20% das pessoas ficam imóveis em 70% do espaço Pela ... - Assobrav

dade
por roSÂNGela loTFi e Silvia Bella
ao contrário. Segundo Cortes, a melhora
da mobilidade traria maior eficiência
no transporte, o que, naturalmente,
demandaria mais caminhões.
Roberto Cortes e outros
especialistas se reuniram
em setembro, em São Paulo
no SIMEA 2012 (XX Simpósio
Internacional de Engenharia Automotiva)
promovido pela AEA - Associação
Brasileira de Engenharia Automotiva,
para discutir o tema e tentar encontrar
um caminho alternativo. Os veículos são
parte do problema. “Nos últimos 10 anos,
o PIB brasileiro cresceu em média 4% ao
ano, as vendas de automóveis cresceram,
em média, 7% ao ano no mesmo período
e as de motocicletas 12%. A vendas de
carros cresceram quase duas vezes
mais do que o PIB”, afirmou Carlos
Henrique Ribeiro de Carvalho,
técnico de planejamento e pesquisa
da diretoria de estudos e políticas
regionais do IPEA. “Consequência
do aumento de renda das classes
mais baixas”, explicou, citando a
Pesquisa de Orçamento Familiar do
IBGE, que identificou um aumento
no gasto com transporte privado da
ordem de cinco vezes. “À medida
que aumenta a renda, aumenta a
proporção de famílias que usam o
transporte individual”, disse.
A infraestrutura, o modelo
de desenvolvimento e
planejamento urbano
adotado no Brasil compõem
as outras variáveis do
problema que começou nos
anos 1950. A partir daquela
década, com a industrialização,
o modelo de desenvolvimento
priorizou o setor automobilístico,
polo de riqueza e geração de
emprego e deixou os trilhos de
lado. “Nos últimos 50 anos, as
cidades saíram do bonde elétrico
para o carro. Deixaram de ser sobre
trilhos, eletrificadas e coletivas para
serem sobre rodas, carbonizadas
e individuais”, lamentou Carvalho
do IPEA. São Paulo ilustra bem
isso. Nos anos 1950, contou
Ailton Brasiliense, presidente da
Roberto
Cortes
“Nos últimos 50
anos, as cidades
saíram do
bonde elétrico
para o carro.
Deixaram de
ser sobre trilhos,
eletrificadas
e coletivas
para serem
sobre rodas,
carbonizadas e
individuais.”
ANTP (Associação Nacional
de Transportes Públicos), São
Paulo era uma cidade de modelo
europeu, era compacta em
torno do centro, a área da região
metropolitana era de 200 km²,
havia 700 km de trilhos, menos
de 100 mil carros e os 2 milhões
e 500 mil habitantes faziam 95%
das suas viagens de bonde. De
lá para cá, a frota cresceu 70
vezes e a população 10 vezes. As
viagens demoravam 10 minutos
e hoje a média otimista é de 70
minutos. As cidades seguiram
o modelo norte-americano e
se expandiram do centro para
a periferia. “Não é possível
compactar a cidade, mas dá para
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