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20% das pessoas ficam imóveis em 70% do espaço Pela ... - Assobrav

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GEntE<br />

O fato é que geralmente acontecia: dava praia no<br />

fim de s<strong>em</strong>ana. Hoje é diferente, é preciso consultar<br />

o meteorologista. Mesmo déca<strong>das</strong> depois <strong>do</strong>s<br />

norte-americanos ou <strong>do</strong>s europeus, o Brasil dedica<br />

hoje um bom t<strong>em</strong>po ao noticiário meteorológico na<br />

TV, e principalmente nas <strong>em</strong>issoras de rádio – meio<br />

de comunicação por excelência de qu<strong>em</strong> enfrenta<br />

o trânsito - e ostenta meteorologistas de grande<br />

gabarito, mesmo porque, são estes profissionais os<br />

responsáveis por dar o suporte técnico pertinente<br />

ao agronegócio, nosso melhor patrimônio.<br />

Willians Bini, 37 anos, sócio da Somar Meteorologia,<br />

uma <strong>das</strong> mais conheci<strong>das</strong> e respeita<strong>das</strong> <strong>em</strong>presas<br />

<strong>do</strong> ramo, é um deles. Gradua<strong>do</strong> e Mestre<br />

pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências<br />

Atmosféricas da USP, com larga experiência no<br />

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que é<br />

o órgão público oficial de meteorologia <strong>do</strong> Brasil, e<br />

especializa<strong>do</strong> <strong>em</strong> Modelag<strong>em</strong> Meteorológica e Projeções<br />

Climáticas, Bini é hoje o “Cara <strong>do</strong> T<strong>em</strong>po”.<br />

Showroom: Por que parece ser mais difícil prever<br />

a t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> um país tropical? T<strong>em</strong>os menos<br />

recursos técnicos ou nossa condição geográfica é<br />

um complica<strong>do</strong>r para acertar a previsão?<br />

Willians Bini: Em primeiro lugar é preciso deixar<br />

claro que o Brasil é um país com dimensões<br />

continentais, com inúmeros padrões climáticos.<br />

O extr<strong>em</strong>o norte <strong>do</strong> País - que na verdade está no<br />

h<strong>em</strong>isfério norte - t<strong>em</strong> um clima totalmente diferente<br />

<strong>do</strong> extr<strong>em</strong>o sul, que é mais sub-tropical.<br />

Junte-se a isso, a maior floresta tropical <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

pulsan<strong>do</strong> forte, trazen<strong>do</strong> muita umidade, e que é a<br />

grande responsável pelo clima que t<strong>em</strong>os hoje <strong>em</strong><br />

to<strong>do</strong> o continente sul americano, definin<strong>do</strong> muito<br />

nosso regime de chuvas e, claro, de t<strong>em</strong>peratura.<br />

Some-se, ainda, a imensa costa, tu<strong>do</strong> isso deixa o<br />

nosso clima mais suscetível a eventos extr<strong>em</strong>os e a<br />

grandes variações <strong>em</strong> curto perío<strong>do</strong> de t<strong>em</strong>po. Daí,<br />

digamos, há certa dificuldade de ter previsões com<br />

grande confiabilidade durante eventos mais complica<strong>do</strong>s,<br />

como é o caso, justamente, da época de<br />

chuva – primavera-verão.<br />

É nesse perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano que as mudanças acontec<strong>em</strong><br />

mais frequent<strong>em</strong>ente e rapidamente, pegan<strong>do</strong><br />

as <strong>pessoas</strong> e os meteorologistas despreveni<strong>do</strong>s...<br />

S H O W R O O M 10<br />

Exato. É quan<strong>do</strong> começamos a ter a formação <strong>das</strong><br />

chuvas mais intensas e é quan<strong>do</strong> t<strong>em</strong>os que fazer<br />

a previsão de se a chuva intensa vai cair aqui ou<br />

ali, se a chuva prevista para a tarde vai trazer potencial<br />

para alagamento ou não... O fato de termos<br />

essas condições dinâmicas no Brasil acaba sen<strong>do</strong><br />

um certo complica<strong>do</strong>r na qualidade da previsão.<br />

Claro que a tecnologia <strong>das</strong> últimas déca<strong>das</strong> evoluiu<br />

bastante para minimizar esses erros. Na verdade,<br />

nós t<strong>em</strong>os um índice de erro de menos de 5%, mas<br />

justamente esses 5% são muito mais l<strong>em</strong>bra<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> que os 95% de acertos que a meteorologia t<strong>em</strong>.<br />

Isso acontece conosco, jornalistas, também...<br />

Imagino que sim, imagino que sim... (risos)<br />

Quer dizer então que a Floresta é mais importante,<br />

mais determinante que o mar?<br />

Não, ela é tão importante quanto. Na verdade, olha<br />

só, você disse algo importante... Recapitulan<strong>do</strong>,<br />

t<strong>em</strong>os no Brasil um país continental, t<strong>em</strong>os também<br />

relevo diferente, topografia diferente, floresta<br />

amazônica que alimenta t<strong>em</strong>porais, que alimenta<br />

com umidade o sul e o sudeste e por outro la<strong>do</strong><br />

uma extensão costeira enorme. Esse litoral t<strong>em</strong><br />

importância enorme com relação a clima no País.<br />

Por quê? O evento principal é quan<strong>do</strong> a costa <strong>do</strong><br />

Atlântico Sul – aqui próximo a São Paulo - está<br />

mais quente que o normal. Esse padrão facilita,<br />

potencializa eventos de chuva forte. Digamos que<br />

exista uma frente fria chegan<strong>do</strong> ao sudeste e as<br />

águas <strong>do</strong> Atlântico Sul estejam mais quentes que<br />

o normal, a chance de acontecer um t<strong>em</strong>poral, a<br />

chance de ter um evento de chuva extr<strong>em</strong>amente

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