20% das pessoas ficam imóveis em 70% do espaço Pela ... - Assobrav
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CApA<br />
Apagão na mobili<br />
“Nos anos 50, São Paulo era uma cidade de modelo<br />
europeu, era compacta <strong>em</strong> torno <strong>do</strong> centro, a área da<br />
região metropolitana era de 200 km², havia 700 km de<br />
trilhos, menos de 100 mil carros e os 2 milhões e 500 mil<br />
habitantes faziam 95% <strong>das</strong> suas viagens de bonde. De lá<br />
para cá, a frota cresceu 70 vezes e a população 10 vezes.<br />
As viagens d<strong>em</strong>oravam 10 minutos e hoje a média otimista<br />
é de 70 minutos.”<br />
Em “esta<strong>do</strong> de lentidão permanente” ao trafegar por<br />
ruas e aveni<strong>das</strong> de São Paulo, quatro milhões de <strong>pessoas</strong><br />
gastam para ir e voltar <strong>do</strong> trabalho cerca de 3 horas por<br />
dia. Ao longo <strong>do</strong> ano perd<strong>em</strong> 12 s<strong>em</strong>anas para<strong>das</strong> <strong>em</strong><br />
congestionamentos. Poderiam estar de fato trabalhan<strong>do</strong>, se<br />
divertin<strong>do</strong>, estudan<strong>do</strong>, enfim, viven<strong>do</strong>.<br />
E isso acontece seis dias por s<strong>em</strong>ana, porque aos sába<strong>do</strong>s,<br />
a capital paulista registra médias de congestionamento<br />
equivalentes às de uma segunda-feira.<br />
Levantamento realiza<strong>do</strong><br />
pelo Núcleo de Estu<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
Infraestrutura e Logística<br />
da Fundação Dom Cabral,<br />
<strong>em</strong> 2009, apontou que<br />
grandes centros urbanos<br />
como São Paulo, Belo<br />
Horizonte, Rio de Janeiro<br />
e Porto Alegre viveriam<br />
um “esta<strong>do</strong> de lentidão<br />
permanente” no tráfego.<br />
As aveni<strong>das</strong> não parariam<br />
por completo, mas haveria<br />
permanente de lentidão,<br />
provocan<strong>do</strong> efeito <strong>do</strong>minó<br />
que atingiria não só os<br />
maiores corre<strong>do</strong>res viários,<br />
mas aveni<strong>das</strong> menores<br />
e ruas adjacentes. Este<br />
S H O W R O O M 22<br />
cenário é realidade <strong>em</strong><br />
São Paulo no ano previsto<br />
pelo estu<strong>do</strong>: 2012. No<br />
Rio será <strong>em</strong> 2014, <strong>em</strong><br />
BH e Porto Alegre <strong>em</strong><br />
2016, ou antes. Isso<br />
porque, o transporte<br />
individual avança mais<br />
<strong>do</strong> que o coletivo, <strong>do</strong><br />
que a infraestrutura,<br />
s<strong>em</strong> falar nas questões<br />
de planejamento e<br />
zoneamento urbano,<br />
investimentos<br />
insuficientes <strong>em</strong> outros<br />
modais de transporte,<br />
educação formal da<br />
população, treinamento<br />
e qualificação <strong>do</strong>s<br />
motoristas profissionais<br />
(ou não) e muitas<br />
outras questões que<br />
faz<strong>em</strong> parecer que<br />
não há solução ao<br />
longo <strong>do</strong> caminho.<br />
“Melhorar a<br />
mobilidade não vai<br />
contra os interesses<br />
da indústria<br />
automobilística”<br />
“No Brasil, o transporte<br />
ro<strong>do</strong>viário é o mais<br />
intenso modal de<br />
transporte de carga e<br />
passageiros. De to<strong>do</strong>s<br />
os bens transporta<strong>do</strong>s<br />
60% são por caminhão.<br />
A ferrovia v<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />
segun<strong>do</strong> lugar, com<br />
percentual transporta<strong>do</strong><br />
b<strong>em</strong> menor. Nos Esta<strong>do</strong>s<br />
Uni<strong>do</strong>s, 26% <strong>do</strong>s bens<br />
transporta<strong>do</strong>s são<br />
pelo modal ro<strong>do</strong>viário,<br />
na Austrália 24%. O<br />
modelo ideal é ro<strong>do</strong>via<br />
e ferrovia. Precisamos<br />
diminuir a dependência<br />
<strong>do</strong> transporte ro<strong>do</strong>viário”,<br />
disse Roberto Cortes,<br />
presidente da MAN Latin<br />
America, <strong>em</strong>presa al<strong>em</strong>ã<br />
que lidera o merca<strong>do</strong> de<br />
caminhões leves, médios<br />
e pesa<strong>do</strong>s (veículos<br />
Volkswagen). Melhorar a<br />
mobilidade não vai contra<br />
os interesses da indústria<br />
automobilística apontada<br />
como vilã e promotora<br />
<strong>do</strong> transporte individual,