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Jornal Paraná Outubro 2015

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OPINIÃO<br />

O planejamento estratégico é uma das ferramentas<br />

mais importantes de uma empresa moderna.<br />

É a partir dele que se traça aonde se<br />

quer chegar e o que será feito no curto, médio<br />

e longo prazo, balizando a tomada de decisão.<br />

É preciso se adiantar ao mercado e prever tendências.<br />

Uma empresa que não tem planejamento se<br />

move ao sabor do acaso e não se sabe onde ela pode<br />

parar. É preciso ter objetivos e saber focar as questões<br />

estratégicas. Se isso for negligenciado, a empresa vai<br />

perder o rumo, ficar estagnada, desaparecer.<br />

Mergulhado em uma de suas maiores crises e a<br />

mais duradoura, o setor sucroenergético perdeu o<br />

rumo tamanhas são as dificuldades. Estamos muito<br />

centrados na grave situação, e não estamos tomando o<br />

cuidado de ver um pouco além.<br />

Não podemos nos tornar uma espécie de bombeiro, e<br />

ficar apagando “incêndios” toda vez que um novo problema<br />

surge. É preciso também buscar as origens desses,<br />

traçar estratégias, estabelecer metas, se questionar<br />

sobre uma série de aspectos. Pensar o setor e buscar<br />

saber precisamente a resposta para as perguntas certas<br />

pode fazer toda a diferença.<br />

É preciso sim pensar em medidas de curto prazo,<br />

como o retorno da Cide sobre a gasolina, nos mesmos<br />

níveis de quando foi criada, e um refinanciamento da<br />

dívida das usinas; e no médio prazo, com o investimento<br />

em cogeração, recuperação da produtividade e<br />

em eficiência logística.<br />

Mas não podemos deixar de lado as medidas de longo<br />

prazo, como a definição da matriz energética, inserção<br />

do etanol no mercado mundial, tornando-o uma commodity,<br />

além de outras opções tecnológicas e de políticas<br />

públicas que assegurem os investimentos, pois um<br />

combustível renovável e ecologicamente correto, como<br />

o etanol, é estratégico a qualquer nação.<br />

Há quantos anos estamos com veículos que consomem<br />

um litro de combustível a cada seis, sete ou 10 km<br />

rodados? Evoluiu-se muito pouco neste ponto.<br />

Naturalmente, em função do tamanho da frota de veículos<br />

à combustão, que hoje ainda é grande, e a rede<br />

de abastecimento necessária para se viabilizar qualquer<br />

alternativa, será necessário um bom tempo até a substituição<br />

desta por outra matriz energética ou tecnologia,<br />

É hora de pensar o futuro<br />

Estamos muito centrados na grave situação, só apagando incêndios, e não<br />

estamos tomando o cuidado de ver um pouco além MIGUEL TRANIN (*)<br />

dentre as que têm surgido no mercado. Mas esta virá e<br />

é preciso planejamento para isso.<br />

Na última reunião do G7, os países integrantes assumiram<br />

o compromisso de promover o uso de energia<br />

limpa e certamente todos buscarão limpar seu combustível.<br />

Vemos aí uma grande oportunidade de o etanol<br />

emplacar como aditivo, limpando o combustível fóssil.<br />

A escala de produção do etanol já é significativa e com<br />

a tecnologia etanol de segunda geração, as perspectivas<br />

são ainda maiores. Creio que o crescimento da frota a<br />

combustão continuará ainda por um bom tempo, demandando<br />

muito aditivo. Porém o uso do etanol puro<br />

acaba sendo um luxo. Será que não devemos nos adequar<br />

ao modelo utilizado no mundo todo, que é como<br />

aditivo?<br />

O planejamento estratégico<br />

é uma das ferramentas<br />

mais importantes de uma<br />

empresa moderna.<br />

É preciso pensar num cenário com um combustível<br />

único, um E70 ou E80, com a possibilidade de flexibilizar<br />

essa mistura durante a safra, pois a agricultura depende<br />

de condições climáticas, que nem sempre são favoráveis.<br />

E, conforme o aumento da frota nacional,<br />

reduzir de forma gradativa essa mistura até aos 27%,<br />

transformando o etanol em um aditivo nobre, que<br />

tem reconhecido seus benefícios ambientais e para<br />

a saúde, e que seja precificado como aditivo que<br />

melhora e limpa o combustível fóssil.<br />

Quanto ao açúcar, este tem sofrido severas críticas<br />

de produtos concorrentes, que não são tão saudáveis<br />

quanto dizem. Também, tudo indica que em<br />

breve haverá uma retomada nos preços da commodity<br />

no mercado internacional. E aí, é preciso<br />

lembrar que nós produtores temos a responsabilidade<br />

de assegurar o abastecimento de etanol, planejando<br />

a produção com equilíbrio para evitar<br />

transtornos na oferta de etanol ou incorrer no risco<br />

de arrasar o mercado de açúcar, a credibilidade do<br />

setor e, consequentemente, as empresas.<br />

Mas, mesmo que a situação melhore, não podemos<br />

fechar os olhos e nos acomodarmos com o “queijo” que<br />

nos é oferecido.<br />

Todos sabem que o desenvolvimento do carro elétrico<br />

sempre foi tolhido, por interesse das grandes montadoras<br />

e das petroleiras. No passado, nos anos de<br />

1960/70, a GE já tinha um protótipo de um carro elétrico<br />

desenvolvido. Mas este foi comprado por aquelas<br />

e literalmente derretido.<br />

Mas, hoje temos outros atores nesse cenário. Na era<br />

digital, da indústria da informática, com grande poder<br />

econômico e intelectual, os avanços tecnológicos caminham<br />

num outro ritmo.<br />

Essas empresas estão investindo fortemente em um<br />

veículo elétrico movido por energia solar. Já o fizeram.<br />

É uma questão de tempo para torná-lo viável comercialmente,<br />

com autonomia de 400/500 Km e recarga<br />

rápida, bem como baterias menores e mais leves. O<br />

SmartCar ou iPhone com rodas.<br />

Quanto tempo ainda temos? O que faremos? Todos<br />

os participantes dessa cadeia produtiva precisam se unir<br />

e pensar o futuro. E com as metas estabelecidas, agir,<br />

deixando de apagar incêndios.<br />

(*) Miguel Tranin é presidente da Alcopar, Sialpar, Siapar<br />

e Sibiopar.<br />

2 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


SETOR<br />

Simpósio discute cogeração<br />

em Maringá<br />

Alcopar, Faep, Copel e governo do <strong>Paraná</strong> promovem evento visando incentivar que mais<br />

usinas paranaenses passem a fornecer energia à rede MARLY AIRES<br />

Diante de uma situação de<br />

crescente déficit hídrico e<br />

incertezas quanto ao clima,<br />

que tornam arriscado a forte<br />

dependência de um sistema<br />

baseado na geração de energia<br />

hidroelétrica no Brasil,<br />

há uma forte demanda por<br />

energia renovável se configurando<br />

para os próximos<br />

anos. Esse cenário, aliado ao<br />

enorme potencial energético<br />

que vem sendo desperdiçado<br />

nas usinas de açúcar e etanol<br />

do País, colocam a cogeração<br />

de energia elétrica pelas usinas<br />

paranaenses como uma<br />

excelente oportunidade de<br />

negócios.<br />

“Não só para as indústrias<br />

sucroenergéticas é uma<br />

grande chance de obter uma<br />

importante fonte de renda<br />

extra, que pode ajudar a alavancar<br />

a retomada de desenvolvimento<br />

do setor, mas<br />

também de a concessionária<br />

Copel agregar a seu portfólio<br />

a geração de energia renovável,<br />

limpa e distribuída”,<br />

afirma o presidente da Alcopar<br />

- Associação de Produtores<br />

de Bioenergia do Estado<br />

do <strong>Paraná</strong> -, Miguel<br />

Tranin.<br />

Com o objetivo de incentivar<br />

a expansão da cogeração<br />

de energia pelas usinas sucroenergéticas<br />

e gerar parcerias<br />

para viabilizar a retomada de<br />

crescimento do setor, a Alcopar,<br />

juntamente com a Faep -<br />

Federação da Agricultura do<br />

Estado do <strong>Paraná</strong> -, Copel –<br />

Companhia Paranaense de<br />

Energia - e Governo do Estado<br />

do <strong>Paraná</strong> promovem o<br />

1º Simpósio de Biomassa e<br />

Cogeração de Energia, dia 30<br />

de outubro no Hotel Deville,<br />

em Maringá (PR), das 8 horas<br />

às 18 horas.<br />

As palestras abordarão os<br />

aspectos agrícolas e industriais<br />

da cogeração de energia.<br />

É esperado um grande<br />

número de participantes entre<br />

diretores, gerentes e colaboradores<br />

das usinas de<br />

açúcar e álcool do <strong>Paraná</strong>,<br />

produtores de cana de açúcar<br />

e representantes da<br />

Copel, Faep e sindicatos.<br />

Está confirmada a presença<br />

de autoridades e lideranças<br />

ligadas ao setor, como o presidente<br />

da Copel Participações,<br />

Reinhold Stephanes,<br />

secretário de Estado do Planejamento<br />

e Coordenação<br />

Geral, Silvio Magalhães Barros<br />

II, o presidente do Sistema<br />

Faep, Ágide Meneguette<br />

e o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, entre<br />

outros.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

3


SETOR<br />

Produção pode superar 3,2 GWh/ano<br />

A oferta atual de energia ao Sistema Interligado é de 756 mil MWh/ano,<br />

participando com 2,1% do PIB do segmento<br />

Programação<br />

9h-10h15 - Luiz Carlos<br />

Dalben, da Dalplan Engenharia<br />

e Planejamento<br />

– “Manejo e recolhimento<br />

de palha para utilização<br />

da biomassa em bioeletricidade”<br />

10h30 – 11h45 - Luiz<br />

Gustavo Lazarini, da<br />

Usina São José da Estiva<br />

- case prático de recolhimento<br />

de palha<br />

13h30 – 14h30 - Paulo<br />

Dalben, da Fundamento<br />

Consultoria Industrial –<br />

“Cogeração de energia<br />

com incremento da biomassa”<br />

14h30 – 15h - Laércio<br />

Ribeiro, da Facilsystem -<br />

“Recepção e preparo da<br />

biomassa para alimentação<br />

nas caldeiras”<br />

15h30-16h30 - Celso<br />

Daniel Seratto, da Emater<br />

– “Produção de energia<br />

elétrica via biomassa<br />

florestal”<br />

16h30-17h30 - Arthur<br />

Padovani Neto e Antonio<br />

Spinello, da Copel –<br />

“Excedentes de energia –<br />

geração, conexão e comercialização”<br />

Um estudo desenvolvido<br />

pela Alcopar e Faep mostrou<br />

que a ampliação da cogeração<br />

de energia a partir do bagaço<br />

e da palha da cana de açúcar,<br />

fornecendo energia ao Sistema<br />

Elétrico Interligado, é<br />

uma das grandes opções para<br />

impulsionar o setor sucroenergético,<br />

aumentando o fluxo<br />

financeiro em 15% a 20%,<br />

e movimentando a economia<br />

do <strong>Paraná</strong> como um todo. O<br />

projeto de reativação do segmento<br />

envolve também o refinanciamento<br />

das dívidas das<br />

usinas, renovação e ampliação<br />

dos canaviais, além do aumento<br />

das exportações.<br />

De acordo com o levantamento<br />

realizado, com o aumento<br />

do plantio de cana e<br />

aplicação de novas técnicas, a<br />

cogeração de energia pelas<br />

usinas paranaenses poderia<br />

ser de 3.251GWh/ano até<br />

2020, cerca de 30% da energia<br />

consumida atualmente no<br />

<strong>Paraná</strong>, bem mais do que o<br />

volume comercializado em<br />

2014 pelas sete usinas paranaenses<br />

que já fornecem –<br />

756 GWh/ano.<br />

Com este volume seria possível<br />

atender ao consumo<br />

atual em megawatts médios<br />

dos municípios de Maringá e<br />

Curitiba juntos, conforme<br />

dados da Copel. E isso só<br />

A biomassa respondeu por 7,6% da matriz elétrica no Brasil em 2013<br />

considerando as 13 usinas<br />

que já têm capacidade instalada<br />

para processar mais de<br />

1,8 milhão de toneladas de<br />

cana e que representam 46%<br />

do parque industrial paranaense.<br />

Este é o volume mínimo<br />

de cana necessário para<br />

viabilizar a cogeração.<br />

Os investimentos demandados<br />

para modernização do<br />

sistema de geração de vapor<br />

e conservação de energia,<br />

melhora de eficiência dos<br />

equipamentos e recolhimento<br />

da palha, além do uso<br />

do bagaço da cana, estão estimados<br />

em R$ 2,523 bilhões.<br />

“São investimentos<br />

elevados, mas que permitirão<br />

às empresas serem mais<br />

competitivas”, afirma o presidente<br />

da Alcopar, Miguel<br />

Tranin.<br />

A energia da biomassa respondeu<br />

por 7,6% da matriz<br />

de energia elétrica no Brasil<br />

em 2013, com a vantagem de<br />

ser ofertada no período da<br />

estiagem nas regiões Centro<br />

Sul e Centro Oeste. Outro<br />

diferencial é a melhor distribuição,<br />

por ser gerada em diversas<br />

regiões no interior do<br />

País, próximo aos centros<br />

consumidores, o que alivia a<br />

demanda do Sistema Interligado<br />

Nacional, com menor<br />

custo global para o sistema e<br />

para os consumidores, ressalta<br />

Tranin. Além de bem<br />

mais cara, a energia gerada<br />

pelas termoelétricas a óleo<br />

diesel, que vêm sendo utilizadas,<br />

é altamente poluente.<br />

Além de movimentar a economia<br />

como um todo, com a<br />

geração e distribuição de<br />

renda regional, principalmente<br />

nas pequenas cidades,<br />

e criar 10 mil novos empregos<br />

diretos, 25 mil indiretos,<br />

o projeto de reativação do<br />

setor sucroenergético ainda<br />

possibilitaria a arrecadação<br />

de mais R$ 284,420 milhões<br />

ao ano em impostos estaduais<br />

agregados e R$ 458<br />

milhões ao ano de impostos<br />

federais.<br />

O processo de cogeração e<br />

venda de excedentes de<br />

energia pelas usinas no período<br />

da safra teve início nos<br />

anos 2000 com a implantação<br />

do Programa de Fontes<br />

Alternativas de Energia<br />

Elétrica - Proinfa. Miguel<br />

Tranin lembra que o<br />

BNDES foi fundamental<br />

no processo com a abertura<br />

de linhas de crédito ao amparo<br />

do Proinfa para todas<br />

as fontes renováveis de energia,<br />

ofertando prazos de pagamento<br />

compatíveis e encargos<br />

financeiros adequados<br />

à atividade.<br />

Maior participação<br />

Atualmente, o etanol representa<br />

55,5% da renda gerada<br />

pelo setor e o açúcar,<br />

41,6%, somando 97,1%. A<br />

participação da bioeletricidade<br />

no PIB do segmento<br />

está em 2,1% e bioplástico,<br />

levedura e crédito de carbono<br />

os outros 0,8%.”Queremos<br />

ampliar essa participação<br />

da bioeletricidade.<br />

Esta tem que fazer parte de<br />

nossos produtos e não somente<br />

o açúcar e o etanol”,<br />

afirma o presidente da Alcopar.<br />

É no melhor aproveitamento<br />

do bagaço e da palha<br />

que pode estar a saída para<br />

o setor sucroenergético dos<br />

problemas econômicos em<br />

que se encontra, desde a<br />

crise financeira internacional<br />

em 2008, que pegou o<br />

setor num momento de fortes<br />

investimentos para expansão<br />

e deu início a toda<br />

situação atual.<br />

Medidas recentes como o<br />

retorno gradual da Cide –<br />

Contribuição de Intervenção<br />

no Domínio Econômico<br />

– incidente sobre a<br />

gasolina e aumento da mistura<br />

de anidro no combustível<br />

fóssil, bem como a esperada<br />

recuperação do preço<br />

do açúcar, contribuem para<br />

melhores resultados, embora<br />

estejam longe de resolver os<br />

problemas estruturais do<br />

setor. A grande demanda é<br />

por melhora do ambiente<br />

institucional dando-se estabilidade<br />

às regras e segurança<br />

para estimular novamente<br />

investimentos de forma<br />

consolidada e contínua,<br />

ressalta Tranin.<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Potencial desperdiçado<br />

É no melhor aproveitamento do bagaço<br />

e da palha que pode estar a saída<br />

dos problemas econômicos atuais<br />

para as indústrias sucroenergéticas<br />

Em uma tonelada de cana,<br />

35,4% do total é composto de<br />

açúcar, 34,8% é bagaço e<br />

29,8% é palha. Com a produção<br />

de etanol e açúcar e outros<br />

produtos químicos, basicamente<br />

pouco mais de um terço<br />

do potencial da planta tem sido<br />

aproveitado. A geração de<br />

energia para consumo próprio<br />

aproveita parcialmente o bagaço,<br />

mas muito de seu potencial<br />

tem sido queimado em caldeiras<br />

antigas, construídas justamente<br />

numa época onde o objetivo<br />

era “dar fim” aos enormes<br />

volumes de bagaço, considerados<br />

um problema ambiental.<br />

Hoje, entretanto, o que se<br />

busca é a eficiência energética<br />

procurando otimizar o<br />

seu uso em caldeiras mais<br />

eficientes, passando a fornecer<br />

a produção excedente<br />

para a rede de energia elétrica.<br />

“É preciso modernizar<br />

o parque industrial das usinas,<br />

estabelecidos já há muitos<br />

anos com equipamentos<br />

de geração de vapor e conversão<br />

de energia - caldeiras<br />

e turbinas - antigas, com alto<br />

consumo de bagaço (biomassa)<br />

e vida útil praticamente<br />

esgotada”, comenta<br />

Miguel Tranin.<br />

Já a palha, que era totalmente<br />

queimada para viabilizar a colheita,<br />

com a mecanização<br />

desta, vem sendo deixada no<br />

solo, causando sérios problemas<br />

para a cultura, quando em<br />

excesso. Mais recentemente,<br />

começou-se a buscar alternativas<br />

para recolher e aproveitar<br />

essa palha para geração de<br />

energia através da queima<br />

desta, juntamente com o bagaço,<br />

ou transformação<br />

desses dois em etanol<br />

de segunda geração.<br />

“A retirada de um<br />

percentual adequado<br />

da palha<br />

é vista com bons olhos<br />

pelos técnicos da área agrícola”,<br />

cita.<br />

Com a colheita mecânica,<br />

uma média de 20% a 25% da<br />

palha da cana já vai junto com<br />

os toletes para a indústria. Outros<br />

30% seriam possíveis de<br />

serem retirados do campo, enfardando.<br />

Estatísticas mostram<br />

que é viável economicamente<br />

o recolhimento da<br />

palha numa distância média<br />

de 12 a 15 km no raio de ação<br />

da indústria, podendo chegar<br />

até 20 km. Cada fardo de<br />

palha pesa de 440 a 480<br />

kg. Para a cana a distância<br />

média ideal é de 40<br />

km, mas normalmente<br />

ultrapassa.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

5


MEIO AMBIENTE<br />

Depois de se tornar<br />

um subproduto rentável<br />

que pode ser usado na<br />

cogeração de energia,<br />

na produção de etanol<br />

de segunda geração e até mesmo<br />

de ração, agora o bagaço da<br />

cana de açúcar ganha uma<br />

nova utilidade: vai se transformar<br />

em adubo e ajudar a alimentar<br />

inúmeras famílias<br />

carentes nas hortas comunitárias<br />

de Maringá (PR).<br />

A Usina Santa Terezinha,<br />

Unidade Iguatemi, é parceira<br />

da Central de Compostagem<br />

da Prefeitura de Maringá, localizada<br />

na estrada São Luiz,<br />

Gleba Pinguim e que conta<br />

também com a parceria das<br />

empresas Frigorífico Big Boi,<br />

BSBIOS e Cocamar.<br />

Todo mês será fornecido o<br />

bagaço da cana de açúcar, que<br />

misturado com outros materiais<br />

ou resíduos industriais<br />

doados para a produção da<br />

compostagem que abastecerá<br />

27 hortas, o viveiro municipal,<br />

Bagaço vira adubo<br />

A Usina Santa Terezinha é parceira de Central de Compostagem da Prefeitura de Maringá<br />

que beneficiará 1.200 famílias e mais de 5 mil pessoas DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

parques e jardins. O adubo<br />

melhorará a produção das<br />

hortas e a qualidade das verduras,<br />

o que possibilita às famílias<br />

envolvidas com o projeto<br />

a oportunidade de gerar<br />

uma nova renda.<br />

Além do bagaço da cana, as<br />

outras empresas doarão cinza<br />

da caldeira, terra de filtração,<br />

esterco bovino, lodo e pó de<br />

filtro de algodão, dando um<br />

destino nobre a alguns resíduos<br />

industriais que poderiam<br />

causar impactos ambientais.<br />

Só de folhagens e galhos recolhidos<br />

pela Prefeitura são 80<br />

toneladas por dia, material que<br />

também será usado na formulação<br />

da compostagem que<br />

beneficia as hortas, cuida do<br />

meio ambiente e servirá de<br />

tema de estudo para as instituições<br />

de ensino superior.<br />

Na inauguração da Central<br />

de Compostagem, o gerente<br />

de recursos humanos da usina,<br />

Waldomiro Baddini, explicou<br />

que o bagaço não é um resíduo<br />

A mistura abastecerá 27 hortas comunitárias, o viveiro municipal, parques e jardins<br />

industrial, diferente dos outros<br />

elementos que compõem o<br />

adubo orgânico, mas um subproduto<br />

rentável da cana.<br />

A partir da doação dos resíduos,<br />

a utilização da compostagem<br />

como adubo poderá ser<br />

feita em até seis meses e a produção<br />

estimada é de 400 toneladas<br />

de adubo nesse período.<br />

Atualmente, cerca de<br />

1.200 famílias são atendidas<br />

pelas hortas, que beneficiam<br />

cerca de 5 mil pessoas de forma<br />

direta e indireta.<br />

“Para nós é uma honra participar<br />

desse projeto que traz grandes<br />

benefícios à sociedade e<br />

meio ambiente. Ficamos felizes<br />

pela Prefeitura de Maringá servir<br />

como exemplo para o Brasil<br />

através das hortas comunitárias.<br />

Esse é um projeto grandioso<br />

que, com certeza, dará certo”,<br />

afirmou Baddini.<br />

“Sementinhas do Futuro” conscientiza<br />

Sustentabilidade é a palavra-chave<br />

para o equilíbrio<br />

entre preservação ambiental,<br />

desenvolvimento social e<br />

crescimento econômico.<br />

Com o objetivo de promover<br />

essa reflexão, a BSBIOS<br />

desenvolveu o projeto “Sementinhas<br />

do Futuro” com<br />

mais de 450 estudantes do<br />

4º ano do ensino fundamental<br />

de oito escolas do município<br />

de Marialva (PR), nos<br />

dias 14, 15 e 16 de outubro.<br />

Este é o primeiro ano que<br />

a empresa desenvolve o projeto<br />

que envolve uma série<br />

de atividades pedagógicas.<br />

“Queremos oportunizar às<br />

crianças a disseminação de<br />

conhecimento sobre o que é<br />

o biodiesel e como ele é<br />

feito, mas também enfatizar<br />

a importância da preservação<br />

consciente da natureza”,<br />

destacou Erasmo Carlos<br />

Battistella, diretor presidente<br />

da BSBIOS.<br />

“Aprendi que o biodiesel é<br />

um combustível limpo, puro<br />

e polui menos o ar”, contou<br />

o estudante Daniel Brambila<br />

Claro, de 10 anos, da escola<br />

Municipal Nilo Peçanha, no<br />

que foi apoiado pela colega<br />

Isabele Vitória Guaitolini<br />

Knobloch, de 10 anos, que<br />

ressaltou que aprendeu que<br />

deve cuidar do meio ambiente.<br />

O estudante Vinicius<br />

Henrique Martins Linares,<br />

de 10 anos, gostou de<br />

conhecer mais sobre o biodiesel.<br />

“Este é feito de grãos,<br />

que vêm da natureza. Devemos<br />

cuidar dela, senão vai<br />

acabar”, afirmou.<br />

“As crianças são agentes<br />

multiplicadores de conhecimento.<br />

Queremos plantar a<br />

semente para colher os benefícios<br />

futuros na preservação<br />

do meio ambiente. Com<br />

orientação, vamos ter adultos<br />

mais conscientes e responsáveis<br />

e, como resultado,<br />

um mundo mais limpo e<br />

acolhedor”, comemorou o<br />

empresário.<br />

A professora Maria Helena,<br />

da Escola Municipal<br />

Maria dos Santos Severino,<br />

destacou que a experiência<br />

foi fantástica. “Com atividades<br />

como essa eles aprendem<br />

mais. A didática escolhida<br />

contemplou de forma lúdica<br />

todos os assuntos envolvidos”,<br />

concluiu.<br />

A programação contou<br />

com visita a unidade industrial<br />

e palestras explicando a<br />

transformação do grão de<br />

soja em biodiesel e destacando<br />

ações de preservação<br />

da natureza, além da apresentação<br />

da peça de teatro<br />

“O Sumiço da Consciência”,<br />

com o Grupo Ritornelo, de<br />

Passo Fundo (RS).<br />

Além de palestras e visita, teve a<br />

apresentação de peça de teatro<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


PESQUISA<br />

Ridesa lança 16 novas<br />

variedades de cana<br />

Neste final de ano, sete, das<br />

10 universidades federais, espalhadas<br />

por todo o Brasil,<br />

que fazem parte da Ridesa<br />

(Rede Interuniversitária para<br />

Desenvolvimento do Setor<br />

Sucroenergético) lançam 16<br />

novas variedades RB de cana<br />

de açúcar. Dentre os novos<br />

materiais, três foram desenvolvidos<br />

na Universidade Federal<br />

do <strong>Paraná</strong> (UFPR).<br />

Três foram desenvolvidas no <strong>Paraná</strong> e são frutos do trabalho dos pesquisadores<br />

da Universidade Federal do <strong>Paraná</strong> em parceria com usinas do Estado MARLY AIRES<br />

O lançamento marca também<br />

a comemoração dos 25<br />

anos de Ridesa e dos 45 anos<br />

de existência das variedades<br />

RB, que teve seu início de pesquisa<br />

na época do Planalçúcar,<br />

segundo o professor titular<br />

Edelclaiton Daros, coordenador<br />

do Programa de Melhoramento<br />

Genético da Cana de<br />

Açúcar (PMGCA) da UFPR.<br />

O evento para apresentar<br />

os novos materiais, em nível<br />

nacional, está agendado<br />

para o dia 25 de novembro,<br />

em Ribeirão Preto. Posteriormente,<br />

cada universidade<br />

fará seu próprio lançamento.<br />

O da UFPR será<br />

no dia 9 de dezembro, em<br />

Paranavaí, no Auditório do<br />

Unespar – Universidade<br />

Estadual do <strong>Paraná</strong>. As<br />

novas variedades são de<br />

ciclo precoce ou médio, voltadas<br />

para ambientes bons<br />

ou restritivos, mas todas<br />

apresentam alta produtividade,<br />

colheitabilidade e são<br />

adaptadas para o plantio e<br />

colheita mecanizados.<br />

O professor titular Edelclaiton<br />

Daros, coordenador<br />

do Programa de Melhoramento<br />

Genético da Cana<br />

de Açúcar da UFPR, acredita<br />

que com o lançamento<br />

dos novos materiais, em<br />

cinco anos, a RB deve cobrir<br />

mais 10% do mercado<br />

brasileiro. “São grandes variedades<br />

que devem chegar<br />

com força total, ganhando<br />

espaço junto com as mais<br />

plantadas. Em 2010, quando<br />

fizemos o último lançamento,<br />

estávamos com 58%<br />

do mercado brasileiro e<br />

hoje já somamos 68%”,<br />

conta.<br />

Dentre as 16, quatro vêm<br />

chamando atenção pelo excelente<br />

desempenho e são<br />

apostas para compor o perfil<br />

varietal das unidades industriais<br />

que trabalham fortemente<br />

com a RB867515 em<br />

todo o Brasil. “São variedades<br />

com características semelhantes<br />

a esta, que<br />

Uma das três variedades<br />

que a UFPR lançou em<br />

2010, a RB 966928 já é a<br />

terceira mais cultivada em<br />

todo o Brasil, ocupando<br />

450 mil hectares. Precoce,<br />

mas com PUI longo (Período<br />

de Utilização Industrial),<br />

se destaca pela alta<br />

produtividade, riqueza e<br />

por ser excelente para<br />

plantio e colheita mecanizados.<br />

A RB867515 continua<br />

sendo a mais plantada com<br />

27,3% de todo canavial<br />

existentes na safra 2014/15,<br />

mais de um milhão e meio<br />

de hectares. Como a segunda<br />

com maior área, a<br />

SP 813250, apresentou<br />

apresentam resultados tão<br />

bons quanto, e que devem vir<br />

somar com a RB867515,<br />

permitindo maior variabilidade<br />

de material genético,<br />

maior segurança fitossanitária<br />

e dar uma maior longevidade<br />

a variedade, que é a<br />

mais cultivada em todo o<br />

País”, afirma Edelclaiton.<br />

Expectativa de crescimento<br />

suscetibilidade à ferrugem<br />

alaranjada e vem sendo<br />

substituída, devendo abrir<br />

espaço para os novos materiais<br />

que estão sendo lançados.<br />

Este ano<br />

comemora-se<br />

25 anos da Ride<br />

e 45 anos de<br />

existência dos<br />

materiais RB<br />

Em 25 anos de pesquisa,<br />

na obtenção de variedades<br />

de cana de açúcar da Ridesa,<br />

que envolve o trabalho<br />

conjunto de 10 universidades<br />

em todo o Brasil,<br />

já foram lançadas 94 variedades<br />

RB. Só no <strong>Paraná</strong>,<br />

através da UFPR, foram 10<br />

variedades no período, materiais<br />

que juntamente com<br />

outras variedades RB, hoje<br />

respondem por 84% do que<br />

é plantado no Estado e<br />

68% no Brasil. “Buscamos<br />

nos manter fiel ao nosso<br />

compromisso de sempre liberar<br />

novos materiais que<br />

atendam às demandas das<br />

unidades conveniadas”,<br />

afirma Edelclaiton.<br />

8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


UFPR apresenta resultados<br />

de melhoramento<br />

PMGCA<br />

A reunião será dia 12 de novembro, em Paranavaí, no Auditório do Grande Hotel<br />

e são esperados cerca de 100 profissionais das usinas paranaenses MARLY AIRES<br />

No próximo dia 12 de novembro,<br />

acontece em Paranavaí,<br />

no Auditório do Grande<br />

Hotel, a Reunião Técnica<br />

Anual do Programa de Melhoramento<br />

Genético da Cana<br />

de Açúcar da Universidade<br />

Federal do <strong>Paraná</strong> -<br />

PMGCA/UFPR -, que é ligada<br />

a Rede Interuniversitária<br />

para Desenvolvimento do<br />

Setor Sucroenergético.<br />

Segundo o professor doutor<br />

Edelclaiton Daros, coordenador<br />

do PMGCA, são esperados<br />

cerca de 100 profissionais<br />

entre gerentes, engenheiros<br />

agrônomos e técnicos que trabalham<br />

na área de pesquisa e<br />

desenvolvimento de novas variedades<br />

das 30 usinas paranaenses.<br />

A abertura do evento será a<br />

partir das 9 horas. Na primeira<br />

palestra serão apresentados<br />

os resultados dos clones<br />

distribuídos para as usinas<br />

conveniadas em <strong>2015</strong>, no dia<br />

de campo, com o objetivo de<br />

testar estes nas diversas condições<br />

e ambientes de produção<br />

existentes no Estado.<br />

Uma palestra fazendo uma<br />

avaliação da ocorrência neste<br />

ano das principais doenças<br />

que afetam a cultura no <strong>Paraná</strong><br />

também fará parte da<br />

programação, com posterior<br />

discussão com os técnicos do<br />

setor.<br />

Na sequência, os professores<br />

e pesquisadores do<br />

PMGCA/UFPR apresentam<br />

os resultados obtidos nas fases<br />

T3 das séries RB 06 e RB 07;<br />

de FE das séries RB 96/05 -<br />

I Época; e de FE, das RB<br />

96/05 - II Época.<br />

Também haverá a indicação<br />

dos novos clones potenciais<br />

até a série RB05 que serão<br />

distribuídos às unidades industriais<br />

conveniadas para<br />

serem testados nas condições<br />

de clima e solo de cada região.<br />

No final será feita ainda<br />

uma análise conjunta do<br />

trabalho desenvolvido e<br />

dos materiais disponíveis,<br />

além de apresentar os clones<br />

promissores, encerrando<br />

a reunião com o almoço.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

9


USINA<br />

Central do <strong>Paraná</strong> quer investir R$ 100 milhões<br />

Com o replantio dos canaviais seria possível retomar produção de etanol e açúcar<br />

e gerar 3 mil novos empregos. Mas tudo depende da reintegração<br />

de posse de propriedades invadidas ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO<br />

A Usina Central do<br />

<strong>Paraná</strong>, sediada em Porecatu,<br />

norte do <strong>Paraná</strong>, pertencente<br />

ao Grupo Atalla, está disposta<br />

a investir R$ 100 milhões<br />

para replantar os canaviais<br />

que foram degradados<br />

por integrantes de movimentos<br />

de trabalhadores sem<br />

terra. Com o replantio, a<br />

Usina Central poderia retomar<br />

a moagem de cana e<br />

gerar pelo menos 3 mil novos<br />

empregos, beneficiando<br />

os moradores de Porecatu,<br />

Prado Ferreira, Florestópolis<br />

e cidades vizinhas.<br />

Há alguns anos os proprietários<br />

da Usina Central vêm<br />

solicitando ao governo do<br />

Estado que cumpra as decisões<br />

judiciais de reintegração<br />

de posse de 14 sítios e fazendas<br />

– total de 25 mil hectares<br />

- invadidos por grupos de<br />

sem terra. As invasões começaram<br />

em 2008 e a justiça<br />

concedeu liminares de reintegração<br />

de todas as propriedades,<br />

porém o governo do<br />

<strong>Paraná</strong> não cumpre a determinação.<br />

Com as áreas invadidas, não<br />

há a possibilidade de plantio<br />

e, em consequência, não há<br />

cana para moer. Em períodos<br />

normais de safra, a Usina<br />

gera cinco mil empregos diretos,<br />

mói dois milhões de<br />

toneladas de cana, produz<br />

cerca de quatro milhões de<br />

sacas de açúcar e 50 milhões<br />

de litros de etanol. Hoje apenas<br />

1,2 mil pessoas estão<br />

empregadas na usina, a grande<br />

maioria, sem ter o que<br />

fazer, apenas batendo o cartão<br />

e aguardando o fim do<br />

expediente.<br />

Em Florestópolis, por<br />

exemplo, segundo o prefeito<br />

Onicio de Souza, cerca<br />

de 700 pessoas trabalham<br />

para a usina. O município<br />

tem 12 mil habitantes."Quando<br />

a usina não<br />

está funcionando, cria um<br />

Em períodos normais de safra mói dois milhões de toneladas de cana<br />

problema muito sério para<br />

nosso município. Estas 700<br />

pessoas são mais de 20% da<br />

nossa força de trabalho. E<br />

muitas famílias dependem<br />

deste emprego. É um absurdo<br />

a indústria continuar<br />

parada", disse Onicio.<br />

O prefeito de Centenário<br />

do Sul, Luiz Nicácio, que<br />

também é presidente da<br />

Amepar – Associação dos<br />

Municípios do Médio Paranapanema,<br />

informa que no<br />

município dele a questão<br />

nem é tanto o emprego, mas<br />

a arrecadação."Não temos<br />

tantos trabalhadores da nossa<br />

cidade empregados na usina,<br />

mas ela é dona de várias áreas<br />

aqui em Centenário e que<br />

não estão produzindo por<br />

causa das invasões. Isto afeta<br />

muito a nossa arrecadação",<br />

disse Nicácio.<br />

O gerente administrativo<br />

da Usina Central do <strong>Paraná</strong>,<br />

José Aparecido Batinga, diz<br />

que a empresa está disposta<br />

a iniciar os investimentos<br />

para o plantio de cana imediatamente<br />

à desocupação<br />

das áreas. "O governo precisando<br />

arrecadar impostos, a<br />

população precisando de<br />

emprego, não dá para entender<br />

porque o governador<br />

não cumpre as ordens judiciais<br />

de reintegração de<br />

posse", diz Batinga.<br />

<strong>Outubro</strong> é Rosa e Novembro é Azul na Santa Terezinha<br />

Comprometida com o movimento internacional<br />

<strong>Outubro</strong> Rosa, a Usina Santa Terezinha<br />

promove, anualmente, em todas as suas<br />

unidades produtivas, corporativo e logística,<br />

diversas ações para a prevenção e diagnóstico<br />

precoce do câncer de mama. Entre as atividades<br />

realizadas estão a distribuição de materiais<br />

educativos, palestras, orientações,<br />

confraternizações, adesivagem de veículos e<br />

mobilizações para a realização de exames de<br />

saúde.<br />

Este ano, no Corporativo, a campanha integrou<br />

os movimentos <strong>Outubro</strong> Rosa e Novembro<br />

Azul e promoveu uma palestra prevenção<br />

do câncer de mama para todos os colaboradores.<br />

“Todo homem tem uma mãe, filha ou esposa<br />

que deve se preocupar com a prevenção<br />

do câncer de mama. É importante que eles<br />

também participem e se tornem multiplicadores<br />

dessas informações”, explicou a colaboradora<br />

Beatriz Egea Rodrigues Davidoski, do<br />

setor de Gestão em Saúde.<br />

Nas unidades, as palestras e informativos<br />

abrangeram mulheres dos setores agrícola, industrial<br />

e administrativo. Em Cidade Gaúcha,<br />

o ambulatório Santa Terezinha foi disponibilizado,<br />

durante três dias, para o atendimento ginecológico<br />

e realização do exame preventivo de<br />

câncer de colo de útero e mama. A Unidade<br />

Rondon também promoveu – em parceria com<br />

a Unipar (Universidade Paranaense) – um dia<br />

de beleza com atividades para a valorização da<br />

saúde e autoestima da mulher.<br />

10<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


ESPORTES<br />

Pare de fumar correndo<br />

Por meio do Projeto Atletismo, 56 atletas da Santa Terezinha participaram da<br />

Maratona de Revezamento Vanderlei Cordeiro de Lima DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Com participação de<br />

300 equipes e 2.400<br />

atletas, a Maratona de<br />

Revezamento Vanderlei<br />

Cordeiro de Lima - Pare de<br />

Fumar Correndo chega a<br />

sua 12º edição em <strong>2015</strong>.<br />

Tradicionalmente realizada<br />

em agosto, este ano ocorreu<br />

no dia 18 de outubro, em<br />

Maringá, com saída em<br />

frente a APAE, na Vila<br />

Operária.<br />

Como ocorre todos os<br />

anos, a Usina Santa Terezinha<br />

participou em peso da<br />

corrida levando sete equipes<br />

e 56 atletas entre colaboradores<br />

e dependentes. Além<br />

de subsidiar a inscrição destes,<br />

através do Projeto Atletismo,<br />

fornece apoio logístico,<br />

com barraca, entrega de<br />

kits, distribuição de água,<br />

frutas e lanches no dia da<br />

corrida.<br />

Desenvolvido pela usina<br />

desde 2008, o projeto envolve<br />

diversas ações de incentivo<br />

à prática esportiva e<br />

participação em corridas de<br />

rua no <strong>Paraná</strong>, visando melhor<br />

qualidade de vida e saúde<br />

do colaborador e de seus<br />

familiares em todas as unidades<br />

industriais do grupo.<br />

Entre os corredores da empresa,<br />

o destaque ficou com<br />

a equipe de elite - formada<br />

por Luciano Miguel dos<br />

Santos, Anderson Correio<br />

Ribeiro, Alessandro da Silva<br />

Flauzino, Sebastião Carlos<br />

4º Rio + Limpo<br />

Mais uma vez, a Usina Rio <strong>Paraná</strong>, da Santa Terezinha,<br />

em Eldorado (MS), participou do 4º Rio + Limpo. Este<br />

ano, a ação foi realizada às margens do Rio <strong>Paraná</strong>, no<br />

distrito do Morumbi, e contou com a participação de colaboradores<br />

que integram o programa “Voluntários em<br />

Ação e Amigo do Meio Ambiente” da usina. Reunindo<br />

mais de 100 pessoas, foi uma parceria com a Policia Ambiental,<br />

Policia Militar do Distrito, Corpo de Bombeiro,<br />

Secretária de Obras do município de Eldorado, Secretaria<br />

de Saúde, Itaipu, ICMBio, UEMS, Coripa, pescadores<br />

e estudantes. A ação tem por objetivo reunir o maior<br />

número possível de pessoas para promover o arrastão, recolhendo<br />

resíduos e demais materiais que possam poluir<br />

o rio que banha as ilhas. Nesta edição foram recolhidos<br />

1.502 quilos de lixo e entulhos. O material coletado é<br />

encaminhado para a UPL (Unidade de Processamento<br />

de Lixo) de Eldorado, onde é separado por meio de triagem<br />

e vendido para reciclagem.<br />

Dentre as equipes da usina, a melhor classificada ficou em 12º lugar<br />

de Lima, Luciano Francisco<br />

Prostigo, Edmar Antônio<br />

Correia, Cícero Leite Santana<br />

e Eguinaldo Domingues,<br />

que completaram a<br />

maratona em 2:42:56, sendo<br />

a 12ª equipe a concluir o<br />

percurso.<br />

Além de associar a prática<br />

de esportes à luta contra o<br />

tabaco, promovendo qualidade<br />

de vida e conscientizando<br />

a comunidade sobre<br />

os malefícios do tabagismo,<br />

a corrida incentiva a ação<br />

social. Cada equipe doou 30<br />

quilos de alimentos não perecíveis<br />

para confirmar a<br />

inscrição. Tudo que foi arrecadado<br />

será repassado para<br />

as entidades assistenciais de<br />

Maringá.<br />

A maratona teve início em<br />

2004 e já é considerada uma<br />

das maiores provas de toda<br />

O grupo é formado por colaboradores<br />

das unidades<br />

Iguatemi, Tapejara, Paranacity<br />

e São Tomé, que atuam<br />

em diversas áreas dentro da<br />

empresa, mas que têm em<br />

comum a paixão e a dedicação<br />

pelas corridas de rua.<br />

região e a maior do Brasil<br />

na luta contra o Tabagismo.<br />

É realizada pela Prefeitura<br />

de Maringá, Universidade<br />

Estadual de Maringá<br />

(UEM) por meio do Projeto<br />

Tabagismo, juntamente<br />

com o Lions Universitário<br />

Integração e tem o patrocínio<br />

da Caixa Econômica<br />

Federal.<br />

No dia 15 de novembro, a<br />

unidade de Iguatemi da<br />

Santa Terezinha promove a<br />

8ª edição da Corrida Rústica<br />

de Iguatemi Elenilson<br />

Silva. Organizada desde<br />

Flauzino, mecânico de Tapejara,<br />

é participante assíduo<br />

das corridas apoiadas pelo<br />

Projeto Atletismo, e conta<br />

com o apoio da usina em<br />

outras provas de rua no <strong>Paraná</strong>.<br />

Ele completou a Maratona<br />

de Revezamento em<br />

19’14”, melhor tempo do<br />

grupo. “Nossa equipe é muito<br />

boa e todos têm o mesmo<br />

objetivo. O resultado melhorou<br />

bastante em comparação<br />

ao ano passado. Fiquei satisfeito”,<br />

afirma.<br />

A prova é disputada, nas<br />

categorias masculinas, femininas<br />

e mistas, por equipes<br />

compostas de oito atletas,<br />

todos com idade mínima de<br />

15 anos completos, que percorrem<br />

a distância da maratona<br />

em forma de revezamento,<br />

compreendendo um<br />

trecho de 6,194 km para o<br />

primeiro atleta e 5,143 km<br />

para os demais componentes<br />

da equipe, somando 42,195<br />

km.<br />

Luta contra o tabagismo<br />

2008 em parceria com a<br />

UEM e Prefeitura de Maringá,<br />

por meio do projeto<br />

“Tabagismo - Pare de Fumar<br />

Correndo”. Os colaboradores<br />

de todas as unidades<br />

da usina participam em<br />

peso, assim como a comunidade<br />

do distrito e dos municípios<br />

da região.<br />

O objetivo da corrida é incentivar<br />

a prática de esporte,<br />

recreação, saúde e lazer, que<br />

auxiliam na recuperação e<br />

manutenção da saúde, integrando<br />

a comunidade na<br />

luta contra o tabagismo.<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong> faz 90 anos<br />

MARCO<br />

Considerada a maior empresa colonizadora do Brasil, tem hoje na agroindústria, especialmente<br />

na produção de cana de açúcar e etanol, seu principal negócio DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Tendo atualmente a produção<br />

e industrialização<br />

da cana de açúcar como<br />

sua principal atividade<br />

econômica, além da criação<br />

de gado de corte, a<br />

Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong><br />

(CMNP) fez 90 anos em<br />

24 de setembro de <strong>2015</strong>.<br />

O setor sucroenergético é<br />

um dos propulsores da<br />

economia do Estado.<br />

Considerada a maior empresa<br />

colonizadora do<br />

País, mantendo hoje propriedades<br />

no <strong>Paraná</strong> e<br />

Mato Grosso do Sul, foi<br />

fundada em 1925, por ingleses,<br />

com o objetivo de<br />

desbravar e colonizar o<br />

Norte do <strong>Paraná</strong>. Na época,<br />

dividiu em pequenas<br />

propriedades e comercializou<br />

uma área de 1,25 milhão<br />

de hectares, maior<br />

que a de muitos países.<br />

Foram mais de 50 mil<br />

lotes, a maioria usada para<br />

o plantio de café, além da<br />

abertura de cinco mil quilômetros<br />

de estradas vicinais,<br />

para garantir o acesso<br />

a estas propriedades, mantendo-as<br />

e conservandoas,<br />

até a transferência ao<br />

poder público.<br />

A destilaria em Jussara entrou em operação em 1983 e hoje esmaga 2,8 milhões de toneladas de cana<br />

Isso permitiu que os pioneiros,<br />

vindo de todas as regiões<br />

do País, especialmente<br />

de São Paulo e<br />

Minas Gerais, se estabelecessem<br />

nas regiões Norte e<br />

Nordeste do Estado, contribuindo<br />

de forma significativa<br />

para seu desenvolvimento<br />

econômico. A<br />

CMNP, que até 1951 chamava-se<br />

Companhia de<br />

Terras Norte do <strong>Paraná</strong>, foi<br />

responsável pela fundação<br />

de 63 cidades e patrimônios<br />

onde vivem atualmente<br />

mais de 2 milhões de habitantes.<br />

Dentre estas se destacam<br />

Londrina, Cambé,<br />

Rolândia, Arapongas, Apucarana,<br />

Mandaguari, Maringá,<br />

Cianorte e Umuarama.<br />

A preocupação da<br />

CMNP em diversificar<br />

suas atividades já vem desde<br />

a década de 1950, quando<br />

passou a fazer parte de<br />

seu portfólio a produção<br />

de cimento (1954 e 1967),<br />

a criação de gado bovino<br />

de corte (1957), o beneficiamento<br />

e produção de<br />

sementes (1975), e a produção<br />

de ferro-liga (1977),<br />

além da produção de café,<br />

grãos (milho, soja e trigo),<br />

bem como cerâmica, olaria<br />

e serraria.<br />

Mais tarde, em abril de<br />

1981, incentivada pelo Proálcool<br />

- Programa Nacional<br />

do Álcool – iniciou-se na<br />

produção de álcool etílico<br />

hidratado carburante (atual<br />

etanol hidratado), com a<br />

fundação da Destilarias<br />

Melhoramentos S.A., em<br />

Jussara, indústria que entrou<br />

em operação em 1983.<br />

Forte crescimento e foco no setor sucroalcooleiro<br />

Visando fortalecer-se no setor sucroalcooleiro,<br />

ao longo da década de 1990 até 2011, a<br />

CMNP se desvinculou das atividades não relacionadas<br />

ao setor, exceto a pecuária.<br />

Desde sua criação, a Destilarias Melhoramentos<br />

S.A., localizada no município de Jussara, a<br />

65 quilômetros de Maringá (PR), tem investido<br />

para aumentar sua capacidade produtiva<br />

através de melhorias contínuas no processo e<br />

substituição de equipamentos com tecnologia<br />

mais moderna e eficiente, passando a produzir<br />

também etanol anidro, além do hidratado.<br />

No final de 2012, com o objetivo de expandir<br />

sua atuação no setor, a CMNP, adquiriu um<br />

novo complexo sucroalcooleiro no município<br />

de Nova Londrina, no Noroeste do Estado.<br />

Com os últimos investimentos, feitos em<br />

2013 e 2014 na expansão da indústria e da<br />

área de cultivo, a capacidade de moagem das<br />

duas unidades industriais atualmente é de<br />

3,9 milhões de toneladas de cana de açúcar<br />

e uma produção de aproximadamente 300<br />

milhões de litros de etanol, segundo o gerente<br />

de produção, João Teodorinho Luis<br />

Coelho.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13


MARCO<br />

Extensas áreas<br />

de mata nativa<br />

foram preservadas<br />

Desenvolvimento sustentável<br />

como princípio<br />

O comprometimento da CMNP com a natureza já foi reconhecido<br />

com condecorações e certificações<br />

Tanto nas cidades formadas<br />

como nas propriedades rurais,<br />

a Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong><br />

preservou áreas de mata nativa,<br />

sendo referência no que<br />

diz respeito à natureza e sua<br />

influência no crescimento<br />

sustentável da região.<br />

Além de ter doado imóveis<br />

aos municípios durante o<br />

processo de colonização,<br />

para fins públicos como praças,<br />

jardins e órgãos públicos,<br />

criou reservas naturais, preservando<br />

a fauna e a flora,<br />

tanto nas cidades fundadas<br />

por ela como na área rural de<br />

sua propriedade, mostrando<br />

seu princípio de administrar<br />

a exploração da terra de<br />

forma sustentável, com respeito<br />

ao meio ambiente. Em<br />

todas as propriedades, a área<br />

de reserva legal e a de preservação<br />

permanente estão<br />

conservadas, com excedentes.<br />

A Fazenda da Divisa, no<br />

município de São Manoel<br />

do <strong>Paraná</strong>, mantém uma<br />

Reserva Particular do Patrimônio<br />

Natural (RPPN),<br />

com 222,30 hectares. Entre<br />

os municípios de Tuneiras<br />

do Oeste e Cianorte, há mais<br />

11 mil hectares de mata nativa<br />

que em 2006 foi transformada<br />

pelo governo federal<br />

na Reserva Biológica<br />

Federal das Perobas, área da<br />

qual 8,6 mil hectares pertencem<br />

à Cia. Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong>.<br />

Em 1998, doou 300 hectares<br />

de mata nativa para criação<br />

do Cinturão Verde de<br />

Cianorte, onde são desenvolvidas<br />

várias atividades<br />

ecológicas visando conscientizar<br />

e melhorar a qualidade<br />

de vida da comunidade.<br />

Maringá, reconhecida nacionalmente<br />

como cidade<br />

verde, é outro exemplo de<br />

colonização onde houve o<br />

cuidado com o meio ambiente,<br />

com ruas sombreadas<br />

por árvores floridas, além de<br />

matas preservadas em pleno<br />

centro da cidade, como o<br />

Horto Florestal, com 37<br />

hectares de mata nativa.<br />

O comprometimento da<br />

Tendo como um dos<br />

princípios a valorização<br />

do capital humano, a<br />

CMNP investe na constante<br />

capacitação da equipe<br />

e em ações que garantam<br />

a melhoria da<br />

qualidade de vida dos colaboradores,<br />

de seus familiares<br />

e das comunidades<br />

em que a empresa está inserida,<br />

segundo o diretor<br />

presidente Gastão de<br />

Souza Mesquita.<br />

CMNP com a natureza<br />

também foi reconhecido<br />

com a condecoração dada<br />

em 2005, em Campo Mourão,<br />

por várias entidades<br />

(Sistema Federação das Indústrias<br />

do Estado do <strong>Paraná</strong>,<br />

Sebrae, Acicam), como<br />

empresa destaque na área<br />

ambiental.<br />

Com vistas à melhoria contínua<br />

buscou a certificação<br />

de seus negócios, com selo<br />

da qualidade “ISO 9001” na<br />

fabricação de etanol e na<br />

produção de cana de açúcar,<br />

servindo de referência na região<br />

pela clareza e seriedade<br />

com que administra seus negócios.<br />

Valorização do colaborador<br />

As indústrias contam com<br />

ambulatórios, onde oferecem<br />

atendimento médico e<br />

odontológico gratuito, com<br />

toda a estrutura humana e<br />

física, além de educar para a<br />

promoção da saúde. São realizadas<br />

diversas campanhas<br />

preventivas, especialmente<br />

contra doenças endêmicas e<br />

transmissíveis e ginástica laboral.<br />

Uma equipe multidisciplinar<br />

(médicos, enfermeira<br />

e auxiliar de enfermagem<br />

do trabalho, educador<br />

físico, fisioterapeuta) fazem<br />

acompanhamento de casos<br />

especiais.<br />

Os colaboradores contam<br />

com refeitório próprio e refeições<br />

balanceadas elaboradas<br />

por nutricionista. Os<br />

cortadores de cana recebem<br />

a atenção e alimentação necessárias<br />

para o equilíbrio<br />

da saúde e do ambiente de<br />

trabalho.<br />

14<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Como tudo começou<br />

Empresa foi fundada em 1925, por ingleses, com o objetivo de desbravar e colonizar o Norte do <strong>Paraná</strong><br />

A história da Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong> teve início<br />

em 1924 quando Lord Lovat<br />

chegou ao Brasil. Além de assessorar<br />

uma missão econômica da Inglaterra,<br />

foi incumbido pela empresa<br />

Sudan Cotton Plantations<br />

Syndicate, da qual era diretor, para<br />

estudar as possibilidades de investimentos<br />

no Brasil, de modo a obter<br />

algodão para suprir a crescente indústria<br />

têxtil da Inglaterra.<br />

No ano em que completa 90 anos,<br />

a Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong> foi eleita a melhor<br />

empresa do setor de Açúcar e Álcool<br />

pelo jornal Valor Econômico, através<br />

do seu anuário Valor 1000 – edição<br />

<strong>2015</strong>, que reúne informações sobre<br />

os indicadores econômicos das 1.000<br />

maiores empresas do Brasil, relativos<br />

ao ano de 2014.<br />

Prêmios<br />

O jovem engenheiro que trabalhava<br />

na construção da estrada de<br />

ferro Ourinhos-Cambará, Gastão<br />

Mesquita Filho, foi encarregado de<br />

acompanhá-lo em sua visita ao<br />

Norte do <strong>Paraná</strong>. Foi o engenheiro<br />

quem mostrou à Lord Lovat o excelente<br />

negócio que seria adquirir<br />

aquelas férteis glebas de terras, à<br />

venda por preços muito baixos devido<br />

à falta de meios de escoar a<br />

produção. O prolongamento da estrada<br />

de ferro resolveria o problema<br />

e valorizaria as terras.<br />

Com Arthur Thomas à frente do<br />

empreendimento inglês, foi formada<br />

em 1925 a Companhia de Terras<br />

Norte do <strong>Paraná</strong> (CTNP), adquirido<br />

e loteado 1,25 milhão de hectares<br />

no Norte e Nordeste do Estado.<br />

Em 1929, a empresa assumiu<br />

também o controle acionário da<br />

Companhia Ferroviária São Paulo–<br />

<strong>Paraná</strong>, com o objetivo de integrar a<br />

região à economia do Estado.<br />

Na Edição Especial Exame, Melhores<br />

e Maiores 2014, a Destilarias<br />

Melhoramentos S.A. também foi o<br />

destaque como a melhor empresa no<br />

Setor do Agronegócio - As Melhores<br />

no Segmento de Açúcar e Álcool.<br />

Com uma moagem de 2 milhões de<br />

toneladas de cana de açúcar na época,<br />

obteve um crescimento de 40% na<br />

produção em relação ao ano anterior,<br />

e rentabilidade 31% maior.<br />

Um dos segredos foi o aumento da<br />

produção com a mesma estrutura, o<br />

que reduziu o custo fixo. “O estilo<br />

simples de controle de gastos e a cautela<br />

nos projetos de expansão e na<br />

condução dos negócios da Companhia<br />

têm sido essenciais para o seu<br />

crescimento”, destaca Gastão Mesquita.<br />

Foram loteados 1,25 milhão de hectares dando início a várias cidades<br />

Com a Segunda Guerra Mundial<br />

a CTNP foi colocada à venda e adquirida<br />

por Arthur Bernardes Filho,<br />

Irmãos Soares Sampaio, Gastão de<br />

Souza Mesquita Filho e Gastão Vidigal.<br />

Tempos depois, os dois últimos<br />

adquiriram a participação acionária<br />

dos demais. Em 1951 a<br />

CTNP passou a chamar-se Companhia<br />

Melhoramentos Norte do<br />

<strong>Paraná</strong>.<br />

A parceria de Gastão de Souza<br />

Mesquita Filho e Gastão Vidigal<br />

terminou em 1994. A partir desta<br />

data até 2011, o controle pertenceu<br />

aos herdeiros de Gastão de Souza<br />

Mesquita Filho. Atualmente, o<br />

controlador é seu neto, Gastão de<br />

Souza Mesquita, presidente das<br />

empresas que compõem a Companhia.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15


DOIS<br />

Minas Gerais<br />

Terceiro produtor de etanol no Brasil, Minas Gerais<br />

passou de exportador a grande consumidor neste ano.<br />

Foram consumidos 1,076 bilhão de litros de janeiro a<br />

agosto, volume 130,4% superior ao registrado no mesmo<br />

período do ano passado, resultando em melhor remuneração<br />

aos produtores. O consumo deslanchou depois da<br />

redução do ICMS sobre o etanol, de 19% para 14%, e<br />

aumento sobre a gasolina, de 27% para 29%, além da recomposição<br />

da alíquota da Cide sobre a gasolina, tornando<br />

o etanol mais competitivo.<br />

A ANP revisou a previsão<br />

para a produção de petróleo<br />

no Brasil para 4 milhões<br />

de barris entre 2025<br />

e 2026, ante estimativa anterior<br />

de 4,5 milhões de<br />

barris/dia em 2022. Os<br />

preços baixos do barril<br />

estão levando as petroleiras<br />

a refazer os cronogramas<br />

de seus projetos, priorizando<br />

os ativos mais lucrativos,<br />

o que trará impactos<br />

para a produção no longo<br />

prazo. Os investimentos<br />

globais em petróleo devem<br />

Petróleo<br />

cair 20% neste ano, o que<br />

faria dessa a maior queda<br />

da história, segundo a<br />

Agência Internacional de<br />

Energia. As previsões de<br />

preço do petróleo da Opep<br />

são de o barril alcançar 80<br />

dólares em 2020. Mesmo<br />

que os mercados comecem<br />

a se reequilibrar com os<br />

preços baixos afetando<br />

produtores de alto custo<br />

fora da Opep, os preços<br />

não devem retornar para<br />

acima dos 100 dólares por<br />

barril até 2030/40.<br />

PONTOS<br />

O diretor Comercial de<br />

Agronegócios do Itaú BBA,<br />

Alexandre Figliolino, disse<br />

que o setor sucroenergético<br />

brasileiro "finalmente volta<br />

a entrar em um ciclo positivo".<br />

Isso por conta da alta<br />

do dólar, que favorece a receita<br />

com a exportação do<br />

A China, segundo maior<br />

consumidor de milho do<br />

mundo, se prepara para retomar<br />

a construção de usinas<br />

de etanol à base do cereal,<br />

depois de quase uma década<br />

de proibição, e pode ajudar o<br />

país a absorver os estoques<br />

recordes do grão. Uso foi<br />

Ciclo positivo<br />

açúcar, e pelo reajuste da<br />

gasolina, com a alta no etanol<br />

atrelada a esse aumento.<br />

Neste cenário, as empresas<br />

enfrentam situações divergentes<br />

do ponto de vista financeiro<br />

e operacional, o<br />

que deve favorecer a consolidação<br />

e concentração do<br />

Etanol de milho<br />

Cogeração<br />

suspenso por preocupações<br />

sobre a segurança alimentar,<br />

quando os preços da commodity<br />

estavam mais altos,<br />

passando a usar o sorgo,<br />

mandioca e outros grãos<br />

para produzir etanol. A retomada<br />

do plano pode focar<br />

milho de pior qualidade. A<br />

No ano passado, a biomassa da cana gerou 19,4 TWh,<br />

o equivalente para abastecer quase 10 milhões de residências,<br />

e cresceu 21% em relação ao ano anterior, além<br />

de poupar o equivalente a 13% da água dos reservatórios<br />

dos Submercados Sudeste e Centro Oeste. A bioeletricidade<br />

teve uma evolução importante nos últimos cinco<br />

anos dentro da matriz energética, com acréscimo de<br />

5.107 megawatts na capacidade instalada, quase metade<br />

de uma usina Belo Monte. Também, em 2014, influenciado<br />

por preços mais convidativos do mercado de curto<br />

prazo, pela primeira vez, o setor gerou mais energia para<br />

a rede, 60% do total, do que para o alto consumo, 40%.<br />

setor. "Existem empresas<br />

com dívidas estruturadas,<br />

de longo prazo e não muito<br />

dolarizada que podem desalavancar<br />

de forma muito<br />

rápida e terem balanços positivos.<br />

Outras sofrem com<br />

a dívida dolarizada e dificuldade<br />

de crédito", disse.<br />

expansão da produção do<br />

combustível menos poluente<br />

pode ajudar o país a reduzir<br />

emissões de carbono. A<br />

China é o terceiro produtor<br />

de etanol do mundo, depois<br />

dos EUA e Brasil, com produção<br />

de 2,27 milhões de<br />

toneladas em 2014.<br />

CTC<br />

O novo complexo de<br />

laboratórios de biotecnologia<br />

do CTC de<br />

Piracicaba (SP), que<br />

tem 1,4 mil M 2 e custou<br />

R$ 40 milhões,<br />

pretende dobrar a produtividade<br />

da cana e<br />

do setor até 2025. O<br />

trabalho desenvolvido<br />

para melhorar a genética<br />

da cana deve fazer<br />

o Brasil bater uma<br />

meta estabelecida pelo<br />

governo federal, que é<br />

aumentar de 30 para<br />

50 milhões de toneladas<br />

a contribuição do<br />

etanol na matriz de<br />

combustível do país.<br />

As exportações de etanol<br />

do Brasil para a Califórnia<br />

deverão crescer no próximo<br />

ano, com os produtores<br />

brasileiros desfrutando<br />

de prêmios para o<br />

seu produto depois de o<br />

Exportação<br />

estado norte-americano<br />

retomar padrões de combustível<br />

de baixa emissão<br />

de carbono no mês passado.<br />

Plinio Nastari, presidente<br />

da consultoria Datagro,<br />

disse que o Brasil<br />

deve enviar cerca 908 milhões<br />

de litros de etanol<br />

para a Califórnia em 2016.<br />

O Brasil exportou 575<br />

milhões de litros para os<br />

EUA de janeiro a setembro<br />

deste ano.<br />

16<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Gás de xisto<br />

Produtores de gás de<br />

xisto nos EUA registraram<br />

uma saída de mais de US$<br />

30 bilhões em investimentos<br />

no primeiro semestre<br />

do ano, um sinal dos desafios<br />

enfrentados por essa<br />

indústria, uma vez que a<br />

queda nos preços do petróleo<br />

começa a surtir<br />

O Brasil vai propor na<br />

Conferência do Clima<br />

das Nações Unidas em<br />

dezembro em Paris, a<br />

COP 21, o aumento da<br />

parcela do biodiesel na<br />

mistura com o diesel mineral,<br />

hoje de 7% por litro.<br />

A proposta brasileira<br />

para Consecução do Objetivo<br />

da Convenção –<br />

Quadro das Nações Unidas<br />

sobre Mudança no<br />

Clima -, coloca: “aumentar<br />

a participação<br />

de bioenergia sustentável<br />

na matriz<br />

energética brasileira<br />

para 18% até<br />

2030, expandindo<br />

o consumo de<br />

biocombustíveis,<br />

aumentando<br />

a oferta<br />

O Centro de Cana do Instituto Agronômico realizará de<br />

4 a 6 de novembro o curso sobre manejo de pragas e nematoides<br />

em cana no IAC, em Ribeirão Preto (SP). E de 11 e<br />

12 de novembro no campus do UniSalesiano, em Araçatuba<br />

(SP) acontece o Congresso Nacional da Bioenergia. A novidade<br />

para este ano, que comemora os 40 anos do ProÁlcool<br />

e 30 anos de fundação da UDOP, são as salas de<br />

Inovações Tecnológicas em Etanol de Milho, Biomassa e<br />

Novos Produtos, que se somam às já tradicionais salas temáticas.<br />

Também, o Programa de Educação Continuada<br />

em Economia e Gestão de Empresas (Pecege) realizará o<br />

"V Seminário de Indicadores Econômicos do Setor Sucroenergético",<br />

dia 10 de dezembro, no Anfiteatro do Pavilhão<br />

de Engenharia da USP/ESALQ).<br />

Pesquisa<br />

efeito. A retirada de investimentos<br />

reflete um aumento<br />

das falências e das<br />

reestruturações na indústria<br />

do óleo de xisto nos<br />

EUA. Esta se expandiu rapidamente<br />

nos últimos<br />

sete anos, mas nunca cobriu<br />

suas despesas a partir<br />

do seu fluxo de caixa.<br />

Conferência<br />

Eventos<br />

A saída da multinacional<br />

Monsanto do setor de<br />

cana no Brasil não significa<br />

o fim do "trabalho de<br />

ponta" para o desenvolvimento<br />

da cultura, segundo<br />

nota divulgada pela Unica,<br />

reconhecendo que esse<br />

tipo de investimento é de<br />

alto risco e exige maiores<br />

aportes de recursos em<br />

comparação com outros<br />

segmentos. A nota cita outras<br />

entidades que realizam<br />

trabalho de ponta,<br />

como o CTC, a Ridesa e o<br />

IAC. A Monsanto encerrou<br />

as atividades da Cana-<br />

Vialis, com a qual operava<br />

no segmento, em função<br />

de mudanças no mercado<br />

de energia e bioenergia,<br />

que levaram a empresa a<br />

manter o foco em seus negócios<br />

principais, como sementes.<br />

de etanol, inclusive<br />

por meio do aumento<br />

da parcela<br />

de biocombustíveis<br />

avançados<br />

(segunda<br />

geração), e aumentando<br />

a parcela<br />

de biodiesel<br />

na mistura<br />

do diesel”.<br />

FAO<br />

O açúcar branco brasileiro<br />

está tomando o lugar<br />

das exportações tailandesas<br />

em alguns mercados da<br />

Ásia por causa do frete<br />

marítimo global barato e<br />

em um momento de oferta<br />

restrita da Tailândia. As<br />

Renováveis<br />

Açúcar<br />

Cotações<br />

As cotações internas do<br />

açúcar cristal estão em alta<br />

desde meados de agosto,<br />

mesmo sendo período de<br />

safra no Centro-Sul, conforme<br />

o Cepea/Esalq/USP.<br />

O principal motivo é a vantagem<br />

que a exportação tem<br />

mantido frente ao mercado<br />

doméstico, influenciada<br />

pela valorização do dólar<br />

sobre o Real, além de a atual<br />

temporada ser mais alcooleira<br />

que as anteriores.<br />

Os combustíveis renováveis<br />

não são um fator determinante<br />

para a alta ou baixa<br />

nos preços dos alimentos<br />

pelo mundo. O argumento,<br />

defendido repetidamente<br />

pelo setor sucroenergético<br />

com base em estudos publicados<br />

nos últimos anos, foi<br />

novamente endossado, desta<br />

vez pela Organização das<br />

Nações Unidas para Agricultura<br />

e Alimentação em<br />

seu Índice de Preços. Segundo<br />

o levantamento, ao<br />

contrário dos falsos mitos<br />

que associam a expansão<br />

dos biocombustíveis com a<br />

queda na produção alimentar,<br />

petróleo e energia é que<br />

são os maiores responsáveis<br />

pelas variações tarifárias das<br />

commodities. O boletim reforça<br />

a sustentabilidade dos<br />

ofertas de açúcar refinado<br />

da Índia também estão levando<br />

vantagem com a diminuição<br />

da disponibilidade<br />

do açúcar branco<br />

da Tailândia, esgotada pela<br />

vigorosa demanda chinesa.<br />

A participação das energias<br />

limpas, como eólica, solar e<br />

biomassa na matriz energética<br />

continua em crescimento.<br />

Se estima que para <strong>2015</strong>,<br />

40,6% da matriz energética<br />

do país será composta por<br />

fontes renováveis, percentual<br />

superior ao verificado em<br />

2014, de 39,4% . Se for considerada<br />

somente a matriz<br />

de oferta de energia elétrica,<br />

se estima para <strong>2015</strong> que<br />

75,6% sejam de fontes renováveis,<br />

indicador um ponto<br />

percentual superior ao verificado<br />

em 2014.<br />

biocombustíveis no cenário<br />

internacional, e cita o setor<br />

sucroenergético brasileiro<br />

como um dos líderes neste<br />

processo de conscientização.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17


RECONHECIMENTO<br />

No início de outubro,<br />

a BSBIOS recebeu três<br />

premiações na entrega<br />

do Sul for Export, evento<br />

promovido pelo Instituto e<br />

Revista Amanhã em parceria<br />

com as federações das indústrias<br />

do <strong>Paraná</strong>, de Santa Catarina<br />

e do Rio Grande do<br />

Sul. A empresa foi destacada<br />

pela liderança setorial como<br />

maior exportadora do Sul no<br />

segmento Biodiesel, por estar<br />

entre as 25 maiores exportadoras<br />

do Sul e por estar no<br />

ranking das 20 que mais cresceram<br />

nos últimos três anos.<br />

A premiação, que ocorreu na<br />

sede da Fiesc, em Florianópolis<br />

(SC), aconteceu durante<br />

o 1° Fórum de Comércio Exterior<br />

do Sul e, reuniu lideranças<br />

do setor produtivo<br />

exportador, empresas de logística<br />

e representantes dos<br />

portos.<br />

O Conselho Nacional de<br />

Política Energética<br />

(CNPE) do governo federal<br />

autorizou a comercialização<br />

e o uso voluntário de<br />

misturas de biodiesel ao<br />

óleo diesel em quantidade<br />

superior ao percentual<br />

obrigatório a partir de<br />

2016, mas a resolução proíbe<br />

a venda do diesel com<br />

maior mistura nos postos<br />

de combustíveis enquanto<br />

não houver uma certificação<br />

técnica das montadoras<br />

e fábricas de equipamentos<br />

e motores.<br />

Na prática, a medida abre<br />

caminho para que grandes<br />

BSBIOS recebe três prêmios<br />

Empresa exportou em 2014 mais de US$ 270 milhões, registrando um<br />

incremento de 15,6% nas vendas DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO<br />

Com dez anos de fundação,<br />

a BSBIOS é uma companhia<br />

voltada para o desenvolvimento<br />

sustentável por meio<br />

da agroenergia, produzindo<br />

biodiesel a partir de óleos vegetais<br />

e gorduras animais.<br />

Além do biocombustível, a<br />

empresa exporta farelo de<br />

soja, óleo vegetal, glicerina e<br />

soja em grão. No ano passado,<br />

suas operações externas registraram<br />

um incremento de<br />

15,6% nas vendas, somando<br />

mais de US$ 270 milhões.<br />

“Atenta ao mercado internacional,<br />

a BSBIOS se preparou<br />

para atender as demandas externas,<br />

conquistando certificações<br />

de qualidade de produto<br />

como a GMP+B2,<br />

GMP+B3 e ISCC - Certificação<br />

Internacional de Sustentabilidade”,<br />

afirma o diretor<br />

presidente da empresa,<br />

Erasmo Carlos Battistella.<br />

No ano passado, a região Sul<br />

foi responsável por 19,5% das<br />

exportações no Brasil, conforme<br />

dados do Ministério<br />

do Desenvolvimento, Indústria<br />

e Comércio Exterior<br />

consumidores, como operadoras<br />

ferroviárias ou donos<br />

de frotas de caminhões,<br />

que compram combustível<br />

diretamente de<br />

distribuidoras, possam<br />

aproveitar janelas de oportunidade<br />

em que o biodiesel<br />

estiver mais barato que<br />

o diesel fóssil. Atualmente,<br />

os postos de abastecimento<br />

brasileiros vendem diesel<br />

com uma mistura<br />

obrigatória de 7% de biodiesel,<br />

o chamado B7.<br />

no Sul for Export<br />

(MDIC). A região é a segunda<br />

maior e mais diversificada<br />

plataforma do comércio<br />

brasileiro com mercado externo,<br />

atrás apenas do Sudeste.<br />

A premiação Sul for Export<br />

homenageia os 90 maiores<br />

exportadores do Sul divididos<br />

em três categorias: Maiores<br />

Exportadores, Campeãs por<br />

Setor e Empresas que Mais<br />

Exportaram pelo Sul entre<br />

2012 e 2014. O ranking é<br />

elaborado pelo Instituto e<br />

Revista Amanhã com base<br />

nos indicadores oficiais do<br />

MDIC.<br />

A BSBIOS possui duas unidades<br />

industriais: em Passo<br />

Fundo, no Rio Grande do<br />

Sul, e em Marialva, no <strong>Paraná</strong>.<br />

Com os investimentos<br />

que tem sido feitos este ano, a<br />

capacidade total da empresa<br />

saltará de 444 mil litros ao dia,<br />

para 600 mil litros de biodiesel<br />

produzido principalmente<br />

a partir da soja.<br />

Governo autoriza maior mistura voluntária<br />

Segundo a resolução, frotas<br />

cativas ou consumidores<br />

rodoviários atendidos<br />

por ponto de abastecimento<br />

terão limites máximos<br />

de adição de biodiesel<br />

ao óleo diesel de 20%, no<br />

caso do uso voluntário. No<br />

caso do transporte ferroviário,<br />

o limite será de<br />

30%, mesmo percentual<br />

para uso agrícola e industrial.<br />

O uso experimental<br />

poderá usar 100% de biodiesel.<br />

A resolução do CNPE<br />

foi comemorada pelo setor,<br />

mas calcula-se que o consumo<br />

ainda fique aquém<br />

da capacidade nacional de<br />

produção. As usinas de<br />

biodiesel têm trabalhado<br />

com grande ociosidade.<br />

Destaque pela liderança setorial, está entre<br />

as 25 maiores exportadoras do Sul e entre<br />

as 20 que mais cresceram<br />

Entre os 100<br />

mais influentes<br />

Pelo terceiro ano consecutivo,<br />

o diretor presidente<br />

da BSBIOS, Erasmo Carlos<br />

Battistella aparece no<br />

ranking das 100 pessoas<br />

mais influentes do agronegócio<br />

brasileiro, que é formulado<br />

pela Revista<br />

Dinheiro Rural, da Editora<br />

Três. O empresário se destacou<br />

na área da bioenergia<br />

por apostar no futuro do<br />

biodiesel, com ênfase a liderança<br />

na produção e exportação<br />

do biocombustível.<br />

A BSBIOS alcançou<br />

a marca de 24 milhões de<br />

litros em 2014.<br />

“A responsabilidade e o<br />

comprometimento com o<br />

agronegócio só aumentam”,<br />

afirmou o empresário,<br />

destacando que a exportação<br />

de biodiesel e a liderança<br />

no segmento são<br />

frutos do trabalho de uma<br />

equipe e da busca constante<br />

pela excelência.<br />

Recentemente a empresa<br />

também recebeu premiação,<br />

destacando a exportação<br />

do produto, do Ministério<br />

do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio Exterior<br />

(MDIC) e da Associação<br />

de Comércio Exterior<br />

do Brasil (AEB).<br />

A Revista Dinheiro Rural<br />

homenageia as personalidades<br />

que são a voz do<br />

campo, um setor que deve<br />

movimentar, neste ano, R$<br />

473,2 bilhões em Valor<br />

Bruto da Produção (VBP),<br />

um crescimento de 1%<br />

ante os R$ 468,6 bilhões<br />

de 2014. O setor vai crescer,<br />

mesmo com uma previsão<br />

de queda do Produto<br />

Interno Bruto (PIB) de<br />

cerca de 2%.<br />

18<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


ENTRESSAFRA<br />

Manutenção<br />

em tempos de crise<br />

É preciso adotar critérios técnicos na estratégia de redução de custos para que a<br />

economia inicial não resulte em gastos ainda maiores, posteriormente DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Reduzir custos é a grande<br />

meta a ser alcançada na<br />

manutenção de entressafra<br />

deste ano. “Poucas vezes na<br />

história do setor se perseguiu<br />

tanto isso”, afirma o<br />

consultor e engenheiro<br />

açucareiro Ramon Orlando<br />

Villarreal, da V&R Consultoria<br />

e Projetos Ltda.<br />

Em um dos mais longos<br />

períodos de dificuldades<br />

econômicas enfrentado<br />

pelo setor, iniciado em<br />

2008 com a crise financeira<br />

internacional e agora somado<br />

aos problemas na<br />

economia brasileira, as indústrias<br />

sucroenergéticas<br />

buscam saídas para continuarem<br />

trabalhando.<br />

É em época de crise que<br />

algumas empresas recorrerem<br />

a reduções nos custos<br />

com manutenção, nos gastos<br />

em investimentos, em<br />

treinamentos operacionais<br />

e até a diminuição de reparos<br />

em equipamentos. Os<br />

recursos financeiros destinados<br />

à manutenção são<br />

determinados pela diretoria<br />

e a equipe da indústria precisa<br />

definir e alocar os gastos<br />

de acordo com a<br />

demanda.<br />

É certo que não é necessária<br />

a manutenção de<br />

todos os equipamentos da<br />

indústria, com gastos elevados<br />

e sem retorno. Em alguns<br />

casos, essa intervenção<br />

excessiva leva até mesmo a<br />

quebra do equipamento.<br />

Mas há também aqueles<br />

pontos críticos da indústria<br />

onde a manutenção é fundamental,<br />

e é preciso focar<br />

o trabalho nestes sob o<br />

risco de paralisar todos os<br />

processos, em caso de quebra<br />

durante a safra, ou por<br />

garantirem a segurança de<br />

toda operação.<br />

Ramon alerta que é preciso<br />

muito cuidado ao lançar<br />

mão da estratégia de<br />

economizar na manutenção,<br />

analisando e planejando<br />

esta muito bem, além<br />

de adotar critérios técnicos<br />

na definição de onde cortar<br />

gastos. “Num primeiro momento,<br />

pode se obter uma<br />

redução de custo imediata,<br />

mas no médio e longo prazos<br />

isso pode aumentar os<br />

gastos significativamente,<br />

levando a quebra de equipamentos<br />

ou paradas não<br />

programadas”.<br />

Programar com antecedência<br />

O consultor Ramon Orlando Villarreal diz que é preciso programar a manutenção<br />

de entressafra com bastante antecedência, já em maio, principalmente<br />

quando os recursos disponíveis são escassos. Durante toda a safra,<br />

recomenda, é preciso mapear e acompanhar o desempenho de cada equipamento,<br />

monitorando com medições periódicas, análise visual, de vibração, termografia<br />

e outras.<br />

Os indicadores obtidos é que permitirão avaliar o estado geral da máquina,<br />

detectar qualquer problema e elaborar o plano de manutenção na entressafra<br />

de acordo com a realidade de cada usina, em conjunto com especialistas e fabricantes<br />

dos equipamentos.<br />

“O grande diferencial dessa forma de trabalho será detectar problemas críticos<br />

que às vezes passam despercebidos durante várias safras, aumentando os<br />

custos e reduzindo a lucratividade”, afirma Ramon, ressaltando que essa análise<br />

técnica e econômica facilitará uma tomada de decisão mais assertiva e certamente<br />

gerará oportunidades para melhorias.<br />

20<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


ENTRESSAFRA<br />

Planejamento integrado<br />

é fundamental<br />

Gestão dos ativos da indústria deve estar voltada para atingir<br />

os objetivos da empresa,com foco em agregação de valor<br />

através de resultados técnicos e financeiros<br />

A manutenção é uma atividade<br />

que requer o uso de<br />

todos os recursos disponíveis<br />

na unidade industrial e<br />

a colaboração de toda a<br />

equipe, além dos fabricantes<br />

de equipamentos e especialistas,<br />

segundo Ramon Orlando<br />

Villarreal. “A gestão<br />

dos ativos da indústria deve<br />

estar voltada para atingir os<br />

objetivos da empresa, com<br />

foco em agregação de valor<br />

através de resultados técnicos<br />

e financeiros”, diz.<br />

O planejamento integrado<br />

entre os técnicos de manutenção<br />

e o pessoal do Financeiro,<br />

por exemplo, vai<br />

possibilitar o cumprimento<br />

de prazos e a compra de<br />

peças e máquinas na hora<br />

certa. Da mesma forma, o<br />

pessoal do setor de Compras<br />

precisa validar a qualidade<br />

e a escolha acertada<br />

dos insumos necessários à<br />

manutenção. E a troca de<br />

ideias entre quem toma decisões<br />

e quem opera as máquinas<br />

pode resultar em<br />

soluções efetivas e bem mais<br />

em conta.<br />

“É preciso que todos sentem<br />

à mesa e partilhem informações”,<br />

defende Ramon.<br />

Essa troca de ideias e<br />

uma auditoria das práticas<br />

utilizadas, verificando se as<br />

operações são realizadas<br />

conforme as melhores práticas<br />

de manutenção, é que<br />

gera oportunidades para<br />

melhorias mediante alteração<br />

dos procedimentos e<br />

treinamento da mão de<br />

obra.<br />

O consultor destaca a necessidade<br />

de uma mudança<br />

de comportamento e atitude<br />

de todas as pessoas da<br />

área operacional, engenharia<br />

e suprimentos que participam<br />

da manutenção.<br />

“O elemento humano é<br />

fundamental para o sucesso<br />

desta forma de trabalho ‘a<br />

quatro mãos’, e quebras de<br />

paradigmas precisam ocorrer,<br />

já que as mudanças tecnológicas<br />

dever ser acompanhadas<br />

e repassadas para<br />

toda a estrutura organizacional<br />

e cultural da empresa”,<br />

comenta.<br />

Outra ação que pode<br />

contribuir é o levantamento<br />

de todo estoque<br />

imobilizado do almoxarifado,<br />

as condições de estocagem<br />

das peças, ferramental<br />

e outras, otimizando<br />

a estrutura de que já<br />

dispõe.<br />

22<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Produtos e serviços para laboratório é na Partnerlab<br />

Empresa conta com mais de 15 anos de<br />

experiência em manutenção, calibração<br />

e no fornecimento de aparelhos<br />

e equipamentos<br />

Para evitar a quebra de aparelhos<br />

e equipamentos laboratoriais<br />

durante a safra, é<br />

preciso atentar para uma boa<br />

manutenção destes na entressafra.<br />

São cuidados que geram<br />

maior durabilidade para<br />

os equipamentos, mais segurança<br />

para os usuários, reduz<br />

custos e diminui o risco de<br />

procedimentos e pesquisas<br />

serem prejudicadas por conta<br />

da quebra ou mau funcionamento<br />

dos aparelhos.<br />

Desde 2012, a Partnerlab<br />

Equipamentos de Laboratório<br />

busca inovar sempre no<br />

seu segmento e oferecer a<br />

melhor qualidade em produtos<br />

e serviços, contando com<br />

uma equipe altamente qualificada,<br />

com mais de 15 anos<br />

de experiência no setor e com<br />

treinamentos nas empresas<br />

autorizadas e parceiras.<br />

É preparada para realizar<br />

manutenção preventiva, corretiva<br />

e calibração de equipamentos<br />

de laboratório,<br />

mantendo a qualidade destes<br />

de acordo com as características<br />

de fabricação, proporcionando<br />

elevada confiabilidade<br />

de resultados no processo<br />

de trabalho. E tudo isso<br />

com preços acessíveis, podendo<br />

o atendimento ser<br />

feito na Partnerlab ou no<br />

próprio local, ressaltam os diretores.<br />

As calibrações são realizadas<br />

com padrões rastreados junto<br />

à Rede Brasileira de Calibração<br />

(RBC), ou a órgãos internacionalmente<br />

reconhecidos<br />

como o NIST e PTB. O laboratório<br />

possui monitoramento<br />

de temperatura e umidade,<br />

visando sempre a melhor<br />

condição para realizar a<br />

calibração.<br />

A Partnerlab também fornece<br />

todos os equipamentos<br />

necessários para laboratórios<br />

e presta serviços de manutenção<br />

em agitador magnético,<br />

mecânico, de peneiras e de<br />

tubos, analisador de umidade<br />

por infravermelho, autoclave,<br />

balança analítica, de precisão<br />

e de até 100 kg, além de<br />

banho Maria, banho termostatizado,<br />

bloco digestor, centrífuga,<br />

bomba vácuo, centrífuga<br />

refrigerada, chapa<br />

aquecedora, colorímetro e<br />

condutivímetro<br />

Trabalha ainda com contador<br />

de colônias, deionizador,<br />

delta acidez, densímetro digital,<br />

destilador, espectrofotômetro,<br />

estufa bod, spencer,<br />

de bacteriológica e de esterilização<br />

e secagem, fotômetro<br />

de chama, manta aquecedora,<br />

mesa agitadora, microdestilador,<br />

microscópio,<br />

open cell, osmose reversa,<br />

phmetro, polarímetro, ponto<br />

de fusão, processador estatístico,<br />

redutec, refratômetro,<br />

sacarímetro, TRD e turbidímetro.<br />

Além dos serviços de manutenção<br />

e calibração, a empresa<br />

faz gerenciamento dos equipamentos<br />

na base do cliente,<br />

evitando assim desconforto e<br />

preocupação com vencimento<br />

do próximo serviço. É credenciada<br />

no IPEM para realização<br />

de serviços de manutenção<br />

em balanças com capacidade<br />

até 100Kg. Fornece orçamento<br />

sem compromisso.<br />

SERVIÇO:<br />

(16) 3237-3861 –<br />

www.partnerlab.com.br<br />

QUALIDADE<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

23


MANUTENÇÃO<br />

Reduza o consumo de<br />

vapor de processo<br />

Técnicos da Sucrana orientam como as usinas podem otimizar o uso de energia<br />

e aumentar sua competitividade no mercado<br />

Dentre os aspectos<br />

técnicos e econômicos envolvidos<br />

em um projeto de<br />

implantação de cogeração<br />

em uma indústria sucroenergética,<br />

um ponto fundamental<br />

é a redução do<br />

consumo de vapor no processo,<br />

o que significa diminuir<br />

a quantidade deste<br />

utilizada na turbina de<br />

contrapressão, disponibilizando<br />

assim um montante<br />

maior de vapor para uso<br />

no turbo gerador de condensação,<br />

bem mais eficiente.<br />

Isso possibilitará<br />

ganhos de até 30% na cogeração<br />

de energia, dependendo<br />

da pressão e temperatura<br />

adotadas.<br />

A Sucrana, empresa brasileira<br />

de engenharia e tecnologia,<br />

atua há mais de 20<br />

anos desenvolvendo projetos<br />

técnicos e consultoria<br />

para indústrias de diversos<br />

setores, tanto no Brasil<br />

quanto no exterior, especialmente<br />

no mercado de<br />

açúcar, etanol e geração de<br />

energia a partir de biomassa.<br />

Cases de sucesso mostram<br />

que é possível conseguir<br />

uma economia de até 380<br />

Kg vapor/TC no consumo<br />

de processo com aplicação<br />

de tecnologias já comprovadas<br />

e utilizadas mundialmente,<br />

além de cuidados<br />

operacionais.<br />

A Sucrana conta com uma<br />

equipe de profissionais com<br />

larga experiência, desenvolvendo<br />

e gerenciando projetos,<br />

prestando consultoria e<br />

buscando soluções integradas.<br />

Atua em todas as etapas<br />

do projeto, desde<br />

estudos de viabilidade,<br />

identificação de oportunidades,<br />

antecipação de demandas,<br />

definição de<br />

tecnologias, balanços de<br />

massa e energia, engenharia<br />

de equipamentos e sistemas,<br />

arranjo físico e instalações<br />

detalhadas, até o<br />

suporte no comissionamento<br />

e partida da indústria.<br />

Em unidades já existentes,<br />

a equipe avalia a viabilidade<br />

técnica e econômica de se<br />

substituir equipamentos, troca<br />

essa que, em alguns casos,<br />

pode ser muito onerosa. Tudo<br />

isso é feito através da elaboração,<br />

com precisão, de<br />

balanços de massa e energia.<br />

Ganhos podem ser<br />

de até 30% na<br />

cogeração de energia,<br />

dependendo da<br />

pressão e temperatura<br />

adotadas<br />

Já em unidades Greenfield<br />

é de suma importância<br />

considerar a implantação<br />

destas tecnologias nos estudos<br />

de viabilidade. A equipe<br />

técnica da Sucrana ressalta<br />

que uma empresa que<br />

deseja alcançar uma estrutura<br />

racionalizada e tornarse<br />

competitiva, não pode<br />

admitir o desperdício ou<br />

mesmo o uso irracional de<br />

energia.<br />

O que fazer<br />

Para racionalizar o uso da energia a Sucrana<br />

recomenda o uso de regeneradores, com alta<br />

eficiência e bem dimensionados, de todos os<br />

tipos de caldo; a recuperação do vapor de flash<br />

do decantador para aquecimento e a recompressão<br />

de vapor, permitindo o aumento do<br />

número de efeitos.<br />

Outro ponto importante é utilizar colunas de<br />

destilação a vácuo, peneira molecular na desidratação,<br />

dessuperaquecedores de vapor bem<br />

dimensionados e instalados, e o máximo de<br />

sangrias na evaporação com o uso de vapores<br />

vegetais nos aquecimentos e cozimentos. Também,<br />

trabalhar com teores alcoólicos na faixa<br />

de 10 e 11%, eliminar purgadores mecânicos<br />

de tubulação com implantação de linhas de recuperação<br />

e utilização de purgadores eletrônicos,<br />

além de implantar inversores de frequência<br />

para controle de vazão, evitando perdas de<br />

energia dissipada pelas válvulas de controle.<br />

É preciso implantar um sistema de regeneração<br />

para aquecimento do condensado da turbina<br />

de condensação, evitando entrada no<br />

desaerador com temperatura próxima a 50°C;<br />

fazer controle de toda água incorporada ao<br />

processo (embebição desnecessária, limpeza de<br />

peneiras, etc) pois para cada mil litros de água<br />

incorporados é consumida uma tonelada de<br />

vapor para eliminá-los.<br />

Ainda recomenda-se trabalhar com brix de<br />

xarope próximo a 65º, evitando evaporação<br />

desnecessária nos cozedores; obter a máxima<br />

retenção na fábrica de açúcar, cuidar dos isolamentos<br />

térmicos; e não permitir a visualização<br />

de vapor na unidade industrial, pois isso<br />

significa perda para o ambiente.<br />

24<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Manutenção e cogeração<br />

em pequena escala<br />

USINA<br />

Com os investimentos feitos<br />

nos últimos dois anos em<br />

sua estrutura, que resultaram<br />

na ampliação da capacidade<br />

de moagem de cana de açúcar<br />

e da produção de etanol,<br />

a Destilaria Melhoramentos,<br />

de Jussara, começa também,<br />

até o final da safra, a cogerar<br />

energia elétrica e a disponibilizar<br />

esta à rede do Sistema<br />

Interligado de Energia.<br />

Destilaria Melhoramentos vai exportar 1,5 Megawatts (MW) de potência,<br />

gerando outros 9 MW para consumo próprio MARLY AIRES<br />

As obras necessárias para o<br />

início da cogeração foram<br />

executadas este ano durante<br />

a safra e já está tudo pronto,<br />

devendo iniciar o envio em<br />

novembro, ainda que em caráter<br />

experimental, tentando<br />

aproveitar o final da safra,<br />

programada para encerrar no<br />

dia 22 de dezembro, segundo<br />

o gerente de manutenção<br />

da destilaria, Jorge Ueda. A<br />

safra <strong>2015</strong>/16 da Melhoramentos<br />

está prevista para começar<br />

no início de março.<br />

O gerente de manutenção<br />

cita que os volumes exportados<br />

serão limitados a 1,5<br />

Megawatts (MW) de potência,<br />

gerando outros 9<br />

MW para consumo próprio.<br />

O volume exportável equivale<br />

a 350 MW/hora/mês,<br />

ou metade do consumo de<br />

um município como Jussara.<br />

“Com as obras de ampliação<br />

e o ajuste no balanço térmico<br />

identificamos um potencial<br />

de energia que estava sobrando<br />

e que poderia ser<br />

mais bem aproveitado com a<br />

cogeração e fornecimento à<br />

rede, mesmo que em volume<br />

pequeno”, afirma Ueda.<br />

Como os volumes a serem<br />

exportados ficaram dentro<br />

do limite técnico que permite<br />

o uso da mesma linha<br />

de distribuição da Copel –<br />

34,5 kV (tensão da linha) –<br />

isso facilitou e viabilizou a<br />

operação e teve o aval da<br />

concessionária. A energia<br />

gerada a partir da queima do<br />

bagaço da cana será comercializada<br />

no mercado spot (a<br />

vista) ou contabilizada pela<br />

Aneel (Agência Nacional de<br />

Energia Elétrica) através do<br />

PLD (Preço de Liquidação<br />

das Diferenças).<br />

Os investimentos para<br />

fazer as adequações necessárias,<br />

visando garantir a segurança<br />

de toda a operação,<br />

foram pequenos – cerca de<br />

um milhão de reais - diante<br />

dos valores demandados em<br />

uma usina de cogeração.<br />

A diretoria da destilaria realizou<br />

uma série de estudos<br />

visando instalar uma usina<br />

de cogeração. A ampliação<br />

dos volumes produzidos, entretanto,<br />

dependerá da conjuntura<br />

econômica favorável<br />

e do estabelecimento de regras<br />

claras para o mercado<br />

de energia.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

25


USINA<br />

Capricho, organização e prazos apertados<br />

Mesmo com todas as dificuldades que o setor enfrenta há anos, trabalho será<br />

feito conforme a demanda. Quebras durante safra saem mais caro<br />

A expectativa inicial<br />

da Destilaria Melhoramentos<br />

era esmagar 2,8 milhões<br />

de toneladas de cana. Entretanto,<br />

as chuvas acima da<br />

média durante o período de<br />

inverno, normalmente mais<br />

seco, e a previsão de um<br />

verão bastante chuvoso influenciado<br />

pelo El Niño,<br />

podem reduzir esse volume.<br />

Até o início de outubro a<br />

destilaria já estava com cerca<br />

de 100 mil toneladas de<br />

cana em atraso na moagem.<br />

Se confirmadas a tendência<br />

de clima mais úmido, pode<br />

sobrar mais cana bisada de<br />

uma safra para outra, demandando<br />

que a indústria<br />

inicie a próxima colheita<br />

mais cedo, para dar conta.<br />

Como o período de entressafra<br />

será novamente bastante<br />

apertado, menos de<br />

dois meses para executar<br />

todas as revisões, reparos e<br />

restaurações, sem descontar<br />

feriados e finais de semana,<br />

boa parte da manutenção já<br />

vem sendo efetuada durante<br />

a safra, nas paradas por<br />

conta das chuvas ou onde é<br />

possível, mesmo com a indústria<br />

rodando.<br />

“Com prazo apertado,<br />

temos que planejar e executar<br />

tudo com muita precisão,<br />

dentro do cronograma, para<br />

dar tempo”, comenta o gerente<br />

de manutenção da destilaria,<br />

Jorge Ueda. A manutenção<br />

já é pensada e planejada<br />

desde o início da<br />

safra.<br />

Mesmo com todas as dificuldades<br />

que o setor enfrenta<br />

há anos, Ueda diz que a manutenção<br />

será feita conforme<br />

a demanda, dentro da normalidade.<br />

“O <strong>Paraná</strong> normalmente<br />

já tem um tempo<br />

menor de aproveitamento de<br />

safra, por conta de um volume<br />

maior de chuva em<br />

comparação ao de outros estados.<br />

Não podemos correr o<br />

risco de parar por quebra devido<br />

a uma manutenção mal<br />

feita”, ressalta. A expectativa<br />

é de moer cana até o dia 22<br />

de dezembro e retomar, na<br />

próxima safra, no início de<br />

março.<br />

Além de planejar a programação<br />

de férias da equipe de<br />

manutenção de forma que<br />

todos estejam disponíveis<br />

assim que as máquinas pararem,<br />

a indústria mantém<br />

peças sobressalentes, como<br />

jogos de correntes, que já<br />

envia para manutenção com<br />

bastante antecedência, deixando<br />

tudo pré-montado<br />

para só instalar na indústria.<br />

A adoção da manutenção<br />

preditiva em todas as máquinas<br />

girantes da indústria<br />

tem determinado quais máquinas<br />

precisam ser abertas<br />

na entressafra e em quais<br />

não é necessário mexer,<br />

dando agilidade, segurança e<br />

maior disponibilidade de<br />

máquinas durante a safra<br />

além de, com o passar do<br />

tempo, reduzir custos. A<br />

medição do nível de vibração,<br />

da temperatura e de outros<br />

itens serve de parâmetro<br />

para avaliar o momento<br />

certo de intervir na máquina.<br />

Quando é detectada<br />

alguma anomalia, já é programada<br />

a intervenção imediata,<br />

se necessário, ou na<br />

primeira parada, afirma<br />

Ueda.<br />

SCgis promete revolucionar a produção de cana<br />

Sistema monitora o tempo e aumenta a produtividade do canavial e de outras culturas<br />

O SCgis - Sugar Cane Geographic<br />

Information System<br />

(Sistema de Informação Geográfica<br />

em Cana de Açúcar)<br />

é a mais nova ferramenta desenvolvida<br />

para revolucionar<br />

o setor sucroenergético.<br />

Constituído de um software<br />

integrado a uma rede de estações<br />

agroclimáticas, o sistema<br />

fornece informações georreferenciadas<br />

em tempo real<br />

sobre os talhões de cana de<br />

açúcar, auxiliando o gerente<br />

agrícola na tomada de decisões<br />

em operações de plantio,<br />

condução e colheita da cana,<br />

além de reduzir custos e impactos<br />

das atividades agrícolas<br />

no meio ambiente.<br />

Dependendo de condições<br />

ambientais para se desenvolver<br />

e produzir biomassa e<br />

açúcar, a produção de cana de<br />

açúcar requer o monitoramento<br />

contínuo de temperatura,<br />

precipitação e umidade<br />

do solo. Além disso, muitas<br />

operações mecanizadas são<br />

mais eficientes quando realizadas<br />

sob condições edafoclimáticas<br />

favoráveis, como as de<br />

preparo do solo e pulverização,<br />

por exemplo.<br />

Além de indicar as condições<br />

favoráveis ao florescimento<br />

e dados atuais do<br />

clima e do solo, o SCgis fornece<br />

informações sobre as<br />

condições ambientais que favorecem<br />

o ataque de pragas,<br />

doenças e déficit hídrico relativo.<br />

Ao antecipar essas condições,<br />

o gerente agrícola tem<br />

importantes parâmetros para<br />

a tomada de decisão, com<br />

previsão de redução significativa<br />

de custos e aumento<br />

da produtividade. Neste<br />

contexto, o uso do SCgis na<br />

produção canavieira vem<br />

como uma inovação tecnológica<br />

que promete revolucionar<br />

o setor.<br />

26<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>


Parceria gera<br />

avanços tecnológicos<br />

ENGENHARIA<br />

A Volvo e a Usina Santa Terezinha otimizaram o caminhão VM para o transbordo de cana,<br />

resultando em economia e melhor desempenho DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Não é de hoje que os profissionais<br />

dos departamentos<br />

de engenharia mecânica e de<br />

manutenção das usinas<br />

atuam como verdadeiros<br />

professores Pardal. Nem<br />

sempre o trator, a colheitadeira,<br />

a plantadeira ou outros<br />

equipamentos fabricados<br />

para serem usados nas atividades<br />

agrícolas atendem a<br />

necessidade no campo. São<br />

comuns as adaptações e melhorias<br />

feitas na estrutura visando<br />

otimizar os resultados.<br />

Da mesma forma, muitas<br />

dessas mudanças acabam<br />

sendo incorporadas pelos fabricantes<br />

aos modelos originais,<br />

beneficiando a todas as<br />

usinas.<br />

Em busca de uma estrutura<br />

de transbordo melhor do que<br />

a usada atualmente – um trator<br />

e um reboque – o departamento<br />

de engenharia da<br />

Usina Santa Terezinha há<br />

tempos vinha estudando<br />

melhorias em caminhões que<br />

pudessem adaptá-los a função,<br />

utilizando-os para o<br />

transporte da cana de açúcar<br />

nas operações de colheita.<br />

Acompanha e recebe a cana colhida e a transfere para os veículos com maior capacidade de carga<br />

A parceria com a Volvo Caminhões<br />

possibilitou a otimização<br />

do caminhão VM,<br />

270cv 6x4 rígido, e resultou<br />

numa nova versão feita especialmente<br />

para a operação de<br />

colheita e transbordo de cana<br />

de açúcar na Santa Terezinha,<br />

contribuindo decisivamente<br />

para aumentar a<br />

produtividade do transporte<br />

no setor sucroenergético brasileiro.<br />

O veículo é capaz de fazer,<br />

com grande eficiência, o<br />

acompanhamento e recebimento<br />

da cana colhida e sua<br />

posterior transferência para<br />

os caminhões rodoviários<br />

com maior capacidade de<br />

carga.<br />

Recentemente, o caminhão<br />

desenvolvido foi apresentado<br />

para a imprensa especializada<br />

do <strong>Paraná</strong>, São Paulo e Rio<br />

de Janeiro em um evento na<br />

Unidade Iguatemi da Santa<br />

Terezinha, em Maringá.<br />

“Além de produzir o melhor<br />

caminhão do mercado, nosso<br />

compromisso é oferecer a<br />

melhor solução de transporte<br />

para nossos clientes”, declara<br />

Claes Nilsson, presidente do<br />

Grupo Volvo América Latina.<br />

“O VM é a melhor<br />

opção para o transbordo de<br />

cana de açúcar. Este projeto<br />

realizado em parceria com a<br />

Usina Santa Terezinha e a<br />

concessionária Rivesa foi<br />

muito importante para aumentar<br />

ainda mais a produtividade<br />

do transporte no<br />

setor”, diz Francisco Mendonça,<br />

gerente de caminhões<br />

da linha VM.<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

27


ENGENHARIA<br />

Vantagens e desempenho<br />

no canavial<br />

Adaptações no veículo permitem manobras mais rápidas, maior agilidade,<br />

além de menor custo de aquisição e consumo de combustível<br />

Uma série de mudanças<br />

foram sugeridas e<br />

viabilizadas, atendendo à<br />

demanda do setor por caminhões<br />

com alta produtividade<br />

e grande disponibilidade<br />

para dar velocidade<br />

e vazão à colheita e<br />

ao transporte de cana. As<br />

adaptações feitas através<br />

da parceria entre a Usina<br />

Santa Terezinha e a Volvo<br />

permitem ao caminhão<br />

VM manobras mais rápidas<br />

e maior agilidade na<br />

lavoura, além deste rodar<br />

praticamente 24 horas por<br />

dia, parando apenas para<br />

abastecimento e troca de<br />

motorista.<br />

O veículo também tem<br />

um custo de aquisição<br />

menor, velocidades maiores<br />

e consumo de combustível<br />

menor em relação aos<br />

tratores agrícolas que tradicionalmente<br />

puxam um<br />

implemento para receber<br />

a cana ao lado da colheitadeira.<br />

“Ele se tornou a<br />

solução ideal no transbordo<br />

de cana”, ressalta<br />

Bernardo Fedalto, diretor<br />

de caminhões da Volvo no<br />

Brasil.<br />

Para diminuir a necessidade<br />

de manutenção ao<br />

evitar que componentes<br />

ficassem sujeitos à poeira e<br />

a agressividade do ambiente<br />

por onde o caminhão<br />

se desloca, foram<br />

colocadas várias proteções:<br />

para o catalisador, o injetor<br />

de ureia, as válvulas pneumáticas<br />

e a chave geral,<br />

além de feita a vedação e<br />

realocação do radiador do<br />

ar condicionado. “São mudanças<br />

que proporcionaram<br />

melhorias no<br />

transporte fora de estrada”,<br />

destaca Álvaro Menoncin,<br />

gerente de engenharia<br />

de vendas da fabricante.<br />

Ricardo Tomasi, que<br />

também é engenheiro de<br />

vendas, destaca o aumento<br />

do ângulo de ataque do caminhão<br />

e da altura das<br />

suspensões dianteira, em<br />

mais 30 milímetros, e da<br />

traseira, em mais 20 milímetros.<br />

“Isso diminui bastante<br />

a probabilidade de<br />

ocorrência de problemas<br />

na parte de baixo do caminhão<br />

provocados por<br />

resíduos da colheita”, observa.<br />

Visando facilitar a<br />

montagem do equipamento,<br />

alguns chicotes elétricos<br />

também tiveram seu<br />

comprimento aumentado.<br />

O novo VM conta ainda<br />

com eixo traseiro reforçado,<br />

o que o torna mais<br />

robusto e disponível; e bloqueio<br />

de diferencial, que<br />

proporciona saídas suaves<br />

em terrenos mais acidentados<br />

e escorregadios; além<br />

de ter sido montado um<br />

sistema de bloqueio automático<br />

das rodas.<br />

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<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2015</strong>

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