colher.<br />

Em Kansas o<br />

churrasco pode ser<br />

feito de qualquer<br />

coisa<br />

O melhor para o fim!<br />

Kansas City é a barbecue<br />

capitol of the USA.<br />

Enquanto no Texas o<br />

churrasco é s<strong>em</strong>pre<br />

de carne e na Carolina<br />

<strong>do</strong> Norte é s<strong>em</strong>pre de<br />

porco, <strong>em</strong> Kansas City o<br />

churrasco pode ser feito<br />

de qualquer coisa. É uma<br />

piada local dizer que t<strong>em</strong><br />

que tomar cuida<strong>do</strong> com<br />

seu chapéu ou casaco<br />

durante um churrasco,<br />

porque senão eles<br />

acabam na grelha!<br />

Os méto<strong>do</strong>s e as receitas<br />

são segre<strong>do</strong>s de família,<br />

mas to<strong>do</strong>s concordam<br />

que low and slow is the<br />

way to go – alguma coisa<br />

como fogo baixo e lento<br />

é o jeito certo. A carne<br />

é assada entre 71º e<br />

82º C, para manter-se<br />

úmida, por horas e horas,<br />

de forma que a fumaça<br />

<strong>das</strong> brasas rodeie toda<br />

a carne. É trabalhoso e<br />

precisa ter paciência.<br />

Os americanos faz<strong>em</strong><br />

o seu barbecue desde<br />

os t<strong>em</strong>pos coloniais e<br />

alguns endereços <strong>em</strong><br />

Kansas City resist<strong>em</strong>,<br />

oferecen<strong>do</strong> esta arte cada<br />

vez melhor.<br />

Desde os anos<br />

30 <strong>do</strong> século<br />

passa<strong>do</strong>, Arthur<br />

Bryant oferece um<br />

restaurante simples<br />

e autêntico na<br />

Brooklyn Avenue.<br />

Por lá passaram<br />

celebridades e to<strong>do</strong>s os<br />

candidatos à Presidência<br />

<strong>do</strong> país desde Truman.<br />

O molho de Bryant é<br />

único. N<strong>em</strong> tão <strong>do</strong>ce,<br />

com a medida certa de<br />

vinagre e mostarda.<br />

Picante, apimenta<strong>do</strong>,<br />

como a cozinha colonial<br />

espanhola. Os visitantes<br />

sent<strong>em</strong> que reencontram<br />

o sabor <strong>do</strong>s primeiros<br />

t<strong>em</strong>pos da colonização<br />

no molho. S<strong>em</strong> dúvida, é<br />

o primeiro endereço de<br />

churrasco a ser visita<strong>do</strong>.<br />

Mas há outros. Gates<br />

Barbecue t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> um os<br />

favoritos desde 1946. Seu<br />

molho rico, vermelho,<br />

combinan<strong>do</strong> <strong>do</strong>ce e<br />

salga<strong>do</strong> é talvez o mais<br />

típico da cidade.<br />

Já o Jack Stack é o<br />

mais completo de to<strong>do</strong>s.<br />

Começou há mais de 50<br />

anos e oferece o melhor<br />

serviço e os melhores<br />

acompanhamentos.<br />

Experimente a salada cole<br />

slaw e o feijão! As costelas<br />

também são muito boas!<br />

Você pode ir no Jack no<br />

Country Club Plaza.<br />

Uma casa não tradicional,<br />

mas que se firma a cada<br />

dia é Oklahoma Joe.<br />

Praticamente um recém<br />

chega<strong>do</strong>, porque começou<br />

<strong>em</strong> 1991, o restaurante já<br />

participa <strong>das</strong> competições de<br />

churrasco da cidade e briga<br />

de igual para igual com os<br />

mais tradicionais. A própria<br />

localização já diz muito: está<br />

entre um posto de gasolina<br />

e uma loja de bebi<strong>das</strong>. Ele<br />

chegou por último, mas já faz<br />

parte <strong>do</strong> clube. Aliás, muitos<br />

mora<strong>do</strong>res juram que é a<br />

melhor batata frita <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>!<br />

Para queimar tantas<br />

calorias, saia para dançar. A<br />

cidade t<strong>em</strong> muitos bares e<br />

clubes. A cena noturna ferve!<br />

Brasileiros ainda precisam<br />

de visto para visitar os<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />

S H O W R O O M35


QUEM tevê?<br />

36<br />

Desceu o pau <strong>em</strong> Maomé?<br />

Agora guenta!<br />

É o preço da liberdade de<br />

expressão. Diante <strong>das</strong> manifestações de<br />

muçulmanos <strong>em</strong> nove países contra um filme feito<br />

nos EUA escrachan<strong>do</strong> com o profeta Maomé, a secretária<br />

de Esta<strong>do</strong> estadunidense, Hillary Clinton, disse<br />

que “a Casa Branca não pode interferir na liberdade<br />

de expressão <strong>do</strong> país”. Ora, a liberdade de expressão<br />

é ilimitada? Não pode ter controle? Então por que reclamar<br />

<strong>do</strong>s muçulmanos que estão expressan<strong>do</strong> o seu<br />

descontentamento com o vídeo que foi distribuí<strong>do</strong> na<br />

internet? O mais sensato seria fazer como o diretor<br />

<strong>do</strong> jornal El Diário, de Ciudad Juarez, no México, que<br />

publicou editorial dirigin<strong>do</strong>-se aos traficantes perguntan<strong>do</strong><br />

a eles o que pode ou não ser publica<strong>do</strong> sobre<br />

o conflito entre eles e o governo.<br />

A decisão de usar o editorial <strong>do</strong> jornal para falar com<br />

os traficantes foi tomada depois <strong>do</strong> assassinato de<br />

<strong>do</strong>is jornalistas. O editorial descreve os chefes <strong>do</strong> tráfico<br />

como “autoridades de fato” <strong>em</strong> Ciudad Juarez. O<br />

diretor Osval<strong>do</strong> Rodriguez disse que o veículo “busca<br />

a verdade”, mas pode considerar o fim da cobertura<br />

da guerra contra o tráfico para proteger os seus<br />

repórteres.<br />

S H O W R O O M<br />

Joel Leite é jornalista e diretor da<br />

Agência AutoInforme<br />

por Joel leiTe<br />

A rainha pode<br />

A família real inglesa censurou os jornais<br />

britânicos para que não publicass<strong>em</strong> as fotos<br />

<strong>do</strong> príncipe herdeiro Harry pela<strong>do</strong>, num strip<br />

bilhar <strong>em</strong> Las Vegas, com uma garota também<br />

nua. Se o episódio ocorresse por aqui seria<br />

truculência, cerceamento à liberdade de<br />

expressão, mas lá na Inglaterra, a pedi<strong>do</strong> da<br />

rainha, pode! Cá entre nós, censurar as fotos<br />

<strong>do</strong> príncipe nu eu concor<strong>do</strong>, mas impedir a<br />

publicação <strong>do</strong> topless da princesa eu acho uma<br />

bobag<strong>em</strong>.<br />

A não entrevista da não revista<br />

foi uma verdadeira aula de não<br />

jornalismo.<br />

O que parecia impossível aconteceu: a<br />

Veja se superou e deu mais uma aula de<br />

como não fazer jornalismo.<br />

A não revista publicou uma não entrevista<br />

de Marcos Valério, onde o réu <strong>do</strong><br />

Mensalão denuncia que o ex- presidente<br />

Lula é o chefe da quadrilha e que o<br />

volume de dinheiro envolvi<strong>do</strong> é de R$ 350<br />

milhões e não R$ 50 milhões.<br />

Ao repercutir a “entrevista”, os jornalões<br />

descobriram, através <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

publicitário, que faz cinco anos que<br />

Valério não dá entrevista a nenhum órgão<br />

de imprensa, que não recebeu telefon<strong>em</strong>a<br />

de nenhum repórter da Veja ou de<br />

nenhum outro. Enfim, nada aconteceu<br />

fora da redação da revista de Policarpo<br />

Júnior, o repórter que t<strong>em</strong> ligações com<br />

Carlinhos Cachoeira.


HASHI<br />

Art Cuisine<br />

FoToS e TexTo De <strong>em</strong>erSoN HaaS<br />

Pelo quarto ano consecutivo o Hashi Art<br />

Cuisine foi eleito o “Melhor Restaurante Cont<strong>em</strong>porâneo de Porto<br />

Alegre” pela Revista Veja Comer e Beber 2012. O restaurante foi<br />

aberto <strong>em</strong> 2005 e de lá para cá o <strong>espaço</strong> já se tornou pequeno para<br />

acumular as pr<strong>em</strong>iações e menções ao seu cardápio, que revela<br />

criações estampa<strong>das</strong> na cozinha oriental-brasileira com destaque<br />

para Vieira com Figos e Foie Gras; Magret de Pato ao molho de<br />

Laraja Kinkan e Cordeiro no Pesto de Hortelã. Também uma ótima<br />

dica é o Menu Degustação Harmoniza<strong>do</strong>, composto por seis pratos,<br />

sobr<strong>em</strong>esa, vinhos e espumantes, escolhi<strong>do</strong>s a de<strong>do</strong>.<br />

Ir ao Hashi é quase um programa cultural obrigatório para aqueles<br />

que apreciam a boa mesa. Sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> mais badala<strong>do</strong> chef<br />

gaúcho <strong>do</strong>s últimos t<strong>em</strong>pos e um <strong>do</strong>s darlings cont<strong>em</strong>porâneos<br />

brasileiros, Carlos Kristensen, que começou a tomar gosto pela<br />

culinária observan<strong>do</strong> o pai preparan<strong>do</strong> “gnocchi” e se aprimorou<br />

após várias passagens por cozinhas da Australia, Tailandia, Nepal<br />

e India, o chef acabou definin<strong>do</strong> sua proposta gastronômica:<br />

uma grande mescla destas culturas somada ao seu chão com<br />

ingredientes tipicamente brasileiros. Junte-se a isso uma decoração<br />

minimalista, uma iluminação intimista, localização privilegiada e<br />

um serviço impecável.<br />

O HasHi art Cuisine fiCa na<br />

Des<strong>em</strong>bargaDOr augustO mOreira Lima,<br />

151, bairrO beLa Vista – POrtO aLegre /<br />

rs, fOne 51. 3328.0005.<br />

A RECEITA:<br />

Camarão com<br />

Legumes ao<br />

Leite de Coco<br />

e Gengibre<br />

S A b O R<br />

pARtICUlAR<br />

Ingredientes (para 4 <strong>pessoas</strong>):<br />

500g de camarão • Duas<br />

mandioquinhas pré-cozi<strong>das</strong> e descasca<strong>das</strong> • Uma<br />

abobrinha italiana cortada <strong>em</strong> fatias finas • 3<br />

colheres de sopa de amên<strong>do</strong>as fatia<strong>das</strong> e tosta<strong>das</strong><br />

Uma cenoura cortada <strong>em</strong> fatias finas<br />

Duas xícaras de brócolis • 150ml de leite de coco<br />

• Uma colher de sopa de gengibre descasca<strong>do</strong> e<br />

pica<strong>do</strong><br />

Um dente de alho picadinho e uma cebola média<br />

cortada <strong>em</strong> pétalas<br />

12 vagens de ervilhas tortas e suco de um limão<br />

• Pitada de açafrão <strong>em</strong> pó, pimenta branca e sal<br />

a gosto • Azeite de oliva extra virg<strong>em</strong> • Salsinha<br />

verde picadinha e s<strong>em</strong>ente de gergelim negro<br />

Preparo:<br />

Aqueça um fio de azeite, preferencialmente<br />

<strong>em</strong> uma panela wok e refogue o gengibre<br />

e o alho rapidamente. Logo após junte a<br />

cenoura, a abobrinha e misture b<strong>em</strong>. Em<br />

seguida – s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> fogo alto – adicione<br />

a mandioquinha, a cebola e as amên<strong>do</strong>as<br />

refogan<strong>do</strong> rapidamente. Junte o leite de coco,<br />

o brócolis e a ervilha torta (esta previamente<br />

branqueada, ou seja, escaldada por um<br />

minuto <strong>em</strong> água fervente e <strong>em</strong> seguida<br />

mergulhada <strong>em</strong> água gelada). Assim que os<br />

legumes estiver<strong>em</strong> ligeiramente refoga<strong>do</strong>s,<br />

adicione o camarão e o gergelim e t<strong>em</strong>pere<br />

tu<strong>do</strong> com o suco de limão, sal e pimenta e<br />

ainda com a pitada de açafrão. Sirva a seguir,<br />

acompanha<strong>do</strong> de arroz branco normal ou thai<br />

jasmim.<br />

<strong>em</strong>ersonhaas@viavale.com.br<br />

www.eu-gourmet.com<br />

S H O W R O O M37


nA vARAnDA<br />

Se a varanda da minha mente está aberta sobre as coisas<br />

boas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que eu tive a sorte de ver, uma delas é o Bar<br />

Centro <strong>em</strong> Beijing.<br />

Voltan<strong>do</strong> para os<br />

prazeres prosaicos<br />

<strong>do</strong> dia a dia, a<strong>do</strong>ro<br />

quan<strong>do</strong> entra um post <strong>do</strong><br />

Balacobaco no Facebook.<br />

Até onde eu entendi, eles são uma<br />

loja <strong>em</strong> Taubaté que repagina<br />

móveis. As fotos são sensacionais!<br />

N<strong>em</strong> tu<strong>do</strong> é feito por eles. Muita<br />

coisa é só para inspirar... E como<br />

inspira. T<strong>em</strong> soluções geniais com<br />

coisas que a gente olha e não dá<br />

um centavo por elas. Pois os danadinhos<br />

inventam algum uso, alguma<br />

coisa bonita que encanta os<br />

nossos olhos.<br />

S H O W R O O M 38<br />

Maria Regina Cyrino Corrêa,<br />

é jornalista e publicitária<br />

regina.cyrino@uol.com.br<br />

por maria reGiNa CyriNo Corrêa<br />

Kerry Hotel, 1 Guanghua<br />

Rd. Choayang District.<br />

O lugar é chique, a brigada de<br />

serviço é bonita e eficiente, os coquetéis<br />

são impecáveis. Turistas e<br />

locais misturam-se nos ambientes<br />

decora<strong>do</strong>s com muita sofisticação.<br />

Poderia estar <strong>em</strong> qualquer metrópole<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. O bar ferve! Parece<br />

que toda Beijing vai lá para a happy<br />

hour ou o “esquenta”! Mas a Beijing<br />

que vai no Centro sai de casa<br />

dressed to impress, com um bom<br />

cartão de crédito no bolso... É um<br />

grande contraste com a China <strong>do</strong><br />

nosso imaginário.<br />

Minha varanda ficou escura no fim de<br />

set<strong>em</strong>bro. Morreu a Hebe Camargo.<br />

Eu não via o programa já há muito t<strong>em</strong>po, mas era fã da pessoa. Uma vida<br />

tão longa deu t<strong>em</strong>po de firmá-la como ícone de várias coisas. Ícone da TV,<br />

estava lá desde o começo. Ícone de alegria, s<strong>em</strong>pre saborean<strong>do</strong> a vida.<br />

Ícone de joias com seus diamantes, rubis e esmeral<strong>das</strong>. Hebe tinha essa<br />

capacidade de mostrar que viver b<strong>em</strong> era possível. A gente se projetava<br />

nela e ficava feliz. Mas t<strong>em</strong> um outro aspecto pouco fala<strong>do</strong> que foi sua representatividade<br />

como mulher numa época <strong>em</strong> que to<strong>das</strong> as outras eram<br />

apêndices <strong>do</strong>s mari<strong>do</strong>s. A Hebe, não. A Hebe teve brilho próprio e contra<br />

tu<strong>do</strong> e to<strong>do</strong>s os preconceitos conquistou respeito numa área masculina.<br />

A Hebe não enfeitava o palco. Ela reinava sobre ele. Por seu sofá, desde<br />

os primórdios esqueci<strong>do</strong>s da TV Record nos anos 60, passaram to<strong>das</strong> as<br />

<strong>pessoas</strong> que contavam neste País. Aliás, se não passass<strong>em</strong>, contariam<br />

menos... Minha varanda ficou triste, mas o céu – ou onde quer que se vá –<br />

deve estar uma gargalhada só. A Hebe reencontrou a Nair Belo... Imagine!<br />

Elas dev<strong>em</strong> estar rolan<strong>do</strong> de tanto rir!<br />

Lionel Falcon


Gente que<br />

colecionava, antes,<br />

coisas <strong>do</strong> lixo<br />

Cidade de Arcoverde, Pernambuco.<br />

Quase 300 km de Recife. Se for, não espere<br />

achar praias, areia branca, sombra e água fresca. Mas<br />

encontrará a Fundação Terra, entidade criada <strong>em</strong><br />

1984 para atender a população local de um antigo e<br />

desativa<strong>do</strong> lixão. O responsável é o padre Airton, que<br />

classifica esta ação como um grande mutirão a favor<br />

<strong>do</strong>s que realmente precisam de ajuda. Mais de 10 mil<br />

beneficia<strong>do</strong>s, entre crianças, a<strong>do</strong>lescentes e adultos.<br />

Vale a pena conhecer e, se possível, ajudar. N<strong>em</strong> que<br />

seja a distância www.fundacaoterra.org.br<br />

Responda rápi<strong>do</strong>: qual é o<br />

dia da s<strong>em</strong>ana preferi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

brasileiro?<br />

Não sei qu<strong>em</strong> investiria t<strong>em</strong>po e dinheiro para saber<br />

uma coisa dessas, mas alguém se propôs a descobrir qual é<br />

o dia preferi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s brasileiros. Foi essa pergunta que respondi<br />

a um grupo de jovens com pranchetas quan<strong>do</strong> eu cruzava a<br />

pé uma movimentada avenida de São Paulo. A questão era<br />

simples e direta. Minha resposta d<strong>em</strong>orou um pouco. Cravar<br />

no sába<strong>do</strong> seria o natural. N<strong>em</strong> sei se sába<strong>do</strong> é meu dia<br />

preferi<strong>do</strong>. O trânsito é insuportável. Sexta? Não... Optei pela<br />

quinta-feira. Por quê? Na minha juventude s<strong>em</strong>pre tive aula<br />

dupla de educação artística após o recreio. E a professora<br />

s<strong>em</strong>pre faltava. Era o suficiente para as pela<strong>das</strong> nos campinhos<br />

de terra. Agora, o que o instituto de pesquisa fará com uma<br />

resposta dessas não sei!<br />

por marCelo alleNDeS<br />

COlEçãO<br />

Diversão X<br />

Inverossimilhanças<br />

Que novela é diversão, já sab<strong>em</strong>os.<br />

Que o escritor t<strong>em</strong> liberdade<br />

poética para tornar o enre<strong>do</strong> ágil<br />

e diverti<strong>do</strong>, também. Mas serão<br />

necessárias tantas incoerências e<br />

inverossimilhanças como as que<br />

v<strong>em</strong>os atualmente no tal horário<br />

nobre da televisão? Os autores e<br />

diretores estão confundin<strong>do</strong> ficção<br />

com farsa. Pelo jeito, acreditam<br />

que diversão não combina com<br />

educação e instrução. Uma<br />

pena. A casta de ótimos atores<br />

fica resumida a histórias s<strong>em</strong> pé<br />

n<strong>em</strong> cabeça, apenas para criar<br />

<strong>em</strong>oção e garantir a audiência<br />

<strong>do</strong> dia seguinte. Os filmes <strong>do</strong>s<br />

Trapalhões eram mais autênticos.<br />

Ao menos não se levavam tão a<br />

sério.<br />

Marcelo Allendes é jornalista<br />

e colabora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Banco Volkswagen<br />

allendes@yahoo.com<br />

S H O W R O O M39


A UM tOQUE<br />

Novo tablet da Sony<br />

A Sony exibiu na IFA 2012,<br />

maior feira de eletrônicos<br />

europeia, o Sony Xperia<br />

Tablet S. O novo Sony tablet<br />

é resistente à água e t<strong>em</strong><br />

um design de corpo fininho.<br />

A acessibilidade é total com<br />

conexões Wi-Fi e 3G. Outra<br />

tecnologia que irá agradar<br />

ao consumi<strong>do</strong>r é a TruBlack,<br />

que controla o reflexo de luz<br />

ambiente, garantin<strong>do</strong> cores<br />

mais vivas. Junto com o<br />

tablet foi lançada uma linha<br />

de acessórios como capas<br />

protetoras, tecla<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>ck<br />

speakers e <strong>do</strong>ck stands.<br />

Previsto para chegar ao Brasil <strong>em</strong><br />

março de 2013, com especificações<br />

técnicas e preços a ser<strong>em</strong> defini<strong>do</strong>s.<br />

S H O W R O O M 40<br />

Câmera com Wi-Fi<br />

Redes sociais, smartphones,<br />

aplicativos como o Instagram,<br />

mais <strong>do</strong> que nunca, web é<br />

imag<strong>em</strong> e compartilhamento<br />

de fotos. A Samsung coloca<br />

no merca<strong>do</strong> uma nova linha<br />

de câmeras fotográficas<br />

compactas com conexão<br />

Wi-Fi que possibilitam enviar<br />

as fotos para um serviço de<br />

“nuv<strong>em</strong>” (armazenamento<br />

de 7GB grátis), compartilhar<br />

e fazer upload de vídeos no<br />

YouTube. Outra funcionalidade<br />

é o GPS que permite mapear<br />

a localização e acessar <strong>em</strong><br />

t<strong>em</strong>po real às informações<br />

basea<strong>das</strong> na localização. A<br />

linha de câmeras SMART<br />

t<strong>em</strong> três modelos e três<br />

cores disponíveis (branca,<br />

preta e vermelha), to<strong>das</strong> com<br />

vários recursos de edição de<br />

imagens e lentes com zoom<br />

óptico.<br />

Os modelos SMART WB150F, DV300F,<br />

ST200F t<strong>em</strong> preço sugeri<strong>do</strong> entre R$<br />

599,00 e R$ 799,00.<br />

Câmera<br />

smartphone<br />

Outra câmera compacta<br />

com Wi-Fi e sist<strong>em</strong>a<br />

operacional Android,<br />

lançamento da Nikon.<br />

São três modelos da linha<br />

COOLPIX, a COOLPIX S800c<br />

também t<strong>em</strong> funções de<br />

um smartphone (exceto a<br />

de telefone) é compatível<br />

com Wi-Fi, AndroidTM<br />

com vários aplicativos<br />

<strong>do</strong> Google, possibilitan<strong>do</strong><br />

o compartilhamento de<br />

imagens e comentários<br />

<strong>em</strong> redes sociais e GPS<br />

<strong>em</strong>buti<strong>do</strong>, que grava as<br />

informações <strong>do</strong> local <strong>em</strong><br />

que as fotos e os vídeos<br />

foram registra<strong>do</strong>s. A outra<br />

da linha, a COOLPIX S01, é<br />

a menor e mais leve câmera<br />

produzida pela Nikon,<br />

com aproximadamente<br />

5 centímetros e 96g. A<br />

terceira, a COOLPIX P7700,<br />

é uma compacta com<br />

recursos similar a uma<br />

câmera DSLR.<br />

Preços não foram divulga<strong>do</strong>s.


Elenco: Richard Gere, Susan Saran<strong>do</strong>n,<br />

Tim Roth, Brit Marling, Jennifer Butler,<br />

William Friedkin, Monica Raymund,<br />

Laetitia Casta, Nate Parker.<br />

Direção: Nicholas Jarecki<br />

JK e a ditadura por Carlos<br />

Heitor Cony ( Editora Objetiva,<br />

240 páginas)<br />

Preço sugeri<strong>do</strong>: R$ 39,90<br />

Dois bons motivos para<br />

ler “JK e a ditadura”:<br />

é a biografia Juscelino<br />

Kubitschek,<br />

um <strong>do</strong>s presidentes<br />

mais queri<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

século XX,escrita por<br />

Carlos Heitor Cony. Redigida<br />

entre 1961- quan<strong>do</strong> deixou o<br />

governo - e 1976, ano <strong>em</strong> que JK<br />

morreu <strong>em</strong> um acidente, nunca<br />

inteiramente esclareci<strong>do</strong>, relata a<br />

luta <strong>do</strong> ex-presidente para evitar o<br />

golpe político-militar, a cassação,<br />

exílios e prisão. Cony auxiliava o<br />

ex-presidente <strong>em</strong> suas m<strong>em</strong>órias<br />

e, apoian<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> <strong>do</strong>cumentos<br />

e depoimentos que recebera<br />

pessoalmente dele, faz um retrato<br />

da história cont<strong>em</strong>porânea <strong>do</strong><br />

Brasil. Um texto brilhante.<br />

lIvROS &<br />

AFInS<br />

A negociação<br />

Um thriller com <strong>do</strong>is astros<br />

veteranos de Hollywood -<br />

Richard Gere e Susan Saran<strong>do</strong>n<br />

protagonizam “A negociação”<br />

(Arbitrage). Gere é o magnata nova-iorquino<br />

Robert Miller, inspira<strong>do</strong> <strong>em</strong> figuras<br />

como Bernard Ma<strong>do</strong>ff. O personag<strong>em</strong> está<br />

envolvi<strong>do</strong> <strong>em</strong> milionárias per<strong>das</strong> financeiras,<br />

fraudes e outros crimes. Ele tenta<br />

vender sua <strong>em</strong>presa para acobertar uma<br />

transação ilegal e se livrar da cadeia, mas<br />

as coisas não sa<strong>em</strong> exatamente como o<br />

planeja<strong>do</strong> e ele tenta de to<strong>do</strong>s os mo<strong>do</strong>s<br />

continuar jogan<strong>do</strong> e vencen<strong>do</strong> a to<strong>do</strong> custo.<br />

O filme é o primeiro longa-metrag<strong>em</strong> de<br />

Nicholas Jarecki e teve ótima repercussão<br />

nos EUA, e depois, quan<strong>do</strong> abriu o Festival<br />

de San Sebastián, na Espanha. Interessante<br />

ver o galã sessentão <strong>em</strong> um papel<br />

totalmente diferente daqueles mocinhos<br />

românticos que marcaram sua carreira.<br />

Um sociopata s<strong>em</strong> limites.<br />

S H O W R O O M41


vInhOS<br />

&vIDEIRAS<br />

Vinhos de<br />

Washington<br />

State<br />

Situa<strong>do</strong> no extr<strong>em</strong>o noroeste<br />

<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, vizinho<br />

à British Columbia no<br />

Canadá, Washington State<br />

(não confundir com Washington DC,<br />

capital <strong>do</strong>s EUA e situada na<br />

Costa Leste), é mais conheci<strong>do</strong><br />

pela belíssima cidade de<br />

Seattle e por ser a sede de<br />

duas <strong>das</strong> maiores <strong>em</strong>presas<br />

americanas, a Microsoft e a<br />

Boing. No entanto, não t<strong>em</strong><br />

escapa<strong>do</strong> aos observa<strong>do</strong>res<br />

mais atentos e aos enófilos<br />

melhor informa<strong>do</strong>s,<br />

a chegada, ainda que<br />

tímida, de vinhos de<br />

altíssima qualidade,<br />

produzi<strong>do</strong>s na<br />

região leste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

mais especi<strong>ficam</strong>ente<br />

nas AVAs<br />

(American Viticultural<br />

Areas) <strong>do</strong> Columbia<br />

Valley, Walla-Walla<br />

(região <strong>das</strong><br />

vinícolas butique),<br />

Yakima Valley e Red<br />

Mountain, áreas<br />

que só recent<strong>em</strong>ente<br />

começaram a<br />

aparecer no mapa vitivinícola<br />

mundial.<br />

S H O W R O O M 42<br />

por arTHur azeveDo Syrah<br />

Conta a história que as<br />

primeiras videiras foram<br />

planta<strong>das</strong> <strong>em</strong> Washington<br />

State <strong>em</strong> 1852, mas pouco<br />

aconteceu na indústria vitivinícola<br />

até os anos 1970, quan<strong>do</strong> se assistiu<br />

a uma explosiva e consistente<br />

expansão da produção de vinhos,<br />

com a abertura de inúmeras vinícolas.<br />

Pode parecer estranho que<br />

uma região tão ao norte <strong>do</strong>s EUA, e<br />

que deveria ter um clima muito frio<br />

e inadequa<strong>do</strong> para o cultivo de uvas,<br />

<strong>em</strong> particular as tintas, como Merlot<br />

e Cabernet Sauvignon, possa ser a<br />

orig<strong>em</strong> de vinhos extr<strong>em</strong>amente expressivos<br />

e elegantes, plenos de frutas<br />

e com taninos de impressionante<br />

maciez, de fina textura. A explicação<br />

está na presença <strong>das</strong> imponentes<br />

Cascade Mountains, um maciço<br />

granítico que corta o esta<strong>do</strong> de leste<br />

a oeste, servin<strong>do</strong> de ante-paro para<br />

a brisa fria e úmida que sopra <strong>do</strong><br />

Oceano Pacífico, delimitan<strong>do</strong> duas<br />

regiões muito diferentes. As principais<br />

áreas vinícolas se situam a leste<br />

<strong>das</strong> Cascades Mountains, uma região<br />

moderadamente quente e bastante<br />

seca, com altitudes que variam de<br />

20 a 300 metros e que desfrutam de<br />

duas horas a mais de sol que a Califórnia,<br />

porém com clima t<strong>em</strong>pera<strong>do</strong><br />

e noites frescas, o que contribui para<br />

o lento, gradual e perfeito amadurecimento<br />

<strong>das</strong> uvas.<br />

Arthur Azeve<strong>do</strong> é diretor-executivo da Associação<br />

Brasileira de Sommeliers-SP e editor <strong>do</strong> website Artwine<br />

(www.artwine.com.br)<br />

Estrela desde o início da década<br />

de 1990, a Syrah, é uma uva de<br />

grande personalidade e que parece<br />

ter encontra<strong>do</strong> na região<br />

as condições ideais para se expressar<br />

com grande qualidade.<br />

Ali, a Syrah aparece, como <strong>em</strong><br />

sua região francesa de orig<strong>em</strong>,<br />

o Vale <strong>do</strong> Rhône, na companhia<br />

da branca Viognier, dan<strong>do</strong> orig<strong>em</strong><br />

a vinhos que r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> aos<br />

lendários vinhos de Côte-Rôtie,<br />

muito aprecia<strong>do</strong>s <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o<br />

mun<strong>do</strong>.<br />

Um excelente produtor de Washington<br />

State, cujos vinhos<br />

estão fazen<strong>do</strong> muito sucesso<br />

no Brasil, é o Ste Michele Wine<br />

Estates, representa<strong>do</strong> por duas<br />

vinícolas, Château Ste Michele e<br />

Columbia Crest, importa<strong>do</strong>s com<br />

exclusividade para o Brasil pela<br />

Winebrands (www.winebrands.<br />

com.br). Dentre os vinhos que<br />

estão disponíveis, destacamos o<br />

Château Ste Michelle Syrah 2009,<br />

um tinto elegante, fruta<strong>do</strong>, delicioso,<br />

acessível e de imbatível<br />

relação preço/qualidade, e o Columbia<br />

Crest Horse Heaven Hills<br />

Cabernet Sauvignon 2009, uma<br />

amostra impecável <strong>do</strong> alto nível<br />

que a varietal atinge na região,<br />

com seus sofistica<strong>do</strong>s aromas<br />

de cassis, alcaçuz e fino tosta<strong>do</strong>,<br />

fruto de seu estágio por barricas<br />

de carvalho francês (40% novas).<br />

Vale a pena conhecê-los.

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