Edição 9 - Revista Aquaculture Brasil
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Resultados<br />
De forma geral, os camarões do tratamento<br />
4U apresentaram melhora nos parâmetros imunes e<br />
redução da contagem de Vibrio spp. no intestino. Os<br />
animais dos tratamentos 0,5S e 2S apresentaram maior<br />
sobrevivência após o choque térmico, já os níveis crescentes<br />
de U. pinnatifida (0,5U, 2U e 4U) reduziram a<br />
sobrevivência.<br />
As análises de MALDI-TOF MS revelaram<br />
que camarões do tratamento 0,5S, após o choque<br />
térmico, apresentaram maior diferença nos perfis de<br />
lipídeos (Figura 1) e proteínas dos hemócitos em comparação<br />
aos demais tratamentos. Após a identificação<br />
dos lipídeos e proteínas, constatou-se que a resistência<br />
ao choque térmico observada nestes camarões estava,<br />
pelo menos em parte, relacionada ao aumento da fluidez<br />
da membrana e da defesa antimicrobiana, associado<br />
à redução do estresse oxidativo e da morte celular<br />
causada por estresse, e à modulação diferencial do metabolismo<br />
energético.<br />
Ao final do cultivo experimental, foi constatado<br />
o aumento da área de superfície de absorção do intestino<br />
dos camarões alimentados com os menores<br />
níveis de adição das algas (tratamentos 0,5S e 0,5U),<br />
bem como o incremento da atividade da enzima digestiva<br />
amilase (tratamentos 0,5S, 2S, 4S e 4U) e lipase<br />
(tratamento 4U). No entanto, não foi observada<br />
diferença significativa no desempenho zootécnico.<br />
Além disso, foi observada uma redução de<br />
26% da mortalidade dos animais do tratamento 4U em<br />
relação ao controle, após o desafio com WSSV.<br />
Por fim, a combinação das algas pardas incrementou<br />
a resistência dos animais contra ambas<br />
condições avaliadas, especialmente ao desafio. A<br />
adição de 0,5% de S. filipendula evitou o efeito negativo<br />
dos crescentes níveis de U. pinnatifida na resistência<br />
dos animais ao choque térmico, no entanto, não foi suficiente<br />
para reduzir significativamente a mortalidade<br />
dos tratamentos em relação ao controle. As análises<br />
de MALDI-TOF revelaram que a mortalidade dos camarões,<br />
observada em todos os grupos após o choque<br />
térmico, pode estar relacionada à redução na defesa<br />
antimicrobiana e antioxidante, à indução da apoptose<br />
e problemas no ajuste da fluidez da membrana.<br />
Interessantemente, os tratamentos 0,5S/2U e<br />
0,5S/4U apresentaram mortalidade significativamente<br />
menor (28% e 30%, respectivamente) em relação ao<br />
grupo controle (76%) após a infecção com WSSV,<br />
demonstrando um efeito sinérgico entre ambas algas<br />
sobre a resistência dos camarões ao WSSV (Figura<br />
1). As análises de MALDI-TOF relacionaram essa resistência<br />
ao incremento de peptídeos antimicrobianos<br />
específicos, indução precoce da apoptose nos hemócitos<br />
e diminuição do suprimento de lipídeos requeridos<br />
para montagem dos virions de WSSV.<br />
Figura 1. (a) Espectro médio de massas<br />
por MALDI-TOF MS, referente ao perfil<br />
de lipídeos do sobrenadante do lisado de<br />
hemócitos do camarão-branco-do-Pacífico<br />
alimentado com dieta controle, sem suplementação,<br />
antes e 15 min depois do choque<br />
térmico (C e C-TS, respectivamente), e com<br />
dietas contendo 0,5% de Sargassum filipendula,<br />
antes e 15 min depois do choque<br />
térmico (0,5S e 0,5S-TS, respectivamente);<br />
(b) Diagrama da análise dos componentes<br />
principais dos perfis de lipídeos do sobrenadante<br />
do lisado de hemócitos dos quatro<br />
tratamentos (vermelho – C; verde – C-TS;<br />
azul – 0,5S; amarelo – 0,5S-TS).<br />
AQUACULTURE BRASIL - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2017<br />
ARTIGO<br />
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