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Não dá mais! Todo mundo está ficando louco com o trânsito de São Paulo. “Acho até que vocês são civilizados demais. Se morasse aqui, seria um franco-atirador”, disse, sem pestanejar, o engenheiro italiano que visitou a capital paulista durante um congresso e teve a experiência de trafegar pela Avenida 23 de Maio às 6 da tarde no sentido bairro-centro pelas pistas do meio. Ao ouvir as buzinas da fila interminável de motoqueiros que passam lambendo os retrovisores e o mar de automóveis que se move em conjunto na mesma direção, vez por outra tentando mudar de pista, sem esquecer dos ônibus, que impõem seu tamanho sobre todos, lamentou ter pedido para ver o histórico e europeu centro da cidade que a mãe, brasileira, nascida em 1940, orgulhosamente lhe conta ser muito elegante. Parece mentira, mas São Paulo já foi assim. É o que revela a matéria de capa desta edição, onde mais uma vez especialistas e autoridades da indústria automobilística discutem a necessidade urgente de soluções para o trânsito, hoje um problema que preocupa mais os paulistanos do que a falta de segurança ou a falta de dinheiro. Só para adiantar a sua leitura, diz a nossa reportagem que nos anos 50 São Paulo era uma cidade de modelo europeu, compacta em torno do centro; a área da região metropolitana era de 200 km², havia 700 km de trilhos, menos de 100 mil carros e os 2 milhões e 500 mil habitantes faziam 95% das suas viagens de bonde. De lá para cá, a frota cresceu 70 vezes e a população 10 vezes. As viagens demoravam 10 minutos e hoje, a média otimista é de 70 minutos. Até aos sábados a capital paulista registra médias de congestionamento equivalentes às de uma segunda-feira. Mas o problema não se restringe só a São Paulo. Estudos indicam que outros grandes centros urbanos como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre viverão igualmente um “estado de lentidão permanente” no tráfego. A previsão é de que isso aconteça no Rio em 2014 e em BH e Porto Alegre em 2016. E qual é a solução? Não há muito o que pensar. A tendência é seguir o modelo de cidades como Londres que com o pedágio urbano instituiu políticas restritivas do uso de espaço urbano e, por outro lado, valorizou e qualificou o transporte público. Mas – alertam os especialistas, e todos nós que sofremos diariamente com o apagão da mobilidade - nenhum esforço terá resultado significativo se a questão do planejamento urbano não for alterada, levando comércio, serviços e trabalho para mais perto das moradias, otimizando o deslocamento das pessoas que, afinal, são as que produzem riqueza. S H O W R O O M RECADO 3
SUMÁRIO 44 30 A Passeio Kansas City, metade no Missouri, metade no Kansas, cresceu numa colina que tem vista para a curva onde o rio Missouri vira para o leste, em direção ao rio Mississipi. Nesta região do rio os índios Kansa tiveram uma grande aldeia por séculos. O nome foi uma homenagem a eles. A região metropolitana reúne mais de 2 milhões de habitantes, que se esbaldam comendo churrasco. A cidade tem o maior número de churrascarias per capita de todo os Estados Unidos. Mas eles também adoram jazz, que compõe a cena musical da cidade desde os anos 20, por isso, os clubes e a vida noturna intensa deram à cidade o apelido de “Paris da Planície”. S H O W R O O M 3 Recado 5 E@mail 6 Quem Passou Por Aqui 8 Gente 14 Aonde Eu Vou Com O Meu VW 18 Tendência 22 Capa 26 Chairman 27 TechMania 30 A Passeio 36 Quem Tevê? 37 Sabor Particular 38 Na Varanda 39 Coleção 40 A um toque 41 Livros & Afins 42 Vinhos & Videiras E@mail VW Cross Coupé Que bárbaro o Volkswagen que vocês mostraram na última capa! Quando vem para o Brasil? Sem brincadeira, sei que se trata de um carroconceito por enquanto, mas ele é muito bonito e o mais interessante, sem dúvida, é que é um híbrido - com motores elétricos e um motor térmico. Tudo de acordo com o que é preciso para o futuro. Minha única dúvida, olhando para a imponência do carro, é: será que ele é tão econômico quanto vocês anunciaram, mesmo sendo tão grande, tão pesado? Paulo Affonso
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