1988 - Sociedade Brasileira de Psicologia

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SOCIEDA DE DE PSICO LO GIA 

DE RIBEIRAO PRETO 

ANA IS DA 

XVIIIREUNIAO ANUAL 

D E PSICO LOG IA 

Coordenado Editorial: 

* . 

Deisy dasGraçasde Souza 

Vera Regina LigneliOtero 

Zglia M aria Mendes BiasoliA lves 

OUTUBRO -1988

Souza.D.G.;Otero.V . .R.L.;Biasoli-Alves,Z.M.M. 

- doordenado Editoral . 

Anais da XV IIIReunigo A nualde Psicologia 

Ribeirgo Preto,SP.Sociedade de Psicologia 

1vol-,7% pzginas,XX,1989. 

1k 

num nlawo eCapa:m uloBmgaNeto 

Composilo:HeloisaHelenaLeiteFernandez 

H st-ups:Renata AdrianaD ite 

Fotolitos:Reginaldo Apareddo Vih 

Direitosreservadospor: 

SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DE RIBEIRAO PRETO 

1989 

Im presso no Brasil 

H

D IRETO RIA DA SOCIEDAD E DE PSICO LOG IA 

DE RIBEIRAO PRETO 

GESTAO - 1987/1988 

DEISY DAS GRACAS DE SOUZA 

(PRESIDENTE) 

ZELIA MARIA MENDE; BIASOLIALVES 

(VICE-PRESIDENTE) 

HELOISA H ELENA FERREIRA DA ROSA 

(1!SECRETARIA) 

ANTONIO BENTO ALVES DE MORAES 

(2î SECRETARIO) 

VERA REGINA LIGNELLIOT*RO 

(1!TESOUREIRA) 

MARIA ELISA BECHELLI 

(2!TESOUREIRA) 

SECRETARIA: 

Rosemary Aparecida da Silvade Paula 

Francisco CarlosGarcia de Souza ' 

Daniela Paula Gonçalves 

Sonale Antunes 

HI

COORDENADORES DE DIVISGES ESPECIA LIZADAS 

ASSESSO RAS DA D IRETO RIA 

ANALISE DO COMPORTAMENTO 

Jilio CésarC.de Rose 

H ISTOR IA E FILOSOFIA DA /SICOLOGIA 

Isaias Pessotti 

MODIFICACAO DE COMPORTAMENTO 

Hélio José Guilhardi 

PSICOB IO LOG IA 

Silvio Morato de Carvalho 

PSICOLOG IA CLIN ICA 

Dircenéa de LïzzariC.Navarro 

MariaAparecida Zanon 

k 

PSICOLOGIA DA SAODE 

Ana Maria Pimenta Carvalho 

. 

PSICOLOGIA DO ESCOLAR EEDUCACXO ESPECIAL 

Leila ReginaD'Oliveira de Paula Nunes 

PSICO LOG IA DO DESENVO LVIM ENTO 

Zélia Maria M endesBiasoliAlves 

' 

PSICOLOGIA SOCIA L 

Sylvia Leserde Mello 

PSICOLOG IA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO 

Jairo Eduardo Borges-Andrade 

TfCNICAS DE EXAMEPSICOLCGICO 

A ndréJacquem in 

Sonia Regina Pasian 

W

REPRESENTA NT ES LO CA IS 

CELSO PEREIRA DESA 

Universidade do Estado do Rio de Janeiro 

EDUINO SBARDELINIFILHO 

Universidade Federaldo Paran/ 

JOsE AUGUSTO S.PONTES NETO 

Universidade EstadualPaulista ' 

Josf GONCALVES MEDEIROS 

Universidade Federalde SantaCatarina 

LINCOLN DA SlLVA GIMENES 

Universidadede Brasflia 

MARIA AMELIA MATOS 

Universidade de Sgo Paulo 

MARIA ZILAH DA SILVA BRANDXO 

Fundaçlo UniversidadeEstadualdeLondrina 

ol-Avo DE FARIA GALVXO 

Universidade Federaldo Pard 

O LGA M A RIA P.R.RO DRIGUES 

Universidade de S:o Paulo 

PAU LO ROGERIO M .MENANDRO 

. Universidade Federaldo Esplerito Santo 

SADAO OMOTE 

Universidade EstadualPaulista 

WILSON FERREIRA DE M ELLO 

Universidade Federalde Mato Grosso do SuI 

&> 

V

SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DE RIBEIRAO PRETO 

Fundada em 1971 

PRESIDENTES 

GESTOES 

ReinierRozestraten 

LuizkarcelinodeOliveira 

1971/1972/1973 

1974/1975/1978/1981 

M ariaClotilde R.Ferreira 1976 

IsaiasPessotti 1977 

Rîcardo Gorayeb 1979/1982/1983/1986 

José Lino de 0 .Bueno 1980 

AndréJacquemin 1984/1985 

Deisy dasGraçasd,Souza 1987/1988 

VI

SUMARIO 

EDITORIAL 

Deisy G.deS0uM ......................................... 

su sAo m AUG L DA XVIH REUNIIO AL DE O ICOIDGIA 

DeisyG.deSouza,ZdliaM adaM endesBiasoliAlves,MaraIgnezCamposde 

Carvalho,Fred.S.Keller,MariaClotildeRossettiFerreira,ReinierRoastratenyW 

cardo Gooyeb ...................................... 

X1X 

3 

WORKSHOP: 

1.Avançosrecentesem anélise exm n'mentaldo comportamento:novosproblemase 

novu soluçöes 

- Equivalênciadeestfmlzlos:problemasatuaisdePesquisa 

Jéno Cesarcoeho deRox ............................... 19 

- Fasquemasdereforçamento 

LgiaMaziadeCatro M arcondesMachado ..................... 33 

- Psicofârmacose o controle do comportnmento 

(Maria TeresaAralijo Silva....................k........... 51 

- Anâlisedocomportamento:controle.aveoivo eesquiva 

EleniceA.deEMoraesFerrari......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 

- Comportamento induzido porcontingdndas 

lincoh daszvaGknenes ................................ 

2.Famlia;pesquisu com aspectosantropolgicos,sociolögicosepsicolô#cos 

- Fam liasde camadasmédias:modemidadeem udança 

Geraldo Romaneli 75 

- 

Relalo entrejovens 

ROSW Telennan ...................................... 83 

- O conceito sociolögico defam flia:lmaabordagem atravdsdametodologia 

deconœito dopsicodramapedagögico 

- Em buscadaparceira 

Sgda MadnaRrnosFrança .............................. 91 

- Famfliaeprfticasdeeducalo dacriançaedo adolescente . 

Zdlia Mnria MendesBiasoliAlves,Rem'aHelenala'ma Caldana,Maria 

HelenaGalvfo Frem DiasdaSilva ......................... 95 

- O proceso demodemizaloda'sociedadeeseusefeitossobrea fnmflia 

contemporânea 

AnaMaiaNicoladdaf osta .............................. 101

slM 

slo: 

1.Neurobiologa daAprendizagem,memöriaeperceplo da Abelha-I 

- Memory in Honey Bees 

RRndoF XenRl .......................'............... 111 

- Comparative approach to spectralxnsitivities ofphotoreceptors and 

colourvision in menopterans 

l7aglna.fPeitsch .......................'.'........'...... 117 

- Opponentcolorcoding and colorperception in Bees 

V em efBaCkhRW .......................'.............. 123 

- Colourconstancy in theHoney Bee ' 

Annette Werner ...................................... 127 

2.Neurobiologia daaprendizagem ,memöriaepercepl o daAbelha-11 

- Facilitation in insect photoreceptors 

I)IIral71*)ûh/ellttlra ..................................... 135 

- 

Visualsystem of theBee:lnm ina monopolarcells 

Jo1z.n M RnOe1deSOuZ& ..........................'........ 14 1 

- Theflmctionalorgnnization of theHoney Beebrnin 

J'llinneMavehhq en .................................... 147 

- Phsrmacology of lenrnm'g and memory in Honey Bees 

MI'chr'u Sugawa ...................................... 153 

3.œ snutriçâb e substândas tôxicas: interaçöes com 

neuromotore COm O Comportamento 

o desenvolvimento 

- Introduçâo ao tem adedesnutriçâo esubstânciastôxic% '.interaçöescom 

odexnvolvimentoneurom otorecom ocomportamento 

1'aM-zM arcelho deOliveira ............................... 16 1 

- Interfer:ncia de fatoresnutricionaisna aç:o töxicasobreo desenvolvim 

ento 

VGmaAprecidasilva .................................. 163 

- Efeitosperinataisdepmguicidas 

M adaMadhaBdrnrd ................................ . . 

169 . 

4.Psicolop'aeCâncer 

- Personalidade,padröescompoo mentaksecânœ r 

(Mal'iada Glôria Girnenes ...............-................ 173 

W H

- Vivdnciacorporal,imagem do corpo em astectomia 

Annl M J S.Rosieo FonMca ............................. 

5.Enveleœrno Bras; 

- Quantascarastem avelhice?Umarevisfo crftica deestudossobreo en- 

. 

velhecimento eovelho no Brasil 

MariaClotildeRouettiFerreiraelalisAlberto FerreiraMartins....'... 193 

- A questâo do envelhecercomo 1zm processo desenvoldmentalatravésda 

vida 

ltaquelVieiradaClxnha ................................. 201 

- Avançoseproblem asnadefmiçEo dellmnpolfticanacionaldoidoso 

MariaAntoniaRodriguesGigliotti ....................... . . . . , 205 

- Fzstudo de caso de umam ulhernegra,analfabeta,deterceiraidade,do 

ponto de vista söcio-interacionista . 

' 

Izda VerdiRnl*Tfollni .'................................. 207 

6.Ostestespsicol6gicos:o enfoque antropolögico,o transculturaleo psicanalftico 

A hostilidade como reaçâo a'daptativa àansiedadeatravdsdo mëtodo de 

Rorschach -Enfoquetrnnscultural 

' 

Cfcero Enfdio Vaz .................................... 217 

- Testespsicolögicoseantropologia 

Molqc Augras ...................................... 221 

- A interpretaç:opsicnnalfticadostejtespsicolögicoà 

7.O trabnlho do professor:novasbasesparaintercâmbioUniversidadeeEsco- 

1asde10 . e 2 0 . graus. 

Nov% basesparainterca bio UniversidadeeEscolasde10 . e 2Ọ graus 

X daJunqueiraM ae ............'..........'.........'... 233 

- Necessidade de nm compromisso polftico,porparte da Universidade, 

com o 1 o . e 2 o .graus 

. 

MadsaIllrnosBarbieri............ . . . . ' ' 

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 

239 

- A Tealizaçâb deestudosvoltadosparaocoqdiano daescola,viatrabnlho 

do professor 

Maria Helena Galvâb Frem DiasdaSilva ..'.................... 243 

AsrelaçöesentreaUniversidadeeasG colasde10 . e 20 graus 

JoséRodiniLuiz 249 

III

8. A plicaçöes dametodologaobservacionalem estudoscom excepcion'aise 

naescola 

- Reflexöessobreametodologiaobservacionaldeenfoqueetolögico a#licada 

em pesquisas com excepcionais 

TherezaPontualdeIœmosMettel ...'.......... . . . . . . . . . . . . . 

- Sisteinatizaçro na avalial o de dificuldadesde crianças- de 7 a 11 

253 

anos- 'em tarefasacaddmicas ' 

Zëlia MariaMendesBiasoliAlves ............... . . . . . k...... 

- Metodologiaobservacionaleo trabnlho com deficientesmentais 

257 

M argaridaH.WindholzeAnalflciaRossito....... . . . . . . . . . . . . . 

- Instrumento deobservaçâb dainteraçâb mâe/criançacom lesâb cerebral 

267 

Lûda Villadzo Braga ............... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279 

9.Capacitaçâo de recursoshumanosem educaçlo especial 

- A form al o depesquisadoresem educaçfoespedal 

& ;aRepn'adePaiaNunes................. . . . . . . . . . . . . . 285 

Treinamento deparaprofissionaisem educaçâb especial'.sistemademonitoria 

MadaAméliaAkneida ................,.................. 291 

- A formaçâb deprofessoresespecializadosno ensino dedeficientes 

Sadao Omote .................................. . . . . . . 295 

10.Condiçöesambientaisna educaçfo do indivfduo especial 

- Umaabordagem ergonôrnica do mobiliirio escolar 

Francksco dePaulaNunesSobrinho ................ . . . . . . . . . 301 

- 

OrganizaWoespacialdaârea deatividadeslivresem creches 

Mara Ir ezCnmposdeCnrvnlho 305 

11.M fabetizaWo paraindivfduosespeciais 

- 

Alfabetizalo eproblemasdeaprendizagem (Introduçâo ao Tema) 

VeraLliciaSobralMachado .................. . . . . . . . . . 

' . . . 313 

- Ensino deleituraparacrianças'com deficidncia mentalou problemasde 

aprendizagem 

TâniaM aria SantanadeRox eAna LlkiaRossito ... . . . . . . . . . . . . . 315 

- Alfabetizaçfo decrianp portadora de deficiénciaauditiva 

Maria PiedadeRezendedaCosta 321 

X

12.M odelospsicolögicosnasfunça sderecursoshumanos 

- Problemasepistemolögicosem psicologiaorganizadonal 

Wilson M ouO ........................................ 325 

- 

PsicometriaeseleWo de pesoal 

Marco Antônio deCastro Figueiredo ....................'.... 333 

- Psicologiainstrucionaletreinamento 

Jairo EduardoBorges-Andrade ............................ . 

339 

- Anflisedo comportamento aplicada àorgpnizaçâo -Avaliaçfo dedesempenho 

loneMilani 345 

l3.Movimentospelosdireitoshumanos 

- 0 movimento pelosdireitoshlmanosno Brasil 

Cecilia BouçasCoimbra eColaboradores...................... 351 

- Violdnciano campo:uma anâlisedosconflitosedosatorescamponeses 

LlxizaBeth N.Alonso Fernandes ...........t............... 355 

14.A buscadaidentidade 

- A identidadefeminm'ano patriarcado em crise 

VeraK PZV: ........................................ 361 

- A histön-a de lmnidentidade'.homossexlmlidadeenormassodais' 

TeresaAdadasez ..................................... 367 

- O idoso eaidentidadedeten'orada 

Anapenw'n Fraiman ................................... 373 

15.0saspectosorganizativosdosmovimentossociais 

- A formado informal 

Peterspm'k ......................................... . 

379 

- Conselhosdesauede:participalo ou co-optaç:o 

Ma@ JO eP.SPm'k .................................... 385 

- Consideramessobre amectosmicro-sociaisnaanâh'sedosmovtm' entos 

sociais 

SalvadorAM .Sandoval................................. 393 

l6.simpösio interdisciplinarsobreo trabalho femînino 

M

- Reûexöessobre o trabnlho.feminino (pesqliqando avivénciasindicale 

Polfticadaopern'ria) 

RosalinadeSantaCruzD ite.............................. 399 

< SA REX NDA: 

1.A questâo dasubjetividadeem Psicologia 

- 

Sobrea questfo dasubjedvidadeem Psicologia 

1SZaSPe%0tti.............................'........... 405 

- Fato eSignificado 

Ta1dAE.> h % Prado .................................. 411 

- 

Comportamento,subjetividadeesentido 

JoséAntonio Damlio Abib 419 

2.A Psicolo#aexmrimentalno Brasil:retrospectivaeperspectiva 

- Consideraçöessobreautl! ''zaçâodo mdtodo experimentalno Br%ll' 

Aroldo Roddgues ..................................... 431 

Psicologiacomparativa 

- 

Notassobrea evolulo dapsicologiaexm n'mentalno Brastl' 

ISaiaSI'eSSItti.........................'............... 21217 

3.Publical o cientffica em PsicologianoBrasil 

- Situaçâb atualdaspublicaçGesem Psicologiano Brasil 

Iaincoln daSilvaGimenes................................ 459 

- Propostaparaasitematizaçâo edivulgaç:o dapesquisaeprâticapsicolögicaem 

Revistasespecializadasno Braṣil 

Wilzan B .C;'ol'nes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ' . . . 463 

4.Currfculo:uma proposta para a formaçâo deprofissionaisepesquisadoqes 

em Psicologa 

- O currfculo degradual oem PsicologianaW PA:Umacontribuil o para 

formaçâb deprofissionaisepesqukadoresem Psicologiano Brasil 

Grauben JA .deASSiS .................................. 469 

- Currfculo'.reformaou transfonnaçâo . 

JosëGonçalves(Medeiros.............. ................... 473 

M I

- O curfculo dePsicoloo na UnB 

MarisaMonteiroBorges 

481 

5.Abordagensqllnlitativasem pesquisa 

- Interaçöesdasano sesquantitativasequalitativas 

Zëlia(M .'M.BiasoliM ves.....................'............ 487 

- O qualitativo eo qlnntitativo:oposiçfo ou convergdncia? 

Mar1iAndrd.......................................... 493 

- Abordagensqualitativasem Psicolop'ado dexnvolvimento 

ZilmadeMoraesR.deOliveira ............................ 497 

- Anzisedediscurso epesquisaqualitativa 

AnaMada Nicoladd'af osta .........t.....k..........'.... 501 

6.Avançosrecentesem Psiéologa do desenvolvimento:questöesmetodolögi-' 

casrelacionadasao uso decategoriasanalfticasedescritivas 

- Quaisosobjeuvosdapesquisa em Psicologado dexnvolvimento eo que 

tom aum 'çdado'e'lmnççexplicaçâb''aceitâveis ' 

OlavodeFariaGalvâb .......................t.....'.'...'. 507 

- M gumasreflexôessobreo uso dacategoriat:interaçâo social' 

Ana(MariaAlmeidaCarvnlho .......................'....... 511 

- A lögicado sistem'a decategoriaseaanâlisedocomportamento verbal 

Edna Maria Madurv o ......................,........''... 517 

7.Vivdnciasrelativu ao trabnlho em avaliaçâo psicolögica:dificuldades,limiteseperspectivaspara 

o Brasil 

- Vivdnciasrelativasao trabnlho em avaliaçâo psicolögica:dificuldades,1imiteseperspectivaspara 

o Brasil 

- Vivdncias mlativasao trabqlho em avaliaçïo psicolögica:dificuldades, 

limiteseperspectiv% paraoBrasil L , 

Eliana SbardeliniPerrone .....'...........k.....J.....'....' 

--w A importânciado laudo 

MozqueAc ras ..................................'.... '533 

- Sfntesedeposicionamentosa serem feitosquantoao uso detestespsicolögicosem 

avaliaç:o psicolögica 

P:ulo Kroeff .......'...........................'..t... 535 

M lI

' 

8.A formaçïo e o treinamento de terapeutas na abordagem centrada na 

pessoa 

- A formalo eo treinamentode psicoterapeutasnaabordagem centrada 

na pessoa 

MârciaAZVCSTauznn'.................................. 541 

- O eu,o outro eo movimento em form açâo 

MiguelM al oud ...................................... 545 

- A formnçfo e o treinamento deterapeutasnaACP -Algumasquestöes 

ëticas 

Myizm A3.V2arZho.................................. 551 

9.Atençâb multiproflssionalao adolescenteem programasdesaûdeescolar 

- O adolescentecomo alvodeatençâo em saûdeescolar 

Eu dnio CMpkedtch ................................... 557 

- 

Adolescentesem gruposdereflexro.Um espaço parao crescimento 

Vera ScognsmiglioC.Oliveira .................'. . . . . . . . . . . . . 559 

- 

Experiénciaem orientaçfo educacional 

M adaApmrcidacuapandi .............................. 561 

- 

Rellexöessobreum progrnmndeeducaçâb sexual 

M aCeciiaS.L.Sucupira..................-......'....... 563 

11.A formaçfo do terapeutacomportamental:o que aUniversidadepodeofe-' 

recer 

- Form açâo do terapeutacomportnmental:o queaUniversidadepodeoferecer? 

Sdrgio .Antônio daSilvaIfite ....................... . . . . . . 567 

lz-TerapiacomportRmental:confrontosentrea teoriaeatuaçâb dosteram utas 

- 

Terapia comportnmental:apriticaclfnica no atendimento decrianças 

'VeraReginaIâgneliOtero ............................... 577 

13.Dorecomportamento 

- 

Anâlisecomportnmentalda dor 

AntonioBento AlvesdeM oraes............................ 583 

m

- Umavkuo descritivae psicodl'nn-mkado nmbuhtörio dedordo IK FM RP- 

U> 

Fâbio GonpdvesdaLuz ................................. 5 . 

87 

- Um ambtblntörio para atendimento de padentesportadoresdedorcrônica 

JorgeAntoïo Da% i4......................'............ 591 

- Avaliaçâb clfnicadador 

CarlosEduardo dosS.Castro ............................. 597 

l4-situaçâb daAIDSno Brasil:aspectospsicoterfpicoseéticos 

- IntroduWoao temadasituaçfo da AIDSno Brasil-.aspectospsicoteri- 

Picose éticos 

Msria CristinaPedreschiCaliento ........................... 605 

- Aconselhamento em AIDS noBrasil 

AmëEaCaanlhoeSilva ................................. 609 

- Situaçfo da AIDS noBrasil-aspectospsicoteripicosedticos ' 

FddaZolty .........................................' 611 

ls.prevenWoem saûdementaldaescola 

O papeldopsicölogo naprevenW.o daevasfo escolar 

Solange(MtigliaWechsler .............'................... 617 

- PrevenWo em saidementnlescolar . 

IvonneA.khou; ..................................... 623 

- A prevenWo dasdificuldadesdeaprendizagem ' 

Raquelsoc aLobo Gua o ............................... 627 

16.0 papeldo socialnaestruturaçro do sujeito 

- Fwstruturassoc'iaisesubjetividade 

' 

' 

Ana'M adaNix laddafœ ta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 633 

- Hierarquiaeindividualismo'.alglmspersonagenshiRtöricosesuasimplicaçöesteöricas 

' ' 

LxxiqClaudio M endone Figueiredo ......................... 637 

os : 

5.Instrumentaçfo emdtodosem neurobiologa- ScnlingofJudm ents 

WernerBackhnus 645

6.Fato,valoreGignificado em Psicologia 

- Sobreaidëiadefato em Psicologia 

hZaSPeSSOtti........................................ 651 

l4-psicologiasodal11:questöesteöricase metodolösca 

- O mëtodo fenomenolögico naPsicolop'a 

YolandaCintrâb Forghieri ............................... 659 

O NFERKNG AS: 

4 Experimenta o com sereshtlmanos 

E;(1rH-as/ieira........................................... 

t;(97 

7.O ensino funcionaldalinguagem paraindivfduosespeciais 

MahaAmdh'a Almeida .................................... 677 

8.O processo deindividuaç:o 

JosélldrculesCiolfeto .................................... 687 

10.O desafio daorientaçro proûssional 

Martin Achtnich 

11.AlpxmascontribuiçöesdeMelpnieKlein â.teoriaeàtécnicada psicânâlise 

Ryad Simon ....................................r..... 705 

16.Comportnmentosauto-lesivosem indivfduosexcepdonais:contribuiçôesda 

anxl-se do comportnmento 

SOMaBeatrizMeyer ..................................... 715 

17.Controloflocomotion with and.withoutsight 

Jack M .O Om1'S...................... . 

. . . . . . . . . . . . . . . . . . 725 

o . . ' 

- 11Encontro Nacionalde Instituiçöesde Pesquisa eEnsino dePsicologia 

(IIENPEPI:Abertul.a 

Dei/ dr Graçu deSouza ................................. 733 

- Divulgaçfo deconhecimento recentenacidnciado comportnmento.ResultadosdaXW 

IIReuniâo AnualdePsicologia 

' 

' 

EYBy ' dM Gfaçc de50/D ............................ , . . . . . . .739 

m

- Suplemento dosAnaisdaXVIIRelmiâo AnualdePsicologia 

Simpösio:psicologiaem organizaçöesdecidnciaetecnologia. 

- Mensuraç:o de desimpenho organizacional em cidncia e tecnologia 

Jsiro EdlxnrdoBorges-Andrade ........................... 761 

NOTA EU LICATIVA 

EstesAnaisda XW IIReuni'o AnualdePsicologia sistematizam pesquisas,iddias, 

problemasesoluç& s.massâo infelizmenteum regisko incompleto do queocorreu 

de25a 29 de oumbro de 1988 na referidaReuG o.I'IK muitu falasacontecidas 

masnfo escritas,o que conskange sobremaneka aosrespondveisporesta 

ediWo;enketanto,como j;sesalientouem outraocasifo,provavelmenteasraz& 

squedificultam aspublicaçôesenke nösdevem estar nabase do n

ED ITO RIA L 

2 com satisfaWoquepassamosàsmâosdacomunidade cientficaosAnaisda 

XW IIRelmifoAnIaIdePsicolosa,realizadaporestaSodedade,no m rfodo de25a 

29deoutubro de 1988.Osparticipantesqueforam responsivek pelasatividadeseas 

docum entaram em textos,atendendo à solicitalo da comissfo örganizadora,terfo 

aquio resstro permanentedo trabnlhorealizado;aosquea istiram àsatividades,estamoscertosdequeestesAnaispoderâb 

contribuircomo fontedeconsulta,paraconsolidareaprofundaridéiasquetenham 

emergidodasdiscussa se osquenâo estivernm 

presentesàsatividadesterâo aquiumanmostrado quefoio conteûdo destareuniâo- 

'çRetmi:o daMaioridadedaSociedade'- expresanesseconjunto detextos. ' 

E importantedoclmentaroque ëfeito nasRelmie sAnuaisdePsicolosa, 

sob a forma de Anais,o que significa lxmapublicalo conjuntae imediata dos 

assuntosnelasveiculados.Ficam registradasasidéiasqueemergirsm tanto asmaisela-' 

boradasqxlnnto asembrionérias,possibilitando acontinuidadedadiscussïo do trabalho 

de aprofunde ento;pelo prôprio autoreporoutrosestudiososdaf4a.O valor 

dosAnaisesti,pokq,nafunWo particulardecontribuirparaadocumentaçfo de1xm co- 

O ecimento em Psicolosaeireasafms,jâexpresoornlmente. ' 

A compoéçâb dosAnais,contudo,d Ilma tarefadiffcileiustosa,como de 

restoo ëapublicaçâo cisntfficano Brasilem geral,enaâreadePsicolosa,em particular.Porisso 

dmisterqueselouveatodososesforçosqueapazecem concretizados 

nessevoblmee seestabeleçallmalista deapadecimentos. 

Aosautores,osseusm anuscritos;àFAPESP,ao Ce q,âFINEP eâ Secretaria 

deCidnciaeTecnologadoa tado deSâo Paulo,osrecursos.fmanceirosconœdidos,àequipe 

de apoio,o trabalho diligentederevisro,datilovalh ,OmposiWo e 

impressïo. 

' 

C om apu blicaWo destesAnaisseencerram tambdm osnososcompromisos 

demembrosdaDiretoriadaSPRP nagestfo 87/88;sentimo-nos.obrigadosparacom 

todososque,m soalou institucionnlmente,nosajudaram a consolidarosproletosda 

Sociedade nesteëtimo ano;em particularaossöciossomosgratospelamaneiragentil 

e solid&iadeatenderàsnossassolicitaWes,amlosechnmada pa!'aclmprimento de 

normas,proœ dimentoserotinas. 

m beirfo Preto,Jltlbo de1989 

Deisy dJ&Graçasde Jouz1 

pela Dlerorl * SPRF 

M X

NOTA 

' 

A realzad o daXVlIIREUNIAO ANUAL DE PSICOLOGIA dependeudeapoio . 

definanclamento : condiçôe:de infra-extrutura fornecidaspelase uintesinstitul . 

Wes,quecontam com o agreecimentodaSociedadedePsicologiadeRibelrfoPreto 

e dacomunidade cientffîca em Psicologia: . 

- CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTIRFICO 

E TECNOLCGICO. 

- FINEP -FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS. 

- 

FAPESP -FUNDACAO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DE SAO 

PAULO. 

- FUNDACAO VITAE. 

- 

SECRETARIA DE CIGNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE S;O PAULO 

- UNIVERSIDADE DE SAO PAULO -CAMPUS DE RIBEIRAO PRETO: 

- 

- PREFEITURA DO CAMPUS. 

- 

FACULDADE DE FILOSOFIA , CIGNCIAS ELETHAS 

- 

FACULDADE DE MEDICINA. 

- ESCOLA DE ENFERMAGE . 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO CARLOS: 

; . 

- 

CENTRO DQ EDUCACAO E CIENCIAS HUMANAS. 

- 

COOBDENADORIA DE öRGAOS SUPLEMENTARES. 

Colaboraram aindacom areasiéaWo dexeevento:' 

- PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRAO PRETO. 

- BANCO DO ESTADO DE SAO PAULO .BANESPA.. 

- VARIG S/A. 

- SA0 BERNARDO TURISMO. 

- EolTonA EEGIS SUMMA. 

XX

SEV AO INAUGURAL DA 

XVIllREUNIAO ANUAL DE PSICOLOGIA 

DEISY DAS GM çAs DE SOUZA 

ZELIA MARIA < NDES BIAKOLIALVES 

û* 

PrezadosAmigoseColegas(Carta). 

Frep.S.Keler 

- Fundaçâo daSz-Rz.em 1970. 

MaraIgnezCamposdeCarvalho 

- PrimördiosdaS.P.R.P. 

ReinierRozestraten 

- Momentospassados,presentesefuturosdaS.P.R.P. 

M ariaClotildeRossettiFerreira 

- PreadosAmigos(Carta). 

Ricardo Gorayeb

XVIllREUNIAO ANUALDE D IO M 

IA 

DEISYDAS GRACAS DE SOUZAIUFSCar) 

ZEIJA MARIA MENDES BIASOLIALVES (FFCLRP.USP) 

Estamos inaugurando esta Reuni:o Anualnum momento mtlito grave da 

hkstöria da cidnciaedasUniversidadesBrasileiras...Mastudo issom ipauar,temos 

certeza,at(porqueo estaraquidlxmadasnossasmaneirasde dizerqueestamoslutando 

paraquepasseeque,sabemos,tambëm denösdependem osdestinosdaCi:nda e 

daUniversidade... 

Masnestanoitequeremosepredsamoscelebrarnm momentoimportanteparaacom 

lmidadequeconstituiestasodedade... 

' 

f aXWIIRelmiâo AnualdePsicologa! 

Primavera da maioridadedeumasociedadequeacadaano prepra,durante 

longosmeses,o espaço parao florescimento da comxlnicaçïo do trgbalho cientffico e 

profisionalnfvelA,em Psicolosa,nesePafs. 

No desenrolardo tempo,estasociedade vem optando porsemxnterfiela 

princfpiose atitudesquecom andam asrelaçsesdoshomenscom aCiêndaenorteinm 

aatm Wopro fi s ional . f l:m eAminho...existem outros...massuaescolhacontinua 

pordem aisatrativa,porquesealimentadadqueza epropriedadeda comunicaçâo que 

sefazpresente,sempre,nasReuniöesAnuais. 

Fast; poisno ar... 

- o fnyorm rglmtas 

- O buscar pacientementeporrespostas,que sejam fidedir aseWlidasese 

enquadrem no ro1dascientificamenteadequadas... 

- O espfrito crftico frente aosdadosobtidos... 

- O carinho eaagudezacom asmetodologiaseestratégiasde pesquisa... 

- A necessidadedediscussâb dasidëiasedasteorias,aliadaaorespeitopelo 

passado; 

POR TODOS AQUELES QUE VIERAM CONSTRUm DO UM CORPO 

DE CONX CW ENTOS NESSA AREA,QIJE SUSTENTARAM E 

SUSTENTAM AS BASES E O ESPG ITO DO TRABALHO DE HOJE... 

- O batalharcom afmco paraquesurjam osfnztosdo presente,enquanto se 

preparaofuturo,pois 

C'QUEM SABE FAZ A HORA,NXO ESPERA ACONTECER...9 

3

4 

Porflm ,aconscidncia de queépreciso co'm'pletaro ciclo , expondo a seusparestodososseusuachados'paraqueo 

conhecimento avance. . . 

Parabénsa todosnés,comunidade da Sociedade dePsicologia de Ribeirâo 

Preto,queestamossabendo construir,desenvolveieusufruirdessetrabalhoderealizaçâo 

de uma Rellniâo Anual. 

Tenacidadeeseriedadeestâo concretizadosnesses18 anos . 

M assobretudo,émisterque seespnlhepelosquatro cantos:essaduma Sociedadequenaceu 

estudanteesealimentadoseu espfrito , tem ae1ecomo metaepor 

isso,essebrilho deentusiasmo... 

Somostodosbem-vindosaesseencontro. 

Quenelepredominem asgraçasda'produtividade! 

Composiçâo daMesadaSessfo lnaugural: 

- Bem-vindo Prof.Andrë - Dr.Andrd Jacqueml, DiretordaFFCL deRibeirâoPreto 

tm% n:o ëporisso quee1eest;aqui...) 

- Dr.M arcosJardim Freire- Diretordo Instituto dePsicologiadaUniversidadeFederaldo 

RiodeJaneiro,representando o Conselho FederaldePsicolo#a. 

' 

- Bem -vinda,Dra.CarolinaBori,PresidentedaSBPC . . . Queest;aquihoje 

pelo querepresentaparaaPsicolo#aBruileira. 

' 

- 

Dr.PaulStephaneck,ChefedoDeparto ento dePsicolo/adesteCampuse 

um professormuito querido. 

- Dr.Jofo Clfudio Todorov,Vice-Reitorda Universidadt de Braslia, 

que 

tambëm nâo est; aqtliporcausa deseu posto,m asporqueteveum papelflmdamentalna 

'gestaçâb'dasReuniöesAnuaisdePsicolosa... 

- Dra.TerezaPontualdelzm osM ettel,Docenteda UniversidadedeBrasflia, 

representqndo aquio'éorpo docentequeimplantou.o Curso dePsicolosaem Ribeirâb 

Preto,em 1964... ' . ... . ' 

E agora,com apermissâb devocds,vamoscomporo outro lado da çroda' 

. , : 

com aspesoasquenosajudar:o,hoje,>recompor1m pouco datrajetöriadestaSociedade 

aolongo desses18 anos... ' 

' 

. 

- 

Mara IgnezCnmjojde'Carknlbo,remesentando os'alunosquecomeçaram 

estaMstöria...(j;nâb ëaltma,certsmente...) , '. . 

- Dr-'lofo Clâudio,porfavor,queiramudardelugar . . . e representara parceladocentedossöciosfundadores... 

' . 

- Dr.RenierRoa straten,Presidente dagestâb provisöria,. em 1971,edas 

gestöesde 1972 e1973. 

- Dr.lal'zM arcellino de Oliveira,Presidenteem 1974;eem 1975, 1978 e 

em 1981... 

- Dra.M ariaClotildeRossettiFerreira,Presidenteem 1976 . 

.

- Dr.IsaiasPessotti,Presidenteem 1977,Vicezresidenteem 1987,proponenteecoordenadorda 

Divisfo deHistöriaeFilosofiadaPsicolosa. 

- O Presidentede 1979 - quevoltou apresidirem 1982,1983 e1986,Dr. 

Ricardo Gorayeb - nâb pode estaraquiconosco nestanoite,ltma vezqueseencontra 

no extedpr. 

- O mesmo acontece com o Presidentede 1980,Dr.Josëla'no deOliveira 

Bueno. 

- Em 1984eem 1985aSociedadefoipresidida peloDr.AndrëJacqueml'n... 

- Aliossdciosfundadores,aquiospresidentesque sustentarnm a execuçâo 

dosprojetosedossonhos... 

Ondeossôciosdehoje? 

- Gostaria deconvidar,pararepresentarosséciosrecentes,também umaestudante;alguëm 

cujacondiçâosimbolizetantascoisasqueestaSociedadepreza erepresenta:e1avem 

delonge,éjovem,ed; osseusprimeirosp%sosnocnminlo dacidncia.Apresentaaqui,nestaRetmiâo,lxmaComunicalo 

dePesquisa,queacreditnmos, 

sejaasuapn'meiracomunicaçâo:AnaDlizaGern,altmadaUniversidadeFederalde 

SantaCatarina. 

Temosainda uma outracategoriadesöciosetodosnosorgullmmosmuitode 

nosso söciohonoro o.Nâo dsem motivos...E1en:opodeestarfisicamentepresente, 

m asn:odeixou dem nsarem nösrachoquee1e tsmbdm seorgulhadestaSociedadee 

dosbrasileiros.Dra.Carolinavaifazera gentilezadelerum trecho damensagem que 

e1e nosm andou... 

DeFred Keller,que escrevedeChapelHil1,EstadosUnidos; 

'P ezadosamkosecolegas: 

Embora sentado hojeno 11:,/ gabinete,longedevocêsem etlrl/t?,estou muito 

# E'rro'e?zlesptito . Posso ouvirJlglzrzlc,vozeseverJlgl/zazs faces.Posso zenrfr.'çe?zcalor- 

um calorespecial.fvltffltfo JJ pelosâmyflefm . 

s. 

fbnc Francessente a m ez???a coisa,conigo.#t):.=#horascom l'tpci:.E'M 

pessoa - t'?Alccm eeosso - Zo limitadas,ou Flt?Brasilou nosEstadosUnidos,ouzla: 

r- nîsesprop :io zfqou zltu lares,?= rl memôriaal'o exgfe limitago aen/lz- ...'. 

A pzavradepartidpantesda Mesa 

Vamosagoraouvir,daspessou quefizzram ahistöria,ahistöriacomo elesa 

v:em...Quenosperdoem,osquenâo rmminharam conosco atéagora,seestemomento 

e.este reencontro vaiparecermuito dom éstico...m asquee1esirva para nos 

colocarjuntos,paraquecnminhemostodosjtmtos,apartirdaqui... '

6 

Com apalavra,MaralgnezCamposdeCarvalho,representandoosestudantes 

fundadoresdaSociedade: ' 

çNo papelderepresentantedosalunosqueparticiparnm dafundaWo destaSociedade,vou 

falarsobreosttpn'mördios'daSPRP,em 1970.Eu cursavao50 . ano de 

Psicolo/aaqui,em Ribeirâo Preto.NasaulasdeEticaProfisionaltmin'istradaspela 

Prof! AngelaSimTesRozestraten)comentévnmossobreosabusosdticosexistentesna 

ëpoca,eafaltaquefaziatlm çtörgâb 'quefiscalizasseaprofissâb do psicölogo.Convdm 

ressaltarquenaquela ëpocaaindanâb existiam osConselho RegionaisdePsicologa, 

quehojeexercem estafunçâo,dentreoutras. 

Em nossasdiscusöesdeclasse,entfo,sursu aidéiadaeçsociedadedePsicolo- 

$a',cujo objetivo ou funçâo originaleradefiscalizaçâodaprofisâo,pelomenosa 

nfveldeRibeirâo Preto.Ao entrarmosem contato com docentesdaPsicolosaeda 

Medicina (ireadePsicologia)esteescopoori#nalseexpandiu,inclusiveparacomunicaçâb 

de pesquisase discussöesde tem asem psicologia,ocorrendo entâb a primeira 

Reunifo Anualjâem 1971. 

,' 

Entretanto,anecessidadeoriginaltambëm foipreenchida,inclusivehavendo 

um membro dadiretoria(20.Vice-presidente)paraasfunçöesdeética.Estasfunçöes 

existiram atë a criaçâb do Conselho FederaldePsicologia,e consequente implantaçâo 

dosConselhosRegionais. 

Em pouc% palavras,estaéaEehistöria'quegerou aatualSociedadedePsicologiadeRibeirâo 

Preto,quehojecomemorasuamaturidade'. 

Agora,com a palavra,ospresidentes: 

- Reinier Rozestraten 

IKOS PRM URDIOSDA SOCIEDADE DE PSICOO GIA DE RIBEIRAO PRETO ' 

Como ouvimos,aparticipaWo dosalunosdo CursodePsicolo#a daFaculdadedeFilosoth 

,Ci:nciaseLetrasfoiessencialparaafundaçfo daSodedadedePsicologiadeRibeirâo 

Preto;noentaritotambtm seaproveitaram daexperidnciadeDr.Joâo 

Clâudio Todorov,recëm-chegado de 1zm estâgio nosE.U.A.,edeseu contato com a 

A.P.A.e outrasassociaçöes. 

Como sempre,surgirnm tnmbdm vozescontra,dizendo quenâb valeriaapena, 

queisto eracoisadeestudantes'equeRibeirâb Preto eraum lugarmizitopequeno para 

. 

jodercomportarlzmaSociedadedePsicologia.No entanto,acrediteinapossibilidade 

destaSociedadepoder.fazeralgum trabnlho litil.Daminhaexm riJnciacom aSociedadeMineiradePsicologia,j;sabia 

que nâo seriadetodofâcilequeospsicölogosformam 

umaraçadifïcildeselidar.No entanto,devemosnoslembrarque,naqueletem-

7 k 

! 

. 1 2 

po,ospn'meirosanosdesetenta,aindanâo existiao Conselho FederaldePsicologa, 

nem osConselhosRe#onais.A SodedadedePsicolosaera,portanto,vista maisdo ' 

quecomo 1zm örg:o decomlmlcaWocient ' flica , como örgâo flscalizadorba dticapro-' 

fissional 

Ṗenso quedportersido presidenteda SociedadeMineiradePsicolosaque 

mepediram para aceitarapresiddnciadestanovasociedade.Como primeiro vice-presidentefoiconvidado 

Dr.Joâo Cliudio Todorov cujasiddiasmarcarsm o cnminho desta 

Sociedade.Provavehnente,aexemplodoque tinhavisto nosE.U.A.,deu logo aidéia 

deorganizarumaReuniro AmlaldaSociedade.Estaidéiasalvou a S.P.R.P.deseguiro 

emminho tristedediversasSodedadeseAssociaçöesdePsicolo#ano Brasil,o caminho 

daevasfo,daanemia,e,porflm,dadissoluçâo,quando osConselhosRe/onaiscomeçarnm 

a desenvolversuasatividades.TemosqueagradeceraJoâb Cliudio estaorienta- 

Wo paraI1m rumo cientffico,paraacomunicaçâb deresultadosdemsquisas,depromulgaçïo 

detrabalhossédos.Foiidéiadelerealizarlogo em outubro do primeiro ano 

a IReuniâb AnualdaSociedade.E grapsaestaidëia,quesedesenvolveu maisemais 

duranteestes18 anos,queestsmosaquireunidosparamaisIxm conclavedeinterca - 

bios,tendo um prsadodecentenasdetrabalhosj;comunicados,frutosdotrabnlho . 

e dedicaç:o de muitos. 

Como segundavice-presidenteentrou aProf!M gelaInds,maisesmcificamente 

paraoestudo dosproblemasëticosquejâcomeçavam asur#r,e,entreoutros, 

osdosrecém -criadospsicotdcnicos.O alunoquem aistinhalutado paraacriaçâo da . 

Sociedade,Ricardo Gorayeb,cursando entâoo 50 . ano,entrou nocargo deIP secretârio,auxiliado 

pelaProf!ZéliaBiasoliAlves.A partefinanceira ficou nasmâosdo1q 

tesoureiro,Prof.l.ino deMacedo eo 20 tesoureiro,Prof.LuizdeOliveira.A anuidade 

foifixadaem Cr& 60,00 parasöciosefetivoseCr520,00 parasöciosaspirantes.Eisaf 

a equipe dasprimeirashoru.O conselho fiscalera formado pelosprofessoresPaul 

Stephaneck,AhdrëAlbin Jacquemin eTerezinhaMoreira Izite.Asretmiöesfornm 

realizadasno Emboaba;cadaum colocavaà serviço daSociedadeo queeranecessârio: 

mâquinadeescrever,mimeögrafo aflcool,etc.Assim,deum esforçoconjunto ecom o 

apoio dosprofesoresealunosdo Departamento dePsicolosaeEducaWo daFaculdadedeFilosofia,Ciênciaselztras,quenaquelaëpocaaindapertenciaàCESESP,nascev 

' 

aSPRP.A eleiçïo - . em jlnho de 1971-,ediversasconferências,foram realizadasno 

Centro daAssociaçâo M ëdica narua Tibiriçi.A IReuniâo AnualdaSociedadeseconcretizou 

no f'lm de outubro de 1971num salâo deum antigocinemn desativado no 

Jardim Paulista.Se nxo me engano,tivemos160 participantes,divers% conferdncias, 

apresentalodetrabnlhosedeprojetos.Todo mundo Msistiu atudo,nâb tinhaaindaa 

diversificawo queatunlmentecaracterizanossu Retmia sAnuais.Aindahaviamuito a 

melhorarnaorganizawo,na preparaçâo,etc.,porzm asementeestavalançada.hfelizmente 

, nâb sairsm os Anais desta IRelml 'âo . J;na2*reuniâo . houvealgumatentativa 

deAnais,apesardeprimitivo.E,sejacomo for,pareceque,mesmo da IReuniâo,o 

I 

I 

1

#' 

. ' 

8 

qcipado gostou eo resultado erauma2: reuniâo maisfrequen- 

' 

m ssoalqueon 'ba par . 

taday'no Teatro M unicipal. . 

' 

. : 'Em junbo de1973,foirealizada aeleiçâo parao segundobi:nio1973-74,e ': 

' 

continueino meu cargo.Dr.PaulStephaneck eDra.TerezinhaM oreiralziteeram os 

vice'-presidentes . Ricardo Gorayeb continuou como secretsrio,%sistido por Vera 

Machado.Natesourariacontinuou Dr.la'nodeM acedo assistido porLlidaZucoloto. 

Prof!a liaBiasoliM vesentrou como A sesoraJurfdica,e,no Conselho Fiscal,ficarnm 

AndréJacquemin,AngelalndsSimsese Dr.Luiz de Oliveira.Em fevereiro de l 

1972o segundo boletim jâeradedicado àlei5.766 de20/12/1971,criando oConse- i 

' 

lho FederaleosConselhosRegonaisdePsicologa.Sursu com todaforçao problema 

' ' seo psicölogo pode ou nro exerceratividadesclïnicasterapduticas,quefoiquestionado 

pelo Conselho NacionaldeSaédee,m aisem particular,pelo sanitaristaArturde 

Alcântara,queem 5/5/73publicou no Jornaldo Brasil1lm parecer,aprovado pelo 

Ministério de Saéde,propondo restriçöessériasaatividadesterapêuticasporpsicôlogos.Comd 

foipublicado no Boletim n 0.3,ospsicölogoscarioc% m anifestaram-serevoltadoscom 

o parecereacharam que :o queestâ portrisdissotudo éIlma tentativa 

demonopolizaro mercado em favordospsicanalistase psiquiatras'.Depossede lma 

cöpiadlseparecero PresidentedaA sociaçâb BrasileiradePsicolo/aAplicada,Dr. 

Aroldo Rodrigues,Coordenador do œ partnmento dePsicolo#a da PUC,Rio de 

Janeiro,encnminhou-o paraumacomisEo conjunta de médicosepsic6logosqueexercinm 

atividadesprofissionaisno Setorde'Psicologia Clfnica daPUC eesta comissâo 

elaborou lxm arespostaao parecer,especialmenteno sentido de informaçiesgeraissobrea 

form açâb do Psicölogo Clfnico naPUC-RJ,demonstrando queo Psicölogo tinha 

compet:nciaeformaçâo profissionaladequadasparaexerceratividadesterapduticas.O i 

CNS jâtinhasugerido amodificaçâb datfi4.119/62 atravësdetlm decreto presidencial,tirando 

portanto apossibilidadedediscussâb do assunto no Congresso Nacional. 

Foiconvocado entâo,pelo Dr.Aroldo Rod/gues,o IIEncontro dasAssociaçöesde 

Psicolosado Brasilpara 2 e3 dejlxnho de1973.Tiveo prazereahonrade,em nome 

daSPRP,participardesta reuniâoyjuntsmentecom 13entidades,enaqtlnlfoielaborado 

t1m programa de açâo em defesadosdireitosdospsicölogosasseguradospela1ei 

4119/62. . ; 

Fasta mobilizaçâb dospsicölogosem defesadesuaprofisâb prpvavelmente ( 

teve outraconseqûdnciabendfica,a dequefinalmentenosflltimosdiasdedezembro 

de1973 foiconvocadallma relmiâodasdiversasentidadesdepsicologiaparadàrfoima 

maisconcreta à Ifi5.7 . 66 de20/12/71.Tirlmm decorido exatamentedoisanosdepoisda 

aprovaçâb destaleieo MinistëriodeTrabalho,provavelmente!ob pressâb de 

Vtforçasocultas' nro tinha tomado asproviddnciasparaesta convocaçâo.Assim,o . 

1î boletim de1974 jâpôdedaranotfciada eleiçfo do Conselho FederaldePsicologia, 

daqualparticipeicomo presidentedaSPRP.Fomm eleitosArrigo lzonardo Angelinipresidente 

-,Virgfnia Bicudo - vice-presidente -,Geraldo Servo - secretârio -, 

, 

'

9 

Rqlley Alves Bessa - tesoureiro - e Oswaldo de Barros,ClovisStenzel,Arturde 

MattosSaldanha,GeraldoMagnanieTârliaM onteiro.Entreicomo suplentedeClovks 

Stenalque,como deputado federal,nTo teve apossibilidade de frequentarnossas 

reuniöes.Assim ,frequenteiasreuniöesdurantetodo o ano de 1974 epartede1975. 

Destaforma,aSPRP estevejunto àcriaçâo daCFP eàelaboraçâo dedivers% resoluçöesedoRegmento.A 

primeiraresoluçâo de30/4/74 flxou aszonasdejurisdiWo 

easrespectivassedesdosConselhosResonaisdePsico 1ogia,ea 2 *., 

determinou as 

atribuiçôesdosConselhosRegonaisdesir ando osmembrosdestesconselhos.Paraa 

62 . Regiâd foram :Waldecy Alberto M iranda- presidente-,Romeu de M oraisAlmeida- 

vice-presidente-,GeraldinaPorto Witter- secretâria - eJosëGlauco Bardellatesoureiro.Entre 

osmembrossuplentesestavaTerezinhaMoreirau ite,daSPRP.A 

4 ! resoluWo (1/6/74)definiu,apösviriasconsideraçöes,asatribuiçöesprossionais 

do Psicölogo no Brasil,conformeadescriçZo daOrganizaçâo Internacionaldo Trabalho 

publicada em 1986.A Secretaria da Sodedadeserviacomo intermedifiapara as 

inscriçœ sno Conselho Resonalda6!Regâo,com aajudadeReo aHelena Sacoman 

eProf!M gela InfsSimöes.Destaforma,aSociedadedePsicolo#adeRibeirâb 

Preto estevepresente ao infdo daorganizaçrolegal,a nfvelfederaleresonal,da 

Psicologano Brasil. 

' 

O Boletim demaio de1974 fazum retrosm cto dos3 anosem quefuipresidente 

da SPRP:t'Muitasdificuldadesforam vencidas,entreasqpaisumadasmaioies. 

foiafaltadetempo dadiretodaporcaœadetesesdedoutoramento edo mestrado e 

a falta de 1lm localpara o funcionamento da sedetaria'.Fizeram -se ç'3 retmiöes 

anuaiscom a apresentaçfo de m uitasdea nasditrabalhos,congregando centenu de 

psicölogoseestudantesdepsicolosa dediversosntkleosdo pafs.Foram realizadas 

vériasconferdnciasforadasreuniöese1tm curso depsicomotriddade...N udamosa 

SPRP a zarparevencera:ondasderebentaçâo,agoraentregnmoso lemeaoutro timoneiro,que 

junto com sua equipe,continuar; a viagem atravésdospröximps 

;> ' 

V OS . . . 

Am sardeterusistidoao desenvolvimentoda SPRP etertido asatisfaçâo de 

vercomo o.trabnlho detlm m quenogrupo dealunos,quesouberam entmiasmarsem 

professores,deu bonsresultadosque se aperfeim aram deano em ano,tertho no entanto 

uma migoa.Esta mâgoanïo écom aSPRP,m ascom aausdnciade1tm örgâo 

decflpulaparaospsicölogos,11m equivalentedaAPA quetantaforp eorganizaçfod; ' 

àpsicologa norte-americana.A SPRP continuaseu trabalhocom asReuniöesAnuais, 

eacho queo est; fazendomuito bem,j; fazsuaparte.O quefaltaélxmàlmiâo nacionalqueprindpnlmentepoderé 

serimportanteparaa diferendaWo dasrevistas;por 

enqlmnto,nâb estam ossaindo do tipo derevistasgerais,dem odo queo especialista 

mxmaèeatem quesubscreveratodu,porque.em cadatlm apoder;acharalgo aresm 

ito desua esm dalidade.Com maisde 100.0œ psicölogos,merecemosumalmiâo 

propulsionada porforçu novas,com iddiasnovas.Talvez lmareuniâo de todasas

10 

assodaçsesdepsicolo#a existentes,apresentando Ru çtstatusquo'posachegara 

um novo organismo,atëporftlsfo dealgumasasociaçöesJâexistentes.O queinfelizmentenosfaltattmizoanfvelnacional,quemepareceapenasalcançfvelcom 

espfrito 

desacriffcio deap um m entosmenores. 

O retrospecto do Boletim demaio de74 terminou asim:çX novadiretoria,e 

demodoparticularao novo presidente,Dr.LuizdeOliveira,meusvotosdefelicidades, 

que nospröximosanosse consigal'ma solidariedadeeum çtespritdu corps'euma 

llniâo sempremaiorentreossöcios,poisisto far;crescere florescernossa SPRP''.A 

ele entâo a palavra.'' 

Dra.M aria ClotildeRosstttiFtrreira 

'CMOMENTOS PASSADOS,PRESENTESE FUTUROSDA SOCIEDADE DE 

PSICOO GIA DE RIBEIRAOPRETO ' 

Pediram-mepara comentara respeito daevoluçâo daSociedadedePsicolo#a 

deRibeirâo Preto,esobrecom o era no mom ento particulardenossa gestâo. 

Do n%cimento da Sociedade ouviapenasecosdistantes,atravdsde cartas 

nmigasenviadasàInglaterra,ondeeu moravanadpoca . Ao retornarem 1975,o entusiasmo 

dos nmigos ribeirfopretanos acabou por me contagiar,convencendo-me a 

asumira presiddnciaduranteagestâo de1976:com umaequipebem entrosada,onde 

anmizadeerao e1o quenoslmia. 

Revendo o relatörio verifico queforam 27relmiœ sno ano,quetornaram-se 

encontrosm uito apadfveis,com papos,piadas,risadasemuita discussfo séria,rtsolvendo 

problem% eplanejando eventos. 

Recentementenosrelmim oserememoramosfatosda dpoca,referentessobretudo 

à Reuniâo Anualde 1976.Asrecordaçöess:o mfltiplas:A caixavazia.O irde 

portaem porta,deusineirosâ secretariade cultura,solidtando auxlo.Nestatm ima, 

vfnmosdesftlarem prefeitosdo interiordoEstado,puposderock,diretoreseartistas 

de teatro,palhaçosecontrocionistas,todoscompetindo conosco porminguadasverbas!Mas 

o esforço valeu.Cpngeguimoscontratar,pela primeira vez,uma secretiria 

em tem po integralparaauxiliarnaorganizaW o do Congresso. 

Iddiaseplanos 11nâb faltaram.D mbro-m ebem darmlniïo em quecomeçamosa 

falar,como em um sonho,naposibilidadede trazerSeligman,cujolivro 

Helple%neu (ImpotdnciaAprendida),TeresaAralijo acabara detraduzr.O convite 

foitimidamentefeito no condicional,poisnem sàbfamosseterfamosverbaparatrazd- 

1a.Aconselhamosa Selim an que entrasse em contato com o velhoKeller>flm de 

obter refer:ndas nossas.E com o sempre o Velho nfo falhou.Falou a respeito do 

Brasil,daSociedad!edaReuniâb em Ribeirâo Preto com talentusiasmo queSelim an 

secontagiou,topando vir.Quando chegou aqui,jéconheciadenomevo osgrupose 

m ssoas,noqueestavam trabm ando,com quelinhateörica...

11 

Mas,como sempre,houvelancesinesperados.Imagirdvamos1lm homem sërio 

eformale,derepente,ao irmosbusd -lo noaeroporto deRibeirâo Preto,encontramos 

Ilm senhormuito maisjovem,atécerto ponto vestidodehippie,quepouco depoisnps 

ensinou,aTeresaAratijo eamim,como fazermeditalo tunscendental.Istoem 1976, 

quando am odanTopegaraainda aqui!M aso enriquecimentoquenostrouxenâo foi 

sö esse.O curso quedeu foidealtfssimo nfvel,defronteira,contribuindo parao enriquecimento 

cientffico dareuniâo.Outro cursodealto nfvel,sobrePesquisaparaAl o, 

foiministrado porPetereVary JaneSpink,osquaishaviam chegado recentementeda 

Inglaterra,contando exped:nciasinteressantescom novosmodelosdepesquisaparaa 

açâo. 

Nâb sö de cois% sëriaséfeita uma reuniâo.Houvevârioslancescômicos,o 

Dileo eRubirlho queo digam ,enqlmnto leöesdechâcaradeBrodosqui,garantindo a 

honradasmoçasestudantes...Cercade550 congressistas,sobretudo estudantes,ficaram 

alojadosno Seminério D.IazisdeAmaralMousinho em Brodosqui.Montare 

coordenaresseesquema foidiffdledivertido.Esperivamosm enoshösm dese,em uma 

m nnhT,tivemosdeimprovisarhosm dagem para osexcedentes,comprando 200 colchonetesealugandovfriosônibusa 

mais.O pessoaldoSeminirio erabom defarraevoltavamadrugada 

adentro,dasm aisdiversasformas,pazaescândalodasfreirasresponsiveis 

pelo Seminârio...RubinhoeDileo,técnicosdaFnrmacologadaFaculdadedeMedidna,no 

éntanto,conseguiam driblarémop dacom grandetalento ecompetdnda.Gostaria 

que estivessem aquipara contarosvirioscasosdivertidosquenosfizemm dar 

gargalhadas. 

O Congresso foino PalestraItéliaeno M ouraLacerda,1é nosCnmposElfseosg 

ocorren d o11m bom entrosamento en'tre osvâriosparticipantes ,cuja maioria,nadpoca, 

eradeestudantes.A moçadadeM aceiöeJoIo Pessoa,56 ao todo,garu tiaumaboa 

batucada e maior colorido à festa.'a tudantesde Beldm ,Rio deJaneiro,Braslia, 

Uberaba,Uberlândia,Goiânia,tondrina,Cudtiba,Porto M egre,tnmbém seszeram 

alegremente presentes.Dentre osprofissionais,amaioria eramesm o do Estado de 

Sâo Paulo. . 

DasrecordaWesgostosas.lembro sobretudo anmizade eoentrosamentono 

trabm o da equipediretora.Teresaeeu fizemosumaexcelentedobradinhanapresidência.Foi1:m 

reencontrofeliz,poisestudiramosquando meninasnamesmaescolae 

nosdescobrimostrabalhando superbem jtmtas.A com lnicaçâo entrenöseraquase 

telepftica,acomplementaç:o m rfeita.Sentiseu retom o a Sïo Paulo,quetom ou mais 

diffcilum contatofrequente. 

O grupo todoeramuito bem entrosado,divertido,agradâveleefidente,cada 

1tm contribuindo com o melhordesi:MariaTeresa Araéjo eSilva;Mirhm Viana;HeloisaMaestrelo;MariaLlzizaSchlm 

Barbieri;Silvio Morato deCarvalho (eolhaque 

Maratambëm acabavaparticipando!);Vera Otero etinnlmenteNaydeFaria como secretM 

aeficiente.Vâriosoutros,que'ëimpossfvelnomearaqui,tambëm deram grande

12 

ajuda,sem o quetedasido impossfvellevaràfrenteasdriasatividades,partic lnrmenteaReuniïo 

Anltalque,moddstiaà parte,foi 1m sucesso,relmindocercadeznilpessoaspelaprimeira 

vez. 

O momento de nossagest:o nahistöriada Sociedademarcou umafasede 

transiçâo,criando alicercespara o arranque que viria a seguir.Tenho a impressâb de 

que foi1lm ano de crescimentp exponencial,com enorme aumento no nfzmero de 

participantesna RetmiIo Anlul,o qlulexigiu uma orgsnizaçâo maisestfvelem termos 

de infraestrutura daSPRP.Neste , 

aspecto',demosalgumacolaboraçâo,deixnndo dinheiro 

em caixa para pagara secretéria pelo menospoṛ akunsmeses,com umamiquina 

de escrevernova,seu instrllmento bâsico detrabnlho.Acho tsmbëm queauxiliamosno 

processo decristalizaçâodellm saberfazer,tEknow how''importantedecomo 

organizarItm Congresso de e bito nacional,saberfazerquevinhasendo construfdo 

pel% diretoriasanteriorescom um esforço ecapacidadedeinovaçfo aindamaiores. 

Hojeem diajâtemosz'xmamlquinaeficientemontada,com umainfra-estruturafirmeeuma 

organizaçlb flexfvelextremamenteinteligente,quepermiteeestimulaaparticipaçâo 

deum nftmeromuito grandedesöciosnoplanejnmento erealizaçâo 

deatividades atravésdasviriasDivisöes.E cada diretoria tem contribufdo eficientemente 

na consolidaçâo dessa estrutura. 

' 

Agoraficaatarefamaisdiffcil:como avalio aevoluçâofuturadaSociedade, 

sobretudo em 1xm m om ento quando sepropöe amudançado nomeedo statuspara 

Sociedade Brasileira ou Nacional,como alternativa para sua consolidaçâo edesenvolvimento? 

Eu tenho me colocado frontalmentecontraessaproposta.Porqud?Porque 

temo queaSociedadeatinjq,com essa promoçâb,oseu nfveldeincompetdncia,prejudicando-senaquilo 

queéextremamentecompetentepararealizar:aorganizaçâode 

encontros cientfficos e profissionais durante o ano e,sobretudo,a Reuniâo Anual 

que congrega profissionaisdetodo pafs.Suafunl o bfsicatem sido adeauxiliarna 

formaçâo de estudantese naatualizaçïo de profissionaisnasmaisdiversasâreasda 

Psicolosa,buscando tnmbém I:m encontro com outrosprofissionais,em um enfoque 

interdisciplinarna tentativade compreenderproblemascomplexos.Tem assim constitufdo 

um importanteforlm cientffico,ondeestudantesep'rofissionaistem oportunidadede 

apresentare discutirseus trabalhose pesquisas. 

Eu resm itaria e desenvolveria ess% caracterfsticu pröpriase tîrlicasda SPRP, 

valorizando asoportunidadesde encontro,dizogo e discussâb entreprofissionaise 

cientistascom diferenteslinhasteöricase de pesquisa.Esseë o momento de Wrada da 

Psicologa,numabusca desuperaracisJo entregruposdeorientaçöesdiversas,quedificilmenteconseguem 

sesentareconversarjuntos.A dinn-micadefuncionnmento da 

Sociedadefavorece um espaço aberto deencontro,quepermiteaprofundardiscussöes 

dealto nfvelaresmito dosrumosdapröpria Psicologaenquanto CidnciaeProfisâb e 

a respeito de temasespecfficos,defronteira.Eu investiriam aisainda nessetipo de

13 

encontro,buscando criarcondiçöesparaum maiordiâlogo etrocaefetivaentreosparticipantes.Ademais,estimularia 

a organizaçro dediferentestiposdepublicaçâo.As 

apresentaçöesem simpösioseseminiriosavançadospoderiam serentreguesa esm cialistas,que 

asestudariam,organizando a publicaçâb de monografiascomentadas,quepudessem 

realmentecontribuirparao propesso deéreasespecfficas. 

Acho tambëm queoBoletim Infonnativo,atravësdo esforçoconjunto de 

algunssöcios,poderiavirasedesenvolvercom ouma publicaçâoperiödica,com artigosoriginaisalëm 

de informes. 

Em resum o,acho queaSPRP poderiaterum maiordesenvolvimentoenquanto 

SociedadeCientfica propriamentedita,quejâënacional,dada aorigem diversificada 

de seussöcios,sendo regionalem termosde infraestrutura para arealizaçâo de 

reuniöes,publicaçöeseoutroseventos. 

Resta-meapengsdesejar-lhesucesso parao futuzo,sejae1equalfor.' 

Um dospresidentesnâb estâaqui,como j;anunciei;mase1etnmbëm tem o 

que dizer.Para1ersuacartaeu gostariadeconvidarumapessoaquetambém partidpou 

da ltist6ria com ele,masde1lm éngulo diferinte.Trata-sedealguém quetem a 

mesm a idadeque a sociedade eque ao longo dosanosse fez presente de muitas m aneiras 

diferentes,desde ço beb: do congresso',ao garotinho cooperativo,queensinava 

aosmaisvelhoscomooperar 1m projetore,até,como um efetivomembro daequipe 

dettapoio'd6 congresso,como seintitulam osque,durantemeses,realizpm todasas 

tarefaspreparatöriasdr ReuniöesAnuais. 

RodrigoGorayeb,quefala porseu pai,Ricardo Gorayeb:. 

f 

:tA Diretoriada 

SociedadedePsicologa deRibeirâo Preto 

XVIIIReuniâb Anualde Psicologia 

Prezadosamigos 

Receàiseu conviteparaesta.rpresenteàsessâb deabertura daXV IIReuniâo 

AnualdePsicologia,ejuntocom osoutrosex-presidentesfalaralgumaspalavrassobre 

o pasado eo futurodestaSociedadequeformalmentehojeatingesuamaioridade. 

Estando ausente do païs,passando meu ano sabâtico fazendo pesquisa em 

MedicinaComportamentaleSatideComunito a nosEstadosUnidos,envioestacarta 

esolicito quesejalidanasessâb deabertura. , 

' 

Gostariaderelembrarum pouco alpzmascoisasdo pasado,esjecialmenteo 

papelde outraspessoas,além dospresidentes,na criaçâb e desenvolvimento da Sociedade.

14 

' 

-xA 

Tenho mebatido,como söcioou membrodeDiretoriasdesta Sociedade,pela 

despersonificaçâb dasatuaçöesepeladnfasenostrabalhosdeequipequetemossabiamente 

preservado ao longo dosanos,quasesem excessöes.Vou começarpelaanélise 

do papelrelevantededoisVice-presidentes,sö com oexemplo desteponto. 

Acho importante sempre lembrar que esta Soiiedade nasceu nasaulasdo 

Curso deEticadaProfa.AngelaSimlesRozastraten,na FaculdadedeFilosofiade 

Ribeirâb Preto.Naquelaëpoca(1970)eu erao RepresentantedeClvsedosalunosdo 

5 0 ano , e em decorréncia de disctkssGes,duzante o Curso,sôbrecomo controlaros 

aspectosëticoseprofissionaisdajovem profissâb depsicologia,sugeria criaçâo delzma 

entidadequecongregasseprofissionaiseestudantesdepsicologia,fiscalizasseosaspectosJticosdaprofissfo 

eajud%se,tambëm,napromoçâb dapsicologiacomoddncia. 

Angelasempreestimulou adiscussâb comopaztedenosaformaçâo,e,encaregou-me 

datarefaderedigirum apropostadeestatutos.Usando arepresentaç:o estudantilcok 

m o instrumento de Ttagitaçâo''com ' o apoio e incentivo da Professora,convoqueias 

pn'meirasrellniöesque culminarnm na criaçâo da Sociedade.Naturalmente aProfa. 

Angelatornou-sesuaprimeira 22.Vice-presidenteparaAssuntostticoseProfissionais, 

cargoquedeixou deexistirapösacriaçâo dosConselhosdePsicologia. 

Quem pzimeiro exerceu ocargo deVice-presidentedesta Sociedade(cargo 

denominado nadpocatç12Vice-presiddnda deAssuntosCientïficos'l,'foio Dr.Joïo 

CliudioTodorov,daFaculdadedeMedidna.ImportanterelembrarqueJoâoClâudio 

erana ëpoca o lider cientffico em Ribeirâo Preto,ou o %:nfmzero 1 em Anélisedo 

Com portnm ento'',como o Prof.Ribeirocosblmavachnmâ-lo.Joâo Clâudio foiorientadordeMestradoedeDoutorado 

demembrosdasprimeirasDiretorias.Foisob a1iderança 

de Joâb Clâudio queaidëiadereuniiesdentflicastomouforma,esob suainfludnciaque 

as3primeirasReuniöesAnuaisforam realizadas,servindo demodelopara 

o que veio em seguida. 

Ainda despersonificando,ou personalizando para o maiornfzmero possfvelde 

pessoas,achoimportante falartnmbëm degentemenosconhecidanoscfrculosUniversitârios,equetem 

sidofundamentalno desenvolvimento daSociedade,ocupando os 

cargosdeTesoureiro eSecretârio. 

Profissionaisliberais,ou estudantesdePôsr raduaçâo ou Residénciaem Psicolo#a,quet:m 

sido oscomponentesdasDiretorias,junto com docentestitulados 

queem geralocupam aspresiddnciasevicepresidéncias.Assim:Ana Pimenta,Beatriz 

tinhares,BeatrizPetean,Heloisa Maestrelo,MariaAparecidaCrepaldi,Mariangelade 

' 

s 

Oliveira,MariaAparecidaBuglinnl,Sandra Nunes,TeresinhaNoronha,sö para citar 

algunsexemplos,se constitufrsm ,ou se constituem nopresente,em valiosose ocultosmembrosdeDiretoriasou 

CoordenadoresdeDivisöes.Pessoasquefazem um trabslho 

quenâb aparece,massem o qualaSodedadenïoexistiria. 

. A intençâo desta minha cartaë prestarllm tributo atodasestaspessou,e 

umavezm aisenfatizazaiddia,dequeestaSodedadeéum bem comum edem ndente 

daatuaçâo inoporbmistaealtrufsta dediversaspessoas. 

' 

I

15 

Minhavisâoparao futuro destaSociedadeëconhecida.Vejo-acomo averdadeiraSociedadeBrasileiradePsicologa.SeamaioriadesöciosdeRibeirâo 

Preto deliberou 

em Assemblzia Geralquetalmudança de nome nâb seriafeita,curvo-me,à 

decisâb,masn:o mudo meu ponto devista.Mesmotendoum nomeresonal,estaéa 

verdadeiraSociedadeBr%ileiradePsicolosa.Paraverificar,bastaolharnestasessâo de 

aberturaapresençacertadasdelegaWesdoParanâ,Pard,MinasGerais,Mato Groso, 

Gois,Distrito Federaletodasasre#öesdeSâo Paulo.Maisde1300 södosem 20 estadosdopafscorroboram 

aiddia.Mastalvezeu estejaalgunsanosadiantado quanto 

à maturidadedadecisâo. 

Para encerrar,gostaria de dizerquevislumbro um futuro com a mesm a pujançaequalidade,desdequeaSociedadecontinuecom 

sualinhadeatuaçâo eclëtica, 

sem favorecerou desfavorecerorientaçöesteöricase sem fazerculto depersonalidade 

aosindivfduosque pore1a trabnlham,como tem sido atëagora. 

Desejo queestaXV IIReuniâo Anualsejatlm completo sucesso. 

Seu amigoesöcio orpllboso desta Sociedade. 

Baltimore,1deoutubrode1988 

Ricazdo Gorayeb 

E agora,gostarfamosqueDra.Carolinapudesseterminarde1eramensagem 

deFredKeler.Queremos,com ela,encerrarestaSesâb econcretizaro infdo desta 

XW IIReuniâb Anual... 

' 

'P ezadosamigos e colegas... 

. . . Posso dizer-lhesque flftfo vai:E'plcom osJrllflfl:do comportamento 

neste palk Partidp mos no ano passado de re/zaftse:nosestadosdePennsylvania, 

Georm ,Alabama e Tennessee.Sempreencontramosbrasileîros,contribuindo plrlos 

programas e recebendo merecida Jfeaflo.Osâmzflefrtu nâ-o Jl'o estrangeirosneste 

ambiente. 

' 

Recebemostambém atzfcfc:da lerrfne nesteperlbdo,incluindo Tdrftu livros 

eseparatas.Conclul'queo Brasil;o PJI:do flzflzm denojsacfdrlcfldo comr rtamento.Porfavor,Flè 

medesapontem' 

Z'afe ,estd?w horadectm efw asfestas- asconferências,osJfrzlptgftu,as 

zlem:redondas.Vamosem Aeafe! 

Fred S.K eller 

UwpelHil,1988''

W O RKSHOP 1 

AVANCOSRECEM ES EM ANiLISE EXPERIG NTAL DO 

CO> RTAMENFO:NOVOSPROBLEMAAE NOVASSOLUW ES 

- 

Equivalinciadeestfmulos:problemasâtuaisdepesquisa 

JlilioCesarCoelho de Rose 

- Esquemasdereforçamento. 

tigiaMaria de CastroMarcondesM achado 

- Psicofârmacoseo controledo comportamento. 

MariâTeresaArafjo Silva 

- Anâlisedo comportamento:controleaversivo eesquiva. 

Elenice A.deMoraesFerrari 

- Comportamento induzido porcontingéncias 

Lncoln daSilva Gimenes

EQUIVALENCIA DE ESTIM ULOS:PROBLEMAS 

ATUAIS DE PESQUISA 

JULIO C.DE ROSE 

UniversidadeFederaldeSâb Carlos 

œ ntreascontribuiWesfornecidaspelaAnfliseExperimentaldo Comportamento 

destaca-seadescobertado papeldo reforçonoestabelecimento do comportamento 

operante.Estadescoberta,de notïveisimplicaçöesanfvelteörico eprâtico, 

podesersintetizadapelaçtleido efeito''aqualespecificaqueoscomportamentossâo 

# 

adquiridos emantidosem virtude de suasconsequênciasreforçadoras. 

. 

A aplicaWo da1eido efeito resultou em considerïvelavanç,o nacompreensâb 

do comportamento operante eaprendizagem em animais(Harzem & Zeiler,198 1; 

Honig& Staddon,1977).Osproponentesdestaabordagem sustentam aldm disto asua 

fertilidade com vistasâ compreensâo do comportamento e aprendizagem humnnas 

(Harzem AMI'les,1978;Skinner,1953,1957,1969;Zuriff,1985). 

' 

A aplicaWo daAno seExperimentaldo Comportamento âsquestöesdo comportamento 

hltmano defronta-se,noentanto,com um problemadeimportância capital,especialmente 

qlundo setrata de com preenderaâreatradicionalmente referida 

comodacogniWo.Nestecampo,a leidoefeito parecetersuaimportânciareduzida, 

pelo fato de que novoscomporta entospodem ocorrernaalzsdnciadequalquerreforpmento 

explfcito esem queo comportamentonovo possaseratribufdo ageneralizaWo 

primériadeestfmulos. 

Emboraesteproblematenbnmëtiplasdimensöes,aAnfiseExperimentaldo 

Com portamento obteverecentementeconsiderâvelprogresso no tratamento dealguns 

de seusasm dos.Especinlmenteosestudossobreequie dnciadeestfmuloseseusprërequisitos 

lögicos,tem representado lmacontribuilo importante para explicara 

emergdncia decomportamentosnovosno contexto dosprocedimentosdediscilnina- 

Wo condicional. 

Nlxmauriantedoparadim adediscriminaN o condicional,tambëm conhecidacomo 

çescolhadeacordocom modelo'(matchîng to sample),dois(ou mais)estfmulosdecomparalo(arbitrariamentedesignadosB1eB2)sâoapresentadossimultanenmente,eo 

sujeito precisaselecionarum delesparaprodlzirl1m reform .O estfmulo 

de comparaW o a serselecionado pode mudaracada tentatim ,condidonalmentea 

Presenp de lm terceiro estfmulo,o modelo.Quandoo modelo A1dapresentado,o 

reforço segueeeaseleWesdeB1,eescolhnsdeB2 nâb Woreforçadas.Estascontingênciassâb 

revertidasem presenm deum modelo M :nestecaso seleWesdeB2 sâo reforpdaseselemesdeB1nâo 

o sâo. 

19

20 

' 

Um némero crescentedeestudostem domzmentado quequando sujeitoshumnnosaprfndem 

discriminaWescondicionais,elessetornam capazesdeexibirnâo 

apenas o comportamento que foiexplicitamente ensinado,mastambdm comportamentosnovosque 

emergem sem um treino especfico.Porexemplo,a tratsitividade 

& 

dasrelaçöescondicionaispodeserdemonstrada quandoossujeitosaprendem aseledonar(a)B1eB2,condicionahnenteapresençadeA1otlA2,respectivamente,e(b) 

C1 eC2,condicionnlmenteapresene deB1eB2,respectivamente;arelaçâo condiciona1revela-setransitivaquandoossujeitossâoentâocapazesde,sem 

qlulquertreino 

explfcito,selecionar C1 e (2 condicionnlmenteapresenp deA1ou M ,respectivamente.AsnovasdiscrirninaWesGmdicionaisemergem 

apesardequeA1ou M nâo 

foram nunca exibidosanteriormente na presenp de C1 e C2.A simetria da relaçâo 

condicionalë demonstrada quando ossujeitos,apösterem aprendido a selecionar 

estfm ulosde comparalo condicionalmente â presença de certosmodelos,defrontnm-secom 

osantigosmodelosapresentadosagoracomo estfmulosdecomparaWo, 

e sâo capazes,sem qualquertreino adicional,de selecionâ-loscondicionalmenteaos 

antigosestfmulosdecomparaWo exibidosagoracomo modelos. 

Em 1lm estudo ilzstrativo,Sidmah eCresson (1973),ensinaram doisjovens 

severnmente retardados,com SfndromedeDown,aselecionardesenhoscondicionalmenteàpalavraditada 

corespondente.Foram ensinadasvinterelaWescondicionais 

entremodelosauditivos(A)edesenhos(B).Um segundoconjunto bediscriminaçöes 

condicionaisfoiensinado em seguida.Osmodelosforam as m esmas palavras ditadas 

(A),sendo estfmulosdecompazalo aspalavrasimpresascorrespondentes(C).Apös 

terem aprendido estasdiscriminaN escondicionaisA ->B e A ->C,esem nenhllm 

treino adicional,ossujeitosforam capazesdeexibirasdiscriminal escon'dicionais 

nâb explicitnmenteensinadas,B ->C eC -'+ B:elesfornm capazesdeselecionarosdesenhoscondicionnlmente 

â apresentalo de palavrasimpressasetambëm selecionaras 

palavrashnpressascondicionalmente àapresentaWo dosdesenhoscorrespondentes. 

Os sujeitosforam capaasninda de nomear ornlmente osdesenhoseaspalavras 

impressas,algo quenâo sabiam fazerantesdo infcio do experimento. 

Sidman eTailby (1982)slzstentam quetaisreslzltadosdocumentam a forma- 

Wo declassesdeestfmulosequivalentes.No estudo deSidman eCresson (1973),os 

sujeitoshaviam formado 20 classes,cadaumadasquaisenvolvendoaequivaldnciada 

Palavra ditada com o desenho e a palavra hnpressa.Sidman e Tailby afirmnm que as 

equivalénciasentre estfmulossfo formadasabrangendo osestfmulosligadosporrela- 

W escondicionaisqueexibem aspropriedadesdereflexividade,simetriaetransitividade. 

Seosestfmulosde'lmnclasesâo equivalentes,lmnoperalo efetuada sobre 

1lm dos membros da classeteria efeitossimilaressobreosdemnismembros.Desta 

forma,a classe poderié serexpandida se 1lm dosmembrosfôsse condicionalmente 

relacionado a um novo estfmulo;ejtenovo estfmulo setornaria condicionalmente

21 

rehcionado aosdemaismembrosda classesem necessidade de 1Im treino explfcito. 

Fwstapredilo foiconflrmada porresultadosdeSidmnn & Tailby (1982),Imzar, 

Davis-lmng& Sanchez(1j84),eSidman,Kirk & m lson-Morris(1985),entreoutros. 

' 

Osdesemm nhosobtidosnestascondiçöestem sido chamadosdedesempenhosemergentes,porse 

tratar dedesempenhosqueocorrem com fidedignidade,apesàrde 

nâb terem sido explicitamente condicionadosatravësde reforpmento direto. 

Tipicamente txm desempenho assim obtido pode sermantido indefinidamente,sem 

nuncaserdiretamentereforpbo. 

Este tipo de fenômeno tem despertado interesse crescente no campo da 

AnâliseExperimentaldo Comportamento,umavez queaponta paraapossibilidadedç 

mostraz como anovidadeno comportamentohumano podesereladonardemnneira 

ordenada ao desempenho explicitnmente ensinado.Poresta via pode-se compreender 

teoricamente a :lprodutividade''do comportnmento hlmano,sendo possfvelvislllm - 

brarnma teoria comportamentalquecompreendaaesferadeatividadeshlmnnasque 

ëreferidasob arubricadecogniWo. 

O utro interessedestecampo deestudoséapossibilidadedederivarprocedi- 

mentosquepossnm servircomo alternativaem casojondeestaprodutividadedo com - 

portamento seencontreprejudicada.Defato,umacaracterfsticaencontradaem sujeitosdeficientesmentaisou 

com dificuldadedeaprendizagem eaincapacidadedeextrapolaralëm 

doslimitesdo quelhesfoiensinado.O conhecimentodasleisrelacionadas 

à emergência de novosdesempenhospode sugerirprocedimentosremediativos para 

alglzmasdestasdeficiûncias. 

' 

Desta form a,osestudossobreequival:ndadeestfmulosoferecem um paradfgma 

aserexplorado noensino,especinlmenteno ensino deindivfduosqueapresentnm dificuldadesdeaprenderpelosm 

ëtodosconvencionais.J;foram relatadosestudosaplicandoesteparadfgma,porexemplo,ao 

ensino dehabilidadesde leituraeejcritaadeficientes 

mentais(Mackay,1985*,Mackay eSidman,1984)eao ensino dehabilidadesdeuso de 

moedasem sujeitosseveramenteretardados(McDonagh,Mclvane&stoddard,1984). 

Uma ampla anilise dasimplicaçöesteödcasda noçâb de equivaldncia deestfmlzlosfoipropostaporSidman 

(1986).Elesustentaque dneceslionmpliarénoçâo 

sldnnerianadecontingência,além dosseustr:stermostradicionais(0besempenho ou 

resposta doindivfduo,aconseqûênciareforçadoradestaresposta,eoestfm ulo nmbienta1em 

presençado qualarespostaproduzestaconsequênciareforçadora).Enquanto 

restrita a este'strêstermosacontingênciaseriaallnidadebisicado controledeestfmulos,ou 

seja,dadiscliminaçâb simples.Porëm em discriminaçöesmaiscomplex%, 

como asdiscriminaçöescondicionais,a funçâo discriminativa detlm estfm ulo dcondicionalao 

modelo presente.O estfmulo modelo deveserconsiderado como um novo 

termo dacontingência,queficanmpliada,portanto,paraquatrotermos.Estaampliaçâo 

da conting:ncia resulta num fenômeno emergente,nâb observado ao nfveldas 

contingênciasdetrêstennos:aformaçâo declassesdeestfmulosequivalentes.

22 

Masasclassesdeestfmulosequivalentespodem ,porsuavez,virasercontroladasporum 

estfmulo contextual.Bush,Sidman & deRose(1989)mostrarnm que 

adultos normais form am classesde estfmulos equivalentes que contdm elementos 

comtmseoestfmulo contextualsinalizaaclassequecorrespondeasconting:nciaspresentes.Devido 

aestafunçfo,o estfmulocontextualtambdm deveserlevado em conta 

na especificaçâo da contingéncia de reforço,resultando em umaunidadecomportamentalde 

cinco termos. 

Sidman (1986)propöeumaaniisedosfenômenoscoritivosem termosde 

unidadescomportamentaisde complexidade variâvel.Assim a anélise do significado 

(compreensâb dafalaou leitura)seriab%eadananoçâb deequival:nciadeestfmulos, 

ondeuma classe de estfmulosequivalentesabrangeria a palavra falada,a palavra escrita 

eoobjetoqueapalavrarepresenta.A anâlisedosignificadoestariaportantobaseada 

em conting:ncias de quatro termos.No entanto,para analisaradependéncia contextualdo 

significado,seria necessârio considerarascontingênciasde cinco tennos 

envolvidasno controlecontextualsobre classesde estfmulos. 

Vemos,portanto,queosestudossobre formaçâo de classesde estfmulosequivalentes 

e produçâb de desempenhosemergentes,apresentam uma perspectiva de 

anâlisede fenômenoscor itivosem term osde processoscomportamentais.Esta perspectiva 

tem atrafdo o interesse de numerosospesquisadores,resultando num campo 

bastante fdrtile ativo da pesquisa comportamentalmoderna. 

Vou tentarsintetizar,a seguir,o queme parecem seralgunsdosprincipais 

problem% depesquisanaliteratura recentedestairea,eosprincipaisresultadosque 

t:m sido obtidos. 

ATE QUE D NTO 0 SURGIMENTO DA EQUIVALVNCIA ESTA RELACIONADO 

CoM A CAPACD ADE DE LINGUAGEM D0 SUJEITO? 

Como j;mencionamos,ofenômeno daequival:nciadeestfmulospareceestar 

relacionado com alinguagem -para algunsautores,estarelaçâb seriatâo fntima,queseria 

impossfvelencontraro fenômeno da equivalência em organism osnâb verbais. 

Vsriostrabalhostdm sido publicados,investigando atdqueponto alinguagem 

é 1lm requisito necessirio para a ocorréncia deequivaléncia.Seesteforo c%o,ser; 

impossfveldemonstrara form açâb deequivaldnciadeestfmulosem animais.A literatu- 

. . * 

raarespeito jâapresentavâriosestudospublicados. . 

Nlxm artigode 1982,Sidman eseuscolaboradoresrelatnm esforçosparadem 

onstraraemergdncia desimetria em crianças,babufnosepombos.Osdesempenhos 

sim ëtricosforam prontamente observadosem crianças,m asfoiimpossfvelverificara 

existênciadesimetriaem babufnosepombos. 

' 

Isto ëpartictlnrmenteinteresanteporqueasimetriatalvezsejao aspecto da 

equivalnciamaisligado ao que sechsmadefunçâb simbölicadalinguagem :arelaçâo

23 

entresigrificanteesiN ificado dbidirecional,ou seja,simétrica.Em outrostermos,a 

Palavra''gato''tom am aisprovâvelqueeu emitaalpzm comportnmento em relaçâoao 

animal çgato'tporexemplo,apontarparaa lguradeum gato);ao mesmo tempo,a 

figurado tKgato'tornamaisprodvelqueeu aponteparaapalavragato (ou escreva 

ou faleapalavragato).Estanropareceserumacaracterfsticadasdiscriminaçascondicionaisem 

geral,quenro sâo reversfx is,com oindicao estudo deSidman ecolaboradores. 

Outro estudo confinnou estesresultados:foioestudo deD'Amntoecolaboradores(1985).Elesinvestigaram 

aoconénciadetransitividadeesimetriano comportamento 

de pombose macacosrhesus.Ospombosnâb apresentaram nem transitividade 

nem simetria;osmacacosrhesusapresentarnm transitividade enfo apresentarnm 

simetria(asmedidasdetransitividadeempregad% nesteestudo sïo,no entanto,até 

certo ponto questionsveis). 

Um artigo maisrecente,deMclntyreecolaboradores(1986)foio primeiro 

aapresentarresultadosfavoriveis.O queM clntyreecolaboradoresfizernm foiensinar 

um arespostamediadora,detçnomeaçïo''aosestfm ulos.Elesafirmam terdemonstrado 

entâoaemergdnciadereflexividade,simetriaetransitividade. 

' 

A demonstraçâb deM clntyre e colaboradoresfoisevernmentecriticadapor 

Hayes,em um artigo no prelo.E1eafirmaqueesteestudo nâo mostradesempenhos 

emergentes,mas sim desem penhos diretamente ensinados;portanto,nâo d vzido 

como tlma demonstraçâb de equivaldncia de estfmulos.lhyescritica também um outroartigo,deVaughn 

(1988),queafirmaterdemonstrado equival:nciadeestfmulos 

em pombos. 

No entanto,ainterpretaçâo detodosestesestudosdevelevarem contatsm - 

bëm a naturezadosestfmuloseasuaarbitrariedadeparaosanimais.Osresultadosde 

Izm estudodelversen,Sidman & Carigan (1985),mostrarnm queqlmndo luzesque 

sâo iddnticasem termosde cor,brilho,etc.,sïo apresentadasem chavesdiferentes, 

elassâo tratadasporm acacosrhesuscomo sendo estfmulosdiferentes.Ivçrsen ecolaboradoressugerem 

quealocalizaçâb do estfmulodum aspecto essencialdesuadefini- 

Wo paraessesanimais.Ostestesdesimetriausuaisenvolvem a mudançadalocalizaçâo 

dosestfmulosnasfasesdetreinoeteste,etalvezosresultadosnegativosatëagora 

encontradosreflitam llmalimitaçâo desta modalidadedeteste,enroumaincapacidade 

dosanim ais. 

. 

Um estudo recentedeLpkens,Kop &Mathyjs(1988),empregou um método 

diferenteparatestarasimetriaem pombos;nesteestudoosestfmulosfornm apresentadossemprena 

m esma localizaçâo,tanto nasfasesde treino como de teste.Os autores 

nâb encontraram nenhuma indicaçâb de desempenho simdtrico em pombos.Seria 

interessanterealizarum testesemelhantecom prim atas. 

Um aaprecial odaevidénciadisponfvelatëo m om ento,indicaqueasimetda 

de relaçöes entre estïmulos arbitro osnâb ë algo que pode serinequivocnmente

24 

evidenciado porinfralm manos.Ao contrlio,indivfduoshumanosdesenvolvem prontnmenterelaçsesdeequivaldnciaentreosmaisdiversostiposdeestfmulosarbitro 

os. 

Se.osanimaisnâb desenvolvem equivaldncia de estfmulosporque nâo tlm 

linguagem,tambëm sujeitoshumanosquenâb adquirirnm linguagem deverhm mostrarseincapaa 

sdedesenvolverequivaldncia. 

' 

'Um estudo deDevany,HayeseNelson (1986)forneceumaindicaçâo deque 

detkientesm entaisn:o verbaisnâo formam equivaldncia.Estesautorescompararnm 

trésgrupos de crianças:criançasnormais,deficientesmentaisverbais,edeficientes 

mentaisnâb verbais.Ospuposdecriançasseequiparavam em termbsdeidademental. 

Devany ecolaboradoresmostrarnm queossujeitosnormaisedeficientesmentaisverbaisformavam 

equivaléncia,enquantoosdeik ientesnâb v'erbaisnâoformavnm. 

No entanto,ostestesaplicadosporDevany etal.tem limitaçöesbastante 

sërias,a meu ver.Pazacomeçar,elesaplicaram apenasIlmasessâo detestedeequivaléncia,com 

Izma apresentaçâo maciça de 40 tentativasde sonda,sem recapitularo 

desem penho de linha de base. 

Um dosresultadostipicamente relatadosna literatura ë de queo desempenhodossujeitosnostestesdeeqtlival:nciadimperfeito 

no começo,com aporcentagem 

derespostu corretassubindo à medida queo teste vaisendo repetido.Todosos 

sujeitosqueformaram equivalênciasno estudo deDevany efJl.mostram esta tenddncia 

ascendente no desemm nho em sondas,indicando llm a formaçâo gradual de 

equivaldncia ao longo da sessâb de teste.Elesmostram 1xm desempenho pröximo do 

nfvelde acaso nasprim eiras tentativas de teste,e sö atingem 1zm m'velde acerto pröxipode100% 

ao finaldasessâb deteste. 

f;lmapenaqueDevany etal.nâb tenlmm aplicado maissessöesdetestepara 

.ossujeitosquenâb mostraram equ'ivaldncianaprimeirasesâb.Estessujeitospoderiam 

serapenasmaislentosnaemergdnciadosdesemperlhosquemostrnm equivaldncia.E 

importante observarqueossujeitosquenToexibiram aformaçâodeequivaléncias 

(deficientesnâoverbais)foram duasvezesmaislentosdo queossujeitosdo gru'po de 

deficientesverbaispara aprenderasdiscriminaçöescondicionais treinadas.Como os 

pröpriosdados de Devany efal.indicam que a equival:ncia estava sendo formada 

dtlranteo teste,eradçesperarqueaequivaldnciatambém emergissemaislentamente 

paraestessujeitos. . 

Ainda com relaçâb a esta questâb de que a equivaléncia emergeduranteo 

teste,d importante considerarque o teste aplicado porDevany e col.envolvia duas 

relaçöescondicionaissimultanenmente.O teste foiportanto maiscomplexo do queos 

empregadosusualmente:na m aioria dosestudos publicados,testa-se somenteuma relaçâo 

emergentedecadavez.Testarduasrelaçöessimultaneamentepodeterdificultado 

a emergéncia das relaçGesno decorrerdo teste e certamente esta dificuldade deve ter 

sido maiorparaos'sujeitosdo gruponâb verbal,quejâhaviam demonstrado maior 

lentid:onaaprendizagem dasrelaçöestreinadas. .

25 

Assim ,ostestesdeDevany ecol.parecem tornarmaisdiffciloaparecimento 

dasrelaçöesemergentes,e'osautoresinexplicavelmente'interromperam o testeapôsa 

primeirasessâb,dificultando asconclusöesarespeito dogrupo dedeficientesnâb verbais. 

' 

Com relaçâb aesta questâb,o que precisamos,entâb,ddeum estudo iom 

deficientesnâb verbaisque forneça condiçöesmaisfavoriveisparaa emergénciada 

equivalência,econduzaostestesportlm nflmero desessiessufkienteparadaraoporttmidadedaequivaldncia 

emersrdufanteoteste.Seaindaassim,ossujeitosnâb 

apresentassem equival:ncia,o estudotrariaumaevid:nciamaisfortea . 

favorde que a 

formaçïodeequivalênciaestârelacionadaàcapacidadedelinguagem. 

O PAPEL DA NOMEAG O NA FORMAG O DECLASSES 

Estaquestâo est;diretnmenteligadacom opapeldalinguagem naform açâb 

de equivaléncias.Em vâriosdosestudosda literatura,especinlmente osdeSidm an e 

colaboradores,aomenosum dosestfmulosdecadaclaseéum nome(ditado parao 

sujeito,como modelono treino dediscriminaçïo condicional).Em praticamentetodos 

estesestudos,ossujeitospasam a darestenomeaosestfmulosvisuaisquefazem parte 

dam esm aclasse. 

' 

Seria posfvel'supor,entâb,4ueanomeaçfo servecomo mediadorparaa 

emergénciadaclasedeestfmulos:o sujeito relacionaosestfmulosporqued;aeleso 

mesmo nome.FoiestaaestratdgiautilizadaporMclntyreecolaboradores(1986)para 

obterestes desempenhosemergentesem macacos.E1e treinou osmacacos a emitiruma 

resposta comum em presença dosestfmulos de uma mesm a classe e uma resposta diferente 

em presença dosestfmulosda outra classe. 

A nomeaçâo poderiaocorrermesmo quando o treinofosserealizadoapenas 

com estfmulosvisuais.Pode-sesuporque,nestecaso,ossujeitosemitam algumarespostadenomeaçâb,m 

anifesta ou encoberta,quando respondem aosestfmulos.' 

OsestudosdeSidman apresentam viriaseviddnciasindicando queanomeaçâo 

nâb antecedea formaçâb dasclassesde estfmulose no estudo de Sidm an,Cresson e 

Wilson-Moris(1974)anomeaçâb aparececlaramentedepoisqueasclassesforam formadas. 

. . 

Num estudo de 1986,Sidman,Wilson-Morris& Kirk procuraram demonstrar 

que a atribuiçâb de um mesm o nome a todososmembrosda classe nâo ënecessiria 

para a formaçâo de equivaldncias. 

Ossujeitosforam duascriançasnormaisequatro criançasretardadas.Eles 

aprenderam discriminaçöescondicionaisqueseriam suficientesparadarorigem adois 

conjuntosindependentesdeclassesdeestfmulosequivalentes.No primeiro conjunto, 

haviaestfmulosauditivosapresentadoscomo modelos(estespoderipm,portanto,servir 

prontamentecomomediadores).No segundo conjunto,todososestfmuloseram visuais.

26 

Depoisqueossujeitosaprenderam osdesempenhostreinados,todoseleseventualmenteexibiram 

equivaléncia deestfm ulos:elesform am m classescom estfm ulosauditivos 

evisuais,envolvendo osestfmulosdoprimeiro conjtmto eformaram tnmbdm classes 

envolvendo apenasestfmulosvisuais.(Paraossujeitosretardados,entretanto,aequivaldnciaemergu 

apösvériassesGesdeteste).Um testedenomeaWofoiaplicado:bs 

vâriosestfmuloseram sucesivamente apresentadosaossujeitos,perguntando-se ço 

queéisto?'.Assim com onostestesdeequivaléncia,tpmbém nostestesdenomeaçâo 

nâb haviareforçoparanenhumaresposta. 

liara 'osestfmulosqueforam relacionadosa modelosauditivos , quatro sujeitos 

(doisretardadose osdoisnormais)forneceram nomesconsistentescom osnomes 

faladosaosquaisestesestfm ulosfornm relacionados. 

No entanto,para asclassesenvolvendo apenasestfmulosvisuais,apenasum 

sujeitoaplicou'um nomecomum atodososestfmulosdecadaclase. 

Sidm an ecol.afirmanh ,portanto,queo estudo demonstraqueaaplicaçâode 

um nomecom um nTo dnecessâia para a formaçâb de classes. 

Poderfamospensarqueestesdadosresolveram a questâo;no entanto,um trabalho 

nâb publicado detowe(1986)criticao estudodeSidman ecol.eaprese'ntaresultadoscontrârios. 

Lowe utilizou um procedimento paragerarcl%sesdetr:sestfmulos,egravou 

assessöesdetreino eteste.E1everificou queduranteotreino ossujeitosfalavam espontâneamenteeaplicavam 

nomesaosestfmulos,eduranteo testeossujeitosverbalizavmn 

a relaçâo entre osestfmulosde cada classe.No entanto,quando e1e aplicou 

a posterîorium teste de nomeaçâo semelhante ao de Sidman e col.,e1e obteve um . 

resultadosurpreendente:ossujeitosnem semprenomeavam osestfmulos,eosnomes 

que elesdavam nâb eram osm esmosque foram registradosno decorrerdo treino e 

teste.Lowe sugere que ascondiçöesdo teste denomeaçâb,especialmente a instruçâo 

do experimentador,nTo evocam asmesmasrespostasaosestfmulosquea situaçâb de 

treino e teste. . 

Um segundo experimento de Loweracrescenta resultadoscompatfveiscom 

estainterpretaçâo.Criançasmuito jovens,nafaixa dedoisanos,nâo formaram equivaldncia;elesforam 

entâo submetidasa um treino denomeaçâb deestfmulos.Depois 

disto,elasreceberam um novo treino e exibiram equivaldncia. 

TRANSFERtNCIA DE FUNW ESENTREESTIVUIDSEQUIVALENTES 

Qlmndo ouvimosou lemoslzmapalavr.a,muitasvezesaprejentamosreaçöes 

ou comportamentos semelhnntesaos 4ue seriam apresentados diantedo pröprio 

objeto,serou eventodesignadopela palavra.Assim,ao ouvirmosapalavratçfogo' 

poderemossaircorrendo dem odo sem elhante ao que farfamos.se vfssemoso local 

m gandofogo.A leituradapalavrà''barata''podesersuficienteparaevocarum aparte

dasreaWesemocionaisque apresentarfnmosao verum espdcimedeste simpftico 

inseto.E tentadorsuporqueaspalavrasescritasefaladu sâb equivalentesao objeto 

designado e em virtude disto,algumasdas funçöes deestfmulo apresentadaspelo 

objeto transferem-separaaspalavras. 

Umaformulaçïogeraldesteprincfpio seriaadequeasfunçGesdeum estfm u- 

lo transferem-se para osdemaism embrosdaclassedeestfmulosequivalentes.Vârios 

estudosinvestigarnm atransferênciadefunçöesem classesdeestfmulosarbitririos. . 

tazar(1977)ensinou adultosnormaisaapontarsequencialmenteparaos 

membrosde viriosparesdeestfmulosvisuaks.Porexemplo,diantedaapresentaçâo 

dosestfmulosA1eA2 (queapareciam em posiçöesrandomizadas),osgujeitosaprendipm 

aapontarparaA1primeiroepara A2em segundo lugar.QuandoB1eB2 fossem 

apresentados,ossujeitosaprendiam aapontarprimeiroparaB1eem segundo lugar 

paraB2,e deformaanâlogaparaC 1eC2,eD1eD2.Testessubsequentesdemonstraram 

a form açâb de duas classes de estfmulos:a classe dosestfmulosque eram 

apontadosem primeirolugareaclassedosestfmulosapontadosem segundo lugar. 

H zar(1977)investigou entâo seasfunçöesadquiridaspelosme lbrosdecadaclassepoderhm 

sertransferidasparanovosestfm ulosquefossem condicionalmente 

relacionadosrespectivamente amembrosda classe dosttprimeiros''e a membrosda 

classe dosEçsegundos''.Uma tarefa de pareamento com modelo foientro ensinada'. 

novos estfmulos eram apresentados com o estfmulos de com paraçâo e algunsdeles 

(E1eF1)deviam serselecionadoscondicionalmenteàpresençademodelosdaclasse 

dosçtprimeiros'enquanto outros(E2 eF2)deviam serselecionadoscondicionalmente 

a modelos da classe dosççsegundos''.Foram conduzidos entâb testes,nosquaisos 

novos estfm ulos eram apresentadosem tentativasque exigiam o respondersequencial: . 

verificou-sequeossujeitosapontavam paraosnovosestfmulosnumaseqûénciaque 

correspondiaâsclassesaquepertenciam osmodelosaelesrelacionados.Quando,por 

exemplo,E1eE2 eram apresentados,ossujeitosapontavam primeiro paraE1eem 

seguida paraE2,embora elesnunca tivessem sido explicitamente ensinadosa fazer 

isto. ' ' 

Portanto,asfunçöesdecontrolesobrerespostasdesequenciaçâb transferem - 

se para osnovosmembros que sâb incorporadosà classe deestfmulos.Um estudo de 

LqzareKotlarchyk (1986)mostrou quea formaçïo declasseseatransferdnciade 

funçöespode depénderde um estfmulo contextual:0 mesm o estfmulo pode pertencerâ 

classe dos primeiros em presença deum estfmulo contextual,e â cl%se dos 

segundos em presença de outro estfmulo contextual.Desta forma,a mudança do 

estfmulo contextualpode reverterasfunçöes dos estfmulos de cada classe.Estes 

resultadojforam confirmadosem um estudodeWulfert& Hayes(1988). 

Silverman,Anderson,Marshal& Baer(19à6)mostraram atransferênciapara 

estfmulosequivalentesdasfunçöesdeaudiénciaadquiridaspordeterminadojestfmulos.Criançascom 

defici:nciamentalleveaprenderam afornecerantônimosespecfficos 

27

28 

adeterminadosadjetivosem resposta a questöesförinuladasporum fantoche.Em pre-. 

senp de1lm fantochediferente,elasfornecinm antônimosdiferentesparaosmesmos 

adjetivos.Quandoperguntadospelo fantocheA:4Whatf.îthe oppositeof sweet?',os 

sujeitosaprenderam aresponder4'sour';quando a mesmaperguntaerafeitapelointocheB,ossujeitosaprendernm 

aresponder&kart'.O mesmo foiensinado paraum 

conjuntodeoutrosadjetivos.Osfantochesadquiriram,portanto,funWesdeaudidncia, 

exercendo controle sobre Ilmaparteespecfica do repertörio verbaldossujeitos. 

Outrosfantochesforam relacionadosaosprimeirosatravësde nm treino de pareamento 

com modelo etestesfornm conduzidospàraverificarseosfantochesassim reladonadoseram 

estfmulosequivalentes.Em se'guida , osnovosfantochesforam apresentadosfazendo 

questöessobre antônimos;no entanto,ascriançasnâo haviam sido explicitamente 

ensinadas sobre qualrepertörio de antônimosera apropriado como resposta a 

estesfantoches.No entanto,quando perguntadaspela figura que havia sido relacionada 

aofantocheA,ascriançasrespondiam apropriadnmente@orexemplo,d#vam ê&sour' 

como oposto de.'sweet'),equando perguntadàspelafiguraquehaviasido relacionada 

ao fantocheB ascrianpsapresentavam respostasdo outro repertörio @orexemplo, 

davam T tart ' como an tônimo dehweet').OsresultadosdeSilvermanecolaboradores 

indicam :portanto,queasftml esdeaudi:nciasetransferem pàra outrosmembrosda 

classe de estfmulosequivalentes. 

DeRose,Mcnvane,Dube,Galpin & Stoddard (1988)estudaram a transfer:nciadefunçöesdiscriminativasentreclassesdeestfmulos.Ossujeitosfornm 

adultos 

normais,criançasnorm ais e adultos deficientes mentais treinâveis.Eles aprendiam 

inicialmenteumadiscriminaçâo simultâneasimples.Apresentava-se1lm arranjod.edois 

estfmulos,designadosarbitrariamentecomo A1eM ;ossujeitosaprendinm a selecionarA1(S+),rejeitando 

M (S-).Doisnovosestfmulos,B1eB2eram entâb utilizados 

como estfm ul os decomparaWoem um procedimento depareamento com'modelo; 

osmodeloseram,respectivamente,osestfmulosA1eM .Investigava-seentioo desempenho 

dossujeitosqtlandoconfrontadoscom arranjosapresentando osestfmulos 

B1e B2.Esta tarefa deteste era sem elhahte â discriminaçâo simulténea simpleserlsinada 

originalmente.No entanto,levando-seem conta apenasashistöriasde reforpmento 

paraseleçâodeB1eB2,nâoh;baseparaaseleWo de 1m estfmuloem detrimento 

do outro,umnvezqueossujeito'sforam reforpdosem igualproporWo porescolhas 

deB1eB2.Noentanto,todosossujeitossubmetidosa esteprocedimento mostraram 

llma preferdncia absoluta porescolhasde B1em detrimento de B2.Este desempenho 

domxmenta aprontaocorrdnciade lma discriminalo simplesque nuncafoiexplicitamente 

ensinada.A nova discrimlnaçâo ocorre porque A1e B1 fazem parte de umn 

classe,easfunl esdeS+ exefcidasporA1transferem-sepàraB1.O mesmoocorre 

com as funçöesde S-adquiridaspor M ,que se trnnqferem para B2. 

Posteriormente,doisnovosestfmulosC 1eC2 forpm apresentadoscomo estl'-' 

mulosdecomparaçâo,relacionadoscondicionnlmenteaosmodelosB1eB2.Qlmndo '

29 

C1eC2 fornm apresentadosem sitlzalo dediscriminawosimples,C1foiescolhidoem 

detn'mentodeC2.Como ossujeitosnuncahavinm aprendido diretamentelzmadiscriminaçâb 

simplescom osestfmulosB1eB2,a nova discriminaçâo entreC1eC2envolveu 

ltmatransferénciaem doisestisos:do parA para o parB edo parB paraoparC. 

Doisnovosmodelos(D1eD2)foram relacionadoscondicionnlmenteaosestfmulosde 

compazaçïo B1e B2:isto permitiriaverificarseasfunl esdiscriminativas 

poderiam transferir-sedosestfmulosde comparalo B1e82aosmodelosD1eD2.Os 

yesultadosforam bastintesugestivos.Qlmndo osestfmulosdo parB foram utilizados 

como modelos,relacionadosa novosestfmulosdecomparaçâo tparC),a discrimina- 

Wo simplesentreosmembrosdo parC emergiu prontnmente.Quando osestfmulosdo 

parB foram utilizadoscomo estfm ulosdecomparaçâb,relacionadoscondicionahnente 

a novosmodelos(parD)adiscriminaçâo simplesentreosmembrosdo parD tambëm 

emer#u,emboranïo tâb prontamenteqlmnto no r-qKo anterior-portanto,osresultados 

sligezirnm a possibilidade de 11m efeito de direcionalidade da relaçâb condicional:é 

possfvelqueasfunçGesdeestfmulotransfirnm-se m aisprontnmentedosmodelospara 

osestfmulosdecomparaçâb do quenadireçâoinversa,dosestfm ulosdecom paraçâb 

Paraosmodelos. ' 

Um estudo de deRose,Mcnvane,Dube& Stoddard (1988),forneceu novas'. 

indicaçöesdestapossibilidade.Doisdeficientesmentaistreinâveisdemonstraram a formaWo 

deduasclassesdeestïmulosequivalentes,dasquaisaprimeiracontinhaum estfmulo 

nodallquetinha flmçöesdeS+ num adiscriminaçfo simples,easegunda continha1lm 

estfmulo nodalquetinhafunçöesdeS-mtm adiscriminaçâb simples.Ascl%ses 

eram estruturadasdetalmodo queosestfmulosnodaisernm relacionadoscomo mode- 

1osa lm membro (sendo esteentâb apresentadocomoestfmulo decomparaçïo),e 

' t. . 

como estfmulosdecomparaçâb aum outromembro (sendo esteentfo apresentado 

1Fields& Verhave(1987)denominam distância associativa ao nflmero de estfmulosnodaisque 

intervlm entredoisdeterminadosmembrosdaclasse.Estfmulosnodaissfo estfmuloscondicionnlmente 

relacionadosa doisou m aisestfmulosdiferentes.Porexemplo,no paradigma maissimplesdeequivalência,membrosdeum 

conjuntodeestfmulosA sâb relacionadosamembrosde 

um conjutntodeestfmulosBetambém sâbrelacionadosamembrosdeum conjuntodeestfmu- 

1osC.OsestfmulosA sfo estfmulosnodaiseapenasum estfmulo nodalinterW m enke cada 

membro doconjuntoB eomembrorespectivodoconjunto C.Noentanto,seosmembrosdo 

conjuntoA forem relacionadosamembrosdoconjuntoBeestesamembrosdoconjuntoC,sendoestestlltimosrelacionadosamembrosdoconjuntoD,entfoosestfmulosdosconluntosB 

eC 

serâbestfmulosnodaisedoisestfmulosnodaisintervirâ'o narelaWoentrecadamembrodocon- 

JuntoA eomembrorespectivodoconluntoD.Somenteum estfmulonodal,noentanto,intervir;narelaWoenkemembrosdoconjuntoA 

eosmembrosrespectivosdoconjuntoC.Assim,a 

dkstânc'ia asodativa entreA e C ser; menordo que a dkstância associativa entreA e D.

30 

como modelo).OsresultadosdedeRoseecolaboradoresmostraram queasfunçöes 

discrim inativasdosestfm ulosnodaistransferiam -seprontamenteparaosestfmulosde 

comparaçâo.No entanto,quando osestfmulosnodaiseram estfmulosdecomparalo, 

asftmçöesdeestfm ulo nâb setransferiram paraosmodeloseaelesrelacionados , para 

1lm dossujeitos. 

Estes resultadossugerem que a relaçâo entre equival:ncia deestfm ulose 

transferdnciasde funçöespodeserm aiscomplexa , sendo afetadaporfatorescomo a 

direcionzidade da relaçfo condicional.Estam osatualmente conduzindo um estudo 

paraverificarosefeitosdadirecionalidadedetreino etambdm dadistânciaassociativa 

sobreatransfer:nciadefunçöesdeestfm ulo . 

CONSIDERAO ESFG AIS 

A literatura sobre equivalJnciadeestfmuloscresceu exponencialmente nos 

tm imos5anos.Asexpectativasquanto àfertilidadedaâreaequantoàsuaaplicabili - 

dadeàanâlisecomportnmentaldosfenômenosrelacionadosàlinguagem eàcor içâo 

tdm se confirmado.Estetextoresumebrevementealgunsdosproblemasdepesquisa 

originadosdesta âreaeapartirdafpodem serdelineadasperspectivasdeinvestigaçâo 

futura. 

Refeëncias: 

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ESQUEMAS DE REFORCAMENTO 

IJGIA M AIUA DE CASTRO MARCONDES MACHADO 

UniversidadedeSloPaulo 

Em primeiro lugarsinto-mepouco àvontadecom o tftulodo Worl hop:em 

vezdeavançosrecentesedenovosproblemu esoluçöes,eu meproponho afalarsobre 

reflexœ seperspectivasna érea de pesqulsa em esquemasdereforçamento.Feitoo 

reparo,vamos1é. 

Quando apesquisaem esquemasdereforçamento começou aserexecutada, 

ela ocupou lxm papelextremamente importante para o pröprio estabelecimento da 

AnziseExperimentaldo Comportamento.A m squisaem esquemam avadeum nmbientesimplesepadronizadoedelxmarespostaarbitrfria,exatnmenteasferramentas 

propostaspelaA.E.C.Aindaassim ,podiamostraro surgimento e amatmtençâo de 

comportamento complexo.A malorprovadisoestï naobrapioneiradeFerstere 

Skirmer(1957).O livro enciclopëdido de FerstereSkinner(1957)clmpriu muitos 

propösitos,entre osquais: 

- deixou clarasascaracterfsticasdo comportamentooperante,poroposiçâb 

ao respondenteeao instintivo,quandomostrou acomplexidadedepadrGesdedesem - 

m nho quepodinm serun'iversalmenteproduzidospelaprogrnmalodasconseqûdncias; 

- pennitiu agèneralizaçéb doefeitodereforçadoresdiferentese sujeitosdiferentes,dando 

o modelo paracomparaçâo; 

- 

permitiu umademonstraçâb definitivado delineamento do sujeitocomo 

seu pröprio controle; 

- 

deixou claroo poderdascontingdnciasatuais,mostrandoa reversibilidade' 

dodesemm nho em situaçöessucessivasdiferentes. 

Vâriaslinhasde desenvolvimento se abrirsm a partirdo trabnlho pioneiro 

de Ferstere Skinner,com o mostram unanimente todos os revisorese crfticosda 

frea(Morse,1966;Zeiler,1977,1979,1984).Desdeentfo,a m squisaem esquemas 

nâb tem diminufdoderitm oe entusiasmo,em quem sem avaliaçöesem contrârio de 

algunspesquisadores. . 

Entre asvériasdireçöesque tomaram asm squisasem esquemas,podem os 

encontrar,acho,tr:s agrupamentos mais gerais.Havia pesquisasque proclzravnm 

apenasgerarpadröes,havia pesquisasqueutilizavam o eskuema como linha de basee 

haviapesqtlisasqueprocuravam entenderodesempenhogerado pelosesquemas. 

' 

33

M 

Ospesquisadoresqueprocuravam gerarpadröesregularesdecomportamento , 

tm gerd,o faziam pelo mero prazerestético qutaregularidadedo comportamento 

controlado pelo esquem a propordonava.'Esje filâb se esgotou , porëm ,porque se 

encerravaem simesmo,sem produziravanço do conhecimento (Ztiler,1984). 

Também acho que seesgotou a linhadepesquisa queprocuravaentendero 

desempenho gerado pelosesquema,a partirdeumaestratdgiadedescobdrrelaW es 

isoladasentrevariveisdo esquemaevarifveisdo desemm nho produzido . A anâliseea 

descobez'taderelaçôesisoladasnâb pareceu cnminharmuito ,em flmWo denâo tersido 

possfveldescobrirasregrasque determinavam asinteraçsesentreasfunçöesisoladas 

(Zeiler,1984).Achoposfvelqueasregrasdeinteraçâb nâo tenbnm sidoencontradu 

pelo fatodeosesquem % serem determinantesfundnmentaiseirredutfveisdocompor - 

tamento,como ' afirmaZeiler,no mesmo trabalho (1984). 

0 excessivo hwestim ento nessasduasdireçöesdepesquisa em esquemaacabou 

pordaràâreaacaracterfsticadearidezqueelapareceapresentarcom certafreqûdncia.Isso 

ficou claro,tambëm ,paraospesquisadoresqueestavam empenhadosna 

tarefa:àmedidaqueprosseguiam pesquisasdestetipo , foisendo percebido queocomportamento 

gerado pelosesquem% ditossimplesnem sempreéfâcildeseranalisado 

(Mar,1984;Zeiler,1984).A analo#adeMar(1984)paracacterizaresta situalo ë 

lma comparalo com aFfsica.Osqsquemasseriam pazaospsicölogoso queaspartfculaselementaressro 

paraosffsicos,com a incômodapeculiaridadedequeoanalista 

expen'mental do comportamento começou pelaspartfculase nfo , com o osffsicos, 

porfenômenosmaiorescomo aatralo entreoscorposou agravidade.Aldm diso , 

nâb existeainda,paraospsicôlogos,aponteparapassardonfveldepartfctlasparao 

outronfveldearlélise,pelo queaano senonfvelelementaracaba porsefecharem si 

m esm a. 

Vinhaavaliaçâo,aqui,ëmaissevera que a deMarrou Zeiler . Parece-me,frequentem 

ente,queapesquisaorientadaparaumaanfiseam nu do desempenho produ- 

Zdo poresquemaëestéril,no sentido dequesepropöeaestudarfenômenosgerados 

pore1aprdpria,sem apreocupaçfo deseabrirparaforadacaixaexperimental , sem a 

preocupaçïo deavaliaro sipkificado comportamentaldo queest;estudando . A fantasia 

que me ocorret ade tm cachorro perseguindo o pr6prio ràbo:eu programo um 

esquem aquegera uma pàusapösrèforçoepasso a estudaromesmo esquema , com o 

mesmosujeito eo mesmo equipnmento,analisando apausa queeu mesmaproduzi. 

Fascolhiapausàpösrefotçamento como exemplo,estrate#camente,pordois 

motivos:primeiro,porquefoio meu asstmto depesquisaporm uito tempo e ,portanto, 

sou aprimeiraaseratinsdapelacrftica;segundo porque,atunlmente,consideroque, 

com oalzsdnciadecomportamento,sö vaiserpossfvelentenderapausasesedescobrir 

o queo sujeitofaz duranteapausa.Portanto,sö vou descobriro queapausaëou 

significaou o queacontrola quandosacudirapoeiraeolharparafora . 

' 

Voltando,entfo,para amarrarum pouco ,parece-mequedastrêsestratdgias

quecaractelizaram osestudoscom esquema ,asduasdescritas- oprazerestttico da 

regularidadecomo motivaçâoea anosedevariveisisoladas- seesgotarnm .E nesse 

sentidoqueZeilerafirma,notrabnlho queverlhocitando,queosesquemm sâo o giganteadormeddo;dtambëm 

nessesentidoqueeu acrescento que,seo giganteestâadormecido,issosedeve 

âspessoasmaisprovavelmenteculpadu quesâb ospröpriospesquisadores.Ou 

seja,novamente,o culpado eraomordomo... 

Entretanto,éclaro queasduasestratégiasdescritasnïo esgotam aanzise.Se 

eu pretendesse isso,seria certamente,chamada de mentirosa e confrontada com a . 

grande quantidade de pesquisasqueaindavem sendofeitasem esquemasdereforçamento.H5,ainda,um 

aperspectivaimportanteque:autilizaçâo dosesquemascomo 

instrumentosparaa descriçâo e compreensâb de relaçöes comportamento-ambiente 

que transcendem ospröprioslimitesdo esquem a.Considerandoesquemascomo instrumento 

deum ponto devistaamplo,pode-semarcaro infcio dessamaneiradetrabalhardesde 

o uso dosesquem ascomo linha de base. 

O esquemacom olinhadebaseusadaparaestudaroefeito deoutrasvarilveis 

foiaestratégiaconsagradapelo livro deSidman (1960).Foirapidamenteincorporada 

àpesquisaem AnfiseExperimentaldo Comportnmtntoporqueproduziapadröesprevisfveis,regularesesensfveisdecomportamento 

permitindo avaliaro efeito devariâveis 

manipulad% usando o préprio desempenho do sujeito como referencial.. . 

Como linhadebase,pordm ,logoficou claroqueosesquem aseram determinantespoderososdo 

comportamento (porexemplo,veja-se o extenso trabalhode 

MorseeKeleher,1970),eque suainflu:ncia na modulaçâb do efeito dasvariâveis 

manipuladasnâb podia serignorada.A preocupaçâb com efeitosparticularesdeesquemasparticulareslevou,entâo,àabordagem 

descritaantes,desetentarentendero 

comportamento gerado pelo esquema,naformadeumaaniliseorientadaparavariiveis.parece,entâo,quesefechao 

cfrculo,lmavez quevoltamospara otipo depesquisa 

que acabam osde criticar. 

Na#erdade,apesardacrïtica,aabordagem orientadaparaanfisedevarifveis 

do esquema foifrutffera.E1ademonstrou,porexemplo,que o desempenho gerado 

pelosesquem aséunitérioepodeserusado com ounidade;prodllziu,tnmbëm ltm conjtmto 

derelaçöesfuncionaisdescritivasasquaisconstituem um paso importantena 

compreensâode comportamentoscomplexos(Marr,1984),em quepessm asdifictldadesdaintegraçfo 

dediversasrelaçöesisolad%. 

A conclusâb,acho,équeaolongo dahistöriadapesquisaem esquem as,cada 

uma dasfasesou dosagrupamentosquedescreviacabou produzindo efeitos.Como tal, 

cada uma foiimportanteenecesso aeapesquisaem esquemasfoisendo dialëticnmenteinfluenciadaem 

cadaetapa.O queresultahoje,meparece,éo tlsodosesquemas 

principalmentecomoinstplmento,mascomo instrumento j;calibrado,1lm uso derivadodaestratdgiadelinhadebasem 

isenriquecidopelossucessosefracassosdeoutras 

estratëgias,cronolo/camentesimultaneasou nâb. 

35

36 

Acho que a pande mudançano uso instrumentaldosesquem asfoiquee1e 

passou deuma abordagem orientadaparao método paraljmaabordagem orientada 

parao problema (Neuringer,1984).Estepesquisador,emboraproponhaadicotomia, 

nâb reconhecequeapasagem jâestejacompletada,mesmo assinalando amudança de 

Ilm carfterauto-voltado (nigrown nature)da pesquisaom rantepara'Imaamplialo 

queenglobateorias,aplicaçâb eforinulaçâb dem odelosmatemâticos . (0 problemada 

resistência de Neuringerd que ele postula a 'necessidade de se utilizarum critdrio de 

aplicaçâo que nTo me parece necessirio;m lo menos , nâb imediatamente). 

Nessaperspectiva- orientadaparao problema- esquemasdereforçamento 

v:m sendo extremamenteempregadosna pesquisaem AnâliseExperhnentaldoComportamento.Acho 

que,contrariando Zeiler(1984),pode-sedizerqueogigantej; 

acordou,seéquerealmentetenhachegado aadorm ecer .E acordou com acazacterfsti- 

. 

ca que este autordefende como significativa:estudando relaçsescomportamento/ 

ambientem aisgeraisdo que ascolocadaspelo pröprio esquema . 

Assim ampliada,a pesquisa em esquemastem assumido fonnasdiversasmisturando-se 

de ta1maneira quese desdobrou em outrasespecializaçöes . Porexemplo, 

temos,no nosso simpösio,um relato deJreasqueconsidero serem extrapolaçlesda 

pesquisa em esquemas:o estudodeconcorrenteseoestudo decomportamento induzido 

sâb,certnmente,estudosde esquem asde reforçamento . 

Considerando essa perspectiva,apesquisaem esquemasaindaéoconjunto 

maisimportanteem AnâliseExperimentaldo Com portamento . Fiz um levantam ento 

dosartigospublicadosem quatro volumes do HEAB - 41 , 42,43 e 44,correspondentesa 

1984 e 1985.Meusdadosmostram que 60 , 7% daspesquisasse referem a 

esquem as,usandozoscomo instrum entosou mesm oinvestigandopadröes . Em term os 

de tendJncias,pudeperceberum uso constante deesquemascomo recursose dode - 

sempenho em esquem ascom o dado para o estudo de variâveisde vâriosinteresses . 

Essesvâriosinteressesme pareceram realmente diversificados , incluindo pesquisa de 

temasconsideradosde importM cia etolö#cae cognitivistae deimportânciapara 

form tlaçöesteöricas.Como salientaMichael(1984)osaspectosmetodolögicosque 

caracterizam aAnâliseExperimentaldo Comportnmento - comparaçöesintersujeitos, 

inspeçâb visualx testesdesignificância;orientaçâb paradescriçâb x orientaçâo para a 

teoria - sâb logicamente b%tante independentestmsdosoutros . Acho queestamos 

usistindo auma reorganizaçâo na hierarquiadestesaspectos . 

Gostaria,finnlmente,de comentar algumu propostasespecfficasqueconsidero 

caracterfsticasdastendênciaspredominantesatualmentena pesquisaem esque - 

mas e que dâb o tom dos pröximosdesenvolvimentos ' ' 

. 

Em primeiro lugar,a proposta da sfntesecomportamental , feitaporCatania 

(1983,1984).Emboranâb seprenda à âreadepesquisaem esquemas,apropostacertamente 

usa esquem ascom o instrumentosea irea certamente se benelkia com a proposta.Catania(1983)propôe 

como estratdgiaparaumaç'cidnciaefetivadocomporta-

37 

mento''a descobertadefenômenoscomportnmentaiselementares,aanâlisededesem - 

penhoscomplexosem term osdestescomportmmentoselementaresea demonstraçïo 

da adequaçâo da anélise atravds.dasfnteseapropriada.A sfntese consistiria em criar 

no laboratörio desempenho quefosse,em algunsaspectos,anâlogo aocomportamento 

humano forado laboratôrio.A sfnteseexm rimentalpoderiacontribuirparaaanïlisé 

do comportamento,porëm,mesmo quando falbnsse,como anélogo,xxmavez quea 

reconstruçâb do desempenho (deondeo tenno sfntese)no laboratörio poderevelar 

%pectosnâb percebidosou percebidosdeformadistorcidaforado laboratörio. 

Considero quealgunsdostrabalhosquemeusorientandoseeu vimosdesenvolvendono 

momento podem serconsideradossfntesescomportsmentais.Vou discutf- 

1osdaquiapoucoearpzmentarporqueosconsidero sfnteses.Também considero que 

sâb exemplosde sfntesescomportamentaisasanâlisesde comportnmento econômico 

(Hursh,1984,porexemplo).Embora estaperspectivaseproponhacomo lmarefer:nciaparaa 

Ardlisedo Comportamento,acho queocorreo inverso,sendoa M âlisedo 

Comportnmento a referdnciaparaasfntesedo comportamento econômico.Tambëm 

seriasfntesecomportamentalo estudodecooperaçâo/comm tiçâb usando esquem% 

como instnzmentos(Schmith,1%84). 

Outratendênciaquemeparececlara dpara a quantificaçâb.Nesseempreendimento,esquemast:m 

sido fundamentais,com o mostram ostrabalhoscom a leida 

igualaçâb (Hernstein,1970),aresistência àmudança(NeWn,1974)ou o momentum 

comportamental(Nevin,1988).Nevin (1984)chamaasvariveisgeradasna buscade 

quantificaçâb de variiveisdependentesde ordem sum riorporquedescrevem eresumem 

1lm conjunto de dadosemostram,elaspröprias,variaçöesregularesfrentea 

algumasvariiveisindem ndentes. 

Aindaoutratenddnciaaponta nadireçïo do testedeteoriasque,basicamente, 

procumm entenderanaturezadoprocesso de.reforçamento.No cnminho em direçâo 

àteoria,acho queestatenddndapasaporumapreocupaçfoecolöscaealgumaspropostasinteressantesparaapesquisaem 

esquemassfo feitasaqui.Considero importante,apropösito,apesquisanachamadaeconomia 

fechada,feitaporCplier(1983)e 

suaequim .A pesquisaem situaçâb deeconom iafechadaéimportanteporquepernlitequeseintegrem 

outrosaspectosdo comportamento ligadosâproduçâo deconseqïi:nciasà 

anélise do desempenho nosesquem % de reforçamento e porqueoferece 

x1m quadro teörico relevante para a compreensâo do comportamento mantido por 

esquemas Ȯ trabnlho em esquemu queminhaequipeeeu vhnosdesenvolvendo no mom 

ento énmplo eacho queacabaesbarrando em todasastendénciasatuais.Isso,embora'posalevara 

tlmasuperficialidadeno trabnlho,meparecedesejâvelem princfpio 

m rqueavariabilidadedfundamental. 

Um conjunto do quevenhofazendo epretendo fazeracho quepoderiqchamardesfntesecom 

portamental.J;em curso hâo estudo sobrerespostasqueprodùzem

38 

infonnaWo,usandoat/cnicada chamadarespostadeobservalo (Wyckoff,1952). 

A resposta deobservalo tem sidöconsideradaIlmapreparaçâoadequadaparao estudo 

dereforçamento condicionado.Trata-sedeum procedimento em quehâdoismanipulandosdisponfveis.Respostasaum 

delesproduzem reforço primirio em esquemas 

m àltiloou p nlisto,em fasessucessivas.Respostasaooutro permanecem em extinçâo , 

concorrentemente com o mtm iplo do manipulando alternativo,ouproduam o estfm 

ulo associado ao componente em vigorno altem ativo,quando asrespostasa este 

estâb sendo reforçadasem esquem a misto.Osestfmulosassodadosao méltiplo seriam 

reforçoscondicionadospordefiniçfo oque secomprovaria sefossem capazesdem antera 

resposta que osproduzisse,que seria a resposta de observaçâb. 

A controvërsia existente na literatura sobre a resposta de observaçâb centraliza-se,empiricamente,na 

questâb de serou nâb 1zm reforçadorpositivoum estfmulo 

asociado aextinçâb (ou tzm S).Osdadossâb contraditörios,havendo experimentos 

querespondem sim (Lebernam,1972)eexperimentosquerespondem nâo (em geral 

do grupo deFantino;porexemplo Fantino,CaseeWixted,1985).A nfvelteörico, 

trata-sedeexplicarquando(e porque)um estfmulo seriareforçadorcondicionado: 

quandoëpreditordereforço ou quando ëinformativosobreascontingénciasem vigor . 

0 trabnlhovem utilizando ratoscomo sujeitoseoprocedimento utilizado estâ resumido 

nasTabelas1e2 (Carvalho eMachado,1988).OsresultadosqueaSuelitaluna 

de mestrado)eeu temosobtido estâo mostradosnasfigurmsqueseseguem. 

Tabela1-Seqiênciadefasesexperhnentaisaquefornm submetidosossujeitos. 

Fases 

Sessôes 

Sujeitos1,4e5 

Sujeitos2e3 

Barra Esq. Barra Dir. Barra Esq. Bara Dir. 

1 22 Conc.Ext. MultW 30W 120 Conc.Ext. MultW 30W 120 

2 22 Conc.M udança Misto W 30W 120 Conc.Mudanç,a Misto W 30W 120 

Estim Estkn. ' 

: 

3 20 Conc.Ext. MultEXTVI120 Conè.Ext. MultW 30EXT 

4 22 Conc.Mudanw Misto EXW I120 Conc.Mudança Misto W 30EXT 

Estim . 

Estim. 

5 Idem Fase 3 

6 Idem Fase 4 porfm com reversfo de estfmulos 

'

39 

Tabela2-EsquemadeapresentaWodosestfmulosexteroceptivosaqueforam expostosossujeitos 

em cada fase. . 

Sujeitos 

Fmse1 Fase3 e 5 Fase 6 

Luzpisca Luzconstante Luz-p Luz-c Luz-p Luz-c 

(1) W 30 Vl120 Ext. W 120 V1120 Ext. 

(2) VI30 W 120 Vl30 Ext. Ext. W 30 

(3) W 120 W 30 Ext. VI30 VI30 Ext. 

(4 e5) W 120 W 30 V1120 Ext. Ext. W 120 

A Figura 1 mostraa mëdia dastaxasderespostasdas5 tm imassessöes,na 

baradereforço primJrio(âgua)dossujeitos2,3e4 nasquatro fasesexperimentais. 

Os 3 sujeitosapresentaram,domo seria esperado,taxa de respostasrelativamente 

superior durante o esquema de reforemento com m aiordensidade dereforço,nas 

F ases 1 e 3, 

em que oscomponen'tesernm sinalizados . NasFasesdemisto (2e4), 

ocorre llma aproxim açâo dastaxasdosdois componentes.Observe-se qu'e astaxas 

' 

dasrespostastantoem W 30 como em W 120 sâb baixas,emborasuficienteparaque 

todososreforçosprogrnmadossejnm recebidos. . . 

' 

A Figura 2 mostra a média dos fndicesdiscriminativospara as 5 lm imas 

sessa sdas4 fases.A linharetaem 50mostraauslnciadediscriminaçâb.AsFases 1 

e 3,onde havia sinalizalo dos componentes,mostrnm fndices em geralmaiores, 

excetopqrao sujeito 4 (W 120Ext.).NasFases2 e4,em queasinalizaçïo apenas 

seriaproduzidapelarespostadosujeito,observa-sequeosfndicesseaproximnm de 

50,indicando que ocorria igualmimero de respostas em nmbos oscomponentes. 

Amnasparaosujeito 3ocorre fndiceprözmo a60% naFase4,o quesigrlificaque 

continuou havendo m aiormsmero derespostasno componentecom m aiordensidade 

dereforço,ou seja,continuou havendo controle deestfmulos.Provavelmente,o sujeitom 

ou ainformaçâb pro'dllmidaporseu pröprio comportamento paraatribuirrespostasàbarraqueprodllziaigua. 

A Figura3m ostra afreqûênciamëdiadasrespostasnabarraqueproduzmudanp 

estimulatöria,paraad5 fltim% sessGesnas4 fases.Observexsequeestasrespostasestavnm 

em extinçïo nasF%es1e3,qlnndoa barraalternativaprodllziaâgua em 

esquemamlmiplo.RespostanabarrademudantaestimulatörianasFases2e4 se 

transformam pordefmilo em respostasdeobservaçâb,j;queproduzem osestfmulos

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43 

associadosao componenteem Wgornabarraqueproduz G -Denta os3suleitosam - 

naso denî 3 revelou lmaimportantediferença entreasrespostasno mnnipulando 

que'prodlziaestfm ulosnasFases1e3em relaçâo àsFases2 e4,qtiando abarrade 

mudança estimulatöriaproduzo estfmulosinalizadordo esquema.O sujeito 4 mostra 

tambdm um levealxmento nasF%es2 e4 em relaçro a 1e3.O sujeito 2 n:o revelanenlrlma 

tendência. 

A Figura4 m ostrao tempo m édiode1uzacesaparacadarespostaâbarrade 

mudançaestim ulatöria,considerando-seas5fltimassesssesdasFases2e4.Porimpoiâb 

do procedimento cada resposta produzia 12 segundosde luz acesa e respostu 

sç 

seguidasnToprolongavam aduralo desteperfodo.Demodogeral,nota-sequeocorre 

1tm perfodo de1uzacesade12segundosparacadaresposta.Isso significaqueeradada 

umarespostanoescuro,produzia-seo perfodo regulamentarde1uzeseocorresseuma 

nova respostaàbarrademudança estimulatöria,estarespostaeradadanovamenteno 

escuro.Oscasosem queisso nToocoreu sâb naFase2,VI30,sujeito2 eW 120, 

sujeito 4,em quehaviacercadetrêsrespostasparacadadoisperïodosdeluzacesa. 

MaisnùtivelénaFase4,W 30 o sujeito 3queemiteduas.respostasparacada perfodo 

deluzacesao quesignificaque50% dassuasrespostaseram emitidasnoescuro e50% 

no claro.Portanto,apenasmetade dasrespostasna barra demudançaestimulatöriq 

produz,defato,alglzmamudançae,portanto,akumainformalo. ' 

A Figura5mostraadistribuiçâb dereforçosduranteaFase2,rm termosda 

porcentagem dereforçosobtidosduranteapresenç'ado estfmulopelo sujeito.Conside-. 

rando-sequeapenasosujeito3 emitiu um némero derespostasdeobservaWo razoavelmentealto 

apenu osdadosdestesujeitos:o apresentados.Demanrirageral,amaior.ia 

dosreforçosfoiliberadanaausênciadosestfmulosproduzidospelarespostadeobservaçâo.Isso 

significgque o escuro,que poderia serconsiderado o estfm ulo presente 

duranteavigênciado esquema misto,estavasendo associa'do ao reforço ao longo das 

sessa se,portanto,estava se tornando S+.Ao mesmo tempo os estfmulosproduzidos 

pelarespostado sujeito - luzconstantee1uzpisca- setransformavnm,provavehnente 

em estfmulosneutrosou mesmo em S.PodemossuporqueseasFases2 e4 fossem 

prolongadas,o nfxmero derespostasdeobservaçâb diminuiria. 

. 

Finnlmente,aFigura6 apresentaafreqûdnciaderespostasdeobservaWonas 

15 t'ltimu sessöesdasFases2 e4,de acordocom osestfm'ulosproduzidos,parao 

sujeito 3.Naverdade,osujeito 3estâsendo apresentado aindadevido ao fato deter 

emitidollm afreqûénciaderespostasmaiore,portanto,salientarastenddnciasmostradasportodosossujeitos.Paratodosaocorência 

derespostadeobservaçâo foimaior 

no componentedemenordensidadedereforço.Outro aspectocomlxm ëa diferença 

maiorentre a freqûência de rispostasnosdois'componentesquandoestestêm llm a 

diferençam aiortambdm nadensidadedereforços.Isso podeservistopelaseparaçâo 

das cttrvasdasFases2 e 4. 

Embora ainvestigaçâb aindanâb estejaterminadaalgunspontospodem ser 

salientados. ' '

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Figura6-Respostasdeobservaçfodo sujeito 3(15liltimassesies).

47 

1Ọ )Ocorredefato,como seprevia,um aumento nafreqiznciadaqrespostas 

de observaçzo nas fases de misto em relaçâb âsde mëtiplo.Isso significa que as 

conseqûdnciasproduzidéspelarespostadeobservaWo,porḍefiniçfo,sâb reforçadores 

positivos. 

2 0. 

)Ao contrârio dasafirmaçöesdosteöricosdo reforçocondicionado a 

freqidnciadarespostadeobservaWofoisempremaiorno componentede menordensidadedereforço.Observe-seque,naFase4,estecomponenteeraextinçâb 

eo estfmulo 

queo sinalizava,pordefmiçâo eraum S-.AindaMsim ,aapresentaçfodesteestfmulo 

contingentementeaum aresposta om ranteproduziu !xm aumentonafreqûênciadessàresposta. 

3% Em relaçâk aocontroledeestfmulossobreodesempenhoem mtiltiplo, 

notamosque o sujeito 2 contrariaasafirmaçöesdaliteraturaporque'mostra bom 

controleporestfmulosnaFase3(I.D.porvoltade80*)eemite lmafreqûdnciabaixa 

derespostasdeobservaçâo naFase4. ' 

40)A ocorrdnciade'respostadeGobservaç:o'napresençada1. mostraque 

ocorrealglm outro controlealdm do controlepela conseqïidncia.Dealguma form a,no 

caso presente,o esquemademenordensidadedereforço pareceinduzrrespostasno 

msnipulando alternativo. 

Uma das fases ainda nâb realizadasprevê umareversïo na sinalizaçâb do 

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misto/mli 1tilo p emeparecequeosdadosproduzidosdevem serinteressantesj;que , 

1zm estfmulo sinalizadorde baixafreqiéncia de'reforço passarâanâb s'inal'izarnada 

e,se continuaraserproduzido,passar;asinalizaraltafreqûênciadereforço,fornecendo,aolongo 

do procesdo,um acompanlmmentodoproceso deextinçlo/aquisiçâo 

no desempenho dosratos. 

Estapesquisaconstituiumasfnteseco'mportamentalporqueestnmosm ando 

elementosdaanâlisedocomjortnmento(esiuemasmûltiplosemistoseprodulode 

conseqûdnciassensoriaissinalizadoras)para montarumasituaçâomaiscomplexae 

anélogaà do comportnmento hllmano que ëa debuscarinfonnaçöes.A montagem 

da sfntese vem m rmitindo lzmaavaliaçâo dapröpriapreparaçâo etem possibilitado 

descobrirasm ctosque n:o havinm sido detectadosna ano se.com o ainflu:nciado 

pröprio esquemadelinhadebasenadeterminalo dafreqû:ndadeocorrdnciada 

respostadeobservaçïo.Como lm!asfntese,represqntaum olharparaforadoprôprio 

esquema,lm aorientaçâo parao problema,sem perdero poderdeauliarapreparal o. 

Aindanamesmapersm ctiva,temosdoisprojetosdepesquisaquepretendem 

o estudo de comportamento controlado porregrasem nnimais.Vou descree -losrapidamenteereceio 

quesuperficialmente,jâquesetratade1!m a'ssunto no qualestou 

Kabando de chegar. 

O P rimeiro delesjâelaborado , ecom um exper'imento exploratörioerd'andamento 

sob responsabilidade daClaudiaMiranda'bolsista deIniciaçâb Cientffica,usa 

esquem asencadeadosFIeatrasodereforço com apresentaçfosinalizadado reforço .

48 

' 

A idéia bésica consiste em programartrdscomponentessucessivosdeFI,sinalizados 

porcoresdiferentesprojetadasno discoderesposta.O terceiro componentedseguido 

por1zm perfodo detimeeutdeduraçâo variâvelao ftm doqualo disco ëiluminado 

poruma dascoresassociadasa 11m doscomponentesde FIe o reforçoëliberado. 

Nossa expectativa situa-se em torno componente no q'uala taxa de respostas ser; 

maior:naquelemaispröximo do reforço,independentementedasinalizaçâoousepaquelecujo 

estfmulosinalizadorapareceasociadoaoreforço.Ou seja:vaiprevalecera 

imediaticidadedo reforço ou 1zm controlepelasinalizaçâo (ou pelaregra)deatribuiçâo 

de reforços? . 

Neste caso,estam os,supostamente montando no laboratörio uma situaçâo 

anélogaàqueocoreno comportamento humano quando umapesoaéreforçadahoje 

pelo comportamento adequado emitido ontem a esta contingdncia d claramente espe-' 

cifkada.Achoqueduma situaçâo maiscomplicadaqueadabuscadeinformaçöes,em 

termosde anélogo,porconta da novidade que o controle pela regra pareceserno contioledocomportnmento 

depombos.Masa demonstral o do controlepelaregra sobre 

o comportamento depombospoderia ser um passo em duasdireçöes:a da continuidadeentreserhum 

ano eanimaisedaidentificaçâo deaspectosnâo verbais,necessariamente,mas 

presentesno comportamento verbal. 

Exatamentenamesmadireçâo,tenhoum projeto quemepareceinteresante 

masque nïo elaboreiainda completnmente.Seriaa instalaçâo simultançamente de 

duasdiscriminaçöescondicionais,com estfmulosdiferentes,em 'xm mesmo sujeito, 

seguida da reversâo de umadelas.A varilvelmedidaseriao nflmero deescolhasde 

cadaestfmulo decomparaWo feito,em extinWo,naoutradiscriminaçâo condicional 

simultpneamenteinstalada.Emboraadireçfo srjaamesmadoexperimentoanterior, 

aquinâb h;1xm uso importantedeesquemasdereforçamento.Acho queestaëuma 

conseqûdncia daorientalo parao problema:o instrllmento usado deverâser,sempre, 

omaisadequado parao problemaquesepretendeestudareo controlesobreo com - 

portnmento do pesquisadorn:o ser;feiio pprnomesdeireas. . 

Terlho algum as outras pesquisas com esquemas em andnmento,que usam 

esquemasconcorrentesde reforçnm'ento.Sâo,basicnmente,orientadu para ateoria 

procurandodescrevera respostadealternaçfo em concW FIeVTVT eestratësasde 

escolhaem concVRVR com trdschavesderespostas.Osprimeirosresultadosdo conc 

VTVT vfo serrelatadosaqui(Miranda eMachado,1988);o concW FIestâaindamuito 

incipientee oconcVRVR aindanâofoiiniciado.Acho quenâo valeapenadetalhi-losmaisporquenâb 

hânovidadeem relaçâo ao conteûdo principaldaminha exposiçâo 

eporquenâo setrata,naverdade,do ponto maiscentraldomeu interesse,pelo 

m enosno m om ento. 

'

49 

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PSICOFARMACOS E O CONTROLE DO COMPO RTAM ENTO 

MARIA TERESA ARAUJO SILVA 

UniversidadedeSâo Paulo 

Nesta sinopse da palestra apresenta-se um ççpanoramn''atm lda Farmacologia 

Comportamental,lembrando primeiro ahkstöriadessaârea,especialmenteno quese 

refere ao trabalho de Peterœ ws,da Universidade deHarvard.œ wsderivotzda anflise 

experimentaldo comportamento a perspectiva de queo estudo de drogasque afetam 

o com portamento devepassarpelasvariâveisqueafetam esse mesmo comportnmento. 

A m arcea do trabalho deDewsë o estudo da interaçâo de drogascom o esquema de 

reforçodeumarespostaoperante(1,2)elevou âdefinilo deumanovadisciplina,a 

farmacologiacomportamental,eaoconceito deVtmecarkismodeaWo comportamental' 

conceito anllogo ao dafarmacolosatradicional. 

Curiosam ente,ospröpriostrabalhosdeDewsacabaram afastando ainvestiga- 

Wo do problemacentraldecomoo ambientepassado eatlnlinteragem com adroga. 

Na verdade,o estudo dà taxadependéncia correlacionava duasvariâveisdependentes,a 

taxacontrpleeataxapdsdroga.Com isso,asvariâveisindependentesquecontrolam 

o comportamento foram relegadasa um papel I secundlrio durante um longo pqrfodo, 

atë outrosdadoscomeprem a mostrar,denovo,que variiveis que controlnm a taxa 

podem interagirindependentementecom adroga.Geler(3)jâmostraraqueasbaixas 

taxasgeradaspela puniçâo sâb alteradasdiferencialmente por drogas,em comparaçâo 

com tausequivalentesgeradasporreforpdorpositivo.Tnmbëm Terace(4)salientara 

a importância da histöriadetreino,ao mostrar que a clorpromazina e a imipramina 

agem diferentementesobreadiscriminaWodependendodaformadeaprendizagem, 

com ou àem erros.Surgiram demonstraçöesde que o tipo de estfmulo reforp dor interagetambëm 

com adroga:o pentobarbitalallmentamaisocomportnmentosuprimido 

quando apuniçâodchoquedo quequandoa plmilo 6TO (5).Branch eGolub (6) 

mostraram queo efeito tau dependentesobreo FIeramelhorexplicadoem termoj 

de mudanysna pausa pös-reforç.o do quede m udançasnasta= slocaisem si. 

Atingida a compreensâo de que a tau dependéncia nâo 6 necessiria nem 

substituioutraanâlise,com aqualnâb ëincompatfvel(7,8),porvoltademeadosda 

ddcada de70 a farmacologia comportamentalsedesvinculou do compromisso com a 

tau dependdncia e se voltou para o estudo dasdrogascomo estfmulo discriminativo, 

trabalho marcado inicialmentepelacontribuiWo deOverton,equesemostrou fltilna 

clasificalodedrogas(9). 

' 

Com a explosâo do conhecimentosobrereceptoresçentraisnostm imosdez 

anos,o controle discriminativo pordrogasadquiriu statusde Eçteste farmacolögico'',ao 

51

52 

permitirinferdnciassobreom odo deaW odedrogasno receptor:seduasdrogaspossuem 

propriedadesdiscriminativas semelhantes deduzle que d porque se ligam ao 

mesmo receptor.Hâ outrasâreas,contudo,em que a ano se do mecanismo comportamenta 

1daaçâo dedrogasëaénfaseprincipale , oobjetivodverificarsevariâveiscomo 

privalo,tipo de estfmulo discriminativo,tipo deestfm ulo reforp dor,histöriade 

condicionamento,etc,interagem diferencialmentepara produzirdeterminado efeito. 

Destacam-se alguns exemplosde quesevem fazendo atualmente nessa perspectiva, 

investigando:a)omodelodaauto-administraWo,em queadrogasetornae1amesma 

umavariâvelcomportamental,naqmlidadedeestfmulo reforçador(10);b)omecarlismo 

datolerância,outro aspecto fundamentaldaaçâo dedrogasdeabuso (13,14, 

15),comosevénostrabalhosdeSiegel(11,12),mostrandoaimportânciadocondicionamento 

clissico natolerânciaâmorfinaeao Jlcool;c)arelalo entrèefeitoda 

dzogaenaturezadoreforpdor(16,17).,d)interal esfinasentredrogaseestfmulos 

discriminativos(18). 

Trateide aspectosda farmacologia comportamentalem que seestuda como 

a droga interage com variâveisque normalmente afetam o comportamento,ecomo se 

torna e1a pröpria uma variâvelcom portamental , com o S D ou Szâ . Nâo quero deixarde 

mencionàr,depassagem ,quehâumaoutrafacetadapsicofarmacologiaqueinteressa 

muito aospsicölogos,natradil o deNealMilereJeffrey Gray:o usodadrogacomo 

IIm instrumento para esclarecerquestöescomportamentais.Porexemplo,hâ a proposta 

de 1zm modelo animalde comunical o interpe'ssoalde estadoiinternos,usando 

drogasparageraressesestadosprivados(19). 

Esse experimentp sobre ççestados internos''nosleva ao tm im o ponto que 

queriadiscutir,o estudo dacriaWodemodelosem p'sicofarmacologia.A ciénciaexperimentalprecisa 

de m odelosquereproduzam,em laboratörio,fenômenoscomplexos 

de relevância fora do laboratörio,e essa é uma Jrea quea anâlise experimentaldo 

comportamento poderiaimpulsionar(20,21,22). 

Em sfntese,o que se depreendedeste rdpido panornma é que o desenvolvimento 

da farmacologia comportamentaltim sido maislento do quese prenunciara,e 

que,poriso mesmo,seu potencialainda nâb foitotalmenterevelado (23,24). 

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53 

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ANA LISE DO COMPORTAMENTO:CONTROLE AVERSIVO 

E ESQU IVA 

ELENICE A.DE MORAESFERW RI 

UniversidadeEstadualdeCampinas 

' 

Naan/lisedo comportnmento um objetivo pHmordialëadescriçâb eficiente 

dainteraçâo entre comportamento e eventosnmbientais.Nessa interaçâo a:nfaseé 

colocadano lado smbiental,buscando pzincfpiosquepossam'sertraduzidosdiretamenteem 

procedimentosqueproduzam padröesregularesefidedignosdecomportamentos 

(Ferrari,1887;Hineline,1984).Essetipo deesforço teörico-metodolösco tem sido 

efkiente na identificaçâb de 1Im grande nfxmero de princfpios.Asrelaçöesrespostasconseqûdnciasconstituem 

lzmacategoria fundnmentaldessespdncfpiosepermitem a 

definiçâo de comportamento operante porm eio deprocessosde reforçamento epuniçâo.A 

outracategoria quetambdm ocupaum lugarprioritlio daquedefinecom - 

portamento em termosdeseuseventosimediatamenteantecedentes,caracterizando o 

com portamento respondente por meio derelaçöesestfmulo-respostase associaçöes 

estfmulo-estfmulo.Ambasascategoriasdeprincfpioscomportamentaistem sido verificadasediscutidasnoâmbito 

dasinteraçöescomportmnento-ambientequedefmem os 

diferentestiposdecontroledocomportamento.Dessemodo,tem sido possfvelidentifiaressesprinc'fpioscomportamentaisem 

c 

diferentestiposde interaçöese , a partir 

dafanalisarasuafunçâb em contextosdecontroleporeventosapetitivosou aversivos. 

Na realidade,desdeThorndike(1911)tem sido enfatizada aexistênciade 

diferentestiposderelaçöesentrecomportamentosenmbiente,dnfasequeconstituias 

basejda diferenciaçâo entre controle positivo ou apetitivo e controle negativo ou 

. ' '. . . .< .r :. .aqk. .2 . 

aversivo.O enunciadooriginaldaIzido Efeito deThorndike(1911)propunhadois 

tiposbâsicosdé efeitos-satisfaçâb ou recompensaedesconfortoou puniçâb -e,ao mesmo 

tempo,doistiposdeprocessoscomportamentaiscorrelacionadoscom essesefeitos-arepetiçâo 

ou fortalecimento ea nâb repetiçâb ou enfraquecimento deItma resposta.Emboran 

orndiketenharevisto asuaformtlaçâb e,praticnmente,tiveserejeitado 

a1eido efeito negativo,aindacontinuou mantendo essa distinçâo.Namedidaem 

que e1econsideravaqueosefeitosdesagradfveiseram menoseficazesnamodificaçâb 

' de comportamentos,colocava,iinplicitamente,que essesefeitosersm diferentesdaquelesenglobadosna1eido 

efeitopositivo.Desdeentxo,sob o ponto devistaconceitual,aireadeanélisecomportam 

entaldo controle>versivo tem sido definidaem termosdeplmiwo 

e dereforçnmento negativo.Tradicionnlmente,essa érea tem sido 

caracterizadaporprocedimentosprôprios,fenômenospröprioseinterm etaçöespröprias(Hineline,1984). 

'

56 

De1lm modo bastantegeral,podç-secolocarqueosfenômenosquecaracterizmm 

a érea de controle aversivo podem serdescrito'sporrelaçöesentreo comportamentoeum 

aclasseespecialdeeventos.Sâoessasrelaçôesquepossibilitam adefiniçâo 

dessesestfmuloscomo aversivos.Um tipp drrelaçâo entre comportamento e ambien- 

. . '?' 

' 

te,que define o estfmulù como avers ivo , éa que determina que uma resposta é fortale- 

ddaqmndo tem comoconseqïidnciaaposposiçâo,rèduWo ou prevenlo dealgum 

evento ou eventos.O aumento na ocorrdncia da probabilidade futura dessa resposta 

identifica1xm processo dereforçamento negativo.Osestfmuloscujaposposiçâo,reduçâo 

ou atraso é contingente a emissâb d'a resposta , sâb denominadosestfmulosaversivoseatlum 

como reforçadofesnegativos;asfespostassâb classificadascorho respostas 

deesquiva(Herrnstein,1969;Hineline,1984*,Schoenfeld,1969',Skinner,1953). 

Esquiva constitui1Im dosfenômenosque tem sido nmplamente estudado no 

controle aversivo do comportnmento e é sobre essefenômeno que focalizaremosa 

presente anélise.No presente trabalho pretende-se identificaroscontextos em queas 

duascategoriasdeprincfpiosderelaçöescom portamento-ambientetem sido verilk a- 

dase discutidasno âmbito dessa érea de controle aversivo.Para isso abordaremosald 

asques töesque,em nosso entender,tem caracierizado o desenvolvimentodos 

gltmas 

' 

es tudosde esquiva. 

' 

1.Interalo operante-aspondente: 

A.A teoria de doisfatoresem esquiva 

O problema da interaçâo entre asduascategoriasde princfpioscomportamentais,instrumentale 

reflexo ou operante e respondente,constituina realidade tun töpicoquetem 

sidocentralem todaahistöribdo estudodeepquiva.Essaquestâoexpressou 

è? un damen 

tou todaadisctlssâo datéoriadosdöisfatoresou'doisprocesosem 

èoderfamoscontaresahistöriadizendo'tera lmavezuniruso chamado 

Ivan Petrovich Pavlov,que trabalhava incàn'savelmentenum grahdeefamoso labora- 

' 

tôrio... 

:: 

Porëm,esaéumalongahistöriaquejéfoicontadamuitasvezesan ' 

teseque 

teve'umaexœlenteversâb r'tla'tadaporHèrnstein (1969).Impoitanteéasirialar,no 

momento,queapartirdacontribui/ooriginaldePavloymuitosoutrosmsquisadores 

' ' ' 

seénvolveram na busca d6sfatoresenvolvidosno contro 1e emudançasadaptativasdo 

' 

' 

. . . ' . 

' 

comporiamento.Quasequeao mesmotempo em qliePgvlovdescreviaoreflexo condicionàdo 

a partirdosestudosde salivaçâo no câo,Bekterev descrevia o condicionamentomotorapartirdaanâlisedarespostadeflexab 

daperna,tambdm em czes.O procedimento 

desenvolvido poréekterev,como ëassinalado por'tlernstein (1969),permitia 

a anâlisede duasfunçöespara a resposta de flexâb da perna nllma situaçâb im que 

o choque elétrico na pata era pareado com llm estfmulo neutro: poderia seruma

57 

' 

resposta defuga,seterminaseochoquetâo logo e1eocorese,ou umarespostade 

esquiva,seocoirendofrenteaoestfmulo neutroimpedissea apresentaWo do choque. 

Foram taisprocedimentosquepraticamenteintroduzirnm o estudo decom - 

porfnmentosidentificadoscomo deesquiva,equeclazamentetinham efeitossobre o 

smbiente,m as que eram discutidosbasicamenteem termosde associaçöesdo tipo 

descdta porPavlov,ou Kja,estfmuloestfmulo.Como afirma Hernstein (1969),a 

ambiguidadeexistenteno procedimento bâsicoresultou mlmacomplicaçâb correspondente 

na explicaçâo de esquiva,colocando a noçâb decontiguidade como central. 

A partirdadëcadadetrinta,m uitosexperimentospassazam aserrealizadosna tentativaderesolveressa 

ambiguidade.Schlosberg(1934)fez1lm experimepto em quepela 

primeira vez osdois procedimentos- fuga e esquiva - foram programadose analisadosem 

separado.Com apublicalo do trabalho deBrogden,Lpman & Culer(1938), 

o estudo de esquiva passou à serconsiderado como ltma irea de investigaçâo e nâo 

mais como ltma variante do condicionamento reflexo.Em seguida,os trabalhos de 

Mowrerviernm atrazermaisrermnmento metodolögico,nâo somentepel% anl ses 

dosparâmetrostemporaisenvolvidosno pareamentodosestfm ulos,maspelaanélise 

precisa da contingéncia'de fuga . Issoresultou m lmamudança anfvelconceitualena 

formulaçâb da teoria dos dois fatoresem ejquiva,queexplica a aprendizagem de 

esqtlivacomo resultado daoperwâb derelaçöesresjostas-conseqûdnciasasquaisse 

sobrepöem relaçGesestfmulo-estfmulo.Ou seja,numa simaçâo deaprendizagem na 

caixa de condicionamento com 'dois compartimentosy'a resposta'de correrde um 

compartimento para outro era aprendida inicialmente corio resultadu da contingência 

de fuga,eniqueerafortalecidapelotdrmino do choque.Posteriormente,devido aos 

mecanismospavloviahos envolvidosna associaçfo do choque com o estfmulo coàdicionado,arespostap%sqvaa 

jeremitidanapresenp desse estfmulo eantesdo choque. 

De acordo com Mowrer,aresposta de esquiva era mantida como fugado estfmlzlo 

condicionado qttese.tornavaprovocadordeansiedade.., . . . . 

' ' ' 

Assim ,passou-se a considerarmaisclarnmente queejquiva nâb era resultante 

exclusivnmente de processos de condicionamento reflexo,mas que envolvia llma 

interaWo entredoistiposdeprocessos.Porëm,foiaintroduç:o deum outro pröcedilento 

de esquiva- a esquivanâb sinalizadadeSidman - quepermitiu zxma maior 

precisâo na progrnmaçâb dascontingénciasrespostas-conseqûênci% ,na medida em que 

nâb utilizava aestruttlra domëtodo de Pavlovcom tentativa definidaspelaapresenta- 

Wo deestfmuloscondicionadoeincondicionado.Mas,mesmo asim a interaçfo entre 

osdoistiposdecondicionamento foiutilizadaparaadisclxssâb dosresultados,nafmedidaem 

queSidman (1953)consideravaquenumasituaçâodeesquiva,qualquercoisa 

queo animalfizesse,com exceçâo darespostadepressâb àbarra,erapareadacom o 

choqueelétrico.Dessemodo,porcondidonamentopavloviano,essescomportamentos 

adquiriam aspropriedadesaversivasdo choque.Observa-sea manutenWo deargu-

58 

mentosenvolvendo a participaçZo dedoisfatores,mesmonaauséncigdeassociaçâo 

progrnmadaentredoiseventosambientais. 

. . A teoriadosdoisfgtoresem esquivamanteve-senasanélisesecolocaçöesde 

muitosoutrospesquisadores(porex.Anger,1963;Gray,1975).Somentedadosde 

experim entosmaisrecentes,que demonstraram a manutençfo de esquiva $em reduçâo 

da freqi:nciadechoques(Hineline,1966)équevieram fornecereviddnciasmaispoderosascontraaatuwâb 

conjuntaenecesssriadosdoisi'atores.. 

B.Respostaseliciad'nqm lo choqueelztricoea respostadeesquiva 

A interaçâo operante-respondente em esquiva tem sido também analisada em 

relaçâo ao problemadaincom patibilidadederespostaseliciadaspelo choqueeldtrico e 

arespostaselecionadacomo respostadeesquiva.Pesquisasnaâreadecontroleaversivo 

tem mostrado queaapresentaçâb dechoquesetëtricos'podem causaraumentona freqûénciaderespostas.Em 

algllmassituaçdestem sidosugerido umafunçâodeagressividadeparao 

aumento derespostasobservado imediatamenteapösaexposiçâodoorgalismoa 

choqueseldtricos(porex.,Ulrich,Hutchinson & Azrin,1965;Hake&Campbel,1972). 

, , 

Na medida em que existellma alta correlaçâo entre uma determinada classe 

de respostase llma cl%sede eventosantecedentesg possfvelsuporlzma relaçâo do tipo 

estfmulo-resposta e uma ftmçâo eliciadora para a classe de estfmulos.A anzise se complica 

quando essasrelaçöessâo'incondicionadase se sobrepöem asrelaçöesdo tipo 

respostas-conseqtzncias.Assim ,ënecessârio que se garantnm procedimentosese selecionem 

respostasqueexclunm aposibilidadedequeo comportnmento observado seja 

uma merareaçâo ao evento aversivo (Church &Getty,1972). 

Esse problem a tem sido muitas.vezeslevantado e discutido na literatura da 

ireadeesquiva.Q lando sâoanalisadosospadröesderespostasdeanimaisdediferentesespdcies,tais 

como ratos,macacose pombos,em situaçöesde esquiva nâo sinalizada,verifica-se 

aexistência dedoispadrôesde'esquiva:1xm responderprd-choque,em 

que a'resposta antecipa-se ou ocorre antesdo choque , e Itm responderpös-choque, 

em que o animalsö responde apös.a ocorrência de,pelo menos1lm choque elëtrico 

(Boren,1961;Elen & Wilson,1964;Ferrari& Todorov,1980;Sidman,1962).De 

acordo com Sidman (1966),amaiorpartedossnimaispasam mlafasedeJesponder 

p ö s-c hoq 

ueantesdedrsenvolverumae'squivamaiseficaz ,ou seja,1m responderantis 

do choque.Contudo,para muitos'anim aisessed o fmico padrâo de esquivaqûese 

observa durante todo o treino,em diferentesfasesexperimentais(Ferari,1987; 

Ferrad & Todorov,1980). . ' 

A anâlise dessesdiferentespadröes deesquivatem gerado iferentesinterpretaçöes(Boren,19à1).Umadasinterpretaçöesmaisfrequenteséqueoresponder 

pös-choque na realidade constituiria 1lm padrzo de respostaselidado pelo choque

59 

equenâbestariasob controledascon'tingJnciasomrantesem vigor(Pear,Moody & 

Persinger,1972).Apesar.disso,poucaspesquisastem sepreocupado com o esclarecimento 

dosfatorescontroladoresdessesdoispadröesdeesquiva.Recentemente,Shimai 

& Imada(1982)apreàentaram dadosindicando controleoperantedasrespostaspôschoque.Isso 

foiobservado numa situaçâo em que osintervaloschoque-choque e resposta-choque 

foram mnnipuladosindependente e diferencialmenteem relaçâo arespostas 

que ocorripm pré ou pös-choque.Contudo,como ospröpriosautoresafirm 

am ,nâo épossfvelconcluirsobre a questâo dascomplex% interaçöesde controle 

om rante erespondente nospadröes de esquiva nâo sinalizada.Essa é uma questâo que 

nindaest;abertaainvestigaçâo ediscussâo. 

Osproblemaslevantaddspelasobreposiç:oderespondereliciado pelo choque 

e o comportamento de esquiva,e a consequente interaçâo decontrolesoperanteerespondente 

na situaçâo de esquiva,podem ainda seranalisados nlzm outro contexto. 

. Trata-seaquidasdiscussöesenvolvidasnaquestâb daanélisedo papeldasvariveisftlogenzticasnaaprendizagem.Boles(1970)arglxmentou 

queospadröesquetem nma 

alta probabilidade deocorrdnda em situaçGesde estim ulaçâo aversiva,mas que aparentemente 

nâo sâb diretamente atribufveisareforçamento,constituem padröesdeorigem 

filogendtica e sâo especfficosda espécie.Essespadröes ë que realmentepermitiriam 

aanzisedo com portnmentodeesquivanasdiferentesespéciesànimais.Alëm do 

mais,respostasquenâofizessem partedo repertörio dedefesadaespécieserinm pouco 

sensfveisao controledecontingénciasdereforçnmento negativo. 

EmboraaanilisedeBollestenha sidoimportante* suscitado um grandenflmerode 

disclzssöes,considera-sequea interaçâo entrevarifveisfilogenëticase ontogenëticasdeveseranalisadasob 

o prismadaincompatibilidadeentreasrespostaseliciadas 

pelo estfmulo aversivo e a resposta reforçada negativamente.Dadosde um experimentodenoso 

laboratörio (Ferari,1987),em queforam programadascontingdnciasde 

razâo-fixa para a resposta de bicaro disco em situaçfo de esquiva nâb sinalizada de 

choqueselétricos,indicaram que ostréspombosapresentaram aumentoou diminuiçâo 

derespostascorrelacionad% com ovalorderazâo-fixaprogram ada.Contudo,apenas1lm 

pombo apresentou responderpré-choque eproporçöeselevadasderespost% 

porchoquerecebido.Osdoisoutrospombostivernm responderpös-choqueepropor- 

Wesrespostas/choqueaoredor j e1y0.Taisdadospoderiam sugerirum padrâo de 

respostaspös-chdqueem quecadachoquefoseseguidoporumaresposta.Porëm,o 

registro clzmulativo de respostasmostrava claramente a ocorr:ncia deseqû:nciasde 

choquesque ernm seguidasporseqiidnciasderespostas.M aisainda,observou-seque 

qlmndo fornm progrnm adosvaloresmaiselevadosderazâo-fixa ocorrernm seqûdncias 

ripidasderespostaspös-choque,em formadejorrosde respostas,proporcionalmente 

m aiores.Essedado sugeria,assim,queuma interpretaçfo simplesmenteem termosde 

padrïo derespostaseliciadosm lo choquenïoseria adequada paraessepadrâo de'esquiva.Na 

busca de interm etaçöes adequadu para os dados enfatizou-se o papel

disruptivo do choque na seqûéncia de comportamentosenvolvidosna aproximaçâo 

de e no bicar o disco.Pormeio de observaçâo direta do comportamento dospombos 

duranteassessöesexperimentaisfoipossfvelverquerespostascomo aproximar-sedo 

paineldo disco,esticaro pescoço eaorientaçâo do bicoecabeçanadireçâodo disco 

eram interrompidaspela ocorr:ncia do choque e segùidasporrespostascomo empinar 

o corpo,balançarcabeça e baterasas.Neste sentido,os dadosforam interpretadoscom 

o indicativosde zlma interaçâo entrevariâveisflogendticase ontogen/ticasna situa- 

Wo deesquivaediretamenterelacionadoscom o problemadeincompatibilidadeentre 

as reaçöes especfficas da espëcie ao choque elëtrico e a resposta de bicar o disco 

(Smith,Gustavson & Gregor,1972).Nestesentido,parao esclarecimento dasrelaçœs 

entre respostaseliciadas pelo choque elétrico e esquiva,seria tambdm importanteconsiderar 

osefeitosda intensidade do choque elétrico na aquisiçâo e manutençâo de esqtlivatsouza,Moraes& 

Todorov,1184)eosmodospelosquaiscontrolam taisreaçöes 

eliciadas. 

2.Reforp mento negaEvo e esquiva 

A.A freqœnc'iadeestimulaWo aversivaea quatâo do queéreforçador. 

O fato de que esquiva se refere a comportamentosque resultam na nâo ocorr:ncia 

de eventosfez com que,desde os estudosiniciais,houvesse llma consideraçâo . 

do problema do reforçamento em esquiva como constituindo um caso bastante peculiare,atémesmo 

1xm problemateöricoespecial.Isto sedevebasicnmente aofato de 

que na m aiorpartedassituaçöesde condicionamento operante oseventosmanipulados 

sâb apresentados dentro de uma relaçâb de contiguidade com o comportamento em 

estudo.No caso de esquiva,contudo,o comportamento impede a ocorrdncia de um 

evento qurnâb estâpresentee,assim ,impedeacontiguidadeentreocomportnmento 

eeseevento (Hineline,1981.).Isso explicao papelde lma teoriacomo aquelaquedominou 

atëaddcadade60,ou seja,ateoria'dedoisfatores.Deacordocom esapostura,a 

questâb do reforçamento era tratada como interaçâbḍedoisprocessos,em quea 

fuga de estfmulosaversivoscondicionadosfornecia o elemento de contiguidadeecontingdnciaentreosdoisiermôsdarelaçâo,ouseja,respostaenâb 

ocoréncia deeventos 

nmbientais. ' , 

O estudo do reforçamento pegativoperrnitiu quegradualmentefossem acrescentadosnovosdadosefossem 

identificadoselementosimportantesnasrelw öesentre 

comportamento eestfmulosaversivos.Uma'dascontribuiçöesbâsicasnessesentido foi 

adoestudo deSidman (1962)mlmasituaçâo deesquemasconèorrentesdeesquiva nâb 

sinalizada.Apöso estabelecimento do responderconcorrente no esquema bâsico,Sidman 

manipulou asduraçöesdointervalo resposta-choque,estabelecendo condiçöesem 

queaduraçâb,em ambososcomponentes,variavade20.0 a60.0 s.De11m modo geral

61 

foiverificado queosratostendiqm a pressionarm aisfrequenteménteabarra assodada 

com osintervalosmaiscurtos.Estesdadosfornm interpretadoskomo eviddncia deque 

aredulè nadensidadetotaldechoqueseraa variâvelimportantepara o reforçamento 

deesquiva.Um outroestudo queabordou esseproblema foio deHem lstein & lhneline 

(1966)em queafreqïi:nciadechoquesfoimimipuladapormeio deum procedimento 

quealteravaa:stribuiçâo mlma àaseprobabilfstica,eliminando asregularidadesdo 

procedimento deesquiva nâb sinalizada.O nnimalpoderiareceberchoquesdeacordo 

com duassequénciasprobabilfsticasdiferentes.Oschoquespossuinm probabilidade 

constanteem cada seqfidncia,masocorrinm irregularmente,dç acordo com o comportnmento 

do anim al:respostasmudavam o controleda distribuiçâo do choquedt 

um aseqûdndaparaoutra,produzindo alteraçœ sparaumam aiorou menordktribui- 

Wo dechoques.Asrespostasapenasreduzinm aprobabilidadedeocorênciadoschoques,porëm 

nâb pospllnbam ou eliminavam aocorrdnciadechoquesisolados,podendo 

servirtunlmente seguida por1xm choque.Esse procedimento foiefidenteparaa 

aquisiçâo em anutençâb darespostade pressâb àbarra.Outrosestudosconfirmaram a 

reduçâb nafreqûdnciade choqueselëtricoscomo uma variiyelflzpdsmentalpara o 

reforçamento derespostasem situaçâb deesquiva(deViliers,1974;Ferari& Todorov,. 

1980;togui& deViliers,1978). . . . 

Umainvestigaçâo que apresentou novascomplexidadesparaaanâlisedoreforçamento 

negativo em esquiva foiademonstraçâo,porHineline(1970),dequefreqûénciasestâveisdepressâoàbarraforam 

adquirid% emantidasporratosem um procedimento 

em queasrespostasposplmham choquessem,contudo,alterarafreqûdncia 

totalde choques.O procedimento era baseado em dclosde 20 s.Se o rato nâo pressionasseabara,um 

choqueeraliberadonooitavosegundodocicio,eabarraerarecolhidano 

décimp sçgundo;serespondesseantesdos8s,abarraerarecolhidaimediatamenteeo 

choqueeraliberado somentenoddcimoeitavo segtmdo do ciclo.Contudo, 

nlxm segundo experimento,quando aocorr:nciadarespostaresulhvamtm aumento 

nafreqïidnciatotal'dechoques,o respondernâb foimantido.A disparidadeentreos 

doisexm rimentosna realidadelevaram àconsideraçâo do atraso ou intervalo temporalentre 

resposta e choquecomo 1xm fatorimportantee que,pelo menosem' Zgumas 

situaçöes,deveria serconsiderado em separado do fatorfreqûdnciadechoque.Essa 

.distinçâo sugeriu o isolamento eaaniliqeem separado deduasvariâveisquesâo noimalmenteconfundidasem 

procedimentostradicionais(Hineline',1981).' 

B.A ampliaWo do contexto dennxli- dnqrelaçôesentreeventoscomportnmentaise 

aversivos 

No finaldadiscussïo deseu trabalho de 1970,Hinelineafirmavaque ta distinçâo 

entre aposposiçâo de choquesporperfodosdetempo curtosemudançasna 

freqûénciatotaldechoqueséparte delzmaquestâo maisgeral,referentea'lmaantiga

62 

preferdnciaporllma explicaçâo do comportnmentoem termosdesuasconseqûdncias 

imediat%...Em contraste,poucosexm rimentadorestem argumentado queo responderem 

esquivaë mantido diretnmente porseusefeitosalongo prazo , a om ilsâb ou 

reduçâo da estimulaçfo aversiva primlria(p.267).Taisconsideraçöesnarealidade 

parecem tersido o ponto departidade11m cnminbo em direçâb aumaquestâo mais 

geralreferente Sçaosprincfpios pelosquais e asescalas nasquaisoseventossâb integradosnotempo 

paraefetivamentecontrolarem o comportnmento'(Hineline,1984). 

A noçâb dessaescaladeanàlisedarelaçâb temporalentre comportamentoe 

eventosaversivostem permitidoaampliaçâo do conceitodeeventoscomportamentais 

enmbientaisenvolvidosem situaç6esdecontroleaversivo.lstotem serefletido numa 

abordagem maismolardoquerenlmentesejaesthnulaçâo aversiva,em queocomportamento 

éanalisado em suasinteraçöescom situaçôesm aiscomplexas,definidascomo 

transiçiesentrediferentestiposdesituaçöescomportnmentais,enâb apenascomofun- 

Wo deeventosdiscretostaiscomo aoconfnciaou aposposiçâo dechoqueselétricos. 

Neste contexto,considera-se interessM te a anâlise realizada porHackenberg 

& Hineline(1987)ondeseinvestigou a funçâo aversivadaprogramaçâo desesöesde 

esquivanâb sinalizada,antesou depoisdesessôesreforçamento positivo em esquemas 

deintervalo-fixo.Para todosossujeitosfoiobservado um decréscimo no responderem 

esquemadeintervalo-fixo,plincipnlmenteparaosanimaisquetinham asessâb deesquivaapösasessïo 

com refore mento positivo.O principalresultado foiademonstra- 

Wo deque o comportamento mantido porreforçamento positivoëdesorganizado 

quando seguem ou precedem sessöesdeesquivaefoiimportantenosentido depermitira 

dismlmuo dasensibilidade econtingênciasaversivasntmasituaçâo comportamentalmaisnmpla.Nesta 

condiçâo o eyento aversivoëdado portoda llmasituaçâo 

quepodefuncionarou nâo como conseqûdnciadeuma outrasituaçâocomportamental.Desa 

formaentraem jogo tnmbdm apröpria noçâodetransiçâo entreassituaçöes 

comportamentaisedoseventosqueaju'dnm aidentificaroslimitesentreessassituaçöes. 

Eviddndasdessetipo levaram Hineline(1984)areanalisareampliaraconceitlzaçâo 

dereforçamento negativo de acordo com o conceito deaversividaderelativade 

situaçöescomportamentais:ççReforçmnentonegativo deveserentendido em termosde 

transiçöesentresituaçöesbem com o pela posposiçâo ou prevençâb deeventosdentro 

de lzma situaçâo.Em alguns casos , ta1situaçâo é definida porum estfmulo aversivo 

continuamente presente nessa situaçâo;em outroscasos,assituaçöesser:o parcialmentedefmidasporestfmulosdelineadoresadicionaiseporcontkngdnciasoperantes 

queatuam apenasdlzranteasituaçâb'(p.505). ' 

3.Controle do comportamento,controle aversivp e esquiva:existem perspedivasde 

avanços? 

A consideraçâo dospontosabordadosem nossaanélisem rmitea afirmaçâo

63 

deque,sem dflvidaaireadeesquivatem sido caractedzadapor1m conjtmto produtivo 

depesquisu ,na m edida em quetem gerado I:m corpo dedadoshnportantespaza o 

enten di men to deproblemasenvolvidosnasrelaçöescomportamento-estimulaçâo aver- 

siva.0 delineamento eutilizaçâo deprocedimentosmaisrefinadostem permitido Itma 

smpliaçâona descriçâo dasrelaWesfunciopaisedo ntimero devariâveiscontroladoras. 

Um resultado imediatodessedesenvolvimentocientfficoëaidentificw âo m aisprecisa 

ecompletadosfatoreseprocessosquecaracterizam essetipo deinteraçâo.Umaquestâo 

quepode serlevantadanessecontextoësobreamedidaem queessesresultados 

sâb suficientesparaaexplicaçâo eentendimento completo dosfenômenosenvolvidos 

nltm qm dro conceitualmaisamplo.No caso de esquiva,abordagensdo tipo proposta 

porHineline(1984)parecem abrircnmirlhosno sentidodeumaintegraçâo maiore 

produtiva dasrelaç6esenvolvidasem situaçöescomportpmentaisaversivas.Contudo, 

mesmo assim aindaparecem permanecerresqufciosdo aspecto quesemprecolocou 

esquivacomo um casoespedal,ou seja,o fatordeantecipaçâo deeventosedeestratzgiaspossfveispara 

evitara ocorrência ou diminuira aversidade dassituaçöes.Com o o 

pröprio conceito deantecipw âo envolveinteraçöesquenâo sâo diretamente observâveis,carregaimplfcito 

1lm espaço para anâlisesconceituais.Apesardeconstituirum 

campo propfcio paraanflisesteöricas,o estudo do comportamento deesquivanâb deveconstituir1zm 

casoisolado naanélisedo comportamento.Todo o desenvolvimento 

dessa irea de anâlise do comportamento indica com mlzita propriedade queesquiva 

podeser analisada em relaçâo aosmesmosprincfpiosgeraisque descrevem asrelaçöes 

côm portamento-conseqûdncias,como ém uito bem demonstrado m losavançosmais 

recentesnaan#isedesituaçöesmaiscomplexas. 

f interesante ninda lembrarque um outroaspectoque contribueparaa 

complexidade das anâlisesem esquivaë apröprianatlzreza dosestfmulosaversivos 

quesâb,naturalmente,eliciadorespotentesderespostasviscerail,glandulares,esquelëticasecardfacas.Issocolocaproblçm 

asespeciaideanecessidadedeseleçâomaiscuidadosadeclasesdeestfmulosedosparâmetrosutilizados(verporex.,Souza,Moraes& 

Todorov,1984).Neste sentido,tnmbëm,o conceitodeaversividaderelativa desituaçöescomportamentais,confonneproposto 

porHineline(1984),apresentapossibilidadesinteressantesparao 

desenvolvimento futuro da érea. 

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COMPORTAMENTO INDUZIDO POR CONTINGENCIXS 

LINCOLN DA SILVA GN ENES 

UniversidadedeBraslia 

Primeiramentegostariadefazerumasugesiâoparao Jûlio,parao pröximo 

' 

uor k s/l/ p . 

Ao invësdesimplesmenteAvançosRecentesem AnziseExperimentaldo 

Comportamento,deverfamosintroduzirum outrdtermo notftulo.AvançosRecentes 

eou Retrocessosem AnziseExperimentaldo Comportamento.A definiçâb seo que 

vem sendo feitoou deixado deserfeitoem cadasub-leadaAnziseExperimentaldo 

Comportamento éum avanço ou retrocesso,estssob o controle deaudidnciasespecfficas.O 

que pode serconsiderado avanço parauns,podeserconsiderado retrocesso 

paraoutros,eviceversa,eissoparecetersido partedenossahistöria. 

O tftulo destaminhaapresentaçâo JComportamentosInduzidosporEsquemasdeReforçamento.Um 

tftulo do qualj;mearependi,masdepolsveremosporque. 

Quando certospadröesdecomportamento ocorrem duranteesquemasdereforçamento 

especftkoseaapresentaçâo dosreforçadoresécontingenteaessescomportamentos,elespodem 

serdefinidoscomo compoytnmentostçgovernadospelo esquec 

ma'' ou operantes.Entretanto,outrospadröesdecomportamentopodem ocorrer,qu8 

sâo tambëm especfficos aos esquemas,mas reforçamento n:o ë de nenhmn modo 

contingenteaeles,nem sâo essescomportamentososoperantessob investigaçâo.Tais 

comportamentostem sido designadoscomo çadjuntivos'(istoë,ao esquema),ou 

tçinduzidospelo esquema'(como oposto degovernado pelo esquema). 

Polidipsiaéoexemplo maisconhecido dessetipodecomportamento.Entretanto 

aldm de polidipsia outroscomportamentostêm sidoinduzidosporesquemu 

de reforçamento.Entreelesencontramosconsumo de âlcooletl-lico,lambedura de 

jatosdear,usodarodadeatividades,edefecaçJo,porratos;mastigaçâo eingestâo de 

raspademadeira,porm acacoseratos;fugaeataque,porpombos;eainda,com algu- 

J 

:'masressalvas,beber,com er,caminhar,fumareatividadesdeasseio,porhumanos..0 

que maischam ou aten'çâb sobre essestiposdecomportamento,foiofato delesnâo 

poderem serexplicadosem termosdeoperanteserespondentes,alëm deuma generalidadebastante 

grande,entre comportamentose entreespëcies.Dado que essescomportamentosnâo 

puderam seralocadosdentro dasclassesdecomportamento operante 

ou comportamento respondente,uma nova cl%se decomportamentos,compörtamentosadjuntivos,foiproposta.E 

jtmto com esaclase,caracterfstic% foram propostas, 

àsquaisoscomportamentosdeveriam satisfazerparapertenceraesaclase.Virlos 

autoresestâo de acordo que,dentreessascaracterfsticas,essescomportamentossâo 

de Pendentes a esquemasintennitentes de reforçamento,obedecendo aindaa uma 

67

68 

funçâb bitônicaentre ointervalo entrereforçamentoeataxadessescomportamentos . 

Vlriostrabalhost:m demonstrado quemuitosdoscomportamentosadjuntivosocorrem 

qlmndodetprminadosestfm ulos,geralmentecomida , sâo apresentadosintermitentemente,porëm 

sem nenhumarelaçâb deconting:nciacom qualquercomportnmento 

emitido pelosujeito.Umavezqueesquemadereforçamento implicanumarelaçâo de 

contingência e algunsesquemasdereforçamento nïo induzem taiscomportlmentos , ' 

talveza designaçâo 'Yomportamento induzido poresquemadereforçamento''deva 

ser substitufdo por :tcomportamentd induzido pela apresentaçâb intermitente de 

estfmulos'',ou simplesmentedevamosutilizarsomenteadesignaçâb :'comportamento 

adjuntivo'.Apesarde algunscomportamentosadjuntivos,principalmenteataquee 

fuga,serem induzidos por apresentaçöes intermitentes que envolvem variâveis de 

raz âo,a gran dema 

ioriadessescomportamentossâb induzidosporapresentaçöesinter- 

rnitentesque envolvem exclm ivamente variiveis temporais . 

Umaoutracaracterfsticadoscompodamentosadjuntivos,ëqueamaiortaxa 

dessescomporfamentosocorrelogo apösaapresentaçâb doestfmulo . 

Umaterceiracaracterfstica,aquetalvezseja amaiscontroversa,ëacaracterfsticadaexcessividade 

dessescomportamentos. A pesar de p olidtsiaocorerem p 

grande eycesso,comparado à linha de base , eam aiorpartedosdadossobrecomportamentosadjtmtivosserem 

relacionadosàpolidipsia,para outroscomportamentos 

essaexcessM dade nToétâo aparente.Devemossalientarque , jlmtocofa a polidipsia 

observada na maioria dosestudos,observa-se também umagrande eliminaçâo dessa 

égua atravésdaurina,possibilitando assim queo rato possacontinuarbebendo âgtza , 

sem restriçâb causadapeladistençâb dabexiga.Alëm disso , excessividadeé uma medida 

relativa.Quando numa linha debase,se observa zero ocorr:ncia de um dado 

çomportamento,enum aranjo experimentalobserva-seduasocordnciasdessemesmo 

comportamento,essa ocorrência pode serconsiderada excessiva,comparativamenteâ 

Primeirasituaçâb.Talvez,ao invésdeexcesivibadedocomportamento,ao quedevemosestaratento 

é à sistematicidade com queIlm comportamento éinduzido porum 

tipodearanjo enâb oéporoutro tiyo dearanjo.Porexemplo,asistematicidade 

conzquealgunscomportamentossâb induzidosporesquemasdeintervalo fixo enâo 

o sâb poresquema de reforçamento contfnuo ou derazâb.Baixastaxasdealguns 

comportamentospodem sercontroladaspor outrasvaribveisdistintasdosesquemas , 

masque,devido à sua sistematicidade,nâb osdesclassificam com ocomportamentos 

adjlmtivos. 

. 

Talvez,a definiçro deum anovacl%sedecomportamentos , necessâria para 

distinguf-losdeoperanteserespondentes,eaconsequentenecessidadedeseestabelecercaracterfsticas,segundo 

asquaisosW rioscomportamentospudessem seradmitidos 

âreferida classe,tenhasido precipitada , uma vezquefoibaseadaprincipalmenteem 

polidipsia,eumavezqueaindanâb temosconhecimento suficientedetodasasvarilveisqueafetnm 

essescomportamentos,nem comoessesefeitosocorrem .Senosativer-'

mosrestritivamenteàscaracterfsticaspropostas,necessiriasàdefiniçfodecomportamentosadjuntivos,comportamentosque 

sistematicamenteocorem napresençade 

certosesquemase nâb deoutrospoderâo serexclufdosdessa classe.No entanto o que 

parece fmico ëessasistematicidade,podendo diversoscomportamentosseagruparem 

em sub-classes com caracterfsticas especiais.Por exemplo,agressâb ë induzda por 

esquemasderazâo,enqlmnto outroscomportamentosn:oosâo.A ranjosmuitoespeciaissâo 

necesâriosparaaindulo dehiperfaga,o quenToé o casoda induçâo de 

polidipsia.Defecaçâo também nâb apresentallma relaçâo temporalespecfficacom a 

apresentaçâo do estfm'ulo , esegundo algunsrelatos,essarelaçâo nâb ocorrenecessariamenteno 

caso deoutroscomportnmentosadjlmtivos. 

Ao invésdeagoratentardiscutirhipötesestentativasdeexplicaçfodoscom - 

portamentos induzidos,gostariade fazeralgumasconsideraçöessobre lxma possfvel 

mudançade:nfaseno estudo decomportamentösadjuntivos. 

Atëametadedosanossetenta,o nûmero deartigospublicadosno Iournalof 

theExperimentalAnalysisof Behaviorsobrecomportamentosadjuntivoserarelativamenteconsiderâvel.De 

1: para câ,esse nfzmero vem decaindo sistematicamente,havendo 

intervalo de11m ano ou maisentreum artigo eoutro.poroutro lado,amaiorparte 

dosartigossobrecomportamentosadjuntivos,atlmlmentesâb encontradosem revistas 

como Physiology J?W Belapioreoutrasêedicadasàinvestigaç:o devariâveisbiolögcas.O 

queissosignifica?Osanalistasdo comportamento çtperderam o interesse''por 

esse töpico? N6ssabem osqueelestnmbëm estâo sob o controlede suasaudiéncias. 

M udançasdepolfticaeditorial?Nôstambëm sabemosqueoseditoresdo JEAB sâb,na 

maioriadoscasosySDstransparentesaostiposdecomportamento deenviodem anuscritosqueserâo 

reforçadoscom publicaçöes.Ou sey; quenösj;sabemoso suficiente 

sobreasrelaçlesentrevariâveisambientaisecomportamentosadjuntivoseagora vamosdeixarquenossoscolegasbiopsicölogosou 

psicobiolögoscontinuem buscando as 

relaçöesentresuasvarifveisdeestudo ebuscandoexplicaçsesqueossatisfaçam?Nâb 

sou,no momento,capaz de responder a essasperguntas?mas entendo que ainda nâo 

sabem oso suficiente sobre esse tipo decomportamentoequeastentativasde lipötesesexplanatörias 

encontradasnaliteratura nâo sâb suficientemente adequad% .E 

porfalarem Mpötesesexplanatörias,paraseterumaidziadadiversidadedasmesfnas, 

vejamos1xm exemploquevem dapsicofisiologia.E sahipöteyetentarelacionaraatividadedosneurôniosno 

hipotilamo lateralcom comportamentosadjuntivos.f sabido 

queestimulaçâb nessaéreacerebralaumentaaatividadegeraldorato.Outrasmedidas 

tem demonstrado tsmbtm queduranteesquemastemporais,ataxadedisparo dascdlulasdessa 

ârea é bem m aiordo que durante esquem asnâo temporais.Dlzrante esquez 

mastemporaispodem ostambém observarumam aioratividadegeraldo rato,comparado 

a outrosesquemas.A hipötesesugerequedevido aesseaumentogeraldeatividade,estandoo 

ambienteexperimentaladequadamentearranjado com estfmulosespecficos,ocoreum 

aumento naprobabilidadedo animalseengajarem comportamen- 

69

70 

tosreladonadosa essesestfmulos.M ascom oeu disseanterionnente,nïo era minha 

intençïo discutirou avaliarhipötesesexplanatöriassobreocomportamentoadjtmtivo. 

GostadaagoradetenurestabeleceralgumasrelaWesentrecomportamentos 

adjuntivoscom animaiseestudosa nfvelhlmano. ' .' 

Um fenômeno interessante ocorreu,a partirdosestudos de comportnmentos 

adjuntivos,com animais.Imimerassugestöesapareceram,paraautilizaçfo dessestipos 

decom portamento como um possfvelmodelopara aexplicalo dellmasdriedecomportnmentoshlmanos,de 

relevância clfnicaesocial.A partirdaobservaçâo depolidipsia 

econsum o deJlcool,porratos,sugedu-se1lm modelo paraexplicaralgunstipos 

dealcoolismo eauto administraçfo dedrogas.O fumar,o comerem excesso,o exercfcio 

em excesso,entreoutroscomportamentoshumanos,foram tambdm considerados 

candidatosaexplicaçöesatravésdecomportamentosadjuntivos.Dsescomportamentos,tmsmaisclaramente 

que outros,t:m sido induzidosem animais. 

M uitasdessassugestöesforam feitasporanalistasdo comportamento,e lma 

maneiradeverificar-sea viabilidade dess% sugestöesëtentarexaminarapossibilidade 

deinduziresescomporta entosem hltmanos,atravdsdearanjosbem controlados, 

quersejadentro dolaboratério,ou em situaçGesreais,comoescolaou outroslocais. 

Todo analistado comportamento deveria saberondeencontrarm lo m enos 

grande'partedesesrelatos'.noJournalof theApplied BehaviorAnalysls,o JABA,a 

contrapartidaao JEAB naârea aplicada.Poisbem ,nosfndicescllmulativosdo JABA, 

sequerexistem ostöpicoscomportamentosadjuntivosou induzidosporesquemas. 

Devo confessarque nâb examineicuidadosamenteostm imosdoisvolllmesdo JABA 

para verificarse ascoisasmudaram .M as,narevisâb deliteraturadeIlmadissertaçïo 

sobrecomportamentosadjuntivos,apresentadahâdoismesesnaUiversidadedeSâo 

Paulo,tamb/m nïo encontreinerlhlm a refer:ncia do JABA,o que meleva a crerque 

ascoisasnâb mudaram. 

M ais lzma vez,o porque desse estado de coisu?Osanalist% comportamentais 

aplicadostambëm perderam ,ou nuncativeram interessepelo töpico?Polfticaeditorial? 

Esse tipo de comportamento ë o primo pobre na anâlise comportamental? Ou nâo 

sendo nem operantenem respondentenâb devepertenceràanflisedo comportamento'?.E 

seessedo caso,estou no workshop errado.Ou seré ainda um efeito m rsistente 

do tem po em que qualquerevento foradarelaçfo linearentreestfmulosdiscriminativos,comportam 

entoseconseqûdncias,erasimplesmenteiN orado poisestavaforado 

paradir a?Qlmndo um organismo,ao longo desesöesexpedmentaisem quecertos 

comporamen i ts o produziam cert% consequdncias,pouco apouco iaconstruindouma 

cordacom qualquertipo dematerialencontrado nasituaçâb e1zm belodia seenforcava 

dentro da caixa,o mesmo ia paraa lista demortalidadeexperimentaleum novo 

sujeito era modelado paraseobterosdadosderealinterese.O exemploéexagerado, 

masair orânciaem relaç:o aoseventosnro. 

Outravezn:o tenho respostaspara explicaressasomissles.Noentanto,nâo

71 

precisamosserespecialistasem comportamentosadjuntivosparaapreciarmosa:rela- 

Wesdevérioscomportnmentosêo dia-adia com variveistemporais.A expresâo 

tcoçando o saco'nTo /gratuita.Quantosbrasileirosliteralmentefazem iso,principalmente 

aquelesnosççtrensdaalegria''dessepafs,àesperadebatero ponto edeseu 

salirio no finaldo mds? ' 

Na éreaclfnica,algo quefoieaindaé 1m calcanhardeAquilesparamuitos 

modificadores de comportamento,a substituiçâb de sintomas,poderia em grande 

parteserresolvido pelaatençâo acomportamentosadjuntivos.Amsardastentativas 

na irea de alcoolismo e uso de drogas,penso que o fenômeno tfcomportamento 

adjuntivo'tem sido negligenciadonoestudocom humanos. 

Aldm detodososproblemu quetenteilevantartantoem relaçâoaostraballloscom 

animaisquantocom hum anos,derepentevoc:sedefrontacom um comportamento 

quefogeàscaracterfsticasdoscomportamentosadjuntivosatdentâb estudados,queenvolvem 

tipicamenterespostasmotoras incompatfveiscom o operantedo 

esquema,masqueno entanto ë1xm candidato àclasificaçâb decomportamento adjuntivo.f 

o caso dadefecaWoequenösvimosestudando poralgum tempo.Um resumo 

do quevem sendo feitoéoquesesegue: 

O estudo inicialdemonstrou ainduçâb sistemâtica de defecaçâb porratos 

trabnlhando porcomidaem esquemastemporais.Entretantoesseefeito nâo éconsistentequandoseutilizafglzacomo 

estfmulo reforçador.Estudossubsequentestestaram 

a topograûa da resposta consumatöria e sugeriram serem aspropriedadesespecfficas 

do estfmulo reforçador o principalfatorresponsbvelpelas diferençasencontradas. 

Essesestudostestaram tambdm a relaçâb entre a quantidade dereforço nasessâo e 

defecaWo,esugeriram serem asuriveistemporaisasresponslveispelasdiferenças 

encontradasentre esquem% dereforçamento contfnuo e esquemasdeintervalofixo. 

Um outro estudo mostrou,atravdsda utilizaçâb de esquemasmëtiplos,o controle 

intrasessfo dadefecaçâb pelosesquemas. 

A partirdo fato dequequando vârioscomportnmentosadjuntivossâo observadosnumasessâb,ataxadecada 

um dmenordo quequando apenaslzm dobservado, 

tem-sesugerido queastaxasdecomportamentosadjuntivossâb uma ftmçâo dasalternativasdisponfveis 

na situaçfo.Pegando uma carona num estudo sobre esquemas 

concorrentes- eessadum avantagem noestudo sobredefecaçâbyvocêpodeobservar 

sua ocorrdnciasem interferircom oarranho experimentaldo seu colega,bastandoque 

e1elheautorizeacontarosbolosfecaisno fmaldasessâb - nöscomparnmosastaxas 

dedefecaçâonessesesquem% com astaxasem esquem% simples.O fato dehaverllma 

segundaaltemativa pazao rato (duasbarasfornm utilizadas)nïo afetou astaxasde 

defecaçâo (em comparaçfo com astaxu observadu sob oesquemasimples).Isso sugerequeasalternativasqueinfluenciam 

astaxasdecomportamentosadjuntivossfoque 

n:oasassociadasaocontroletemporaldaapresentaçâo do reforço. 

Trabalhosem andamento envolvem o estudo do efeitodadefecaçâo induzida

72 

poresquemassobreahistologiagastro intestinal.Ratosexpostosadiferentesaranjos 

experimentaisporlongosperfodosdetempo - exposiçâo aesquemasdeintervalo fixo, 

a esquemu de reforçamento contfnuo,a ambos,e a nenhum - serâo posteriormente 

sacrificadoseseus'tratosgastro intestinaisexaminadosatravësdeexameshistolögicos. 

Atualmente estamostambëm iniciando estudosparatestarapossfvelinteraçfo 

entrerïtmosbiolögicosecomportnmentosadjuntivos.E seinteresevem daobservaçâo 

dedlferentestaxasdedefecaçâb induzida,dependendo do horirio derealizaWo 

dasesjâb experimental.Apesardo esquem aem efeito exercercontrolrsobreainduçâb 

ou nâo dadefecaçâo,astaxassâo diferencialmenteafetadaspelo horârio darealizaçâo 

da sessâo.A posfvelinteraçâoentterftmosbiolö#cosecomportamentosadjuntivos 

serâ testadaparavâriostiposdecomportnmentosadjuntivos. 

Paralelamente ao estudo com animais,estamostambém realizando uma pesquisa 

clfnica,investigando atd que ponto à sfndrome do colon irritivelpode ser,pelo 

menosem parte,explicada atravésde tm modelo de defecaçâb como comportamento 

adjuntivo 

Ċoncluindo,acho queaâreadecomportamentosadjuntivosfoiprematuramente 

relegada m losanalistasdo comportamento.Mttitaspesquisas,quer bâsicasquer 

aplicadas,ainda sâo necessiriasparaquepossàmoschegaraumacomprernsâb sölida 

sobre esse fenômeno e suasimplicaçöes.

W O RKSHOP 2 

FAMILIA:PESQUISAS CöM ASPEW OS ANTROO IXGICOS, 

socloI,6Glcos E O ICOIXGICOS 

- Famfliasdecamadasmddias:modernidadeemudança, 

GeraldoRomanelli 

- 

Relaçâb entrejovens 

RosaliTelennan 

. - O conceito sociolögico defamflja:umaabordagem atravdsdametodolor 

giadeconceito do psicodramapedagdgico. 

' 

- Em buscadaparceira. ' 

SilviaMarinaRamosFrazka 

- 

Fam liaeprâtic% deeducalo dacriançaedo adolescente 

Zëlia MariaMenbesBiasoliAlves/RpginaHelenalima CaldanaN aria 

HelenaGalvâo Frem DiasdaSilka 

- O processodemodernizaç:o dasociedadeeseusefeitossobreafanu-lia 

contemporânea . 

AnaMariaNicoladdafosta

FAMI-LIAS DE CAMADAS MEDIAS:MODERNIDADE E MUDANCA 

. 

. ' 

GERAO O ROMANELLI 


Estudosrecentessobreainstituiç:o familiarefetuadosporantropölogos,sociölogosehistoriadores(1)t:m 

revelado formasvariadasdeorganizaçâo dasrelaçöes 

domësticas de alguns segmentos da populaçâo brasileira.Focalizando sobretudo a 

populaçïo urbanaeruraldebaixarendadediversoslocaisdopafs,essaspesquis% produziram 

um conhecimento amplo acerca da composiçâb disImidadesdomësticas,das 

condiçöessodaisvividasporseusintegrantesedasmfltiplasarticlzlaçiesentrefam lia 

e sociedade.Ao lado dessa crescenteproduçâo,nota-se um a relativa escassez de obras 

sobrefaml-liasdecamadasmëdiasurbanas,em partesuperadaporinvestigaçöesdedicadasa 

nûcleosdomdsticosdo RiodeJaneiro (2)e,maisrecentemente,porpesquisas 

realizadasnacidadedeSâo Paulo(3),dentreasquaisseincluiestudo antropolögico 

realizado porm im .Utilizando pal'te dosdadoscolet/dos,analiso,nestetrabalho,a1- 

gunsresultadosdessa pesquisa. , 

De acordo com llma abordagem descritiva corrente nascién'cias sociais,as 

cnm adasmëdiasurbanas sâo constitufdasportrabalhadores nâo-manuais,assalariados 

ou nâb,queintegram um Ilniversosocialcaracterizadoporumagrandeheterogeneidad 

e, derivada de diversosfatores.O rectlrso para apreender,em termosanalfticos , a 

composiçâo internadessascnmadasconsistenautilizaçâo do conceitodeestrato (4). 

Coin eseconceito,queconjugadeterminwöeseconômicasesimbölicas,épossfvel 

delimitarempiricamentediferentessegmentosdascamadasmddias,ou seja,jetlsdiversosestratos.M 

deterniinaçœ seconômicasreportam -seâ,distribuiçâo darenda,isto ë, 

ao montante de rendimentos distribufdosentre oscomponentesdissascamadas',a 

outraordem dedeterminaçöesremeteaolmiverso simbölico,referindo-seaosmodelos 

cizlturaiseàsrepresentaçöesqueseconfiguram em estilos'devidadiferrnciadosem cag 

aestrato . ' 

. 

Articulando essas determinaça s,selecionei fam lias pertencentes a dois 

estratos,A eB.A amostraA englobaunidadesformadasporprofissionaisnâb-m anuais, 

assalariadosou nâoycom rebndafnmiliarde20 a30salâriosmfnimos,idadeentre30 e 

40 anos,com filhosna prdescola ou no prim eiro grau e que incop oram posturasinou 

dorasealtem ativasna condutadomdstica.O grupoB apresentaasmesmascaraçterfsticu 

,exceto poratlferirrendam aiselevada- entre30 e35salriosm fnimos- ,e 

poradotar modelos culturais convencionais,revelando menor propensâb a aceitar 

inovaçœ snavidafamiliar. 

. 

75 

' 

.

76 

Realizadano perfodo deagosto de 1985a fekereiro de1986,a pesquùaconsistiu 

em entrevistasem profundidadecom dezcasaisdaamostraA ecom setedo grupo 

B,cujo objetivo erarecuperazalgunsaspectosdahistöriadevida desescasaise as 

relaçöesvividascom seuspais.O materialqualitatiyo foicomplementado emnpliado 

com a aplicaçâo de154 questionâriosâe ostraA e 108 àB. 

A escolha deltnidadesdomésticasformadasporcasaisrelativa entejovens, 

com f'lhosem idade escolare com renda assemelhada,permitiu analisarcomo oscomponentesdessesnûcleosdosdoisestratosWvenciaram 

o recenteprocessd dem odernizaçâo 

da sociedadebrasileiraeo m * o pelo qualorganizam asrelaça snafnm lia. 

Ocolddafundamentnlmenteao abrigo do resmeautoritârio implantado no 

pafsem 1964,a modernizaçâo societfria,em suaslinhasgerais,foipautadapornm 

modelo de desenvolvim ento econômico que promoveu a concentraçfo e a centralizaçâo 

do capital,aprofundando adesipzaldadenadistribuiçâb darenda.Nesseprocesso, 

queredundou na erosâo do poderaquisitivo damaioria dapopulaçâo,inflmerasfamliasviram-seoàrigadasaaumentaro 

nu-mero deseusintegrantesno mercado de 

trabalho,incluindo-sefilhaseesposas,afim demanterem onfveldeconsumo domëstico.Contudo,areduçâo 

darendafnmiliarnâoatingu apopulaçâb domesmo modo, 

beneficiando ossem en ios 

derendimento maiselevado. ' 

Astr'ansform açöesdafdecorrehtesproduziram novasformasdesodabilidade . 

em diferentesdom fniosdavidasocialesuscitaram o questionamento devaloresede 

modelosdeconduu referidosàsrelaçôesinterpessoais,em especial,daquelesvinculadosàdimensfoafetivaesexualeàconstituiçâodafam 

lia.A modernizaçâo sodetéria 

criou condiçöesparaa emerg:ncia damodernidadecultural,queseconfigurou como 

recœ a à tradiçâb e a form as convencionaisde orgnnizaçâo dasociabilidade.Desse 

modo,a m oderrlidadeculturalinstalou-se no seio d: m odernizaçâo societo a,constitllindo-se 

nâb apenaqcomo m ero reflexo desta,m ascomo prpcesso deelaboraçâo de 

modqlosalternativosdecondutaque,em seu movhnento,repunhaaieterogeneidade 

culturaleasfrènteiràssimbölic% entreosdivirsossee entosdasodedade. 

No fm alda dëcadade 60,osmovimentos de contraculturaeasvâriascorrentesdo 

feminismo conjugaramkeclhladifusâb vulgaizadadeconceitosextrafdos 

dapsicologaedapsicaùzise,fornecendo elementospara subsidiaro questionamento 

. dasformasdepoderexistentesnasodedadeenafmmlia.Osmeiosdecomurlicaçïode 

m%sa diolg:rain boapartedesesvaloresqueforsm apropriadùsereelaboradospor 

'lma pazcelajovem dosgrandescentrosurbanos,legtimando padrôeserepresentaçöes 

altematvosdeconduta j ' queordeilavnm novasformasdesociabilidade. ' . 

'No entanto,am odernizaçfo,em suaduplaface,foivividaeapreendidadiferencinlmentepelasfam 

lias,em funçfo desuajéondiçöessociaisedeseu estoquesimbölico.Em 

consequdncia disso',fmm'liasde diferentessen entossociaiselaboraram 

representaçV sespecficasacercado pioceso dereproduç:o dapröpriasociedade . 

No plano conceitual,afamfliaconstitui-secomo lmidadedereproduWo social

' 

x 

ospaisconcebinm a escolnrizaçâo superiordosfilhoscomo condiçâb essencialpara 

equipâ-loscom qlmlificgloproéssionaladequada para inpessarem ecompetirem no . 

mercado de trabnlbo.Osrelatosdoscasaisentrevistadosindiemm queasfam l-liasde 

oiigem dosdoisgrupojconseguimm concretizarsuasaspiraçöesdeescolarizaçâodos 

ftlhosedemobilidadesocial,sendo queestafoimaiorpara aquel% do grupo B,cujo . 

pathmarinicialj;erasuperiorao daoutranmostra. 

A despeitodasdiferençasfmanceiras,avida domdstica daslmidadejdosdois 

p'uposfoiestm turadaconformeo m odelohegemônico defsm flia,quetem com otrar 

que,em seu sentido lato,recobreecondicionao c%pmentoeareproduçâo biolögica. 

Porisso,organiza-se com o grupo de intensa convivdncia emocionale como unidadede 

cooperaçâoeconômicae.deconsumo coletivo.Porém,afnm lianâo ësomentereprodutora 

dos valoreshegemônicosda sociedade e de força de trabalho para o capital, 

tanl bé rn d instituiç:o que visareproduzirdeform aampliadasuaspröpriascondiçöes 

sociais,objetivando promovera mobilidadesodaldeseusmembrosedelapröpria 

como 1lm todo.A faml'lia apresenta-se,portanto,como instância mediadora entre 

..interessesindividuaisecoletivoseentreseusintegranteseo conjunto davidasocial. 

' 

Nessesentido,adinn-micafamiliarqueserealizano confronto deaspiraç& sdiversas, ' 

podeseranalizadaatravdsdacategoriadeprojeto fnmiliar. 

O proyto familiarëorganizadona famfliaincorporando asmtiltiplasexpe- 

G nciasde seus componentese ëdirecionado para alcançarfinsespecïcicosdeacordo 

com asetapasdo ciclo de desenvolvimento dallnidade doméstica.Resulta,portanto,danegociaçâoeëfruto 

dascondiçöessociaisdafamflia,dasrepresentaWes 

que elabora sobre si,enquanto grupo constitufdo por i'ndivfduosdiferenciados . O 

. projeto nâo dalgo f'lxo eestabelecidodeumavezportod%;suaflexibilidadedepende 

das açöes propostu e dasalteraçöesque ocorrem nafnm lia.Como deve conciliar 

interesses individuaise coletivos,envolvendo negociaçöes.funda-se no exercfcio do 

pùderedaautoridadeenasrelaçöesafetivasexistentesentreseusintegrantes. 

I 

A anâlise dosdepoimentosdos casaisentrevistadosrevela elementoscomuns 

nahistöriadevidadasfam l7iasdeorigem ,isto'd,constitufdaspelospaisdosinformantes,epermitecompararprojetosdeduasgeraçöes. 

. 

' 

O projeto dasfnmfliasdeorigem pretendia asegurarsuaascensro social,o j 

que ocasionou 1.m processo migratörio intenso - embora realizado em grausvarif- ! 

veis-,em buscademelhoresoportunidadesnosistemaprodutivo.Ao mesmo tempo, ! 

' - 

. 

çosplindpaiso predomfniodointeressecoletivo sobreoindividual,abuscadecoesro i 

. 

intemaentreseuscomponentes,aMerarquia deposiçöescom dominO ciado chefeda 1 

fnm flia ea divisâb sexlmldo trabnlho clarnmentedefmida.A domino ciamasculina :1 

apresentou-se com o atributo evidente,masnïo seimpôsdem odo absoluto,poisas 

reaçies 1 d om ëstic% fornm marcadaspornego'ciaçœsebargnnbasentreoscônjugese' 

entreesteseosftlhos.Paramanterem auniâo dafnmflia,em funWo deum projeto 

coletivo,maddo,esposaefilhosvirnm-seobrigadosa fnzmrconcessöesmûtuas. 

77 

1 

Ij

78 

' 

f no exercfcio dadinâmicaentreinteressesdiversoseporvezesconflitantes, 

que se pode apreenderamanifestaçïo do podernafam l-lia.A figuram aterna,que 

emerge dosdepoimentosynâb aparece apenascomo elemento submetido integralmente 

ao com ando muculino e com atuaçâo limitada ao âmbito domdstico,masassoma 

como parceira ativanasdecis& se disputasqueenvolvem arealizaçâo deaspiraçöes 

coletivasou individuais.Graçasàsmfltiplasatividadesmaternas - atividade profissionalgeradora 

de rendimentos,auxlio prestado ao trabalho do marido,produçâo de 

valoresdeuso na esfera domëstica-,o casalconstitui-secomo lmidadedecooperaçâo 

econômica,voltada parauseguraramobilidadesocialeaescolarizaçfo prolongadados 

filhos,m antendo-osfora do m ercado de trabnlho atda conclusâb do curso superior. 

A participaçâo dasesposasnafqrmaWodarendafamiliar,apesardesignificativaparaessageraçâb 

demllheres,permaneceu subordinadaaopapeldemfe,responsâvelpelasocializaçâo 

dosfilhos,ededonadecasaencarregadadaproduçâo,ou da 

direWo deatividadesgeradorasdevaloresdeusoparaafamflia.Ao mesmotempo, 

esas m lheres demonstraram grande empenho,cujo objetivo foiconcretizado na 

m aioria doscasos,para queasfilhastambém conclufssem o curso superiore,com isso, 

adquirissem independdncia fmanceira.Na representaçâo m aterna,asfilhasnâo deverinm 

tornar-sedonasdecasaconvencionais,masdeveriam serhabilitadasafazere/ou 

dirigirostrabnlhosdom ësticos e a exercerum a atividade profissional.Com isso,as 

mâbsdasentrevistadasincentivaram asflhasa integrarem o mercado de trabnlho e 

aassumirem llma posiçâoinovadoranafam l%ia,ampliando,sobretudo naamostraA, 

a posiçâb queelaspröpriashavinm parcialmenteconquistado em suasfam flias. 

A histöriade Wdadasfam l'li% deorigem dosdoisgruposcnminhademodo 

bastante semelhantenasetapasànteriores ao ingresso dos filhosno curso superior,que 

ocorre no finalda ddcada de 60.Nesse m omento,verifica-se a segmentaçâo da fnm f- 

lia deorigem ,poisdiversosentrevistados - homense mulheres-,mudarnm -separa 

outrascidadesa fim de frequentarescolassuperioresp%sando adesfmtardemaior 

autonomia.A partirdessaetapadesenham -selinhasdecondutadiversificadaspara os 

doisgrupospesquisados. 

Provenientesde fnm liascom menoresrecursosfmanceiros,oscomponentes 

do grupo A cursaram,em sua maioria,Imiversidadespûblicas,portanto,gratuftas. 

Nelas,passaram a viver em 1xm lmiverso politizado e caracterizado pela reaçâb às 

form asderepress:o polftica eintelectualem vigornos'anos60e70.Entraram em contato 

com correntesdepenspmentodiversificadu ecom form asdecondutainovadoras 

que lhespropiciou condiçöesfavoriveispara incorporarem umavksâb politizada da 

sociedade edafam lia epara procederem ao questionamento deambas.Nessecontexto,em 

ergem aspiraçöesdeliberdadee autonomiafaceàfam lianasrelaçöesafetivase 

sexuais,aspiraçöesquefornm m aisintensasparaasmulheres,sobreasquaiso controle 

e a vigilância parentalernm maiores.. . ' . 

Jâ.os integrantesdo grupo B,emboraseparando-se tambëm da famfliade

79 

origem,tinham condiçöesfinanceirasmaiselevadase cursazam predominantemente 

lmiversidadesprivadas,nasquaiso m ovhnento derenovaçâb de valoresedecrïticaà 

sociedade penetrava com muito menosvigor..M sim ,estiveram menosexpostosainfludnciasm 

odem izantese seusdepoimentosrevelam pouco empenho em contestar 

princfpiosda autoridade parentale valoresda fam flia.Sem dûvida,nâb aceitavam integralmente 

asimposiçöespaterna,m astendiam a endossarospadröesculturaisda 

famflia,nâb seafastando totalmente deles,antesconsiderando-oscomo elementosrelevantesparaorganizarem 

-seasrelaçöesnafam l-liaenasociedade. 

Asconcepçöesdiferenciaissobreainstituiçàb familiareasociedadepermeiam 

a constituiçâodafamfliadeprocriaçâb,criadacom o casamento dosentrevistados,que 

ocorreu em nmbas asam ostrasna primeirametade da dëcada de 70. 

Paraoscasaisdo grupo A,o c%amentoeraconcebido como projetodevida 

fundado em valoresmodernizanteseestruturado em tornode umarepresentaçâb de 

faml-liapautadaporrelaçöesigualitiriasepor1lm espaçd deautonomiaedeliberdade 

paracadaum doscônjuges.NosWriosdepoimentos,essarepresentaçâo ëpartilhada 

pelo casal,m asdefendidamaisvivamentepelasmulheresquepleiteiam igualdadenas 

relaçöesconjugais. . .. 

Entretanto,eseprojeto quetamb/m presumiaacontinuidadedamobilidade 

social,era ambfguo desde seu infcio,poiscarecia de modelosrazoavelmente clarospara 

aordenaçâodasnovasformasdesociabilidade. . 

. 

Oshomensdo pupo A casaram-secom mulheresquejâeram - econtinuaram 

a ser- trabplhadoras,eparaasquaisaatividadeprofissionaleaperspectivade 

uma carreijafaziRm partedo projetodevida.Nacondiçâo deelemenio produtivo,as 

esposast:m rendimentosmuitoaproximados'aosdoscônjuges,eàsvezesligeiramente 

supedoresaosdeles,quesâb essenciaispara form ararendafamiliare,assim ,Wabilizar 

o projeto ascencionaldafamflia.Asesposaspassaram adisporderecursosestratëgicos 

de outra ordem para redefinira divisâb sexualdo trabalho e o exçrcfcio depoderna 

fRm1 Yay 

estabelecendocerto equilfbrionasrelaçöesentre ossexos.Nessa circtmstânciap,o 

marido nâo do fmico ou principalprovedorda fmnl-lia ecomo a sustentaçâo 

econômica totald um dospilaresdo poderm ascltlino,nâb tem condiçöesde impor 

inttpalmenteseuscpmando sobrea e'sposa. 

O nascimento dosfilhoscujamédiano conjunto totaldanmostra,tanto aentrçe 

tadaquanto aquerespondeu oquestionârio,éde 1,8 porfam lelia-,ampliou as 

tarefasfemininaseapressfo dasesposasparaadivisâb dosafazeres.Asmulheresprocuram 

conciliarasatribuiçöesextradomësticase os encargoscom a prole optando por 

umajomada detrabalho redudda quando aqualificaçfoou a atividadeprofissional 

oferece talalternativa.f o queacontececom duasprofessoras , 

uma assistente social' 

e quatro profissionaisliberaisqueexercem ocupaçöesem tempo parcial.Asoutras 

trêstém jornadaintegralde trabnlho,masdeclaram quegostariam depermanecer 

m aistempo com osftlhos,paradedicar-sea suasocializaçâo .

88 

Sob pressâo dasespos% ,que resulta de negociaçöesconstantes,osmaridos 

assum em alglzmastarefas,ezrtparticulkr,osencargoscom osfllhos.Devidp aesserelativo 

'afastamento materno,parte'desasincumbênciasédividida entreosgeniores. 

CertamenteessadistribuiçfonTodequitativa,havendoaindaFaiaçöesnasfnml'lias 

entredstadas.De qualquermodo,cria maiorproximidade entreo genitoreaprole, 

romm ndo com aim agem convendonaldepai,consideradocomo provedorfmanceiro, 

investido de podere autoridadee'afetivamente distantedosfilhos.Abre-seaquium 

espaço de indeterminaçfo culturalparao pai.Embora avaliada positivamente m los 

genitores,suainclusâb naörbifado privado,sobretudo nairea afetiva,introduz novas 

form asdesociabilidadenafamlflia.Talsitualo'tem suacontrapartidaassimétricana 

integràçfo fem ininanaesferapûblicado mercadodetrabalho queë,demodo geral, 

representadacomo positivaecultmolmentedelimitada.Am sarda ambigûidadeproduzida 

pela alteraçâo namanifestaçâo daafetividadepaterna?pareceestar-seesboçando 

nessasfamfliasoutramodalidadedeparticipaçâo masculinanaconstnzçâodasubjetividadedosfilhos,oquepoder;sercomprovadocom 

maiornfzmero depesquis%. 

O novo caréterdadivisâosexualdo trabalho,do poderedasexpressœ safetivasëtanto 

produto dasmudançasna fam lia,quantomatdria-primaquenlimentaoutrastantas 

alteraçöes.O meio de superatosimpassesededelimitarcultlzralmentea 

' 

posiçâo de cadamembro dafam lia,ëatravzsdo diâlogo,valedi4er,deum processo 

que demanda negociaçâo econcessöesmétuas. . 

Poroutrolado,asfam fliasdaamostraB organizam avidadoméstica em moldesusemelhadosaosde 

seuspais,emboranâb reeditem integralménteo m odelo da 

geralo anterior.Paraoshomens,auniâo conjugalconfigura-secomoprojeto quevija 

am anter aescaladaascensionaldaunidadedeodgem ,eocasamento ërepresentado 

comö vivência com mlxlheresque devem ser,antesde tudo,esposase mâese,secundarinmente,trabnlhadoras.As 

m lzlheres as'sumem posiçöes rel>tivamente inovadoras 

qlmntoàiondiçâodeesjosaquedeveconjugaraslidesdoméstica com aatividade 

profissional,mist:m uma visâb m uito prôxim adospadröesconvencionaisquanto ao 

papelde m:ek 

Com o pasamento,dasseism llheresque trabalhavam ,tr:sretiraram-se do 

mercado de trabalho;duasretornaram à vida profissionalapöso nucimento do segtmdo 

lilho.Atllnlmente,das . sete entredstadas,dua: sâb donas de cua,quatro exercem 

atividadesprofisionaisem tempo parciale.apenu umatem jornadaintepalde 

trabnlho. ' . . . 

Osrendimentosmasm linossâb maiselevadosdo queosdoshomensdo gnzpo 

A,eosgnnbosdas'esposascorrespondem , em média,a 1/4.darendadoscônjuges, 

exceto em um caso,em quea proporçâo éde1/3.Osmaridosdeclaram queessesrendimentossâo 

sir ificativospara a composiçfo do orçamento domdstico,masreduzem 

suaimportância ao afirm arem ques:oosresponsiveispelmqdesm sasgeraise,tambëm, 

controladoresdosgastosdisesposas.Esaambil idadeexpressano discurso minimiza

o significado dosrendimentosfemininoselimitaaspretensöesparaaconstruçâb de 

' 

certaigualdadenasrelaçöesconjugais. 1 

Seoshomensdesaamostranâo colocnm objeçöesquanto ao trabnlho extradomëstico 

demeioperfododasespos%,mani festnm-seclaramentecontrao desejo desj 

1 

tasdenmpliarem ajornadadetrabnlho.A pressâo dosmaridosimpedeo aumento dos 

rendimentosfemininos,quedlxmaaspizaçâo dasespos% e,m aisimporonteainda,tolhepretensöesde 

I 

avanço nacarreira,quando estaexigemaiordedicaçâo ao trabnlho, 

como z o caso de duasprofissionais liberais.O argumento invocado pelosmaridosë 

que a atividade extradomëstica feminina nâo deve criarobstâculospara que a mâe 

m m aneça parte do dia cuidando da socializaçâb dosfilhos.Nessa amostra,o mîmero 

médio de filhos porcasalë de2,4,computando-se af aslnidadesentrevistadas eaque- ' 

1% às quaisfoiaplicado questionlio. 

Narealidade,aoposiçâo entreatividade'profissionalepapelmaternoëequa- 

cionadaporessésmulheresconsiderandoaimportânciadesuasatividadesnasocializa- 

Wodosfilhoseo significado destaparaaconcretizaçây do projetofpmiliar.Como . 

conseqûdncia,a participaç:o da esposano mercado de trabnlho fica subordinadaà 

açâo socializadora da mâ'e. 

Aq . propostasdas esposasdeincorporarem elementosinovadoresnasrelaçöes 

entreossexose com osfilhoscolidem tambëm com asrepresentaçöesdosparceiros 

em torno da posiçâb decada membro dafnm liaecom o exercfdo do podermasculino 

que impöem 1lm freio àredistribuiçâo dastarefasfemininas.Certamente alguns 

mazidosprestnm auxl-lio àsesposas,masfazem-no em carâteresporâdico,como llma 

, concessâb momentânea,sem que isto impliqueem Izma revisâb dasatribuiçöes de cada 

componentenointeriordo nlcleodomëstico. 

No entanto,asmulheresdessa amostra nâo estâb subm etid% ao controle total 

dosparceiros,havendo éreasnasquaisosconfrontossâb solucionadosmediante nego- 

' ciaçâo,favorecendo osanseiosfemininosedemonstrando,nesses casos,certa fluidez 

no exercfcio do poder. - 

Assim ,a vida domdstica desenrola-se atravësdetensGese confrontos e da busca 

de equillYrio e hannonia,geradostanto pela oposiçâo entre anseiosindividuaise 

! projetoco ltivo e , quanto pelasrelaçöesqueafaml-liaeseusintegrantesmantém com o 

! 

. 

l 

dom fnio plibjjco. 

Na amostraA,o processo de organizaçâo denovasfonn% desociabilidade 

asocia-seàelaboradodemodeloscultlraisalternativos,vksandosuperararelativa 

i indefiniçâonasposiçöesdoscomponentesdafsm lia,o quecaracterizasuatransiçâo 

para a modemidade.Enquantofnmlqiasde1lm estratoespecfficoassumem posiçöesde 

' 

vanguardaque,demodoalglzm ,sâo geraisnointeriordascamadasmddias. 

@ P orseu ttlrno , no grupo B , asrelaçöesnafnmflia ancoram -seem modelose 

representaçöes hegemônicos,mesclados com alguns elementosmodernizantes que' 

' 

asegura!n aèelimitaWo dasposiçöesedasatribuiçöesdecadaintegrantedo nûcleo 

domëstico. . 

81 

i 

)

82 

A pesquisacom fnm liasdedoisestratospermitiu documentaradiversidade 

decomposiçâo dainstituiçâb domdsticadmqcnmadasmddiaseanalisarcomo astransformaçöessociaissâb 

apreendidasporessasunidadesque,nesseprocesso,reelaboram 

suasrepresentaçôqsrepondoa heterogeneidadeculturaleasfronteirassimbölicasentre 

diferentesestratos. 

Notas 

(1).CF.,entre outros,osttabalhosdeBilac,E.D.Famûiasdetrabalhadores:eyrzwrdgfl:desobre- 

W#nrfl.Sfo Paulo,Sfmbolo,1978;Macedo,C.C..4 reproduç'o da dezlàucllde,Sfo Paulo, 

Hucitec,1979;FaustoNeto,A.M.Q.FamœaoperlrfcereproduçEo daforçadetrabalho.Petr6polis,Vozes,1982;Almeida,A.M.de(org.).Pensando 

cfam lianoBrasil.RiodeJaneiro, 

Espaço e Tempo,1987)Dias,M.O.L.da S.Quotidîano e poderem SJo Paulo no sëclzlo XIX. 

Sfo Paulo,Brasiliense,1984. 

(2).Cf.Velho,G..A utopîa urbana,Rio de Janeh'o,Zahar,1973;Salem,T.0 velho e o nopo.Petröpolis,Vozes,1980;Barros,M.D.de 

. Autoridadeeafeto.RiodeJaneiro,JorgeZahar, 

1987;Figueira,S.A.(org.).Uma nova FJ-/I:?Rio de Janeiro,Jorge Zahar,1987. 

(3).Cf.Bruschini,M.C.A.Estruturafamilîarepidacotidiananat'ftfldede&$'J'OPaulo,SâbPaulo, 

Tesededoutorado,FFLCH/USP,1986(mimeo);Romaneli,G.Famtliasdecamadn mêdias: 

a rljeMrfldamodernidade.SâbPaulo,Tesededoutorado,FFLCH/USP,1986(mimeo). 

(4).Pereira,L.Estratos,capitalismoedistribukâb derenda.In:Anotaçöesâ'oâreocapitalismo. 

Sâb Paulo,Pioneira,1977.

RELACAO ENTMEJOVENS 

ROSALITELERMAN 

PontiffciaUniversidadeCatölicadeSâb Paulo 

'Z'u :efo que queroksou pee,esposa, 

amante,companheira.Trabalho fora, 

vlalgrande objetivo : vencer.Sou lutadora,inteligente.Odeioroffrlc.Levo 

flzlt?muito bem.Sou bem informada' 

Revista Nova 

Maio/1984 

460 que as pessoaspeam?n e sabem de 

simesmas,asctm /rltfffse:e ambigûîdadesde.wlJfalas,?z'ib 

slkmfcam faconsciência,plclsIo 

antesexpressëes 

deI'JearfdH el,crîadas,cpzhlïylWlltfey 

do pm ce&m de Jocllfzlç'lè ''. 

1.O objetivo dapesquisarealizadaconsistiu em analisaro projetodevidadejovens 

m lheresde classemédiaurbana,universitirias,de 18 à21anos,confrontando a 

concepçâo de tnovamtlher'queasociedadebrasileiracriou eintrojetaem seus 

membros,com aformapelaqualasjovensincorpornm,manipulam eredefinem este 

novopadrâo decomportamento femininoem relaçâo aseusobjetivosdevida. 

2.O interesseem pesquisarestatemâticasurgiu daseguinteforma: 

a)idëia tnova mulher'- meiosdecomunicalo 

Ponto devistaprodutivoereprodutivo- enfasedadaporintelectuais:Gabeira, 

MartaSuplicy,etc... 

b)confrontocom nosaexperiência cotidiana deprofesoresda PUC-SP,juntoà 

populaçâojovem: 

83

em aula:1)discusGessobreNatx Cult,espaçoparapercepçâodavisâb dosalunossobrefnmflia,casamento,sexualidade,buscadoparceiro,etc... 

2)espaço paraconversassobrecarreira,escolha'profisional,mercado 

de trabnlho,etc... 

nossa experi:ncia de vida: 

1)nossatrajetöria# alunas 

2)ofato desermosclasemëdiaintelectualizada 

3)nossa carreira 

4)sermosmulher 

3.O porquedapopulaçâoestudada: 

18 à21- a)fçindefiniçâb'socialdo seu estadodeadulta,o queserefleteem termoslegais(marcacivil) 

b)omomento em quecomeçaacolocarem prlticaseuprojeto devida 

no aspectoprodutivo(Universidade-profissâb). 

c)primeiraopçâo devidaem termosfuturos,opçâo aparentementeindi- 

Wduali'definiçâo desuatrajetöriadeinserçâb nasociedadecomo 1zm 

todo. 

Universitiriasde clasx média: 

4.Obtençâo de dados: 

a)aceso aosmeiosdècomunicaçâb,portantoàimagem de tnovamulher''veiculada. 

' 

b)possibilidade econômica da realizaçâo do papelda nova mulher. 

- 

120 questionârios(85-86) 

- questionirios-dado o cariterdasperguntas 

- ZIm% PUC do 10 . ano (pelaviv:ncialmiversitirianïo interferirnosdadosobtidos). 

.-lalunasde3perfodos(mnnhâ',tardeenoite) 

- 

alunasdoscursos:Pedagogia,Iztras,Direio,Economia,Administraçâo,Psicolo- 

' 

gia,CidnciasSociais,Histöria,Ge'ografia,Secretariado 

- 20 entredstasem profundidade.

85 

5.ResultadosPreliminares 

Todasasalunaspesquisad% sâo solteiras,sendoque72% sâo virgens. 

Dentreasmoças,53% percebem avirgndadefemininacomo lzmaimposiçâb 

masculina,embora algumasacreditem serlzma imposiçâo social,nâo cabendo poisapenasao 

homem esta imposiçâo.Percebe-sepoisque a maioria acredita sero homem ,de 

algumaforma,o culpadopelam anutençâo davirgindadeporpartedasmlxlheres,vendo-o 

como o catksadordos problemasa e1a associados.Em sua visâb de mundo éportanto 

com o homem,em primeirolugar,quesedevebrigarno quetangeà manutençâo 

da virgindade,e em segtmdo lugarcom a sociedade. 

A forma derompercom estaimposiçâo masculina ë em parte atravdsdo amor. 

De acordo com elas,em havendo amora virgindadetorna-seuma questâb secundiria, 

porque pelo am oro homem torna-se compreensivo e complacente.Esta concepçâo de 

amorcolocaam lhernumaposiçâo pasiva.Cabeao amore/ou ao homem em estado 

de am oro rompimento da imposiçâo de virgindade para a mlzlher. 

Contudo,apassividadejamaispoderiasertotal.Cabeàmulhersaberescolhei 

o parceiro adequado.De acordo com a maioria,estedeve serprincipalmente inteligente,ctlto,am 

oroso,atraente e deve saberrespeitara mulher. 

Ainda em relaçâo àvirgindade,maisquea metade68% dasmoçasafinrmm 

queestanâb dnecessériaparaseobtermarido.25% pretendem declaradamentecasar 

virgens.30% nâo odeclaram abertamentemaspretendem terrelaçöessexuaisquando 

tiverem uma relaçâo am orosa estével,com vistasa continuidade.Assim ,temos55% 

(25% + 30% = 55%)pensanumarelaçâo duradouracomo condiçâb paraperderavirgindade,embora 

a grande maioria afirmem nâo ser a virgindade importantepara se 

obterm arido. , 

Percebe-seque quando pensam genericamente a questâo da virgindade,esta 

se coloca para elascom o nâb importante,uma imposiçâo masculina que amaioria nâo 

aceita.Por outro lado,quando se colocam pessoalmente diante daquestâo,a tend:ncia 

dresguardar-separao casamentoou paraumarelaçâo amorosaduradoura,oqueexplicaofato 

damaioria(72%)aindaservirgem nabuscadohomem cçrto. 

Buscando explorara perceplo acercadavinculaçâoentrenam oro esexualidade;notamosqueo 

çtnamoro sério'ënaturalmentesensual(84%)enquanto queo 

çnamoronâb sërio'estédesprovido dedesejo sexualpara65% dasmoças.O desejo de 

m anterou n:o relaçöessexuaiscom o parceiro nTo sedefinesô pelascaracterfstic% do 

mesmo,maspelo ç'objetivo darelaçâonamoro'.Ficaclaro queasexualidadedeveser 

projetada/planejadaeobjetivadanam lher.Seu desejo deterounâo relaçœ ssexuais 

com outrem desqualificao parceirg eaelamesmaab qualificarpositivamenteou negativamente 

a relaçâb namoro. . . 

Portanto,searelaçâonamoro contdm em sfo projetocasamento,a moçase 

mrmitedesejosexual,caso contrério,elao nega.Osntknerossâb extremamentesig-

86 

' 

nificativosnestesentido.A negaçfo do desejo sexualparacom o parceiro em caso de 

namoro sério sed;apenaspara13% dasentrevistadasenqtlnnto quenocasodenamoro 

nâb sério onfzmero denegativassobepap 64%.O desejo sexualsubmete-seàfinalidadedarelaçâo 

amorùsa,bem como a Wrgindade.A mlxlberapropda-sedeseu corpo. 

Fastaapropriaçâoépossibilitadapela crençageralporpartedelasdequeamulhertem 

maiorcontrolesobreseusdesejossexuais.A mlxlhercontinu: poissendo responsfvelpelaocoréncia 

ou nâb do ato sexual,j;queo homem teriapouco controle 

ou nenhum sobreseu desejo.O desejo muculino énaturalizadoao seu extremo 

enqlzanto queo fezninino ëcultlzralizado.O homem d çtnatlzrnlmente''sexualizado,o 

desejo sexualintrfnseco à ele;pprtantocabeae1eserpassivo nadecisâo quantoârela- 

çâo sexu al m % ativo na intençâo,àmlllhercabeo papelativo na decisâo epassivona 

intençâo ao subordinardesejo sexualevk/ndadeaocontrolequeé capazdeexercer 

tendo em vistao projeto casamento.Acabapoissendoela a responsâvelpelo atosexual 

em sfparaamaioriadasentrevistadas.Controladoradesuasexualidadeeporcomplementariedadedasexualidadedeseu 

parceiro,podee1adeterm inaro curso desuavirgindadenointeriordarelaçfo 

denamoroemboravejaavirgindadecomo imposiçâo 

m asclzlina.Oculta desfmesm aadefesaquefazdavirgindade,a manipulaçâo dasua 

pröpria sexualidade tendo em vistaaobtençâo deum parceiro,ao transformaro homsm 

em bodeœxpiatöriodarepress:o sexual 

Nâopretendemosafirmarqueohomem nâbexerlaarepressâbsexual,mas 

querem osenfatizaramaneirapelaqualeltasmlzlheresco-participam damesma. 

85% dasmoç% aprovaarelaçâo sexualantesdo c%amento tanto parao homem 

quanto para a mllher.Novamentedevemostercuidado com a aparente liberalidade 

e reter o significado deste dado no intedordo contexto que estamosdesvendando.Sö 

desta'forma poderemospercebercorpoestedado reforçaaconcepçâo do 

projeto decasamento comometa,ou seja,arelaçâb sexualëaprovadaparahomense 

mlxlheres,paraambosdesdequesejam osmesmosaenfrentarocasamento. 

' 

Para que o c%am ento ddcerto,amaioria dasmoçasacreditaserfundamentalque 

o parceiro tenha o mesmo nfvelculturalque ela.Estabilidade financeira e encarregarem 

-seigm lmente homem e mllher do sustento da fam lia tambëm sâo .ftens 

importantes.Contudo,dividiro sustento do 1. sö édesejâvelatë queosfilhosnasçam.A 

partirdestemomentocaberâàm llherdesligar-sedo mercado detrabalho. 

Com o a maioriadel% acredita queam aiorvantagem que existeem sermu- 

' 

lherëpodersermre,percebe-sereforçadaaperspectivedequetrabalharéatividae j 

quenâosecoadunacom m aternidade.Portanto,o trabnlho femilinopodecontribuir 

para o sustentö do lar,m iscabeefetivam ente aresponsabilidadeplenaao trabalho 

muculino.Vemosassim ,queo pazceiro aserescolhido paraaconstituiçâo dafam lia 

devesaberrespeitara m lhertambdm nestesentido,nâo lhe impondo ou exi/ndo a 

dupla (ou tripla)jornada.Em slma,cabeae1asaberescolhero provedoreconômico, 

cabendo aelao papelde provedoraafetivaereprodutora.

M rmamosqueqlunto àsexlnlidade,haviaum processo denaturalizalo do 

homem e decultlralizalo dam'Ilher.Esta'conœplosehwertequando do casamento.Na 

procriaçâo,naturall'zmm a mtlberem seu papeldefinidorao lhedelegarem o 

çv stinto m aterno'.J;ao homem lheser;negada açtcapacidadeinstintiva deserpai'' 

a nfo sercomo provedoreconômico. 

A corroborarcom esta afirmaçâo,temosqueamaioria dasmoçascoloca que 

Ru futuro marido dever;terprofisâb eempregosdefmidoscomocondiWo para caar. 

A mesmaexigdndaelasnïo fazzm para sf.Seu trabalho ém nsado com oacessörio na 

composiçâoda rendafsmiliar.Ta1mspectoseeviddnciatambdm qllnndoafirm am queo 

idealparaamulherétrabnlhnrsempremeio perfodo,prindpnlmenteapöso 'nascimento 

dosfilhos.Este idealchoca-secom arealidadedo mercado detrabalho.Neste,as 

ssibilidadesdeatuaçâoparaam lherj;sâb restritas,quanto maisem ativibadesde 

meio perfodo. 

Se osftlhossâovistoscomo impeclho ao exercfcio profissional,seriade se 

esperar'queasmoçu desejassem reingresarno mercado detrabalho quando osfilhos 

estivessem independentes.Contudo,talnâb ocorreem relaçâb à maioria.Am nas19% 

afirmam aimportO ciadetalretonm ao trabalho,o quecontrutacom o fato de30% 

desuasmfestrabnlhnrem atlmlmente,sendo o trabalho demTevalorizado apenaspor 

4%. ' 

Quando asmoçasbuscam resetirsobre a famfliaquepretendem constituir,a 

maioriaesmagadora(71%)afirmaquegostariadeconstituirrelaçöesplenu dediflogo, 

compreensâo,confiançaerespeito;justamenteosaspectosquemaisapontnm faltarna 

fam l'liadeorigem .Poroutro lado,em pandemedida,embora queirnm 1:m relacionamento 

diferenteno interiordafuttlrafanulia,reprodxzmm indiretam enteaestm tura 

defam lia naqualamaioriaseinserem no momento:mllber-mle,marido provedor. 

. 

Qlmndo sereferem à famz'liadeorigem eàfutura,em nmbasm rcebe-sea 

. 

ausdnciademensâo aopaiatualeao futuro marido. ' 

A figuramasculinad,noimagjnfrio dasmoças,exclufdo dafamflia.O espaço 

domésticonâb com portao provedor:A figura'm asclxlinaëremetida a seu pam lde.prod 

ore a seu espaço:a sua. ' 

. ve 

Nosraroscasosem queafigura doparceiro buscado ëmencionaa,sua j (j esqllnlificaçâo 

relativa ë flagrante.Para ilustrar,afala deumam oça acerca de como 

ime nasuavidadecasada: 

*3 filhos,1 . 

empregada amigae compnnheira,1quintalgrande,1maridâo, 

meu trabalho,1cachorro e2 gatos''. . 

. 

X flguramasm linacontrapöe-seaaliançafeminina naqualificaçâo darelaWo 

damoçacom aempregada:amigaecompsnheira.Afmal,parecesermaisvivelm nsar 

em diâlogo,compreensâb,conllançaerespeito no seiodafarhliacom algtzëm ,quea 

rior g , nïo se constituiem um deseusmembros:a empregadg. 

O pandeausenteéo parceirotâo buscado.

O CONCEITO SOCIOLUGiCO DEFAMIYIA:UMA ABORDAGEM 

ATRAVES DA M ETODOLOGIA DE CONCEITO DO 

PSICODRXMA PEDAGôùICO 

1.IA FUKUI 


pc Ropuçâo 

O presentetrabalho relataIxmavivéncia efetuadano workshop sobreFam flia 

naXVIIIReuniïoAnualdePsicologiaem outubrode1988em Ribeirâb Preto.O tem a 

apresentado paraavivênciafoio conceito sodolösco defaml-lia.A tdclticautilizada 

paraodesenvolvimentodapropostafoiametodologiadeconceitota1como preconizadaporMariaAliciaRomananautilizaçâo 

dePsicodramaaplicado àEducaçâo . 

Apresentamosaseguirum roteirodosp'assosseguidosno desenvolvimentoda 

proposta.A propostatinhaporobjetivo evidenciaramaneiradeabordaro temada 

fam fliaquedpröprio da Sociologiae,'aoniesmo tempo,m ostraroslimitesdediferentesabordagensteöricàs,asindagaçöescomunsea 

complementaridadecom outrasdisciplinasdasCiênciasHum 

anis. . 

Umavivdnciadepsicodramaobedeceusuxlmentea tr:setapas:aquecimento , 

dramaecomentirio.Na metodologiadeconceito àprimeiraetapacoriespondeaaprhoximaçâo 

intuitivoemotiva,àsegundaaaproximaçâo radonalou conceitualtà terctira 

a aproximaçâo funcionalobedecendo,c'adaetapa,aum tipo deoperaçâb:anflisena 

primeira,sfntesenaseguridaegeneralizaçâonaterceirai. 

PROCEDIMENTO 

Umavez enunciada aproposta ea técnicaa serutilizadafoisolicitado 11m 

p'upo de voluntfriosentre ospaiticipantesdamesa eo pliblico presenteàm esaredonda. 

Aos voluntirios,à tftulo de aquecimento,foram propost>strdsatividades: 

1Para maioresreferênciasconsulte - se Romanf,M.A.Psîcodrqma 'ele lgfco - mètodo educadonalpsicodramdtico.G 

mpinas;Papirus , 1985:39-42. 

89

90 

1!)Um breverelatodahistôriado pröprionome.Porqueeu mechamoMaria, 

Alice,Jofo ou Josd.Nesterelato sïo evidenciadoselsmentosculturais,dtnicos,religiosos,preferênciasfamiliaresemesmo 

elementosde fantasiaeimaginério edeestrutura 

fnmiliar.O objetivo precfpuo dessa atividadedlevantardadossobreanoçâo depessoa 

e consequentem ente oscomponentessocio-cultlzraisda identidade decadamn edo 

grupo devoluntâriosem conjuntotSâb assinaladasdiferençasdegeraçâo edahistöria 

culturalpresenteno relatodo grupo. 

25 Um breverelatoou asinalaçfodolugarem quecadaparticipantenasceu, 

ondemorou amaiorpartedavida,eda suaresiddnciaatual.Nesterelatoassociam -seà 

lzistöria pessoala noçâo deespaço social- o espaço de socializaçâo de cada tun e do 

grupo com conjuntovisualizando-se,demaneiraviva,astrajetöriaseasmodificaçöes 

presenciadasevividasno espaço decada um . . 

3!)Um breverelatodo grupo familiar.Dosdepoimentossurgem elementos 

para avaliara variedade do recorte de famlelia e parentes,asestruturassimplese complexas,emais,a 

noçâo detempo em queficam clarasasformasdeparticipaçâo decada 

um edo grupo em conjunto nahist6riadasociedade.Migraçlb,gruposëtnicos,formas 

de participaçâb econômica sociale polftica inseridos numa localidade e nllma no- 

Wodetrajetöriaedecorerdegeraçöes. 

Encerra-sea etapa de aquecim ento assinalando asnoçöes de identidade,espaço 

sociale tempo histôrico que,de alguma forma,marcaram a vida pessoaledo gm po 

em seu conjunto.Enfatisam-seoscomponentessöcio-culttlraispresentesno conjunto 

dosdepoimentos. 

Para desenvolvimento da segunda etapa pede-se a cada participantepara colocarnum 

papelo que acha e sente que faml-lia é.A seguirpropöe-se que seformem 

gruposparadiscutircadafraseechegaraumafraseconjunta.Destaatividade,duasou 

trésfrasessâb enunciadas,easeguir,discutidaspelo grupo em conjtmto. 

Extrai-se dessasafirmaW estanto elementosqueassochm faml-liaàinstitui- 

Wo,segundoadefmiçâb durkeimilziana,quantoacondiçöesdevida - defmiçâomarxista. 

Discute-se a seguirasimplicaçöes,abrangéncias,limitesdasdiferentesposiçöesteöricase 

da perspectiva sociolögica.. 

Na terceira etapa,a do comentârio ou dageneralizaçâo,associnm -seoselementosdo 

conceito aosquadrosdassociedadesmodernasondeafam liatem queser 

consideradaem conjunto como asgrandesinstituiçœs- igreja eestado de1tm lado e 

com o mtmdo do trabnlho,empresa eescola de outro. 

Encerra-se a vivdncia com lzmaavaliaçâb efetuadapelosparticipantesenfatisando-se 

a contribuiçâo de talproposta,aspossfveis lacunase o levantamento de tem 

aseproblemasparadiscussâoem retmiöesseguintes.

EM BUSCA DA PA RCEIRA 

SILVIAMARm A RAMOS FRANCA 

PontiffdaUniversidadeCatölicadeSâo Paulo 

Paraoshomensdeclassemédiaquejâtêm incomoradaafacqatualizadada 

dominaçâotravestidànaroupagem davalorizaçâo daigualdadefeminina,asmlllheres 

nâb aparecem como umasmeaçarealnoqueserefereàsituaçâo deestudo etrabnlho. 

Tudo isso com oresultado deprocessossociaisqueefetivnmenteatuam no sentido de 

impedir a igualdade,bem como a manipulaçâo destesexercida pelosalunosno sentido 

dereprodxlziradesigualdadeea dominaçâo,dellma form asétilm aseficaz.Jéno planodaigualdadesextlnlrevela-semaisnitidamentea 

am èaçaqueasmulheresrenlmente 

representnm paraesseshomens,emboranâb o percebam ,naafirm açâo desuaidentidade.Com 

oanfveldo estudo etrabnlho hénarepresentaçfodoaluno llmaidentidade 

no projeto deascensâb social,suaautopercepçâo como homem nâodabert.amente 

questionada.O mesmo nâb se dé no que se refere . àsexlmlidade,jâqueo projetode 

exercfcio sek % 1ossepara:elesantesdo iasamento,elasapöso casnmento.Aquiela 

éumaameaçaàsuaidentidade,poispöeanu a suacondiWo dehomem:e1edepende 

dela. 

. 

Nâo sâo percebidasde imediato com o ameaça no que se refere ao mercado de 

trabalho,massâo efetivamenteum perigo em potencial.Quanto âidentidademasculina.a 

proposiçâo acima seinverte.Colpo amaioriadosalunospautaaconstruçâo de 

sua identidadepelatentativademanutençâodo papelsodaltradicionalmenteatribufdo 

ao homem,buscareconstruiroslàçosdedominaçâb sobream lherprojetando-os 

(nosentidodeplanejareremeter)paraofuturo,o momento em queestarâb serealizando 

plenamenteçomo homensdesuacl%sesocial:form ados,produtivos,inseridos 

nacriaçâodapr6priaascensâo social.A ambiguidadevividapelasuacondiWo dehomem 

jovem sesobrepöeàsuaidentidadedehomem adulto,permitindo o espaçp da 

visualizaçâo damllbercomo igual.Qllnndo seconcebecom o homem adulto,adesigualdadeprecisaser'efetivadaparaaconstruçâo 

desuaprôpriaidentidade.Quando se 

concebecomo homem jovem,adesigualdadepodelicarsubentendidano plano do estudo 

edo trabnlho,porquesuaidentidadeseconströicom dnfaseno plano dasexualidade. 

' 

O discurso daigualdadeentrehomensemllherestambëm sefazpresenteno 

campo das representaçöes acerca da sexualidade.Dentre os alunos,89,1% dizem 

aprovar a relaçfo sexualantesdo casmnento tanto para oshomensquanto para asm u- 

lheres.Do ponto devistadeles,a relaçâo sexualtem porobjetivo asatisfaçâo do prazer 

(84,4%9;para55,2% o prazerest;asociado ânecesidadedeaproximaçâb do casalno 

91

92 

plano qmoroso;para13,1% arelalo sexualsecoloca como buscadoprazerereprodu- 

Wo e,para31,5%,arelaçâo sexualéapenassatisfaçâb dosprazeres.Paraosquenâo 

relacionnm relaçâo sexuale prazer,esta tem apenaso sentido de aprofundaro relacio- 

' 

namento nmoroso do c%al.Percebe-se,pois,que prazer,para a maioria dosalunos, 

vincula-seao desejo detlm relacionamentoafetivo e,em geral,tem lugarno relacionamento.0 

prazerpelo prazernarelaç:ojexualnâb éa formadeexercfcio desejfvel'da 

sexualidade,paraagrandem aioriadosalunos. 

Seamaioriadosalunosdesejaexercersuasexualidadeno interiordeum relacionamento 

afetivo,a repressâb da sexualidade feminin'a acaba lhescriando limitaçöes, 

embora elesnâb aspercebam .Dafdecorre,em parte,sua necessidadede afirmara im-' 

portânciadaliberaçâo sexualdasmulheres;caso contrério,coreriam o risco éelzma 

maior limitaçâb à sua pröpria sexualidade,dada a atksdncia relativa de parceirassexuais. 

Ou outrapossibilidade- teriam dealteraro seu projetodeexercerasexualidadenum 

relacionamento afetivo,vendo-se obrigadosa buscar a realizaçâo sexualno plano das 

relaçöesimpessoais. 

Um homem moderno,inserido em sua ëpoca,reconhece quevirgindade é 

preconceito:terpreconceitosdepöe contra o homem.Discriminaçâo tambëm .Aldm 

disso,jlnâb sefazem mulherescomo antigamente'.nâo havendopraticamentevirgehs, 

o am orapaga o passado dela. 

' 

A pureza dâ mulherdeixa de estarassociada à virgindade,passando a relacionar-seafreqiénciaderelaçöessexuaiseao 

nflmero deparceiros.O jovem homem 

moderno,possuidor daquele conhecimento geralque faz parte dosque sempre estiveram 

no mundo da rua,que nâb tem preconceitose que nâb discrimina a mulher,que 

nTo lhe cria barreiras nem nos estudos,nem nd trabalho,nem no %pecto sexual', 

aquelejovem hômem moderno,num atodeamor,deslocaapurezado hïmem parao 

cërebro. 

Virgndadenâo émaisconcebidacomo fidelidadeantecipadaaohomein,mas 

çomo fidelidade damllherà E

93 

obstâculosàinfidelidade.A confiançarecfprocasubstitufao controleearepressïo''. 

(1)Em termoslögicostalafirmaçâoécabfvele ,talsituaçâotalvez possaseverificar 

nassociedadesestudadaspelaautora.Contudo,no caso dosalunos,percebe-sequena 

dinâmica da construWo das relaçöes sociais,respeito,amor e confiança nâo sâb 

suficientesparaaobtençâo dafidelidade. 

O elogo àlibertaçâosekualdamulherëumaformadesoluçâb embora aparentementecontraditöria.No 

jogo daseduçâo,o discurso daigualdadesexualentrehomense 

mulheres,aparentaencobriro ritodeexclusâb deoutrasmlxlheres,quepode 

efetivamentesedainaescolhadaparceira,ou semanifestarapenasno discurso.Mas, 

dequalquerforma,permiteamanifestaçâb dadiscrim inaçâb pelopreconceitoàsavessas:o 

preconceito em relaçïo âsWrgens,em relaçâo àsmulheresnïo liberadas. 

Indfciosdaexisténciadessepreconceito seencontram no fato deosalunos 

dizerem que conseguem diferenciarmulheresvirgensdemulheresnâb virgensnâo sö 

num contato maisfntimo,masporestereötiposcomo'.amaneiradeconversar,ou seja, 

> lo conteûdodasidëiasexpressasporelas,pelaformadesevestirepelo tipodecomportamento.Elesnâos6 

asdistinguem comotambëm Merarquizmm deacordo com o 

seu interesse porelas.Fassem apeamento preliminardo territörioémuitoimportante 

quando se busca o relacionamento sexualno interiordoreladonamento afetivo,na 

rel/lo com um serhum ano extremamentereprimidosexualm ente. 

' 

frnecesirio destacaraextremaineficJciadessemapeamentodiscriminatörio, 

revelada no momento em que os altmos,distanciando-se do discurso,relatam suas 

experiénciasconcretascom mulheres.A reaçâb dasmulheres,quando eles propöem 

intimidadessexuaisaldm daquelasa que elasestâo acostum adas,é de negaçfo,segtmdo 

71,1% dosalunos.Naspalavrasdeles?areaçâo delas:ofensa,espanto,seirritam,nojo, 

medo,carafeia,muito encabuladas,bravas,dizem nâb,seassustnm ,defesayvergonha, 

fogem ,dâo 'lm ç

94 

A àecisZopelorelacionamento sexualporpartedam lberaparecesob aforma 

de livre opçâo . 

porlibertar-sedarepressâb sexualquea tsociedade''1heimpöe. 

Apresentadadessaform a,aopçâb encobreacoaçâoaquee1easubmetecomo forma 

dedarproseguimento àrelaçâo afetivacomo eleaquer,facilitando asujeiçâo damulher 

ao que e1e pretende,poisencobre sua pretensâb e a coloca como se fosse o que e1a 

nlmejaparasi. 

Nessejogoe1etambdm aconstrangeaficarcom ele,enâb abandoni-lo trocando-o 

poroutro tipo de homem ,porquee1ese apresenta como o modelo de homem 

que e1a supostamentequer:carinhoso,compreensivo einteligente.Essastrdsqualidades,apontadasporelescomo 

aquelasquepreenchem o idealmasculinodelas,no plano 

sexualreferem-se à capacidade delesdecompreenderaimportM ciadalibertaçâo sexualpara 

elas e deafetivamenteasapoiarnasdificuldadesqueessalibertaçâoencerra 

para um ser tâo reprimido. 

O medodeperdera parceira (atualouem potencial),queno planosexual(e 

nâb sö neste)e1e considera desejando principalmente alibertaçâb da'tsociedade', 

exigeque o discurso da igualdade operecomo forma de exclusâo também de homens , 

frenteaeiesefrenteàsmulheres,implicandoaafirmalo desuaidentidade.Em rela- 

Wo aoshomens,o discurso daigualdade colocacomo diferentesehierarquicamente 

inferioresaqueles homensque valorizam a virgindade enfatizando o carâterpreconceituoso 

eultrapassado desseshomens,bem como ressaltando suaatuaçâonosentido de 

m rpetm ra submissâo dasmulheresaoshom ense à ççsociedade''.A colocaçâo do Outro,quesesabemajoritérionumericamente,nacondiçfodeinimigo 

damlzlher,n:o sö 

valorizaria o suposto projeto feminino eam'lhersuaportadora,como valorizariao 

homem que1heësolidério,nesseduplo movimento,excluindo am aioriadoshomens' 

da possibilidade de parceria com essas mulheres. 

NOTAS 

(1).Badintçr,Elizabeth,Um éo Outro,Ed.NovaFronteka,1986,pig.200. 

Fragmento retirado de ltElasporE1es':Ossignificadosdo discursodaigualdadedeg:nero . Silvia 

MazinaRamosFrança.Mimeo.

FAMIYIA E PRATICAS DE EDUCACAO DA CRIANCA E DO 

A DO LESCENTE 

ZELIA MARIA MENDESBIASOLIALVES 


REGINA C LENA LIMA CALDANA 

UniversidadedeSâoPaulo 

MARIA X LENA GALVXO FREM DIAS DA SILVA 

Universidade EstadualPaulista 

A prfticadeeducaçâb dacriançaeaspreocupaçöescom seuspossfveisefeitos 

sâo tem ascaracterfsticosdo tçnosso tempo''- finaldosëculo XX.Cumpre-se,decerta 

forma,o queasociöloga Ellen Key previu:dequeesteseriao século da criançaeadentra-seno 

queestésendo chamado de tëpocado filiarcado'(Herbert,1974,Grûnspun 

&Grfinspun,1984). , 

Poroutro lado m antëm-se,sem muitasalteraçöes,o fato deque avidaem 

grupo daspessoas est; nassociedadesdesenvolvidase em desenvolvimento,predominantementeestruturadaem 

fam lias(extensasou nucleares);ecabeaestaso levaras 

geraçöes mais novasa adquirirem os padröes,valorese normasdo seu grupo social. 

Assim ,criou-se uma condiç:o favorfvelpara queeste perfodo da histöria estejavoltadopara 

lmaanélisedecomo seprocessao contato dpsadultoscom ascrianças 

e de quanto e como çtasgeraçöesmaisvelhasse preocupam ecuidam dosquev:m 

vindo'' 

E caroqueospa 1 is , ao assumirem atarefadecriareeducarsuaproleestâo, 

porprincfpio,asslmindo ttma preocupaçâo com o seu çhir-a-ser''e vlb portodosos 

meiosdequedispöem,procuraratingiroobjetivodeterlevadoaefeito umasocializaçâo.correta 

- tertransmitido ao filho,na su> totalidade,o cödigo de normasque o 

integraréaomundo adultocomo pessoaresponsâveleprodutiva. 

Poroutro lado h; adultosna atualidade que,depoisde terem mergulhado 

flmdo nessatarefa desocializadorduranteanos,sentem-seprofundamentùdesgostosos 

com amaneira como secomportaseu filhojovem,oqueequivaleaquestionaroçeproduto'dotipodeeducaçâo 

quederam (Colange,1986). 

Paradoxalmenteassiste-seaalgunsautorescolocando que asgeraçöesmaisvelh 

as tendem a sentirqueapröxim'aépioreaexpressarapreocupaçâo com a'tquebra'' 

entreosvaloresqueelast#m comopaisedquelesexpresosporsuaprole(Ruter, 

1975). 

A realidadem ostra,sem dflvida,muitasfacetasdiferentesdospais.Oraum 

deleitetotalquando t#m (ou percebem)eviddnciasdequecumpriram bem suaftm- 

95

Wo evdem se'u filho com odevidamentesocializado , ora o maiordesespero porque o 

filho estâ imaturo,ë inconstante nossetlsoàjetivos,nâo seencaixa em nenhlma 

escola. 

E,alëm do m ais,ospaist:m quese defrontarcom l1m indivfduo que , àsclaras, 

dizo quequer,do quegosta,oquenToquer,equenfo pretendeserforçado aircontraosseus 

tçvalores' , tçrincfpios''estando P , perfeitamente integrado dentro deIzma 

m oralidade de curtiçâb e indivi 'dualista,a que o prdprio processo de educaçâb o levou: 

opensarprimeiroem si,defmiro certo eo errado em funçâodoqueest;bom ourlzim 

para simesmo,analisare valorizarem primeiro lugara forma como vé o mundo , as 

m ssoas,o trabalho e o nâb seexigiro que nâb se consideracom capacidade ou vontade 

de fazer. 

Seoadolescenteestâ%tintegrado ao contextodaculturajovem 'aqueo processo 

de educaçâo moderno,diferentee distantedaquelequesocializou seuspais , o 

levou,o que sepergunta ë:porque ospaisestranham tantoesséfilhoadolescente , 

jovem?Porqueacham ruim o seu comportamento? 

Seriaporambival:ncia?Porcompetiçâo com osfilhos?Porausénciadeparâmetros 

çontra osquaispensaro comodaadequaçâb paraosjovensnestefinalde 

sëculo XX?Porlentimento deculpa?(Bothorel,1987). 

Narealidadeoprocesso deeducaçâo parecesergovem adoporvariâveisquese 

combinam ecompGem acadamomento dahistöria tun todo diverso,masae1eadaptado . 

Cada cultura e mesmo osgrupossociaismenoresdentro da cultura , tem ,de forma m ais . 

ou menosimplfcita,noçöesde com o deve serl:m t'adulto ideal''de como seria ttm 

ejovem modelo'o lçsonhodecriança';comoconseqûénciaossocializadoresvaloram 

positivamentealgunsaspectos(ditosâsvezesqualidades)dosindivfduos,contrauma 

valoraçâonegativa deoutros(defeitos),procurandolevâ-losaseaproximarem deses 

conceitosdeideal,aomesmotempoem quereafirmam osvaloresdesuacultura(e 

Su-culturg). 

' 

0 mom ento atualtrazcomo pensnmentosdominantesaprbocupaçâo com o 

desenw lvimenfo do indivfduo,ao longo de toda sua vida,buscando realizarassuas 

potencialidades;a estimulaçâo deidiossinctasiaatravësdemnamoralidadeindividualistaedecurtiçâb 

(Postman,1982). 

Essaprâtica de educaçâo calcadaem valoresçom'odernos''seaplica acrianças 

que vâo assimilartaisconteédossegundo'condiçôespessoaisdelasnaquele momento;entâb 

ao reagirâ prâticao indivfduo atrarisfonnaeacaba#orserprodutor 

dopröprio desenvoldmento,distanciando-sedosprojetosdevida(efrequentemente 

nâb expresosdiretamente)queo ambientetraçou para ele. 

O fato deo ambientefamiliarestarintensamentevoltadoparaaprole,bem 

como odequeosadultoselaboram projetosdeeducaçâb defilhos,chegam adesenvolvd-los 

atë em detrimento de outrostantosque seriam m aispessoais , traz,com o 

contrapartidaatodo esseinvestimento,a cobrançadequeo adolescente çseja',deque

i 

' 

. 

97 ( 

i 

. i 

. 

) 

o jovem çseencnminhe' , çdemonstre'quea suasocinliza'çâo foiacertada,queospro- Ij 

jetosdeseuspaistiveram dxito.E,faceaosdnminhosdivergentesqueo filho segue, i 

vem a sensaçâb dedesconforto dosadultos,a busca decalzsas,o ' sentimento deculpa j 

pelasfalhasedesencontrosentreasgeraçöes,e,sem seguidaasdepreciaçöessobreos 

. 

jovensatuaisesuaformadescompromissadadeviver. 

Para abordaressatem âticadpreciso que seretomeadiscussâb anfveldasprâticasdeeduçaçâo 

dascrianpsedosjovens,estabelecendo paralelosentre1:m passado 

remoto,outro maisrecente e o prôprio presente. 

E,antesdecontinuarfalando demodo geral,dpredso tentarvisualizaresse 

conjunto defatores,queseaglutina sob o rötulo dePrâticasdeEducaçfo,como uma 

, 

' 

' 

teia dedimensöesquepodem ser,m lo menosanfveldidético,discutid% uma a lzma, 

na evoluçfo da suaconceituaçâo ao longo dosdoistiltimosséculos.A . seleçâo dis 

plincipaisdimensöesdapritica deeducaçâo dacriança na fam fliaapontapara:afeto, 

autoridade,exig:ncia,rigidez,consistência,comllnicaçâb.lI; mttita pesquisanessa 

freafocaliymndo querarelaçâo entre o tipo de prâtica deeducaçâo eo desenvolvimento 

de caracterfsticasespecficasnascriançasejovens(Balxmrind,.1965,1967, 

1971,1980)queramaneiracomo vem acontecendo aevoluçâo napröpriaconceitua- 

Wo do quedeveserlevado aefeito naeducaçâo dacriantk(Newson & Newson,1974; 

Bronfenbrenner,1986),queraindaestabelecendo comparaçöesentrediversasculturas 

(Bronfenbrenner,1974,1984,1985). ' 

f:nitidamenteobxrvâvelque desde'o finaldo sëculo passadoasalteraçöes 

de valorestomaram-semuitomaisgerais,incltindograndepartedasculturas(nâb 

importa semaisou menosdesenvolvidas,mesmosedo odderiteou oriente)eexcessivamente 

aceleradas,havendo pouco témpo para aftxaçâo de padröes,que vâo se 

tornando cadavezmaisçmutantes':dir-se-iaAlmasociedadeem transformnWo. 

Asm squisasanfvelde Brasilestfo começando asurgir(Campos,1983; 

Gomes,1987;DiasdaSilu,1986;Bi%oli-Mves,1983;Caldana,1988)eelasatestam 

fatossingularesao mesm otempo queiorrobornm paztedo quealiteraturaestrangeira 

traz,e ëfactfveljâcaracterizarediscutirasdimensöesda pritica deeducaçâo esua 

evoluçfono nosso . contexto söcio-cultur k. 

' 

Buscando analiparaspectosrelevantesdedimensöesdaspriticasde educaçâb, 

osdadosdem squisaquechamam muito a atenlo estâo vinculadoscom:1)osentidù 

dequetem jeprocesado amudançadevalores;2)o jogo entreo queëidealem educaçâo 

defilhosversuso queëleyado a efeito;3)aalteraWo dosujeitodainsatisfalo; 

. : 

4)a necesidademanifestadeapoiodeesm cialistasparaqueospaiscuidem eedu- 

quem sua pro j e . 

. 

Seseanalisadimensïo pordimensâo verifica-se- eisto ddado tanto de pesquisasempfricasnaPsicolog>,naAntropolosaou 

Higtöria,quantodaclfnica,quanto 

aindadaobservaçïo assistemfdcadosleigos- que:a autorldade,num espaço dequatro 

adncodëcadas,pa ou deextremamentevâlorizadaacriticadaaabandonada;a 

I 

i

98 

afetividade,caracterizada antespor sentimentosfortes , altamenteelaborados,justificados 

e duradouros,mascontidospornormas rfgidas , sedeslocaparaaexpressâb livre, 

momentâneadeestadosem otivosexarcebados;aeggênda,fatornémero nm daeduca- 

Wo quevisavalevarp indivfduo'detlmaMerarquiadeobrigaças(morais)para com a 

fam l'lia easociedadeadesempenhar1Im pam lprogram ado edeterminado exterrmmente,deixaaospoucosdeexistir,dando 

tlm lugardedestaqueao indivfduo esuasidiossincrasias;aconsistdncia 

quase absoluta dasregrasenormas,estabelecendo o certo eo 

errado dem aneira gerale imutéyel,vaigradativamente cmninhando para a ausdnda de 

constâncianoqueépermitido eno queëinterdito tantonointeriordafamfliaquanto 

da sociedade;a comunicaçâo inexistenteantes , nâb permitindo o questionamento do 

comportamento dossocializadores,seabreintegrimenteeacentuao valordofGdizer'' 

doççexpressartudo sempre''. 

Esse quadro sumârio possibilita identificaro sentido que as alteraçöesdas 

préticasdeeducaçâo dacriançaedo jovem asumiram naslm imas6décadas:caminhou-se 

em direçâo à des-repressâb,â liberalizaçâb tanto do comportamento quanto 

dapröpriasubjetividadedosindivfduos,tanto dasgeraçöesmaisnovasquantodasmais 

velhas(Bronfenbrenner,1986),guardadasasdevidasproporç& sligadasao processo 

de socializaçâo de cadauma(œ scontinuidade Socializatöria - Nicolad-dafosta, 

1987). 

Comojâsesalientou,lxeiinflmerosestudoserevis&sdiscutindo osefeitosdas 

prfticasdeeducaçâo no vir-a-serdascriançasenadeterminaçâo deidealem educaçâb , 

bem como hé autoressalientando que existe o outro lado da moeda , de queessesnovosindivfduostransformnm 

dem aneiradecisivaoseu ambientesocial , levando o desenvolvimentoa 

acontecerem movimento dialético(Drner& Busch-Rosnagel,1981). 

Do lado dossocializadoresosdadosm ostrmn certastend:nciascurios% .Primeiro 

ëgrandeo fndicedecomportamentosanti-sociaisnascriançasejovenseaparentementee1evem 

aumentando (Herbert,1987).,cresceram tambëm asqueixasdeinsegurança,insatisfaçâb 

eindefiniçâb devida;contradamente,osjovensavaliam aeducaçâo 

quereceberam deformarelativamentepositiva*(Biasùli-Alves,1987),eamaneira 

idealparalidarcom filhosëmuitopröxima daidealizadapelosadultos. 

Qualseriaosignificado desesdados?Q 'n1amelhorformadevisualizâ-los? 

Qu:tipo deinteipretaçâb seriamaiscompreensfvelerenderiamaisquestöesnovu e 

outrostrabalhos de pesquisa? . 

Dm slinhasdepensamento sâo importantespara discussâo dentro dessetema . 

A primeira seriaonâo estabelecer,apriori,jufzosdevalorarespeito dasdiferenpsde 

*O nfveldacrftica queexercem ,em relaçfo âmaneira como ospaislidavam com elesdurante a 

infância eadolescdncia,émuito brando , principahnentesecomparado com aforma deasgeraçôesmaisvelhasse 

referirem ao pröprio processo de educaç:o.

99 

condutae deconcepçâo naspriticasdeeducaçâb defilhos,colocando certasprsticas 

com o universṇlmente maisadequadaspara a socializaçâb do que outras. 

A segundaseriao buscarcontextualizarasprâticasdeeducaçâo dacriançana 

famfliadeacordocom o momento sôdo-histörico-cultural,deformaa poderinterpretaro 

significado queassumem correndo menoso risco devero passado ltcom osolhos 

dehoje'asoutrmsculturas çcom osolhosdanosa'etodasasclasessociaistendoa 

classemddiacomo parâmetro.Decertaform aisto equivaleriaapartirdo princfpiode 

queparaanalisarprâticasdeeducaçâoter-se-iaqueterisençâodeprd-concepWesval0- 

rativas;ter-se-iaqueinicinlmente descreverem detalheso quetecomo seprocessaa 

socializaçâo dacriançanafam flia;ter-se-iaquebmcarfundamentosparacompreender 

o fenômeno colocando-ocomo possivelmentedeterminado pelasmacro-variiveksesua 

evoluçâo;ecomo repadeouro ter-se-iaqueirdeencontro ao corpo deconhecimentos 

da psicologia do desenvolvimento e dapsicopatologia do desenvolvimento acatade 

subsfdiosparaa interpretaçâo dasrelaçöesqueacontecem nafam fliaecom oelasse 

refletem em cada um dossetlselementos. 

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O PROCESSO DE MODERNIZACAO DA SOCIEDADE E SEUS 

EFEITOS SOBRE A FAM IY IA CONTEMPORANEA 

ANA MARIA NICOIACI.DAOOSTA 

Pontiffda UniversidadeCatölica do Rio deJaneiro 

Gostaria de darinfcio a esta apresentaçfo lançando mâo de Ilm exemplo que 

podeparecer,aprincfpio,insölito.H'ialgum tempo,foiamplamentedivlzlgadono noticiério 

nacionalo fato deque,em CamposdoJordâo,havia sidoproibido fumarna 

maiorpartedoslocaispûblicos.Quando nâb completamenteproibido,o ato defumar 

haviasido confinado aâreasespeciaisem restaurantes,locaisdetrabnlho(como,por 

exemplo,acopa,no caso deum banco),etc. 

No caso desermosrelativamentecosm opolitas,nâb h;nada de m uito novo 

nem surpreendentenestaatitude.Medidasanâlogasj;foram tomadasnamaiorparte 

doscentrosmbanosinternacionais(aexçmplodeNovaIorque,Paris,Londrekeoutto 

s teracontecido no Brasil,emais,numaddadede 

tros).O surpreendentedo fato d 

menorporteno contexto brasileiro. 

E isto porque,ao contririodoqueaconteceu em outrasmetröpoleselugares, 

' 

est: dcisâb e nâb foimediadaporoutrasqueatornassem relativamenteprevisfvel.kos 

E.U.A.;porexemplo,hlpelo menosuns15anostodososmaçosdecigaro tdm impressolzm 

aviso(quefoiprogressivamentesetornando maisespecfico)dequeo fumo 

podeserextremamenteprejudicialàsaide.lI;tambdm vliosanos,apropagandade 

cigarrosfoibnnidadatelevisâo edo cine'maequalquerpropagandaimpressa(comù, 

porexemplo,osoutdooo)seinclmbededivulgaro mesmo aviso de'perigo queconsta 

dosmaçosdecigaro.Ou seja,o caminho paraaproibiçâo'totalcontou com diversos 

marcosou estâgiosdepreparaçèo do pûblico paraquesetornassepossfvela passagem 

de t1m esta'dodeamploconsum'o decigarrospara outro desuatotalproibiçâo . 

Todossabemosqueisto nâb aconteceu no Brasil.Atdhojenâo houvequalquerinibiçâodamaciçapropagandadascompanhiasdecigarronosmeiosde 

divulga- 

Wo dem%sa(pdncipalmentenatelevisâo onde o cigarro aparecefrequentemente 

asociado aeventosesportivosqu'epassnm aimagem desaûdeearptlro).Tambëm,atd 

o momento,osmaçosdedgarrosn:o contdm quvqtzeravisoquapto aosefeitosprejudicie 

doflmo.E,noentanto,este(seguindo o modelointemacional)j;foiproi.bidodeformarelativamentedristicanumacidadecom 

oCamposdo Jordâb. 

Esteé,meparece,um exemplo privilesado (porquecontundente)do tipo de 

modernizaçâo mlaqualpasou nossasociedadelm lomenososnossosgrandescentros 

urbanos)nasdlmKtmimasdtcada!. 

Tomemos,agora,no quetangeoutrossetoresdamodenzizaçâo,o exemplo da 

101

102 

cidade do lkio de Janeiro,queëcom certezavista como um dosmaiorescentrosde 

vanguardano Brasil(ejâo erah;20 ou 30 anos).A sociedadecariocaatéaddcadade 

50 e infdo da décadade60 eramna sociedadebastantetradicional.Obedecia-seaum 

conjunto denormaseobservava-se1xm conjunto demloresbastanterïgidose,éimportante 

lembrar,vélido paranm'plossegmentosdasociedade . A despeito dasdiferenças 

quesempre existiram entre estessegmentos,havià;demodogeral,1lm granderespeito 

â.hierarquia,a valoresmoraisrfgidoseasim/tricosparahomem e m lher(avirsndade 

eafidelidadeconjugaleram,porexemplo,esperadassomentedam lher)eaumadivisâb 

bem-demarcadade papdis,sentimentoseformasde expressâo vistascomo pröprias 

paramembros'de'diferentessexos,idadesou posiçöessociaisefamiliares(do tipo 

marido-provedor/mulher-donadecasa,menino nâb choranem brincacom bonecas,os 

niaisjovensdevem rejpeito aosmaisve lh os,e tc) .. Ou sejà , aexperidnciadossujeitos 

eraquasesempreorganizadadeforadado quehaviaregrassociais(queeram obedecidaserespeitadas)paraquasetudo.A 

norma(eo singularéintencional)eratâovisfvel 

qu ePossibilitavaaexistdnciadeumacategoriaquehojecaiu em desuso:adedesvio 

(hojenâo sedizmaisquealgudm :desviantepois,dadaapluralizaçâo denormasque 

fazpartedamoderrtizaçâo,nâb hâmaisdesvio,hâsomenteidiossincrasia). 

. . :' 

Poisbem,num curto espaço detempo(com . certezainferioràsjâmencionadasduaséltim% 

décadasdado queamodernizwâoatingu o seu âpicehâjâalguns 

anos)asociedadecarioca(ou,pelo menos,seussegmentosmddioscujosvaloressâb 

exportadosparatodoo Brasilatravësprincipalmentedasgrandesredesdetelevisâb) 

setransformou deradicalem m oderna. 

Mas,com o se deu'esta transformaçâo? Houve,diferentemente do caso de 

Camposdo Jordâb,algum tipo de mediaç:o,de estégio preparatörio,para a p%sagem 

de 1lm estado de tradicionalisnio para um estado de vanguarda? O que aconteceu 

com ossujeitosqueforam submetidosaesteprocessodetransformaçâo?E,finalmente,abordando 

agora nosso töpico central,o queaconteceu com a fam lia,que ë,por 

excelência,o lugarno qualsâb forjadastantomentalidadestradidonaisquantomodernas? 

Deixando delado(nâoporfaltadeinteresemas,principalmenle,porconta 

dacomplexidade de 1zm tema que comporta tantasabordagens- ver,porexem plo, 

Costa,1984,.Figueià,1985,1987.,Martins,1979;Velho,1981)asrazöesquelevarmn 

osgrandescentrosurbanosbrasileirosamodernizar-se(entreasquaiscertamentefiguram 

o m ilagreeconômiéo,ascontestaçöesestudantisda dëcadade60 easofisticaçâo 

dosmeiosdecomunicaçâb demassa),cabeagoratentaresboçarrespostasparapelo 

menosalgum a destasperguntas. 

' 

Doponto èevistaquevenhoprivilegiando,ou seja,o dossujeitos(homens, 

mulheresec ri ançascon ' temporâneos) , atransform'açâo aconteceu subitamente.Isto ë, 

segundo suapercepçâo,num momento asociedadeem queviviam eratradicionaleno 

momento seguintehâhaviasemodèrnizado.

103 

Este éocaso particulnrmentedossujeitosqueestâo,hoje,numafaixamddia 

deidade,ou seja,quetêm hojecercade40/50 anosdeidade.Isto porque,tendo sido 

(em suainfânciaeadolescência)socializadosem moldedbastantetradicionaisetendo 

nestescalcado seusprimeirosprojetosdevida,aosetornarem adultossedepararam 

com um mtmdocom caracterïsticasbastantediferentes,com cujacomplexidadenâb 

sabiam lidar(mesmo quandohaviam,elespröprios,clamadopormudançasradicais 

eparticipado ativamentedesseprocessodemodernizaçâo).Um mundo ondenâohavia 

m aisregrasexplfcitasaserem seguidas,ondeasform astradicionaisdeagenciamentode 

relaçöesesentimentoshaviam sido abandonadase ondea responsabilidadtpelapr6pria 

vidaefelicidadeeraremetidaquaseinvariavelmenteao sujeito eâssuasopçöesdevida. 

Restrin#ndo-me,deagoraem diante,ao âmbitodavidaconjugalefamiliar 

(no qualum dosprincipaisindicadoresdamodernizaçâosâo o desc%pmento eosdiferentestiposdeorganizaçâofamiliaracaretadosporeste),gostariadeilustrarematizar 

estasafirmaçöes.(Para uma apresentaçâomaisdetalhadado modelo conceitualno 

qualestâbaseadaadiscusâo quesesegue,verNicolaci-daf osta,1987a). 

Em suasocializaçâo primlria (aquelalevadaa cabo principalmentepelafamf- 

1ianosprimeirosanosdevida),estessujeitoshavinm internalizado- atravësprincipalmente 

da identificaçâo com ospais- uma visâb da instituiçâb familiarcaracterfstica 

dadëcadade50 (ededëcadasànterioreslrA fam liaeravistacomo estfveleo casamento 

dospais como monogâmico e fteterno''.Posiçöese papëisdentro dafam lia 

tinham contornosnftidoseestlveis.PZ em â'etinhhm posiçöesepaptissegregadose 

complementares.O mesmo acontecia no caso depaise filhos,ou irmâbs eirmfs . Esta 

visâo era informadaporum c6digo rhoral,queossujeitostambdm haviam internalizado,que 

lhespermitia distinguiro certo e o errado,o queera permitido e o que era 

proibido paraosocupantesdecadaumadestajjosiçöes.A partirdest% internalizaçöes,ossujeitoshaviam 

seinserido nestesocialeserepresentado,nofuturo,ocupando 

posiçöesanélogas,com osmesmoscontornosedefiniçöes. 

' 

N lm dado momento desuasocializaçâo sectmdâria(qualquersocializaçâo 

levadaacâbo apösaprimâria),ou seja,durantesuaadoles/nciae/ou infdo davida 

adulta(jânadëcadade60),estessujeitospassaram a questionarviriosaspectos(j; por 

elesinternalizados)davisâb demundo deseuspais,mas,ëimportantefrisar,nâo todos.Osquestionamentos,em 

geral,diziam respeito aaspectosrelativosâsuaparticipa- 

Wo nomundo adulto.Entreoutros,vâriosaspectosdocasamento dageraçâodesetks 

paisfornm questionados'.virgndade,segregaçâo depapéisconjugais,cödigo moral 

assimëtrico,a pröpria religiâo,a gravidez imediatamente apöso casamento , etc.Outros 

aspectosdosistem asimbölico internalizado durantesuasocializaçâo priméria,como o 

idealdecasamento m onogâmico eçTeterno''n:o foram alvo dequestionamento sistem 

âtico. 

C omo resu ltado destesquestionamentos,estessujeitosacabaram desenvol- 

vendo 1lm novo conjunto derepresentaçöesacercadeslzafuturaparticipaçâo na ordem

104 

' ' 

. 

conjugalefnmiliar.Estenovo conjtmtoderepresentaçœsse caractetizava:(a)pela 

retençâo dealglmsaspectosmaisabstratosdo primeiro conjunto derepresentaçöes 

(ou seja,o idealdecasamentomonogâmico e teterno');e(b)pela substituiçâo de 

alglzm as form% concretas,que possibilitavam a atualizaçâo destes Mpçctos mais 

abstratos(como,porexemplo,a segregaçâo depapëisconjugais,apoucaou nenhumaprofisionalizaçâo 

da mulher),pproutrasfonnasconcretasmaismodemasque 

! podinm dificultar sua atualizaçâo (como,porexemplo,o intercâmbio de papdis 

. 

conjugaisea riaiorprofissionalizaçâodamulher). , 

. Este segundo conjunto de representaçöes tornou-se,asim,duplamente 

incongruente ou descontïnuo em relaçâo ao primeiro.Por tun lado,suasform as 

maisconcretassedefiniam poroposiWo âquelasdo primeiro conjunto derepresentaçöes 

que visavam substituir.Por outro lado,est% formas concretasrecentemente 

adquiridaseram descontfnuasem relaçâo àquelesaspectosmaisabstratosdo primeiro 

conjunto derepresentaçöes(comoo idealdo casamentomonogn-micoeQteterno') 

que sehaviam mantido inalterados,masque haviam perdido suasformasconcretasde 

atualizaçâo. 

hptaurava-se,deste modo,uma situaçâb de conflito potencial.Configuravaseumasituaçâb 

em quepassavam aconviver,nosujeito,em nïveisdiferentesdeconscidncia,doisou 

maisconjuntosdevaloresinternalizadosem diferentesmomentosde 

k 

suaformaçâo (aestetipo deconvivência,Figueira,1978,1981a,1981b,deu o nome 

de'tdesmapeamento').Osaspectosrejeitados(aquelesmaisconcretos)doprimeiro 

conjuntoderepresentaçöes)provaram ser- porqueinternalizadosatravdsdeidentificaçöes 

com ospaise,pelo menosnum primeiro momento,irrelativizfveis-s altamente 

resistentesâ,erradicaçâb.Deslocaram-se,portanto,paraum nfvelm aisinconsdente e 

passaram a coexistircom aquelesaspectos(osmaisabstratosdoprimeiro conjunto de 

representaçöes,que haviam sido preservadose aquelesm ais concretosrecentemente 

adquiridos)queconstitufam o novoconjunto derepresentaçöesdestessujeitos.Esta 

era,noentanto,um asituaçâo deconflitopotencial,poisaindasesituavaaonfveldas 

representaçöesfuturas,jâqueossujeitosaindanâb haviam ingressado naordem conjugal.efarniliaypropriamentedita 

(ou seja,aindanâb havia!n ing'ressado nosmecanismosdereprobuçâo 

daordem social). . 

. , Foioingresodestessujeitosnaordem dareproduçfo social(0 que.aconteceu 

jânadécadade70 ou finaldade60)queteve'o poderdedesencadearoconflito,cujas 

rpfzesselocalizavpm no quechameidedescontinuidadesocializatöria(ou seja,oconflito 

queocorre,dentrodosujeto,entresuasrepresentaçöesprimitivasdeinserçfo 

no mundoadulto,cujasrafasseencontram no sistemasimbölicointernalizado duranteo 

processo desocialigaçfo primo a,esuasrepresentqçöesmaisrecenteseconcretas 

de participaçâb realna reproduçâb daordem social,oriundasdesistemassimbölicos 

internalizadosatravésdesocializaçöessecundârias).A descontinuidadesocializatöria, 

por sua vez,teve como consequéncia o desm apeamento.

105 

Em outraspalavras,foiexatamentequandoo sujeito passou asereladonar 

lnRtitudonalmente èom um outro,a partirde posiçöesnasquaisanteriormente havia 

visto setusagentessocializadoresestarem que se tornou provâvela eclosâb do conflito 

entreosdoisconjuntosderepresentaçöesnelecoexistentbsem diferentesnfveisde. 

consciência. 

Quandoossujeitosquevenho discutindo ingresaram no casamento,desencadeou-se 

1m conflito duplo,decorrentedadupladescontinuidade,jlasinalada,entre 

osdoisconjuntosderepresentaçöesquenelescoexistiam.O conjunto derepresentaçöesmaisconcretasrecentementeadquirido 

(incltsiveduranteasocializaçâb naordem 

conjugal)entrou nâb somenteem conflito com aquelesaspectosmaisconcretosdo 

conjuntoderepresentaçœs,internalizado duranteoproceso desocializaçâo primâria, 

aosquaisseopunha(como,porexemplo,amulherprofissionalwrsusadonade-casa). 

Entrou,tambdm,e talvez principnlmente,em conflito com aquelesMpectosdo primei- 

roconjunto derepresentaçôes(como o idealdecasamen ' to tkterno')quesequeria 

e 

preservara qualquercusto.Esta tentativa depreservaçâo de tzm idealprimitivo,porsua 

vez,söfezacirraro problema,namedidaem queassoluçôespropostas(talcomo o 

cisamento eaberto')entravam cadavezmaisem conflito com asprimeir% representaçöesdo 

casamentoedasrelaçöesconjugaih(aquelasinternalizadasduranteasocializa- 

W0 primâria). 

Umavezinstaurada uma Etcrise'como esta,o sujeito contacom algumas 

possibilidadesdesoluçâb:(a)'retorno aosmoldes'tradicionais'o queapresentalma 

sdriededificuldadesporqueosujeito nâo seidentificacom elestotalmente(0u sijày' 

nâb osreconhececomo seus)e,também,porqueestesmoldesestâoausentesnasociedade,pelomenosem 

suageraçâo e/ou grupo social;(b)adoçâo deideologias(tçvanguardistas',oquetambzm 

trazdificuldadesparaosujeito poisosconteûdosinternalizadosna 

socializaçâo primâriasâb resistentesâeradicaçâo (para umadiscmsâomais 

pormenorizada do peso relativo dosconteûdosintern izadosem diferentes tiposde 

socializaçâo bem como da possibilidade de erradicaçâb dosmesmos,verNicolaci-da- 

Costa,1987a)',(c)buscadeequilfrioecoerénciaatravtsdaauto-exposiçâb anovos 

modelosde'socializaçâocomo,porexemplo,asterapias(aesterespeito,verNicolacida-costa,1988c). 

' ' '' 

' 

JJ que o nosso terpa prihcipalt a fam lia e temos,at/ o momento,nosconcentrado 

nasrelaçöesconjugais,torna-se extremamenteimportahtesalientarquea 

crisedo c%amento ésomentenma 81 as t crises ' cujasra fzespodem serencontradas 

na descontinuidade sotializat6ria e no desmapeamento que resultaram de1lm processodemodernizaçâo 

extremamenteaceler>do eabrangente. . 

Narealidadç,dadaacoexistência,no sujeito,deconjuntosdenormaseval0- 

rescontraditörios(tradicionais,vanguardistas,etc) umatkrise'podeser.dçtonadaa 

cadamomento davidaem queoseujeitotenha.queseposicionardeacordocom um 

ou ou tro destesconjuntosdevaloresenormas'.A sim sendo , dentro do âmbito da 

'

106 

' 

fnm ïlia,çtcrises''com cazacterfqticas anâlogaspodem emergirem diversassituaçöes 

privile#adas.Algumasdestassituaçöessâb,porexemplo:aprimeiragravidez,dadaa 

possibilidadedeseoptarporum parto tradicionalou alternativo (aesterespeito,ver 

Almeida,1987)',o ' nascimento ' do pdmeiro filho,queimediatamentesusdtaquestöes 

' 

relativasâ.divisâo clsicadepapdismasclinosefemininos(verSalem,1985);aescolha 

de umaescolapara osfilhos,tendoem vistaqueasescolasdenossosdiastnmbtm 

sedividem em çetradicionais''ou çtexperimentais''asliltim assendo obviamentevistas 

como modernas(verNicolacidaf osta,1987a,1987b,1988a,1988b). 

E aindaimp'ortantesalientarqueasolulo deuma *çcrise'(como ado casamento)nâo 

impedeaemerglncia deoutras(emborapossahaverumacertatransferência 

. deknowAow adquirido ao lidarcom aprimeiraparasituaçöesposteriores). 

Na realidade,creio quequanto maisganharmosconscidnciadeque,embora 

nossasociedadetenhasemodernizado,nösnâb nosmodernizamostantoquanto gostarfnmosdetd-lofeito,edequeaindacarregnmosdentro 

de nösmuito do tradicionalismo 

edo arcaismodentro dosquaisnosaprimeiravisâb demundo foifoljada,mais 

oporttmidadesteremosde compreendere,consequentemente,lidarcom osconflitos 

e crisesque som oseseremosforçadosaencarar.O tradicionalismo dentro denös, 

com o o ato de flxm az em Camposdo Jordfo,foiconfinado a alglzm lugarexcuso e 

pouco visfvel,mas,com certeza,nâo foiabolido. 

Refer:ncum: 

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Velho,G.(1981).Inditddualîsmoecultura.RiodeJaneiro,JorgeZaharEditor.

SIMPôSIO 1 

NEUROBIOX IA DA APRENDIZAGEM,MEMöRIA E 

PERG PCAO DA ABELHA - I 

- M emory in Honey Bees 

RandolfMenzel 

- Compm tive approach to spectralsensitivitiesofphotoreceptorsand 

colourvision in Hm enopterans 

DaglnarPeitsch 

- Opponentcolorcodingand colorperception in Bees 

Werner Backbnus 

- Colom constu cy in theHoney Bee 

AnnetteWerner

MEMORY IN HONEY BEES 

RANDOLF M ENZEL 

UniversidadeLivredeBerlim 

Itisawellestablishedfactin psychology and nem obiology thntmemory does 

notexistin itsf'malform immediately afterlearning.Insteadmemory isformed and 

shaped through internalprocessesindependentandseparatedin timefrom theinitiatinglearning 

events.Evidencecomesfrom psycholo#caldata on humnnsand animnls 

asearly asEbbinghaus'famousdiscoveries(1885)on human learningofnonsense 

sylables,from clinicaldataon lnemory dysfunctionsin m an,and from physiological 

dataon animnls.Thesedataarefarfrom being subsumed underonecondsetheory of 

memory phases,but the most strongly supported notion assllmes a sequence of 

memory phaseswhich differwith respectto theirneuraland celularsubstrateand 

with respecttotheircontroloverbehavior.However,onebasicnotion isagreed upon 

by mostneuroscientists,and tlutisthatearly formsofmemory arenotjustan extension 

in timeto form lateorstableformsof memory.&>far,physiologicalstudieshave 

stressed thenotion thatthememory phasesrefleita sequenceofmolecular,celular, 

and neural network events,which appear as lmavoidable consequences of time 

consllming cellularcascadesin forming a stableand long-lasting mem ory trace.What 

hasbeen neglected in many studiesisthequestion ofwhich fundamtntaladvantages 

resultfrom asequenceofmemory phasesandhow specialized preprogrammed nemal 

routinesaffectthecontentofmemorydlm'ngitsprocessinginmemory phases. 

. 

A generalproblem faced by m oststudieson memory processingisthatseveral 

ormany learningtrialsarerequiredin orderto establish astrong memory trace,and 

thusthatlearning and memory eventsare intimately confounded in behavioraland 

physiologcal studies.How can one uncoverthe memory processesifrepeated 

sequencesofretrievaland storageinterfere with theinternal(automatic)proceses 

initiated by each singlelearningtrial?An essentialprerequisiteforstudieson memory 

processing is,therefore,a behavioraland physiolo#calparadim which leadsto 

substantialasodativelearningbyjustonelelrafng trial.Theassociativenatureofsuch 

alearningtrialisofpeathelp fordesi> ingthepropercontrolexperimentspm icular 

with respectto nonessodativeand motivationaleffeds.'l'heonly paradigm Iknow of 

which hasbeen analyzed to apeatdepeein thisrespectistheonetrialolfactory 

conditioningin honey bees.Olfactory conditioningisclearly ofan associativenature 

with thecharactersofaweldefmed traceconditioning situation , and which leadsto a 

111

112 

memory tracelasting longerthan 24 hours(Bittermnnn etal.-1983;Erberetal.,1980; 

Menzel,1987;MenzeletaL,'1974). '' 

Thetimecourseofthememory afterasinglelearning trialreflects>biphasic 

structm e.Shortly afterasinglelearningtrialtheconditioned responseishigh,afew 

ml'nuteslateritisreducedto lessthan halfoftheinitialvalue,and then conditioned 

responding risesagain dlzringthenext10-15mins(consolidation).In orderto form a 

life-longstablememory,aminimltm' of3learningtrialsarerequired. 

The initialmemory traceiserased by varjousexperimentalprocedmes.For 

eMmple,thetimecourseofretrogradenmnesiainduçed by cooling(+1Oc)ofthe 

whole animal or by weak electrostimulation of the brain indicatis a susceptible 

memoiy ofa few.minutesfollowingasingleliarning tyial,Whereasrapid repetition of 

learning trialsiendersthememory traceimmunetoamnestictreatmentswithinavery 

shorttkne. 

' 

In my oralpresentation 1disclzssedthefolowingquestions: ' 

1.How do the non-associative and the associative componentscontribute to 

the dynamics of the memory trace? 

2.'Do the early,median and late phases of memory occupy thesame or 

ifferentneuropilsin thebeebrain? 

3* Aiethememory phnKesarranged in sequenceoristhereparalilaccessto 

. 

themedian-latephaseofmemory? 

J. 

4.Isthecontentofmemory 

. . 

thesamein itsearly and laterstages? 

. . . 

. 

Noneksociativeand associative components 

stimutation oftheantennawith adrop ofsucrosesolution ofaharnassed 

beecalzsesthereflexiveextension ofthetongue(proboscis)and thepreparation ofthe 

nnimaltosearch forand suck up thesucrosesolutkon.TheUS(sucrosestimulation of 

. 

thealitennbaild/orproboscis)isa strongjtimulzs,anditisthusworthwh j. easking 

whatchangeson theresponseprobability areinduced justby theUs (sensitization 

effectoftheUs alo'ne).Iprelented an experimentshowed thetimeeourseoffesponse 

probability to apuffofodorantfor4 conditions:1or3 pairingsofCS and US under 

bp 

timaltim'econditionsforassociativelearning , and 1or3 stimulationswith theUS 

alùne.A totalùf1200 nnim'alsweretested in 36 simultaneously tested experimental 

groups;each anim àlwas tested only once after sensitization orconditioning ata 

cerinin interval.The çonetrialconditioning group'showsthebiphasictimecourse 

with theionsolidation between 3-10 min and then thereduction atlongtimeintervals; 

3CT'salso initiateaslightand prolonged consolidâtion and no reduction atlongtime 

intervals.'l'he sensitization trialscatkse an enhanced response levelonly in thevery 

' 

f'trst2 mlnutesan 

' 

d a very sm alin'creasewltich isinostlikely duetoan Mcreasing 

' 

hungermotivation (theanimàlsarenotfed 'throughoutihewhoteexperiment).Most

. 113 

impbrtantly,3sensitization trialscausea lowerresponsetotheodorstimulmsthan one 

sensitization trial.Itisth. obvioustbntthevery high responseu lue afterasingle 

learnipgtrialhasastrong non-assodativ: componentwhich disappearsquickly.The 

consolidation ksdueonly to a proces(orproceses)initiated by the associative 

compönent. It is obvious that an early memory,with its lligh nonessociative 

componentand relatively low assodativecomponentisfollowed by an intermediate' 

memory,w lkh isproducedby aconsolidation processand lastsatleast24 h. 

Evidenceforan intermediatememory phasealsocomesfrom recentexperimentswith 

beeswhich wereseleded forgood and poorlearning.Christian Brandes 

(Brandesefal.,1988)who carried outtheseexperimentsin colaboration with us, 

found thatthe poorlearnersdifferfrom the good learnersin both theamountof 

sensitization andtheintermediatememory.Similarresultswerefound recently by Tim 

Tully with Drosophila.The memory mutantsdunce,nztabaga,and amnesiacdiffer 

from the wild type Drosophilamninly in areduced intermediatememory phaseand 

in theamountofsensitization. 

An attemptto loe ize tlle early and intermediate memory tracesin thehoney 1. 

brain 

Themajorcomponentsofthetractsandneuropilofthebeebrain involved 

in olfactory conditioning werevdescribed.The antennallobes receive the chemosensory 

afferentsfrom theantennaeand send relay neuronsto apairofvery prominent 

structuresinthebeebrain,themushroom àodies.Thesestruduresalsoreceivethe 

second order inputs from chemoreceptorsatthe mouth parts.'I'iw a-lobesofthe 

mushroom bodies are considered to be theoutputregionswhich connectthzough 

descending interneurons with the motor circuitsin the suboesophagealganglion. 

Theselatterdrcuitsareresponsibleforthemovementofthe mouth parts. 

Cooling smallareasin thebrain with tiny cold needlesproducesnmnestic 

effects,whosetimecoursedependson thelocalization ofcooling.Cdolingoutsidethe 

chemosensory pathways does notinterfere with memory formation.The antennal 

iobeshave the shortest time.courseofinterference,the outputregion ofthe 

mluhroom bodies(thea-lobes)an interfnediatetimecourse,and theinputregionsof 

themuhroom bodies(thecalyces)riearly thesametimecourseasthewholebrain. 

Mostinterestingly,thetwo majorfortheantennallobe(half-time1.5 minlandforthe 

mushroom body (half-time3 minlcorrelatevery welwith thenone sociativeandthe 

assodative components respectively.lt is tempting to conclude thatthe sensory 

intejration procesesin the antennallobescontribute predominantly to thenonassodativecomponents,whereasthemushroom 

bodiesarethedominantstructuresin 

theestablishmentofan intermediate,noniusceptibleassociativememory trace . 

Theseresultslead to am odelofmemory phases,in thehoney beewhich

114 

assumesthzeedistinctphases-STM,ITM,and LTM (short-intermediate-,and longterm 

memory).TheSTM overlapsstrongly with aseparatenonesodativememory 

trace.Consolidation processesare responsible for the transition from one to the 

other phasekIn the œ se ofonetriallearning,only STM and ITM eist,thus only 

consolidation 1.Ifseveralconditioning tracesoccurapermanentmemory trace is 

formed by a second consolidation phase(11).In thecaseofmassedconditioningtraces 

consolidation 11overlapswith 1.This model.assumesa temporalsequence ofthe 

susceptible STM and theITM .Can thisbetested? 

Sequentialpro- sing in STM and ITM 

Two conditioning trials following quickly each . 

othermnke mostof the 

memory trace immune to amnestic treatments.Therefore,wehave to assume that 

repetition of the stimuliinvolved in a conditioning trialmay eitherspeed up the 

consolidation-l-processorthatthe memory resultingfrom thesecond learning trial 

reachesITM directly ifSTM isoccupied by thememory ofarecentlearning trial.In 

thefirstcase,STM gnd ITM arearranged in sequence,in thelattercaseITM would be 

reached directly,thtksthetwo memory phaseswould bearranged inparalel. 

To testwhich ofthetwo possibilitiesareatwork,weftrstestablished thata 

repetition oftheUS orCS alonedoesnothavethecapacity tom@ ethememory 

trace unsusceptible,ratherassodativelearning trialsarenecessary.itwasthen found 

thata second learningtrialwith adifferentodorantasaCS than in thefirstlearning 

trialwould also servethe same function asa repetition of two identicallearning trials. 

Thecriticalexperimentisthe folowing (afterMenzelandSugawa 1986).Two diferentodorantswereconditioned 

in quick succession.'lhedesign oftheexperimentwas 

symmetrical,which meansthatin onemnjorgroup theodorantcarnation wasthefirst 

conditioned odorand proprionic acid the second odor,whilstin the second group the 

orderoftheodorswasreversed.Sincenodifferencewasfoundbetween thetwo odors 

the resultswere pooled.'lhen each group wasdivided into two sublroups,one of 

which was treated with a weak electric convulsive shock 20 sec.after the two 

conditioning trials,whilethe otherwassham-treated.Theconditioned responsewas 

tested 20 min afterwardsatatimewhen theeffectscatksed by ECS havelongceased. 

'lheresultisthattheECS groupsshow asignificantlossofconditioned respondingto 

thesecond butnotto thefrstconditionedodor.ThismeansthatECS hasselectively 

erased the mem ory trace ofthe second conditioning trial.We conclude,therefore, 

that STM and ITM m ustbearranged in sequence and notin parallel,because the 

second conditioning trialhasshifted thememory traceofthefirstconditioning trial 

in an Ecs-sensitiveform,and thesecond conditioningtrialproduced amemory wllich 

occupied thesm ceptibleSTM.Severalquestionsremain unanswered by thisexperiment. 

Forexample,itisunknown whetherthestablememory phasereached by thememory

115 

trace ofthe firstconditioningtrialistheITM ortheLTM .Mzedistinction between 

ITM and LTM ismainly supported by thef'mding on geneticlinesofgood and m or 

learning bees.Theseappearto differin ITM butnotLTM ,beœuseawellestablished 

memory,although oflowercontroloverbehavior,doesnotfademorequickly in the 

poorly learning linestbnn in the good learning lines.'lxisresultLssimilarto that 

observed in memory mutantsin DrosophilstTu1ly,1988).Unfortlmntely an exmrimentofthekind 

describedabovebnKyetto becarried outwith poorlearningbees. 

Condudon 

Honey beesareexœ lentanimnlsforstudieson learningand memory.The 

succession ofmemory phasesafterasingleolfactory learning trialalowsaccessto the 

m derlying mechanismsbecausethetimeeoursesand thetransition processesbetween 

the three forms ofmem ory can be mnnipulated.Furthermore,neurophysiological, 

biochemical, and phnrmacological techniques can be applied to search for the 

corresponding celular and network properties.These tecbniques have already 

elucidated importantfeaturesofthephysioloscalmechnnlsms(Rev.Menzel,1989; 

Bickerand Menal,1989). 

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'

COM PA RATIV E APPRO ACH TO SPECTRA L SENSITIV ITIES O F 

PHOTORECEPTORS AND COLOUR VISION IN HYMENOPTERANS 

l 

DAGMAR PEITSCH 

UniversidadeLiwedeBerlim 

N RODUW ION 

Thetrichzomaticcolourvision system ofthehoney bee,Apismeltfera,has 

been analysed extensively atthereceptor,interneuroneand behaviourallevel.Whilst 

k 

colom vision systemshavebeen investigated m only alimitednumberofotherinsed 

sm des,thequestion arisesofwhetherotherflower-visitinginsectsshow similarltiesin 

theircolom vision orwhetherspecies-spedficadaptationsoccur.'l'heflower-visiting 

Hymenopteransareofparticularinterestwith respectto thisquestion,sincethey live 

hlvery differenthabitats(i.e.thetropicalpin-forestorthealpinetundras)and search 

forfood in mnny differentway's . 

In addition.theHymenopteranscoveralamerangeoftheevolutionary timescale 

- from.primitiye waspsto socialbees.Initialy,we compared the spedral 

sensitivitiesofsingle photoreceptorcelsofvariousHymenopteran species.Most . of 

thesehavethzee . 

spectralreceptorty'm svery similartothoseofthehoney bee , with 

maximalsensitivity at about 340nm ,.440nm and 540nm .HoFever,three sawflies 

(Tenthredo)andonesolitarybee( Y lonychium petuniaejhaveanadditional ' çd- re 

receptor'with mnx at600nm.Modelcalclntionsbased on tiepropertiesofthe 

receptorq(Backhatls& Menzel,1987)wereused topyesentachromnticity diagram for 

each speciesand to predictc'riticaltestsforcolourdiscrimination in athzee-ortetrachrom 

atic colourWsion system .Thebehaviouralresultsfrom colourdiscrimination 

testswith Apîsmeli/'ezv (v.Helverson,1972),Osmia m/k (Menzeletal.1988a),and 

somewaspsand bumblebeescorrelatevery wellwith thesem odelcalmxhtions. 

METHOD 

: . . ' 

Thespectralsensitivity,SG),ofthephotoreceptorswas.measured by the 

voltage-damp method developed by Menzeletal.(1986).Werecorded intracelulary 

from thereceptorand clamm d theresponsetoa certain valueof3 to 8mV abovethe 

restingpotential,which wasabout5to 15% ofthemaximalresponse. 

Asan analogy toh'lmnn colourvision,colourmixturesemn bepresentedin a 

chromaticity diagrnm forbees(Cornsweet,1970;Ruhton,1972).Theedgesofa 

spm netrictrianglerepresentthetbreespectralreceptortypeswith theirsensitivity asa 

117

118 

smdalsetofpnmary colours(Backhnus& Menzel,19d7).'lNsphysiologcalchromaticity 

diagram showsthism ctralcoloursin aplaneofconstantçtbee-bfightness''. 

Backhaus& Menzel(1987) derived a model.calculation in which the 

perceptualdistanceofcoloursignp e4n bedeterminedfrom thespectraland intrinsic 

noisepropertiesofthephotoreceptors.Theresolution ofonephotoreceptorislimited 

by nuctuationsoftherecejtorpotential.Thesefluduationsarecausedby thephoton 

absorption processand thetransduction process(shotnoise and transducernoise, 

Ixqughlin,1981).Theintrinsicnoisecomponqntsin Apisme lfera reach 0.4% ofthe 

rnaxim lm voltageresponse,the=me valuewâsaWumed forallspecies. ' 

Forequaly brightspectrallights,thepjnd stem arecounted forchnngesof 

thesmctrallightsin 4nm steps.dnepjndisreached ifone ofthethreereceptor 

Potentialschangessignifio ntly with respectto thenoisecomponents. 

U 

ULTS 

The recorded cels showed aresting potentialof -40mV to -K mV and à 

depolarizing potentialwith a phasic-tonic timecoursetolil t'stimuliofdiferent 

intensities.In somespecies,discretepotentialfluctmtions(quantum bumps)appeared 

atvery 1ow intensities.TheavqrageS(X)ofthephotorecejtorsofthedifferentspecies 

are similar to each other.Most ofthespecieshavethree receptortypes:the UVreceptors,with 

maximnlsensitivity at336 nm ? show 1ow sensitivity . (1-2%)above 

450nm and thiswould appearto bephysioloscalin comparison with themodel 

calulation c and behaviouraliestsofcolourdiscriminability.Thebluereceptorshave 

theirmaximalsensitivity at432nm,and someofthesereceptorsshow ' ' high sensitiviy j 

(up to 50*)below 370nm. 'l'à eJo isibleexplahation forthisiseitherelectricalor 

artifactualcouplingbetween theUV andbluereceptororthe#-peak ofthephotopim 

ent,which Menzelttal.(1988a)asumedforOsmia rlz/J.theS(X)ofthegreen 

receptorsfollow thetheoreticalabsoyption function ofarhpdoplin pigmentwith the 

correspondingàmax'W , 

emalimum ofthesereceptorsareatabout53inm,and370 

nm foraiecohd @-jpeak. 

n ree specleshave an additionalred receptorwith maximnlsensitivity at 

Konm and aJ-peak atj60nm,butthefldionsin Tenthredo aremuch narrower 

asthetheoreticalDartnal-functions(seebelow)predict. ' 

Although the spedral sensitikties 'of the spedesare similar the V h- 

functionsshow somedifferekces.M nnimalsareabléto discriminativioletand bluepeen 

coloursvery wel.However,b0th theworkerbeeand àronebeearebeterin 

' 

discnminating blue-pee il co 1otlrs,w 

hilstOsmia m/J an'd solebu'mblebeesdistinguish 

betterin thevioletpartofthespectrum . 

n e spectral sensitivities of the photoreceptors of the workerbee were 

measured with diferentmethods.Autrlzm & v-zweltl(1964)and Menzel& Blakers 

'

l19 

(1976)>edthespectralflash method,and oneofus(Fietzetal.1986)medthe 

spectralsœn method in orderto determine thesensitivity asaccurately asm ssible. 

Thepeak sensitivitieswerefound to beat3351m ,435nm and 540nm ;thefunctional 

sideband sensitivitiesoriginatefrom thej-absorption oftherespectiverhodopsin. 

Autrum & v.zwehl(1964) reported two kindsofbluereceptors,one absorbing 

maximally at420nm and the otherat470nm .Although in themeanwililewehave 

recorded from many receptorcells,wehavenotfound any indication of morethan 

onebluereceptor. 

The spectralreceptortypeswere mnrked intracellulary with Porcion yellow 

(Menzel& Blakers,1976).Each median frontalommatidilxm containstwolong and 

oneproximalUv-cells,two blue œlls,andfourgreen cells.lheUv

120 

M mpestrisare maximnlly sensitive at328nm,456nm,532nm and 596nm ,and the 

functionsofthe UW ,blue,and green cellsfollow thetheoreticalabsorption ofthe 

corresponding rhodopsins.However,thered receptorismuch nlrrowerandthismay 

be dueto some screening effects,in thatthegreen receptormny screen thered cell 

in theshorterpartofthespectrum which resultsin asteeperfundion.Metarhodopsin, 

which probably mninly absprbsat490nm (Staveng:& SchFemer,1984)nmy also 

have a screening effect.'Ihelongerpartmay bechanged by ared screeningpigment 

which shifts green absorbingpigmentsto a longqrwavelength.Green and red cells 

show also asecond maximlm atabout3701m Fltich cmnbeexplainedby thej-peak 

of the rhodopsins. . 

We also used ourmodelto calculate the chromaticity diagram and the colour 

discriminability function for>fourdimensionalcolourspace,butbehaviouralexperimentsstillneed 

to be completed. . 

. 

Thesolitary Brazilian bee,Calonychium pemnfce(recordingsby D.Ventura), 

also has fourdifferentreceptortypes.Here theUv-receptorisshiftqd to alonger 

wavelength (363nm)than thatobserved foyotherHymenopterans,whereastheblue 

receptorisshiftedto theshorterpartofthespectrum (404nm).Tlziswould suggesta 

physiologicalorMrtifactualelectricalcouplingbetween thesetFo receptoctypes.Even 

atlonger wavelengths the blue receptorshowsa hlxmp and som: sensitivity up to 

590nm which may also be explicable by coupling effects.'lhe p'efn receptorhas 

maxim um sensitivity at 533nm . In contrast.to Tenthredo, the red receptor 

(X O X= 600nm)folowsthetheoreticalabsorption fundion very wel. 

Male and femnle Callonychium exclusively visiteitherorange orred flowers 

formeeting otherindividualsand train themselvesto these colours.Thisbehaviour 

allowsforthetesting oftḥeir colour discrimination with respectto outmodelpredictionsand 

investigation of theirpossibly tetrachromatic colourvision system .Since we 

havq pnly recently started such experimentsthe amountofexisting dataislimited 

X ittmann,pers.commlmicationsl.However,thereissomeevidencethattheseinsects 

a4eableto discriminateyellowerangecplours. 

CONCLUSION 

Hymenopteranslive in differenthabitatswith varying mixturesoflighte.g. 

ip thetropicalrain-forestthereisahigherproportion ofgreen lightwhilstin mountaineolzs 

regionsthereismuch more IJV light.On the otherhand,some Hymenopterans 

(i.e.Calonychîumjare.specialized in visiting only pne orafew.kindsofsimilar 

coloured flowers.In orderto achievethebestcolourcontrut,themnximllm ofone 

receptor type should correspond to the background 'hght.Although the spedral 

sensitivitiesofthephotoreceptorsareslmlar, ' '1 theL X/â-fundionsmay slightly differ , 

and thesesmalldifferençe!may Bevery importantin colourvisiqp systems.

121 

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OPPO NENT CO LO R COD ING A ND CO LO R PERCEPTIO N IN BEES 

WERNER BACKHAUS 


1.N chophysicalscaling melods 

Psychophysicsmeasurestheresponsesofsubjectswith respectto oneormore 

stim tli.Theresponsesaredirectly related tothestimuli(preferences)orrelated to 

judgmentswhen stimuliarecompared with referencestimuli.Theresultsoftheexperimentsdepend 

ingeneralon thedesign oftheexperimentand theinstructionsgiven to 

the artimnlby trnining.Beescan beinstruqtedby training to preferonestimulusfrom 

others.Thebeesconfusethestimulimoreorlessdependingon theirdiscriminability. 

Ifthe trained stim ulusisabsent,they show graded preferenc:sfortheotherstimuli 

accordingto thesimilarity with theremembered trainedstimuluseven ifallZternatives 

areweldiscriminqblefrom thetrainedstimulus(Backhausetal.,1987).Thechoice 

behaviorofbeesisbased on similarity judgments.Htlmansshow two diferentkindsof 

similarity judgments:the similarity value pf two stimuliis reported diredly or 

indirectly in the ondimensionalcase asdistancediferences(n urstone,1927)or 

ratios(ratio scnling,Torgerson,1958 Ekmnn,1963)of thescalevaluesoftwo stimuli. 

In thecaseofmultidimensionalstimuli,thejude el!tisperformed asdiferencebetween 

thedistancesofeach oftwo teststimulito thereferencestimulus(method of 

triads,Tôrgerson,1958)orasratioofthelength ofonestimulusveciorto theprojec- 

' 

tion o ?heotherstimulusvectoyonto t it(Ekman , 1963). 

Tlw lmits of perçeption are thought to be simultaneously present.Thus, 

differencesbetween scalevaluesorvectorsrepresentingstimuliin amultidimensional 

spacearesymmetrical,i.e.thedistancefrom A to B hasthesamevalueasthedistancç 

from B to A.n ereore,diferencejudpnentslead j 

to symmetricaldatamntrices,but 

themntricesofratiojudment!areasymmetrk in general. 

2.S- lm'gofcolorsim larity in humnnm 

Differçnceand ratio scaling methodshavebeen applied to hlxmnn colorvision 

(Torgerson,1958;Indow and Ohslxmi,1972;Helm,1964).Multidimensionalsrmling 

ofdifferencejudm entsshowed thatcolorvision isthreedimensionaland them int 

configurationsarevery similartothecorifigtrationsin thesubjectiveMunselcolor 

ordersystem.Helm (1964)hasSven an interpretation ofthederivedscalesto betwo 

opponentcolorscalesrepresentingblue/yelownessand red/peennesofthestimuli 

123

124 

l. . . ' . 1 .' d . 

and abrightnesssY' e-Diferencejudgmentsand ratiojudm entswithout'specialhstructionsareexplained 

asderived directly from opponentcolorcoding systemsascellexcitations.Itisnotnecessary 

to explain them asbeing related tosensations.Theresultsof 

multidimensionalscaling of ratio judgmentsdemndon theinstnzctionsgiven to the 

probands.The5-7dimensionsderived by Ekmu (1914)and Kuehn (1976)areinterpretableaslmiquecolorsjudged 

asratiosofthenmountsvisiblein colorsensations. 

3.Phenomenolor ofcolorRnsations 

' 

1.ln all colorsensations six differentunique colorsare clearly visible in 

diferentproportions:bhck,White,red peen,blue,yelow (Hering,1905).Thepro- 

. 

. 

, 

portionsofuniquecolorsare easily judgedeven by :x naive ysubjectswit j an . accmacy 

of5% (Hard,1966).2.Red/green anà blue/yelow areopponentcolors,i.ekthey do 

notappearat 7 thesametime(Herbing,1905).3.Thelightnes'ofacolorsensation is 

related to theamountsofchromnticuniqueco ' 1orsan 

d achromnticuniquecolorsblack 

and white.4.Colorsensationsarealwaysspatial,i-e.haveasizeand alocationin the 

threedimensionalgeometricspace(Hering,1905). 

iheproblem isto exphin thepropertiesofspatialcolorsensationsfrom 

opponenicolorcodind and spatialcodirlg.An explanation ofthephenomena'by 

calculatingthe one dimensionalplametershue,saturation,andbrightnessfrom thç 

' ' ' 

' 

excitations of an opponent colorcoding systemswottld heed 'lazge neuralnetworks 

' 

. 

' '.' 

foreach spatialpointtoperform thenecessary calculations-n ewholephenomenolor 

e-qn beexpbined by thefolowing (colorstate)hypothesis:each opponentcolor 

coding system presents'theinformntion abouttherelativeamountofuniquecolors 

(red/greeri,blue/yelow and black/white)presentin aspatialpoint.Thephysical 

states corresponding to theuniquecolorsarecontrolledby thecolorcodingsyitem. 

since the physicalstates fulftlthe sanie çalfebrk'asthe psychologicalstates 

measured in thepsychophysicalexperlmentthey glould beidentilubleasphysiz 

objeds.Fyom thetmlqùecolorstates(com/onentso?sensations),theperceptlml 

P arametershul,saturation andbrightnesscan Easily bederived asiuptientsoftie 

, 

nmountsofcolored/whitestatesarid colored/colored states. 

4.Saling of color Knsationsin humnnm 

Ekman(1954)instruded mobandsto repo yy thecontento :jmju;xjoa q s 

theseen coloràsratiosandextracted fivedilensionswhiqh areinterpreted àslmque 

colorsvisiblein tliecolorsensation 

' 

calsed by 

' 

thestimuli.Thecolorattributeshues 

saturaion 

. 

and brightàessaiesimjly 

. 

related to theproportionsofuniqizecolors.Tie 

naturalcoloisystem isbased oh ratio judg'mentswitliresjectto theamountofunique 

colorsvisiblein thèc8lorsensbtionstHerik,1905;éard,1966). 

. '' .. . 

' '

12S 

5 Smlm*g ofcolorsl-m lnrlty illaxes 

A'multiplechoiceexperimentFith freeflyingbeeswasperformed formetric 

and nonmetric multidimensionalscalinganalysksofthe similsrity relationsofcolor 

stimuli.The matrix of choice proportions was symmetric,so that the data were 

interpreted asrepresentingresultsofdifferencejudpnents.Multidimensionz analysis 

showed thatthebeescolorvisiorfsystem istwodimensionaland thejudgmentsaredue 

toadty-block-metric(Backhausetal.,1987). 

6.Opm nentcolorcoding in bees 

n e two scalesobviously representablue/peennesandaUv/pwplenes 

dimension in agreement with the kind ofopponency exclusively found in intracclltlarrecordingsfrom 

spectrally antagonistic neurons.'lhe calculated and intracellulary 

measuied spectral sensitivities of spectrally opponent cellsare in good 

agreement(Menzeland Backhaus,in pres).'rhespectrallightdiscrimination ftmction 

measmedby Helversen (1972)isin very good apeementwith theresultofasimulation 

ofthatexperim entbased on the opponentcolorcodingmodel.Furthermore, 

quantitative predictionsfor the intensity dependentcolorshifts(Bezold-Bruecke 

efed)aremadebuthavenotyetbeen measmed in bees(Backhaus,1988).From this 

folows,thatbeese-qn derivecolorsimilarity meastlresdirectly from theexcitationsof 

theopponentcolorcodingcels.Folowing thearpxmentation from above,weemnnot 

concludefrom theseresuḷtsthatbeeshavesomekind ofcolorimpressions.However, 

theexistenceofa lmiquecolorsystem emnalso notbeexcluded. ' 

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CO LO UR CONSTANCY IN TH E HO NEY BEE 

ANNEW E WERNER 

Universidade LivredeBerlim 

INTRODUW ION 

Themeaningand importancedfcolourconstancy can easily betmderstood if 

itconsidered according to the tasksforwhich colourvision wasdeveloped : 

1.Thediscrimination ofobjectsagainsttheirbackground should beimproved. 

2.Colourvision should provideadditionalcuesforidentifyingand recognizing 

objectse.g.by evaluating thespectralcontentoftheirsurfacerelexions. 

Undernaturalconditions,thespectralcontentand ltensity oftheillllmination 

continuom ly cbsnges,with the consequence tbntthespectralcontentof the 

surfacereflexion of objectsalso changes.Since thetrichromatictheory ofcolour 

vision predictsthatsurfacecoloursaredetermined by theqtlnntacatch in thethree 

wavelength-bands,it would be difficult for a colourvision system thatfunctions 

according to thistheory to work efficiently.Thus,a colourvision must correctfor 

clungesintheoveralilnminationifitisableto seethecoloursofobjectsrelatively 

uncbnnged despite largeuriationsin theoverallillumination.Tilisproperty isrmlled 

colourconstancy. . 

Oneoftheflzstreferepcesto colotlrconstancy cnmefrom Helmholtz(1896). 

However,perhapsthe mostimpressivedemonstrationsofcolourconstancy werethe 

'çMondrian*xperiments'ofLand(1977).% nd showedthatthecolourofasingle 

colourplatewithin amulticoloured arrangementisnotexclusively determinedby its 

spectralcontent,and thatadaptation isnotsufficientin explnining thisphenomena. 

Thisin turn' promptedthequestion ofhow acolourvision system determines 

coloursindependently ofillxmination changes.Differenttheoriesweredevelom d and 

. perhapsthemostwel-known of these isthe ççRetinex''tlzeory developed by Land 

(1977,1983,1986).A1ofthesetheoriesencompastheprincipalofcolourcoding, 

whereby thecolourofanobjectisdetermined by therelationship ofitssurfacereflection 

to the surface reflection ofthe surrouadings.Since thisrelationship remains 

constantunderdifering ilxminations,thecolourofanobjed alsoremainstheume. 

Forsuch relationshipstoexistkitisnecessary thattherearespatialinteractionsbetween 

differentvisualfieldareaseg.thoseknown to existfor'simultaneouscolourcontrast. 

Colotlrconstancy hasso farbeen observedin allvertebratesthathavebeen 

investigated,namely in man (lmnd,1977),thegoldfish (Ingle,1985)and eledro-' 

physiologe>ly in themonkey (Zeki,1983).W efirstobservationsofcolourconstancy 

127

l28 

in an invertebrate,thehoney bie(Apismeltferaj weridemùnktrated by Neumeyer 

(1981).Mlissocialinsed isparticularly interesting,sinceithasalsohasahigly 

developed visualsystem and isacooperativeresearch animal.In thistalk Iwilpresent 

experimtntswhichdtscribethequaliyo?colourconstancycodinginthehoneybee 

in differentspectralresons,and themechanismsunderlyingcolourconstancy wilalso 

bediscm sed.Additionally,adirectcomparison willbemadebetween theperformance 

of colourconstancy in man and honey bee . 

PROCEDURE 

Coour 1 ' cons tancy in the honey bee was investigated using a modified 

çMondrian''setup,with 13 colouredglasjplatesin acheckèrboard arrangement.This 

teBee-Mondrian'washomogeneomly ilbxminated from behind$y a mixtureof3lights. 

Thespectralmnximlzm ofeach oftheselightscorresponded respectively to thespectral 

sensitivity maxim lm of1ofthe3photoreceptortypesofthehoney bee(Menzel, 

1985).'l'heintensity ofeach lightcoizld bevariedindividualy,and a1theexperiments 

were undertaken in a'darkened room whose wallswere covered with blaçk velvet . 

Thlzj,theonly stimulipresented to thevisualsystem ofthehoriey beecamefrom the 

çf Moùdrian >' stup. g' ' ' ' ' ' ' '. .' ' ' 

' ' 'Usingihissetup,itis'possibleto trahlabeeto'preferacertaiq colourplate 

(rnlningp i ' 1teA)from a a1theothers.Tl'tisdiscriminability undertraininj'-iluniina'tion 

con ditionswasrecorded , and thelightfluxesemittedby thetraining are'a W erequ'anti- 

tatively determlned.The relativeintensity levelsofthe3 illllmlnating wavebandsof 

thettBee-Mondrian''werethen changedkThiswasdonbin such aw'ay sothatanother 

square( B)which , isspectraly differentfrom plateA,'now emited exactly'thesame 

energy flux asmeasuredbeforeoilplate'A.Ifthecùlourpfplate . A perceivèd 6y the 

. . . I . . 

bee kstheresliltof thespectralcontentoftheflux emitted by thisplate , 

. one woutd 

expect that a bee trained to plate A would how choosi plate B.If , hoWever,the 

colourperce/tion ofthebeeksiridependentofthechangein i lmzation,onewould 

' 

expectihatabeetrnined on A would jtil'choose thisiqukre. 

RESULTS 

1.Coloe const>nc'y oftlehoneyA in aMondHanerrailgement 

' 

, . 

. 

. ' . . ' ' , z. 

. . 

' 

Coloùrconstancy wasinvistigated fqr4 pairsofviolttand bluepeen colours . 

' 

Aqbeesareabletobiscriminatecoléurinthesechromatic'regioikt'po icularlywel, 

ak '' ' ' . ' . 

chàngesineiolôurperception can beobàerved withlziglzsensitivity (v.Helversen,1972).

l29 

VioletColours: 

' ' In the firstexperimentlightofmiddleand shortwavelengthswasadded in 

orderto match thealternativecolourplateto thecolourofthetrainingplate.Relative 

choicefrequency forthese2 colourfieldsundertrainingilllmination showsthatthe 

2 coloursareweldiscriminated(r -test,p< 0.01).Afterchanging theilblmination, 

thebeeschoosethetraining colourplateand matchingplatewith thesamepercentage 

ofcorrectchoicesasbefore,even tllough the spectralcontentofthenutched colour 

dlxring the matching test wasidenticalto thatofthe training colourplate during 

training. 

Bluep een O l/lzr&.' 

Threecolourmatcheswere carried outforblue-green colours.In allcases,' 

lightof middle-and/orshort-wavelenghtlighthadto be.added.In thef'zrstcase,the 

changein spectralcontentwaspeaterlhnn thatimposed in thepreceedingexperiment. 

Nevertheless;the choice-frequency changed only mazginally.Simihr resultsweie 

obtsined when tleilumination waschanged tomatch the2otherblue-green alternative 

colourplates to the training plate.In b0t1casesthebeepreferredthetraining 

platerelatively indem ndentpftheilllmination conditions. . . 

Itshould beemphazisedthatthespectralcontentofthetransmitted lightis 

changed simultaneously and homogeneom ly fora11theplates. 

Theresultscan besummqrizedasfolows: 

1.Thetrainingplateisalwaysrecognized,and thlzsitcan beconcluded that 

identicalperceptionscan beproduced by differentratiosofreceptorsignals. 

2.Thealternativeplatewasnevermistaken forthetrairking plate. 

Therefore,an identicalsetofreceptorsignalsdoesnotnecessarily produce 

the same perception. . 

Rheresultsoftheseexpedmentsstrongly suggestthatchoicebehaviour,and 

thuscololzrm rception,in beesisrehtively independentofthespedralcontent'ofthe 

iltmination.Therbsultsalso confirm earlierexperimentsofNeumeyer(198 1),and are 

similarto observationsin man (Iaemd,1977)andgoldfish (Ingle,1985).Furthermore, 

theresultsarenotconsistentwith thetrichzom atictheory ofcolourvision. 

H.Quality ofcolourconstu cy. 

In sometestsforcolourconstancy in thebluepeen region,theillumination 

changeproducedchangesin choicebehaviorwhich correlated with thespecificchanges 

imposed on theirspectralcontent.The degree ofthese chnngesvaried from slightbutiystematic 

through to atotallack ofcolourconstancy.In comparison,colour

l30 

constancy irlthevioletsmctralre#on wasfotmdtobe perfectly independentofthe 

illumination cbnnges. 

' 

Forthesakeofdirectcomparison,colourconstancy in man wastested using 

theexactsamearrangement,butwith theappropriatesetofi lminating lights(i.e. 

blue,green,and red light).Thetestprocedurewasthesameasthatdescribedforthe 

honeybee,and only yesorno Rnqwerswere accepted.Colourconstancy wasagain 

tested in differentspectralregions.Goodcolourconstancy wasobserved in thebluishpeen 

regon,wherethe=mecolourmatch wascarried outasin thehoneybee.Fora 

colourmatch in thered-green region,alack ofcolourconstancy wasobserved. 

Thisindicatesa differentperformancein colourconstancy which correlates 

with differentsm ctralregonsandilxmination changes.Itisinterestingto note,thata 

similarsystematicdeficiency in colourcorlstancy withfresped to chzomaticregionsis 

also found in the honey bee.n ls,theterm colourconstancy doesnotseem to be 

appropriatein describingtheperformanceofthevisualsystem in codingcoloursunder 

differentillumination conditions. 

1H.Proc- esunderlying colom constancy 

Colourperception isnotonly determined by thespectraicontentofthelight 

stim ulatingthereceptors,and thusthetrichromatic4heory ofcolourvision doesnot 

reflectallthe processesinvolved in colourcoding.So,which neuralmechanismsare 

responsibleforcolourconstancy? Themostsimpleexplanation would beaselective 

chromatic adaptation ofthephotoreceptorsoradaptation ofmorecentralstationsof 

inform ation processing,such asthe spectralepponentsystem . Theotherhypothesis 

would beto prerxmespatialinteractionswhièh would providefora chromstic-spatial 

intepation -asmentioned in theintroduction forman. 

To test tltis hypothesis, colour-constancy was tested in two different 

ççMondrian''-arrangem entsfor thesnme pairoftraining'and matching platesin the 

violetregion of the spedrum .Thetwo arrangementsbnly differwith respectto the 

extentofarea availableforspatialœtegration.Adaptationalinfluencesdo notdiffer 

for the two situations. . . . 

(a)3-l1e1dMoridrian:In tlzisMondrian,3violetphtesareavailableforintegrationalprocesses.A 

colour constancy test,asdescribed above , kscarried outwith 

mntching between 2 plates.Adaptationalprocessesilzneuronswhich arestimulated by 

thetraining-andmntching-plateareidenticalto thatoccm ringinthe13-fie1dMondrian . 

Result:The alternative plate is mistaken for the training-plate . ln other 

words,thereisalack ofcolourconstancy. 

(b)7-field Mondrian:Thenmetrainingandmatclingcolourweretkqed as 

described abovein a).Thereare5 additionalplatesin thedisplay,butthey are 

separated from thetraining apd matchingplateby 5 cm . Thebeeistrained notto fly

131 

over these plates.n erefore,these additional areas can be intep ated into colour 

coding exclusively by long-range spatial'interadions-Adaptationalinfluenceson the 

colourperception ofthetraining and mntchingplatesarenotincreased in comparison 

with theprevioustest(a). 

Result:Colourconstancy isoptimal,with choice behavioursimilarto llut 

observed forthe13-fie1d Mondrian. 

(c)13-fie1d Mondrian:Forthesakeofcomparison,colourconstancy in the 

two previoustests,(a)and(b),wascompared with colourconstancy with al3-field 

Mondrian (seesection I). 

Result:Colourconstancy wasoptimalin the13-fie1d Mondrian. 

Conclm ion:Colour constancy in the 7-f1e1d Mondrian issimilarto that 

observed in the 13-fie1d Mondrian.The lack of colour constancy in the 3-fie1d 

Mondrian istheresultofalack ofspatialintegration,and thusthe term adaptation is 

notsufficientin explaining colourconstancy.Itisconcluded ,therefore,thatcolour 

constancy istheresultofaspatial-chzomaticintegration,which resultsfrom long-range 

spatialinteractions. 

How do thesespatialinteractionscontributeto colourconstancy coding? 

Asalready mentioned,itispresumed thatspatialinteractionsresultin the 

coding ofa colourwith respectto the cllromaticpropertiesofthe surround.This 

hypothesiscan beverified by testingforperception and choicebehaviolzrin 2 chromnticaly 

differentççMondrians''underexactly thesameillltmination.Sincechangesin 

choicebehaviourwereobserved,which ultimately indicatesachangein perception,it 

can beconcluded thattheresultoflong-rangeinteradionsisthecoding ofcoloursin 

relation to theirsurround. 

SUMMARY 

Spatial-chzomatic intepation is a step ilz processing visualinformltion 

whereby two importanttasksarefulfilled : 

1.Rtlcognition ofthecolourofobjectsunderdifferenti lmlnations(coloui 

constancy)asaresultofadapted colourcoding. 

2 .Beterdiscrimination ofobjectsagainstbackgrounds(colourcontrast). 

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'

slkpôslo 2 

NEUBIOX IA DA APXENDIZAGEM,MEMURIA E 

PERCEN AO DA ABELHA - H 

- Facilitation in insectphotoreceptors 

Dora Fix Ventura 

- Visualsystem oftheBee:hminam onopolarcels 

Jolm ManoeldeSollmn 

- Thefunctionalorganization oftheHoney Beebrain 

JulianeMauelshagen 

- Phsrmacology oflearning and memory in Honey Bees 

MichinxSugawa

FACILITATION IN INSECT PHOTOREUEPTORS 

DORA FlX VENTURA 


INTRODUW ION 

In 1954 a surprising phenomenon wasreported by Ruck and Jphn on an 

hwertebratepreparation:ifastrong flashwaspresented to theeyetheeledroretinogrnm 

(ERG)responseto asucceedingequaly strong flash wasincreased,notdecreased,as 

'would be expected.In thehuman visualsystem,oursubjective experiencewhen 

presented witlthelightof abrigltflash isofatrnnqientblindness,which im pliesthe 

satmation ofthe neuralnetwork from theretinato thecentralnervoussystem .Not 

only atsaturation levels,butalso below,lightadaptation hasbeen shown to reduce 

sensitivity in m zmerous psychophysicalahd electrophysiologicalexperiments.Asa 

result,thetheoriesaboutthefunctioningofthereceptormeghanism havebeen always 

based on the reduction of sensitivity,due to light adaptation.ItFasthereforea 

startlingsurprisethatan eyecould $veapeaterresponseafterasupposedly blinding 

light.'l'heeffectwascalled facilitation by theauthors. 

Thestudy ofthiseffectwasnot,however,pmsued any ftlrtheratthattime, 

and thisreportby Ruck andJnhn(1954)did notreceivemuch atention in the' 

literature. 

Fae tation in theERG ofxveralsN des 

Itwasonly in thelatesixtiesandearly seventiesthatthesubjed wasstudied 

again.Severalauthors reported facilitation in otherinvertebratrsbesidesthe small 

crmtacean Lygia ocddentalîsusedby Ruck andJnhn(1954).ltwasfound in theERG 

ofseveralspecies(locmt:Giulio ald Lucaroni,1967;fly and beetle:Dudek and 

Koopowitz,1972,Dudek,1975;ants:Venturaetal.,1976,Venturaand Puglia,1977, 

Ventura,1983;spider:Ynmashita and Tateda,1976 and a crustacean,Strétten and 

Ogden,1971). 

0. own work in ants1ed totheconclusion that,atleastin thespeciesAtta 

sexdens,facilitation isjustasimportantasadaptation sinceitcoversa sensitivitf range 

tlutisabouteqlmlto thatcovered by adaptation.'lhisisto say thatsensitivity in the 

ant ERG can be menipulated by experimentalstimulation propammesto either 

increase(fadlitation)ordecrease (adaptation)by thesame extent.Facilitation, 

however,isnotjlzstthereverseof adaptation.Ithasdifferentpropertieswith resped 

135

136 

tot im ecolzrse, tlrezold , sensitivitychanjesduetothepresenceofabackground, 

and relationship to latency changes. 

. 

ERGSreflectnotonly theactivity ofthereceptorsbutm ay also includecomponentspicked 

up from neuralacivity ofthesucceedinglayers,mninly thelamina 

ganglionaris.Tltisposed the question ofwhetherfacilitation presentin theERGSof 

ants could be attributed to thephotoreceptorsorto a response from the lamina. 

Com parative studiesof facilitation in differentspeciesof ants permitthis possibility 

to berlzledout.In thosestudiesth:amountbffacilitation varied greatly from species 

to spedes.Thedistancebetween theretinaand thelaminaalso varies.Thetwostructuresareadjacentin 

Campgnotusandèseudomyrmex,but?arapartin Attasexdens. 

Sincein thelaterspeciesfaciliation wasmuch largerth= in theformerones,ERG 

resultsmustreally reflectphoto'receptor activity . 

. . . ' z . . r .. 

Facilitation in the photoreceptor 

In addition to ERG workyfacilitation was also found in singlephotoreceptors. 

Itwasfotmd by intracelularrecordingsin thephotoreceptorsofspidereyes(DeVoe, 

1972;Yamashitaand Tateda,1976)and ofthebarnacle(Hananiand Hilman,1976). 

Thepresentwork wasained atdetermining whetheritcould also berecorded in the 

retinularcellsofinsects,and ifso,to describethecharacteristics.offacilitated receptor 

potentials. 

The responseofphotoreceptorsto any lightstimultlsisadepolarization in 

the case of invertebrate photoreceptors and a hym rpolarization in the case of 

vertebraterodsandcones.Theamplitudeofthisresponsechangeswith lightintensity 

in a lawfulway and thereby indicatesthesensitivity ofthephotoreceptorto light. 

Receptorcellsare very sensitiveto changesintheir listory ofexposureto lightand 

show peatvariationsin the amplitude of the responseto lightdepending on previous 

ik oslzres' . Theirresponsewilltherefore depend notonly on tlleintensity,duration 

P 

. 

bnd wavelength ofastimulusthatispresented,butalsoon whathappened beforethat 

s imulation,that is,on the previom intensity,duration and time intervalof exposure 

to light.Regardless ofthe history ofstimulation theevidenceavailableleadsto the 

conclusion thattheresponseto lightisalwaystheresultofthecolbination ofthetwo 

ojposing tendenc'ies,ofexcitation andadaptation.Thefactthatthesearecombined in 

theresponse makesitimpossible to teasethem apartunlessexpedmentalmanipuhtionsarêcarriedout.SinceourpreviousERG 

work hadàhown thatvery shortbright 

flashesresultin facilitation,thisstudy wasconducted using shortflashesofsaturàting 

intensity in mostixperiments.ltis'frequently objected thatshortbrightflashes 

Presented to tiedark adapted eyerepresentacondition tiatisdistantfrom normal 

1t?*esituation.Hùwever,theecologicalqontextofthisbeespedesisthetropicalrain 

forest,wlich isdarkandinterspersedwith lightrayscomingdirectlyfrom thesky

l37 

through smqllholesin thefolliage.Furtherstudieswilbeneeded to eu minethe 

relativerolesoffacilitation and adaptation in ecologcaly relevantconditions. 

. ' 

' ' l ' ' 

fharacterkqtiœ and pouible mechanismsoffadlitation 

Utrresultsshow thatfacilitation in factoccursin intracelularrecotdingsof 

P h otoreceptors of the'stingless bee Melipona çlfcdrl:/bcfafl and ofthe locust 

Schistocerca sp.''l'hemainconcllzsionsatthispointarethat:1.facilitation occursfor 

lightstimlzliofhigh intensity and shortduration,and itisgreaterin thephotoreceptor 

oflocuststhanin thebee;2.itstemporalcourselastaslongasfoundwith theERG 

(peak arotmd2 to 5s;totalduration around 1to 2 min);3.thereisno relationship 

between th eamp litudeand thelatency offadlitated receptorpotentials;4.facilitation 

isdirectly proportionalto thehyperpolarizingaftirpotentialfound with high intem ity 

illxmination. . 

n epossibility thatfacilitation couldbedueto afeedback from thelamina 

was examined by moving the light source away from the optical axis of the 

ommatidium -in thatsituation lesslight* 1reach theretinularcelbeingrecordid 

from and alowerresponseamplitudewilresvlt.However,neighboring o'mm atidiawill 

bereceivingmorelight.In thatcase,iftherewasan effectdueto synapticinfluences 

theresultingcurvewould bedifferentfrom thoseobtainedby chaflgingintensity.This 

isnotthecase:theresultsdid notdifferin thetwo cases. 

' 

Wealso exnmined thepossibility tltatmetarhodopsin could beaffecting the 

restlts,asitwasapparently shown todoin barnaclephotoreceptorstHananiand 

Hilman,1979).Metarhodopsin in bersoccursin therangeof480 nm forblueand IJV 

receptorsand isalsoexpected to occurin thesamerangeforthegreen receptor(Menzel,pers.comml.Therefoyewe 

preadapted the eye to blue lightand tested its 

responseto atrain ofpulsesof theT.ED (-max = 560 nm),and then adapted itto 

green lightand againtestedtheresponseto thesametrain ofputses.Theblueadaptihg 

light m aked at the -corresponding to an absorption ratio or rhodopsin to 

metarhodopsin of.3to .8,whiletheFeen adaptinglightpeaked attheisosbesticm int 

of the two functions. An equilibrium between formntion ofmetarhodopsin and 

rhodopsin regeneration isachieved by stimulation attheisosbesticpoint,i.i.,with the 

peen adapting light,whereasthebluestim uluspromotesmoremetarhodopsin regeneration 

thntrhodopsin depletion.m spite Ge differencesbetween M formntion thnt 

could existmingthetwo stimuli,nodifferencesin facilitation wereobserved. 

Relatiom hip G tween fadlitation and xcond m- ngers 

In 1976 Hnnaniand Hilmnnsuggestedthntfacilitation wasduetoan efûux 

ofCa+ from thephotorectptorcel.u ter1>a1l(1978)reasoned lhntiffadlitation is

138 

the reverse ofadaptation,both mustinvolve calcium .Itlmsbeen known foralong 

timetbnt(1)ilumination incwre>sçstheilmacelxlnrconcentration offreecaldlm 

ionsand(2)thatamplitudean (i latency reduction œn beproduce d b yinjecting 

calcium into tlecels(Brown and Lismnn,1975;Fein and Chadton,1977).lffacilitation 

isthe reverse ofadaptation,the risein response should be accompanied by 

lengthening of latency.Butin ourIRG work there wasno systematic relationship 

between facilitation and latency.Harmni(1986)also measlzredthisrelationship in 

the barnacle photoreceptor w ih thefmding thatlatency ksnotlçngthened , rather 

it .isshortened during faciliation.Heconcluded thatfacilitation isnottheresultof 

a reduction in intracelular calcillm concentration.We confirmed thatlatency is 

constantand shortdespite increasesin Amplitudeofthefacilitatedresponsesin our 

intracelularmeasurements(Ventura,1988).Hanani'ssuggestion to explain facilitation 

isthata Featereffecti#e lightintensity exists during facilitation , leading to 

greater nmplitude and sborterlatency. 

. 

A posibility wewould liketo consideristhatthis(suggested)increased 

effectiveness of photoreceptor response be dueto an increased amountofsecond 

transmitter,such asCGMP or1nsP3,both of wlzich have been proposed asmessengers 

forinvertebratephotoreceptorsttx'lpb,1986;Fein etal.,1984;Ventura,1988).Since 

a relationship between increased InsP3 contentin the photoreceptorand increased 

responseto lighthasbeen shown tœ ul-y etal.,1987),thisisaleadthatshould be 

followed in futureresearch. 

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Biol.

V ISUA L SYSTEM O F TH E BEE:LAM INA M O NO PO LA R CELLS 

JOHN MANUEL DE SOUZA 


Themonopolarcels(MC)ofthe lnminagansionarisoftheopticlobeofthe 

honeybeeconstitutethemsl'nneuralpathway fortherelay ofvisualinformation from 

thephotoreceptorsto themedulaandmustplay an importantrolein thecodification 

ofcolorand otherasm ctsofvkslnlprocessing.TheimportanceoftheMCsisevident 

from theneuroanatomy ofthe1stoptic lobeasdescribed by Ribi(1978,1981)using 

masstaining teclmiques.ThebodiesoftheseMCsarelocated justproximaltothe 

basementmembranewhich separatestheretinafrom thelaminaandtheiraxonsjoin 

the receptoraxon bundlesto form theso-caled cartridgeswhich projed intothe 

medula.n eshortvisualfibers(blue-and green-sensitivephotoreceptors),terminate 

witbinthelamina,wheretheirramificationsprobably synapsewith spinesoftheMCs. 

Thethreelong(UV sensitive)visualfibersalso havespinesin thelaminabutcontinue 

acrosstheouterchinsmato terminatein thedistallayeysofthemedplla togetherwith 

thelamina MCs. , 

Ribifirstdescribed six differenttypesoflaminaMCs(Ribi,1975)butlater 

reducedthisnumberto four(Ribi,1981);a1lfourtypesseem tobepresentin each 

Ortridge. 

Nltmerom otherneuralfibers,tangential,centrifugaland someinœrta sedis 

cells,also run between the lamina and themedulla buttheirconfigurationssu%est 

secondary m odulatoryorfreedback functions.Noneofthese,northeamacrinecells, 

which remain within thelamina,haveyetbeenrecorded from asfarasisknown. 

A properknowledgeoftheroleofthe k Csin codiy fin gan'd transmitiing 

visualsignalsisthusfundamentalto ourunderstandingoffunctioning of thewhole 

visualsystem of the honeybee.Due,however,to theirslenderaxonsand to their 

relativeinaccm sibility,ithasbeen much moredifficultto record respom esfrom MCs 

in thebminathan from celsin theretinaand in otherregionsoftheopticlobe-the 

medulaandthelobula.Menzel(1974)recorded with considerabledifficulty from MCs 

probably ofonetype,butwasunabletomark them individually perhapsbecausethe 

very fi ne ti psofthe electrodes,necessary to penetrate thecelswithoutdestroying 

them,did notpermitsuccesfulinjection ofthedid.Workinginhislaboratory for10 

weeksin .1986lwasableto mark and record from some20 cels(So1zm ,Hertel, 

Menzel,Venttlra,1987)usingelectrodespuledon aCnmpden puler;theseelectrodes 

had very rmestrongly taperedtipswith m uch lowerresistancesthan thosepulled on 

conventionalpulers,thusfacilitatingdieinjection.Unfortunately thework,which was 

14l

142 

only in itsinitialstages,has.yetto beresumed;howeverIshaldescribetheresults 

thatwereobtained and discussthem in relation to previouswork and to comparative 

data from otherinsectspecies. 

RESULTS 

Asitisnotpossible in the bee to penetrate the basementmembrane with 

micropipettesasin the fly,accesswasmadeto thelam ina through a smallwindow 

cut in the head capsulejustabove the cùrneaand the electrode driven roughly 

verticatly downwards.In somecasesitwasapparentfrom theabruptchangesinposition 

of thelight-sensitiveonzmatidia,thatcelswerebeing penetrated in thechiasma 

rather than in thelamina.Wheneverpossible two oreven three cellswere recorded 

from and injected in thesameanimal,carebeingtaken toadvancetheelectrodeat 

least 100 u between cels.Neverthelesssometimesfewerand sometimesmore cells 

were marked than injected,leaving some doubtasto thecorectcorrespondence. 

Thismay havebeen dpeto slightleakagefrom theelectrodeduringpermanencein or 

passagethrough celsnotinjected orbyleakageofdyefrom an injected celinto a 

neighbouring onewhich had been pierced by the electrode . 

' 

A Xenon .lamp in conjuntion with amonochromatoranda variabledensity 

neutralfilter,both controled by a gomputer,provided apointlightsource.The most 

frequentresponse form to a 1sec ççsquare''lightstimulusof nearsaturating intensity, 

adjustedto theaxisofthelight-sensitiveommatidium,hadahyperpolarizingphasic 

peak,folowed by a sustained or gradually decaying plateau and a smallerphasic 

depolarizing peak atlightoff .Some cellsdisplayed rising rather than decaying plateaux 

which,in atleastonecase,reached agréaterpotentialthan thepeak.Other'celshad 

little orno plateau and somehad no peak before the plateau.Onecelresponded 'with 

a phasic depolarization undergreen and bll!e lightand a sustained depolarization in the 

UV;anothershort-lived unmarked celresponded with a rising depolarization in green 

and blue and a phasic hyperpolarization in the UV.Tltree celsstarted spiking after 

s'omedelay'afterpenetratiön;two of these spiked atlightOFF and the otherduring 

lightON.Recently Iwasableto confirm spiking responsesirlsome pilottestsin the 

lamina'ofthetropicalbeeMelipona t/zldrl:fklcflfl.Aspreviously reportedby Menzel 

(1974)low frequency noiseisgreterthan in retinularcelsin thedark,and increases 

underlow to medium illumination. . . 

Peak response/intensity (v/log1)functionsaremuch steeperthanforphptoreceptors:themostfrequentsvaluesfortheLipetzequation 

(150/1='(Vsat/Vm-1)1/s, 

where Vsat is estimated saturation peak amplitude,150.is the stimulus intensity 

corespondingto Vm/vsat= 50% and sisameasureoftheinclination ofthesigmoid, 

Solza and Ventura,1989)were 1,7 ascompared to 0,7 forphotoreccptors.This 

corespondsto acontrasteficiency (defined by Menzel(1974)aspercentageincrease

143 

ofthe normalizedintensity function per11og intensity step)ofabout85%#ogunit, 

whereasphotoreceptors#vevaluesofabout35%/1ogunit.Increasing lightintensity 

above saturation adlu ly decreasesthe response in most cells,confirming Menzel's 

observation. 

Attemptstomeasurethesm ctralsensitivity function S ()by meansofthe 

constantresponsemethod (Menzel,Ventura,Sola ,Hertel,Greggers,1986)were 

successfulin only a few cells.Inly cellswluch respond with asustainedplateau can be 

clampedto aconstantresponseand dueto thehigh noiselevelin MCsarelatively large 

plateau potentialksalso necessary.Thb S ()functionsobtained weresimilarto those 

ofgreen/ensitivereceptorcellsbutwith peakswhich varied between 505and 535 nm 

and secondary peaksin theUV.However,stability wasnotsufficientto obtain clear 

cutresults.In mostothercelsthreeflashes(544,444,and 344 nm)wereused to 

evaluatethemostsensitivespectralregion;themajority weregreen sensitive,buta 

few blue-and Uv-sensitivecelswereregisted forpeak response.Forplateau response 

there wasa greaterincidence of Uv-sensitive cels. 

Many weldefinedmarkingswereobtained themajority ofwhich showed 

morphology similarto Ribi's12 type:many bilateralbranchesin theA layerofthe 

lamina,littleorno branching in the B layerand nonein the C layer.Forked and 

branchingterminalsin.thedistalmedulla.Two orperhaps3celsweresimilarto Ribi's 

L1typeTbranchinG in a1lthreelayersofthelaminaand lessdeveloped terminalsin the 

snme region ofthemedulla.Oneofthesehad extendedspinesin theA layerofthe 

lnmina notshown by Ribi;thiswàsthedepolarizingcellmentioned above.A11three 

spikingcelswereofthe1.2 type. 

DB CUSSION 

Themaximum amplitudeofMC responsesisconsidçrably smaler(15-20 

mV)than thoseof thephotoreceptors(ca.50 mV).Howcyer,thepeak responsesto 

smalincrementsordecrementsofintensity areactllnlly m uch larger.How then isthe 

entiredynam icrangecovered by thephotoreceptorsprocessed in theMC stage?In fly 

and dragonfly lazgemonopohrcels(LMC's)Ixqugltlin and Hardie(1978)haveshown 

thatrapid adaptation maintainstherésponsesto changesin intensity in thecentral 

linearregion oftheV/loglcurveand leepscontrasteficiency athigh levels.Thtksthe 

smaldynamicrangeofthesteep V/lègIfunction doesnotbecomealirnitingfactor, 

sincein mostnormalsituationschangesin theintensity ofilltmination occurin sm al 

increm entsaboveandvelow themean to which theMC'sareconstantly adapted . 

With few exceptionsthe responsesoftheMCsreportcd heredid notadapt 

quickly.Could thebeebedifferentin thisrespect?IfthisbethccasetheMCswould 

saturate within thc dynamicrange ofthephotoreceptors.Mostlikely thisapparent 

contradiction isdueto thetlseqfapointsourceherewhereasLạughlin & Hardieused

144 

a diffused lightsource.An extended sourcestimulatesmnny neighboring receptors 

which contributeto adaptation of theMC response.tauglin(1984)showsthatthisis 

so in fly LMCS.ThespatialresponseofMCswasnotinvestigated in thepresentexperi- 

mentsandshouldbeincluedin (i ft uuë eresearchesmcialysinœ nospatialantagonism 

wasfound by Kien and Menzel(1977)inmedula cels. . 

Thephotoreceptorsdividethelightstimultlsinto threedistinctsignals(green, 

blueandUV).TheUV signalseemsto betransmited directly tothemedulatlrough 

thelongvisualfibres,although according to Uibi(1981)theL1monopolarcelsalso 

receive synapsesfrom thelvf'sin thelamina,togetherwith synapsesfrom thegreenand 

blue-sensitivereceptoraxons.Also according to Uibi,theblueand green photoreceptoraxonssynapse 

onto the 12 monopolars,whereas the 1.3 celsreceive inputs 

only from one type of photoreceptor,probably the green ones.1 .4 cellsapparently 

receive no direct inputs from the rece'ptorsbutextend dendritesto neighboring 

cartridges where they probably pick up inputsfrom the other MCs.How isthis 

anatomicaly deduced wiring diagram utilized by theMCs? Pooling of the responses 

ofseveralcellsinto one postsynaptic celisoften used asastrategy toimprovethe 

signalto noiseratio and thisseemsto bethecasein thebeeasevidencedby them uch 

steeperV/log IfunctionsoftheLMCScompared to thoseofretinularcels. 

Although spectralopponency mightbeexpected from the12 celstl-augltlin, 

1984).Only one instance was recorded in the unmarked celmentioned above. 

Therefore,with tlkispossibleexception,no kind ofcolorcodingcan beinfered from 

the responsesrecorded,and itmust be concluded thatthisiseither pe'rformed by 

otherceltypes,notrecordedfrom in theseexperiments,orin subsequentnelzropiles. 

No opponency wasfound by Shaw (1981)inthelaminaofDipteraeither.Itshoud 

benotedthatKien& Menzel(1977)reportedcoloropponentcelsinthemedulaof 

thebee. 

The only clearly discernible function of the recorded MCsisthatof highly 

sensitive detectorsofspatialortemporalcontrast. 

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TH E FUNCTIO NA L O BGA N IZATIO N O F THE HON EY BEE BRA IN 

JULIANE MAUEU HAGEN 


Thecomplex behaviourofh'oney beeshasbeen subjectto numerousinvestigationsleadingtoadetailed 

knowledge,forexample,abouthow thebeemanagesto 

find and rememberfoodsourcesand to transferthisinformationto theotherbeesin 

thehive.Involvedislearningofdifferentcolorsand odorsand theability to orientate 

in theenvironmentatdistancesoften faraway from thehive.Thisopensthequestion, 

ofhow such asmalbrainycontainingnotmorethan 850.000 cels(Withoeft,1967), 

isorganizedto serveso many differentfunctions. 

Am ong the variom teclmiques,which approach the functionalorganization of 

a nervous system ,the results from anatomy,immunohistochemistry and eledrophysiolol 

lmder the aspect oflearning and memory in the honey bee shallbe 

em phazised here. . 

' 

' 

A centralproblem in neurobiology isthequestion fortheneuronalbasisof 

learningandmemory.Sim plenervom systemssuch asthoseofmoluscsorinsectsare 

especially suited forthe analysisofsimplelearningbehaviolzr.Forthemarinemolœ c 

Aplysiadetailedmodelshavebeen developed,which can explain sem itization,habituation 

and conditioning on thecelularand molecularlevel(Byrne,1987).However,itis 

stillunclear whether these models can be applied as a generalconcept in higher 

organismsaswell. .' . 

Theanalysisofassociativelearningbehaviouron thefixed beeisbased on the 

classicalodorconditioning(Menzel,1983).Ifsugarwaterisdelivered to oneofthe 

antennae,then thebee respondswith areflectory extension of theproboscis(proboscis 

reflex;unconditioned response,UT).In the conditioning procedure sugarwateris 

presented to theantennaewith a folowing reward to the proboscisserving asthe 

unconditionedstimulzs(US),and thisispairedwith an olfactory stimuluswhich 

servesastheconditiönedstim tlzs(CS).Asindication ofan associativeprocessythebee 

extendsitsproboscisinresponsetoiheodoralone(conditioned response,CR). 

Our functionalstudies are aimed at the investigation of the brain areas, 

neuroactive substances and behaviolzr of single cells which are involved in tMs 

associative proceu . ' ' 

M atomy 

Firstofallthemain nemopilarareasofthebeebrnin should bereviewed.The 

147

l48 

jy t deuto. 

nervoussystem of the bee can be divided into the cerebralganglion wit pro o-, 

and tritocerebrum,thesuboesophagealganglion(SOG),which isfused to thecerebral 

ganglion,and the ventralnerve chord .The protocerebrum containstheopticlobes, 

ocelartractneuropile,m ushroom bodiesand centralcomplex.Thedeutocerebrum is 

composed of the antennaland dorsallobes,whilethe tritocerebrum isa diffuse neuropilararea 

between the deutocerebrum and SOG. 

The brain ofthe bee containstwo majorsensory inputregions:thetwo 

compotmd eyes and the antennae.Visualinformation coming in from one compound 

eye is processed in three visualganglia:lamina,medula and lobula and further 

conveyed to the median protocerebrdlm and the contralateraloptic lobe.The antennal 

and dorsallobesare thefirstrelay stationsforolfactory and mechanosensory information 

from theantennae(Pareto,1972).Theglomerulioftheantennallobesarethe 

sitesof synaptic interactionsbetween olfactory receptorcels,localinterneuronsand 

outputrelay neurons.The outputneuronsare organized in three separate tractswhich 

projectintothemtkshroom bodies:thelateral,mediolateraland medialantennoglomerularistract(l.a.g.t.,m.l.a.g.t.,m.a.g.t.).Thedorsallobesgiveriseto 

antennalmotorneuronsandsomedescending 

neurons(Suzuki,1975). 

The mushroom bodiesare thoughtto beacomplex integration center,where 

sensory inputfrom theopticlobes(viatheanteriorsuperioroptictract,a.s.o.t.)ànd 

theantennallobes(viathea.g.t.s.)converges.Theirneuropilcan besubdivided into a 

median and a lateralcalyx,a pedtmculus,and an alpha-and a beta-lobe.Thecalyces 

are the sitesofsynapticcontactsbetweenthesensory projectionneuronsandthe 

mushroom body intrinsicelementscaled Kenyon cels.Theirprojectionfibersrun 

into the peduncullzsand bifurcate atitsbase to send one processinto the beta-lobe 

and theotherinto the alpha-lobe,preserving theirpositionalinformation in a paralel, 

map-likeorganizition,analogueto themammalian cerebelum (Kenyony1896).The 

alpha-and beta-lobesare thoughtto be theoutputregionsof the mushroom bodies 

(Mobbs,1982,1984).There,many Kenyon celsconvergeonto few extrinsicneurons, 

which arborize in the diffuse protocerebrum surrounding these outputregions.So far, 

little isknown abouttheprecise connectivity of the extrinsic eiementsto otherbrain 

structures,fore= mple the SOG. 

'Ihe SOG is formed by the embryonic fusion of three neuromeres,the 

mandibular,themaxillary andlabialnelzromeres.Itreceivessensory information from 

thenervesofthemouthpartsandtheantennae,andgivesriseto motoneuronswhich 

supply themusclesofthemouthparts(Rehder,1987).'rhlzsitcan beconsideredas 

the sensory and motorcenterforfeeding.Ip addition,itservesasarelay station for 

descendinginterneuronsfrom thebrain intotheventralnervechord.

149 

Imp tmohbtochemkqtry 

In addition to conventional neuroanatomical teclmiques, immunohistochemistry 

isan importantmethodforanalfzingtheorganization ofanervolzssystem. 

On the one hand it offers the possibility to recognize anatomically lmidentified 

structures or to l-md chemical diversities nmong anatomicaly homogeneous cel 

populations.On theotherhnnd itrmnprovideafirstfunctionalasm ctby revealingthe 

distribution ofneurotransmittersormodulatory substances. 

In thebeebrsin andtheSOG,thedistribution oftheinhibitory nmino acid 

GABA (Bickeretal.1985;Schaeferand Bicker,1986a),and thepresumed neuromodulatorserotonin(Schuermnnnand 

Klemm,1984;Rehderetal.,1987)havebeen 

studied in greatestdetail.Othertransmitersormodulatorssuch asglutamate(Bicker 

etaL,1988),taurine(Schaeferefal.,1988),and dopamine(SchaeferandRehder,in 

pres)havefolowed recently. ' 

From theseexm rimentsconsiderationsaboutthefundion ofthesesubstances 

e-qn be made.GABA is believed to normally serve an inhibitory transm itter fundion. 

In thebeebrnin,GABA ismninly restricted to localinterneurons,whereitcouldaffect 

synaptic interactionsby lateralinhibition (SchaeferandBicker,1986a).ln contrast, 

serotonin-and dopamin-immunoreactivecelsspan widenemopilarareas,kuggestinga 

neuromodulatory function (Schuermann and Klemm,1984;Rehderetal.,1987). 

Glutamate as the most abundant free amino acid in the honeybee brain probably acts 

asan excitatory transmfter,atleastin themotorneurons(Bickeretal.1988).The 

fm ction oftaurine,the second-mostabundantfree nmino add in thebeebrain,is 

stilsubjed to debate.Itsfunction asa transmitter,a membrane stabilizeroras 

regulator for Ca++-flux across the photoreceptor membrane have been discussed 

(Gi1$'1and Umerwood,1985;Wrightetal.,1986;.passantes-Moralesand Moran,1981). 

Electrophysiolor 

Another approach to the functional properties ofa nervous system are . 

electrophysiologicalexperiments. 

Itisassumedthatplasticchangesduring associativeprocessesrmnbeobserved 

on thelevelofsingleidentified cels.Thiskindofanalysisrequires:(1)theidentification 

oftheneuronsinvolvedin theproboscisreflex and in theprocessing ofolfactory 

information,and theircharacterization physiologicaly and morphologiœ ly,(2)that 

plasticcbnngesoftheneuronscan becorrelated with behaviouralchanges.Since little 

isknown even aboutthenormalprocessing ofolfactory information from theantennal 

lobesto the mushroom bodiesand SOG,intracellularrecordingsaremadefrom the 

sensory projectionsbetween antennallobesand m'tqhroom bodies(a.g.t.'s),from 

mltqhroom bodyextrinsic neuronsand from interneuronsand motom em onsin the

150 

SOG.So far,the behaviouro'f singlecells 1M been exnmined in responseto different 

stimulidelivered to theantennaeand mouthp'm sorto intracelularstimulation.After 

th erecor din gtheneuronshavebeen.stained with theIluorescen'tdyeLuciferYellow 

formorpholoscalanalysis. . , 

However,dueto technicalandpreparationaldifficultieselectrophysiology in 

honey beesisstillin an early phase.Only recently hasitbeen possibleto overcome 

someoftheproblemsleadingto intracelbxlnrrecordingsoflongerduration and better 

quality.Mostofthe neuronsshow a spontaneousspikeactivity,which can bethe 

norm alphysiologicalstate orwhich can be induced by the impalementofthecell. 

Reactionsofneuronsto a Sven stimulusare usualy recognized asan excitation 

(increaseofsfontaneousfrequency orgeneration ofaction potentialsorexcitatory 

synapticpotentizs'in notspontaneously activecels)oran inhibition (decreaseof 

spontaneous frequency orinhibitory synaptic potentials).Many ofthe recorded 

neuronsaremultimodal,which meansthey reactto severalsensory stimuli.Somethnes 

differentreadionsto tle snme stimuluscnn be observed.In somecases,astimulus 

paradigm ,similarto thatin behaviouralexperimentswasused to study theeffectsof 

sensitization on the level of single cells.Neurons,which changed their response 

behaviour due'to the sensitizing stim uluscould beidentified in althree neuzopil 

areas,from which recordingsweremade.Theeffectsseem tobemoredrasticin the 

sensory and motorregions,whileonly smalchangeswererecorded ilzthemushroom 

bodies.Thiswould supportthenotion thatthemushroom bodiesmay notbeinvolved 

in theprocessingofnon-associativecomponentsofodorconditioning. 

A good quality recording isrequired fortheinterpretation ofthereactionsas 

arealphysiologicalbehaviour.Asmentioned above,theqllRlity ofrecordingscouldbe 

im proved,so thatin case of a good recording not only spike frequenciescan be interpreted,butalso 

synapticpotentialsand cliangesin membranepropertiessuch as tze 

Zputresistance. 

' 

Conclusions 

lmmunohistochemicaland eledrophysiologicalinvestigationsare important 

methodswith which to analysethefunctionalpropertiesofthebeebrain.Immunohistochemimtry 

offersthepossibilities(1)toresolveanatomicaly so farunknown or 

uncleu structures,(2)to analysefunctionaliversitiesbetween anatomicaly homogenousneurorim 

pulationsand (3)to mnk'eftrstfunctionalassumptionsaboutdiferent 

brain areas by studying the distribution of various neuroadive substances. 

Neurophysiolo'gy could providesomeknowledgeabout(1)thebehaviourofsinglecels 

and theirphysiologicalpropertiesin correhtion with differentstimullzsmodalities, 

intracelllnr stimulation and plastic changesduring sensitization,habituation and 

conditioning,(2)abouttlereaction ofsinglecelsin re'sponseto pharmacainjected

151 

' 

into distind areasof thebrain and (3)abouttiebehadourofcels,whosetransmitter 

hasalready been identified by imm= ocytochemicalmethods.However,infornution 

processing,learning and memory O nsolidation on the œll'lnr levelstillremsin 

m answeredopen quesdtionsin thebeebre . 

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PHA RMA CO LOG Y O F LEA RNING A ND M EM O RY IN HO NEY BEES 

MIC IIRO SUGAWA 

UniversidadeUvredeBerlim 

N kopuc loN 

Onemajornim in thestudy oflesrningand memory isobviously to eluddate 

thebasic mo'lecllnrmechnnlRmshwolved . 'Thignim cmnbeapproached by conducting 

experimentalwork at three differentlevels,namely the beiavioral,neuraland 

molecular.Thesedifferentlevelsareexm rimentaly accessibleby behavioral,electrophysiological,and 

biochemic lanalysis,although combining these levelshasso far 

provedto bevery difficult.Sinceitisreasonableto assumethateven widely different 

phylogenetically systemssuch asvertebratesand invertebratesshow cèmm on basic 

mechanism sin elementary formsoflenrning and memory,wehavechosen to study 

such behavioral pradigms in the honeybee, which,for the experimenter,is a 

mnrvelously accessiblennimal. 

Varioustreatmentsinfluencelenrning,memory!and performnnceof memory, 

i.e.memory formation (storage)and retrieval.Forexnmple,theapplication of 

phnrmncolo#œlagentskqam werfultoolwith which onecan xmrawltheprocessof 

learningand memory. . . 

' Currently,weareexxmining theinfluencesofaml'nes,which are abundantin 

the.intra-and extracellllnrfluidsoflie gorganisms,and putativeneurotransmitter, 

orneurohormons,in thebeebrain.Thesebiogenicnmlnesactaschemicalmessengers 

and arepotentialneurotransmittersornemomodulatorsin the nervoussystem (1). 

' 

Basically,thefollowingquestionshavebeen addressed: . 

. 

- Wlli . cl biogenic nmines ad as neurotransmitters,neuromodulators,or 

neurohormonesin differentmem ory pbnme,i.e.stomge-retriee ? 

- Are theany specific corrçlationsbetween brain areas,distribution of the 

biogenic nmines and the various behavioralpattem s e.g.memory retrievel-storage, 

sensory modulation,inotormodulation? 

- 

Arethe pharmacoloscalproftlesand behavioralpattemsin memory 

storageand retrievalcoinddent? . 

In honeybeesGefourbiogenicaminesnoradrennline@A),dommine(DA), 

s-hydroxytryptsmine(5-HT)and odopnmine(OA)butnotepinephrinehavebeen 

determined by meansofhigltperfornunceliquid chromatopaphy (2,3).Reœntly, 

thele biogenicnml'neshave been intensively investigated usingimmm ocytochemical 

methodsin orderto gain insightinto thedistribution ofthesubstanœsin thehoneybeebmin(4,5). 

153

154 

EXPEkIMENG LDESIGN 

The present investigation isbased on the olfactory classicalconditioning 

paradigm .Floralodorssuch asketoneso!critrale.g.gernniol,carnation,areapplied as 

conditioned stimuli(CS)and sucrosesolution (30 micol,1.5 M)istksed asan 

unconditioned stimulus(US)in delayed conditioning.M aconditioned response(CR), 

proboscis extension is recorded digitally i.e .proboscisreflex yes orno.The interstimulusinterval(ISI)isvery 

crudal.OptimnlISIis2-3seionds(6).Underthese 

conditions,proboscisreflex astheconditioned response(CR)reachesalevelofmore 

'lun 7(N ,even afterasinglelearningtrial(7 ,8,9,10).Toexaminetheeffectsof 

nmineson mem ory storageand retrieval,the testamine,orbeeringerascontrol,is 

presme.injected,eitherglobaly (0.5n1)toalow diffusion to aresponsivelike,or 

localy (2-10 1)in specificareasofthebrain tominimizeperipheraldifusion.In the 

storagetest,thedrugisinjected5-20 minbeforeasinglelearning trial,whilein the 

retrievaltesttleinjection folowstheconditioning 30-90 minlater. ' 

One ofthe reasonswhy one generally initially startswith theretrievaltest 

andthen thestoragetestisthatsincetheformertestisreversibletheo/timnltimefor 

themaximl'm effectofthetestsubstancecan bedetermined. 

Animnlsshowingspontaneousreadionsduring thelearning trialareexcluded 

from the experiments.In the case of 5-HT exm riments,double-blind test were 

conduded. 

statkstics:'rltekolomogorof-smirnoffcl# -testisusedtotestthehomogeneity 

oftheexperimentalandcontrolpoups. 

RESULTS Ae DB CUO ION 

Effedsofbiogenicnmlnesoa memèry stomgeand retrieval 

DA:evokes a reduction of the CR occm rence in the retrieultest,when 

globaly injected (03 nl1x10-5M)into there#on ofthemedian ocelartrad (11). 

ln thestorage test,thistestsolution doesnotshow any differencesto thecontrol 

p oup.ThusDA selectively influencesmemory retrieval. 

NA:in comparkson to DA,NA blockstheCR in b0th memory phnmeswhen 

globaly injected.However,when lormly injeded (1x10 d M,2-3n1)into both alphalobes,an 

enbnniementofthe CR ismonitored ifthe beeselidtavery 1ow rateof 

learning(12).hicontrast,noinfluenceupon memory storageLqobserved when NA is 

localy Kjected hzto the PedunculiorAntermallobesoftlp deutùcerebrlvm (13).The 

signilrmnceofthereversaloftheinluenœ ofNA (globalascompared to localhjection)isnottmderstood 

atpresent. 

5-HT:When 5-HT isglobaly injected,a blockingoftheCR occurs,esm daly

155 

in retrie (14).Upon localinjedion in thelateralsidesofthealpha-lobes,a signifiantly 

reduced CR rateksrecorded in theretrievaltest.30 minutesafterinjeding5nl 

of1x104 M 5-HT even afadlitatory effed 'can bemeasmed,however,thiseffed is 

reversible.F ahiglerconcentration (1x10-4 M,5 1)isinjected into thealpha-lobes, 

adrasticblockingeffectisdeteded in tltestoragetest.'lheseèesultsare supportedby 

thefmding lntpflzlorophenylnlnnine(PCPA)(ablockerofthe5-HT synthesis 

enzymetryptophan hydroxylase)application enhancestheCR (tmpublished observation,Sugawa).Theinjection 

into theantermal-lobeshasno efed in thestoragetest 

(unpublished observation,Sugawa). 

OA:hasno negativeinlluenœ on mem ory formation andon retrievalwhen 

globaly Kjeded (11).However,localinjedion ofOA (1x10 -6 M,2-3 n1)in the 

Pedunculi(Ped)resultsin afadlitatory action in both storageand retrievaltests,but 

no effectisdeteded when OA isinjeded intothealpha-lobes.Syperphrine,aNmethylated 

analogueofOA and an agonistfortheOA receptor,hasasimilnreffectas 

OA ifapplied into thePed.Phentobmine,an alphazedrenargicreceptorantagonist 

andgeneralOA receptorblocker,reducesthe memory formation in thePed (14). 

A>odativelenrnlngin Y switloutme room bodiesin Bra?lwithoutCorcoo do 

The present pharmacologcalstudies suggest thnt the mlthroom bodies 

(mduncli,alpha-lobes)ofthebeebrain azeacentirofmodalitiesbetween diferent 

sensory and motorelementsarid areadeutofassociativelearningand memory.OA 

injedion into thePed,theinputreson ofmltqhroon bodies,leadstotheenhnncement 

ofmemory storageand retrieval.OA application into thedorsallobusin thedeutocerebrum' 

showsthefacilitatory effecton drinking . TheinnuenceofNA ismeasured 

asenhnncementoflearning,especially mem6ry storagiin thealpha-lobes,theoutput 

region ofthemm hroom bodies.However,no effed isobserved upon application into 

theantennal-lobes.5-HT,wltich may beaphysioloscalantagohistforNA/OA in the 

beebrains,elidtesin thealpha-lobm an inhibitory effectboth in memory fonm tion 

and retrieval.Tlzis effect doesnot occurin the antennal-tmbus.Since some 5-HT 

reactive neurons,which are invo'lved in odor conditioning , have been identiûed 

recently (4),therole5-HT playsin learning and memory ofhoneybeemightbe 

understood in thenearfuture.To dateDA hasnotbeen investigated by localinjection 

into them ltqlroom bodies.Althougltthemechanisnzsofinformation procese g isnot 

known atthenetlrond level,ed.,whetherthetransmissioù of theCS and USfrom the 

deutocerebrum to themuhroom bodiesoccm ssequentialy lxqing thesamepathway 

orin parallelusing separate pathways,itksquite probable thatthe CS and US are 

intergrated andpairedin themllnhgoom bodies. 

AreGephnrmacoloscalproftlesand behavioralpatternsin memory storage 

and retrieu lcoincident?

156 

NA and OA have similar facilitatory effects on memory formation.NA 

increasesthenumberofconditioned responseswhen injeded into thealpha-lobes 

and calycisbutnotin Ped.OA alsoenhancestheprobability ofCR,butin thePed. 

and notin thealpha-lobes.Synerphlineapplication into thePed.inducestheenhancementof 

memory retrieval.Phentolamine,acompetitivealphaz-adrenoreceptorblocker 

and also awelknown OM antagonistinjected intothePed.showstheinhibitor 

effects both in memory storage and retrieul.If Yohimbin (alphaz-adrenersc 

antagonistand alsoOA1blocker)(15)isappliedintotheZpha-lobesin m lnhroom 

bodies, neither mem ory formation nor retrieval influences are fotmd.However, 

Yohimbin reducestheCR in thestoragetestwhen thistestsolution isinjeded into the 

m d.Thesedatalead usto believethatOctopnml'nez receptorsmay belocaiedin the 

Ped. 

In the future,oneofthemostinterestinginvestigationswillbeto elucidate 

wiether5-HT isaphysiologicalantagonisttoNA/OA.Finaly,thestudyofsecond 

mesengersystem such ascyclicadenosine3'-5'monophosphate(cAMP)synthese 

enzyme,adenylate cyclase,which itselfappearsto influence learning and memory 

(Sugawa),and e-qn beactiuted by severalbiogenicamines,wilmostcertainly throw 

m orelighton themolecularmecbnnism underlyingmemory. 

CONCLUSIONS 

From thein-vivopharmacologcalinvestigationsoflearning and memory in 

honeybeethefollowingconclusionsemerge: 

1.Biogenicnminesparticipateactively in memory formation and in retrieval. 

Whether they exert tlzisftm dion asaneurotransmitter,neuromodulatororneurohormonsremainstobeshown: 

Dopamine(DA)blocksmemory retrievalwhen injected viatheocelartract. 

Noradrenaline(NA)injected intothealpha-lobesenhancestheCR ratein thestorage 

testbutneitherin thePeduncl. (Ped)norin theantermal-lobes.Odopnmine(OA) 

also facilitatestlteCR ratein thestoragetestwhen injected into thePed-,butnot 

into the alpha-lobes.s-Hydroxy-tryptamine(5cHT)inducesareduced CR in both 

storageandretrievalexperimentswhenhjecteéintotltealpha-lobes,however,the 

timecoursein retrievalisvery complex. 

2.The mushroom bodiesmny beneuronalsubstratefortheintepation and 

pairing ofCS-US elements(asociativelearning). 

3.NA andOA havesimilarfacilitatory adionson mem ory fornution. 

5-HT mightbeaphysiologcalantagonistto NA/OA. 

Pharmacologicalstudiesindicate thntOM receptorsarelocated in thePed. 

region ofmm hroom bodies. 

'

157 

ACKNOWLEDGEMENTS 

Iam patefulto R.Mena l,A.R.Mercer,P.Rueggerand especially B.D. 

Michelsen foruseoftheirpublished data,and allmembersofthe InstituteofNeurobiology,FU 

BerM ,forfruitfulandstimulatingdiscm sion. 

REFERENCES 

01.Evans,?.D.AdV.Insect15 :318-473(1980). 

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( 

. l 

. ' . . 

j I 

! 

SIMPOSIO 3 

DESNW RIG O E SUBSTANCIA:TUMCAS:INTEM O ESCOM 

0 DESENVOLW MENTO NEUROMOTOR E O M O 

COMD RTAMENTO 

' 

- Introduçâo ao tema de desnutriçâo e substânciastöxicas:interaçöes 

com o desenvolvimentoneuromotorecom o comportam ento. 

LuizMarcelinodeOliveira ' 

I 

- Interferdnciadefatoresnutricionaisna açâb töxicasobreo desenvolvim 

ento. 

VilmaAparecidaSilva 

- Efeitosperinataisdepraguicidas. 

MariaMarthaBemardi 

' 

, 

. *

INTRODUCAO AO TEMA DE DESNUTRICAO E SUBSTANCIAS 

T;XICAS:INTERACGES COM O DESENVOLVIMENTO 

NEUROMOTOR E COM O COMPORTAM ENTO 

Ltqà MARCEUNO DB ouvBln 

Universidadede SâoPaulo 

O objedvo pdndpaldestesimpôsio foirelmirtrdslaboratöriosdiferentesque 

m ant:m-linhasdepesquisassemelbsntes,envolvendo aavaliaçâo dosefeitosdevariiveis 

biolö#cassobreo desenvolvimentono infcio daWdaesobreo comportnmento do 

animaladulto.A integraçâoediscussâb conjuntadosdadospermitir;apadronizaçfo 

de tcnicasparaavaliaro desenvolvimento no infcio davidaedo comportnmento.E 

importantesalientarqueestaJrea serevestedeespecialinteresseem um pafscom o o 

Brasil,onde,pornm lado,aspopulal esexpostasâalgum aformadedesnutriçâo vem 

aumentandodemaneira alarmante,eporoutro lado,pujo desubstinciastöxicastem 

sido cada vezm aisintensaesem um controleadequado porpartedosörgâosgovem a- 

mentais. 

Estaârea deestudo podeusarllmaabordagem voltadaparaawaliaro produtô 

./7- 1,porexemplo Nfeitosdo chlmbosobreo quocientedeinteligdndaou sobreo 

rendimento escolar';ou llmaabordagem voltadaparaanalîsaro processo porexemplo, 

ççinteraçöes entre fatoresnutricionaise substO ciastôxicasao longo do desenvolvi- 

X'XStO3' 

Nâb h; dûvida que a pHmeiraabordagem tem 'sido m aisenfatizadae tem 

m ostrado que a desnutriçâo levaa conseqûdnciasm aisdesastrosasquando associada 

aoutrascircunstânciasapavantes,como obaixo nfveldeescolaridadeou nfvelsöcioeconômico 

dospais,ou faltadeestimulaç:oadequadaem perfodoscrfticosdo desenvolvimento. 

x 

Umapesquisarealizada porGrupta ecolaboradores(1975),nafndia,mostrou 

o impacto dadesnutriçâb sobre o desenvolvimento intelectualde crianças.Atentos 

para acomplexidade dasinteraçöesentrefatoresnutricionaisenfvek söcio-econômicos,osautoresmostrarnm 

queosefeitosdadesnutriçâos:omaisintensosno quociente 

deinteligJncia (QI)decriançasprovenientesdenfveissöcio*conômicosbaixos 

(categoriaIVIdo quenascategoriasmaisaltas.Nesta classesocial(IV)h;umaqueda 

mnisacentuadano QIna medidaqueseavalia o QIem criançasmaisafetadu m ladesnutriçâo(#I-#el2 

-de7 1a90% do pesoiNlïelJ -de61a70% eAfpel4 -de51a 60% 

dopesoesperado paraaidade)asim ascriançasdo Nt-vel2 mostrarsm um QImédio 

de88,1,asdeNfvel3,QIde76,6 easdeNtkel4 mostrarlm um QIaindamaisbnixo 

de66,0. 

161

162 

O copceito desiney mlo dimpoitanteparaentenderainteraçâb entreosdiferentesfatoresqueinfluem 

namedidaflnal.Sem duvida,nro somenteocorresinergismo 

(maisdo queasimplessomadosefeitosdefatoresesjecficos)entreadesnutriçfo 

enfvelsöcioeconômico,mastnmbdm com outrosfatores,como o grau deescolaridade 

dospais,grausdeinteraWo eestimulaWomatemacom acriançadesnutrida,nfvelou 

quantidade e qllnlidade da estimulaçâb smbiental,haven'do portanto uma ampla 

possibilidadedeinterçöesentrecadaum destesfatoreseasavaliaçöesquesâb efetuadascom 

a criança desnutrida. 

Quando se analisa o sinergismo entre a desnutriçâb ea probabilidadede 

infecçöes,porexemplo,aanâlisedestasinteraçiesmostraqueacriançadesnutridad 

maisafetada porinfecçöes,porque ascamadasprotetorasdo epitëlio querevesteo 

olho,ou ascamadasprotetorasnamucosa dacavidadeorale de todo o sistem agastrointestinal,ficadrasticamentealteradapeladesnutriçâb,inX 

rferindo naabsorçro de 

nutrientes,e aumentando os liscos desta criança sermais afetada por processos 

infecciososou porsubstânciastöxicas. . 

Todosestesfatoresagem sinergisticamenteeestesimpösio pretendeanalisar 

algumasdaspossfveisinteraçöesentresubstânciastöxicaseseusefeitosno desenvolvimentoneuromotornoinfcio 

davidaeno comportamento deanimaisdesnutridos. 

Refe/ncias: 

Grupta,S.etali.Indian Pediat.(1975),12,1079-1082.

INTERFERENCIA DE FATORES NUTRICIONAIS NA K AO 

TöXICA SOBRE O DESENVOLVIM ENTO 

VIW A APARFEIDA SILVA 

UniversidadeFederalR uminense 

A interferdnciado estado nutricionalmatem o com a em briofetotoxidade de 

substândasqufmicastem sidoo principalfoco deinteressedo u boratörio deTeratologiaExm 

rimental.Sabemos,da ToxicologaGeral,que'adesnutriWo podeaumentar 

ou diminuir a susceptibilidade aosefeitostöxicosde llma substo daqufmica.I%o 

dependefundamentalmentedafarmacodntticada substM daem estudo.porexemplo, 

seëo metabölito,enâb ocomposto odginal,oagentetöxico,eseo desnutrido apresenta 

1tm metabolismo maislento ou ineficiente,o organismp desnutridoe'starfsujeito 

amenoresconcentraça sdo agentetöxico econsequentementeosefeitosobservados 

no desnutddoserâb menores.E interesanteo exemplo do tetracloreto decarbono, 

nosestudosdo Prof.M clzan,nahglaterra.Avaliando aDL 50 dotetracloreto decarbono 

em ratossubmetidosa uma dietaMpoprotëica,e1eobservou quea dosenecesslziaparamatar50 

dosanimaisdesnutridoseramuito maiordoqueaobtidaparaos 

controles.Issoporque ahepatotoxiddadedo tetracloreto decarbono dependedaformaWo 

de 1m metabölito réativo,ao nfveldosmicrossomas.E poriso que a induWo 

das enzimasm icrossomm's com uma ṣubstMciacomoo ltnobarbitaldiminuimuito a 

DL 50,ou seja,almentaatoicidadenestecaso. ' 

QuandopretendemosestudarasusceptibilidadebodesnutridoasubstMcias 

tôxicasdevemosterumapreocupaçâb bsicanosentido deconhecerafarmacocindtica 

dasubstM danaqualestnmosinteressadosno modelo pxm dmentaldedesnutriçâo que 

pretendemosutilizar.O queocorrenadesnutriçâoprotdicaem termosdemetabolism o 

podenâb seroqueocorrenadesnutriWo ondeoconsumo dealimentoërestritoa 

50% porexemplo.Num tstudo feito em colaboraçfo com o Prof.M clzan,nösinvestigamosaeliminaçfo 

do ilcooletlico em ratossubmetidosaumadieta hipoprotdicae 

em ratoscom èonsumo deraçfp limitadoa 5M .Fwstetiltimo modelo tem sido o mais 

utilizado em noso laborat6rio e parecesero quemaisseaproximad:desnutriWo 

observada em sereshlzmanosondeaprivaçâo n:o se restringeaprotefnu,ocorrendo 

uma diminuiçïo da quantidade de plimentosdisponfveis.Observando o peso destes 

animaisno curso do experimento,verifiemmosqueosdoismodelosdedesnutrilo 

resultaram em paradado crescimento deratosjovens.Entretanto apesardosdoismodelosafetarem 

o peso corporaldemodosemelhante,houveuma pandediferenp na 

velocidadedeeliminaw odoetanol.Enquanto queosanimaismantidoscom umadieta 

a3% deprotefna apresentavam nfveissangùfneosde etanolpraticqmenteinalterados 

163

164 

apös3 horasda administraçâo,ossubmetidosauma dietarestrita a 5% do consumido 

m logrupo controleapresentarnm lmataxadeeliminawosemelhanteàdo grupo controle.E 

possfvelquehaja um limiar,tzmaconcentralo deprotefnasnadietacrftica 

' 

no sentidodegarantirafunwo enzimltica.E possfvelquemesmocom akietarïstrita, 

o fom ecimento de protefn% tenha sidosullcientepara cobrirestanqcessidade.Com 

estesresultadospodemosafirmarquenadesnutriçâo protëic:ostecidossâb expostos 

aconcentraçöesaltasdeetanolportempo prolongado,uma situalo muitodiferente 

da que ocorre em controlese isso explicariaeventuaisaumentosdatoxicidade do 

etanolencontradaem nnimaisdesnutridos. 

Esta introduçâo pretenderessaltaraimportânciadeestudosfarmacocinëticos 

nainvestigaçâb da interaçfo desnutdçâb-toxicidade.Gostariadediscutiragoraalgtms 

resultadosobtidosem nosso laboratörio em estudosdeavaliaçâb daembriofetotoxicidadedesubstânciasqufmicu 

em orgnnismosdesnutridosenTo desnutridos . Nöstemos 

estudadoosefeitosdahipervitnminoseA,do âlcooletlico edotolueno. 

O etanolé lma substMciacujatoxicidadedestreitnmenterelacionadaafatoresnutricionais.Isso 

porquenoseu metabolismp o âlcoolfornececalorias:7 caiorias 

por grama de etanoloxidado.Entretanto,estascaloriassTo chnmadasde ttvazias' 

porque nro suprem necessidadesde vitaminase saisminerais.O resultadodisso ëa 

conhecidadesnutriWo do alcoölatra.Al/m disjo,muitaspesoaspobres,desnutridas 

em conseqû:nciadapobreza,fazem uso debebidasalcoölicasem uitasdelas,como'nös 

verillcnmoqem levantamentosem maternidadesdacidadedeSâo Paulo , sâb mulheres 

p'âvidas.Paraestudarseosefeitosembriofetotöxicosdo etanoleram alteradosnavig:nciadadesnutriWo 

maternanösrealizamososeguinteestudo.Ratasgrâvidascom 

dietalimitadaa50% do consumo dirio deum grupo controle,receberam porentubaçâo 

adosede6g/kg delxmasoluçâb deetanola30%,do 8O.ao 15îdiadegestaçfo, 

m rfodo de organogfnese no rato.Os resultadosfornm comparadoscom controles 

desnutridosquerecebinm porentubaçâb umasolulo isocalöriçadesacarose.Com 

esteprocedimento nösobjetivâvnmosdarao grupo controleaṣcaloriasfornecidaspelo 

Zcool.No 20 0 . diadegestaçâo osfetosforam obtidosporcesariana eavaliados . Os 

nossosresultadosindicaram que:o Zcooleadesnutriçâoindependentemente , diminuiram 

o peso fetalem relaçâb ao grupo controle.O grupo desnutrido querecebeu 

âlcoolfoio maisafetadoem termosdepeso.Um fenômeno interessantefoiobservado 

quandocomparamosofndiceobtidopelarelaçfo m so fetal/peso materno.Estarelaçâo 

pode indicarse a diminuiçâb do m so fetalfoiconseqûdnciadainterfer:nciada 

droga com o estado nutricionalmaterno.Observem que na desnutriçâb este fndice 

aumentaem relaçfo ao grum controle,sugerindo queo peso do feto érelativamente 

poupadoem relaçEo ao queocorre èom o organismo materno . O contrârio ocorrena 

exposiçâo ao Zcool,ondeo fetoémaisafetado do queamâb , diminuindo o fndice. 

No grupo desnutrido tratado com etanol,com nmbasasvariveisagndo simultaneamente,o 

fndicenâo diferiu do grupo controle.Estesfetosforam em seguidaprepara-

165 

dospara leitura do esqueleto,atravésdediafanizaçfo ecoloraçâo com alizarina.O 

nfvmero denécleosdeosificalo nasdiferentesregiöesfornm contados.Osresultados 

quenosanimaisdesnutridosexpostosao etanolo desenvolvimento esquelético estava 

retardado em relaçâb aosoutrosgrup'os.Esteefeitofoimaisacentuado do queo observado 

no grum apenasdesnutddo enâb foiobservado no grupo exposto ao etanole 

mantido com dieta ad lfhf/lf??l- 

Nösnâb fizemossindaestudoscomportamentaisdestesanimais,paraverificarseestapotencializaçâo 

datoxicidadedo etanolindicadapelosefeitosao nfveldo 

m so e do desenvolvimento esqueldtico tambëm ocorreao nfveldo SistemaNervoso 

Central. 

Um estudo com avalialo morfolögcaecomportamentalfoifeito com o 

tolueno.O tolueno é 1lm solvente orgV ico nmplamente utilizado naindtistria de 

tintas,laquds,etc.e tambëm éum dosprindpaisconstituintesdasmisturasinaladas 

m los ftcheiradoresdecola''.Em sereshumanosfoidescritatlmasfndromefetalpelo 

tolueno,com caracterfsticas semelhantes as encontrad% na Sfndrome Fetalpelo 

Alcool(retardo decrescimentopr/epös-natal,dismorfiasfaciaiseretardo mental). 

Entretanto,hâaindapoucainformal oarespeito dafetotoxicidadedo toluenoeestas 

indicaçöesclfnicascarecem deconfinnaçâo atravdsdeestudoscontrolados.Num dos 

estudosfeitosem nosso laboratôrio o tolueno foiadministrado porviasubcutâneaa 

ratasgrévidascom dietaad libîtum epdvadasderaçâo a50%,do14î ao 208 diade 

gestaçâo.Ospartosforam espontâneoseasninhad% foram reduzidu a6 filhotesque 

passaram aseramamentadosportiasedestinadosatestescomportamentais.Osf'tlhotesrestantesforam 

preparadospara exnmedo esqueleto.Osresultadosindicaram que 

o tolueno e a desnutriçâo diminuirnm o peso fetal,masnâb houve potencializalo 

desteefeitonosdesnutridosexpostosaotolueno.Foiinteressanteobserurqueaos95 

. 

diasde vida enquanto osanimaisdesnutridosin utero haviam recuperado o pesoem 

relaç:o aos controles,a prole m asculina exposta ao tolueno ainda apresentava tun 

deficitponderal.Entretanto,mesm o diferindo doscontrolesem relaç:o ao m so,os 

an ima 

is expostosao tolueno nâb diferirnm quanto ao desempenho num'teste de 

aprendizado em esquivaativa,nem diferiram doscontrolesquanto àmovimentaWo 

espontM ea.No teste demovimentaçâb espontM ea,realizado aos30 diasdevida,a 

fmica diflrençasignificanteencontradafoiqueo gnlpo quenâb recebeu injeçsesquer 

detolueno querdevçfculo andou menosnosprimeiros5minutosquando comparado 

aosoutrosgrupos.Iso pareceindicarum efeitodo çtstres'dasinjeçöesrepetidasduranteagestaçâo.A 

fmicamanifestaWodeinteraçâo entredesnutdWo matema eexposiW 

oao toluenofoiverificadaaonfveldo esqueleto.Comono cmqo do etanol,osanimaisdesnutridosexpostosao 

tolueno tiveram um retardo daossificalo quando comparadosaoscontrolesapenasdesnutridosou 

apenasexpostosao tolueno. 

Estesresultadosparecem indicarqueaavaliaçâodoesqueleto ë um indicador 

sensfveldosefeitosdainteraçâo desnutriçâbexposiçâo asubstânciastöxicassobreo

l66 

desenvolvimento.Entretanto,o retardo do desenvolvimentoesqueldticonâb podeser 

considerado1lm efeito teratogdnico,permanente,com osresultadosdequedispom os. 

2 mesmoprovâvelquesetrateapenasde'lm retardo,recuperivelao longo dodesenvolvimento.Poroutro 

lado,embora seconsiderequetestescomportnmentaissâb os 

maissensfveisindicadores deefeitost6xicossobre odesenvolvhnento,nossosdados 

indicaram queo pesocorporalpodesertun indicadormuito sensfvel,estando alterado 

mesmo quando testes comportamentais nâb indicaram efeitos a longo prazo decorrentes 

da exposiçâp ao tolueno in utero.Outrosautorestamb/m relataram como 

n6s,que alguns agentespodem diminuiro peso corporalna auséncia de alteraçöes 

com portamentais.' 

No caso do tolueno,a auséncia de efeitos comportamentais poderia ser 

explicada pela utilizaçâb de t'tias'nâb tratadas para a amamentaçâb dosfilhotes, 

possibilitando a recuperaçâo deeventuaisefeitossobreo SNC .A utilizaçâo de çttias'' 

para a amamentaçâo em estudos dos efeitosda exposiçâo a substânciasqufmicas 

durante a gestaçâo ë entretanto aconselhâvel,poispermite separarefeitossobre o 

desenvolvimento prë-natalde interferênciaspösmatais.Nâo podemosafirmarque a 

exposiçâo ao tolueno nTo resulta em efeitossobre o SNC ,masapenasnoslimitaraos 

resultados dos testesque utilizamos.A escolha de testes comportamentais a serem 

utilizadosnaavaliaçâo daprole ëum problemadediffcilsoluçâb,agravadopelofato 

dequeamanipulaçâb necessâriaàaplicaçâo de1lm testepodeinterferircom o desem - 

penho no teste seguinte,limitando o ntimero de testes que podem serutilizadosna 

avaliaçâo dosmesmosfilhotes.A avaliaçâo epadronizaçâo de testes comportamentaisa 

serem utilizadosna avaliaçâo neurocomportamentalë 1m problema atuale im - 

por tantestentativasnestesentidotem sido realizadas(Buelke-sam etal.Tcolaborative 

BehavioralTeratology Study.Neurobehav.Toxicol.Teratol.7:591,1985). 

Finalmente,gostaria de comentarestudosqueestâb sendo conduzidosem 

nosolaboratörio,com o objetivo deproseguirnainvestigaçâo daembriofetotoxicidade 

do tolueno.Um sistema inalatörio foimontado e ratase hamstersp'ividasestIo 

sendoexpostasalxmaconcentraçâo controlada detolueno.A proleest;sendo destinada 

fundamentnlmenteà avaliaWo comportamental.Osprimeirosresultadosobtidos 

indicam queosefeitosdotolueno sobreo peso fetalserepetem naexposiçâo inalatöria.M 

aiornûmero defilhotesdebaixo peso foram encontradosnasninhadasexpostas 

ao tolueno.Houvetambdm diminuiçâb daviabilidadefetal.Menorntimero defilhotes 

nasceram nogrupotolueno.Estapio1eserésubmetidaaindadurantealactaçâo a 1m 

testeneuromotordeequil-brio sobrenmabordaea1lm testedealte'rnaloespontânea.A 

amamental o estâsendo feita pelaspröpriasmâesexpostasao tolueno,com o 

comportnmento maternalmonitorado diariamente. 

O nossointeressepelo uso do hamsterdourado em toxicologia,do desenvolvimento 

noslevou apadronizarumabateriadetestesdeavaliaçâo do desenvolvimento 

desta espécie.Nâo vou me estendera esterespeito masgostaria de mostraralgunsde

167 

nossosresultadosnestesentido,comparandoo hamstercom ratosecnmundongos.O 

hamsterdourado tem um perfodo degestaçâo de apen% 15dias,nasce com dentese 

apresenta um acelerado desenvolvimento pös-natal;Aos 30 dias estâ sexunlmente 

amadurecido.Um dosproblemasquelimitao usoem toxicologadodesenvolvimento 

éo infanticfdio,frequentenestaespëcie.Entretanto,nossosresultadosindicam queo 

hamsterpodeserusado sem queostestesinterfiram naztaxasdeinfanticfdio,apös 

o 30 diadevidapösmatal,enquanto queamaioriadosindicadoresdo desenvolvimento 

aparecem apös este perfodo.

EFEITOS PERINATA IS D E PRAGU ICIDAS 

M ARIAM ARTHA BERNARDI 


Em mnm ferosaexposilo matemaacertassubstM ciastöxicaspodeproduzirefeitosperinataisindesejiveis,lmavez 

queestasnâb sö tem aposibilidadede atravessaraplacenta,como 

tambëm de serem excretadaspelo leite.Dentreessas,destacam-seospraguicidasdado 

seu uso extensivo querem agricultura,pecuo aou doznis- 

'sanitirio.œ fine-se praguicida como qualquersubstânciaou misturade substância 

utilizadascom a fmalidade deprevenir,destruir,repelirou mitigarqualquertipo de 

praga.Pragaseriatudo aquiloqueataca,lesaou trnnqmiteenfermidadeàsplantas,aos . 

animaiseao homem. - . 

Dospraguicidas,ospiretrôidesfqp.m recentemente sintetizadosa partirda 

estruturaqufmicadm piretrinr,substânda com alto poderinseticidaconhecidasdesdeaantiguidade,retirada 

dasfloresdo crisântemo.Assim,essespraguiddassâb b@stante.töxicbspara 

insetosem ixesepouco töxicospara mnm fferosfato queostem 

qualificado parauso coirente. ' 

Até o momento aliteratura tem apresentado resultadosnegativoscom referdnciaaefeitosteratogfnicosdepiretröides.Nesesentido,estudou/eosefrltosda 

administraWoafdmeasdurantealactaçâode1xm pragtlicidapiretröide,aCiaiotrina; 

fornm feitasavaliaçöesdo peso corporaledaatividademotoraespontM eadaprole, 

expostaou nâb ao praguicida,aos21diasdeidade;avaliou-setambëm ,arespostade 

esquiva irlibitöria e o peso corporaldesses animais naidade adulta.Osresultados 

mostraram que aatividademotoraespontM eaeopeso corporaldosanimaisnro fornm 

modificadospelaexposiç:o ao piretröideaos21diasdeidade;noentanto,observou-seIxm 

prejufzo consistentena esquivainibitöriadosanimaisexpostosao praguicidana 

idadeadulta.Essesfatosindicsm queo praguicidan:ointerferiu com aatividade 

motoraecom o peso corporaldosanimaisequeotestedeaprendizado utilizado foi 

sensfvelpazadetectarefeitostôxicostardiosdaCialotrina. 

Nllmasegundaetapa,estudou-seo efeito daexposiçâb m aternaàCialotdna 

durante agestaçâo;avaliarsm-seo desenvolvimento ffsico eneurocomportaméntalda 

prolee o comportam ento mnternal.Paratanto,imediatamenteapöso nascimento dos 

Glhoteshomogenizou-seo nflmero del-tlhotes/ninhada(8/f:meas)etrocou-se,em algumasmâes,asninhadasdo 

grupocontrolecom aquelesdo Fupo exm n'mental,deforma 

talaobter-se4 gruposnosquaisratastratadu ou nïo criavnm ou nâb osseusfilhotes. 

()sresultadosm ostrarnm queocomportnmento maternaldasfêm eas,avaliâdo pelaescaladeescoresdeSoderstein 

& Enerothllg84l,nâb foidiferenteentreosWriospupos. . 

169

170 

O peso corporaldosftlhotesprovenientesde mfestratadasou nâb com o 

praguicida foisemelhante àquele do gnzpo controle;no entanto,observou*e que 

llhotes nâb expostos ao praguicida criadosporm fes expostasmostrarpm ,lm decrésdmo 

signilkativo no seu peso corporal. 

Duashipötesespoderiam explicaresselm imo fato:ocorrersm alteraçöessutis 

pocomportnmento matemal(nâb detectadosmlo mëtodo acimadescrito)ou modincou-se 

a disponibilidade de leitem atem o.Desdequertlhotesdefdmeasexposta ao 

praguiddadùsdemaisgruposnTo tiverem alteraçöesno peso corporalaidëiadellma 

interfer:nciado praguicidano comportamento maternalpareceamaisprovâvel. 

A exposilo aCialotrinaretardou,ainda,nesesflhotes,a expressâb de 

outrosparn-metrosdo desenvolvimento ffsico taiscomo nasclmento do# lo,abertura 

dosolhosecan'alauditivo ,descidadostestfculosbem como aaberturava#nal.Fatode 

interesifoiaobservalodequeatrocabasninhadaspotenciou osefeitostöxicosda 

Cialotrina.Alëm diuo,verificou-seum atraso no desenvolvimento do reflexo deendireitsmento 

4alteraçiesno ritmo daatividademotoradeanimais(observadado100.ao 

21P diadevida)expostosao praguicida,quevariarsm nadependdncia dop'au deexposiçïo 

daninhada.Naidadeadulta,verificou-seatlsénciadediferençassiN ificativas 

entreos4 gruposdeanimaisquantoa atividademotoraeda esquivainibitöria. 

Dessa forma,os presentes resultados indicam que,embora ospraguicidu 

piretröidessejnm 'consideradospouco tdxicos,sâb capnzmsdeinterferirc6m vo os 

parâmetros do desenvolvimento de animaisexpostos perinatnlmente.Acrescente/e 

nindaj'qué o perfodo noqualocorreu essaexposiçâo podelevaraalteraçœ sdiferenciaisnaidadeadultatendo 

em vistaosresultadosdo testedeaprendizado em esquiva 

inibitôria. 

Refelndas: 

Soderstein,0.*,Eneroth,P.(1984).J.Endocr-,102 :115-119.

SIMPOSIO 4 

H ICOUIGIA E CANCER 

Personalidade,padröe'scomportamentaisecâncer. 

Mariada Glöria Gimenes 

- Vivlncia corporal,imngem do corpo emastectomia. 

Annik M J.S.RosiersFonseca

PERSONALIDADE,PADROES COMPORTAMEMTAIS E CANCER 

MARIA DA GIXRIA GN ENES 

UniversidadedeBraslia 

DG RODUCâO 

A investigaçâb q'lnnto ao papeldosfatorespsicolö#cosnaincidinciaena 

' 

propessâo do câncer,tem desm rtado interessedediversoscientistasnoslm imos10 a 

15anos.De m odo geral,podemosafirmarquetalinteresseconcentra-seem tornode 

duasquestöesbâsic%: . 

- 

CaracterfsticasdePersonalidadeou situaçöesdeççstress''podem predispor 

um indivfduo ao câncir? . 

- 

Caracterfsticas de Personalidade e stresspodem afetar a propessfo da 

doençaeconsequentefndicedesobrevidado indivfduo? 

Emborao interesepelahwestigaçâo darelalo entrefatorespsicolögicose 

câncerseja recente,anolo dequetraçosdepersonalidadeecaracterfstic% psicolögicasapresentam 

l:m papelespecficonaetiolo#adasdoençasffsicas,tem suasrafasna 

medicinaeftlosofiapré-cartesiana(Alexnndre,1950;McMahon,1976).Desdeent:o, 

x:m considerfvelnfzmero depesquisastem sido odentadasparaavalidaçâo dehipôteicossomâticas.relacionadas 

ao papelççcausal'*daspredisposiça semocionaise 

' 

ses ps 

caracterfsticaspsicolöscasnaetiologiadedoençasffsic% diversu. ' 

' A relaçâb entrePsicplo#aecidnciasdasalideinicia-secom ajocltmentaçâo 

acerca dasassociaçöessntre variâveispsicossociaise resultadosnasaflde.Diferentes 

m rspectivasteöricassurgem ao longo dotempo paratentarexplidtararelaçâoentre 

mrsonalidadeedoença fsica.A maisantigadestas,propa aPersonalidadecomoum 

fatorcausaldedoençaffsica. 

, 

Pejquis/sṛealizadascom b%enestepressuposto dividem-seem duascategorias: 

A jrimeirarelaciona personalidadeà etiologiadadoença,antesquepssintomassejam 

manifestados.A segundaenfatizao papeldefatorespsicolögicosduranteo' 

curso eproR éstico dadoença. . 

Constratandoanoçâo decausalidadeexpressanesta duaspersm ctivas,surge 

xzmaterceiraquemlnimlu ou Djeita o papelcausaldapersonalidade,tanto em relalo 

àetiologia,quanto aoprognöstico da doença. 

Naverdade.estaterceiraperspectivapresume llma direcïo oposta decausalidade(ex.a 

doença,- afetapersonalidade),ou explicarelaçöesentretraçosedoença 

fsicacomo flmWo deoutrasvarifveiscomo acaracterfsticado tratamentorecebidoe 

aexperidnciado indivfduo com osistemadesaûde. 

173

l74 

Passemosagoraaconsiderara m rsm cdva nfmero 1: 

I-Drsonalidadecomo fatorcazlulnaetiolo#a: 

Na'linhadesta concepçïo,surgem viriasformulaçôesteöricasquebrevem entereveremosem 

relaçâo àcâncerespecifiemmente. 

1)A TeoriadeConflitospropostapor X1xsndreeoutros(Alexandre,1950), 

e 

propsequetanto apredisposilo quanto oinfdo deltmadoenç,a dcausada porcontlitospsicolögicose 

pelasem oçôesproduddasporestes.Portanto,emoçöescomo raiva, 

depressâb eansiedade,resultariam em respostu autônomaseendöc'rlmasqueservirhm 

Paradesencadearadoença. 

Com basena teoriadeConflitos,vo osestudosforam realizadostentando demonstrarsua 

utilidadeparaexplicaro aparecimento do câncer.Osquemaisaparecem 

naliteratm aconcentra-seem torno dosseguintestemas'. 

= dificuldadeem expresaremoçöes(princimlmentehostis) 

- depressâb 

- introversâb 

- distancinmento emocional 

- alienaçâb 

- excessiva expressfodeagressividade. 

Osresultadosdestesestudossro contraditörios,orafom ecendo evidlncia positiva,oranegativa,quantoarelaçâb 

entreO nsitosemocionaiseetiologiade Mnœr. 

Além disso,estateorianâb indicaosmecnnism osatravësdosquaisIxm estado 

emocionalespecffico - ex.:depa sâo ëtraduddo em processo patofisiolö#co,predispondo 

o indivfduoao dnœrenâb aoutradoençaqualquer.(Weiner,1977). 

' 

2)Hipötesede atitudeespecficadiantedadoenp 

Esta perspectivaapresentada porGralmm eoutros(GraceandGraham,1952) 

assumearelaçâoentreatitudesindividuaisedesencadenmento dedoença.Atitudessâo 

definidascomo l'xm cohjtmto deafirmaçöesarespeito doqueosindivfduossentinm e 

m rcebinm o queestavaacontecendo com elesno momento im queossintomassurgem 

ecomo pretendinm lidarcom o ttstress'ou dificuldadesqueestavnm enfrentando. ' 

No'caso dé a-nœr,dnfasi tem sido dadaà atitudedettdesnmparo-desesm - 

' 

.. 

. ' . z ' . ' . ' 

rançanapresentadaporindivfduosantesdo diagnöstico desta ddença. . 

Um estado caracterizado por ç$ des arli paro desespii-ança'#sicolögico joderia 

. . , 

. 

i . 

levar'o indivfduo ao tçcomplexodedesistência'queenvùla xm sio fiœdo deimpo- 

tn : cia psicolàgiœ edeincapàcidadepara lidàrconimudànçasnmbientaisou eventos 

esiressantes.Estat6desistdncia''devivetestaria assodada à doenp s. 

Em câncer,estem odelo tem sido estudado considerando espednlmentearela- .

175 

Woentresituaç& sdeperdaeluto.Em Wriosccosclfnicos,estudadosdeformaretrosmctivae- 

tosrelacionadosamrda(divörcio,morte,etc) corelacionaram-se 

altamentecom inciddnciadecâncer. 

' 

Y rx lmœ hg'ando ç# rda'ao infdo dednœr'. 

De formasimplificada,poderfslmosrehtarque ossentimentosdeperda strinm 

acompnnhadosporprocessospatofsiolö#cosquelevarinm'a alteraçœ sbioqufmiçaseimunolögcasepredisporinm 

o indivfduo ao cu cer. 

Fastafonnulalotem despertado +/.r1% crfticas: . 

- aligaç:o entre o sentM ento de perda,comportamento de desistdnda e 

proceso fisiolô/co apresentadaporEngeleSc%male(1972),nindaévagaenâb tem 

sido suficientementeespecificada. ' 

- 

mudançano estilo devidado indivfduo duranteo mrfodo deluto (por 

exemplo,mxmento deconsumo dedrogas,âlcool,cigaros,etc) levarinm àpredispor 

seu organismo ao câncerenâo o luto poisi.(Paulsand Brown,1972). 

' - 

alteraçaspsicolô#cas(neurolö#cr/psiquiétricas)podem sercausadaspor 

processospatolögicosem cânczr,antesmesmo dadoençasermnnifestada(Fox,1978, 

Anismar,.1981).Portanto,ạlteraçœ spsicolö#cascomo porexemplo t)sentimento 

de desistdnciaencontrado em pacientescom câncerpodem serprodutossecwund4n-os 

do a-nœren:o fatorescanqm-mpn-m4rios. 

3)Temmmmento -Sa4deMental . 

Nesta perspectiva,traçosde personalidade que predisporiam o.indivfduo à 

doenças:o vistoscomo sendo prioritarinmentebiologcamentedeterminados.Deriva-se 

entâo,lmamedidadetemmmmento.Deacordo com estaconœpWo,thomaseBeṭz 

(1979)propöem umatipolo#adetempernmento e,junto com esta,umatentativade 

relacionartempernmento com ainciddncia decâncer.Nesta tipologia,am odalidadedenominada'çgàma''compreenderiacaracterfsticasassociad% 

â bnixareativida'deem ocionaleinstabilidadeque,porsuavezspoderinm 

estarrelacionadu àinciddnciadecâncer . 

Alglmu dasprincipaiscrfticasapresentadasaestaabordagem sâb asseguintes: 

- estatipologaévagaeapresentadefmiçöesimprecisas; 

- amodalidadeçtgnm a''estarianaturalmenteassociada com baixosfndicesde 

saédementalque,porsuavez,predisporiam indivfduosdemeia-idade adoençasdiversas,inclusiveao 

rlncertvalant,1979). 

11-D rsonalidadeePrognéstico daDoenp 

O referencialmaiscomllmenteutilizado paraconceptualizardiferençaspsicolögicasnaprogressâb 

de doençasé o *v odelo de predisposiçZo deenfrentamento'

176 

com traçosrelacionadosàdoença.A maioriadaspesqulasnesta categoriaconceptualir 

zaadoença como nm streuoreassumequea maneiram laq'lnlo indivfduoavaliereageàdoençapodemediarou 

afetarocurso pro> ôsticodamesmn. 

Exemplificando,um indivfduo com o diar östico decâncer4ueç'm rcebe' 

suadoençacomo thmeaçadora'e çfatal'poderâutilizarnegaWo como modo delidar 

com ela.Seta1negaWo chegaraoextremo eoindivfduopasaraacreditarquen:o 

precisa segtlirprescriçœ sm ëdicas,podemosantedparlxm' pdssimo proN östico,m esmo 

seclinicamente o indivfduo tivesse pandeschancesde vir a se recuperartotalmente do 

A . 

rmncer. 

' 

'Tnfrentnmento'podeserdefinido comoaçöes/comportsmento direcionadosparalidarcom 

asexigênciasimpostaspelasituaçâo,numatentativadelidarm elhor 

com elas(Coelho,lhnluncy eAdnms,1974;Mecharlic,1968).Poroutro lado,çtpredisposiWo 

de Enfrentamento'refere-seàtraçosdepersonalidadequecaracterizam tenddndasespecfficasque 

constituirâo 11m padrâb deenfrentamento aserutilizado com 

relativa consist:ncia diantedeeventosestressantes(Cohen elnzarus,1979). 

Asprincipaiscrfticasapresentadasa esta abordagem sfo asseguintes: 

- a consistênciaquanto âutilizaçâo depadröesdeenfrentamento em diferentessituaçöeseduranteo 

ctlrsodediferentesdoençasdquestionivel.Em câncer,por 

exemplo,fatores.como severidade,estlgio eexperidnciaprdviacom a doençaafetnm 

o padrâb ou estilo deenfrentsmento aserutilizadopelo indivfduo (Cohen eIazarus, 

1979). . 

- 

namesmadoença(co cer)diferentesestigiosexigem do indivfduo habilidade 

em lidarcom dificuldadesespecfficas. 

Portanto,1tm linico tipo de enfrentnmento nâb seria adaptativo para solucionaresteimpasse.u 

zaruseCohen (1973)propöem o tdrmo hocessode enfrentamento: 

- este têrmo incorpora exigéncias da situaçâb; 

- consideradiferentesopçöesdeenfrentamento;e 

- 

admite queç'enfrentnmento''envolvediferentesestâgiosparaseradaptati- 

VO. 

Pesquisasconsiderandoosm odosdeénfrentamento ecâncercomo processo 

demonstram enfrentamento adaptivo'. ' 

- focalizarnoproblem a,focalizarnosaspectospositivoseanegaçâo dagravidade 

da doença. 

Depreseo 

:J'. . .. . .. ' . .. : 

'' 

r 

Diversosestudossugerem que indivfduosdeprimidosdemoram maispara se 

recuperardadoençaeapresentam maisaltosnfveisdemortalidade.(Cohen etazarus, 

1979). ' '

177 

O estado depresivo tanto alteradiretnmenteestadosfisiolögcos,como tambdm 

reduza motivaçâo do indivfduo em seengajarem tratamentosimportantesparaa 

recuperaçâo (Knntz,1980). .' ' . ' .. 

Pesquisu t:m demonstrado arelaçâo entrenfveisaltosdedepressfo ebaixos 

fndicesderecuperaçâb em cM cer. . 

Principaiscrftic% sugerem que: 

- osmecnnismosqueestabelecem ta1relaçïo nïo sâo claros; 

- 

ta1relalo parecevariarconformeadoenp e/ou estfgio damesma. 

HI-Persm ctivasnâo caue de m rsonalidade 

O enfoque centraldestaperspectivaéo efeito da doençano comportamento. 

TaIefeito pode serdiscutido em termos de: 

1)efeitosbiolöscoscorrelatosao procesodadoençai. ' 

2)comportamento dedoenteecorrelatospsicolögcosdadoença; 

3)efeitosdaexperidncia doindivfduocom o sistemsdesatide . 

1-Efeitosbiolögcos 

Existe evidcnciaque certostiposdeclncer,como leucemiaecàncerdepulmïo,afetam 

diretamenteocérebroeo comportamento (metâstasecereàral).Estas 

metsstasesnâb sïo detectadasantesdo infcio do tratamento.Portanto,caracterfsticas 

depersonalidadepoderiam serconfundidascom efeitosdadoença. 

Efeitosbiolöscosindirctosdecâncerno comportamentoresultam demudanças: 

- metabölic%; 

- endöcrim as;. 

- 

hematolöscas. .' 

Todasestas'mudançaspodem ocorerantesdo diar östico serfeito (Metchel, 

1967).Porexemplö,taismudanj% levariam indivfduosportadoresdecânceraapre-' 

sentarestaos d deresivoscarv p terizaéospo-rdesistência,desamparo edesesperança.E 

interessante notar que pacientescom câncerque apresentam moderadosdëficitsneurolögcossobrevivem 

pormaistempo esïo menosestresadosdo quepacientessem 

déficits(Davieseta1.,1973). 

2 -Comportamento dœnteecorelatospsicole cosda doenp 

Existem diferençasindividuaismarcantesquanto ao desempenho depapelde 

doente.A procma e tratamento porexemplo requera percepçâb e o reconhecimento 

dossintomu dadoençaporpartedo indivïduo (Mechanic,1968).Estereconheci-

.178 

mento dossintomasestariamaisrelacionadoàscaracterfstica dem rsonalidadedoindivfduo 

do queàdoença proprinmentedita.Destaforma,podemosantedpardiferen- 

çasindividlnisquantoâ proclzra detratnmento tKrantzy'Balxm eWideman,1980). 

Alëm disso,ëinteressantenotarquealgunsestudos(Ka1seCobb,1966;Mechanic,1968)apresentam 

adepressâo eoutrosestadosemocionaispresentesem f%es 

de çtluto''como fatoresquem aximizam aprocura detratnmento.Taisfatorestambdm 

contribuiriam para a percepçâo,repetiçGesde sintomu e complicaçöesduranteo processo 

de recuperaçïo. 

Outrosestudos(Cluff,1966;Cohen,1979)demonstrnm queadepresâb ë 

llm adasconseqûdnciasdapreocùpaçâo com apröpria doençaetambëm reafirmam o 

impacto causado poresta no processo de recuperaçâo. 

3 -Efeitosdaexm e ndacom o sistemadesa4de 

A exper iénciado pacientecom o sistemadesaûdepode'causargrandeinflu:n- 

cianassuascaracterfsticaspsicol6gicasecomportamentais(Krantz,1980.,Weisman, 

1979).Taisefeitossâb discutidosem termosdevarifveiscomo:arelaçâo mddico/paciente,o 

nmbiente hospitalar,tipo e condiçöesde tratamentos. 

Estes aspectost:m sido negligenciados na literatura eem pesquisasque abordam 

ostraçosdepersonalidadeeaprogressâb dadoença. 

COMENTéRIOS Fm AB 

Esta apresentaçâo revisou trdsorientaçTes teöricu acerca da pesquisa em padröesdecomportamento,personalidadeedoença(especialmentecâncer).Umaabordagem 

assume que traçospodem desemm nhar um papelim portante na etiologia da 

doença;Itmasegundaorientaçâo focalizanasdiferençasindividuaisduranteaprogressâb 

e curso da doénça.Ambaspressupöe que traçosde personalidade representnm 

papelcausalno desenvolvimento eprogressfo dadoenp . 

Umaterceiraorientaçâo presupöe lmadireWo opostadecausalidade,isto 

ë,assum e que a doença afeta a personalidade.Aldm disso estaéltim aorientaçâo 

tam bdm explicaassociaçöesentretraçosedoençaffsicacomo ftmçâb deoutrasvariiveis,com 

oporexem plo o sistema desaldc.Muitosdosmodelosaquirevisadospoderiam 

tersido apresentadosem maisdeumacategoriaeproblemasmetodolö#cossâb 

comunsa todasastrês orientaça s centrais. 

Finnlmente,d.importante ressaltarque apesarde vliaspesquisasterem sido 

conduzdascom afmalidadedeinvestigararelaçâb entrevariveispsicolögicasedoençaffsica,'tmarelaçâo 

consistenteentrecaracterfsticasdepersonalidadeeo desenvolvimentoeprogressâo 

decânceraindaprecisaserdemonstrada.Porenquanto,podemos 

apenasafirmarquetalrelaçâo ëmeraespcculalo quevem desafiando m squisadores 

e estudiososda kea. 

'

179 

Refe/ndas 

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ylvENclA conponA L , IMAGEM DO CORPO E 

M ASTECTOM IA 

ANNIKMJ.S.kOSIERS FONSECA 

UniversidaàedeBraslia 

' 

A noçiodeimagem docorpo deveserarticuladacom asabordagensfenomelwlöscasefisiolögicado 

corpo.Convém situaro conceito deimagem docorpo dentro 

da m rspectiva psicanalftica. 

O conceito deesquema corporaltem suaorigem nasinvestigaçöesneurofisiolögicasenapsicolo/aexperimental.O 

esquemacorporalpertenceao registro sensôriomotoreintelectual.O 

esquemacorporaldprë-cùnscienteesuabasedneuro-fisiolögica: 

o corpo servecomo instrlmento deaçâb noespaço esobreosobjetos.O esquemacorporalnosforneceo 

conhecimento eaorientaçâo ' deposso corponoespaço paranos 

. . 

'' 

. ' '-- -- -' . 

permitiragir neste espaço com efi5 c c ia . 

. 

Todapeicepçâo ekolufda(relevo,movimento,localizaçâo desensaçöesem 

' 

'fi do corpo)pressupöenece'ss'ariamen'tetun quadro dereferdncia'imregiöesespec!cas 

Plfcito que ë uma representaçâb mentalabstrata e esquemâtica da organizaçâo sens6- 

rio-motora,em funçâodastrêsdimensGesdo espaço.A p/meiradimensâb éaverticalidadequedeterminaascondiçöesdeequilfriodocorpoem 

diterentesposiçöes.A 

segunda dimensâo,a lateralidade,implicanuma dissemetriarelativaenuma complementgridadeeveptualdadireitaedaesquerdacom 

ainversâb daimagem especular.A 

Profundidadedo campopercepio-motor,terceiradtmenszodo espaço,permiteaavaliaçâo 

dadistânciadosobjetoscom relaçâo ' ao com ' oeaduplplqcalizaçâb dosestfmu- 

. ' ' . ' . 

' 

1osffsicosno mundo exterior,quanto à sua e'm issâb , e sobre o corpo,quanto à sua reaçâo.E 

esta representaçâo mentalabstrata e dinâmica que foidenominada esquema 

corporalporHead.(em Schilder,P.?1988). 

A noçâb deesquemacorporalémaisekplicativadoquecompreensiva.Elaexplica,em 

parte,porexemplo,a persist:ncia da sensaçâo depresença deum membr'o am - 

putado apösaidadeaproxipativadeseisanos.Nestaidade o processo deç'fixaçâb'' 

1 . . . 

.. . . . . 

a nfvelcerebraldasrepresentaçöesespaciaisemotorasencontra-se parcialmente,aca- 

bado. 

''*',. . 

. . 

A noçko decorpo vivido-vivenciadosurgiu dafenomenologia.A fenomenologiaseprojöebelucidarasrelaçöesvivenctadase 

efetivasqueseestabelecem entreo 

hom em e o m undo. 

f;dentro docorpo peiamediaçâo do mesmo queosujeitoeomundo coexistem.O 

corpoéao mesmotempo o egonasuasubjetividadicomo também partedo 

mundo externo:tenho um corpo(objeto)eestecorpo 'sou eu (sujeito).Seo serhlma- 

181 

'

182 

' 

no d eve sem'pre seencam irnufn com o,e1etem de's:encarnaztambdm no mundo. 

Esta encarnaçzo seefetuaduplamente:trata-separao serhllmano assumirseu corpo 

mortalcomotambdm seu corposexuado.(em DeVaelhens,A.,1958). 

O corpo mortaldiz respeitoaestrutura temporaldomundo vivenciado pelo 

suje ito . O hom em écorpo eterh quereconhecerasua'finitude . O corpo sexuado diz 

respeito aestrutura espacialdo mundo vivenciado pelosujeito.Enquanto sersexuado, 

o homem é marcado na sua carne poruma distância radical.A partirda indiferenciaçâo 

primeira dossexos,se estabelece uma relaçâo deoposiçâo e de complementaridade 

entreosdoissexos.E pelamediaçâodo corpo mortalsexuadoqueosujeitoseabreao 

mundo'égraçasaestecorpo # 

quee1eexistecomosujeito,querdizer,como presença, 

comointencionalidade.Corpo eintersubjetividadesâo assim necessariamenteligados'. 

o corpo é abertura ao mundo e portanto incluia presença corporaldo outro.A dialdtica 

intersubjetiva é constitutiva do sujeito como sujeito,situando-o em relaçâoao 

mundo eao outro.Enfim ,a sexualida'de é lIm m odo privilegiado de experiência intersubjetiva 

Ȧ fenomenologia questiona o corpo do qualtemosconscidncia,enquanto a 

imagem do corpo ddo domfnio da psicanâlise,poisa imagem do corpo permanece no 

inconsciente-e porconseqûdncia ëforado tem'po e do espaço.A imagem do corpo 

pertenceao registro imaginârio enâ'o pode serconfundida com o conceito deesquem a 

corporal,proéedentedeum registrosensörio-motoreintelectual. 

A imagem do corpo ë uma noçâb analftica pös-freudiana,introduzida por 

PaulSchilder(1968),o primeiro autorareconheceraestruturalibidinaldaimagem do 

corpo,o que fisubsequentemeptidesenvolvido o 

porvâriosautores. 

Para Schildera imagem do corpo estrutura-se a partirdaszonaserögenas,1ugaresdeexcitaçâb 

edeatividadessexuais(sensibilidade-motricidadel'.Oscontatosos 

maisestreitosque nösestabelecemos com o m undo acontecem pelosoriffciosde nosso 

corpo,dafa considerâvelim portM cia psicolögica dosolhos,na bôca,daspartes genitais(slzscetfveisdeexcitaçâo)como 

também dapeleeda mâro.Osolhoseamâo estâo 

em reaç 1 â'ocom asptlsöesp'arciaisquesecaracterizam pela suafonteorgânica (boca, 

ânus,genitâlia)eporseu objetivo. 

Freud aporita nacriançasuapulsâb dever-olhar(0 prazerdedescobrirseu 

corpo edeverosörgâosdosoutros)elzmapulsâb dedomfnio (prazernocontroleda 

musculaturanaaçâo sobreosobjetose'osoutros).Asmâbseosolhossâo pontospri- 

Wlegiadosno m odelo posturale sâb eroticamenteimportantes.Segundo Schilderas 

parteszo corpo qpeamâo podeatin/rfacilmentetém umaestpzturajsicolögicadiferente 

daquelasquee1a sö pode tocarcom 'dificuldade.Aspartes visfveisdo corpo sâo 

diferentesdasinvisfveis.A dor,apercepçâb daintervençâb dosoutros(nfvelfisiolögiz 

' . ' 

' ' ' 

co),o interesequenossocorpo desperta em n6smesmosenosoutros(nfvellibidinal) 

easirritaçöesdevidasao funcionamqhto orgânico contribuem para'aelaboraçâb da 

imagem do corpo.(em Freud,S.,1964).

183 

O estudo daimagem do corpo nosdiferentestiposdeneurosedeacordocom 

Sclzildercontribuipara um dosprincfpiosgeraisda psicanélise,o saberquea sexualidade 

genitalplenamente desenvolvida éindispensfvelpaza assumirtotalmentenossa 

imagem do corpo.. . ' 

Em defmitivaScu dermantdm o modeloneurolögco do esquemacorporalao 

q%1e1ejustapöeomodelopsicanalftico daimagem docorpoerögenosem bem articu-' 

1% asduasabordagens. 

A imagem docorpom rtenceao resstro imaginfrio,caracterizado pelaprepondero 

ciadarelaçâocom aimagem do semelhante.A imagem corporaléinconscienteesua 

baseéafetiva.O corpo ë vivido com oo pn'meiromeio derelalo com o outro. 

O conceito deimagem do corponasceu daperspectiva histöricaeestnzturaldapsicanâlise.Porocasiâo 

do desenvolvimentodesuasfunça sbiolöscas,aatençâb dacriançaé 

atrafda porzon% diferentesdo seu corpo,tanto m aisquanto oexemplo lheddado 

porseu nmbiente,interessapdo-sedemodoparticularportalzonaou talfunlo (por 

exemplo'.'rfutriçâo,defecaçâo,erelo).Asrelaçöesdeobjeto,ou seja,asatitudesinteu 

rioresdacriançaparacom'o objeto deseu desejo,piem inicialmenteem jogo zonase 

funçöesdo 'corpo enquanto servem como lugardetrocascom o ambienteeenquanto 

concedem 1lm praa rinten'so àcriança.A bocaeasucçâo do seio constituem parao 

lactante,antesdatrocade olharesy,o pdmeiro tipodecomlmicaçâo com amTeaaprimeira 

experi:ncia de praa r.UnïsistemasiR ificanteinfralingufstico seelaboraanterioreconcomitantementeàaquisiçâo 

da linguagem ,sem apossedoqual,a'linguagem 

funcionaem vïo (na esquizofrenia).O sistemaseestmturaem relaçâb àsfasesdo desenvdlàpn 

* entopsicosexualedossir ificadoscaracterfsticosacadaumadestasfases: 

devorar- serdevorado,referente afaseoral;atividade-passividade,afaseanal;fâlico 

- castrado,afasefélica.Portanto,acrianp tem deseu corpo,acadaidade,umaim a- 

gem difm-micaqueresultadosdiferentesinvestimentoslibidinaisl-txadosem vâriaspartesdo 

corpo,como podeserobservado nosdesenhosinfantis.(em Freud,S.,1964, 

1967). . .' ' . 

MelanieKleinlembraquecisâb do objeto bom emau éo primeiro mecsnismo 

de defesa do lactante.Este mecanism o vitalpara a criança permite-lheguardaro 

bom dentro delaerejeitaro mau parao lado defora.A representaçâb de 1m envolvente 

separando o bom no interior'eorln'm no extedoréo resultado destaclivagem:a 

superffcie do pröpdo corpo,protötipo dosconto'rnosdo ego vindouro,éim aginada 

como lzmabarreiraporosaeportanto frfgil,masassim mesmo,uma barreiraprotetora 

contraa perda do bom ea entradado mau.Osoriffciosnmbivalentesdestasuperfïcie 

permitsm a entrada dobom easafdado m au.Estaprimeiraimagem do corpo, 

comosuperfïcietftilevisual,fomeceo espaçoimasnério ondesedesenrolao sonho 

(em Anzieu,D.,1970). . : . ' 

Nacontinuaçâo do desenvolvimento psfquico,oest@ o do espelhovem reforpreremanejaro 

prë-ego corporal.Aprimeiratomada deconscidnciado.corpo pröpfio,

184 

como unificado,provdm daconfrontaçâo com aimagem especularquando o sujeitose 

percebepelaprimeiraveznasuatotalidade.O reconhedmento alegredaimagem especularproporcionaà 

criançao sentimento inebriante da lnidade dopröprio corpo;a 

anglistia primitiva dedespedaçamento dreparada pelo ,investimento narcfsico do pröprio 

corpo.O espaço imaginârio habitado pelo corpo possuientâo uma estrutura dupllmente 

simztrica nos eixoshorizontalevertical:a direita e a esquerda sâo simdtricas, 

como osâo,poroutro lado,o corpodo sujeito eo do outro (o daimagem especular). 

O outro torna-se o simdtrico e o complementardo ego:'se h; reciprocidade para com 

ele,nâohâreversibilidade.(em Lacan,J.,1967). 

O corpo serâem seguidaidealizado como belo e forte:acriança representaa 

sim esm aconformea imagem desuaonipoténciamégicacom ofalo.Osdesenhosinfantiscontém 

sinaisnâosö davirilidadeou dafeminilidademasaindadonarcisismo ede 

suasferidas. 

Em sum a,a imagem do corpo pode serentendida como uma imagem narcfsica 

queseelabora naalternânciadapresença edaausénciamaterna.E1airârefletira histöriado 

sujeito nassuasrelaçöescom amâb ecom o ambiente;estalzistörianâb se 

reduz àssensaçöesexm rhnentadasm asdiz respeitotnmbdm ,devidoaevoluçâo psicosexualdacriança,aoquefoi'simbolicamenteapreendido.E 

atrav/sdam ediaçâo pela 

palavra que aimagem do corpo seconstitlzieselmifica verdadeirnmente.Nafasedo 

espelho a tomada de consci:ncia do corpo Ilnificado é ainda imaginiria.Masd no declfnio 

do fdipo queesadistânciaentreo sujeito eooutro setornarealporqueo outro é 

vivenciadocomo verdadeiramenteoutro em relaçâb ao sujeito.Portanto aimagem do 

corpo decorre dasexperidnciassimbölicasdas relaçöes afetivascom osdoispaise nâo 

sö dasrelaçöessensoriais.(em Freud,S.,1969 eDolto,F.,1969,1974). ' 

Acreditamos que o estudo dasrepercussöesde certascinzrgiasmutiladoras 

como,porexemplo,a m%tectomia pode contribuir para o aprofundamento da noçâo 

de corpo vivido eda imagem do corpo.O tumormaligno ea ablaçâb do seio,dizem 

respeitoaocorpoexperimentado efantasiado pelo sujeito,fontededoredesofrimento,mastambém 

deprazerededesejo.Asreaçsesdamulhermastectomizadasâb 

subjetivasedeterminadaspelamaneira como e1aestâvivindo seu corpo desdeainfância:lugarde 

todasassuasexperi:nciasconsigo mesm a,com osoutrose com o mundo. 

A sua atitudefrenteàdoençaeàpérda deum apartedo corpo fortementeinvestida 

depender;daqualidadedestasexperidncias.0 câncerdamama,com amutilal oque 

e1e acarreta,sendo que esta m utilaçâo tem muitasvezesum a conotaçâo sexual,abala a 

estrutura espacialdo corpo vivenciado pela m tlher.O cânceré quase sempre associado 

com amorteelembrademaneirabrutalao serhumano suafinitude.A pqrdadam a- 

ma,no caso,constituiuma verdadeira perda semelhanteâquela de um ente querido;a 

mutilaçâb do corpoprecisaserelaboradaatravésdeum trabalhodeluto jarapoderser 

integrado pela m ssoa.,Uma certa hnagem desideve serabandonada - a imagem de 

llmapessoacompleta;dium corposâb eperfeito - elxmanovaimagem desideveser

185 

investida,imagem defeituosa,incompleta,com certeza,rhasaindaviével(Em Fonseca, 

A.,1985).. ' ' ''' '.'' '. . . .' 

. 

A im agem do corpo sö podeserapreendidaapartirdeseusefeitos'.e1atem o 

statusderealidadedo fantasma inconsciente.A ano sedo inconscienterevela osprofundosvestf#osdelxmaestrutura 

arcaicado corpohumano. 

' 

. 

Bem maisacessfvelëa representaçâo do corpo naadoles/ ncia'.A adoles/ n- 

cia'secaracterizaporum segundo processodeseparaçâb-individuaçâb eo começo da 

dissoluçâo dadependêndaparacom ospais.Nestafasededeselwolvimento,importantesmudançasbiolögicasacontecem 

eafetnm aim agem eaviv:nciacorporal.Asm eninisdevem 

,porexem plo,integrarexperidnciasereaçöesao crescimento dosseiosea 

menstruaçâo à im agem do corpo anterior.Existe pouca literatllra a respeito deste 

Msunto.A m aioriadosautoresconsidera queëdesuma importM daum bom relacionsmento 

m âe-filhanapuberdadeparaqueafutura mllherpossa vivenciarmaistarde 

seusseiosdemaneiraprazerosa(tâtilmenteesexlnlmente).Um bom relacionamento 

mïe-flha implicaquedurantea infM ciaeaadoles/ ncia,ameninasentiu seu corpo 

com oalgo m rmissivo eprnzorosoequehouvecontatosffsicosafetuososedelicados, 

porëm castos,entrepaisefilha,implica tnmbëm,quem ïeeftlhafornm capazesdeconversarsobresuasemoçöeseexpee 

nciasequeamâ'einformou suafllhaarespeito de 

seu desenvolvimento biolögico esexual.(em Gylenskold,K.,1982). '. . 

, . Se,ao contrfrio as atitudesmaternasse caracterizam pela dominaçâo e o 

controleexcessivos,mu tendo a filhanumasituaçâo dedependdncia,o desenvolvimentopsicossexualea 

liberaçâo seencontrarâopermrbados.A meninapoder;interpretar 

o comporismento materno como lm sinaldedesaprovaçïo aseu desenvolvimento (por 

exemplo'.assuascaracterfsticassexuaissecundârias- amnma)..lsto implicarâ com freqûdncià,llm 

acessoaheterosexlmlidade,carregado demedo edeanglistia.A m rdada 

mam anum amllherquevivenciou experiénciassemelhantespodesignificarumapuni- 

Wo,Itm castigo porqueinconscientementeo desenvolvimento dosseiosfoiassociado 

aum desafio,umarebeldiacontraamïeea!lm desejo deafastâ-la. . , 

A partirdeentrevistassemimstruturadascom 20 pacientesmastectomizados 

denfvelsôcio-culturalmëdioebaixo fornm investigadojietrospectivamenteosseguintestöpicos:aexperidnciado 

desenvolvimento dosseiosdentro do contexto decriaçïo, 

asensibilidadeeröticadosseioseasatitudescom relaçâo.aamnmentalo. 

Osresultadosforam osseguintes: . .' . 

Somente tr:spacientesrelatamm tervivenciado o crescimentodosseiosde 

maneirapositiva.Dlmnevocaram lzmavivêncianegativa(vergonha,esconder);mas 

paraamaioriadaspacienles(15)foidiffdldeduzrcomofoirealmente.Fgstastmimas 

foram criadasem nmbientes , 

restritivosem relaçïo a informaçâb sexualeaatitudedos 

paiserarepressivano quedizrespeitoa sexualidade.Nâo houvequasenenlmm contacto 

ffsico entre ospaiseasf'tllzasa nâb sqrcontatosdesap adâveiscomo surras.Fwstas 

pacientesfalarsm demaneiramuito geraleconvencionalsobreo desenvolvimento de

186 

seusseios(4çeranormal't4eracomo deviaser').Umadestaspacientesdissequeantes 

daentrevistanuncatinham nsado arespeito do seu corpo nem ao fato deterseios. 

Para elas,esteassunto era tabu desde ainfM cia.Foimaisdiffdlcompletarosdados 

com aspacientesmaisidosu.Acho quenâb ëtanto aidadequeafetou àmemöriada 

puberdade.O desenvolvimento dealgoqueem parterepresentaltm sinalextem o da 

sexualidade feminina,nâb deixademarcara moça;masdentrodeumaatmosferade 

proibiçöesetabusess% vivdnciasdevem tersido recalcadas. 

Entrevistando a respeito do aparecimento dosseios,amaioda daspacientes 

relatou espontanepmenteseussentimentoscom relaçâo a primeiramenstrualo.O 

crescimento dos seios precede geralmente a menarquemas d pouco lembrado.Em 

comparaçâo ao aparecimento dospdlospûbicose ao crescimento dosseiosquesâb 

progressivos,a primeiramenstruaçfo representaum evento marcantemaisfâcilaser 

lembrado. 

Paraagrandemaioriadasmulheres(19)amenarquefoium acontedmento 

b%tante dramitico:sem informaçöesapropriadas,o campo estâ aberto paraasfantasiu,expressâb 

dosmedosprofundos. 

No que dizrespeito asensibilidadeeröticadosseios,sö tmaminoria(3)os 

sentinm eröticnmentesensfveis.Nenhumadelasfoicriada nascondiçöesötimmsacima 

descritas(atitudespositivasem relaçâo ao desenvolvimento dosseios,boacomunicaçâb 

mTe-filha,contgtosfsicosafetuososmascastoseesclarecimentossobreasexualidade). 

Mas os laresde.origem nâb foram excessivamente repressivose como adultasestas 

mllheresconseguiram estabelecerrelacionamentossexuaisrelativamenteduradouros 

e seguros.Entretanto,a maioria das mllheres foicriada em ambientes marcados por 

interdiçöesedesaprovaç:o conscienteouinconscientedamïe(ou substituto materno) 

com relaçâo ao desenvolvimento biolögco e psicosexualdurante apuberdade.A 

maioria destasmllheres nunca sentiu prazer nosseusseiosnem parece tertido experidnciassexuaisagradâveis. 

Com relaçâb aamamentaçâb;oito mulheres(1lm nlimero bem maiordo queas 

trésm lh eresque di seram tersentido prazercom carfciasnosseios)relataram ter 

gosta d o' 

am amen tar seusfllhos . A am amentaçâo constituicertnmente lxma situaçâb 

menostabu,bem m aisaceita,falada eincentivada.O que lmam llhersente quando 

am amentan do, 

de pende da estrutura do seu pröprio relacionamento com a pröpria 

mâe quando criança;na arrmmentaç:o,.a mulherse identifica'.com apröpriamâe 

eidentificao filho com e1amesmaquando erabebd. 

E interesantenotarqueasm lheresquereagirnm demaneirapositivaao aparecimento 

dosseusseiosdemoraram ménosjaraconsultar,apösadescobertado caroço 

do que asoutras.Estasoutrasnâb tinham demodogeralmuitafamiliaridadecom 

seuscorpos;raramenteacharam'agradâvelseracariciadas.Consequentèmente,elastinhnm 

dificuldadesem interpretarcorretnmentee compreenderasm udançasmorfolögicasna 

mam a,o quecertamentecontribuiparamaiordemoraantesdeconsultar . O

@ 

187 . 

fenômtno dedemoratem causasméltiplas:ansiedadeao descobriro caroço combatida 

pela negaçâb,aexist:ncia de atitudesfatalistase passivasem relaçâo ao corpo e â 

doença,etc. . ' ' ' 

Com base nestesresultados,parecesurpreendentequeasmulheresreagiram 

tâodramâticamentefaceàperspectivadeperder.umamamaelperdamesma,jâque 

m uitas anfvelsuperficialnTo parecem tertidoexperiéncias'satisfatöriasou agradiveis 

nosseios.Porëm temosquelembraradificuldadedestasmulheresem verbalizarseus 

sentim entosesuasem oçöesfntim as. , ' 

Alëm disto,convëm salientarque a maioria dasmulheres sö parou parapensar 

sobre o significado de sepsseiosquandoconfrontadascom apossibilidadedeperda . 

Quandoumamulherenfrenta aperdadeumamama. . 

e1acom freqûdnciavivenciaisto 

com uma ameaça a identidade sexualouqcomo uma ferida apröpria integridade corporal.Reaçœ 

semocionaisarespeito damamaestâb ligadasàatitudesprofund% em relaçâo 

a elaboraçâo da pröpria feminilidade.Pacientesneuröticu com ditk uldadesem 

reaç 1 âo a sexualidade.com freqii:ncia t:m sentinientosde dflvida arejpeito'deseu 

papelfeminino.é o caso deumapacientecujaidentidadeeautoestimapareciam completamente 

dependentesde suafeminilidadevisfvel,quèrdizertangfvel:osseios.Confrontarestamulhercom 

aperda deumamamaeracomo confrontâ-lacom aremoWo 

de umadassuascondiçöesdevida.A perda deumà mamaë,nâo raramente , sentida 

como um insulto intolerJvelparam lherescujo auto-conceitoëbaseadoamplamente 

na aparência ffsica.O narcisismo destasmulheresd particularmente vulnersvela qualqueralteraçâo 

ffsica(ao envelhecimentotnmbëm,porexemplo). 

Ostestesprojetivospermitem tlmacerta apreensâb daimagem docorpo.O 

testedeRorschach com suadimensïo nâb f'igurativaesuaespedalidade deapresenta- 

Wo (umamanchasobreofundo)questionaasfronteirasentreo interioreo exterior 

docorpo.(diâleticadentro-fora)eentresujeito eobjeto. 

Ele remete tambëm aumafaseprë-verbaldainfânciaeofereceao testando 

um espaçovazio ondepodeserprojetadaapröpriaimagem docorpo.Estascaracterïsticasfazem 

do teste de Rorschach llma prova de identidade,com aressalvaquese 

tratadeumafotografiado funcionamentopsfquico num espaço-temjolimitado. 

. 

Nos20 protocolosdem llheresm%tectomizadasfoiobservadonumaprimeira 

anâliseosaspectosseguintescom relaçâo àimagem do corpo:manifestaçöesdefragilidade,deferidadeim 

agem narcfsicaunitéria emanifestaçöesdeangûstiadecastraçâo . 

No quediz respeitoao primeiro aspecto,trata-sedem rturbaçöescom relaçâo 

a primeira funçâo fundamentalda imagem do corpo 'ta1como foidescrita porG . 

Pankow.A primeirafunç:o fundamentalserefereaestrutgraespacialenquanto forma 

ou tçgestaltg''esta estrutura expressa lm airelaçâo dinâmica entreaspartese a totalidade.A 

percepçâb frequentenasmanchascompactase/ou nasmanchasbilateraisecoloridasdeimagensincompletas(Hd)nTo 

unificadas,frapnentadas,é ausdnciaderespostashumanas(11),asestruturassimétric% 

alteradaseastenddnciasadesvitalizalo

188 

' 

svelam umaausénciadeintegridadedaimagem do corpo.A respostasmörbidasapresentad% 

na m ancha 11expressnm uma vivéncia destrutiva de invasâb,intrusâo dentro 

do corpo.Além disto o nflmero elevadfssimo de réspostasanatômicasligado tambëm 

àsrespostas elevadas Hd e sangue dizem respeito ao corpo que tem uma interioridade 

malprote#daeum envelopetransparenteefriâvel,àfragilidadedoscontornosque 

deixam escaparo fluxo vitalou deixam o corpo serpenetrado transformando-onuma 

superffcie de feridas abertas.Est% perturbaçöesse situam a nïvelde uma primeira 

im agem do corpo,im agem arcaica evocada anteriormente e saberde um corpo como 

superffcie tâtile visual,protötipo do ego vindouro.O ego-pele apoia-sesobretrés 

funçGesda pele. . 

1)A peleëum envolventedasexperidnciaspositivas; 

2)E1aconstituiIlmasuperffciequeestabeleceemantém olimitescom o 

exterior; . 

3)E finalmente,apeleëum meio primâriodetrocacom outrem.(em Chabert,C.,1987). 

Nestesprocölos,observa-se entâo asfalhasconsiderâveis de um envolvente 

que nâb desempenha seu papelprotetor. 

O aparecimento de respostasC e Dblpode estarrelacionado a reativaçâo de 

experiéncias arcaic% defaltafundpmental(narelaçâo com amâe).Estasrespostas 

provém de um medo enorme de llma alteraçlo da imagem de si.Trata-sedeangflsti% 

ligad% allmasituaçâo deabandono,angûstia,C'pretanadepressâb graveeC'branca, 

anga tia branca com o foichamada porA.Green,tradtlzindo uma perda sofrida anfvel 

do narcisismo.Pode se levantara hipöteseque a perdanarcfsica diz respeito a perda do 

sentimentodecontinuidadedesereexistir(amorteevocadapelo câncerenem sempreverbalizada). 

. ; 

Nâo setrata m ais deangûstia branca m assim vermelha no que diz respeito ao 

segundo aspecto observado nosprotocolos,a angéstia de castraçâb.Asalteraçöesa 

nfvelda imagem do corpo referem-se asegunda funçâb exercida pela imagem do corpo 

segundo Pankow,aimagem como representaçâoou réproduçâode1lm objeto,ou melhorenquanto 

conteûdo e sentido.. 

.' . 

' 

. ' . 

. 

A.m ùtilaçâo vivenciada decorrentedam %tectomiaatingeailagem do corpo 

na sua dimensâo.de imagem sexuada. ' . 

Voltando â angûstia vermelha,e1a se observa nasmanchas'11eIIIonde as 

respostas sanguedizem'respeito àspulsöessexuaise/ou agresivasna suae'xpressâb 

brutaleviolentanum contextodeangûstiadecastraçâo e/ou dedestrtziçâo.A mutilaçâo 

sofridapelaablaçâo do seiose situano nfvelrealconcreto enâodeixadereativaz 

as viciuitudesdosprocessosde identificaçâo sexualque exigem o confronto com a 

diferença,e com o conflito pulsional.Asparticularidadesdasrespostashlzmanasrevelam 

aquium aimagem do corpo unificadamasdificuldadesa nfveldeidentificaçâo 

' 

sexual. , . 

' 

'

189 

A ano se e interpretaçïo dos resultados das entrevistas e do teste de 

Rorschach precisam sermaisdetalhadase aprofundadu em posteriorpublicaçâo. 

O interessepela qllqlidadedevida dospacientesportadoresdedncertem sidorelativamenterecentenaliteraturapsicoencolö#ca.Qualidadede 

vidaserefere, 

tambdm ,a auto estima-imagem corporale asexllnlidadequepodem alterar-sedevido 

ao diaN östico e aosdiferentestratamentosdo e-q-ncgr. -. 

. 

P ara p profissionaldasaûdedimportantepesquksarecompreenderaslmpli- 

2 

caçöesa nfvelde qualidade de vida,do cânceredeseu tratnmento,paraestruturar 

um modelo deatendimento adequado ao pacienteconsiderado nasuaglobalidade.O 

estudo davivdnciacorporaledasalteraçöesnaimagem docorpo devid% àmutilaçâo 

pode propiciardelheamentospla o tratamento pös-operatörio visando um melhor 

estardaspacientesatravdsdaelaboraçâo deprogramasdereabilitaçâo ffsicaimportantesparamelhora 

psicolöscaedeprogrnmasdeatendimento psicoterépico visando 

inteparestanova vivdnciaeimagem do corp'o.' 

Refer:ndas 

Anzieu,D.(1970).Les3fdlàode'çprolectiws.Pads:P.U.F.'. 

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Scehilder,P.(1968).Z 'imeedurorlu.Paiis:Galmard.

SIMPôSIO 6 

ENVELHECER NO BRASIL 

- 

Quantascarastem avelhice?Umarevisâb crfticadeestudossobreoenvelhecimento 

eo velhonoBrasil. 

MariaClotildeRossettiFerreiraeLuisAlberto FerreiraMartins 

- A questâo do envelhecercomo um processo desenvolvimentalatravdsda 

vida. 

RaquelVieiadaClmha 

- Am nçose problemasna'definiçâb deItmapolfticanacionaldo idoso. 

Maria'M toniaRodriguesGigliotti 

- Estudo decaso deumamlxlhernegra,analfabeta,deterceiraidade,do 

ponto de Wsta söcio-interacionista. 

Leda VerdianiTfouni.

QUANTAS CARAS TEM A VELHICE? 

UMA REVISAO CRIYICA DE ESTUDOS SOB6E # 

ENVELHECIMENTO E O VELHO NO BRASIL* 

MARIA CID TIO E ROSSETTIFERREIM e 

LUIS ALBERTO FERREIM M ARTm S 

Univ idadedeS:oPaulo 

AS CONDICOES DE W DA DO IDOSO NO BM SIL O numero de indivl'- 

duoscom idade igualou sum riora 60 anosno Brasil,segundo o censo de 1980 do 

IBGE,equivaliaa6,1% dapopulaçïo (Quadro 1).Atlnlmente,estenûmero est;pröximodos10 

milhsesdeindivfduos. 

Quadro l-populalo totalede60 anosemaisporsexo - Brasil. 

60 Proporçzo da 

anos e . ' 

Ano Pop.Total Pop.Tptal Homens Mxlhefes 

mais (9$) . . . 

1980 119.* 3 7.217 6,1 3.415 3.802 

2025 245.809 33.à82 . 13,8 15.501 18481 

Fonte:IBGE. 

A esperanp devidadosbrasileirosaonascimento (Quadro 19,no perfodo 

entre1980 e1985,ébaixasecomparadaàpafseseconomicamentemaisricos,com o os 

. : ' ' 

EUA,o Japâb eaSulcia.Tamblm no Quadro I,vd-sequeessefndicepazabrasileiros 

homensnTo atingeaidade de 65anos,estpbelecidapela0N(.1comomarco inidalda 

etapadavelhice.Somenteasmulheresno Brasiltdm esperançadevidaao n%cimehto 

suficienteparaatingiressaidade.E importantelembrarqueestesdadosse referem.ao 

' 

( 

conjunto de brasileiros.A avaliaçâodayesperariçadewdaem ireasmenosdesenvolvi- 

das,comoo norteenordeste,eespeçficas d epop utaGesdebaixarenda ç 

tobviamente 

muito m aisbaixa. . 

Estesfndicesmostram a clFarelaWoçntrearealidadevividapelapop aWo 

brasileira eascondiçöespredriasdevidaa queest;sujeita. 

*Trabalho realizado com o apoio daFAPESP eCNPq. 

193

194 

Quadro 11-Faperança de ' 

' Ano ou m rfodo 1980 - 

correspondente 1980 1995-20* ' 1981 1982 1982 1961-1970 

œ mens 61,0 64,7 73,1 70,8 74,2 46,4 

M ulheres 66,0 70,4 79,1 78,2 79,7 M ,1 

FOnIS:IBGE/CELADE,Nae sU lidu. 

Indicadoresdo censo de 1980 do IBGE nosfornecem algunsdadossobreas 

condiçöesdevidadosbrasileiroscom 60 anosou mais.Do total,50,6% eram analfa- 

V tos, 75 , 1% nro tinhnm nerlhum curso esc'olarcompleto,esö 17 , 8% tinham comple- 

tado o curso elementar.Do mesmo total,25% ainda desemm nhavam algum tipo de 

ocupaWo ou trabalhoremlmerado.Paraa populaçfo com idadede50anosou mniq, 

em 1980,34,6% gnnhavam atéum salério mïnimo (1> ),55,8% gsm%avam no mâximo 

3 W ,e28,5% nïo tinham nenhum tipo derendinlento pröprio.Em 1983,oIBGE 

inform ava que,dosbrasileiroscom 61 alosou mais,90,5% tinhnm vfnculo com a 

previddnda social,responsivelm lo pagamento dosaposentados,pelo fom eeimentode 

atendimento m édico ecusteiodeinternaça shospitalares.Pordm,ëfato amplamente 

divulgado pela grandeimprensa nadonaloestado pred rio do sistema previdenci/rio 

no Brasil.Eleëacusado pelasorgnnizaçœ strabnlhiqtasdeinellcidnda,desperdfcio de 

recursosedesviosdeverbc ,decorrentesdepriticascorruptasdefundonH oseadnli- . 

nistradoresdo alto escalro.Somadaaesapave situalo,agrande mnioriada popula- 

Wo que seaposentasob o regimedaC.L.T.(Consolidaçfo dasDisdo Trabalho) 

tinba # atëm uito recentemente,'o valordasuaaposentadoria calculadoem apenas95% 

damédia dos36 éltimossalM osrecebidos.Essarepa deczculo continuaem vigoraté 

que possaseraplicada a novarepa constitudonalaserdeftnida,provavelmenteem 

1991.Pela novarepa,o trabm ador'aposentado deveré receberovalorintepaldamédia 

àos36 ëtimossm rios,corigidosmohetariamentè,m:sàmds.Como aponta 

Femandes(1983),a1eiest;cheiaiearbitrariedadescontraosidosos.O mesmore#me 

daC.L.T.,porexemplo,estabelecehojequeaempresapodesolidtarqueosflmdoniriossejam 

aposentadosporvelhice,em carftercompulsôrio- amlxlherqtlnndo completar* 

anosdeidadeeo homem 65- pagando-lhesapenasametadeda indenizalo 

à que t:m direito.A entrada para o fundonalismo pûblico est; limitada aosquepossuem 

no m xximo 50 anos.A indflstriaeo comërcio,de1:m m odo geral,continlnm restrinsndo 

imptmementeaadmimqro detrabnlbndorescom idade sum riora35 anos. 

' 

.

195 

Dentzo desta realidade,m rderou estarsem emprego àmeia idadeno Brasilpodesigniscaro 

infdo de xm m rfodo dedilculdadese restriWesdeconxqûdndasincalculiveis 

parao trabm adoresuafamflia.O trabnlhndorm ral,pors'uavez,somenteno infdo 

destad/cadaconquistou o O eito justo à apoxntadoriaaos65anos,qlnM dlnmdëcadasdefasado 

em relaçâo aotrabm adorm bano. 

' 

Outrafaceao desamparosodalao idoso no Brasilsâb ascondiça sqùelevam 

grandepartedelesao asilamento em condiW esq'u- desumana:;Xavierecohboradores(1980,pp.15-18),revendo 

aliteratura sobreasilamento no Brasil,encontzou, 

entreoutras,assege tescamcterfsticasdesse tipo deserviçooferecido aosidososno 

pafs:tl)aoosabarrotabosdevelhès;(2)znâqualidadedo atendimento devido â cazznda 

derecursoshxlmnnosefmanceiros;(3)falta decoordenaçâoedeficidndadosserviçosprestados;(4)faltadecapadtaçïo 

do pesoaltëcnico responsivel;(5)casosfrequentesdesepamçfo 

compulsöriadevelhosmesmo qlmndo ca dosporsexo,em a1% 

separada dosasilos.A u trabalm nosrevela a amargasitualo quetem deenfrenœ o 

velho que néb disp;e de outrosrecursospara amparar-se,senfoasilar-senestascondiçöes: 

. ' 

Em 1976,6Ministërio daPreviddncia eM sistênda Social(MPAS),apös 

seminido nadonalrealizado sobreo tema,redigu o domlmento V olfticaSocialpara 

o Idoso:DiretrizesBlicas''.Segundo denunda o mesmo autoracims,o Ministdrio 

traçou diretriasqueatdhojenrofornm mzmprid%,alegando falta derecurso disponfveiseinvestimentosem 

âreasconsideradasmaispdoritirias.Seconsiderada a estimativa 

(IBGE,1980)dequeno ano2025teremos,aproximadamente,34 milhsesdebrasileiroscom 

idade igualou sum riora 60 anos,asconseqûdnciasdessainsensibilidade 

paracom aquestâb do idoso poderroserdes%trosas. : 

Osvelhos,porsua vez,t:m preenchido todososespam ssociaisdtlram ente 

conquistadoseoutrosquelhesv:m sendoabertos.Estedocasodospropamasdesenvolvidospelo 

ServiçoSocialdoComércioquehojeenvolvem,somenteno Fystado de 

Sâo Paulo;cercade 14 milidosos.Osencontrosdeidosospromovidospelo SEK ,as 

etcolasabertasda terceira idade,ospropamasparaaaposentadoria eseusgruposde 

convivdnciajâ fomecernm modelosparadiversashliciativassemelhanteseKdependentes.Exmridndu 

degrtzposprofiuionaiscomo o GAMIA tGrupodeAsistdnciaMulti- 

. 

' 

disciplinardo ldoso Ambulatorial),no Y spitaldasClfnic% daFaculdadedeMedicina 

daU> ,vdm propondonovasformasdeatendimentoaessafaixadapopulalo,cada 

vez maisexigenteeconsciente deseusdireitos.D ntamente,p uposdeidososvâb se 

organilmndo politicamenteem defesadeseusintereses,taiscomo ospassesespecie 

parao uso do transporte coletivo nascidadeseo direito àaposentadoriaintep al.As 

tentatiusdearticulaWo denûdeosdemetalflrgicosaposentadosjunto aosseussindicatos,aFederaçâodeAposentadoseosrecém 

cdadospartidosde'trabm adoresaposentadossro 

alplmnsexpresa sdessaemergente identidade polftica do idoso no 

Brasil.Como denuncia D.Maria' . M tonia Gigliotti,do Fornm Nadonalda Terceira

196 

Idade,mesmo as constantestentativasdeutilizarF uposdeidososcom o Gmassade 

manobrapolftica'nïo tdm impgdido o sur#mento,entreeles,deliderançasautdnticas,comprometidascom 

asuadefesaecom a buscadenovasformasdeparticipalo 

social. ' . 

ESTUDANDO E EK REVENDO SOBRE A VETH CE.Osestudosdentflkos 

sobreo invelhecimento eo velho no Brasilestfo concentradosem teses.Sâo tesesnas 

éreasdesociolo#a;antropolo/a,psicologaeserviço sodal,em suaFandemaioria.Na 

revisâb de 18 tesesbrasileiras,que dealgum modo abordam aquestâo do enkelhecimento,tod% 

produzdasno perfodo entre 1973 e 1987,jlmto aUV ,PW & , 

PUCCAMP,PUC-RJ,UFRJ,eoutraslmiversidades,foicudoso observazqueapenasem 

raroscasososaùtoresdemonstrnm conhecerasoutrasteses.Ostemasserepetem e,na 

alzsdncia de uma abordagem interdisciplinarqued:conta'dacomplexidadedo tema, 

cadateseavanp apenasmuito lim itadnmenteasdiscussTesquesepropöem a fazer. 

Ao lado dasteses,encontramos também 1lm pande nflmeré de pequenos 

artigosdedivulgaçâo,quesereferem,prin , 

dm lmente,àscondiçöessociaisdeWda do 

idoso eàquestöesdesaûdeffsicaepsicolöscano enxelhedmento.Grandepartedeses 

artigossecontenta apenasem reproduzrdiscussöessobreumaproblemiticaestudada 

porpesquisadoresestrangeiros.Outra parteparece-me com 1xm receituo o,fonnador 

deopiniïo sobreo queéservelho.Sâo artigosquegeneralizam descuidadamenteconceitoseopiniôespessoaisdesels 

autores,sem despertaravisâb crfticado leitorparaas 

diferençasquemarcam o envelhecerem diferentescontextosculttlrais,sociais,econômicosepolfticos.Outrasveas,parecem 

estarservindo aosinteressesdacriaçâb deum 

novo mercado consllmidorentreosidosos.Umaverdadeiraddnciadealmanaqueque, 

apretexto derevelaraimportância do descanso edo lazer,vendepacotesturfsticose, 

sob.o pretexto deesclarecerasdeficidnciasdasafldena velhice,v4ndeserviçosmëlicos,fisioteripicos,psicolögcos,drogas,etc-' 

. 

Outro aspectp quemerecesermelhorhwestigado éa rarapresençadotema 

do envelhecimento noscurnculosdegradualo w. e'pös-gradualo no pafs.Naârea ' mëdica,porexemplo,tivemosreferdnciadeapenasum 

curso,rfo sul.do pafs,queincluia 

mntëriageriatriaentresu% disciplinasdeFaduaçâo. , . . 

O trabalhè de revisâb permitiu distinguiralgunsdiferentestiposdeabordagem 

do temndo envelhecimento.A geriatriaeagerontolo/:mëdicavêm desenvolvendo 

trabalhosquevisam caracterizarasalteraçöesbiold#ca queocorem com o avanço 

da idadeeasnecessidadesmnisprementesde adaptaçïodoidoso ao seu ambientesocialimediato.A 

gerontolo#asocial,representadam lo centro demesmo nomedo lnstituto 

SedesSapientaedeSâo Paulo,tst;voltadatstncinlmtnteparaaesptcializaWo 

profissionalnaârea.œ ntro deu'mavisâo queconsideraoenvelhecimento como parte 

de 1lm 'processo integraldavida e,porisso mesm o,denaturezaamplqecomplexa,a 

gerontolosasodalaindanâo chegou aproduzrliteratul'apröpria,decaritercientftb 

co.A sociologaeaantropologapartidpam com trabalhosçoncentradosnalinhade

197 

histöriasdevida,btlscando caracterizarasparticularidadeseasrelaçœ sdecadaenvelhecerespecflko 

com o seu meio contextualm aisamplo.Porfltimo,encontram os 

alglmgrarostrabnlhosque.dentro de1zm enfoqueclfnico em psicolo#a,buscam desvendaraspectossubjetivosdoenvelhecernosindivfduos.' 

. ' 

' 

AM UNSTFMM ARORDADOS.EcléaBosiCtzmbraliçasdeVelhos',Ed. 

T.A.Queirôz,1979)entrevistou longamenteoito mssoascom maisde70 anosdeidadeequetiveram 

a cidadedeSïoPaulo como espaçosocialdominanteem suasvidas. 

Recum ra o valordo Glembrar''como 1lm trabalho genufno do velho,que,operando 

no tempo esobrea tempo,tornapresentesosqueseausentaram ereintroduznaatualidade 

socialem que vivealgunsricosprodutosdaculturahumana.Nasmemöriascolhidas,avidadetrabalhoserevelacomo 

xIm dospilaresdesustentaWo daidentidade 

presentee passadavividapelo'sentrevistados- O livroétambdm llmadentinciada destruiWodosespaçossodaisdamemöriaedadegradaç:o 

do valordotrabalho na sociedadecapitalista. 

MariaIsabeldeOliveira(MestradoyptfcAe ,1982),entrevistando feroviériosnaterceiraidade,evidenciou 

queaforteligaçâo queperduraentreelesesiusinstrllmentosdetrabalhoatua 

como importantefatordereconhecim ento deidentidade. 

Paraosentrevistados,aaposentadoriam arcou um perfodo,no qualaperda daidentidade 

prorlssional,asperdassalariaiseo estim asocialdainutilidadedo velho,contribufram 

para1tm forterendimento dedesvalorizaçâo pessoal. 

ParaRaquelVieira da Cunha (Comunicaçâo Pessoal),flmdadorado Centro de 

Gerontolo#aSodaldo Instituto SedesSapieàtaedeSâo Paulo,afaml'liaeo trabalho 

sro doiseixosftmdamentaisem voltadosquaissedeveobser- asmudanp scom a 

velhice.Segundo ela para a mllheré 1xm momento importanteo m omento em queo 

lmimofilhosaidecasa(porvoltados50 anos).Em muitosc%osaseçmresprolsionais''nâb 

sabem redeûniresseénico papelque conhecem atë entâb.J;paraoshomens,aaposentadoriaimplicatambëm 

numa necesidadederedefmiWo depa#isque 

elestêm dificuldadeem realizar.RaqueldestacaaimportM cia parao velho detom arsecapazdedarnovasformasesoluçöesaosproblemasqueserepetem 

no desenvolvimento,rompendo 

com a risdezdospa# iscrbtalizadosduranteavida. 

Myriam LnsdeBarosCsAutoridade& AFeto-AvösFilhoseNetosnaFamflia 

Brasileira',Ed.JorgeZahar,1987),com 'lmaabordagem antropolö#ca,entrevistou 

homensem llheres;avösentre50 e 70 anos,declassemédiaurbanado Rio deJaneiro. 

M lransformaça sdafamfiam odem aforam zm dosfocoscentraisno discurso dos 

entree tados.Ospapëisde avös,queessesindivfduosacabam pordesemm nhar,sâb 

mostrados como frutosde 'lmaevolulo dasrelaça sdentro da pröpria fam lia, 

expressandoasnovasrelaçöessociaistambëm dentro do contextomaisamplo.Depois 

dosconflitosdevaloresdaperdadaautoridadedecis6riadiantedosfllhos , essesindivfduosvedm 

renascer,umageraWodepois,umaautoddadegenufnadiantedosnetos. 

Ta1autoridade legitimada mlo interese,afeto esentido deutilidadeque arelalo

198 . 

entre nmbosproporciona,évistacomo lmarevitnlizaWo dopapeldosavöscomo 

agentescontemporH eosdetransformaçâo dafam lia. - 

GuitaGrin Debert(CadernosCeru,Jun.1984),mlm estudo dehistöriasde 

vida,entrevistou m llheresdeclassemédia em SâoPaulo,com maisde70 anos.Analisando 

asrepresentw öesqueessasmulheresfazism da experidnciado envelhecimento, 

concluiu queavelhicenâb ënunca1xm fato total,poisamulhernâb sesentevelha em 

tod% assituaçöes,nem secolocacomo velhaem todososcontextos.A velhicefoirepresentadapelasentrevistadascomo 

lxm momentodavidademaiorsossego,tranquilidadeefelicidade.Em 

outro trabnlbo (Cidncia Hoje,Jul.lg8o,entrevkstando30 homens 

e 45 mulheresde SâoPaulo,namesma faixaetiria,œ bertobservou que,à 

exemplo doquej;ocorerano trabnlho anterior,osentrevistadosdenmbosossexos 

opöem muito maisIlma resistdncia à velhice do que procuram adaptar-se à ela.çO 

velho é o outro!'',parecem estar dizendo osentrevistados.Protegem-se da visro 

estereotipadaqueasociedadefazdo velho,como alguëm doente,deficiente,solitirio 

ou desemparado.Navisâb destasentrevistadu,incapaasdefaa ro trabnlho domëstico,oshomenssetornam 

presasSceisdeumasitual o dedependénciaquefavoreceo 

envelhedmento precoce.Deum modo comparativo,oshomenspercebernm afasedo 

envelhedmento de1lm modo maisnegativoqueasmllheres,maisassociado ao sofrimento,ao 

mddo daperdadalucidezeasolidâo.No entanto,Debertnâb aprofunda 

umadescriçâb arespeito dosdeterminantesdesasrepresentaçöesobtidas,o que,sem 

dûvida,enriqueceriaaindamaisajreflexöesdestestrabnlhos. 

VladiaWeyne(Mestrado,PIX -RJ,1975),num estudosobre psicoterapiade 

velhos,baseado em umarevisfobibliogrâficasobreo temaenumaexm e nciapritica 

eatendim ento clfnicodeidososcom llmaabordagem psicanalftica,concluiqueaproblemfticapsicolö/cado 

velho nâo é esencialmentediferentedadeoutrasidades.Seu 

trabnlho destaca aimportânciaqueaconstruçâo,arealizaWo ou afrustraçïode lm 

projeto devidavem aternadeterminaçâo dasaûdepsicolö#cado indivfduo queenvelhece.Tornar-se 

çtvelho''psicologicamenteëvisto como decorr:nciadaalzsénciaou 

incapacidadedeelaborarealimentarum talprojeto. 

UMA ABORDAGW PSICO.DESENVOLVW EG AL DE 

PESQUISA DO ENVELX IMENTO 

Deacordo com um interessedestetrabnlbo,arevisfo constatou aausdnciade 

estudossobreo envelhecimento no Brasildentro deum enfoquepsicodesenvolvimental.Nesta 

direçâoyvisando arealizaçâb de futurostrabnlhosde pesquisa,refletimos 

sobreaimportância deelaborarprojetoscom um enfoqueinterdksciplinar.A interdisciplinaddadealiada 

aobjetivosmodestosebem focnlizadosdem squisa,parece-nosneste 

momento llmarespostaadequadaàcomplexidadeenmplitudequeo tem ado envelhecimento 

suscita.Consideramos a importância deseestarsempre atento para com-

199 

preendero envelhecimento como umafasenïo isoladado resto davidaesempreinseridaem 

1:m contextocultural,histörico,polftico eeconômicoespecinlmentedistinto 

edeterminante. 

Respeitadosessesasm ctosestamossegurosde quea pesqulado envelhecimento 

poder;trazerimporuntesgnnhoscientfficosesociaisparatodosnös.

A QUESTAO DO ENVELHECER COMO UM PBOCESSO 

DESENVOLV IM ENTAL ATRAVES DA VIDA 

M QUELW EIRA DACUNHA 

h stituto A desSapientiaedeS:o Pattlo 

N:o ésomenteovelho queenvelheceequesesentevelho.Alis,esteççsentirsevelho''querè 

colocarem aspas;voltareiafalarsobreisto.Bxistem muitassituaçöes 

durante aWdaem que nossentimosdesarlinmdoseaté sem vontadedecontimura 

viver,ainda quena velhicem esma,estm situaça sdiffceistendem a se multiplicar. 

Também n:o quero negarquevelhicetem caracterfsticaspröprias;porexemplo:muitasvezesn:o 

existem maisoportunidadesparasuperarasdificuldadeseinevitavehnenteoftm 

davelhiceé am orte.Mas,n:o obstante,avelhiceélxmafasedevida,tem suas 

compensaçöesesllnmfrustraçöesesu% tarefasvivenciaispröprias.Diria quetxmadestas 

tarefasédermnlmenteaprendera aceitarasim esm oeasuabiopafia;isto é,aceitara 

sua vida com ofoivivida,incbundoasaparentesescolhasN rradas''.Erradasentreaspas 

porquenâotemospara etrospara saberqualteriasido oresultado deoutrasescolh%. 

Em outraspalavras,pprendera dizersim ao destino queep construf.Aprenderase 

desenvolver como m ssoa,apösterdesempenhado osvo ospapdis que asodedade 

impa .f lxmntarefadifcil,espednlmenten! nossaculttraquetem um teofacentuadamenteextrovertido.Certamenten:o 

faltam iniciativaselnovimentos,hojeem dia, 

frequentemente organizadospelospröprios idosos que prom ovem asmaisdiversas 

atividadespara e com osidosose quelutam em criarcondiça sparafacilitaza sua 

participaWo.Isto éötimo.Posibilitacontinuartomando partenasatividadesquecultivam 

os valoresextrovertidos da'nossa sociedade-'Poroutro lado,no entmnto,as 

angûstiasetalveztamblm osanseiosdemuit% pessoasedemuitaspessoasidosaspermanecem 

na sombra. , . 

Os assim cham ados m nsamentos,sentimentos e vivlncias negativ% como 

pensarnamorteenomorrer,tersaudades,falardo passado',sequeixar,sentir-setriste 

e sözirtho,viver doente e muito maistendem a serreprimidos;ninguém gosta de 

ouvf-los,nem a pröpriapessoa.A meu verestasidéiu e vivênciast:m tambëm um 

sirificado esuaconscientizaWo contribuiparao noso desenvolvimento pesoal. 

Talvez a safda e a entrada em cadanova fase da vida,e,especinlmente,a 

entradanavelhicesejaalgo pareddo com oproceso demormrque Elizabeth Kubler- 

Rossdescreveu:pn'meizoa negaçâo:aindanTo estou pronta;prontaparap%sardeestudante 

paraprofissional;prontapara aposentar;pronta paramudarpara 1lm 1arde 

velhos;segundolabargnnha-'talvezamsnhâ';deixeficarmaisum pouco como estf; 

terceiro:arevolta- estou muito desapontadacom a noyasituaWo;nuncateriafeito 

201 .

202 . 

estaescolh asesoubesequefoseasim;quarto:adepresro - nâb posso voltaratrl; 

estou presa aqui;devo abdicardemeussonhos;qtxinto:aresiN àWo,arelignnlilaçâo 

ou reorientaçIo,aaceitalo do novo estilo deviver. 

I1:em cadacultura eem cada Fuposocial1xm tipo derelö#o bio-psicoiocial 

que marcaashorasquando determinadoseventosvivendaisdevem ocorrer- existe 

um consenso sodalà respeito que,frequentement:,émaisinflexfveldoqueospröpriosprocessosbiolögicos. 

FascreveCsrmem daSilvano seu romance:H störiasIllridasdeumaSra.de 

Resmio:so t ç:bretudoeuchegaraaos40anos.Paragentedeminhaieraçâo,maisdo 

que1Im marco:umalipide.Eu foracriadacom umarfsdanoWo dascategoriasetlias. 

Atd os25,28 anosm ulherera Gfinfssimo ornamento denossa sociedade''.Dafem 

diante,passara aserçtesposaamantfssim ae mâe extremosa''- se o fosse.Solteira, 

pordm ,nessaalturaficavabanidadacrônica mundanaoficial,tomava/edecerto modo 

invisfvelesöfigurava comopratinho nasâddasfofocasprovindanas,j;com o 

rötulo de Gmoçapassada'.Seinsistisseem frequentarfestas,divertir-se,lertar,levava 

apechade'Qdesfrutivel'',eisso,no Rio Grande,eragravfssimo:uma espëciedeequivalenteburgu:s- 

eqlln- sempremuito virginal- daprostituta- Eracom lm asadolescentesdaminhaëpocadeclararem 

dramaticamente:ah,qllnndo eu chegaraos30 anos, 

memato!- ata1ponto vellticenosparecia1xm mn1sem esperança.Os40,entfo,representavam 

o extremo limite,o mergulho irremediévelna senectude:todososcaminhosfechados,toda 

assatisfaçöesnegadas,excetoasdo altruismo - cuidardosnetos, 

debruçar-seà cabeceiradosdoentes,fnz-rcroch:paraascriancinhaspobres. . 

E naFolhada Manh: do dia14/10/88 leio o seguinte:Beatrice,umaestrela 

de21ano!declara:sâb oscarasde40 anosqueacham quemulherliberadaésinônimo 

de mllherm lada.Parece que de 1:para d n:o mudou muitacoisa- aconsci:nda 

coletiva,mesmo dageraWojovem,est;ainda enraizadano preconceitoetirio.Nös 

somosgeralmentejoven'sdemaisou velhosdemaisparadeixardefaarou comepra 

fazer o que queremos. 

O relö#o bio-psico socialfunciona muitasvezescomo 1zm instrnmento de 

repressâb para manter-nosno trilho,ora obrigandomosa fazero quenfointeressa, 

ora deixando defazero quedesejnmos,bloqueando destamaneirao desabrocharde 

potencialidadesquedormitam em nös. 

Ainda queascrianpse adolescentes,em nomedaeducaçfo sejam osmais 

atingidospor este rel6gio,vou dar aqui2 exemplosreferentesa m ssou dem eiaidadeem 

aisvelhas.Um deumapessoaqueseprendeao relögio,aoutra queselibertou. 

. Ana Luisatem 48 anos;ém uito bonita;ltmaloira .altamuito bem e stida 

tem lmnboasituaçâb econômicadsra posturaérfsda.Falarapidamenteecom nma 

voz muito aguda;casou com 18 anôs,antesdeterminaro coléso gdesdeentâb dedicou-seao 

maridos,aostrdsfilhoseàcasa.Hojeas . 

slhasestâb casadas,mornm longee

2Q3 .. 

sevedm pouco.Asesparsasvisitascùm osnetostambém nfos:o semprebem-vindu , 

fazem muitabagunp .O caçulade24 anosmoraem casa.Trdsanosatrl,o m arido,6 

anosmaisvelho,sofreu tmzataquecardfaco e.fez lmnomrawo desafena;j;estéde 

novo trabalhando,massuavidasodalmudou radicslmente;antestinham um grande 

cfrculo de nmigos,haviamuitosconvitese davam Fandesjantares,frequentavam 

boates,etconïo flcavam lxma noitesequersem propama.Hojeem diaomarido pasa 

suashoraslivresem frente datelevisfo.2anosatrismorreu amTedeAna Luisa,com 

quem sem presedeu muito bem.Ana V isasesentettvelha''encheseu tempo indo ao 

cabelereiro,faando compmsou jogando baolbo,mascom isto nâb fkacontenteavidalhe 

parece sem sentidoee1asesenteocapordentro.Ficou ultimamentesem 

pacidnda eseirritafaeilmente,especinlmentecom o marido.Analilisa.dfrequentemente 

doente,tem doresdecabep,doresdecolunaeenjoos.Searrependeamargamentedeterinterrompidoseusestudos,poisachaquesetivesseumaprofissfo 

ou 1lm 

trabalhosesentiziamelhor- masacha queagoraétardedemais.. . . , 

O outro exemplo ddaVira- ltmaviflvade72 anos.Aos59 resolveu mudar 

' 

seu estilo devida- prestou um vestiblzlaze começou aestudarpsicologa.Além dos5 

anosbisicos,realizou vârioscursosdeespècializaç:o,nâb somentepara setom aruma 

profissionaldepdso,masparticularmente porquegostadeaprender- oprocesso de 

aprendizagem em silheémaisimportanted6queo resultado - aindaqueno caso dela 

o resultado tambdm valha.Vera d vitivae vive söznha;àsvezesse sentemuitosö, 

am sarde)xm reladonamentobom efntimo com seusftlhoscasadose netos,com seus 

cplegase nmigos.Infelizmente,ve osdelesestâb no momento muito doentesealguns 

,e(J jifaleceram.tmimamentetem refletidomtlito sobreavidaeamorte,buscando na 

1. 

ispiriualidade a hnrmonia do cosmosque a vida caöticado dia a diaencobre de 

sombra. 

'.,'z 

E eu?Quandoëqueeu mesinto velha?ou melhor:o quecoloco no denominadordo 

sentir-se-velho?O perceberqueestou ficando maislenh ;maislentano andar, 

no fazer,no pensazeno falar.Qlmndo estou sozi 'nha istonTo meincomoda,mas, 

qm ndo estou com pessoasquesâobem maisrfpidas,nâb mesinto capazdeacompanhâ-las.O 

perceberquemeussentidos,especislmenteaaudil o,estro piorando ehem 

sempreentendo o queest;sendodito;àsvezespeço quefalem maisalto,quandoisto 

forpossfvelequando nâb fico dem asiadamenteenvergonhada- outrasvezessimplesmente 

desligo.Também percebo m inhaidade avançadae deumamaneiraprazerosa 

quando alguëm mecedeseu lugarnoôrlibus.Noto tambëm minha idade quando colegasmetratam 

deSra.,quando tratam deVod todososdemais.Dafvejo minhaapartnciaespelhadanelesereconhem 

queminhaidadetem um pdsomaiordo quemeu 

itatusdecolega.Sinto tédio ecansaç,o deviverem momentosem queaiho4ueminha 

vida j;nâo tem maisconteido,quando me sinto inltiledesnecessfria,em umapalavra,qlmndoestou 

deprimida - oquealisësempreumareaWodetun ego inflado. 

Nâo me Ninto velha''qlundo estou empenhada,quando meaceito emepermito de

2:4 

me sentiraceita.Poderiacontinuaradarexemplos,masisto devebastarparademonstrarquenâoexistem 

1lm ççsentir-se-velho''.O queexisteêsentir/eanimada,envergonhada,ridfcula,alegre,trlte,sözinha,estusiasmada,malcompreendida,etc.,etc., 

mnsavelhicemesman:o tem sentimentos;seresWvostem sentimentosesentimentos 

nâb tem idade. 

' 

E parallnalizar:parece-meimportanteque,sequeremossuperarospreconceitos'à 

resm ito do envelhecimento e da velhice,temosque exnminartambëm nossa 

consci:ndaeinconscidndacoletivaquesemanifesta,entreoutros,nalinguagem verbal 

eescritaenosmeiosdecomunicaç:o demassas.E maisdo queexsminf-los,lutarcontraestesm 

odosdefalarederepresentarosidosos.Umadasmaneirasdevencerasdesigualdadesdam'zlherfoide 

prestaratençâo aosexismo contido nasexpressGesverbais. 

Diûcilmentealguëm diriahojeem dia%'ela tem acabep deum homem 'quando quer 

sereferirallmamlzlherinteligente.Preconceitosetirios,no entanto,aindasâb muito 

coniqueirosno nosso falar- am ssoaidosa éum velhinhoou llmavelhinha,llm atia 

ou Itmacorôa- um idoso ativoefelizdavidatem Azm espfrito jovem,etc. 

Esperoquevocêstambëm comecem desdeagora a prestaratençâo ao uso da 

lfngua,poislfnguaésimbölica,émodo depensar;emqdo dem nsardmodo deagr.

AVANCOS E PROBLEMAS NA DEFINICAO DE UMA 

éOLIYICA NACIONAL DO IDOSO 

MARIA ANTONIA RODRIGUES GIGU OW I 

Forum NadonaldaTerceiraIdadedeSâb Paulo 

Osprimeirosgruposde idosossurgem no Brasilna dëcadadesessenta,com 

um lmlco '' proje to:laar.Nenhlm probpmmi deaposentadoriaou mesmo deumamedi- 

cinaespecffica para o idoso. ' 

Fariam esesgruposo jogodo govemo,poisenquanto aatenlo do idoso se 

voltavaparapasseiosefestas,o dinheiro dapreviddncia eradesviado paraaconstruWo 

deestrad% ,ponteseoutrasobrasfaraônicr. . 

Com o retorno dosexiladospolfticossurgeaiddiadeformarlmaassodaçâo 

paza defenderosinteressesdosaposentadosepensionistaseacabarcom osabm osdo 

govem o. . . 

A polfticaadotadapelo MinistroDelf'lm Neto,dereajustaraposentadoriae 

mnsöespelosalirio retroativo eoDecreto-D i1910/82 do PresidenteFigueiredo,que 

descontavade3% a 5% dosnossosproventos,paracobriro d/ficitda Previddncia,alëm 

deserimoraleraultrajanteparaosaposentabosepensionistas. . 

E verdade queem 1976o govemo tentou sensibilizaraNaçâo mostrando 

interesepelo problemado idoso,realizando 1Im SerninârioNacionalsobre 'Estrltd#as 

dePolfticaSodalparao Idoso no Brasil''.Foram criadascomisssesnacionaleestadual 

detreinamento depessoalparafreasdeatendimento ap idoso.Bm 1979,porfaltade 

contirmaçfo doprogrnm'a,seusmembrosforam requisitadosdevolta aseuslocaisde 

trabnlho.Nesaépoca,o Brasiljâcontava com 4,8 milhGesdeidosos,amaiorianamais 

extremanecessidade. 

Surgeentâb,aFederaçfodeAposentados,com propostasnovasdeluta,mobilizando 

em todoteritörio Nadonal,com aparticipalo nro sö de aposentadose 

pensionistas,mastambëm dosgruposdemllheresetrabalhadoresdaativa.Fwssasersm 

as P rincipaisreivindicaçöes:' ' ' 

. 

kestabetecerdeimediato adiN idadedosaposentadosepensionistascom 

areposiçâo dasm rdassofridasde78 a84; 

- 

Revogaro Decreto-H i1910/82,que impôsaosm nsionistaseaposentados 

acontribuiçâo recolhidaaoscofresdaPreviddnciaSocial; 

- 

Direlo colegiadaanfvelnacionaleresonalcom participawo do govemo, 

dostrabllhadoresdaativaeaposentadoseempregadoresnagestfo daPreviddnda . 

Com o crescimentoefortalecimento daFederalo,forsm surgindo novasreivindicaçies,como 

inclusro na nova Constituiçfo dos Direitosdos Aposentadose 

Pensionistas. 

' 

205

206 

Em Agostode86,no 1L?Encontro Nacionalda M lhèr,paradiscutirt'M lher 

ea Constituinte'asidosasdeSïo Pa'ulo le'varam àBrasliaassuai propostas.Tiveram a 

felicidadedeverinclufda naCartadosDireitosdaM lxlherquatrodessaspropostase 

posteriormenteaprovadasna Constituinte. 

Estasforam aspropostasaprovadas: 

- Protewo àvelhice com integralidadesalarialem casosdeaposentadoriaou 

m nsâo pormorte; 

- Eliminaçâo dolirnitedeidadeparaprestaçâo deconcursospûblicos; 

- Direito do marido ou comm nheiro deusufruirosbeneffciosprevidenciériosdecorrentesda 

contribuiçâb da esposa ou compnnheira;' ' 

- Extenszo dosdireitosprevidencio osdostrabnlhadoresurbanosaostrabalhadoresruzais,homensemulheres. 

Em Julho de87o governadorOrestesQudrciaeaSecretariaèosNegöciosMetropolitanosabrem 

maisum espaço paraidosos,criando o Förlzm Nacionalda3ẒIdade. 

O objetivo doFörlxm éconscientiarepolitizarosidosos,orienti-losno sentidode 

ocuparo seu lugarna sociedade. 

O primeiropasso foicoletarassinaturasparapropostasdeemendasnaConstituinte.Efetivnmente 

conseguimosmaisde32 1/1assinaturas,quelevam osàBrasl4ia 

eentregnmosnasmZosdoRelatorBernardoCabral.Erao primeiro j%so parauma 

longa caminhada,cheiadetropeçosedecepçöes. 

ReunfnmosfrequentementenaCâmara M unidpalparadiscutirm oseavaliarm 

ososavançosdaConstituinteecom pesarvfam osque,embora houvesseboavontade 

de alglmsdosconstituintes,poucoou nadaentendiam dosproblemasdosidosos. 

I'hjavisto queaprimeiraproposta apresentadafoiestenderop%segratuito do idoso 

a todo Territödo Nacional,aosmaioresde65anos.Como seisso fosseacoisam ais 

importante. 

EnviamosIlmacartaaosSenhoresConstituintesexisndo algo maisdoqueo 

passedeônibus,querinmosnossosdireitosgarantidosnaCargaMar a. 

Este ano no dia24 deM aio,aFederaçâb deAposentadosmaiso'Förum Nacionalda3 

ZIdadeforam . a:Brasflia denunciaro abandoizo e am islriaem quenosen- 

contrlmoseexigirqueosnossosdireitosfosem garantidosnaNova ConstitlziWo. 

N:o bastaconstarnaConstituiçâo osnosspsdireitos,dpreciso queogovem o 

ea sociedadereconheçam queosidosospodem bargrandesesignificativascontribuiçöesà 

sociedade,m rmanecendo produtivosmuito altm daidadeobrigatöriadeaposentadoria,dandoo 

beneffcio desu'a sabedoriaeexperidnciaselhesforeiu proporcionadasasoportunidades. 

' '

ESTUDO D E CASO D E UM A M U LHER NEG R A IANA LFA BETA , 

D E TERCEIRA IDA DE,DO PONTO DE V ISTA 

SôCIO.INTERACIONISTA 

LEDA VERDIANITFUUNI 


I- .htrodvWo 

' 

Desejoiniciarminhaparticipaçâonestesimpö.sio pelaliteratura.poriso,bem 

aprop6sito do tema tfEnvelhecerno Brasil' vou 1erparavocêsa poesia çfFazer70 

anos'' , deCarlosDrlmmonddeAndrade(1985,p.41). 

.Fazer 70 anosrl'o é simples 

,4pfY exige,>rc o coaJegzlhrltu, 

perdas e pertfc:no Ikffrzltldo sen 

' cor?lo , em voltado ser,m ilolg/mmpçrtfcz, 

Flzer70 anosd/lzE'r 

catdlogo de esquedmento em lim . 

Vùjaren/reo A-/bfe o pe -yerl. 

E,sobretudo,fazer70 anos, 

Jlegrk pojada detristeza. 

O'José Carlos,frz?zb-qa-fye/rplyo 

N6so conseguimos... 

E sorrimos . 

de lf???J vitôrîacompradapor que preço? 

Quem Arzlcfyo JJIe?'J? . 

visombra dos70 anos,doismineiros 

e?x silêncio seclelé'cm.conferindo 

ae&fmne felicidadeda velhice'. 

Entâb,isto éservelho para 1lm indivfduo culto ealtamente letrado , com o ë o 

caso deDrllmmond:umnvitöria com' gosto amargo , çV egria pojada detristeza''uma 

. 

' 

façanhagloriosaperpassadaporsentimentosdeperdasederrotas;umafçestrnnhafelididade''quesedesenvolva1% 

sombra'' . A velhice,em resumo,pareceserum momento 

207

2:8 

contraditörio,ondeosgnnhosse transformnm em perdas,ein t'esquedmentose1111*- 

nas 'ondeasperspectivasdefuturo y resumeni-sea'.m tenro-seri'' . . . 

Umapartedaliteraturamaise'cientffka'parececorroboraressascolocaç& s. 

Afirma-se,porexemplo,queaspopulaWesidosas,em especialaquelasinstitudonalizadase 

pobres,apresentnm sinais de alteraçâo deidentidade,de deterioraçâb mental, 

diminuiWo nodesempenho intelectual(Adrados,1987).Outrosdiam queo idoso se 

auto-mar#naliza'...quando aslzmeumaposturanegligenteconsigomesmo,isolandose,descuidando-se(sic)desuaapardnda,passando 

seu tempo praticamentearey>r, 

como seestiveseàesperadamorte'(SilveiraeBento,1982,p.133). 

Outrosestudoscom parativossobreasenilitudeparecem mostrarqueasdifi-. 

culdadesapontadasporDrummond tom nm-sem aiscrfticasem algunspuposespecfflcosdeidosos.Porexemplo,Fisher(1987)concluiu 

quegruposdeidososqueposuem 

hfbitosdeleitura sâb 'maispositivoscom relaçfo aosoutros' tçmsisativos'' Gmais 

jovens'

209 

södo-interadonista paraessas= acterfsticasdem rsonalidade,vou reladoni-lascom 

tr:saspectosquemeatrafrnm aatenWo nestes06 anosem quevénho tendo contato 

com donaMaria.Sâo eles: 

IP -Atividade participativaecomtmitiria; 

13 -œ sempenho intelectualn:o esperado; 

32 -PreservaWodeconhedmentosepriticassodaistçpopulares'eO etrados*'. 

Falareidecada um delesa seguir. 

H -Asm ctosu1-' to 

1.AdWdadepnrudpadvae comzmlurln:DonaMariaé'umalfderanfvelfnmiliare 

comlmiurio maisamplo.Em casa,atuacomo organizadoradasatividadesdomds- . 

ticas,como lbitro dasbrigasentreflhostas)ejenros/noras.Aldm disso,fundona como 

porta-vozdasm ssoasdo bairro,querem disputasRmiliazes,querem m nddndas 

deordem Jurfdica.Relatou-meumsvez,porexemplo,quenum determinado diadaquela 

semsnae1a iriaRfalarcom o juiz*'paradefenderums conhecidaque estavap+ 

vida,fôra abandonada pelo m arido,eestau ameaçada dem rderaoqsa,porfaltade 

pagamento das prestaçies.Foie1a ainda quem me apresentou a v41.1% pessoasdo 

bairro numa ëpocaem queeu coletavadadosparalxmam sqtlisa. 

EsascaraderfsticasdeliderançaeparticipaWo navida comunito aestïo 

em desacordocom llmacertavisâb davelhice,queconsideraçYormal''queosvelhos 

seisolem eatésejam margnnlizados.Nem mesmo com relaWo à vidaafetivadeDona 

M aria isto ocorre:viliva,e1aestavah;algunsmesespreparandoieparacasarnovamente,enâb 

fazasepedo de que mantinha relaçœ ssexuaiscom o noivo.Atunlmente, 

apösromm ro noivado,e1afreqûentabailes,erelataquesempredança muito,eque 

tem muitos namorados.Ainda no ftem ç'atividades sodais'' acresœnto que Dona 

Maria organizafestasem suacasaena rua:festasJulinas,Gdesfles'etc. '.' 

2.M m- ho intelechznl:Alglmnsteoriassobreo envelhem'mento prop& m 

quea intelig:nciasofreriamudançascom aidade,isto ë,haveria1xm declfnio vagaroso 

daatividadeintelectualqueseiniciariaporvoltados30 anos.Esseprocesso ocorreria 

independentementedasvariéveistaiscom o classesocial,nfvelculturalecondiçöesde 

vida(cf.,p.ex.,Kimmel,1974).Nocasode DonaMaria,queéanalfabeta,ej; passou 

m rum processodemarginalizaçfo,nam edidaem quenZo freqûentou a escola,nem 

' 

compartilha do conhecimento dito t'letrado'' talvez fosseesperado um quadro atë 

mnissevero dedeclfniointelectual.Nâo éestaarealidade.Seu desempenho intelectual 

foiobservadoem doismomentosexm rimentais:duranteaaplicawo de%'provas'piagetianasedumnte1:m 

testedecompreensfo deradocfnioslö#co-verbais.Nasprimeir%,constateiquee1atem 

aconselw lo demassa,m so evolume,assim como anolo 

de qluntilkaçïo ede tçalgtms/todos'.No desemmnho cognitivo çpuro'digamos %

210 

asim,pode-seentfo dizerque e1aatin#u em rmaneceno este o dasoperaçasconcretas.Diagnöstico 

estranho,paraalgunspiagetiu os,queafirmsm queanalfabetosnTo 

ultrapasarinm o este o prëeperatörio.tH:lpike,1979). 

No desempenho verbal,aldm dafacilidadepazausara linguagem como vefculo 

deinteraçfo social,verifiqueiquee1aconseguededuzir xmaconcblub lö#caapartir 

I 

dex1m radocfnio silogfstico.Diantede lma çbateria'deraciocfnioslögco-verbais, 

DonaMaria foicapazdeçtresolver''todososproblemasdedutivosapresentados.Isto 

também éinesmradopara1zm analfabeto,visto queseafirnu queh;uma corelaWo 

entresaber1ereescrevereo bom desempenho nesatarefa.(Scribnere Cole,1981). 

Naverdade,o fato queatraiaatenlo aqui,équeaestratfgaderesolulo 

utilizada porDonaMarianâb.éaçoletrada'.Ela,narealidade,pazaentenderyjustificar, 

erepetirossilogsmos,asimilaesaumaestnzturanarativa.Porexemplo,diantedo 

seplinteproblemalögico-verbal: 

'Vodostu cachorrosdaA lrlb sIo petperltu 

O Jïxore : um ccce rm w nde 

Fleéda O rk,ou ?lJè?'' 

Dona M ariaproduziu aseguinterespostaerepetiçzo: 

Rewosta:ç%N:o;e1e nTo ë da M aria'. 

Repeti#o:opulares'etMetrados': 

Dona M aria,com efeito,conservaum tipodeconhecimento e algumasprâticassodais 

que'estâo quaseperdidasnosm possodaismaisletrados.Ela,porexemplo,conhecee 

utilizaplantasmedicinaispa!'avâriasfmalidades:deproblemasde saudeatdproblemas 

Rpsicolö#cos'.Porexemplo:umainfusâb esm cfûcaparacurardordeestômago,ou 

nm banho de salgrosso misturado com algumaservas,paracurarcriançaquechora 

muito. E1a conhece tambdm alpzmas förmula verbais que sâb pronundadasem 

ocasiöes especfficas.

2l1 

M ëm disso,conhecemflsicas,modinhasecantigaspopulares,ejogosebdncadeirasdeseu 

tempo de info cia,algunsdosquaissempredesapareddosdaculturahegemônica:MonteAzul,#(= 

deFom o,Cabm & gl,V-udînho,Roda,Vm o,R ta,Passa- 

Aneletc.' # ' . . 

. 

' 

Porém,o rm cto maksrelevante deste ftem est;no fato deDona M ariaser 

zxmn Rcontadeira'de histörias,nTo no sentido derelato autobiopo co,como ëcomllm 

ocorrernestaidade,masllistöriano sentido de narrativade lcçâo,decontos 

populares.Amqim,e1aconhece,econta,maisde qlqrentahistôrias,tod% elaslongas, 

com duralo mfnimadbmeiahora.Eisalgunsdostftulosqueconseguicoletar: 

- Boneœ ?w janek 

- 0 rn/i'o que œm lzœ m a e œ œ ,' 

- Festa a/ c& ; 

- Bom tfk,mînhazpw ! 

Bom Jk.meut'm 1/ ! 

- Dengo,Jeleag/,de- o; 

- O desentendimento do gato rb eachorro; 

- L* vo roxo. ' 

Am sardeDonaMariadia rquee1ainventaashistörias'tdecabep *',alpmq 

tftulossâb identificiveiscom ffbulàs,como O casamento (1 rapom eFesta no c& . 

Outrasnarrativas,am sardenâb seguirem emnorlicamenteuma listöriaJéconhecida, 

possuem,no entanto,llmnestrutura reconhecfvelem temasblflicosou contosinfantis. 

Por exemplo,a histöria intituladaJoëozinho ltfet), que e1a conta,tem 1xm tema 

semelhanteaoda voltado ftlho prödigo,qlze,tem origem bllica,masjéfoimtomado 

vliasvezes,porexemplo,no RefLear,deShakespeareeno filme& a,deKurosawa, 

além deserpopularmentemuito conhecidoedifundido. 

. 

O importante,no entanto,nTo ë esseconhechnento porsi,m assim osusos 

queDonaM aria fazdo mesmo.Contarhistöriasd,paraela,umaatividadesocial.Seus 

slhosadultosconhecem todasashistöriasqueelaconta,oquem ostraaexisténcia de 

ççsesssesdecontarlzistörias''nasinteraçöesfnmiliares-com osnetos,essa sessöescontinlum 

ocorrendo.Outromomentoem queess% 'tsessa s''serealizam ë,porexemplo, 

durante velôrios,quando DonaMaria amenizao ambientee a longaesperanoturna 

contando histörias. 

Voltando àminhapropostateörica,quero defenderaquio ponto devistade 

queascearacterfstic% depersonalidadee'ftmcionamento cor itivo deDonaMariasâb 

decorrentesdestaspriticasesm cfficasdeinteraçâo,nasqluimum conhecimento tnmbém 

especfico écolocado em alo. '' 

1% 1lm ponto devista söcio-interacionista,sabemosqueasfunWesmentais 

superioressfo,originariamente,sociais,isto ë,osprocessosintelectuaiss:oconstrufdosantesem 

1lm nfvelinterpsicolögico,ou interadonal,para,somenteapös,seintem a- 

lizarem etomarem-seintrapsicolögicos.(Vygotsky,1984;Wertsch,1979).Do ponto 

'

212 

devista d o di scurso, segundoa mesmateoria,ligeimmentemodm cada , temosque e1eê 

considerado lmaçtatividade''ou > 'trabalho'no sentido marxistado tenno.A propö- 

. 

sito desconceito,O rma Robinson (1988)queç:..o ' 

desenvoldmento dacapacidade 

hllmnnaftmdam entalparaaprixis,paraaatividadetransformadora,produtiu esir i- 

fkativaé1tm processo complexo,quepodelevar,qlundo bloqueado,âestagnalo 

mssoal(...).Qlnndo encorajado,levaàcriatividadeeàauto-renlizaWo'.(p.170, 

tradulominhnl. . 

No caso de Dona M aria,acredito quehouveumsinternalizaçzo dapritica 

socialdecontarhistörias,com a quale1adevetertido contato qllqndo criança,talvez 

com ospais,quepodem tertrazido o costlzmedostemposdaescravidfo.Esteproceuo 

fezcom quee1apusasseadispordeferamentu cogrlitivas,ou funWespsicolögcas, 

cujo ftmcionamento ultrapusaamëdiadeexm dativaquesetem com adultosanalfabetos.Poresemotivo,porexemplo,équee1aconseguecompreend4rossilogsmos: 

encaixaoscontefldosparticularesdaspremissasem lxmam olduranarrativa,abstrata, 

jâinternalizada. 

' Aliés,ainda olhando de zxm prismasödo-histörico,podem osconsiderarque 

em DonaMadapodem .serencontradosalgunsdoschamadosprocesospsicolögcos 

sum riores:memöria ativa,radocfnio lö#coeimaginalo criativa.Osdoksprimeiros 

jé ficarnm evidendadosmlosdadosexpostos.O terceiro,imaginaWo criativa,fica 

evidenteqtundo setomaconhecimento dequemuitasdashistödasquee1acontasâb 

de suaprôpriaautoria. 

Conclllindo,m inha proposta d,entâb,que a internalizaçâo de usossocialmenteeficientesdediscm 

sosdquedeu aDona M ariaascaracterfsticasN ui-generis'' 

apresentadasaqui. 

Epero,com estacomunicaWo,tersubvertido algunslugareseomunseestereötipos 

constm fdosacercadosidosos.Term ino subvertendo tambëm um pouco,a 

visro de Drummond sobre avelhice,que apresenteinoinfcio,propondo sua substi- 

' 

tuiWo poraqueladeGardaMlquesno livro0 Wvlér nosTemposdo Cllem.E,finalmente,espero 

queaArteeasparticularidadesdestecaso,em conjunto,sejam liteis 

paraesclarecermelhoro queëo envelhenimento no Brasil.* 

Referêzicias: 

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213 

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SIMPôSIO 6 

OS TESTES O ICOA ICOS:O ENFX UE ANTROY A IO , 

O TRANSCULTY L E O H ICANALA IO 

A hostilidadecom oreaçfo adaptativaàansiedadeatravësdo mëtodo de . 

Rorschach - Enfoquetranscultural 

' Cfœ ro Em fdioVaz 

- TestespsicolôgicoseAntropologa. 

MoniqueAv as , 

- A interpretaçfo psicanalfticadostestespsicolö/cos. 

EvaNick

A HOSTILIDADE COMO REK AO ADAPTATIVA A ANSIEDADE 

ATRAVES DO M ETODO DE RORK HACH - 

EN FOQU E TRANSCU LTU RA L 

cfcERO W ZIEO VAZ 

PontiffdaUniversidadeCatölicado RioGrandedo Sul 

Narealidade oquepretendo apresentaraestesimpödo nxo éo resultadode 

llma m squisa nem 11m estudo avançado sobre ostesteseseu enfoque trarlscultural. 

Creio,seriaousadiadaminhaparteenveredar-meporesseoceano ou poresseespam 

detantaturbulênda queéo dostestespsicolögcos.A érea deconcentralo em que 

venho m squisando sobre ansiedade,tensro,conflitosehostilidade ëo Rorschach o 

instrlmento bisico e constante com que venho trabalhando.Ultimamente tenho 

inclufdo o IDATE (Invento odeAnsiedadeTram Fastado deSpilberger,adaptaçâo de 

XngelaBiae o)nosmeustrabalhos.Pretendo melimitarao problema:hostilidadecomo 

realo adaptativa,como tentativadedefesaa queamssoarecorreqlsndo sedepa-. 

ràipm umésituaçfo quelhemobilizao sistemaemodonalcom tensfo esofrlmento; 

iso atravdsdoRorschach e c0 1alpxmasconsideraçasdecaritertranscultural.' ' 

tm trabalhosanteriores(Vaz,1972,1986)tem R demonstrado quesujeitos 

, . 

' 

com nfveldeaniiedadesituacionalelevadd porprocessodemanipulalo - m squjsa 

expen'mental- apresen-m sombreado radiolösco,sombreado perspectiva,porcentagem 

de Forma de mf qlinlidade e contelidoianatômicossir ilkativainentq mais 

elevadosdoqueouiroFupo desuleitosdamesmafaixaeto a,18a 21anoseconu 

se jdatu . su tinhaem vista 

cluintesdo segundo gmu,sem sofrerem manipulaçâo da 

naqueladpoca(1972)testarseasvariveisindicadorasdeansiedadeno Rorschach 

atravésdepesquisaexm HmentalfeitapoiEichlei(1951)se confirmariàm em rioso 

. 

' ' ' . . . ' 

' 

. . . 

meio.Incl,umosnasvariâveisdetlchler,romo hipöteseindicadop deahsiedadesituadonal,apreseùp 

deEspap em Branco(S)eo ne ero de Globaisem fndicemài! 

elevadonossujeitosansiosos.Osresultadosvieram confirmarasalrmativasdeEichler, 

. 

. 

. .z . 

menosoaumentoien flmeroderespostas.O fn s 

dicedeD paço pm Branco tambdm se 

apresentou siNilcativamentemaiselevado noss'ujeitoscujannniedadesituadonalfoi 

mobilizadaimediatamenteantesda aplicaWodoRorschach;nâb seco'nirmou queps 

ansiososddem maiornfxmeroderesppstasdo queosnro ansiosos. 

No quetangeàansiedadetraço,ou sej!ossentimentosdeapreensfo,tensro 

einsegurançacom interferéncianosistemanervosocentrkldeformaconstante,vivenciadosmlo 

sujeito,atravésdoRorschach,Auerbach eSpielberger(1972)referem que 

sujeitoscom ansiedadetraçoelevadaapresentam baixo nfzmero deMovimento Hlxmano 

aldm do mrcentualF (respostadecontefldo visto m laformaesem nenlmm outro 

d eterminantecombinatörio elevado). 

217

218 

m sde 1986 veO o desenvolvendo ,1m projeto proqurando atravds do 

Rorschach que caracterfsticasdepersonalidade apresentam aspessoasquesofrem de 

hi pe rtensâb sistdmica.J;quedricaalite'raturamddica'naéreadacardiologano que 

tangeà tese deque ohipertenso émaisansioso do queo normotenso.Recém conclufa 

fasedeaplicawo;osdaddsestâoem computaçâo;osresultadospreliminares(1987)jâ 

permitinm asseguintesconclw ôes:1.O him rtenso apresentaam aioriadasvadâveis 

indicadorasde ansiedade situacional;2.tendem a:verbalizarmenoscontefldoscom 

M ovimento hlxmano = nfveldeansiedadetraçomaiselevado;darcontelidosdeCorpura 

eCorcombinada com Formanâb definida em fndicemniorqueoderespostade 

Forma bem definidacom cor(C +CF > FC)= fndicedehostilidade(Boyer,1964, 

1987);chamaaindaatenlo nesetrabalhosobreoshipertensos:predomfnio do tipo 

devivdnciaextratensivo combinado com o controlegeralalto (F%),mutilames,crfticasedepreciaçöesàL.IV.A 

IlminaIV ëdentreas10 Im-mlnasdo Rorschach a quese 

asguracom aspecto maiscompacto,maisescuro eporassim dizermsisvolumoso éa 

que m ais desperta representaçöes ligAdas à figura paterna,autoritâda,masculina 

(Alcock,1956;Mucchieli,1968;Potkay,1971).Potkay,partindo de um modelo 

teörico maisjun#ano eacenando paratlmapersmctivamaisantropolö#cado homem 

estudado atravdsdo Rorschach aûrma:ççEstaIm-minatem avercom o homem natural, 

nâo o homem mau,n:o ohomem ideal,maso homem co!no qualestfo relacionadnme 

dimensionadasasenersasmasculinu dapesoa evnminada'(Potkay,1971,113). 

Osd>doscolhidosnessespadentes,sujeitoslzipertensos,estfomepermitindo 

inferirque:1.existe m rsonalidadecom ansiedadetraço enâb apenasaansiedadeestado 

em nfvelmaiselevado queosnormotensos;2.s:om ssoasque,apesardeterem um 

controlegeral,intelectualmuito elevado,deserem sistem éticu emeticulosu ,usam da 

hostilidade . yoltada para o meio extem oenâb am n% parasimesmasnam rspectiu de 

P o ta y(como proceso deadaptalo,esistemadedefesaantea ansiedade).Selevar- 

mosaquiem consideraçâo o fato denotrabalho dtado deEichler,coniparadocom o 

resultado dinossa'exm rimentaçâo no quetangeàsvariiveisindicadorasdeansiedade 

situadonal,vemosquetanto napesquisàdeEichlercomo nanossanâb haviadiferença 

siN ificativa que chamaseatenlo quanto ao fndice de hostilidade apontado por 

Boyer(1964,1987):C + CF > FC.Iso podesigniûcarqueo grau derepércusTo da 

ansiedadesobreaestrutura dapersonalidadeem seu sistemaafetivo emodonalmerece 

es tudo diferenciado bem' m aisdelicado . Por':m lado,seo sujeitoeximinado Mperten- 

so ou nïo hipertenso nïo apresentadadosoutroscomprometedoresnoRorschach nem 

'qmbëm na conduta,acredito que apresença do fndice' dehostilidade assodado às 

variiveisindicadorajde ansiedadetraço eansiedadeestado,ëcompatfvelcom o quese 

interpreta 'como M ciativa,competiWo e'apesividade consideradasnormaispara 

venœr.Entretantoy'qlmndo o sujeito apresentaalém dessasvariveisedo fndicede 

hostilidade,atitudesou cadeia de atitudescomportamentaisinadequadasa sieao seu 

meio eelementoscomprometedoresno Rorschach,o grau decomprometimento do 

fndicedehostilidadecomo reaçâo adaptativaà ansiedadepodesercomprometedor.

219 

Refeëndas'. 

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Potkay,R.S.(1971).Ror

TESTES PSICOLOGICOS E ANTROPOLOGIA 

MONIQW AUGM S 

Fundaçâo Gete o Vargu 

' ' ' Discute-sedehnediato asitual o detestecomo sendo cultmolmentesignificativa.Nessa 

persm ctiva,nro h;'W lture #eetests'.M teoriasem queseapoiam as 

técnicasdepsicodiar östico sïoexpreuâb deuma visrodohomem esm cfûca,produto 

deumarealidadeestruturadano decorrerda llistôriadedeterminada sodedade.podeseatémesmo 

questionarauniversalidadedasfunçaspsicolögcastaiscomosTo trabalbndasna 

tradiçâo euro-americana.çTsicologia do comportazpento (behaviorismo), 

psicolo#adaformatGestaltlepsicanose(...),sob diversasformai,mnnanecẹm Iiëis 

àconcepçfo tradicionalde'xmanaturezah,xmana imutivel'(Vemant,1979,p.65). 

Do mesmo modo,pormaisquedivirjam entresiascorentesqueestudnm osprocesos 

cognitivose asaptidœ s,aGinteligdnda'ëvistacomo alg ' o m rene,lmiversale transmzlturalMasémrmitidomrguntl 

Giuaissâb asomraçsesfundnmentaisèiracterfsticasdaintelig:ndà 

hnmana?Serâb univérsais,absolutas,prdpriasda Vxmanidadeem 

geral,ou prodv dasporescolhassociaiseculturais?'(Izpand,1979,p.17). 

M preocupaçasdamodemapdcolo#a da cultuz'a(Augras,1985)tendem a 

considerar,portanto,quenâo serecomendaa aplicaçzo detestesforado universo de 

referêndas simbölicas que os gerou.Na hktöria da antropologia,observa/e llma 

evoluWo frente àutilizaWp dostestes;quebem reflete asoscilaçöesentre ope s 

relaqvistasetmiversalistas. . ' . ' 

Parapontuaressesdiversosaspectos.trésexemploqdeutilizaWo detestes 

psicolôgcosmla antropolo/aRrfo analis>doi. 

1.A prlmeira m lquip dçr>mpo utiliymndotestespsicolttcosfoirealizada 

mlaequipedirigidapelo médico inglêsW.H.R.Rivers,na œ ebreexm diWo nasilhas 

do a treito deTorres,em 1898.Seu conterrâneo SirFrancisGalton acabadelanp ras 

basesda psicolosadiferendal(Ihquyesinto ilz?wzl/ltwlzl@,Londres,1883),eRivers, 

no intuito demediarasdiferençasesm mdasenfredesimpenhosdosaborfgenesedos 

ingleses,recorreàajuda de C.S.MyerseW.Mcbougal,paraelaborarum conjunto de 

testesde ç'aptidôesmentais''.Obsezvam ee algumasdiferen- ,masnro tïo marcadas 

como sees/erau.A msquisa,conformeFlorenceGoodenough (1936,dtadapor 

Irwie,1971)poderiaserviratéhojedemodelo paraospesquisadores,pelo cuidado 

dentffico,m 1o rigorda anfliseeareclxu deerrosvulgares.A estréiadostestespsicolôgicosem 

campo antropolY co foibrilhante. 

221

222 

2.Naltistöria da antropolosabrasileira,Rorestan Fernm des(1958)assinala 

a aplicalo detestespsicolô#cosentreosfndiosKningang deIvaf,no infdo dosanos 

50,por lmaequipe de psicölogosrelmida pelo antropôlogo HerbertBaldus.Osresultadosdessa 

investigaçâofornm publicadosem sucessivosnfxmerosdaRevistado Mluelz 

Paulhta (vol.1,s/d,vol.VIIeV II,1953).O objetivo erainvestigar'tostraçosdepersonalidade'dosïndiostaingang,eostestesaplicadosforam 

o Psicodiagnöstico de 

Rorschach eo PM K deMira y Lopes.Foram exnminados24 homense8m lberes .Os 

testes foram levantados e lterpretadosporAniela Ginsberge Cfcero Cristiano de 

Souzaparao Rorschach,eCiniraMenezesparao PM K.Fernandesassinalaqueasprovasforam 

aplicad% 'tem condiçöesdesfayorfveisdeadministraWo,algumasatëcontraindicadasnasiespectiv% 

tëcnicM '(1958,p.65),econcluiç'f öbvioqueaano sedos 

trêsespecialistasp6eem eviddnciatraçosdem nonalidadedosKaingang queinteressam 

âinvestigaçâo etnolö#ca.Contudo,esaexmridndapioneira sùgereduascoisas. 

Primeiro,queo uso detestespsicoldgcossö drenlmenteproduEvo qlnndo elessfo 

empregadosparaobterconhecimentosquenTosTo acesfveisà etnologa atravdsde 

suastécnic% regularesdepesquisa,equesetorna recomendivelcontrolarecompletar 

osseusresultadospormeio dessasfltimas'(1958,p.66).Meiosdculo depoisda 

exm riênciapioneiradeRivyrs,essebalanço nfo danim ador. 

3.O tmimoexemplo dizrespeito aaplicalo doRorschach em pessoaspertencentesa 

comunidades de candomblë.Como exemplo deinvestigaçâb clissica,podeser 

citado otrabnlho deAupaseCorrda(1979)com utilizaçâo dessatëcnicaparaaferir 

apresença/ausdncia'detraçosdepersonalidade,esperadosa m eirdaidentidademftica 

depessoasiniciadas.Bem maisestimulante,contudo,daexm ridndarelatadaporRenë 

Ribeiro (1982),eocoridaem meio aoàanos50.Vinhae1eentrevistandopesoasligadasao 

xarlgô deRedfe,eaplicando o Rorschach paradeterminadam squksa,qllnndose 

espalhou,em meio ao m ssoal-de-santo,quee1eestariapraticando lmaformanovade 

adivinhaçïo,técrtica diferentedo jogo debuzios,masextremamenteesdente.Conta 

como foiprocurado porum avenerâvelmfe-deianto,queinsistiù tanto que Ribeiro 

acedeu ao seu desejo.Primeiro aplicou normalmenteo Rorschach,depoisapresentou 

novamente asrespostas,que e1a interpretou em relaçfo ao seu pröprio sistemasimbölico,fomecendo 

dadosextyemxmente interesju tessobre a suamaneirade elaborar 

conlguraçöessimbölicas.Nrsse cao,oRorschach perdeu suaftmçIo detestepsicolögco,foireinterpretado 

dentro deoutro sistema simbölico,e naverdadefoicompletnmentedesvirtuado 

desuaflmçâo.Essecaso,relatado porR.Ribeiro com todaagraçaquelheém 

culiar,ilustraclarnmente aquilo quepostula apsicologada cultura:nâb 

fazsenqdo aplicartestealpxm foradoseu xmiverso dereferdndassimbölicas .

':3 

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A INTERPRETACAO PSICANALIYICA D0S 

TESTES PSICOLOGICOS 

EVA NICK 

' 

Fundawo 

- 

Getv o Vargas 

, 

H setornou clfsica a conceituaWo dostestespyojetivoscomo sendoum instrumentalquelidacom 

a projewo,entendidaestacomo um mecnniqmo dedefesa 

descrito porFreud emlospicanalistas.Partireidestaconceitualo paraquestionara 

interpretaçâo psicanalfticadostestesprojetivos. 

O que ireiquestionar?Em primeiro lugar,m rgunto:seré o mece sm obisico 

postulado similaràprojeWonosentido psicanalftico?Perguntoainda:Seapsicano se 

reconheceoutrosmecnniqmosdedefesa,alëm da projelo,como,porexemplo,a identificaçâo 

projetiva,aidentificalo com o apeuor,aracionnlizaWo,et.c.,porque limitar 

aaçfodosmecanismosdedefesaàprojeç:o?Outraindagaç:o quepretendoexnminar 

ëaté que ponto podem osinterpretar,çom apoio em lxma teoria psicanalftica,testes 

queforam desenvolvidoscom baseem outro tipo deteoda.Finnlmente,cabeindagar 

quaisoslimitesdelxmninterpretaçfo psicanalftica em lxmasituaWp quetanto difere 

dellmasessâp terapdutica. . . 

Como se costumafazerIxmainterpretaçâp psicanalfticadeum testepsicolögico?Um 

dosexemplosdqquemedesejo valeréo apresentado porGrasanodePiccolo 

em suaobraGlndicadoresPsicopatolö#cosem TëczlicasProjetivas'.Com refer:ndaao 

testeDesiderativo,no qualam rgtmtaapresentadaao exnminando ëçO quevocdmais 

gostadadesersenTopude%eserumam ssoa?',aautoradiscuteumaresposta:Tartaruga,porquen:o 

podedacorrer.& ta respostaéinterpretada como expressfo dador 

m lalentilkaWo dasfunçöesegöicas,efeito do controlee darestrilo,em um caso 

depressivo.Observamos,arespeito,queainterpretaçâo % apoiaem umateoriapsicanalftica 

esm cffka,o quenoslevaaenfatizarasvâriasmaneirasdesefaa rumainterpretaçâo 

psicapalftica.Alëm disso,cabeobservarqueainterpretaWo pareceprescindir 

dasassodaWesedoscomentiriosdo exnminando,jâquedsobrearesm staApresentada,eem 

mnisnada,quese.ftmdamentaainterpretaçxo. 

Um dosdepoimentosquedesejo lembraré odeRorschach. 

Dizele,falandodeseupsicodiar östico: 

GNR R trata,pois,de encạrareste teste como método dem netraçâb no 

inconsdente;no mfnimo?ficamlzitoatrésdosoutrosmétodosdeano se psicolögica 

em profundidade...isto x compreendenamedida em queo testenïo suscitaxxma 

criaçfolivrecom ponto departida subconsciente,masexigeumaadaptaWo aestfmulosexterioresapresentados,lzmaintervenç:o 

datfunlodo real'-' 

225

226 

SabemosquiRorschach sö falaem percepçïoenTo seiefereao mecanismo 

projetivoao apresentaro seu x. expenmento . y.Isto meoferece1xm apoio para jevan tar 

lmnquestro,questâb quenâb énova,porquemuitosj; o flzeram antesdemim;ese 

nela insisto,éporquçaindahojesefalanastëcnicasprojetivascomo seo mecanismo 

bisico fosseo daprojelo. 

Ao tentar responder a estes questionamentos,nâb ireime aproflmdarno 

conceito deprojeçfonosentido psicanalftico,queadmitireisuficientementeconhecido.No 

entanto,sublinho quesetratadelxma aç:o defensivacontraalgo ameaçador. 

Ocoreré isto semprenas'respostu aosestfmulosdostestespsicolö#cos?Ou seré a 

respostaao estfmulo dotestelzmaatribùiçâo conscientede1xm sentido,nâb possuindo 

esteestfmulo,parao sujeito, 1m sentido fmico eprecisoqueposa representaruma 

smeaça m laemergdndadeconteûdosinconscientesae1eassodados?Como ftmdamentara 

idëiadequeno materialdo testehé1xm sentido especial,geradordetens:o,nele 

preexistçnte?Em palavrasmaissimples,porquesedesencadeariao mçcanismo'projetivo? 

' 

Julgo que estam rspectivase fundamenta navisâb domaterialcomo portador 

de categoriasGtmiversalmente'percebid% como ameap doras:o materialdambiguo, 

iepresentâvelde muitasmaneiras,a ausdnciade ordem éameaçadoraparatodos,as 

instruçsesdo teste sïo geradorasdeansiedade,porqueseo exsminando 4livrepara 

faaro'que quiser,ao mesmo tempo sesentejulgado,o materialasertrabalhado,apesazde 

ambfguo,implica um signicadooculto supostamentesintonizdvelportodose 

nmeapdorparatodos(mïe,autoridade,afeto,relalo sexual,reladonamento com o 

. 

. 

Mesmo aceitando esta perspectiva,ou seja,aqueencarao materia jtj os s 

como nnqiogdnico,éposfvelquestionarsearealo do sujeito necessarimnentedevese 

centralizar,com exclusividade,namodalidadedefensivada projeçïo.Nâo poder;ele, 

porexemplo,rea#rporum processo deseparaçâo daidëia edoafeto,por1m proceso 

deintelectunlizaçâo?Sabemosque,em psicano se,aprojeWo éum mecanismo 

que qaiacterizao paranöide.Sereinostodosparanöides?Am nisparanöides?Paranöideso 

tem po todo? 

' 

' 

Outra objelo quepoderemoslevantarcontraainterpretaWo psicanalftica 

dostestesproletivosêadequee1asefund'amenta,muitasvezzs,em 1lm p'rocesso que 

nosfaz esquecerasingularidadedosujeito.Em outras'palavras,estamosnosutilizando 

deum sistema deinterpretalo queempregamosrigidamente,deixando deladomuito 

da especificidadedaresposta.Para esclarecera minhadtivida,recorrereiaPortuondo 

eFriud.Poituondo,'em sua obra

227 

deasodalo livremodilkada',asaberfsolicitaraoexaminando querespondacom 

uma sö palavra,àspalavrasbH casqueo exnminadorlleapresentar; e queforam seledonadasentreasquee1emesmo 

(0padente)usou nasrespostasquedeu àspranchu 

do Rorschach.Com isto,nosmostra queéstasequtve nciasdevem serreœxaminadasà 

1. dasingulariedadedosujeito.Freud,porsuavez,reconheceaexist:ndadesfmbo- 

1osaparentemente çuniversais',ou pelo menos,muito difundidos'ecompartilhadospor 

muitossereshllmsnos.No entanto,afirma: 

GO jonhoseutilizadestasimbolizalo paraaapresentaWo disfarçadadeseus 

m nsamentoslatentes.Entreossfmbolosassim empregados,existem muitosqueregulm 

lente- ou qlmxeregulsrmente- sir ilkam amesmacoisa.E preclo,contudo, 

lembrar-sedasingularpl%ticidadedo materialpsfquico.Xsveas,énecesse o interpretar1lm 

sfmbolo no sonhonro simbolicamente,e sim no seu sentido pröpdo;... 

portanto,oselementoscontidosno conteûdo do sonho,aserem compreendidossim - 

bolicamente,nosobrigam atlma tëcnicacombinada,queseapoia,por1xm lado,nas 

assodaça sdo sonbndor,e,poroutro,incluioquefaltaapartirdacompreensfo dos 

sfmbolosporpartedo interpretador'. . ' 

&taobservaçfo deFreud - quechsmaaatenWo paraaimposibilidadede 

excluirasasodaçöesdo sujeito .- melem aexnminarasdiferen- existentesentrea 

situaçIo psicanalftica e asituaçïo detestagem .Anzieu.recordaqueexistem entre as 

duassemelhançase diferenças.Uma.dasdiferençasqueaponta dadaduraçfoyj;quese 

dispa de1xm numero limitado de'sessesparaaaplicaçâb detestesprojetivos.No enlanto,desejo 

resaltarqueexistem outrasdiferenças,àsquaisAnzieu nâb parecededicaraimportânda 

que eu lhe outorgo.Com efeito,a relaç:o trnnqferencial,apesarde 

poderseestabelecerentreevnminando eexnminador,n:o tem osmesm osmatizesda 

relaWo transferencial.queseestabeleceentreannliKgndo e analista.Umadasraziej, 

muito simples;queprovocam'estadiferendalo,équeademanda dosujeito em uma 

situaWo terapdutica nro ënecesariamentea mesmaqueo leva àsesfo detestes.por 

outro lado,igualaràsrespostasaosestfmulosdo testeàsassociaWeslivresdeuma 

sessTo,como o fazAnzeu,dalgp quesepoderia questionar. ' ' . 

MariaLtkiado Eirado Silvalembraqueprojetarédisfarçar,ocultarlxmarepresentalo 

à custadeoutra,e,notesteprojetivo,sem asasociaçsesdo sujeito,sem 

saberexatamentequeaspecto ameaçaborfoisintoizado porele,sö poderemosdesvendar,revelar,nösmesmos,buscando 

lm ocultoquecolocamosno materialkjulgando 

onipotentementequeosoutrosdeverfo reagiraele.Isto seaproxima,anosso ver,de 

llma atitude onipotente,auto-idenlizmdora do exnminador,de1lm exagdro do comportamento 

interm etadvo,deum fechnmentoao desconheddo eao espap do nosso nTo 

saber. . . '. 

J.u planche,ao comentaratëcnicainaugm adaporMelanie Klein.diz: 

t:O bombardeamento intermetativo é am nu o aspecio maischocante.O que 

êevidenteéa imposiWo de 1m sistemasimbôlico prë/stabelecido,quedesconsidera

228 

todo o passo apasso daano sefreudiana,destinada,antesdemaisnada,adaroportunidade 

eaudidnciaao proceso primirio.2 sumreendentequeumateoriaquesesitua 

tïo prözma dosprocessosmaisprofundosdo inconsciente sd tenhaconseguido se 

traduzirm lm método que chega â decodifkaçxo maisestereotipada dosditosedos 

gestossignificativosdo paciente,sem consideraro.movimin1o %sociativo,areferênda 

lustörica eindividual,ou osm 1indfciospelosquaisdescobrimosseainterpretalo 

est; ou n:o em 1xm bom rmminbo'' 

Fxstaspalavrasde u planche seadaptam m uito bem âquilo quesecosblma 

fnzerem nomedainterpretaçfo psicanalfticadostestesprojetivos.Resalto areferdnda 

à decodificaWo estereotipadaeo esqueeimento da referdnciahistöricaeindividual. 

Um exemplo destadesconsideraçâo bareferênciahistöricaeindividualéo 

ofereddo porSchneidman.Foiapresentado,a tlmaWntenadeespecialistasno TAT, 

nm protocolo para interpretaWo àscegas,com o objetivo dedemonstrardiversas 

tëcnicasdeanfisedo TAT.Naprimeirapranchaé estöriacontadafoiadeum menino 

doente,acamado,querecebeu uma partituramusicalparaestudar,maspreferiu 1er 

um livro de aventuras.Nestaestöria,o exnm inando diz:tçseusolhosestfollm tanto 

opacos - coindddncia 1er1xm livro sem quaisquerolhosou sabero queesté no livro 

sem 1:-10:'.Alguns espedalistas se referim m à frase acima,considerando-a como 

expresiu de:a)perda'IM contato com arealidade,b)referdnciaacastigo porculpa 

masturbatöria?c)anglistiadec%traWo,d)senimento deinferioddade,e)mnnmento 

ilô#co.No entanto,ahistöriado exnminando nosdizqueaos7anosdeidade,1:m 

mëdico diar osticou nele lmadoençadosolhos,muito rara,eprognosticou quee1e 

tlcariacego aos17 anos. 

Na realidadeacredito quemuitodo quepassaporinterpretal opsicanalftica 

dostestesprojetivossealicerça em umnvisro psicanalfticaqueconsidero ultrapassada. 

a tou me referindo ao que Armony denomina de Gcomportamento interpretativo' 

. ' 

usado exclusivamente.Amqim como em psicanzise,pormuitotempo,ofoco dasessfo 

era . ainterpretalo,a interpretaçfo psicanalfticadostestesprojetivos,edostestes 

micolö#cosem geral,sefundamentano usoexclusivo dainterpretaWo.Paramim,e 

nisto meam io em muitosautores,entreosquaisBnlinteWinnicott;ao comportamento 

interpretativo faz-se mistërassociar,em proporW esditadu m lasingularidadedo 

terapduta,do padente e dasessfo,nm comportamento co-vivencial,no qualo foco 

passaa sera relaWo tera# uta-cliente,umarelaloqueseviveedaqualsefala.Se;por 

conseguinte,estamosnossituando em llmam rspectivanaqualainterpretaçâb deixa 

de sero focoexclusivo deum tratamento psicanalftico ,com o nfo poderfnmoscombatero 

exagdro dainterpretaçâo psicanalftica dostestespsicolögcos? 

' 

Um exagdrodoqualdesejo falaréo quenoslevaainterpretarpsicanaliticamentetestesquefornm 

elaboradosapartirdeumateoriada m rsonalidademuito distinta.Umn 

coisa é interpretarkleinianamenteo TestedePhilipson.construfdo com

229 

bn- nateoriadasrelaWesobletais,eoutra éaplicarestetipo deinterpretalo ao 

Psicodiar östico deRorschach.Cautela... . 

Cautelaé necessïria,po1 osbloqueiose asresistdnciasmuitasvezesfnzom 

com queo materialofereddosejasuperfidal,empobreddo,enestecaso nio h; muito 

o que interpretar. 

Cautelano quese refere,tnmbdm ,àformal odopsicölogo queir;utilizar 

estetipo deinterpretaçlo.parece-mealtnmenteperigoso interpretarpsicanaliticsmente 

sem que setenhaumasölidabasedeformaçfo psicanalftica eumasölidaexpeddncia 

com aterapiapsicanalftica.Sem isto,nro teremosinterpretaW es,esim çïnterpretose'. 

Abuchaem ,autorqueadvogao uso detrdsnfveisdeinterpretaçâocom referdndaaostestesprojetivos,julga,contudo,queainterpretaWodosnfveislatentee 

knnmferenciz-contratru sferendz deveserreservadaa um psicanalhta.Afirm a: 

çO estudo do nfvellatenteimplica,como se podeinferir,o conhedmentodo 

vastor-qmpo dosachadosda investigaWo psicanalftica...eportanto parasuacoreta 

aplicaçâb éindispensfvel'lmaformalo psicanalfticaprdvia'. 

Restmindo:.D mbro que,viaderegra,ainterpretaçâo psicanalfticadostestes 

sefundamentaem umavisâb dapsicanâlisequeprivilegao momento dainterpretaWo; 

lembro,ainda,queesta interpretaWo,frequentemente,olvidaasdiferenpsentreuma 

situaçâo detestagem e lmasituaçâo deterapia:lembro queainterpretaWo dasrespostasdo 

sujeito,prescindindo-sedeseuscomentâriosedesuasasociaçöes,coloca o 

exnminadorem umaposilo queo equipara a 1m sujeito suposto saber,pore1e 

assxlmida:lembro quedquestionivelapremissa dequearespostaao materialésempre 

eexclmivnmenteelaboradaa partirdeum mecanismo projetivo. 

Apadeço aatenlo eaguardo oscomentârios,indagamesequestionamentos 

dequem estaa meouvir.œ sejo declarar,noentanto,que,seaminhaposiçâb sugerir 

quequestiono,nalntegra,apossibilidadedainterpretaçfo psicanalftica dostestes,devo 

acrescentar:questiono osseusexag:ros,chamo aatençâo paraassuaslimital es, 

egostariadeouviraquem autilizeadequada eproduttvnmente.

SIMPUSIO 7 

O TRARALHO D0 PROFESSORTNOVAS BASFS PAM 

INTERCAm IO RSD ADE E ESO I.AS DE 10 E 20 GkAUS 

- N ovas basesparaintercâmbioUniversidadeeEscolasde10 . e2Ọ paus. 

Alda JunqueiraMarin 

- Necessidade de um compromisso polftico,porpartedaUniversidade, 

com o 1îe2 0.vaus. 

Marisa Ram osBarbieri. 

- A realizaçâb deestudosvoltadosparao cotidiano daescola,viatrabm o 

doprofessor. 

Mariaœ lenaGalvro Frem 1)1% daSilva 

M relaçöesentreaUniversidadeeasa colasde10 .e20 graus. 

JosdRodinilau'z

NovAs BAsEs PARA INTERCAMBIO UNIVERSIDADE E 

' 

EscobAsDEi'/ E29GnAus 

ALDA JUNQW IM MARIN 

UniversidadeEstadualPaulista 

' 

O temaproposto para esteSimpösio m rmite retomaresistematizaralptm as 

idéiasquetêm norteado discussöes'e tarefasdesempenhad% em diversosm omentos 

' 

envolvendo almiversidadeeaescolade19 e29 gratks. . 

M sim,tomeicomo fio condutordo pensamento aànâlise sobre asduas 

instM cias- universidadeeescolade 19 e29 graus- paraexaminaralgumasrelaçies 

entreelaseverificarapossibilidadede: 

1.lntercânlbio; 

2.Nov% b%esparatalrelaçfo apartirderetrospectivadasituaçâo no Estado 

deSâb Paulo,deondetenho maioresinformaWes. 

A relaçâo entreasduasinstândasfoimarcada,ao longodo tempo,porcaracterfsticasquerevelam 

asbases.A emlmeraçâodealpxmnsdelasser;feitacom o consequentecontraponto 

denovasbasesconsideradasfundamentaisparaareversâo do afual 

quadro considerado insatisf#törio. 

Um dosaspectossignificativosdesarelaWo estânaglnesedacriaçfo dos 

cursostmiversitfriospara a formaWo deprofesorfssecundo osnadëcada de30.' 

Fëtizon(1984)recupera a trajetöria daUV naformaWo doseducadores,ea 

paztirdafpodemosentenderascaracterfsticasparatodo osistemalmiversito opaulista,dealgumasformasenraizado 

naUSP.A anâlisefeitapelaautoram pnite verifkar 

no infcio desescursosadualidadedemrspedivade formawo pelapresençade dois 

modelosconcomitanteseJustapostos.Um delesresaafonnaçâo no aspecto doscontefldos:FaçtldadedeFilosofia,Cidnci% 

e D trascom altoseshlrlosepe-çtpl:l,de 

A l/erdesinteressado realizadosporprofessoresqueensinavam aosaltmosdisciplinas 

deœifernë'o utilitdrio.Parasuainstalaç:oeconsolidalo forsm convidadosprotessoresestrangeirosde 

alto nfvel.O outro modelo resa a formaçïo pedagö/ca(nâb previstanafaseinicialdacriaçâb 

da FaculdadedeFilosofia).togo nosprimeirosanosde 

fun cl onnmento h ouveo reco nhecimento da necesidadeda Secçâo dePedagogacriada 

eimplantada com aincorporaçâo do Instituto deEducaw o,composto porCurso de 

Am rfeiçonmento minkstrado na Escola NormalCaetano deCnmpos.Tratoule,neste 

caso,de Gum nfvelsum riordesegundacategoda'' com a passagem dosprofessorese 

do acervo paraaFaculdade,denotando llm desnfvelentreasduasinsunciu deforma- 

Wo,com apartem dagö#caministradaporprofissionaisquevinhnm do ensino secundO 

oou normal. 

. w . 

'33

234 

DetaisnoçöesaprèàentadaspilaAptora podemosestenderareflexâo everiflcazquedecorrem 

duasconsequdnciasquesetomamm caracterfsticasparaarelalo 

entrea Universidadeeosdemaisgrals escolares:o'contelido aprendido naUniversidadenadatinha 

avercom a'funlo docenfeaserdesempenhadafutursmente(eradesinaldade'deforinaçzopam 

certo tipo depesquisa 

teressado o saberaprendido)eadesigu 

m dagögca (porpartedosdocentes)q'mndo comparada àformawo paraapesqlin 

nasdemaisâreasquecompmbsm aUniversidade. 

Com o passardo tempo apesquisa- a reflexro ou estudo voltado parafoco 

rlo necessariamente aquele a sere'nsinado - começou asedesenvolvertambëm na 

1ea pedagô/ca,condidonadaporcaracterfsticas como asapontadmnporAznnha 

(1987a)emarcadnmentedefinidapelo espfrito quepresidiu ainvestigaçâo nasFaculdadesde 

Filosofiabrasileiras:o sabergeraledesinteressado ou,quando tratadaescola, 

trata-aapenascomo foco deano secrftica,alxmentando o descrëdito ea desconfianp 

em relaçâoae1acomo bem apontou Nassarem 1968. 

Com taisbuesalgunspontosvâoficando sedimentados'nessarelaçâo: 

1.Diferendaçâo deprestf#o entrelicendaturaebacharelado; 

2.Divisro do trabnlho intelectualrelativo ao ensinoepesquisapoksosque 

estâb na Universidade detëm o sabereosdemaisgrausdeensino,em efeito cascata, 

usufruem talsaber; 

3.Ressentimentosde ambasaspartespoisosprofissionaisda Universidade 

sâb acusadosdeincompetentespàratratarcom asinstituiçöeseducativas,nadatendo a 

acrescentaraosprofessorespoisseusconhecimentosesuaspesquisassâb desvinculados 

do real,esportanto,nTo sâb lteis ao cotidiano,alëm de reconhecerem que a rede serve 

apenascomo meio parasatisfazerinteresespesoais(dem squisaparapausacad:micos, 

ocuparcargosem örgâoscentraisdaSecretariada Educalo,porexemplo).I)eoutro 

lado a Universidade nro se detdm no exame dosproblemaseducacionaispoissâb 

questöesdepoucaimportância,considerqm osprofessoresetécnicosde tducaçâo como 

incompetentese incapazespara acrescentaralgo àsabedoria universitâriaassim 

como incapazesde aceitaracolaboraWo que,quando oferedda sereveste deextremo 

autoritarismo,caracterizando-se . porlma relaçâb deimposilo desoluça s. 

O ano de1968 constituium marco navidauniverétiria brasileirapoisaIfi 

5.540/68 altera ospadröesdeorganizaçâb daUniversidade,esfacelando asinstituiçöes- 

jâdistanciadas- em aglomeradosde novosinstitutosefaculdadesao mesmo 

tempoqueaspulveriza intem amente,criando inflmerosdepartnmentosapartirdenovo 

modelo,o qualalteratnmbëm asfmalidadesdaUniversidadeesuasinterrelaW es, 

isto ë,indissociabilidadeentreensino epesquisaacrescidosde1&m terceiro pd:aextensïo 

deserviços(nâb oscursosdeextensfo jâprevistosanteriormente)naformade 

outrasmodalidadesdeatendimento,masquenaphticas:o desenvolvidosdeacordo 

com concepWoasbtepcialistacomo,porexemplo,dandopalestraseconferdncias,em 

geralimpondo modelosereflexöesgeradosem outroscontextos,massempres; com

235 

aconœpWo dequeosProflssionaisdaeducaWodePrimKrio eseclmdxrio devem reber.A 

conseqidndaéum afastamento aindamaiorem relaWo âescolade10.e2î 

V ZVS. ' ' ' 

Pasando rapidamentepelo tem po verificamosqueasdëcadasde60 e70apresentam 

algunsfatosnovosquedevagarcomeçam aalteraressepanorama.Ampliam -se 

asoportunidadeseducacionaisna escola blicaesum riorparticular,surgem asprimeiras'pevesdeprofssionaisdaeducaçïo 

queassumem aprofissro enquanto talecomeçam 

adiscusssesabertasecrescentessobrea qualidadedoensino.E desdeentâo - h; 

20 anos- estnmosdebatendo taltemfticaenosperguntando como reverterasituaWo. 

Neseceno o aparecem osconvdniosentreaSecretariadaEducaWo eUniversidadesmediadospelaCoordenadoriadeEstudoseNormasPedagö#cas(CEV 

). 

A lôgcaquepresideosconvlrkiosépautadanosseguintesfatos: 

- O profissionaldeeducaWo da redeest;malformado; 

- O profissionaldeeducaWo sedesatualiza porque oscursosdepaduaçïo 

ministradospelagrandemaioriadasinstituil esdoensino sum dorcarecem derigor 

intelectual. 

- A SecretariadaEducaWo nTod; contadereciclarseu pesoali. . 

- 

Outrasmedidaslemostraram impotentes(SERY ,DAP,etc) para renlhar 

atarefa decuidar J aqualidadedo ensino. 

' ' 

No entanto arelalo queseestabeleceainda nestecaso entreaUniversidadee 

a SE/CEX paraatenderosprofissionaisdaeducaçâo biqicaémëdia dnmarelalo 

em que- salvassempreasexœssses- osprofessoresestfocomo recepyoyesdecursos 

deinteresantes,com conteudosalheiosao seu cotidiano edadosdeformastradicionaiscom 

pouO aproveitamento porpartedequem %sisteedenuem ministra,poisa 

Universidadenâb colheinformaçœ sepouco leu devoltapararepensaroscursosde 

fornulodeprofessores- futuroscandidatosataisconvdnios. . 

Avaliaça scomo essaforam feitase,em parte,provocaram mudançaspois 

m rcebeu-se - UniversidadeeCenp - queosproûssionaisprecisavam também semarlifestazqluntoàssuasnecessidades,fato 

quevem ocorrendo. . 

. 

. 

A pneirdetaisdadosnota-sequeadëca'dade80 eo limiarde90 aindaen- ' 

frentam problemasneoarelalo pois: 

- 

A m squisaeducacionalrenlzada na Universidade- emborajoem ainda 

poissïo sö 50 anos- nâb sealterou signiûcativamentecomo bem apontou Giovanni 

(1988)mlm balanço deestudosfeitosedivulgadosnasdëcada de1960 e1970; 

- A exteneo deserviçosimplant>danosmoldesem queocorreu eo ensino 

quevem iendo ministrado noscursosdefonnalo deprofesoresnaUniversidadçdesde 

osseusprimördioscontim um dem onstrandocaracterfsticasqueprecham seralteradu . 

Com tudo issodpossfvelpensarem interem-mbio - poisem educalo dfundamintaltermoscrenças- 

desde queescolasde1O.,2 0.e3O.grausdecidam o que querem 

lxmnsdasoutrasecomo nlmejam quearelaçâo se efetive. '

236 

Alpvm as idéiastalvtz possam auxiliaza refltxlo para implantaresse interdâmbio 

einstaurarrelaçfp em novasbres: 

- Criaraspossibilidadesdemn contato permanente entreosprofissionaisdos 

trdsgrausde ensinode formna quetodosposssm usufruirosbeneffciosdo intercn-mbio.Cursos,palestraseconferinciastlm 

seu papçla desemm nhar,m% , nTo s:o suficientes.O 

contatoeaconsultacopstantesàsinstândaspermiteoasorardacriatividade,condiçïo 

parao sur#mento desoluça saltemativasvariada; 

' 

- Mteraro padro do trabnlbo pedagögco realizado nostrêstiposdeescolas, 

fundamentando-senaidéiadequeaeducaçïo(lnmbëm j 

dosprofisionais,inclnindoa 

nossarevisâb eposimes)ëum processo permanenteedecresmmento,com . av ujaças 

constantespossfveisàmedidaquesqtomadistânciaparao processoderesexâb realizandotarefamùitofilada,maspoucorenlizada; 

, 

. 

- 

CriarIxmnescola diferente da queafestâ - 1î,28 e39 paus,poisestamos 

todosdescontentesnelasesabemosqueëpossfvelalgo melhor; 

- Alterara atitudequepresideasnossu açöesmmo allmaatitudecientffica 

tuedevenbrteara investigaçfodo noso cotidianoescolarparaexplicitarproblemase 

dificuldadesexistentesdetalforma quej; prenundem asmpdançase gerem assoluçöes 

prioritirias,numa perspectiva de çpositividade'n:o no sentido do bom ,m as 

ressaltando aimporundado existentecomopropöem Rockwele Fasm leta (1985); 

- Mudar asescolascom osprofissionaisba educqlo como ospröprios 

sujeitosdeseprocesso,gestando osprojetosque considerem pertinentes,como 

Aznnhaverilpropondo desdemuitösanos(1969,1987b)no rlxmo daautonorniada 

escola atravësdosprofessores; 

Trabnlharcoletivamenten:ocomo formadepadronizarou cercearasliberdadesmascomo 

meio de obtergradativa abrangéncia nafocalizaçâb dassituaçöese 

implantaçfo dos princfpiosdem ocriticose da colaboraçâo interdisciplinarcom o 

concurso devériosprofissionaisquesedediquem atrabm arcom aescola; 

- Solidtar o auxlio deinstdnchsolz/?.c.ç,dtTerentesdaquelasem queestamos,é 

importante,polà,no processo competitivoem queestamos,(0 quallevou à 

paralisiaquetomou contadetodosnös'quando isolados)serd #ITI?flJgeraçë'o esponf#aec 

do processo de reversfo do atualquadro. 

Seessespontospuderem serassumidospornös,teremosimplantadaapossibiliadedeintercn-mbioentreUniversidadeeescolade1îe2? 

Faus,fortalecendoa 

reconstruçâb criadoradaescolaptiblicanesteEstado,nlxm esforç'o paraalteraro quadro 

. dedesarticulaçro implantado. 

Refeëndas: 

Azanha,J.M.P.O papeldopro/erorprimdrio noesforçoderdaosœfla-odo ensîno pœlf,tl,S:oPaulo.Secretaria 

daEducaçfo,Coordenadoriado Ensino Bssico'e Normal , Departmnento deEnsino 

Bésico,1969. 

'

237 

M anha,J.MA 'tDocumento'meliminarparareorientaWo dasatividadesdaSecretaziadaEducaçfo 

do Estado deSsb Paulo' # in Educaçâ-o:Jlpla: escdta .Sfo Paulo,Ed.Nacional,1987b , p. 

118-131. 

Azanha,J.M .P.'tA pea uisaeducacionalna Faculdade de Educaçâb da Universidade de S:o Paulo' , 

in Educaç'o:Algunsescrf/oz,Sfo 'aulo,Ed.Nacional,1987a,p.58-62. 

Fétizon,B.A.M.Educarprofessorez?Um questioumento dosclvâ'o.çdeZfreateYm daNafserfdadedeJ'J'o 

Paulo.S:oPaulo,FaculdadedeEducaWo daUSP.DissertaçfodeMestrado.Sërie 

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Giovanni , L.M.A prâtica pe#elgfcl dasJirle:înîciaisdo 1.grau:orWem O e d es lfaa j) â.o de pesquisas 

feitasnlUnîwrsidqde.S:oPaulo,Pontiffch UnixrsidadeCatölicadeS:o Paulo.Dissertaçâb 

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Rockwel,E.e Ezpeleu.J.*%La escuela:relato de um proœsso de conskucdön inconcluso' irl 

. > 

Madeirw F.R.e Melo,G.N.(coord.)EducaçEo aa AméricaLatîna:osvodeltu teôrkose J 

realvade m cfll.Sfo Patlo,Cortez e AutoresAssociados,1985,p.151-172.

NECESSIDADE DE UM COM PROM IV O POL@ ICO POR PARTE 

DA UNIVERSIDADE,C0M O 19E29GRXUS 

M ARISA RV OS BARRIERI 

Unive- dadedeSfopaulo 

QImIa necesidadedecolocararelee da do tema?A Universidade jâlicenda 

osprofesoresde1t?e29 grausemnaparcela lecionarânaredeoûcial.IU um compromisso 

polftico - explfcito ou implfdto - na medida em quena Escolaseconcretiu m 

aW esgovernamenlniq.O quen:o hé énm projeto educadonaldo Estado claramente 

deflnido.Concretamente,o que aparecem deforma clara sroaçöesw ve- raea/lfz 

que,analisadas,expressam apolftica educacionalvigente.Polftica educadonalseria o 

conjunto dasestratëgiasadotadasm 1o Dtadovisando atenderâsnee sidadeseducadonaisda 

populaçio.Entretanto,o fatp dvexistirnmapolftica educadonalnlo garemteaexistênciadet1m 

projeto. 

' 

Nameàidaem queaUniversidadeass'isteldeterioraWo do ensino de1? e 

20 . grause contempla dadosdosseusvestibulares,e1a compactuap m llmapolftica 

eduocional.E o projeto educacionaldaUniversidade- e1ae'nqmnto Escolaeformadora 

deprofessores - existe,éclaro?Dafarelevl dado tem a. 

A escola pliblica cresceu muito nestasduaslm imasdëcadas,princim lmente o 

seumrfodonotumode2 t? Fau. Porou trolado , aUniversidadePtiblicanToJresceu, 

cresceram asescolassum rioresplrticulares,asqllm'mreœbem uma nuioriadealunos 

quefrequentacurso notumoregular(atésupletivo)de2O.pau em escola pûblica.T:m 

sobrado vagasem cursosdelicenciatura deUniversidadespublicas,enquanto aspxrticularesnotumu 

estro lotadas.&teéum compromiso/descompromimqo polftico que 

o Nistema''educadonalproduznaFascola. 

OsliœndandosnasUniversidadespliblicas,ospoucosquet:m sediri#do ao 

1î e 23 graus,tdm sido osn1a1srequisitadosmlasescolasparticulares , osquaisseorgartiymm 

em buscadeumaqualidadedeen:no quea escoh piblicanTo tem conseguido 

desenvolver;aaquelasescolast:m acesso alunoscom aspriorito ascondiçe sdearcar 

com suasaltastaxasescolares.A orgnnizawo dasescolasparticularestem visado a 

aprovaçlo deseusalunosem vestibularesdasUniversidadespliblica,alunosqueraraformxlo 

deprofessores(Lcendaturas). 

mentetlm procm ado ingessarem cursosde 

Xsescolaspûblicasde1t?elî graus,ondeossm riosbaixosdosprofeooreș 

asesco1% malconservabas',alunosamontoadosnasclasses,afaltaderecursos , 

deapoio 

dido co,abaixfssimarelaloexistenteentreadministradoresquedefato azlviliem 

professoresxql 'unos,dirigem-selicenciadosem escolas sum rioresnotum as.Fwssasrmmcterfsticasda 

atlmlescolapûblica,assuasPOICZSConliWesParaûrgani= prûgram% 

239

240. 

. . 

educacionais,t-sm afastado o epesso daUniversidadepûblica,que,noentanto,revela 

seu intereseem mrmanecer,considerando achlcedeumacekaautonomiaetalvez, 

d econtinuarestudando.* 

' 

Entre outras,estassro eviddnciasde 

' 

que hé açöespolfticu naEducaWo 

..' 

administradam lo Fastado com asquaisaUniversidadeestâcomprometida,masatua- 

m rce b endo ou nTo - de forma a se omitir,asedescomprometer.Asseglxrnresse 

compromisso significaria investigar,no processo,com o se organiza o interem-mbio entre 

Universidade eescolasde 10 ./2 0.graus,ou seja,como seestabeleceocompromiso. 

atudoscom o propösito derevelaratrajetöria daescolapéblica,desvendando asua 

histöria,levariaa1xm projeto polftico paraaEducalo. . 

Existindo 'tm compromisso potftico claro oaluno,futuro profeuor,tedaum 

referendalpara se locnlizarna escalada daescolarizaçfo,aqualsesubmetedurante 

15 anosdasuavida.a te referendal,paratercredibilidade,tem quederivardeinvestigaçöesqueexijam 

reflexœssobreo verdadeirosignificado daedtlcawo em pafses 

como o Brasil.Ter daro histöricae concretamente asaçöespolfticas,mesmo que 

eventuaise dem ndentesde polfticos,como é no nosso pafs,éessencialparaquese 

defmao projeto educacionaiqueo a tado deveadministrar.O projeto nunca ëneutro 

mssim como abasecientfficaqueo fundamenta.A relal oestreitaentrepolfticadentflca 

eeducacionaln:o tem sido Ixm apritica usualno Br%il,onde tambëm sepercebe 

1&m distanciamento grande entrepesquisaeensino.Nâoh;preocupaçâo em elabdrar 

projetos d eens ino , em analisarplanosexecutados.Xsdiscussöesteöricasjobreensino, 

quando ocorrem ,nâp sâb bem fundamentadaseraraménteserelacionap com apritica 

docente.Os Gencontros de educal og'nâo chegam a traduzr asnecessidades das 

escolas,nro hâregistro do trabalho do professor,trabalhoestequeraramenteéfeito 

em grupo.Nâo hâ Memöriada Escola. 

M esmo nasUniversidadespûblicas,oensino nâb tem aconotaçâo depesquisa; 

embora o profesàorpesquisemuito paràministrarsuasaulase organizarseusprogramas,e1emesmo 

nâb aprendeu enem ëestimulado avalorizaresse trabalho dem squisaro 

queensina.A tôrlica daUniversidadeéoutra:fazerCidndavalorizando modelos 

importados,polfticaqueafortalece,mesmo quecontrâriaao desejo demuitosqueëo 

devoltirseusestudos'paraarealidadebrasileira.O professornâo sistematizaem grupo 

seu trabalhodocenteepajrarasocasiGesem queo faz,nro élevado a divulgâ-lo.Este 

regstro esuaan ili sese lom'cnminhospara .1m projetoèe'Lcenciatura,diminuindoo 

' 

distanciamento entreproduwo/transm iKsro doconhenimento , ak segurand'o acfedibili- 

dadenaescola péblica,a quedevepermanecer. ' ' ' ' ' 

EmboraseadmitaqueaindapershtalxmsfracarelaWo entrepolfticaeducadonale 

dentffica,m rcebe-se que o intelcâmbio entreUniversidadee asescolasde 

* Barbieri,M.R.eCarvalho,C.P.erojetoCAPES/PADW ,1984-1988).

241 

1îll(?grausvisando amelhoriadaatualodo professornasua priticadoœntetem se 

estabelecido namedidadaorganizalodegruposdeestudo.Cresceo interesepela 

ireaeducacionaleoscursosdepôs+ aduaçâo nTo t:m suprido ademanda;seriam ais 

adequado investirem program asdeespecializaça s,aperfeiçoamentosessenciaisparaa 

formaçâo continuadado professorde 10 ./2î grausquetrabalhaatlmlmenteem escol% 

ptiblicas. . 

0 projeto dem squisaquevem sendo desenvolvido notaboratörio deEnsino 

deCidndas(1.Fr)daFFC IRP tem revelado anecesidadeetambzm adisponibilidade 

degruposdedocentes,esm dalistas,professores(1ç?e2 0.graus),licenciandos,parao 

desenvolvimentodemicroprojetos,monografias,osquaisfundamentariam programas 

deformaçâb de professoresorganizadospelahwestigaWometodolögicado ensino de 

âreasespecffidasdoconhecimento.Jâ existem em Ribeirâb Preto atividadespropamadasem 

defesadoensinopflblico;asquaisincluem desdeolevantamentodedados 

sobrearealidaderegionaldasnossasescolas,em esm dalsobre osprofessoresquenela 

ablnm.Trata,ede lmapropostadepfojeto educadonal,coletivo,cujo compromiso 

polftico é com o ensino pflblico,fom ecendo subsfdiosao Estado e fiscalizando as 

açöesgovem amentaks.

A REALIZACAO DE ESTUDOS VOLTADOS PARA O 

COTIDIA NO DA ESCOLA,V IA TRABA LHO DO PRO FESSO R 

MARIA IIEV NA GALVXO FRY DIAS DA SILVA 

UniversidadeW tadualpaulista 

'Wa Jf- lcon>ntu- ecoalznfœ e soc/l, 

a vel.ts/deéque o nouo .e t'rsobreo 

ev fao de10 grlx a o lzlfmw a o afvel 

1 

memmente opfal:ffeo ou tf/:id& s ,# . 

(Aze a,1987,p.64) 

FrequentementeaUniw rsidadeéquestionadaaœrcadadistM ciaentrearealidadee 

osqm drosinterpretativosquee1apropœ sobreo fenômeno educativo,quer 

paraseusalunos,querparaprofessoresem servim .tçO piofessor,em suatarefa diéria 

R defronta com alunosdesobedentes,desinteressadoseinsolenyesnïo consege do 

reladonarsga pdticacom osabstratosalunosem geralsequiososdeaprender,retratadosnosmodelosieöricos...Aldm 

diso,ascondiça sdetrabm o montadasparaa 

msquisadiferem nitidnmmntq dasitualopreco a encontradaem nosasescolas...' 

lparra,1985,p.95). 

Revendom squisassobreevasïo erepetdndano ensino de1î Grau no Brasil, 

nosëtimos10 anos,BrandTo ecol.(1982)apontam constataNesintrigantes, 

comoporexemplo: 

- Rotatividadedosprofessoresebsbaixossalériosdm anteo ano letivo apresentam 

correlaWosignilicativacom o baixo rendimento dosaluaos; 

- Asprofessorasqueingressam no sistemafkam semprecom asturmasconsideradasmaisdiffcel,osalunosdasrmmadaspopularessro 

absorvidosporescolasde 

condie snuifpre-rias,onde osprofe=oressTo maisinsatlfeitoscom ascondie s 

detrabalho.'M sim ,aquelesquedependem exclusivamentedaescola para teracesso ao 

sabersâo exatnmenteosque têm aspiorescondiçœ sdeengino; 

- O profesordism ndemaistempo desuashorasextrasem tarefasdecontrole 

burocrético do quenaspedagö#ca,tendo sua autonomiaeresponsabilidadediminufdas,implicando 

na rotinizalo efram entalo desuaspriticasm dagö#cu; 

- ()sprofessoresWm sendèpreparadospam aceitarcom o ç'natllml':a baixa 

produtividadedoensino,erecorrem àestratë#a deculparaçtvftima'(a1m(9:atribuindo 

sem frarmmtosàfaltadeesforço,inteligfncia ou formalo moral. 

œ a ,D i orar ascondilesreaisdaescola pûblicahojecondmlnriaaimplicar 

naimposilodemodelosemdtodosalienadosaosprofessoresou no desconhecimento 

M 3

244 

do dia-a-dia dasalàde'alilb,ou na a-ceitaçâodasqueix% dosprofesorescom relaçfoà 

Universidade,'imbricadasna defasagem dapesquisa com a prftica pedagö/ca nas 

escolas. 

M sim,ainvestigalo sobre o cotidiano daescolaécondiWo bssicapara 

compreensâb crftica do fenômeno educativo,especialmente se entendido em sua 

multideterminalo e interdisciplinariedade (Marin,1984).Taisestudosevitariam a 

fram entaWo presentenosestudostradcionnlmenterealizados,sejanaUniversidade, 

sejanospröpriosörgZosdaSecretariadaEducalo. 

X onhecera escola maisde perto é tentarentendersua histöria,captnndo sua 

dinn-mica social apreendendo osseus'avançose seusrecuos,compreendendo como se 

configurao ççclima''deinstituiçâo,arelaçfo pedagögica'dasaladeaulaesuasinteraçöescom 

ahistöriadevida decadasujeitoqueconströio dia-adiadapréticaescolar' 

(André,1987,p.85). 

A utilizaçâo de anzises,reflexöes e pesquisasacerca do cotidiano escolar 

m rmite,açimadetudo,a negaçâb do taclzism o'',préticat:ocomum naJreadaEducwâo.'Termitem 

'Imacompreensro cientficaecrfticaacerca da prfticapedagösca 

nasescolashoje,quese,porum lado,revela a rotina,repetiçâo,ltagmentaçâo,aceita- 

Wo econservadorismonasrelaçöes,querm dagö#casquersociais,poroutro lado,poerevelarpist%,brech%,questionnmentos,soluçöesetçconscidncias'disposibilidades 

(ou concieizaçœ spossfveis)datransformaçâo destecaosaparentequeëo cotidiano 

escolar'.(AndréeDiasdaSilva,1988). 

Osestudosvoltadosparao cotidiano daescolapermitem revelaraspectosnâb 

encontradosnaliteratura,ou porelapouco presti#ados,porëm presentesrio dia-a-dia 

dasaléde aula.Porexemplo,algumaspesqtlisasquestionam seachamadatem funlo 

mernmenteburocrftica,sedvalorativa(Marin,1986)ou sefaz partedecisivano processodeinteraçâb 

com >criaizça(Souza,1987). 

' 

A multidimensionalidadeda escolaedeseusmembros,sejnm diretores',pais, 

alunosou profeuoresédedsivanacompreens:o dosfundamentosdofazerpedagögco.André 

(1987)aponta o climainstitucional,asituxâb pedagö/cana sala-de-aula 

ea histôriamanifestadecadasujeito como componentesinseparâveisna compreensâb 

. 

do cotidiano daesco j a . 

. . . 

A inclusâb dotrabnlho do professorcomo foco deinvestigalo nestesestudos 

dpremissa decisivaparaorendimensionnmento dapesquisana érea,eo reconhecimento 

daimportândadesteatornaconcretizaçâb deqlalquerprojeto pedigögico.Como 

apontaNidelcof (1979):*&h escolaqueopovo recebedmuito maisaescolaqueos 

professoresorgnnizam com suamaneiradeser,falaretrabslhar,do queaescolacriada 

pelosorgnnismosministeriaisepelostextosesiolares'.(p.19). . 

Trata-sedequestionarquaisasformasdequeo professorse'utiliza parainediarasexpfessdesdosalunosesuavidaescolardie 

a,qlmisaàcondiçöesmateriaise 

. ' . 

' - 

. 

.-' 

sociaisquefundonam dentro eforadaescola,com oorganizarseu sabereseu faarna

245 

sala-dt-aula,quxisosfundamtntosdesuaprfticapedagösca.Giroux (1987)propa 

queseinvestigueaGvozdo profeuor':osm lores,asideologiu eosprincfpiosestruturadoresquedro 

significado âshistörias,âsculturaseàssubjectividadesdefinidoru das 

atividadesdiriasdoseducadores'.(p.99). . 

Investigaro cotidiano dotrabnlho doprofessor,seu 'çfazrdocente'(Marin e 

outros,1984)implica,inicinlmente,em respeitarsuainteligdncia,exme ndaeavalia- 

Wo acercadosproblemasque e1emesmo enfrenta(eque,indiscutivelmente,os 

anglzstial*.Significaconsiderarcomo sujeito detsualpriticapedagögica,quecentrali- 

zaae laboraçrocrftica(ou a-crftica)dosabernaescola,e'n:o como um mero executor 

deatividadesou tëcnicas.SiN ificaconsideraro trabalho docenteenquanto permeado 

porreflexa sesiglificaçöes,aindaqueconcretizado mlmarotinafragmenhda. 

Significa,acimadetudo,procurarrevertero quadroatualqueapenasdenuni' 

mnzelàsdaescolapliblica , sem no entantopara e1aapontarcnminhosalternaticaas 

vos- quepoderiam sertrilhadosaliando aexpee nciacotidianadeprofessoresde1q 

e2 P grausesuareflexâo sobreo processo àelaboraçâo do saberpedagögicoimprescindfveltanto 

paraaUniversidadequanto paraapröpria RededeEnsino. 

Vale resaltarque mesmo nosE.U.A.,segundo Gage(1986)nabuscadebase 

dentfficaparaensino,osestudosexpen'mentaisquet:m mostrado mudançassubstanciaisno 

rendimento dosalunosrevelam que 

''eln al'o ocorrem por prdticas de ensino 

ou tlY afzcfl'o escolarresrlllcf/rlJrkz, 

,(lc:por tentatipashonestasdeedl/œr 

um F'lft)rnûmero de Jlrt/drt7re:a 

fazerem @ que profesores?lJfJ 

efdentesdemonstram fazer...'?. 

(p.141) ' 

' 

E talvez aquiresida Ilm foco decisivo dosestudosvoltadosao cotidiano da 

escoa:seN 1 r11m ldoelespermitem a 

queosprofessoresrevelem suasreaiscondiçses 

de vidaetrabnlhocom prfticasfrapnentadasedispersivas,tfpico do trabnlho isolado e 

solitsrio tâb comum em nossasescolas,poroutro taisestudospodem desvelar germes 

de lma priticabem sucedida,contradiçœ spresentesnarotina dasescolasquetêm 

leu do osprofedsoresàbuscadepriticu alternativas,denovasformasdecompreensro 

darealidade. . 

*Va1elembrarquemuitosaspectosdenundadosuintui'tivamente''pelosprofessorescomo deficiên - 

ciasdo seu kabalho muitasvezestem sido confirmadosporpesquksaṣ (Ex.:Brandfo,1982conf'mna 

asfalasdosm ofessoasem Giow nnieDiasda Silva ,1986).

246 

Dom nto devistapsico-sodal,o envolvimento dosprofessorescom m squisas 

voltadasab O tidiano daescolavem tambdm serevelando reforçadorasdasuaautoimngem 

jéquenTo maissesentem 'çincapnl-s'ou tmarginais'frenteaospesquisadores 

e à pröpria Universidade,maspercebem seu trabalho reconhecido e suasanglistias 

partilhadas.Isto sem contarcom o efeitoHAK INHORNE*,cujaocor:nciaparecebas- 

'nnteprou velnestetipo de estudos. 

Um tiltimo aspecto merece ser salientado e refere-se ao desmembramento 

destesestudosaonfvelda formaçëo dosprofesoresque,aindaqueinteresando mais 

diretamente à Universidade,influenciasobrem aneirao trabalho daRededeEnsino. 

Um m nsazcientfûcoacerca doque ocorrenodia-adiadasaladeaulapermitefundamentardiferentementeo 

fazereo saberpedagö#cos:çnamedidaem queprocuram 

reconstruir llma dadarealidade,retrgtando asexm e nciase viv:ndasconcretasdo 

cotidiano escolar,elasaproximam o futuro professordestereal,introdlxzindo infxmerosdesafiosparalzmacompreensâb 

do papeldaescolananossasociedadeeparaclarilkaro 

papeldo professorcomo agentedeltmaeducaçâotransformadoran.(Andrd, 

1987,92). 

Refer4ndas: 

André,M.E.D.A.(1987).A pesquisano cotidiano da escolae o repensarda didftiœ.Educaçâ'o e 

sodedade,27t84-92. 

André,M.E.D.A.eDiasdaSilva,M.H.G.F.O cotidiano escolareaformaWodeprofessores:rupturaou 

articulaçâb? FEUSP,SP,1988 -6p.(Prelo). 

M anha,Z.M.P.(1987).Eduœçà-olaWunsescritos.EditoraNacional,SfoPaulo. 

Brand:o,Z.eCol.(1982).,4Escolaem œ e

247 

Nidelcoff,M.T.(1978).Uma ertrlp- o ;oY.Brasiliense,S.Paulo. 

Parra # N.(1985).Didética:dosmodelosàmlticadeensino.Aalf,rdo3* . Semfe rfo a Dflgrfcl em 

Quest&o,Vol..l:80-102. . 

Sonn,T.F.B.(1987).Jownzadolezcentesdecl- dl:popuu ez-aexpressdbdo Jorfllno colfdfo 

no escolar.Rio de Janeiro,Pontiffcia Uniwrsidade Catôlica,(Dissertaç:o deMeskado).

AS RELACOES ENTRq A UNIVERSIDADEE AS 

ESCOLAS DE IP E 29 GRAUS 

JOS; RODIM IIT1Z 

Didsro Regonalda SecretariadeEducalo-m beirâb Preto 

2 com lm ouvir-se crfticassobreasituaWo denosasescolasquenro preparam 

osjovensadequadamente,qu:o nfveldo ensino abaixou enromniqécomo antigamente.Ouvimosisso 

depessoaspertenœntesadiferentesgrupossodaisequenâo 

spd:oao trabalhodelxmaanaelisemaisobjetiva sobrenouarealidadeescolar.Essas 

m ssoasgernlmentesâb alhei% aoquesepassanaintimidadede nossasescolas. 

Entretanto,hâmuito trabm pescolardesenvolvido corajosamenteeatécom 

sacriffdo dosdocenteseque fica relegado ao m queno mundo do professor,quase 

mesmo no anonimato e que sempre traz ltma inestimévelcontribuiçzo àsnovasgeraçöes. 

Osjovenssebeneficiam demuitasexm ridndasdesetipo equesetomam 

instrllmento desualutam lasobrevivdnciaem llmpsodedadecadavezmaiscom plexa 

e de11m futuro incerto;. . . . 

Ezstem fatoresque interfeiem negptiumenteno trabnlhodoœnteetpe 

nossa expeddnciaprofissionaltem comprovado sempre,taiscomo:ascondiW esde 

miserabilidade em que vive grandeparte da populal o;aneœssidadecresmntedeo 

menorparticiparde alplma formsparaaumentararendafamiliar,sejaatrayësdo 

trabalhoou demztodoscondenfveiscomo o rdubo eamendicMcia;afaltadeumacasa 

com asmfnimascondiç& sdehabitabilidade;o relacionamento fnmiliarehumano 

detedorado;asmiscondiçöes.desaûde;afaltadetempo parasededicazao estudo e 

outrosm ais. 

Como serhlxmano,o estudante resiste ao méximo diante do descalabro da 

situaçâoevaiengrossarosfndicesdeevnGoerepetdnciadanossaredeesqohr. 

0 professorprecisabem conhecersuarealidadeescolareyjlmtamentecom seu 

p upo decolegas,bem defmirasatribuiçœ sdesuasatividadesdiditicas.Um trabalho 

diagnöstico deve led-lo a planejar um programa que dever; serexecutado com 

todasegurança,avaliando econtrolandotodu assituaça senvolventes. 

1â,portanto,neceuidadedetermosum docenteengajadonasua proflssâb, 

quebmqueobjetivoselevadosparaosalunos,detalformaqueestescresçam sempree 

m rcebam seuprôprio desenvolvimento. . . 

Qllnndo a Universidade procuraaproximar-seda esqola em squisaroque15 

aconteœ ,a expectativado professoréinicinlmentea dereceber> proposta com um a 

certacautela,poismuitasexm ridnciaschegaram aserdesastrosaseputrasbem sucedidas. 

249

250 

Um projeto de acompnnhnmento'demétodosdealfabetizaWo,porexemplo, 

se nâb oferecerltma orientaçâo diretae constante ao professore subsfdiosvâlidos, 

poder;fracassar,poiscom altmoseprofeuoresnâb sepodefngorexpee nciasdecurta 

duralo edeiu -lo com maisdlividaseindagaçöesdotipo:Serâ quen:otenho forma- 

Wo suicienteparaalfabetiz. crianças? Ou doaluno queindaga:Ser;quenuncavou 

aprender? 

lIâcerca dedoisanosllma escoladepedferia deRibeirâb Preto recebeu uma 

propostada Universidadeequefoiconsiderado um trabm o degranderesponsabilidadeparaambasaspartes:UniversidadeeEscola. 

Sem muito alarde,a escola recebeu apropostadeVeraSobraleoutraelevou 

tâb asério queprodudu osmehoresefeitos.AsteoriasdeEm laFerreiro foram * 10- 

cadasem priticae,em curto espam detempo ascriançasj;estavam alfabetizadas.Fwssa 

foia exm ricnda maisbem sucedida em nosaDelegadadeEnqino sobrealfabetizaçp 

eo trabnlho nâo mnisfoiinterrompido,o quelevou muitoseduiadoresavisitarem as 

clusesda E& G Baudlo Bia: paraconhecerem o trabalho. 

Uma nossa colega recentemente entrou em conhcto com a IJNESP de Rio 

Claro paraproporaoProf.OdeiblerSantosGuiduglilmaexm ddnciapedagögcana 

dlciplina Geopafia parao 1P pau.Pretende-seatraWsdeestudodapopulalo conscientizarascriançaspazaa 

importânciadapreservaçâo nmbiental.O projeto est;sendo 

elaborado com todasascautelasparaqueo suceso sejagarantido. 

M uitasescolassö concordam em prom overinterca bio seaUniversidadese 

dispuseratrabnlbarcom arealidadeexistenteno nicleo,atuando diretaecontinuamente,desempenhando 

tarefasprogramadasespecinlm entepara a clientela daquela 

escola,com acompnnhamento eau liaçïo co'nstante , entregando osresultadosâescola 

para queela,no ano seguinte,possadarcontinuidadeao trabnlho econsigaproduzir 

efeitosdesejiveispelacomunidadeescolar. 

Um trabm o bem sucedido e devidamente docllmentado semprenoslevaa 

reutilizi-loeincorpori-lo âsboastëcnicasdeensino.Temosqueteraperspectivade 

que1zm bom projeto semprepodesermelhorado e aperfeimado. 

Soube queem Araraqua'raumaexperidndadealfabetizaWo foiimplantada 

com aadoç:odacartilhadeGeraldinaP.m tter 'Lendo eBscrevendo''.Uma estagiâriaestavatentandoaplicarateoriadeEmiliaFerreiro 

econseguiu excelenteresultado: 

A criançaaprendealetradeimprensaparasö depoispassarparaaletracmsiva. 

Ao conclllirmoseste depoimento queremosmanifestaro nosso apoio ainiciativacomo 

estaquebuscnm o intercâmbio Univbrsidade/Escola.Nâo podemosperder 

devistaquetodo trabalho nessesentidodeverâkimpresedesenvolverem cima darealidadeescolazalvo,aquelaqueexisteem 

nossomeio,com todasascardnciasj;detectadase 

conheddas,poisem c%o contrârioa Universidade estariasepromovendo àcusta 

de pesquisasonde nossosalunosseriam simplesinstrumentosdepesquisaacaddmica y 

que nro seriabeneffcio paraninguëm .

SIMPOSIO 8 

APLICAW ESDA METOX IM IA OBSERVACIONAL EM ESTUX S 

COM EXG K IONAIK E NA ESO LA 

- 

Reflexœssobreà metodologaobxrvadonaldeenfoqueeiolögico em 

pesquisascom excepcionais. 

n erezaPontualdeD mosMettel 

- Sistem atizaçfo na avaliaçâo de diûculdadesde crianças- de 7 a 11 

anosem tarefasacaddmicas. 

Zëlia Maria MendesBiasoliAlves 

- 

MetodolosaObservacionaleo trabalho com deficientesmentais. 

Mazgarida H.Windholz/M aIzdaRo%ito 

- Instrumento deobservaçfodainteraç:o mfe-criança com lesâo cerebral. 

Lûcia Villadino Braga

REFLEXöES SOBRE A METODQLOGIA OBSERVACIONAL DE 

ENFOQUE ETOLOGICO APLICADA EM PESQUISM 

COM EXCEPCIONA IS 

TX REZAPONTUALDE I.EM OSMETTEL 

UniversidadedeBrasl'lia 

Ao estudarcriançasem seu ambientenaturalou em ambientesplanejados,a' 

metpdologadeobservalo sistemfticadeenfoiueetolögco (Fassnacht,1982,pg.. 

150)tem sido baslnnteprivile#adaentrenösnosëtimosvinteanos.Atravdsde lma 

variedadedeejtudosexploratöriosou nro,tem setomado nm importanteinstpzmento 

' . 

decoletadebadosmaispröximodarealidademssoaleinstitpcionaldasiriançasbrasileiras,rekelando 

na préticaasuaimensautilidadeindspendentedoenfotueteörico 

do pesquisador. . . 

. 

. No entanto,apesazda soflsticaçro tdcnica demtlitosestudosqueacataram as 

caracterfsticasesenciaisdametodolosa,cabelevantaralgunsproblemasparaquea 

' . 

. 

avaliaçro daproduWo na1eapermlta 1zm propesso qualitativoparao futuro pröximo.Sem 

apretensrodederexam tivo,listareiaseguiram nasalpmsdestesproblemas 

elimitaçöes,asaber:apulverizalodosdadosprejudicando o seu significado,a falta 

derele

254 

enfoqueetolö/cocom am rspectivaecolö/ca queconsidera o contexto maisamplo 

onde o comportsmento ocorrecomo 1zm elemento relevanteeimpresdndfw lao seu 

entendimento. 

3.0 bom lz:o da .fecrloloo .E importantereaûrmarqueo adventodo gravador,do 

'M deo-tape''e do microeom putadortornarnm a coleta eano se de dados 

observadonais m ais preckqa e sofisticad%. Isto,no entanto,nfo signiûca que o 

Rvfdeo'v;substituiraobservaçâo direta :'in loco'equeo 'pamlelipis'jé posnm 

serabandonados. 

A combinaçâo deinstrumentoséainda aconselM veledever;serconsiderada 

pelo pesquisadorlevando-seem contaquestsesdeviabilidade,economiaeeûddncia. 

f preciso resaltarumbdm o valorçthemfstico'dosresstrosm rmanentesem Wdeo, 

imprescindfveispara asltvfriasleituias''eparaanélisesm aisdetnlhad% epreds% .A: 

etapastdcnicasno uso do Wdeo paraalzmentara çtvalidade'dosresstrosdevem ser 

consideradas,principnlmenteo estudo preparatörio quesupöeaçtimerslo'doobservadornasituaWo 

a f!m dequesejapossfveldefmircom propdedade :o quepavar'e 

dimhmiro efeitè Ttrecorte''.Na fase de ano se,aintroduçâb dumnteo processo de 

anâlise do conceito de

255 

usadasparaaceitawo nopupo,arelevM ciadatarefasob opontodevistadaspröpriascriançasea 

necessidadedacoletadedadospermitiraanzisedo processo sockl. 

A sistemiticaobservacionalpareceoferecerlzmatecnologiaprivilegadaparaestetipo 

de questïo,que exigecoletadedadosseqûdnciaiseem situaça sdevidareal. 

6.O frefa= eafo de prtp yf/rlf.:nastknicasda observaçEo sistemâtica.E 

importanteadivulgaçâodestastécnicasparao professor,o psicopedagogoeauxiliares 

quetrabalham com o excepcional.tçvererever'em video-tam ,p.ex.,o queaconteceu 

nasaladeaulapermiteao profisionalauxiliado mlametodologa observacional 

aidentificaçro de elementosdarealidade,impresdndfveisà sua auto-crfticaeavalia- 

Wo do processo deaprendizagem em curso.Neste'caso,faz-senecessârio paramaior 

esciênciaque osproûssionaissejam observadorestreinadosecapazesemarem os 

dadosobservacionaispara construfrem m rfisdascriançaseinstrumentosdeavaliaçâb 

(Angelim,1988). 

' 

7.X integra#o dapezo f:lcom a pr/fcc pronnîonal.Comocontribuirpara 

queseja dlm'inufda adefazagem entreo que seconheceeoquesepraticano atendimento 

de excepdonais?Quaisosefeitosdosestudosj;realizadosno Brasilsobrea 

pritica profssional?Ressalte-seo reconhecimento ao trabalho deMargarida Windholz 

ao publicarolivro çTasoa Paso,seu cnminbo'(1988)quecontëm anosdemsquisa 

aplicadaao m elhoratendimentoeeducaçâb dacriançaespedal. 

Na'seleçfo deprojetosequestôesdepesquisa,atéqueponto dever; o m squisadorrefledrjunto 

com osprofissionaissobrequestsesesenciaisqueexigem estudo e 

msquisa?Qualaresponsabilidadesocialdo jesquisadorao colocarsuacommt:ncia 

aserviçodacidnciado homem edo seu bem estar?Estasm rguntasmerecem arenexfo 

edecisiesparaqueametodologaobservacionalposa,aperfeiçoada,serviraosobjetivosdesecolocara 

serviço da criançabr%ileira. 

Refe> das: 

Angelim,M.L.P.(1988).Educarédescobrir.Um estudoobservacionalexploratdrio.TesedeMes- . 

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SISTEMATIZACAO NA AVALIACAO DE DIFICULDADES DE 

CRIANCAS - DE7 A 11ANOS - EM TAREFAS ACADEMICAS 

ZELIA M ARIAM ENDESBIASOH ALVES 

UniversidadedeSfo Paulo 

m ntro do temadesse simpôsio que seadmite deva vira comporedarseqiunciaaosassuntosdiscutidosno 

workshop sobreMetodologiaobsewacional,acontecido 

naxv lReunizo AnualdePsicoloyadesta sociedadetl)focalizando nessemomento 

possfveisaplicaçöesdaObservaçfo em cnmposdiversificados,a opçïo recaiu 

no relatarform asdeavaliaçâb eprocedimentosdesenvolvidosaolongo do tempo face 

anecessidades do atendimento a criançascom problemasdeaprendizagem edificuldadesacadêmicas. 

O presentqtrabalho secaracterizacomo 'lmatransposiçfp dosdadosdeobservaçöes,anéliseseestudosdeprogrnmaçDes,elaborando 

lma sistematizaçâo dedefmi- 

Wesdeireaset6picosaserem focalizabosedeprocedimentosdeavaliaWodedesem- 

Pe V o. 

osftmdamentosdesasistematizawo cobrem quatro pontos. 

1% o eixobaicoquedeterm, 

' 

noutoda!estruturad'otrabnlsodesistematizaç 

zo estânoProgramaqtscienceaProcesApproach'(s.P.A.)(2)queèscute,define 

eexplicitao treinamento,no uso deProcessosBâsicosem ci:ncia,decriançasdeprda 

6!sériedo1o.grau,levando-asadesenvolversua capacidadede observar,classiluar, 

UsarRelaçöesEspaço/Tempo,UsarNfzmeros,Comunicar,Medir,Infedr,Predizer, 

FormularHipöteses,ControlarVarilveis,InterpretarDados,DefinirOy racionalmente,FormularM 

odeloseExm rhnentar. 

Como regrasftmdamentaisesseprogramaprevéo setrabnlharapen% com o 

Observfvel(0 Objetivo,oComportamento)edefonnaMerarquizada,iniciando sempreno 

nfvelm aiselementaretornando maiscomplexasasatividadesâ medidaquea 

criança se torna capaz deresolverosproblemasanteriores. 

2% O segundoeixodesasistematizaloseprendeàliteraturasobreProble- 

(3) 

Nelasebuscou anamaseSoluçöesvinculadoscom 

a Metodologa Observacional . 

lisarasdiversasmaneirasdelevaraefeitoregistrosdeobservaWo queseadequusem a 

situaçöesespecfficase 'que pudessem fornecerdadosvo dose lldedir ostendo em 

Ksta sempre osefetivosda coleta. 

3% ParalelnmenteaoestudodaliteraturasobreM.O.eàaplicalodosprincfpios 

(t o S2 . A ., foielaboradaumaanâlisedos'conteûdosprogrnmfticosdasquatro 

primeirassériesdo 1P grau edapré-escola,nasireasdeLfnguaPitriaeMatemitica, 

segundo asPropnmaça s Oficiais da Rede deEnsino a tadualde Sâb Paulo.Essa 

257 

'

258 

anzise Wsava detectartoda aseqûdnciadeconteûdosehabilidadesquesâb trabnlhadascom 

ascriapçasao longo doscinco pn'meirosanosdesuavidaacaddmica , bem com 

o elaborarIxm ro1dostiposde atividadepropostasparaascriançasnasdlnnireas 

rnestras. 

a ' 

4 u.)O qlmrto eixo demetrabm o consisEu naarregimentawo ' do conjunto de 

observaçöes(sistemiticaseasisteméticas)legad% aefeito dentro do atendimento a 

crianças com problemascomportamentaise deaprendizagem junto ao Centro de 

PsicolosaAplicadado W partamento dtPsicolosa eBdycaçfo daFaculdadt dt Filosofia,CilnciaseD 

trasdeRibeirfo Preto- USP desde1974 atJo presente . 

Taisoàservaç&svisarnm sempreaavaliaçâo dorepertörio comportamental 

dmscrianças,em esm cialde suashabilidadestid%,apriori , como prë-requisitospara a 

aprendizagem fonnalna1ậsérie do1C?pau,vincizladacom aalfabetizaçâb em Lfngua 

PâtriaeMatemiticaedesempenho académico. 

Bsetrabnlho teveentâb como objetivo propor lm tipo desistematizaWo na 

avaliaçïo dedificuldadesapresentadasporcriançasnasprimeirassëriesdo 10 . grau - 6 

a 11anos- com baseexaustivana observaçfodeseu desempenho em tarefasacaddm 

icu . 

' 

A justilkadvadesseobjetivo est;ligadaao fatodeque sedepara,freqûentemente,numa 

situalo de D cola ou deClfnica,com queixassobreo desempenho 

acaddm ico decertascriançasem quesR salientadasW riasdificuldadesescolares , sem 

que sepossa afirmar(ou alegar)comopontobisicotlm atraso dedesenvolvimento (ou 

um nfvelintectualbaixp). 

Assim ,aindaquesepossaconsiderarcomo m uilo importanteo tzsodeinstm - 

mentosj;tradicionaisparaaavaliaçâb decrianças,porelesfomecerem dadospassfveis 

de lmacomparaçâb com normas(padröes),lmaoutraabordagem podeserlevantada 

paraa detecçâb e anfise de problemasno desemm nhoacaddmico dacriançaeque 

seria fundamentada notrabm o queelarealizaao executarsuastarefasde(ou na) 

Escola. 

A plincfpio énecessârio quesedetermineedefinaasâreas , parapoderdetechrem 

qual(ou quais)delashâproblemas.podeieconsiderar5delas,em separado: 

A '- Conceitos:vistoscomopré-requisitosparaa alfabetizaWo (em tinguagem 

eMatemâtica); . 

B - Desemm nho motor:defmidonoregistro gro co dossinais; 

C - Alfabetizaçïo:quedeformamaisespecfficaserefereao treinsmento que 

1CV ea lereescrever' , 

' ' 

D - M atem/tica:quecompreendeo Uso deNémeros , atravdsdeconceitos, 

elaborando cfculos(raciocfnio); 

E - Espaço eOrdem :defmidosnafonnadeacriança distribuiremantero 

registro gro co dossinais.

259 

PROCEDM 

U O 

Paralevaraefeito essetrabalho foram desenvolvidosdoisprocedimentos. 

Procedim entoA - Anélisedematerialgro co produzdoporcriançasnaEscola(ou 

em'casa)edo seu comportamento em situaçasespecialmenteestruturadas, 

visando observaroseu desempenho em tarefasacaddmicas. 

Atravësdesetipo deprocedimento levantava-setodo equakueraspecto que 

chama eatençâb,estabelecendo listas(ro1)depontosaserem discutidoseanalksados. 

. Procedimento B - Anosedepropomnçöesofidais(do 

' 

Estado)para prë- 

Escola,qlqntd aosconceitosensinados,epazaasquatro p ri meirassdriesdo 1S grau, 

nasâreasdeMatemâticaeLfngua Pâtria,levantandoie: 

a)conceitosensinados; 

b)habilidadesrequeridas; 

c)luerarquiasdeconhecimento exigdasem cada ârea; 

d)assub-hierarquias. 

RESULTADOS 

PropostasdesistemasdeanoseparadetecWodeProblemasporârea: 

I-m tecWo dedificuldadesem taafmqprée quisito pm aalfaatizaWo. 

O pesquisador(0 clfnico ou o mdagogo)estruturasesöesparaobservaro 

comportamento dgcriança.E1epropœ tarefascom materialespedalmenteseledonado 

ou elaborado - jogos,quebra-cabeça,encaixes,livrosdeestöria,revistas,livrosde 

figlzras- parapoderavaliaracriançafrenteaosconceitosde: 

cor 

fprma 

tem m tamsnho' 

qlmntidade textura posilo 

Ao mesmotempo estf-seavaliando nessem omentoa criançafrenteaalguns 

processos: 

- Observa#o - capacidadedeacrianp atentarparaum estfmulo,receber 

umainstruWo eproduzrlmaresposta (mrcepçIo). 

- Uso derekfle:es- ço-temp - capacidadedeacrianp ,apartirdeestfmulosdo 

meio ambiente,estabeleceraloemlizaçâo tsuaou deobjetos)no espaço eno 

tempo. 

- 

Uso delllûpleo,ç- capacidadedacriançaparatransportarparanu#merùso 

conceito deqxmntidade. 

Ashabilidades,em ordem crescentede dificuldade queseavaliasâb:

260 

Pareamento 

IdentificaWo 

Nomeaçïo 

GeneralizaWo 

juntariglmis 

dado o nome,apontar 

daro nome 

' 

: . 

identificarem ou'trosmateriais . 

Exemplos: 

a)A criançafaz lxmapilhadecartasvermelhos,outradeamarelos,outrade 

verdes,etc. 

b)Qlmndo o adulto diz:mostrao verde a crlqnçaaponta ou m gao cartro 

verde. 

c)Quando o adulto diz:quecoréesta?acna orespondeamarelo. 

F-mqamesmaseqûdnciadehabilidadesvaleparaosseteconceitosaserem investigados.O 

re#stro deveserfeitoconcomitantemente,sepossfvel,ou entâb imediatamenteao 

término dasessTo,eo aplicadorindicao queacriança deo quenâb dcapaz 

de fnz-r. 

Fxqaavaliaç:o pode revelar'nntodilkuldadeseàm cfficasdacrianp ,qxmnto 

umaausdnciaou delddncia detreinazrento. 

H -m teclo deX CUIA H- motoraspnu escrita 

O m squisador(ou o clfnico ou o pedagogo)selecionaecolecionaomaterial 

escolarqueacriançapossui,preferenteinenteabrangendo 11m perfodo detempo longo 

- 

1ano ou maks.Sâb oscadernos,aspastas,osdesenhos(e nâb necessariamenteos 

livros,cartilh% ecademosdeexercfdosqueacompnnbam oslivros). 

Paraanélisedo desemm nhomotordaescrita osasm ctosobservadossro: 

a)Tmedo zlnqletras 

O noso cödigolinl fstico(cmsivo)ëtodo daesquerdaparaadireitaede 

dma para baixo.Poroutro lado aescritacursivatem paracadaletrallmaseqûdnda 

demovimentosquepoderinm serconsideradososm aisadequadœ ,namedidaem que4 

essaseqiidnciaquefacilita aescrita: 

a d e f : 

m 

P 

q 

S 

11 

V 

X 

Z 

2 

3 4 6 7

261 

' Qlmndo a criançan:o produzaletracursivaml'ntisculanaseqidnciaadequada 

asuaescritapodelicarcom quebraseemendas,m nqisto nâo seriaindicadorde1lm 

problema,masdefaltadeconhecimento.E comum serencontrado em crianpsque 

aprendem primeiro esôaletradeformaminliscula equedepoisnâb passam porum 

treino espedalpararedigirna cursivaminliscula. . 

b)Regnlnddadede tamnnho dnqletrnR 

Damesma forma quena seqiznciade moWmentos,asletraspossuem lzma 

repxlnridadedetamnnho ou sejaa largura eaalturadevem sermnntidu constantes 

para todasasletrasde1lm mesmo tipo. 

c)Continuidadeda acrita 

d f g z n o 

A escrita'cursivaexigecontinuidadedemovimento,sem'tiraro Mpisḍo papel, 

eparatala crianp deveria tertreino. 

abcdefghijtmnopqrstuvkz 

f 

M sim,a escrita quebradaindicariaou aausdncia(quuetotal)detreino eexigência 

paraquea criançaescrevessecadapalavradeformacontfnuaeininterrupta,ou 

umadificuldadedelaparalocomoveramâo'm lo pam lmlm m ovimento sequente. 

d)DH lo daescrita 

A escritadeveserfeitanadirelo horizontaltcom ou sem linhaparadirigf-la. 

A presençadeltmaescritaquesobeedesce(oraest;admada linba,ora abaiiem 

direçâb ascendentedoinfciop'arao ftm dalinha(ou descendente) 

xo)ou queva 

indicaria dificuldadeda criançaparapersistirescrevendo em lmalinicadireWo. 

e)Escritaforpdaou escritaleR 

A escritadeveserfeitacom umapressïo talquefiquelegfvelmasnro marque 

aldm dafolha queacriançautiliza. 

. 

A presenp de uma letraforp dadem aisou m uito leveindicadadificuldade 

Para traçarasletmseatéparasegurarolépisou rmneta.

26: 

% Asmctosgeraisanalisados 

1.O materialda criançadeveseranalisado nasuaseqûlncia,visando detectar 

a evolugo zlofom no prazo de6 mesesa 1ano.Um aspecto quepersista eaindaapareçano 

momentopresenteserianma sugesGo m aisfortededificuldade. 

2.No m aterialannlinado deveieprocul'arverificarseo tipo de çfproblema' 

sempre seapresentaou seoraapareœ ou nfo.A consistêndaseriaindicativadeproblema,ea 

inconsistdnciapoderiasignificaratdpoucaexigfndaem certosmomentos, 

ou ausênciadetreino edeconhecimentosesm cfficos. 

3.No m aterialanalisado deve-secomputaro mlmero deproblemasidentificados.Qlmnto 

maioromimero,maisforteaindicalo deumadificuldademotora. 

H1.m tecWo dedificuldada ligae à alfabetizalo - ldtura e acrita 

Paraaavaliaçâb daescrita om squisador(ou o clfnico ou o m dagogo)seledona 

e coleciona o materialescolarque a crianp possui,tambdm abrangendo um 

perfodo longo.Sâb oscadernosde Lfngua Pitria,oslivroseascartilhaseaspastu 

com m aterialtrabnlbndo pela criançana freadePortuguds. 

Paraa anélise daescrita visando detectardificuldades,osasm ctosobservadossâb: 

a)Omkuo 

E necesido verificarse,ao escrever,acriançadeixadecolocarpalavras, 

slAabasou letras,produzindolxmaescritainadequada. 

A omissEo deslabaseletraspodeocorrerno fal'z'fo dapalavra,no meio,ou 

no?m. 

A omissâo deletraspodeserainda deumaconsoanteprincipal,delxma vogal 

plincipalou deconsoanteou vogalintercaladas. 

Exemplos: 

de ao 

a)Mariagosta muito ir jardim. 

' 

b)A conso tedeterminaosom. 

a 

c)O ne1deMariadbonito. 

S 

d)Paulogotadecinematambé . 

m 

A omissfo 6com um entertferidacom ofalta de atençfo porparteda criança.

263 

b)Troca 

Ao escreveracriançapodefazerumasdriede troca ,que,em princfpio,poderiam 

serditasfuncionaisemorfolö#cas. 

Aqtroœsrzlor/blgfrm implicariam nasubstituiWo de lmsletraporoutraou 

ainda na hwersfo detraçado enaescritaem esm lho.Em gemlocorrem trocasmorfolö#casdeconsoantes,etanto 

podeacontecerno infcio,qlunto no meio ou no fînalda 

palavra. 

1 b f r 

Exemplos:Natau,voi,vilho,lalanja. 

Rmqastrocas,mais fequentementedo queoutrostiposdeproblemanaescrita,aparecem 

vinculadascom problemasdefalaedeaudilo,discriminando sonsesm - 

cfficoscom diflculdadeeprodue do umaescritasistemxticaehwertida. 

Jâ aletrainvertidano traçado ou aescritaem espelho estarinm maisligad% 

com problemasperceptivos. '. * 

Astrocasflzacfozwf,implicariam em alteralo deseqû:ndadesflabasou 1etrasdentro 

delxmapalavra,m dendo ocorrerno infdo,no meio ou no fmal. 

c)Ae cimo 

' 

laranja,filosoûa,cartera 

Exemplos:lanraja,fisolola,cratera 

Ao escreveracrianp podeacrescentnrsflabasou letras,no infcio,no meio ou 

no fmalda palavra,em geralrepetindo sl'labasj;colocadu ou mesmo iétras,quersejam 

vogaisou consoantes. 

a a cj po 

E xemplos:m linto,alaraljczdo,consciclente,pipopoca. 

Tambdm o acrëscimo,namàioria dosc%os,costumaservisto como faltade 

atençâb porpartedacriança. 

d)M m ctosgerab nnnlmados 

1.O m aterialdacrianp deveseranalisado nasua seqûdncia,paraverificara 

m rsistêndaou n:o da diiculdadeao longo do tempo. 

2.E importantepesquisaraconsistdnciado ero cometido pelacriançano 

mnterialescolarquee1aproduz. 

3.Deve-se#erificarnp materialescritoafreqûênda com queacriançacomete 

erros,estabelecendo-seumapropbrçfo entreo coreto eo errado.E,ëevidente,que 

quanto maiorafreqûdnciamaiortambim ser;o problemaaserenfrentado no treino .

264 

4.A partirdaano sedomaterialda criançadevem serarroladososvâriostiposdefalhaquee1a 

comete.Qlmntomaiorvarîedadedeeros,maiscomplexo serlo 

treino porquemaissério seapresentao problema. 

5.œ veserfeita Ixma anâliseem separado apartirdo materialdacriança do 

quee1aproduziu copiando edo quelhefoiditado,poish; signiûcadosdiversos(ou 

poderéhaver)pqra oserosdecöpiaededitado.Admite/equeoserrosnlmacôpia 

trazem uma eviddncia suplementardediûculdadesde atençâo porparteda criança. 

Poroutrolado,errosfrequentesno ditado podem serindicativosdeproblemascorrelatosdeansiedade. 

6.Naanâlise finaldo materialdeve-seestabelecerumadistinçâo entreerros 

devidosa lmadtpculdadeespectpcada ce af.l eosadvindosdasdlfculdades(fJ prôprfl 

IJWg- (sporz- ou o inverso;dlex;> eç;re r;acentos).Oserosadvindosdas 

dificuldadesda pröpria lfnguaserinm consideradoscom odeortograûaepassfw is'de 

!xm treinnmento diverso(memodzaWo). 

7.Em criançasdenfveldeescolaridademaisavançados(3!sérieem diante) 

hâoutrosaspectosquedevem serpesquksados: 

O dlfculrudesde vprerl'o,comopocabuldrio pobreou ricousadonaescritaespontMea(produçzo 

defrasesou deredaçôes); 

b)sentido dasfrases,com acolocaçâo detodososcomponentes(sem omiqsâb 

decomplementosimportantes),a seqûdndadoselementos,apontualo eosentido 

completo; 

c)seqûêncîa daretflfly,com infcio,meio efim mlmaredaçâb espontânea; 

d)îdéias,riquezaou pobreza(medidaem termosdo conteûdo formaldaredaçfo 

edo tamnnhorealdesenvolvidoparaexpressara idëia. 

' 

A1dm da avaliaçfo da escrita,devem serinvestigadasa leiturae a falada 

criança.Paratanto sâb estruturadassessiesparaobservaçâb visando coletar1lm mate- 

1a1verbalextenso,em geralfazendo uso delivrosdeestörias,livrosdepavuraselivros 

. . ' 

didâticos,cartllhns,etc. 

Ospontosanalisadossâb osqueselevantou com rqlaloàescrita,sendo que, 

para aleitura,em especffico,verifica-sesee1aocorredefoyma:globalizqda,Jqlefmll 

ou com recurso;seélxmaldturaseqûenteecom Jlozlflavloy'seacdança m rcebeou 

apreendeo sentido do que leu. 

œ Nsm EM çôEs Fm AIS 

Essetipo deavalialo tem sidoaplicado àscriançasqueprocuram o Setorde 

Psicolo#aClfnica Infantildo CentrodePsicologiaAplicadada FaculdadedeFilosofia, 

CifnciaseD tiasdeRibeirâb Preto -Uv ,.com queix% dedificuldadesdeaprendizagem 

evem semostrando flexfveleeficaznadeterminaçâb do tipo deproblemaapresentadopelacriançaVm 

comoservedediretriz,edemodoadeqpado,paraaprogra- 

. 

' 

..

265 

' . 

. 

maçâodeatividadesquevisem treinaracriançaparadesenvolverashabilidadesexi/- 

daspara um bom acomm nhamento escolar. 

Ta1abordagem apresenta,sem dévida,algumasvantagens,atësobreaavalia- 

Wo tradicional,evidentementeq'mndoselratadediagnosticarproblemasacadêmicos: 

1)primeirxmentee1apodeedeveserinteiramentevinculadalstarefàsqueacriança 

enfrentano seu diaadianaescola;2)em segundolugare1aforneceuma diretriz(quasequediretamente)paraamontagem 

do treinoquesefaznecesoo parasanaras 

dificuldadesqueacriança vem encontrando. 

Entretanto,nâb sepodeconsiderarqueo sistemaaquiexposto sejadado como 

completo.i1: ireaspara o seu desenvolvimento aindae sem dûvidaquçquanto 

maiseleéaplicadq maispontossepodeacrescentaraosqueaquifornm relatados. 

Tambëm éimportante considerarqueessa avaliaçâb,quetem talvez como 

virtude bisica o ser flmdamentada em 1lm processo de observaçZo minuciosa do 

comportamento edaproduçâo acaddmicadacriança,devesersemprevista dentro do 

contexto maisamplo do repertörio comportam entalda criançaem casaenaescola, 

bem como do tipo deambiente,com suasexigdnciaseidiossincrasiasquee1atem que 

enfrentarno seu diaadia.

M ETODO LOG IA OBSERV ACIONA L E O TRA BA LHO 

c0M D EFICIENTES M ENTA IS 

M ARGARD A H.WINDHOIZ 

Universidadede Sâb Paulo 

ANA LOCIA ROSSITO 

UnivenidadeFederaldeSro Carlos 

O trabm o quevou descpver,decerto modo,podeserconsiderado um acontinuaçâo 

daquele apresentado em Julho de 1975,poroc%iro daReuniro AnIIaIda 

SBPC,num siml siosobreçrbservaWo do Comportamento'(Windholz,1976).Referi-meentâo,econtirmo 

afazd-lo hoje,ao trabalho desenvolvido em umainstituiWo 

para criançasejovenscom retardo severo dedesenvolvimento,em queo uso dasdiversu 

tëcnicasdeobservaçïo dum dosfundamentosparao funcionamento da entidade. 

nosm aisdiversosnflis'enasmaisdiferentessituaça s.Arim ,quando fuiconddadaa 

participardestaMesaRedonda,reliaqueletrabm oemem rguntei:valeapenafalar 

sobreo mesmo usunto trezeanosdepois?MinbaprimeirareaWo foinegativa.porëm, 

m nsando bem ,conclufquemleria,m is,seem trezeanoso uso de tdcnicasdeobserva- 

Wo comprovou/ecomoétil,isto,porsisö,ë1:m dado positivo.Houveaprendizagens, 

mudanças... 

Vbltando treze anosatrisnovamente... 

Como equando utiliz>mosobservalonainstituiçâo? 

- No levantnmento dosrem rtöliosdascrianças,em atividadesescolaresou 

no seu ambientedonliciliar,bzm como dosprofessoreseoutrosmemb . 

ros 

daequim ; 

- Paraaanose detarefaseconsequenteprogramalo; 

- Paraoregstrodedesempenhos,sejadasc ri ança, s sejadosprofesorese 

outrosmem b ro! daequim'; . 

- Para o regstro de comm rtamentos-problema,visando posibilitar xma 

anosefuncionalepropostasdeintervenlo,bem comoavaliaWo posteriordosefeitosdosprocedimentosadotados; 

- No treinamento do m ssoal,tanto'professorescomo outrosmembrosda 

equim ; 

- Para avaliaçzo daefid ciado nosso programaeprocedimentos;eeventuais 

revisa s. 

267

Ṁ 8 

' . . 

' ' . ' ' 

Assim kendo,é conseqûdncialögica quehouvlehâumapreocupaçâo pande 

com aspectosmetodolö/cos,ligadosao uso dètëcaicasdeobservaçâo,bem como 

qtlnnto ao treinodosprofisionais,queusam aobservaWo como instrlzmento bâsico 

para sua atuaçâo. ' ' 

. r . 

Como ëa situalohoje,quanioaolzso deobservaçâo numainstituiçâo para 

excepcionais? 

' 

Quem fazobxrvaçöes: 

Observaçöessâb feitasporpsicölogos,com treino em observaçâo sistemftica, 

eporoutros.,sem um treino m aior:m losprofessores,poratendenteseporvezesm los 

pröpriospaisdascriançu .E claroqueo!critdriospara asobservaçöes,tiposeprecisâo 

dosre#strosdiferem em termosderigorecomplexidadeexigidosdasdiferentespessoas.O 

que vaideterminar este critdrio e,portanto,tambdm de certa maneira,qaam 

vaifazerobservaçâo,serâo objetivo daobservaçâo em questâo.(Vamosvoltaraeste 

aspecto naexposiçâo deAnaLlkia).Semprequepojsïvel,asoaervaç'öesdosprofessorese 

dospaiss:o verificadaspelos observadores m aistreinados. . 

Quem éobservado: 

Osalunos:relatöriosmëdicosepsicolöscoscom diagndsticosdeTtdefiddnda 

mentalprofunda''sâodepoucavaliaparaquem jipergunta:Como /estacriapça?O 

que devo ensinaraela?Portanto,inicialmenteprecisamosobservarsistematicamente 

estascrianças,parafinsdeavalialo,naescola,e - namedidado possfvel- em su% 

cuas,paraIxmaposteriorprogram açâo.E importantelevarem contasempreocontexto 

gefalecolhert)maiorhtimerodedadössobreestetambëm. 

. ; ' ..g . ' . .. . 

' rosteriormente,naescola,sâb feitosregistroseavaliaçöesdo dexml'nho das 

criançasnasdiferentesatividadespropamada ,assim comode comportamentos-problema.Em 

' 

parteestesregstross:o quantitativos,em partesâo descritivos.Osregistros 

ṛ . . . . ' . 

asim obtitlosnosdâo subsfdiosparà aanosee'eventualrevisâb depro#nmaçöesou 

ea lboraçâo deprocedimentosquevisem lidarcom . situàça s-proàlemaespecficas. 

r ' .. z ' ' ' . . . 

'' Osprofelores:em relalo aos'/rofessoréj;aobservaçâo éusada,damesma 

. . . ; . 

maneira,paradescreversuaatuaWo nasituaçâo 

' 

deaulaenainstituiçâo,nasatividades 

. 

. 

devidadio a.Fast% observaç& sserâb utilizadasaf'lm dedar-lhèsçtfeedb>ck'',analisar 

comportamentosmaiscrfticosou situaçöeimaiscrfticaseprocurarencontrarmaneias 

de lma atlzalo v . 

maisadequada.Ou ' - seja,procurnmosverificartambém 4uaissâo,por 

.. . 

. ' 

. 

asim dizer,ostçcomportnmentos-problema'dosprofessores;querequerem anâlisee 

orientaçâo.Vériosinstrumentosdeavaliaçâo daatividadedosprofessoresedeoutros 

membrosdaequipej; fornm elaborados,substitufdos,refeitos,nosanosdecorridos.

. 269 

Que tiN deregistroséfeito mlospde logos,pelospmf- oas,pelospais: 

Todosaquelesqueseensina nosvfrioscursosdeobservaçâo:re#strosdefreqûdncia,regstro 

cursivo,regstro deeventos,re#strb deduralo,re#stro deamostragem 

de tempo;para observaçâo dosalunos,dosprofessores,dospaisem casa ou, 

eventllnlmente,napröpriaescola,ao trny-rem ou buscarem seusftlhos;paraidentificar 

acontecimentos ispeciais,'para descreverdiûculdadessurgidas,para relatarprocedimentosadotados. 

O treino do obserudoresila efidciaparaaaelix de situae s-proble> : 

f 

Durante vâriosanostmzaequiperazoavelmenteestfvelebem treinada deeducadorespennitiu 

que sedelegasseasobseru ç& sdosalunos,o maisppssfvel,a estes , 

possibilitando aosmembrosdaequim tdczticab%ear-senosdadostrazidospelospro'- 

fessores,paradiscussïo,anilisedeprogram asesituaçöesecom portamentos-problemà. 

No entanto,dianteda altarotatividadedem ssoal,quacomeçou nosliltimosanos,pe- 

1% condilessôcioYconômicasatuais,osprojramasdetreinamentodeeducadorese 

auxiliazessofreram em qualidadenainstitttiçfo.Assim,alplm% vezesasinformaçöes 

fornecidaspeloseducadoreseram liteisepermitiam açâo conjtmta,masfrequentementeoscoordenadorespsicopedagôscosnfo'podiam 

fazeranâlisesconclusivasapartir 

dosdadosobservacionaisapresentadosnem fazerplanosde intervençâb com basenos 

resstros'solicitadosefeitos.Pensou-seque1Im vfdeo poderiafacilitaro trabalhoda 

eqtlipe,masisto sö ëparcialmfnteofato.Cadainstrumento evidentémentetem suas 

vantagense desvantagens.Paraasanélisesrequeridc na situaçâb institudonal,o . uso 

do vfdeo n:o perm iiriaavisïo maisampla edireta que(iobservadorpresentetem . 

Resolveu-se,entâo,muda/ novamente a sistemélica de trabalho,designando dois 

profissionaisespecificamente para fazerem observaçöessistemfticasnassala deaula 

eem otztrassituaWesde:rotina,tanto paiadarçtfeedback'maisimediato paraos 

professores e atendentes,como paradetectarcom maiorclareza osproblemasque 

surgam,fossem dosaltmos,doseducadores,dasituaWomaisampla,domaterial.Um 

dosprofissionaistinha 15 anosna instituil oeo segundo era um apsicölogarecdm - 

formada,masem cujo ctlrfculo - muitobom - constavaum curso deobservaçâo, 

que sugeria garantirascapacidadesparadesemm nharastarefaspropostas.O quese 

R rificou foique,embora asobservaçiesdasegundaobservadorafossem 'corretas'' 

eram ç'estlreis'ou seja,e1anfo conseguiadiscriminarasm ctosmaisfmos,necesso os 

aumaboaanélisefundonal. . 

Isto nosmostraaimportânciadetambdm focalizxrmoso observador , seu rem 

rtdrio e suaexperilnciam ssoal,seuseventuaisvidzesteöricos,quepodem interferirealterarasobservaçœ 

s.vparece importantetambtm - pelo m enosparamim - n:o 

%enxugar'demaisosre#stros.A objetividade nassituaWesdeaplicaçâo deveser

270 

ii scutida.InferHciasdevem,precisam sere fitas;muitasMezeselaspodem seranalisa- 

dasem termœ dedadésobservéveisou da situaçâo quea el% levou.(B vou maislonge, 

mesmoquex tratedealguma :ïmpressro muitosétil'e1adeveserregstrada,paranfo 

x m rder.Iavantarhipöteses- annal- fazpartedo nosso trabm o ednecesso o em 

situae sdeintervenlo). 

Novamenteforam feitasmodincae seum novo planejamento foifeito m lo 

>torde Modincawode Comportamento.E sobreisto Ana M davaifalar. ' 

Alpmmpontosimm rtantesa KDm lembradosuo apontadosa xguir: 

Semprequeobservamos,devemosconsideraro objetivo dasobservae s.(1s 

objetivos,tanto em clfnicacomoem msquisa,variam muito eesasrariaçasiniuem 

diretamentenaformadaobservaçro queser;usada.O objetivo demuitasm squisasé 

desenvolverconhecimento generalizdvel,baseado em dadosaceitiveispara a comtmidadedentfsca.Acqim,observaWo 

4geralmenteusada em m squisaparadescrevero comportamento 

deindivfduosou grupos,como estecomportamento mudano tempo (i.e., 

como funlo detratamento ou manipulaçœ sexm rimentais),e/ou como o comportamento 

uriacom ascaracterfsdcu ambientais.Fidedignidade,exatidïo evalidade s:o 

deenormeimportM cia.Em contraste,em situaçœ sclfnicas,o prindpalobjetivo ë 

determinarasdiûculdadesexm rienciadaspelo clientee efetuaralgumamudançanestas 

dificuldades.Isto porsuavezrfqueridentiflcarcomportamentos-alvo,hipotetizar 

varivekscontroladoras,Rledonarumaestratë#adetraumento emonitorarosefeitos 

do tratamento (Nelson eHayes,1981).Alëm disto,énecesso o quesedesenvolvaum 

sistema deobseru çfo quetragaàtona,edeformaiépida,osproblemnqdo cliente. 

NaInstituiWo em queestetrabalhoserealizafoielaborado um sistema de 

obseruçfo com osseguintesobjetivos: 

Objetivœ : 

A.Em xlalo ao a1= 0: 

SETOR DE MODIFICAG O DE O MO RTAMENTO 

1.Observaro comportamento do aluno nasdiferentessituaças(sala deaula, 

pftio,etc.),qlmndo solidtado mlo professor. . 

2.Solidtarre/stro do comportamento inadequado do aluno ao professor. 

3.Analisarosdadosdisponfveis(em termosdeambienteffsico,propRnuWo, 

medicamento,interaçfo com o profesor/auxiliarecolegas). . 

4.Elaborarpropamasde m odificaçIo ou alterarsituaça sdeacordo com os 

dados.

271 

5.Observazo efeito do propama sugerido no com portamento do aluno. 

6.Rewremodiscar@ necessoo)osprocedimentosdo prom mn. 

B.Em relaWo ao prof- or: 

1.Observarinterawo professor-aluno. 

2.barçfeedback'sobreo queest;afetando ocomportamento adequado/inadeqm 

dodo aluno com basenosdados. 

' 

3.Treiné-lo ausarosprocedimentossugeridosnopropamae a faarosregistrosdecontrole. 

4.T>arççfeedback''sobreasua adequaçïo ao usaro procedimento. 

5.Orientarediscudrleituzasem rehlo aostöpicosrelevantes. 

C.Em relalo a Coorz- alo N cœduœcionaleequim técniœ: 

l.M antd-losinformadosdosprocedimentossendo utilizadoscom osaltmos. 

z.propidardiscmsïosobreadequaWo de tëczlicasdemodificaçzodecomportam 

ento. . . 

3.Estabelecerem conjunto,critériosparainterupWo do caso,tlsodetécnicas,etc. 

D.Em mlalosaosm is: 

1.Solidtarentrevistapazaesclarecimento dedlividas. 

2.Informf-losdoproœ dimento sendo m ado easrazöesdeste. 

3.Orienti-lossobrecomo a#rcom osinadequadosdeseu flho,seestesestiw 

rem ocorrendo em casa. 

. 

Ospeddosdeobservaçâo sro encnminbadosm lospröpriosprofessores,pais 

e/ou qualquermembrodaequim ttcnica.E sesm didoss:o feitosa'tmam ssoaesm cfllœ 

dacoordenaçïo quevai,in loco,observaro problema levandoconsigo umafolha 

deregistro (Anexo 1),ondeanotar; dadosgeraissobreo ambienteffsico nomomento ' 

daobservaçâo (disposiçâo dascarteiras,nt?dealunospresenteseatividadesrenlizada 

porcadaa1=0)efaréadescriçâo daobservalo.Ao terminaraobservaçâo,o coordenador 

faz nm resllmo desta,destacando asinformaçœ srelevantes,levantando sua: 

hipötesesacerca da situaçâo,anotando asdlividasquepredsam sereliminadas,bem 

como asorientaçöes(maisgeraisem'gentes)dadasao profesore/ou auiliar. 

Sea queixadizresm ito acomportamentosinadequadosdeum ou Wriosalu-. 

nos,além da observaçâo descritaaeima,o profesorrecebeumafolhaderesstro 

(Anexo 2)onde,porumaxmana,re/strar;osantecedenteseosconsequentesdeste

272 

comportamento.A m rtirdaf,analisaie em conjunto osdadosdo professore do 

coordenador,hipotetiza-se as provévek variveiscontroladorase se estabelece uma 

estraté#adeintervençfo.Quasesempre,paraestabeleceresta intervenWo 4neœsso o 

renlizxrpequena entreetascom outrosprùflsionaisquelidam com oaluno ttaiscomo 

mëdicos,ssioterapeut%,fonos,terap:utaocupacional,etc) ou com ospais,alm 

deesclarecerdlividaseadeqlmrosprocedimentosdeintervençïo.Entâo,novasobservaçœssIo 

feitasmlacoordenadoraem saladeaula,agoracom o objetivodeverificar 

aaplicaWo eefidcia proposta.Com o mesmo objetivo,oprofesortambdm continua 

regstrando o comportamento durantetodo o tratamento. 

Umavezanalisadososdadoseproposto um progamadeintervenWo,.as'ua 

implementaçfo ocorrer; atravdsdediscussâb,modelo etçfeedback''.O coordenadord 

entfo responsâvelpordiscudro programa com o profeuor,darmodelo em saladeaula 

decomo aplid-lo,asistiràatuaWo do profesorecomenté-la.Além diso,semanalmentee1e 

farâobservaçôesnassalasdeaulaem queproœ dimentosesm daisestiverem 

sendo ul izados. 

Nafasedeimplementaçïo do programa,outru folhasderegistros:o utilizadaspelo 

coordenadorem lo professor,visando facilitaracoletadedadoseao mesmo 

tempo,tom f-la m aisesm cfhca. 

. 

A folhaderegistro (Anexo3)1m exemplo do tipodere/stro feito pelo 

coordenador.Nela,e1eanptar;o comportamento (adequado ou nro)do profesoredo 

aluno em cadaintervalo de10 segundosdeobservaWo. 

A folhadere#stro (Anexo 4)4usadapelo profeuorparadetedaro momem 

to do diaem quehâum atnxndeocorrênciaaltaou baixado colportamento sendo 

m odilkado. 

Todosospasosseguidos,desdeaidentiûcaWo do comportamento - alvo 

até osresultadosobtidoscom o procedimento,s:o anotadosem uma schaesm dal. 

Com isso se obtdm um dossi:doaluno ellmamedidadequaisprocedimentosestâo 

sendo utilizadosnainstituilo.Fastedosiêëapresentado ediscutido em reuniöesde 

equim técnicaeentrevistascom paise/ou médicos. 

Am nas,como curiosidade,recentementeintrodux'mosna instituiWo lnu novafolha 

deregstro especfkapara asalunasadolescentes.Estafolhafoiintroduzida 

Porque' , com muitafreqûdncia iniciévamoso mrcursodescrito anteriormeniepararesolvermosproblem 

% decomportamento e no meio do cnminho elesdesaparedam . 

Nossasobservaçœsmostraram entâo que,com essapopulaWo,muitasveas 

os comportamentosinadequadosparecem estarligadosao perfodo menstnul,sendo 

portanto,necesse o obseM -lo edescrevê-lo melhor. . . ' . 

Observaçlo dlîtilno diaa diadainstituilonïo sö para avaliarosprogramas 

de modificaWo de comportamento,como tambëm para verilcaraadequawo dœ 

procedimentosdetreinoacaddmico esodaleo desemm nho dosalmosnestesproœ - 

dimentos.Am sardaobservaçâo serumaferramentanecèsso aem todasasatividades

273 

dainstituilo,saberusi-laé.1m ponto crudal.Tra- doum paralelo,creio queo observadordevesecomportarnasitualo 

deobservaçfo como o tdcnico defutebolo faz 

aoas'sistiro jogo desua selelo:esteolha o jogo procnmndo asfalhaseatlqndo pal'a 

modificâ-la .Seu comm rtamento ëdiferentedo radialistaque,apenu transmiteo que 

V :. 

' 

Refeëndas: 

Kohlenberg,R.J.e Tsai,M.(1987).FunctionalAnnliticPsychotherapy.1n:N.S.Jacobson (Eds.). 

Psychotheraphtzfa ClînicalA ccffee-Cognitiw JnJ Behayioral'ero ecf#ez,New York:Gum 

ford W ess. 

Nelson,R.P.and Hayes,S.C.(1981).NatureofBehavioralM sessment.In:M.Hersen and A.S. 

Belack (Eds.).Behavioralassessment:A HaeticalHandbook.2a.ediWo.New York:Pergamon 

Press. 

Windholz,M.H . (1976).O usodaObsenaWo num Prop'amadeModificaçro deComportamento, 

Ciêncîa e t'klrlzm,Vol.28(1),35-39. 

' 

m ndholz,M.H.(1987)..A Promoçâb dePesquisasem Instituiçdes:Sua Import

274 

ANEXO 1 

FOLHA DE OBSERVACAO EM SALA DE AULA 

SALA: PROFESSOR: ( )MANHA ( ) TARDE 

ALUNO: 

AUXILIAR: 

DATA DE OBSERVACAO: / / OSSERVADOR: 

AMBIENTEFfslçp 

PESSOAS PRESENTES:PROFESSOR Anotar neste espaço a disposé APXILIAR ( ) 

çqo ffsica das carteiras/alunos'/professor 

e auxiliar. * Alunos Atividade realizada 

pelo aluno no inlcio 

da observaçJo. 

1. 

2. 

3. 

4. 

5. 

6. 

INfCIO DA OBSERVACAO: HS TfXfINO: HS MIN. 

DESCRICAO DA OBSERVACAO 

Resumo da observaçâo: 

Informaçses relevantes: 

Providincias a tomar: 

. orientaçio p/professorese auxiliares: 

Programa demodificaçïo:

275 

m XO 2 

PROFESSOR 

1.kedidosdeobservaçEodecomportamento inadequadodealunosserinaeeitosquando 

acompanhadosda fnlha de registro com definiç:o do comportamento-problema e dados de 

LinhadeBase (pelomenosde3dias).Paralssousa-seafolha (anexo 1)ondedeve 

exlstir dadossobre: 

. nome do aluno 

. comportamentoproblema ou inadequado 

. dia e hora daocorrincia do comportamento prnblema 

. descriçïo das situaçses antecedentes,cnmportamento esituaçâo consequente. 

Ex: 

NOME:GISLENE 

COMPORTAHENTO:JOGAR OBJETOS E AUTO-AGREDIR-SE 

' 

D1A IHORA ANTEDECENTE COHPORTAMENTO CONSEûUENTE 

' 

9/4/87 9:50 sentadaem sua mesa Jogouos Jogosno fizsinal denâo 

com 1Jogo.Levan - chio ecomeçou a epus suasmios na 

. i tou-se ' e pegou outr: se bater pr imeiro mesa . Retirei brin- 

. tapas no braço.dâ quedos.Ficou sem. 

pois beliscses e 

depoismordidas

m XO 3 

. 

lDl1EDOALUNO: DATA: / / OBSERVADOR: 

SITUACAO: INICIO: HS TIRMINO: HS 

1 ? .3 4 5 6 8 9 )0 )) 12 13 14 15 16 17 I 

. 

)8 49 ac 21 22 l 

< 

' 

DENTRO DA TAREFA 

?DEIOADO 

# FDRA DATAREFA ' 7 

. 

q < I 

* N C A ' . 

T () E 

. 

H 9 n . ' ' . - 

k . A . 

8 p 

' 

0 . 

: VERBAJ pcslTlvA 

T C'A- NEGATIVA ' 

S ; g rEs. 

g: CONTA- T0F1 P0sITIv0 

- ' 

b : 

8 o. 11C0 

NEcAylvo 

' . 

' 

' 

. - - - 

s 

. 

1 

F5IhBIPADA C0M10 SEGUNDOSDEOBSERVACAO 

5SEGUNDOS DEREGISTRO

277 

m XO 4 

FOLHA DE REGISTRO 

NOHE: PROFESSOR: ' 

DATA: / / 

8:00 ' ' 

30 

9:00 

30 

J0:00 . 

30 

T 11:00 

% , ' 

E 30 

= . 

R 12:00 

30 

: 13:00 

Q 

k! 30 . 

c 

J4:00 

30 

E 15:00 

: 30 

S 

5 16:00 

30 

X . 

' 

17:00 

30 

l 

S T û 9 S - S T 9 Q : s 

DIAS 

CONSECUTIVOS 

r-l TAXAZERO 

ot' 

TAXA BâIxA= 1 OCORRINCIA 0U EPISIDIO 

TAXA ALTA =I'KISDE Lr'? OCORRZNCIA 0U CPISIDIO

INSTRUMENTO DE OBSERVACAO DA INTERACAO 

MAE/CRIANCA C0M LESAO CEREBRAL 

LOCIAVII.ADm O BRAGA 

HùspitalSaraKubistichek -Brasflia 

& teestudo seprop& a apresentar1Im Kstrumento deobservalo daintera- 

Wome/criançacom diaD östico delesro cerebral. 

A interaçro mïe/flho foianalisadaa partirdo modelo bidiredonaldeefeitos 

propostosporBel(1964).Esteautorpropseum modelo didftico ondeenfatiza a 

necessidade dex consideraztanto oefeito dospaissobreosfilhoscomo ainfluência 

do comportamento dosflhossobreospais.Mos(1967)asrmaqueacriançatendea 

agirdeformaa aumentarou diminuiro pau deestimulalo oferecido m lo ambiente. 

Assim,acriançaseriauma fontedeestfmulosparaam ïeao m esmo tempo em queesta 

ëlxmafontedeestfmulosparaacriança(Rappaport,1981).A reciproddadena interaçâo 

mre/criança tem sido enfatizada pordiversosautores,como porexemplo: 

Rheingold,1969;Eta 1eGerwirtz,1967;Brown,1975;Ainqwori eBell,1974. 

Com o objetivo deavaliara interalo mre/filho,foicriadoum instmmento 

commsto porumafichadeobservalo diretado comportamento (em anexo).Estifichaëconstitufdapor4 

categoriu amplas: 

- amfeconversacom acriança em contato facea face; 

- amrebrinca com acriançaadequadamente; 

- a mfe acaricia o f'tlho obtendo respostasodalmente considerada. com o 

t'(lsitisra*'; P 

- a m:e toca ou m ovimenta a criança. 

Estascategoriasemergram apösobservaçâb descritivade20 casosnum total 

de200 minutosdeobservaçfo. 

O critddo bisico considerado paraosregstrosde interaça sdarespostada 

criançaao comportamento da mre,namedidaem queo estudofoibaseado no m odelo 

bidiredonaldeefeitos. 

' 

' 

Pormotivosmetodolöscosascategoriasreferem/eao comportamento materno,no 

entanto estessroregstradosnafichaapenasquandoseguidosdeum compor- 

Anmento dacriançaeçconsiderado socinlmentecomo positivo''. 

Osre/strossfodo tipo çintervalosdetempo deobservalo'registrando/e 

am nasseo comportam ento ocorreou n:o nointervalo deum minuto.Nestaficha de 

observawopodem serre#stradosno mdximo4 comportamentosporminuto,cada 

qualem umacategoria.Paraavaliarainteraçâo mTe/criançaéimportantefazerno 

mfnimo3observaç& sdecadadfademfe/ftlho com distância de15 diasentreelas,vi- 

279 .

280 

undorlimlnuirainludncia defatoresrslacionadosamomenti!especficos(como: 

hlmor,problem% 'm soais,etc). ' 

Com oobjetivo deverilkara concordâncianaobservalo dascategoriasde 

interaWo,foiretiradaumaamostraaleatöriade20 casosdecriançascom parnliqiacef 

rebralondedoisobservadorespreenchernm simultaneamentellmnIichaparacadacaso 

(observaçasde10 minutos).Nestaamostrafoiencontrado 1m fndicedeconcordM cia 

de85% entreosdoisexnm inadores. 

' 

. 

' ' : . 

Referência : 

AinsWorth,M.S.,Bel,S.InfantMotherAttachmentand socialdevelopment:socialization asa 

productofReciprox Responsivenesstokignals.In:RichardsM.P.M.n einteratiqn of a 

c/lfl, into a socialworld.1974. . 

Be2,R.Q.Stv cturingpa'rent-child interactionsituationsfordired observation.Chîld Dewlopment. 

Brown,J.V.Interactionsof black innerdty m otherswith theirnewborn infants.Child Development,46 

:677-686,1975. ' ' ' 

Moss,H.AJSex,age and sute asdeteiminantsof mother-child interactions.M errilêalmerquarterly. 

13 (1):19-36,j=.1967. 

, 

. ' 

Rappaport,C.R.jFiori,W.R.,Herzberg,E.W Infdnciafnfckl.'0 'eâd'esuàMie.(vol.2).S:o 

PAl1O # EPU # 198 1. ' ' 

Rheingold,H.L.TheSocialandSocializingInfant.In:Goslin,D.A.Handbook ofJocfalfzcrfoaand 

Research.Chicago,Rand McNally and Company.1969.

281 

NOME: 

NO.deIdenticalo: 

Data: Hora: N O . daobservawo: 

Observador: 

M 

M çâo MXE/CRDUNCA 

Categon'nA: Tempo: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 

1.A mâeconversacom acrianç,à em 

contato faceàface 

2.A mre brincacom acriança 

adequadamente 

' 

3.A mâb acariciao ftlhoobtendo 

respostapositivadacriança 

4.A mre toca ou movimenta a criança . 

deform aadequadaàssuaslimitaçöes . 

m otoras

SIMPöSIO 9 

CAPACITAG O DE REOGKOSHUMANOS EM EDUCACIO 

ESPECIAL 

- A formaçâo dem squisadoresem educaçïo esm dal. 

D ilaRegina dePaufaNlmes 

Treinamento de paraprosssionais em educaçïo especial:sistema de 

m onitoria. 

MariaAmdiaAlmeida 

- A formaçâo deprofessoresespecializadosnoensino de defidentes. 

SadaoOmote

A FORMACAO DE PESQUISADORES EM EDUCACAO E4PECIAL 

LEIIA REGINA DE PAULA NUNES 

UniversidadeFederaldeSâb Carlos 

A formaçâo de recursoshumanosem educalo especial,no Estadode Sâo 

Paplp,reçebeu novasdiretrizesno infcio da.ddcadade70 quando aDeliberaçâo no 

15/71doConselhoEstadualdeEdupxâo pasou aexigirafprmaçâo universito apara 

professpresde ensino especial.Surge,entâb,ahabilitaçâoem Educaçâb Espedalnos 

CursosdePedagosa,oferecidainicinlmente porinstituiça qparticularese,apartirde 

1977,pelasescolasestaduaisdeensino superior(Omote,1988). 

. 

' ; . 

Se,por um lado,nesie dispositivo legal,erareco'nhdcida anecessidade'de 

melhorhabilitaro educadorespecial,poroutro,eralevantada,indiretamente,aques- 

' 

. 

tâodapröpriafonnaçâb do docentelmlversitirioresponsâvelagora pelaqualificaWo 

desteprofissionalzFoicom 'o objetivodeatenderaestanovademandaqueo Centro 

deEducaw oeCiénciasHumanasdaUniversidadeFederaldeSâo Carloscriou oProgramadeMestrado 

em Educaçâo Especial(PMEE)em 1978.No intanià,4 1seu projlto 

deimjlantaçâo,nâo sö >carênciadedocentesuniverlitâriosfoiconsiderada. 

Observou-setnmbëm aextremaescasseztanto depesquisanaâreaquanto?d , 

emodelos 

inaisade'qua'dosde atendimento eeducaçâb deindivfduosespeciais.A isto seacrescentaacazdnciakeassesoramenioespecinl,zado 

àsinstituiçzesexistenteqeairpplanta- 

Woeexecuçâb deprogramasnovos,oficiaisounâb,naéreadaEducaçâbEspecial 

(Souza,Guidi,Prado & Prado.lr.,1982).Destaforma,apartirde lmaformaç:opolivalçnte,'pretendia-sequeestesmestresfossem 

habilitadosaformarrecursoshum anos, 

desenvolver pesquisas na frea,aḷëm deassessorarprogramasindividuaiseinstitucionaisdeEducaçzpapecié.Aoiongodestesàezanos,oProgramakeMestradoda 

UFK ar,credenciado em 1985,formou 48mestresem EducaWoEspecial,contou com 

oenvolvimentodequ%e40docentes,tevesuaestruturainicialreformtladaetem liéo 

e1epröprio objeto deinvestigaçâo. f .. . . 

Trds estudos,que tivyram o PM EE como principalfoco de atençâb serïo 

. 

' ' . . . 

' ' . 

apresentadosaseguircom o objetivo defomecersubsfdiosparaposterioresreiexàes 

sobreaformaçâo do m squisadornafrea.O primeiro sereferea descriçfo dealgum as 

. 

. 

dascondiWessob asqlulsestesmestresfomm formados. x;j alisando informaçöes 

relativasao peyfddo de1978 a19b7,Dias,Goyos,Ferari,DaIAlba?SantoseOmote 

' 

.(1987)conclufram que:i.A produwo2% disertaçassàsursu,demueiraçrescente 

. . ' . . , 

itmiforme,cinco >ùosapöso infciodo 

. 

Progrsma,perfodoquecoincidecom o prazo 

. , 

. , 

regulrmentepreviàto.2.A maiorpartedas dlssertaW ' esfoiorientadaporprofessores 

m rmnnentesdo Programa,osquaispossufam vfnculo empregatfdo com aUèK ar. 

285

286 

. . ). . . . 

3.Houve lnu tenddnciaaredulo do tempo necessirio paraconcltliradissertaWo 

(tempo entreamatrfcula eadefesa).4.O nimero dealunosbolsistasaumentou apartirdosanosde 

1982 e 1986,princim lmentedevidoao allmento debolsasoferecidas, 

pelo CV q eCAPES nam odazdadededemandasocial.5.O mimero dealunosmatriculadostem 

sereduzdo,maso'nûmero dedesistentes'tambdm seguiu a mesmatendéncia.(Cabeinformnraquiqueem 

1988 houve l1m novoaumento namatrfculade 

alunos). ' . 

O segtmdoestudo;igunlmenteconduzidoporDiaseral.(1987),tevepor 

objetivo descrevercomo osautoresdasdisertaça ssereferiram aoslocaisem queseus 

dadosfornm coletados,asfontesdestesdadoseaosobjetivosde seusestudos.Utilizmndo 

38 dissertaçôes,como fonte de dados,osautoresrevelaram que:1.Houvelxma 

variedadedelocaisondeosestudosforam realizados.Contudo,o'localmaisfrequente 

foiasaladeaula tanto deescolasespeciaisquantodeescolàsreglzlares.Outroslocais 

escoN dosfornm a residênciadossujeitos,instituim esbeneficentes,clfnicasou centros 

de'reabilitaçâb,laboratörio da UFscarecomunidade . 2.A fonte dedadosm aisfrequentemente 

usadafpram crianças,seguida deprofl ionais,pais,alunosedocumentos 

geral (esc al as!es i tes , artigos,legislalo,curfculos,planoseprogrnmas'deensino).3. 

Dentreascriançasqueservirnm como lujeitosdehwestigaWo,asportador% deSfndromedeDown 

eoutrascom atraso nodesenv'otvimento'foram asmaisnumerosas.Criançàsde 

primeira série e de fam fliasdebaixarenda,portadorasde deficidnciaffsica, 

criançascom repei:nciaescolar,com erro naarticulaçzo defonemasecriançasnormaisestiveram 

tambëm representadas.4.Osprofissibnaismaisfrequentementeconsultadoscomp 

fontededadosforam osprofessores,seguidosde outrosligadosââreade 

ensino,à ireadasaédeepsicölogos.5.Asinvestigaçöestrataram dos'seguin'testemas , 

apresentadosem ordem decrescentedefreqûência:a)questöesreferentesaaspectosde 

ensino-aprendizagem,b)caracterizaçâb deposturas,açôesou interaWesespecfficas, 

c)aspectosrelativosâdinn-micainstitucional,d)formalo ouatuaçâb de profisionais, 

e)aspec tosrelàtivosao desenvolvimento decrianças,9 àisclzssâb do conceito'dedefb 

ddndasmentkleg)anâlisedequestGesverbaise lingufsticu. 

Noterceiro estudo,Duran,Toresan,GoyoseTtmes(1985)analisarnm o conteûdo 

dasemendaseobjetivosdasdisciplinas,â 1uzdaestruturaglobal.do Progrnma,e 

conclufrnm que:1.O contelido dealgumasdisciplinasera excessivamenteabrangente, 

n:o permitindo o aproftmdàmento esperado.Oscritëriosempregadosparadiferenciar 

disciplinasde concentraç:o e complementareseram nebulosos.2.Ạ pade curricular 

era rf#da,difkultando introduziralt4raçöesnecesH asem funWo de mudançasinfraestruturais.3.AspectosrelevantesdaEducaçfo 

Especial,como aquestâo da institudonalizaçfo,nâb 

eram devidnmentetratados.4.A fonnaWo do pesquisadoredo tëcnico 

especialista assim como 'a do docente urtiversito o vinha se processando dem odo 

incompleto.5.O Programnvinha sendo cursado como setivesseduasetapasdistintase 

independentes - asdisciplinaseadissertaçâb.6.A aproximaWo do mestrando com

287 

seu orientadoroconiaq'lnKesemprenestesegundo momento,restringindo-seassim as 

oporpmidadespara '1m mehorajusteentreosinteressesdeambos.Fwstaimportante 

tarefado orientador,qualsejaa deformaro pesquisador,era,destemodo,realizada 

solitariamenteeem exfguo perfododetempo. 

A partirdestasconstataç&s,procedeu-seareformulalo daestrutura efuncionamentodo 

PM EE,contando com acolaboraçïo detodososdocentes.Asdiretrizes 

norteadoru destareeestruturaçâo s:o apreientad% a seguir.a)Asdiscipinasdevem 

envolver atividadesque efetivam ente ca'pacitem o mestrando a atuarcomo tdcnico 

especialista,formldorderecursoslrlmanose,sobretudo,pesquisador.b)O eixocentraldaformalo 

desteprofisional,com triplaatribuiçïo,devesevoltarparaosreais 

problemasdaEducaçâoa pecialno Brasil.c)H;queseconsideraz,nestanovaestrutura,aspeculiaddadesdosrecursoshllmanosexistentespotencializandoo 

aproveitamento 

dosmesmos.d)A estruturapropostadeveserflexfvel,demodoaatenderanovas 

exigdnciasoriundasnïo somentedaprp 6 riaevoluwo do coo ecimento quanto das 

' 

mudançasconjunturaistro frequentesnaltniversidadebruileira. . 

O elemento bisico destapropostado chamado nûcleo dem squisa.O nicleo 

ëentendido como z:m pupo deprofessorese alunosreunidosem ftmlo delzma linha 

depesquisacomum,visandoao desenvolvimentodeprojetosindividuaisegrupaisde 

investigaçâo vinculadosaessalinha,eaformaçâo de novosm squisadoresatravtsde 

sua pazt iciaç:o p , nesesprojetos,em diferentesgraus,sob aorientaçâb de'tm dos 

professoresdo nlicleo (Plano de Reformulalo da Gtrutura eFuncionamento do 

PMEE,1985,p.5).Ostrabalhos,dosalunoseprofesoress:o articuladosem funWo 

deseu nflcleo depesquisa.1.1: atividadesdesenvolvidasdeacordo com exigdnciasgerais 

do Propama,que sfo,deste modo,compartilhad% portodososalunos,enquanto 

outrassro selecionadasa partirdasnecessidadeseinteressesdecadanicleo.O altmo 

j;começaa% envolvercom seu pröprio projeto depesquisa,sob aorientaçfo dos 

componentesdeseu nlcleo,j;no Rgundo semestreletivo.IM acordo com a nova 

'estrutllrn cunicular,asatividadese disciplinasestâb divididasem trlsgrupos:introdutôrio,fundamentale 

complementar.No plimeiro s:o relnidas asatividadesque 

permitem adiscuss:o de questöesbisicasdo conhecimento'cientffico,deconieitôs 

fundamentaisem EducaWo Fwspecialido estadodaarteda Educalo a mcialno 

Brasil.O segundo pupo envölveatividadesdiretamentevoltada à formaWoparao 

ensino eparaam squisa.O terceiro 'grupo reûneatividadesquepreenchem lacunasna 

formaç:o dosalunosé/ou amplilm asuaformaWo em ireasdesuaopwo.Atunlmente, 

o Programaest;composto porcinco nlkleosdepesquisaassim denominados:preven- 

Wo e intervenlo em educaçro especial, Institudonnlizalo do indivfduo especial, 

' 

Processosbisicosdeaprendizagem ,Priticaseducativas:processoseproblemaseAn;- 

lisedeprocessoseprocedimentosem instituiçsesllniversitirias.Encontram-seenvolvidosnestesnécleos40 

alunose21professores,com diferentespausdepaztidpaWo. 

A grandemaioriadosdocentes,entretanto,oferecedisciplinaseorientadisertales, 

além dedesenvolveratividadesdeextens'ro junto àcomunidade.

288 

' 

Um areflex:osobreasano sesrelatadaseapröpriaexm ridncia como professora 

do PM EE revela que tem havido,porparty do corpo docente,lxma constante 

preocupal o em avaliarsistem aticamenteo Programa.Estasavaliaçöestem provocado 

mudançasqueparecem tanto favorecero alcancedosöbjetivosdeformaçâodo pesquisador,dodocenteedo 

especialistaquantôo demelhoraproveitarosrecursoshlxmanos 

disponfveisnaUFK areenioutrasImiversidades'com oa FFCL Ribeirâb Preto -UV , 

aIJNEV de'M arlia eaUniv . Estadualdetondrina-pesquisadoresdestasinstituiçöes 

tem sido incorporadosaosnécleos,participando dosseminfdosdepesquisae orientandoteses.A 

atualestmturado'.programatem éroporcionadooenvolvimentojrecoce 

dos.alunoscom 'pesquisa,oferecendo-lhesoportunidadedetrabalharcomo assistente 

junto adocentesdo seu'nlicleo.œ stemodö,o mestrandoajreildeapisquisarm squisandocomo 

um membro efetivo deum gm po detrabalho.O crescentemlmero de bolsaxtem,evidentemente,favorecido 

adedicalo integraldo aluno ao Programa.Este 

contato contfnuo e sistemitico entre.alunosedocentespropicia um maior.conhecimento,porpartedo 

orientador,dashabilidadeselimitaçGesdo mestrando,facilitandoassim 

atarefadeorientaçâbdadissertaçâb.Em quepeseasvaniagensdaorganizaçâoem 

'nlkleos,reconhece-se'anecessidadedemaiorintercâmbio entreosmesmossob 

m na de esfacelamento do Program a. . . 

' ' 

. A realizalo anualdosCiclosdeEstudosdo PMEE tem promovido maior 

aprozmalo do Programajunto aoutrosmsquisadores,ainstituiçöesdeensinoespecialeaosörgâbsgovem 

amentais.Alëm deofereceroportunidadeparatreinamentodo 

aluno em apresentaçâb detrabalho cientfsco,o Ciclo favorece,sobremaneira,adivulgaWo.daproduçfo 

discentee docentedo Programa.OsCiclosvem setransformando, 

aospoucos,em verdadeiro forum deanâliseedebatesobreosproblemasdaEducaçâo 

D pecial,contando a cadaanocom crescenteparticipaWo.deprofissionaisdevârios 

estadosbr%ileiros. 

. 

A fornmçfo do docentetmiversitido,um dosobjetivosdo Programa,poderia 

serrealizad: fde formamaisadequada,seo inestrando tivesseoportunidade realdeoferecer,nojseustm 

imosxmestres,sob a orientaWo dedocentesdo Programa,cursos 

deextensâb edeespecializaWo aprofessoresedemaisparaproûssionaisdaEducalo 

Especial-.Do mesmo.modo,'a formaWo dotëcnico especialista ganharianovo impulso 

seao currfculo fosseihcorporadaaprâticadeensinodeexcepdonais,obrigatöriapara 

todososalunosedevidnmente supervisionadapordocentesdosnlkleos . 

' 

Finnlmente,deve-seincentivaracontinuaçâodeestudosqueterlham o PMEE 

como o pröprio foco deatenWono sentido dégarantir-lheum constanteaprimoramento.Cabeinformaraquiquepresentementeduasdestasinvestigaçöesestâb 

sendo conduzidas.Naprimeiraanovaestnzturaefuncionamento 

do Programaest;sendo avaliada 

a partirderelatosverbaisdosdocenteseatuaisalunos.A segunda objetiva descreverascaracterfsticaspessoaisdosegressosdo 

PM EE,hwestigarcomo elesavaliam variadosrpectosdo 

Programaecaractee arsuaatualvidaprofissional.Taisdadospermi-

289 

tirzo constatarseosobjetivosliltimosqueo Programapropôsestâb efetivamentesendo 

alcançados. 

Referências: 

Dias,T.,Goyos,A.C.,Ferrazi,C.,Dall%Alba,L.,Santos,L.& Omote,S.(1987).Caracterizaçfo da 

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Organizaçfo e perspectivas - Relat6rio cumulativo 1978-1982. S.Carlos:Universidade 

Federal-

TREINAMENTO DE PARAPROFISSIONAIS EM 

EDUCACAO ESPECIAL:SISTEMA DE MONITORIA 

MARIA AMEIJA AIMEIDA 

UniversidadeEstadwqldeIxmdrina 

A mnioria dosprofessoresreclamam da faltadetempo paraoferecermaior 

a istdncia àscriançasqueenfrentam dificuldadesem saladeaula.O go,umnestratéga 

queprofeuorespoderiam empregarparamelho!atenderàsnecessidadesindividuaisde 

seusalunos,seriaouso desistemasdemonitoda. . 

A literaturavem mostrandoquecriançastem ensinadooutrascriappsatravës 

dahistöria.Segundo Wright(1960)eviddnciasbem domlmentad% mostram sistemasde 

monitoriaJâbem estruturadasdesdeasEscolasHindusdo 10.sëculo,ao professor 

Romano Quintiliano que em seusescritosno çlnstituto Oratôria'jéindicava que 

crianpspodem aprender com crian- mais velhas.No sëculo XW I,Comenius,na 

triditica Magna'resaltava 'aquelequeensinaoutro,ensina a simesmo'(Gartner, 

1971). . 

No infcio do sdculo M X,a Iilosofiadeenvolveralunosno processo deensinarteveum 

impacto muito fortena educaloBritoica.O sistemadeBel-lancaster. 

tevesuaorigem no trabm o desenvolvido porAndrew Bel,em Madrasnafndia.Os 

relatöriosde Bell,publicadosem 1956,indicaram queo uso de criaaçasmaisvelhas 

paraensinarasmaisnovas,nâb am nasfoibem sucedido ao oferecerinstruWo elementar,como 

também melhoraro comportamento dosalunos(Alen,1976).O sistema de 

Belfoientâb aceito entusiasticamente porJoseph Tmncaster,que oadotou em sua 

escola.Nessesistema,o proferorinstrul'aum grum dealunos,queporsuavezajudavam 

ascriançasmen6resem suasliçöes(Gartner,1971).O sistemademonitoriateve 

um randeimpacto intem adonal.Pormuitasddcadas,no sëculo M X,a filosofiade 

uncaster,recebeu pandeaceitaWonaorganizalo deeducaç:o em massaem ve os 

pafses(Ka1t1e,1973).Aofmaldo sëculo M X,no entanto,o sistemademonitoria c0- 

meçou aenfrentarproblemu.A maiodadasescolasusavam estudantescomo professoresporrazœ 

seconômicas.Isso tevecomo conseqûdndaadeteriorizalo do sistema 

levando o mesmo ao descrddito total(França,1982). 

No infcio do sëculo M X,no entanto,apopuladdadedo sistemademonitoria 

ressurge.Muitoseducadoresao redordomundo começamm adesenkolverprogramas 

queenvolvia o treinamento 'decriançaspam enknaroutrascrianças.Na Unifo Soviëticaporexemplo,llma 

classedealunosadotava outra classedealunosmenores.Asesco- 

1% matemaisnaInglatera,e>m adotadaspelasescolasde2î pau,formando assim o 

tgrupo fnmiliar' * Em Cuba : foidesenvolvido o programaç'cada.lxm ensinaum ': 

nos 

291

292 

(, . . . . .... . : ' 

atadosUludos;snrgiram programascomoçMobilizawo par'aajuventude'ondealunosdeescolasde2î 

pau ajudaum ascriançasdaseicolasde1.vau erùsuastaref% 

decasa.Surgiu tambëm o piop'amatjuventudeensinando a juventude'ondeadolescentescom 

baixo rendimento escolareram treinadoseremuneradosparaagirem como 

tutoresdealunosdeescolasde1q grau'domesmo nfvelsöcip-iconômico:O progrnma 

tinhacomoobjetivoatenderaduasneœ sidadesdesesadolescentes:desemprego e 

baixo rendimento acad:mico. . 

Com alinalidadedeverificaratë queponto osprocedimentosdossistemasde 

monitoria tdm sido ûsadoscom prë-escolaresem EducaçIo Fwspecial,Almeida (1985) 

realizou Ilmnrevisro deliteratura,ondeanalizou 26 estudosexm rimentais . A autora 

concluitiquea maioriadosestudostreinou prd-escolaresnro delkientesmentaisaa#r 

como modelospara outzosprz-escolares,deficientesmentais.Em quantidademenor, 

crianças nTo delkientesmentaistambëm foram treinadospara ensinarseuscolegas 

deficientes mentais,âtravës de instigal o ffsica,verbale gestualb8,como mediar 

refdrço quando asituaçâo a im o exisa.Numaquantibademenorainda,ascrianças 

nâb d eficientestambël forain treinadas'pârainteràsrsocinlmentecom seùspvesnâb 

normais-'Almeida (1985),enfim concluiu queamaioriado'sestudos(+ de8O )treinou 

criançasnormaisaa#rcomo tutore:deseuscolegasdeficientes,cujaidade regulavacom 

asua.Portanto,pouqufssimosestudostreinaram outrosdeficientesa servirem 

comd tutores,b8m comopésoasmaijvelhas(adolesceniejeadultos)aagirem como 

u 

Em lmaoutrarevisrodeliteraturaM meida(1987)constatou queadolescentes 

com deficidnciaslevese moderadastambëm podem servirde modelo eensinar 

deficientesmentaisseveroshabilidadesdelinguagem evidadiâria . Quanto aosadultos 

delkientesmentais,aautoraverificou queelest:m sido treinadosparaagirem como 

paisadotivosdecriançasinstitucionalizada;serem melhorespais'paza seuspröprios 

flhos,ea faa rcompanhiaparam ssoasidosu .Asexperidnciasdestaautoracom relaçâo 

, ao tipo detrabm o acimadescrito,inicia-seincidintalmenteem 1981,quando a 

autoraconvidacriançasde5.a6 A !idrieparabrincarcom àscriançmqdaAPAE.Nessas 

brincadeiras ascdançasnormaiseram incentivadasaepsinarascriançasdeficientesa 

jogarbolaquiimada,futeboldesalfo,amarelinha,etc.Em pouco tempo,osalunos 

daAPAE,j;participaram dostorneiosdefuteboldesalâb,àolaqueimada'egncanas 

na'ddadejuntamente com asoutrascriançasnormais.Aospoucoà,alglmasdesu 

criançasforam levadaspara a saladeaula eem 1'983,Almeidarelataum estudo em que 

atravdsdelxmalinhadeBasemliltipla,umacriançanormalfoitreinadaa servircomo 

modelo paraHm acdança defiientenientalcom problemasWriosdelinguagem .l7urante'assesssejtreinamento,a 

criançanormalm odelava asresposta paraacriança 

defidentemental,queaimitava.O estudo demonstrou queacriançadefidentemental 

muito R benelkiou com o programallma vez que foram observàdosganhosacentuadosem 

termosqdelinguagem . ' ' ' '

293 

AlgunsanosdepoisAlmeida,Nunes,ShoreseWarren (1985)treinarnm trds 

a a ' 

adolescentesquefrequentavam a7 .e 8 .sëriesausarastécnica deensino incidental 

(Alm'eida,1988)duranteasrefeiçöesc01ntrdl'crianpsdeficientesmentaiscom atrasosseveros 

de linguagein duranteasrefeiçöes.Foidemonstrado queascriaàçasdeflcientesmentaismuito 

sebeilegcia'rkm com o program a,lzmavezqueaolu aldo mesmo,estavam 

falando m aiseipontaneamente,solicitando osutenslmose o alimento 

. . ' . . . 

' 

' 

. 

desejado usandoinclusive lmalinguagem maiselaboradacom ajnclusTod: artigos, 

adjetivosepreposiçöes. 

Com o objetivodereaplicaressesestudos,Almeida(1987.)treinou 3 deficientesmentaisadultosquetrabalhavam 

como atendentesnum aprë*scola paradeficientes'mentaisa 

tambdm uarem atécnicade ensino incidentalcom trêsprë/scolares 

defidentesmentaiscom atrasosseverosdelinguagem .Osresultadosdeueestudo foram 

osmesmosalcanpdosno.estudo anterior,ou seja,ascrianpsdeficientesmentniq 

também terminqram oestudo falando mâisespontaneamenteeostutoresdeficientes 

meritaikconseguiram usarastécnicasatravësdo tso demodelos,mandos,jnstrulo 

paraver balizarereform .Ao secompararo'sdoisestudos(tutoresadolesceriteietuto- 

resdeidentesmentaisadultos),adiferinçaesténa duralodecada lm.Ostutores 

defidentesmentaisleuram quaseo dobro do tempoparatfeinarseussujeitos,mas 

em tennosde qlmlidade,osgnnhosforam osmesmosqueosestudo com ostutores 

adolescentisnormnls. 

. : . . 

' ' 

. . 

Maisrecentlmente,Santos4Almeida(1988)treinaram trdsalunasdo 30.>no 

. . 

. . . . 

do curso dema#stério,queporsuaveztreinaram suascplegasdecl%seausarastdcni- 

casdo çt projeto MORE'etçajudagraduadarparaensinarhabilidadesdevidaiiria 

para6 criançasdelkientesmentaismatriculadasnumaEscola da APAE.()sresultados 

demonstraram osbeneffdosöbviosque cadacrianp recebeu,aldm dedemonstraro 

alto interesse,durantetodo o programa,porpartedasalunasdemagstdrio.Quatro 

dessasalunascontinuam' naAPAE como 'estaso as,poispretendem fnzmço examede 

seleWo paraingreso po pröximoano.Um outro fato interesante do estudo foiquea 

ano se de tarefausada m losalunosde magistdrio paza treinarosalunosa amarrar 

sapatosfoiadotadaporvériasprofeuorasdaescola,queâsvezm tçm diam um amâbzinhn''para 

asnormalistasqlnnto ao uso dastëcnicu .Flsaspoucasexm ridnciésvivendadaspela 

autora,demonstramm quetantocriançasnormais,quanto adultosdelkientesmentais,bem 

como tutoresadolescentesefuturasprofessoras'poder:o serperfeitamentetreinadospara 

atuarem como tutoresparacrian- deikientesmentais. 

Com Kso,osprofessoresdeescolasespecializadaqpoderiam contarcom miis 

essamâo-deebra,podendo desenvolvertreinamentosindividuaisem linguagem,AVD, 

eoutrashabilidadesnecessiriasdosdescientçsmentais.

294 

Refe/nm-nm: 

. : . 

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FORMACAO DE PROFESSORES ESPECIALIZADOS N0 

ENSIN O DE D EFICIENTES 

SADAO G OTE 

UniversidadeEstadualPaulista 

H;,no Estado deSfo Paulo,cerca de15cursosdeformnWo deprofessorde 

defidente,criadosapartirdo infcio da dëcadade70.E predso,entfo,examinarbrevemente 

o œ nârio de dispositivoslegaisedealpmqfatoshistöricosque determinou o 

aparedmento de taiscursos. 

Sob ainnYncia da lzi5540 de28/11/68,surgeo ParecerCFE n ? 252/69, 

onde amrece expressamenteaEducaWo deExcepdonaiscomo umadashabilitaWes 

esm cflkaspossfveisdo Curso dePedagoga.No Estado de S:o Paulo,a œ liberalo 

n P 15/71do Conselho EstadualdeEducaWo passou a exi#raformalo deprofesores 

dedeficientesem nfveldecursoszlniversitérios,o queresultou nadescontinuidadedos 

cursosqueatëentro formavam professoresespedalizadosem nfvelde2Ọ pau. 

Diantedeta1situalo edentro do climadeexpaflsfoda redepsrticulayde 

ensino sum rior,começaram asur#rosprimeiroscursosdeformalo deprofesorde 

deidente,todospertencentesaescolasparticulares.Osresultados'emm insufidentes 

qllantitativa eqlulitativamenteparaatenderàdemanda,sobretudo naredeolldalde 

ensino de1 o . Fau. 

' 

A sim,em 1975,um grupo detrabalho elaborou 1m estudo sobrea formaWo 

deprofepordeEducaWo Faspedal,concle do m laindicaçâo deproviddnd% urgentes 

no Rntido deimplantar,em 1976,aHabilitaçâoem EducaWo Eqm cialnasescola 

estaduaisdeensino sum rior.Fassegrupo chegou aelaborarumapropostacurriculaznas 

âreasdeœ fidentesMentaisedeDeidentesVisuais,propondo acrialo dalhbilita- 

Wo nngFaculdadesdeFilosofia,CidnciaseD trasdeFranca,Sïo Jo% doRio Preto e 

M arflia. ' , 

Com atwriaçâodaUniversidadeEstadual fa ulistaNtiliodeMesquitaFilho' , 

em 1976,reunindo asescolasestaduaisdeenénosum rior,foram extintososcm sosde 

PedagogadeFranca edeSïo Josë do Rio Preto.Faceà nova realidadeuniversitlria, 

foicriada,em 1976,aComiuâodeEducaWo Flm dalnarecëm criada IJNEV para 

tratardariformulaWo eadequaçâo do projeto apresentado poraquele pupo detrabalho.FwssaComissfo 

recomendou aimplantaçâo de 1m Centro deEduolo apecial 

naIJNESP,junto auma FaculdadedeEducaWo.O CampusdeMarflia,cujo Curso 

dePedago#an:o foraexintoquando dacrialodaIJNEA ,foiescolhido parainiciar, 

entâb,alhbitaçfo em Educaçâo a pecial.Auim,em 1977,teveinfdoalhbilitaWo 

naséreasdeDeldentesM entaiseœ ûcientesVisuais.Em 1980,foiimplantadaairea 

295

296 

deDefidentesdaAudiocomunicalo.Em 1986,foicriad? aHabilitaWo naéreade 

DeicientesFfsicos,porëm ilo foiaindaimplaniada,poisosdocentesnro puderam ser 

contratados. 

Osprimeiroscursosdeformaçïo deprofessoresdedefkientes,no Estado de 

SâoPaulo,surgrnm no infcio daddcadade70,vinculadosainstituiWesparticulares 

de ensino universitlrio.Dessefato decorrem algllmassituam esquedificultsm aadequadaformaçâodesesprofessores,conformeapontou 

Enumo (1985)em seu estudo 

sobreascaracterfsticasadministrativasecurricularesdoscursosdeformalo deprofessoresdedeficientesmentaisnoEstado 

deSâoPaulo.A autora apontou,entreoutras 

dificuldades,aformadecontratalo dedocentesporhora-aula,o queoslevaamanterem 

contato com aescolaealunossomenteno seu m rfododeaula;a all--nciadeprojetospedagöscosnampioriadoscursos;pouceacargahoririadeestâgiossupee 

sionadosy'cujaprâticaéaindamaisprejudicada,poksamaioria 

doscursosfuncionano perfodo 

noturno,enquantoqueflmcioriam duranteo diaasclassesespeciaisondeosalunos 

devem fazerparte1osestâgios;asituaçâo precâriadasbibliotecasdàmaioria dasescolas,com 

irrisöriabibliografiadisponfvelaosaltmoseprofessores. 

Essequadro sugére que aformaWo ileprofesoresdedelicientespodeestar 

longedesersatisfatériapara atenderàsnecessidadesdealunosespeciaisque,pordiferentej 

razöes,nâb sâb escolarizadosatravësdeprocedimentosde classescomlmKe 

preclam serencnminhados'àscl%sesesm ciais.Somadoaisto , hâinlimerosproblem% 

reiadonadosao pröprio diagnöstico da deficidnciamental,cujosprocedimentosde 

avaliaçâb eencnminhnmento comportnm m uitosproblemassociaisquefm qûentemente 

levam àidentificalo deltmacriançacomo deficientemental,em funlo decaracterfsticasquenâb 

t:m relaçâb com a deficidnciamental.Isto vem sendo amplnm enteevidendadoem 

diversosestudosrealizadosem diferentesddadesbrasileiras(Almeida, 

1984;Denari,lg84ipaschialick,1981;Roddgues,1982eSclmeider,1974). ' 

Nesseprocesso deidentiflcaWo etratamento distintivo dedeterminadosalunoscomo 

sendo deficientes,o profeuorprecarinmenteformado pode,atësem querer 

esem saber,funcionarcomo 1zm agentealegtimarsocialmenteacondilo eo rötulo 

dedeldentequesTo atribufdosàquelesallmos.Isto podeaconteceratravdsdapro ca 

pedagôgca do professoresm cializado que,acreditando estarno pröprio aluno esotene 

leasrazöesdo ffacasso escolar,acabatratandoe distintivkmentenaledida 

men 

em quelançamro derectlrsosespedaiscom opropösitoderemediarasdiûculdades 

quesu/ostamenteest'o no aluno.Semelhanteutilizalo derectlrsosespeciaispode 

signilicar,muitasvezes,1lm distancismento do aluno em relalo aclassescomuns.A 

eserespeito,noseu estudo sobreaidentifialodeproblemnsrelativosao atendimento,pelosrecursosdeEducalo 

Fysm dat,dastçnecessidadesdecriançasque,por 

dif i' rentes raza s , s;o exc 1 ul'd% dos'cursosregulires de ensino de pn'meiro grau'' 

(p.28-29),DaIPogeto (1987)concluiu queaclasseespecial,zom seusaltmosespe- 

: . 

ciaisepiofessoresm dalizado,sofreisolnmentotanto ffsicoquanto sodalno smbiente

297 

escolar,quea mantëm marginalizadano interiordaescola,constituindo um pupo à 

partedentro dacomunidadeescolar. . 

Esesproblemaspodem contribuirparalestimarsocialmenteacondiçfo de 

delkientededeterminadosalunosecriar-lhescondiçasefetivasparaa s'uamar/nalizawo.EssapreocupaWo 

sejustiûcaaonotarque,no estudo deDalPogetto (1987), 

' 

nâb severificou em nenhum dosprofessoresentrevistadosqualquerindfcio dequestionamento 

do processo educacionalcom o 1lm dospossfveisdeterminantesdofracasso 

escolar.Essesprofessoreslocalizaram ascamasdo frac%so escolarexclusivamentenas 

crianças,apontando esjednlmenteascondiçöessôcio-econômicasefamkh''aresdelas. 

Além disso,esseestudo apontou que,emboraalgtmsprofessoresentrevistadostivessem 

indicado como objetivodaclasse especialaintepalo do aluno deficienteâ clase 

comum,nenhum delesrealizavao planejamentodasatividadesdidâticasno infciodo 

ano em conjunto com o profesordeclasecomlxm.Possivelmenteem conseqïidncia, 

m lo menos em parte,desse procedimento,uma dasdm culdadesencontradas por 

ocasizo do encnminhamento dealunosparaclajsescomlmv,segundo todososprofessoresentievistados,éa 

nfo aceitalo daquelesalunosm losprofesoresdeclasses 

comuns.œ ssemodo,o dclo secompleta estabilizando esesalunosnacondilosocial 

dedeûcientes,pelo menosenquanto permanecerem na escola. . 

Muita coisa é necesso apara queo professorespecializado tenhacondiçb 

deatuarnosentido de reverter'esseprocesso detratamento dealuno com difkuldades 

escolaressimplesmente como aluno deficiente mental.2 necessirio,porexemplo, 

'removerasfontesdedificuldadesapontad% porEnumo (1985)em ielalo âmaioria 

doscursosdeibrmaç:o deprofessoresdedeficientes.œ vem sercriad% condiWesque 

favoreçam arealizawo demsquisasnaâreada EducaWo Espedal,demodo queaformaWo 

desesprofeuoresnâb precisebasear-seem um ntimero limitadodemanlnin 

quetransmitem conhecimentosnem sempreadequadosparao tipo deformawodeque 

. osnossosprofessoresdedeficientesnecessitam .Essésprofessoresprecisam atuarna 

redepliblica deensino de1? pau,quefuncionacom e acterfsticasinstitudonaispeculiareseonde 

vigem conceitosparticularesde deficidnciaedeEducaloBspecial.Os 

profesoresesm dalizadospredsam receberformalo queoscapacitea renlizaro seu 

trabm o dentro derecontexto institudonalqueseconstituinumafonte dedeterminantesda 

margnalizaçfo dealunosidentificadoscomo deicientes. 

A existdndadeum Curso dePös-GraduaWoem Educalo Esmdal(0 PropamadeMestrado 

em Educalo EspedaldaUniversidadeFederaldeSâo Carlosl,j; com 

10 anosde funcionamento e com apresenp cadavezma1 marcanteno cenârioda 

m squksaedaformalo depesoaldealto nfvelem Educalo Fwspedal,bem como a 

indpienteparticipaWo de outrasUnidadesUrliversito aspûblicas(aFaculdadede 

BducaWo daU> ,aUNESP deAraraquam ea FaculdadedeEducaWo daUNICAW I, 

além daUNESP deMarfliaqueJéftmdona h; 12 anos,naformaWo depm fessores 

espedalizadosno ensino de deidentes,podem indicaz alpmu possibilidade de se

298 

criarem condiçöesmaisfavoriveispam acapacitaçâo derecursoshumanosem Educa- 

W o Espedal. 

Refeëneuq: 

Almeida,C.S.Anâlise dosJfofwu deEncamînhamento de Alunosde Clzze:ComunsJ Clazses 

Fzpecflf,de F,col:PûblicasdeN v efro Grau.Sfo Carlos,Prop'ama deMeskado em Educa- 

WoEspecialdaUniversidadeFederaldeS:oCarlos,1984(DissertaçâodeMestrado). 

Da1Pogetto,M.T.D.P.Como ProfessorezdeClasseEspedalparaDefîcientesMentaisdaRede 

é'#rmflzlldeEnsînoPercebem suaa.i/IZCé'JOProfssional.S:oCarlos,PropamadeMeskadoem 

EducaWoEspedaldaUniversidadeFederaldeSfoCarlos,1987(DissertaçfodeMestrado). 

Denari,F.E.Andlise de Crfrdrfo: e Procedîmentospara a Covlptufçtib de Clientelà de Cloe: 

EweciaisJw'JDefdentesMentaisEducdveis.SfoCarlos,ProvamadeMestradoem Eduœçfo 

Especialda Universidade Federalde Sfo Carlos,1984 (Dissertaçfo de Mestrado). 

Enumo,S.R.F.,4Formaçëo f/kfper,ft/rk em Fdl/clç'ab Emecél-DeficiênciaMental-noEstado 

de Jlb Paulo::lw5'CaractertsticasWlplfafzrrlrfms',CurriculareseTeôricas.S:o Carlos,Propamade 

Mestrado em Educaçâb Especialda Universidade FederaldeSâb Carlos,1985 (Disserta- 

WodeMeskado). 

Paschoalick,W.C.Andlîsedo A ocezm deEncaminhamento de C'rflajw àsC'lJre,Especîaîspara 

DepdentesMentaisDezerlmlWdo nasF#cola,de7.GraudaDelegaciadeEnsinodeMlrflfl. 

o 

S:o Paulo,Pontiffcia UniversidadeCatv ca deSfo Paulos1981(Dissertaçfo de Mestrado).' 

Rodrigues.O.M .P.R.Caracterizaçâb de Implantaç'o e Funcionamento de ClassesFxpecfcf:e Caracrerfzlf'ab 

dasCoadfçtp:de ,4 wliaçâ'o de Claṣr:.rRegularesda 1.S J drie de1 *. Grau , paraFun- 

damentaruma Proposta de J'alerserljfo.Sfo Carlos,UniversidadeFederaldeS:o Carlos,1982 

(DissertaWodeMestrado). 

Schneider,D.'WlunosExcepcionais':Um Estudo deCaso deDesvio.Em Velho,G.(Organizador) 

Desvio e DfsergiacflcUma D frfclda Patologia Social.Rio de Janeiro :ZahazEditores,1974, 

pp.52-81.

SIMPôSIO 10 

œ NDIO ESAm lEr AlsNA EDUG G O X 

INDIVY UO ESPEG AL 

- Uma abordagem ergonômicado mobiliH o escolar. 

Frandsco dePaulaNunesSobrinbo 

OrganizaWo espacialda &eade atividadeslivresem creches. 

MaraIgnezCamposdeCarvalho

UM A ABORDAGEM ERGONOM ICA DO MOBILIARIO ESCOLAR 

FRG 

IK O DEPAULA NUNESSOBRINHO 

UniversidadeFederaldeSâo Carlo! 

htrodulo: 

Um grupoconsideréveldepesquisadoresestédirecionandoosseusestudosparaasrelaçöesentreo 

tipodedesiv do mobililio cadeira-mesae orepertörio comjortamentalexibido 

pelapopulaçâb em idadeescolar.Com efeito,asinvestigaça sdentff1c,% 

resultaram na identilkaWo deassociaçasentreo destkn dacarteiraescolare 

problemasmédicos,conformeapontaSoares(1988);conforto efadiga(Mandal,1982); 

biomecMica daposilo sentada(Chaffm eAnderson,1984)9desiv do mobiliério 

(I'E>,1980 eOpsvick,1983);acidentesecomportamento disruptivo em saladeaula 

(Nunes,Almeida,Hendrickson eIxnl,1985);atividademotoraedesempenho acaddmico 

em crianpshiperativas(Nunes,1985);comportamentosdisruptivoserendimento 

acad:mico tNtmes,Nùnes,PraetzeleDuarte,1988);compàtibilidadeentreo deslkn 

do mobiliâriù cadçira-m'esaeaposiçâosentadatNunes,FonsecaeAvila,1987). 

Considerandoieovolumedetrabalhoscientfûcosenpereçadosaotimada 

ergonomiado mobiliârio escolar,o grau decompatibilidadeentreo tlsuério eo sistema 

cadeira-mesa atinge nfveiscrfticos,confonh e relatado em artigo na RevkstaNova 

a cola,numero 20,ablil,1988,p@ nas12 a17: 

' 

M luno sofreem :Jlc deJlzlJ.FleP ssaJlomlsentado em ecrfefmzmuitas 

vc esialdeqlzltfl:pau seu corp/,adquWe w'cf(M deJXM/ZI?.Jeatê cove o rfzeo 

de JtwH rcom pz?w leSo zl coluna.Tudo f.tm pode% serevitado...'' 

Entretanto,asautoridadeseducadonaiseosresponsiveispelafabricaw o desse 

inobilie o,deItmamaneirageral,permanecem alheioseinsensfvel aosresultados 

dessa linha depesquisa. 

QUATRO PROJETOS DE PESQUISA SOBRE MOBILAâRIO ESO LAR:RESUMOS 

INojeto 1: 

Foiaplicado um questionfrio djrigdo aomodo como osprofesoresdeeduca- 

WoespecialdeDavidson County,em Nashville(USA),mrcebiam a interaçâo do comportamento 

escolaresodaldosalunoscom è mobilio o escolar.Dos307 questioné- 

. 

' ' . . 

301

302 

riosdistribufdos(pratirmmentetodaapopulaWo),foram coletados,depoisderespondidos,199,o 

queconsitui1m1nfvelrespostade65%. 

A ardlisedescritivaeestatfsticaindicou queosprofessoresinquiridostendiam 

a esm razque osalunostrabnlbassem sentados,3,4 ou mnishorasdiirias,expectativa 

porventurairre ali sta d a das'asincompatibilidadesno sistemaaluno-carteira escolar 

, 

isto 

é,entreascaracterfsticascomportamentaisdosaltmoseodeslkn domobilio o.Foram 

detectadasrelaçœ sestatfsticassiN ificativasentre o comportamento disruptivo,acidentesedeterminadoscomponentesdo 

m obilio o.Osautoresforrm lnm a hipötesede 

que xmam rspectivaergonômica,perspectivaquelevaem consideraWo isinterrelaçöes 

recfprocu entre astArefasescolares,o comportamento do aluno ecomponentesdo 

ambiente ffsico poderl minorarosproblemasque ocorrem na saladeaula devido a 

uma desarmonianainterfacealuno-carteiraescolar. 

Dojeto 2 : 

O objetivo desteestudo foiinvestigaraposibilidadedo mobilio o dasala de 

aula ser lxm fator contdbllinte para o comportamento hiperativo e o desempenho 

acad:mico.Consequentemente,foiestudado o efeito deduascarteirascom relaWo à 

mudançado deslocamento dasarticulaçöes(movimentocorporal),precisâb ecompreensro 

em leitura.Fast% carteiraseram significativamente diferqntesnosseusdesign. 

Fornm escolhidoscomo sujeitostrdsestudantesinstitucionalizadose rotuladosde 

hiperativos,cujasidadesvariavam de9a13anos. 

Foiutilizado,parao estudo,nm delineamento desujeito fmico (tratamento 

alternado),assodado a1lm delineamento estatfstico(completely randomized block 

design).Aqmudanç% Dgularesdosdeslocamentos dasarticulaçöes do tomoalo, 

joelho,quadrisepescoço foz'am analisadasâ 1uzdabiomecânica-paratanto,aanélise 

cinemética do m ovimento hllmâno foirealizada com oapoio devideo tam e equipamento 

deprocessamento dedados.Osresultadosindicaram queacarteiraregular,em 

geral,indv umaiormovimentatâocorporalnos3estudantesquandocomparadaao 

mobilio o experimental.Osresultadosdaano seestatfstica indicavam interaWessir i- 

lcativasentreo estudanteeacarteira,em termosdemovimentaWocorporal.A carteira 

exm rimental,evidenciou um efeitonacompreensro enileitura. 

Dojeto 3: 

O objetivo desteestudo exmrimentalfoiinvestigarosefeitosdo design do 

mobilie o cadeira-mesa,no comportamento decriançasem saladeaula.Ossujeitos 

participantesdo estudo complmham 1tm pupo de15 crianças,nafaixae'dria de8 a14 

anosdeidade,quefrequentavam llmaescoladaRedeOficialdiEnsino,naddadede 

S:o Carlos - SP.Fomm introde dos do1 tiposde mobiliïrios siN ilicativamente

. 303 

diferentes,1lm tradicionaleoutro exm rimental,apresentadosem duasfa s , dumnte. 

asaulasde matemâtica e deportuguds.O mobilio o exm rimentalcadeira-mesa foi 

elaboradosegundo algunscritëriosretiradosderesultadosdeinvestigaWesna1ea de 

ergonomia.Parao estudo,foiutilizado um delineamento demsquisado tipo sujeito 

fInico . Asvariiveisem estudo envolviam -quatro categoriasderespostu reconhecidamentedisruptivasem 

ambientedesaladeaula.Alëm destepupo devariiveis , foram 

estudadosalgunsamectosreferentsao desempenlm acaddmico dossujeitos,qm ndo 

expostosaosdoistiposdemobilisrio.Osresultadosindicamm queo mobilio o exm - 

. ' 

nmentalcontribuiu nareduWo defreqidndaderespostu consideradasdksrupdvasno 

ambienteacadêmico. 

hojeto 4 : 

Comparando-seosresultadosobddosnaformalo angular,em diversosseg- 

M ntosdo corpo,entre a cadeiratradicionale a BalansChair , encontrou-se que os 

ângulosobtidosnestaIiltimaapresentam grande semelhançacom aposturatfpicarelaxada,arlxmidaporqualquerindivfduo,naaltq/nciadepeso 

, preceituadacomo postum 

ideal.Nosresultadosencontradosveriflcouie ainda anecessidade de otiml'zaçfo da 

BalansChair,no queserefereàsarticulaçöesdo joelho etornozelo. 

Refeënelnm: 

C'haffin,D.B.& Anderson,G.5.(1984).Occupqtîonalâfo-ecâlafr,.New York:lohnWiley& Sonṣ 

Hira,D.S.(1980).An ergonomicapmaisalofeduœtion desks.Er&onomich 72:213-221 . 

Mandal,A.C.(1982).n ecorrvd heightofschoolfumiture.sk- a Factorh 24 :257-269 . 

Nunes,F.P.,Almeida,A.,Hendrickion,J.M.& Lent!J.R.(1985).Specialeducation teacher's 

perœption oftheeducational ,desk:A surey.InternationalJblzr-loflnntructîonalAezfl, 

12.3.(Proleto1). ' 

Nunes,F.P.(1985).WaexperimentalJzlḷve 0/ theeffectof desk des'l#ion âoe modon.oml 

reading Jrclzmey,and rdldfagcomprehensiono//lyperlrrf- students.TeseparaobtenWodo 

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Nunes,F.P..Nunes,L.R.,Duarte,G . M.Apraetzel,S.(1988).#'oâ#Mrfo escolclerp nomk dl>l, 

delul?.moœssoCNPq 407920/85.(Projeto 3). 

Nunes,F.P.,Fonseca,J.C.A lvila,A.V.(1988).Ertono'mù do ploâflflrfo eseolar:orf-fee do 

e re- indivlduo eH efra-zaew.Uniersianae Federalde Santa M XHR ,RS(Projeto 4). 

Sauki,R.(1988).Carteira escolar:A dura lutapelo direito desentardkeito -Now Escok 20:12- 

17. . 

Soares,M.M.(1988).PardmetrotN Jaw laçâ'oeœoal-fc,decerefrl:unî-rdtvîrus .= 1Enœ n- 

koNadonaldeEngenhariadeProdudo,S:oCarlos,SP.

ORGANIZACAO ESPACIAL DA AREA DE ATIVIDADES 

LIV RES EM CRECHES 

MARA IGNEZ c- 

osDEcARvàl-lo 

UniversidadedeS5oPaulo 

O conteédo desta.apresentaçâo seinseredentro delxma perspectivaecolögca,ou 

sejadapsicolo/aambiental(Proshansky,Itelson eRivlin,1976).Estasepropöe 

a estudarasrelaçöesen'tre ambiente e comportamento humano,enfatizmndo a 

infludndado ambienteffsico no comportamento.Pelaabordagem ecolö#catodo e 

qualquer contexto ambientalévisto como lm sistem adeinter-relaçœ s,op deinterdem 

nddnda,entreosvo oscomponentes,ffsicose hllmnnosquepartidpam daquele 

contexto.Somentepara efeitodeestudo eano sedqueseabstraidestesistema dinâmico 

1lm componente;mase1esöpode'sercompreendido em relaloàquelasitualo 

da qualfoiextrafdo.Cadacom'ponenteétanto cam acùmo efeito - e1eatuasobreos 

outroscomponentesassim comoessesatuam sobreele. 

Embora apsicologia ambientalenfatizeo comportnmentohlmano em relaçâo 

'ao ambienteffsico (principnlmente a partirdosanos70),éimportantecompreender 

que nâo h; nmbientesdistintos ou separados,m as diferentesm odos de 

analisaramesma situaçro.Ou seja,parapropösito deano seepesquisaéposfvel 

extrairḍo ambiente total1zm ambiente sodal,ffsico ou mesmo pessoalou psicolö- 

#co. 

M sim sendo,conquanto esta apresentaçâo se refira ao ambiente ffsico e 

comportamento infantil,est; subjacenteanolo dequeh;somentelxm smbiente 

total,do qualacriança(homem)ë simplesmenteum doscomponentesem relaWo com 

os outros componentes.A criança é vista como agente deseu pröpdo desenvolvipento,e 

nTo 1lm orge smo passivo,simplesm ente respondendo ls modificaçöes 

ambientais.Ou seja,sede 1m lado oscomportamentosdascriançassâb afetadospor 

caracterfsticu ambientais,m r.optro lado ascriançasporsuaspröpriascaracterfsticas(idade,sexo,competdnda,etc) 

selecionam apedosdo ambienteparao desenvolvimento 

deatividades,taiscomo pazceiros,matezais,equipamentos,determinadasâreu. 

D gendre(1986 e 1987)tem R interesado em investigarum apecto mais 

qlolitativo do ambiente fsico,gemlmente negligendado na literatura - arranjo 

espacialdasalahabitunlmenteutilizada por criançasm quenasem crrchesfrancesas. 

Utiliundo o modelo da exmrimtntalo :ecol6gca (Bronfenbrtnntr,1977),seus 

estudosevidenciam o pam ldo arranjo eipacialcomo suporteparainteralo entre 

criançasde2 a3 anosdeidade.A estratdsa il o exm rlmenjo ' eco lö#co permitequese 

. 3Q5

306 

analiseainfludnciademnnipulaWescontroladasesistemfticasdelzmavarivel,no 

interiordo sistemaecolögcono qualsedesenvolveo fenômeno estudado;portanto as 

operaçœ ssâb manipuladaspreservando o sistema deinterdem nddnciaentreosWrios 

elementosquecompöem aquelecontexto ambiental(todososoutroscomponentessâo 

. 

mnntidosconstantes). 

Apresentamosà seguirostrdstiposdearanjosespaciaisdistinguidospor 

H gendreelzm reslxmo deseusresultadosquanto àocorrdncia de interaçâo em crianças 

entre 2 a 3 anos: 

(1)A ranjo ezplefllsendmberto - caracterizado pelapresençadezonascirctmscritas(Z.C.),ques:oseasespaciaislocalizadasem 

lzm cantodasala,ou contra 

um aparede,delimitadasm lomenosem tr:sladosporbm eirasformadasporelementosdo 

mobiliério,parede,desnfveldo solos.etc..A presençadeZ.C.preservaaunidadeespadaldasala,ou 

seja,proporcionaàcriançaIlmavisâb fâcildetodo o campode 

alo,inc lindoalocalizaçâb doadulto edemaiscrianças.Nestetipo dearanjoas 

crianças,gernlmente em subgrupos,ocupam preferendahnente asZ.C .,afutadasdo 

adulto,porëm com ficilacessoa ele,inclusivevisual;estearanjo favorecea oconéncia 

de interaçöesafiiativasentre criançu ,enquanto que suas aproximaçöesdo adulto, 

emboramenosfrequentes,tendem a evocarmaisrespostasdeste,em com paraçâb aos 

outrostiposdearranjos.E importantenro confundirZ.C.com oquecomumenteë 

denominado deireasou cantosdeatividades- acaracterfsticaprimordialdeumaZ.C. 

éasuadrcurlscriçâb ou fechamento,portanto llmacaracterfsticatopogro ca,aspecto 

gernlmentenegligenciadonaformaWodefreasdeatividades. 

(2)Arranjo espacialaberto - caractedzadopelaausdncia deZ.C .,geralmente 

havendo 1xm espaçocentraivazio;talcomo no aranjo anterioraunidadeespacialda 

sala é preservada.Neste aranjo,decrescem asinteralesentre crianças,asquais 

tendem a permanecerem volta do adulto,pordm ocorrendo poucainteraçâb com o 

mesmo;aoraesta f tnddncia e , ascriançasseespalham pelasala. ' 

(3)A ranjo fechado - caracterizado pelapresençadeZ.C .,porëm havendo 

barreiras fsicas(porexemplo1xm m6velalto)dividindo asalaem duasou maisâreas; 

portanto hâ ruptura da unidade espadal,com impedimento deum avisâb totalda 

sala.Emboraabazreiraffsicapermitaa circulaçâo dascriançaspelasala,impedeuma 

ficilWsro do adulto -seestepermanecerem outro sub-conjurito dasala,acriança 

teré que se ' deslocar , contom ando asbarreiṛasflsicasparatanto.Nestearranjo,as 

; 

criançastendem a permanecerem voltado adulto,ocorrendo poucainteraçfo entre 

crianças;somente ascriançasmaisvelhas(26 meses)e/ou asquet:m lmarelalo 

aliliadva forte e recfproca com 11m compnnheiro,tendem am rm anecermaistempo 

longe daârea do adulto. ' ' ' 

Os estudos de D gendre v:o afavordenossa proposta de intervençâb em 

creches,enfatizando o contato entrecrianças.Nestapropostaa crecheéconsidera'da 

como 1% contexto deso8nlizaWo decrinnpspequenasem grupo,diverso do lar,

307 

onde osparceirosmaisdisponfveisparainteraçâb s:ooutru crianças,esm cialmente 

coetM eos.Cabeao adulto,nestemodelo,criaremantercondiWesambientaisquefavoreem 

ainteralo entrecriançaseseu envolvimento conjtmto em atividades,sem a 

mediaç:o diretado adulto tseckf SilveiraerJl.,1987). 

Umad% caracterfstica.de crechesatendendo populalodeNSE baixo,na 

resïo deRibeirfo Preto(S.P.),ëapresenp degruposde10 a20 crianps,entre1a 

6m a 3 anos,cuidadospor'xma:'pajem 'gernlmenteem espaçosvaziose com poucos 

objetos.Fwstetipo deambientenro favoreceinteraçâo entrecrianpedulto eprindpalmente 

entre criançascom idadeinferioratrlsanos,m rfodo no quala comunicaçâo 

verbalnâb é ainda prepondemnte como mediadora deinteraWessocial.Tornaie 

neceso o,entâb,a ezstdndadecondiçöesambientaisfavorâveis,agndocomo su- 

Portesou mediadoresnainteraWo entrecriançaspequenu. 

Osresultadosde Legendresro particularmenterelevantesparao contextode 

nossr creches.Um estudo foientro conduzdo* com gruposde criançasentre 1a 

7m a2 a 11m,em duascrechesdaregiâb deRibeirâo Preto queatendem populaWo 

debaixarenda.Utilizmndo omodelo daexperimentalo ecolö#ca,fdz-seumatransformaçâb 

doaranjo espacialabertoparasemi-aberto,daéreacom lmenteutilizada 

m lascriançasparao desenvolvimento deatividadeslivres.O objetivo deueestudo foi 

verificaradistribuilo espadaldascrianças,exsminandoieaocordnciadeocupaWo 

preferencialdeâreasespecficasem cadaaranjo espacial.Nâo nosdeteremosaquia 

expordetnlheszametodologiautilizada,j;apresentadanaRelniâb AnIZaIdestaSodedade(CamposdeCarvalho,1987).Noso 

objetivoaquiseprendeacomentarIxmadas 

anélisesrealizadu quanto'àdistribuiçâo espadaldascriançu,em cada creche;aspectos 

dametodolo#asö serâb apresentadosàmedidaquesefizerem necesso osâcompreensio 

dosresultados. 

Osdadosforam coletadosem perfodosdeatividadeslivres,porduascâmeras 

fotogro casabrangendo todo o espaço;essu câmera funcionavam automaticamente 

eem conjunto acada30':.Em cadasessâb obteve-sede30 a 40 fotosporcâmera.Cada 

duasfotosobtidu no mesmo m omento eram ampliadasem um tinico papel,permitindo 

anotara posiçâb decadacriançaedapajem,acadafoto.paratanto,umamlcara 

deaœ tato quadriculada,feitacom baseem umafotodo localdemazcado demetro em 

metro,eracolocadasobreasfotos. ' . 

Osdadosforam coletadoseanalisadosporviriassesssesdistribufdasem trds 

faes,resmctivamenteem cada creche.Serâo aquiapresentadosem Vrmosdeporcentagem 

deocupaWo decadalea,peloconjunto dascriançaspara cadafaseem cada 

* Tese de Doutoramento queestésendo elaborada,a serapresentada no Instituto de Psiœ logia - 

USP(éreadeconœntrado PsicoldgicaExpemlmental),sob orientaç:odaProfmm m Mark ClotGdeRossettiFerreira.

* 8 

creche.Em geralosdadosobtidosnas . duascrechesvâb namesmadireWo,apesarda 

existéncia devériascaracterfsticasque'asdferenciam.Serlo,portanto,comentados 

em conjunto acada fase. . . . . 

Fase 1-A ranjo el- cklaberto //lJNf= 17J- Osdadosdestafaseevidenciam: 

(1)a existdncia de !1m padrâb geraldosdoisgruposdecrianças- ocupaWo preferencialdaéreaem 

tom o doadulto eaforàesta irea,dispersâb pelo espaço com frequentes 

deslocamentosi'(2)papelestruturadorexerddo pelo adulto nesteambienteamplo e 

vazio,com escasez deobjetos;(3)confirmaçâb dosresultadosobtidosporIzgendre. 

Fase 2*-Wrmajo ewadalaberto - Estafasefoinecessâriaparaaintroduçâo 

de mquenasestantesdemadeira (utilizadasnafase 3 paramontagem deZs.Cs.); 

algumu eram vazadas e outrascontinham papelâb grosso na parte posterior;para se 

obtermaiorestruturaçâo topogrâfica,em alglxm% o papelâb tambëm foicolocado em 

I:m dosladosformando Ilmaqlina.Asestantesforam colocad% nasbordu do local 

'paraquepermanecesseum arranjo aberto.Devido ao controlemetodolögico,permitiuseao 

gnzpo tlm perfodo defamiliarizaçâo àintrodul o dasestantes,antesdacoletade 

d a dos . 

' ' ' 

Osdados,mostrando modificaçâo nadistribuiçâo espacialem comparaloà 

fase1,evidenciam:(1)ocupaWo preferencialdafreaem torno dasestantes,pelosdois 

gruposde crianças- papeldesuporteexercido pel% estantesparao desenvolvimento 

deatividadespelascrianys;(2)dentreasestantes,asqueapresentavam maiorestruturaWo 

topogro caatrafram maisascrianças(porex-,estantescujo papelâb formavam 

umnquina);(3)nâb confirmaçâo dateàd:ncia deocupaçïo preferencialda âreado 

adulto,observadaporD gendreem arranjosabertos- aesc%sezdeobjetosnasduas 

creches,em comparaçâo âs crechesfrances%,provavelmente expliquem ,parcialmente 

essa diferenp . 

Fase 3 -A ranjo ezplrfllsemimberto - Foram montad% dlqqZ.C.com as 

estantes,em cadacreche:umadistanteda localizaçâo habitualdapajem,com maior 

estruturaçâo espacial(estantescom esem papelâo)eumapröxima (duasestantes 

vazadas).Antesdacoletadedados,m rmitiù-seao grupo um perfodo defamiliarizaçâo 

à transformalo do aranjo espadal. . : 

Havendo lmamodilicaçïo nadkqtribtiloespadalem comparalo âfase2, 

osdadosevidendam:(1)nftida preferdncia deocupaç:o dasZ.C .,principnlmenteas 

maisestruturadu espacinlmente- pkpeldesuportedasZ.C.parao desenvolvimento 

deatividadesmlascrianps;(2)pamlestrutmadorexerddo pelo adulto (aglutinalo 

decriançasasua volta)émniorquanto menorforaestnzturalo espaci.aldoambifnteffsico- 

decrëscimo na ocupaçâo daéreaem torno da pajem,comparando-sefase1 

*conumoscom a orientaçsb do Dr.Alain Legendre,èm Ribeirfo Preto,para decisfo de Wrios 

aspedosdo proœdimento dasfases2 e3. ' .

309 

(menorestruturaçâb espadal)efase3(maiorestruturaWoespacial);(3)confirmalo 

dasobservaçasdeD gendre:a)distribuiçâb espadaldascrianç% ocorreem ftmçâb do 

pau dedefmiWo espadaldassreasexistentesno ambiente;b)transformaçfo do 

arranjo espacialpropicia xmareorgnnizaçxo daocupaWodoespaçopelascrian- . 

Osdadosobtidosnu du% crechesevidenciam asinter-relaçöesentrevérios 

elementosdo contexto nmbiental,taiscomo caracterfsticu espaciais,papelestruturadordoadulto,escasez 

deobjetos,em interaçâb com ascompetdndasdecriançasna 

faixaetâriaestudada(1a6m a2 a 11m).Concluindo,osdadosobtidosnasduas 

crechesem geralvâona mesmadizeç'o eem concordânda com osdelzgendre,apesar 

de diferençasambientaksentre as creches e ,principnlmente,em relaçfo àscreches 

francesas.Fwstaconstataçâb provavelmenteevidendaqueascrechesse constituem em 

um tipode çbehaviorsetings'(Barker,1968),nasqlmiqascaracterfsticasespadais, 

nâb obstante vfrias diferençu am bientab,precem terrelaçöesprevisfveis com as 

compstJndasdecrian- entre2e3 anos. 

Parafmalizar,gostarfnmosdeenfatizararelevo dadosdadosdessaspesquisas 

paraa intervenWoem creches,deacordo com o modelo anteriormentedescrito.O 

arranjo espaciald1)m dosaspectosimportantesaserlevado em contano planejnmento 

deambientesinfantiscoletivos,visandoo desenvolvimento decrianças.Uma adequada 

estruturaçïo do espaço deocordnda deatividades(anpnjo semi-aberto)propicia 

oportunidades para 1zm contato maiorentre criançaspequenas;concomitantemente 

m rmite ao adultoestarmaisatento aovupo decrianças,possibilitando-lheinteragir 

com crianpsespecficas(individuahnenteou em pequenospupos)quenecesitam de 

sua atençâb.Pudemos constatarestesaspectosnaiptervençâo que condllyimosnas 

duascreches,apöso término dapesquisa. 

Refeënd% : 

Barker,R.G.EcolofcalPsycholop .California:Stanford Universil Press,1968. . 

Bronfenbrenner,U.Towardanexperimentalecologyofhmnando-ïopment.Ame6canpvcholofst, 

1977,513-531. 

CamposdeCarvalho,M.I.Distrîbuiçd'o decrflnfw pela#reldeJrfyfllde,lfpz'e,em JlTereafe: 

arranloseolcfcfz.Trabm oapresentadonasessâb coordenadaX reche-m squisaeinterve'n- 

Wo',naXN11Reuni;oAnualdePsicologh,SociedadedePsicologh deRibeir/oPreto,1987 

(resumo:po.285). 

Legendre,A.Effectsofspatialm angementon child/childandchild/caregiversinteractions:an 

ecolo#calexmrimentin daycarecenters.AnaîsA XVIAeunfab Anualden frolom ,da 

Sociedadede PsicologiadeRibekfo Preto,1986,131-142. 

Legendre,A.Transformation del'espace d'adivitésetéchangessodaux dejeunesenfantsen 

crèche.PsycholofeFrançalse,tome32-1/2:t'Lapsychologiedel'ene onmenten France', 

1987 # 31-43. ' '

31: 

Proshansky,H.M .;Ittelson,W .H.e Rivlin,L.G.Envlronment'e câolog'.'man and Jl9 physical 

yertfag.New York:llolt,RinehartandWinston,1976,2:ediWo. 

SecafSilw ira,R.E.;FioriniPicolo,T.;Perrone Dephino,V.;Morœ iFaria,L.e RossetiFerreira, 

M.C.Oportunidadesdecontato entre o adulto eascriançasem creches.Revlsta Sm ,flefrl de 

â'yrldlo.çPedaggicos.1987,68(168):130-163.

SIMPôSIO 11 

Aux u lzAçâo PARA m ple uos ESPECIAIK 

- 

MfabetizaWo eproblemasdeaprendizagem (IntroduWo ao tema). 

VeraM ciaSobralM achado 

- Ensinodeleituraparacrisnçascom delkidncia mentalou problemnqde 

aprendizagem. 

TâniaMaria Santana deRo% eAna LéciaRossito. 

- M fabetizaçâodacriançaportadoradedeûcidncia auditiva. 

M aria PiedadeRea ndedaCosta

ALFABETIZACAO E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM 

(INTRODUCAO A0 TEMA) 

VERA LoclA SOBM LMAt. o 

UniversidadedeS:o Paulo 

Alfabetizalotem sidoum töpicobastantediscutidoablnlmenteeWriosas- 

Pectossïo tomadoscomo objeto deestudo:a tecnologa deensinoutilizada,a:kondie 

s sociais,maturacionais,comportamentaise cognitivasdas criançasem idade 

escolar,a formaWodoprofessor,asitualo maisampladaescèla,do ensino edapolftica 

educadonal,num tentativa de melhorcompreensâb e anélisedeste campo do 

conhenimento. 

S:o estudosimportantes,querenlmente tdm contribufdo parao aprofundamento 

dasdiscussa ssobre esteassunto;no entanto,quando nosdeparamoscom a 

realidadeeducacionalum fato aindaest;muito presente:o grandenfzmerodecrianças 

queapresentam diûculdadesgeneralizadasou especffkaspara aprenderaler,escrever 

e contar,af.chegam osao tôpico diûculdadesdeaprendizagem .Tambdm esteassunto 

t:m destaque naliteraturae se constituinuma frea de m squisa vastae repleta de 

controvérsia,como alnnaGuzzo (1987)tantoem relaçâb ao seu aspecto conceitual, 

qlunto em re 1aç 

âo ao diar östico eprocedi'mentosdeintervençâo . No entanto,tem 

fkadobatanteclaro,mlasinformaçôesJ;dksponfveis:1)anecessidadedeanosede 

cadacaso individllnlmente,frente aosmëtiplosfatoresque podem serresponsâvek 

m 1o problema;2)aimportância deumaconsideraçïo maiscuidadosadainteraçâo 

entrehabilidadesediiculdadesdacriançaeo ambienteescolar,oprop amainstrucionaleo 

materialdiditico. 

Uma an/lisedarealidadeescolarmostraqueisto nâo ocorre;o que'seconstataéo 

desconhecimento do profesorsobrecomo a#rfrentea estascrianças,sejana 

suaavaliaçâo,seja na resoluWo dassuasdificuldades,ficando asmesmas,sem uma 

atuaWo em saladeaulaou sendo encnminhadaspararecursosdeatendimentoexistentesnacom 

unidade - ameu vernem sempreosmaisadequados,poisdistantesda 

realidadeescolar. 

Fata situaçâb configurada quando se m nsa em alfabetizaçâb eproblemas 

de aprendizagem exige novasmedidase novosestudosquepassam necessarinmente 

m lafigurado professorem la discussâb dasuaformalo edasuaprâtica.Suaforma- 

Woprecisasermaiscuidadaesuaprftica implementada ediscutida. E evi'denteque 

aquivliospontospodqm serapontadosparadiscussfo,m as,pertinenteaestesimpösio,o 

que sedestacaëainstrum entaçâo do professorcom recursosquelhem rmitnm 

llmaaçâo m aiseûcientefrentea dificuldadesqueencontraem saladeaula.A m squksa 

313

314 

e adeterm inaçfo deprocedimentosadequadosaatendernecessidadesdepopulaçöes 

escolaresespecficasfavorecendo a aquisiloda leituraeda escritajât:m mostrado 

resultados satisfatöriose os que serfo aquidiscutidosampliarfo,com certezaeste 

lml'vefso de DCW SOS Pafa O Pfofessof.' 

Refe/ncœ : 

Guzzo,R.S.L.(1987).DitkuldadesdeAprendizagem:modalidadedeatenWoeanllisedetarefas 

em materiaisdidfticos.Dissertaçfo para obtençfo do grau de Doutorem Ciências.lnstituto 

de Psicologia -USP.

ENSINO DE LEiTURA PARA CRIANCAS COM DEFICIENCIA 

M ENTAL OU PROBLEM AS DE APREND IZA GEM 

TâNIAMARIA SANTANA DE ROSB 

Univere adeàtadualpaulista 

ANA Lf/clA ROSSITO 

UniversidadeFederalieSâoCarlos 

Pretendem osaquinestesimpösio,fa ralgum% consideraçöessobreo ensino 

deleitura paracrianp sdeinteligdndanormalquenro vâb bem naescola . Discutiremosalgunscuidadosqueconsideram 

osnecesuriosdeserem levadosem contaquando 

setem como objetivo ajudarestascriançasa sumrarem dificuldadesdealfabetizaWo. 

Asconsideraçœ squefaremosaquinTo s:o novase nem originais.Elasserfo 

relativasaidéiassobreensino j;amplamentedifundidaspelaabordagem comm rtamental. 

Em Immeiro . 1.ar,justilkaremoso . porquede num ' simpösio sobrealfabetizalo 

para indivfduosesm dais,tecennosprindpnlmenteconsideraçassobrea aprendizagem 

de criançasnormais.O ponto quegostazfamosdeconsideraréqueaalfabetizaçlo 

de crianp sespeciaispoderia incorporarvfriasdascontribuiçœ soriginadasde 

trabm osdealfabetizaç:o desenvolvidoscom criançasnormais,evice-versa. 

A nossa apresentaçâo esté divididaem trdsm'omentos . Num primeiro mom 

ento,procuraremosfazerumaano sedascondiça sdeensino quepassam avigorar 

pazaosalunosdeprimeirasëriereprovadosuriasvea s.Sabem osqueestesalunosn:o 

sïo excee s,esim,fazem partedeum pandeconthzgentedecriançasquesrmm anos 

aflo naescolasem conseguirem prom oçïo,ou entâo acabam evadindo-se. ' 

Em nouaanélise nosrestrin/remosao quefaz,em geral,o profesorem sala 

deaulaem relaçIo aestascrianças.Procuraremosavaliarestascondie sem funçâo de 

critériosdecorrentesdascontribuiça sdaAEC parao ensino. 

Num segtmdo momento,analisaremostréspropamajdealfabetizalo que 

levam em contaasmctosligadosaprogramaloeindividualizalo do ensino. 

Num terceiro m om ento!discutiremosa necessidadedetanto a alfabetizaçâo 

de criançasnormaiscom o ade criançasesm ciaislevarem contadeterminadascondie 

sdeensino. . 

O que aconteceem salade aula com osaltmosquen:o sTobem suœ didos 

' 

. 

. 

nassuaspnmeirasexm ridndasacadlmicas?D tesalunos,em geral,convivem nasala 

de aulacom colegasqueestâo sendo bem suœdidos.A classeëdivididaentreosque 

aprenderam eosquenro aprenderam.Nonrmlm'enteocorrequeo professorusa o desemm 

nho do m po que aprendeu como critdrio paradecidiro que vaiensinarpara 

315

. 3.16 

todososalunos.As'aprendizagensa serem dominadu sâb ditadasm lo ritmo do grupo 

. 

' 

. . . 

bem sucedido. 

' 

Em contrapartida,geralmente,osalunosquenâofornm bem sucedidosanteriormente,nâb 

apresentam osprd-requisitosnecessâriospara a aprendizagem .Sem estimulaçâo 

adequada para superazem suasdificuldades,cada vez maisestesalunosdeixam 

de aprender ltm a sdrie de comportairientos,ficando ainda maisimpossibilitadosde 

acompanharo nfveldeexigénciadiiado pelo desempenhodogrupo bem sucedido. 

Vériosestudose'observaçöe!lndic'am que',tipicamente,o professorpassaa 

solicitarmuito pouco delesem termosde aprendizagem deleitura.Em outraspalavras,elessïo 

colocadosde escanteio,quase ir orados.Passa-se a exigir principalmente 

que elesfiquem quietose ouçam .Asrarassolicitaçöespara querealizem atividades 

rainmentesâo seguida'sde çtfeedback'positivo.Pelo contrârio,pazaestesalunos,frequentemente,s:o 

ressaltadososseuserros.Altm disto,amaioriadasinteraçöesdaprofessora 

com o aluno refere'm-se apergtptasdeconteûdo académico.Provavelmente 

estaspodem tornar-se aversivaspara estesalunos,lzma vez que podem serseguidasde 

Puniçâo quan'do nâb respondidascorretamente. 

Sem dûvida,xxma dasconsequdnci% danosasdapermanéncia dosallmosnumasituaçâo 

em quevigoram ascondiçöesdescritasanteriormente,é kueaschances 

reaisdivire'm a'aprerideredesuperarem' assuasdificuldadesslobastantereduzidas. 

Dependendo da'perspectiva teörica,os critdrios'pata examinare avaliara 

adequaçâo ùu'nio detaiscondiçöesvariam.Em funçâo daperspectivatedrica,tnmbëm 

varinm as'alternativase proposiçöesde intervençöesdirigidasa um aprimoram en- 

' 

to dascondiçöesdeensno j . ' . . . . 

' ' 

Umaavaliaçio bascondiçöesdeensinoquevigoram numasaladeaula,tendo 

com o referencialapersm ctivacomportamentalteria como um critërio o quanto o . 

ensino (ascondiçöes)oferecido aesiesalunosdprogramado eindividualizado (Keler, 

1972).Ascondiçœsseriam'avaliâdastendocomo criërio verificarseelasgaiantem 

que:a)oa1*uno sigano proceso deaprendizagem no seu pröprio ritmo,b)o aluno desenvolva 

atividadesdiretamente relacionadascom oscompoitamentosa serem aprendidos,c)oaluno 

recebareforço imediato'eparticulariàado apöso tdimino deatividadesrealizadâscorretnmente,d)o 

aluno domineinicialmenteaprendizagensmaissimplese,gradunlminti,'pass'ea 

dominarashiaiscomplexas,e)o altmùrealizeverificaçöes 

. . t . 

' 

constantesdasuaaprendizagem,f)oalunopaseparaltmaetapaseguintesomente 

qlmndotenhadominadoasaprendizagensda etbpaprecedente,g)a aprendiagem progridaem 

pequenasunidadesacadaetapa. 

Urim àvaliaçâb dascondiçöis:deeàsinodealunoscom histöria de fracassoa 

partirdeum aperspectivado qlxnntoestas'condiçöessâb progrsmadaseindividunlizadasmostrnm 

vH osaspec'tosbâsicos4uenrosro levados'em cùiztà:a)o conteudo 

' 

acaddmico ininistrado estâem ritmoaceera l do faceàscondilesdo aiuno;b)estenâb 

tem ospr é-requisiiosnecesâriosparaipre'ndero conteédo ministra'do , c)é rarasvezes

317 

incentivadoapartidpare,dlnâb recebeGfeedback'positivo paraseuscomportnmentos. 

Podemosconcluirdesta anxliqeque,defato,aschancesdosalunosvirem ,sob 

estascondiçöes,aàuperarem assuasdificuldadesdeleituraeescritasro reduzidas. 

A seguirtentaremosresgataralgunstrabnlhos,'dirisdosàalfabetizaçâo de 

crianças,quesecaracterizam porestarem deacordo ou levarem em conta ascondiWes 

deIzm ensinoprogrnmàdo eindividunlizado. - * 

Estestrabalhosforam realizadosaquino Brasil.O primeiro é o conhecido 

Programade Alfabetizaçâo deMo$ dasCruzes,desenvùlvido #elo profesorSergio 

O segunbo éum trabnlbodekenvolvido pela profesoraMàriaœ lena Bresser 

' 

dasilveira,em lgt8,intitulado :çAquisiwo deHitura:UmaAnkiseComportamental'. 

O terceiro é1tm trabnlso em andamenfo,coordenado m losprofessoresJulio 

cesardeRoseeDeisy deSouza,no qlnlestamosparticipando compc J1boradoresde a 

. 

pesquisa. 

Utilizlmosestestrabnlhojcomo objetodenossadiscusâoporconsiderarmos 

que ç1esilustrnm de form a bastante consistepte aspossibilidadesda utilizaçïo das 

condiçöesdeensino progrnmadoeindividualizado paraaalfabetizal o. 

Um outroponto quenoslevou aexnminarestestrdstrabnlhoséquepodemos 

consideri-loscom oexm ddnciasbem sucedidasdeprogramasdeensino.Estesestudos 

apresentnm resultadpspositivoseconsistentesquantoàspossibilidadesdegarantirque 

osqalunosalcancem com suœ sso asaprendizagensdeleituraeescritaprevistas. . 

. . O programadeensino deLeitefoiplanejadopara seraplicadonoatendimento 

escolarregulazdasprimeirassëriesdo primeiro grau daredepflblicadeensino da 

cidadedeMo# dasCruas.O progrnmadeSilveiratevecomo alvo alunosprë-escolares 

deumaescolaparticulardeSâo Paulo.0 estudo dedeRose,Souza,Rossito & deRose 

'tno prelo),tem sido,atéo momen'to,diri#do acriançasdeprimeirasériedo primeiro 

grau com histöriaderepetidasreprovaçöes.O progrnmaesta sendo implementado comorecurso 

suplementar,paralelnmenteao ensino regularrecebido pelosalunos. 

Destesestudos,osasm ctosqueiremosressaltardizem respeito aem quemedidaascondiçöesdeensino 

eram programadaseindividunlizadaà. . . 

NosprogrnmasdeSilveirae Leiteasaprendizagensdeleituraeescritafornm 

distribufdasem pequenospassos.Destaform a,esperava-sequeosalunosalcançassem 

acadapasso objetitosespecflkos.Osalunos,acadapasso,passavam aapresentarconjuntosespecficosdecomportnmento.Dtespasosforam 

orgnnizadosnuma ordem 

crescentededilculdade.Paracadapuso fornm planejadosprocedimentosdeensino 

esm cfscos. : . ' J ' . 

. 

A seqiidnciadepasos,o conteldo dosmesmos,eosprocedimentosutilizados 

m rSilveirae Izitefornm diferentes.No entu to,oqueseverifica de comlzm entre 

eleséumaanélisecuidadosadasdiscriminaWespalavrafalada- palavraescritaaserem 

aprendidaspelosalunos.Verifica-setnmbdm a utilizaWo decritériosparasequendf-l%.

318 

Osprocedimentosde ensino utilizadosfornm baseadosem princfpiossobre 

aprendizagem dediscriminaçöes,j;comprovadamenteconsideradoscomoadequados 

para o ensino dasaprendizagensdeleitura.Osexercfdosemateriaisforam planejados 

deforma adaroportunidadeparaqueosalunosexercitassem asdiscriminaçöesprevistas.A 

cadapasso osalunoseram avaliadosem funçâb doscomportamentosalvo.A 

passagem para 1xm passo seguinte requeria que oscritérios m fnimosprevistospara o 

passo preR dentefossem alcanp dos. 

No programa de Silveira,cadaaluno prosseguiaestritamenteno seu pröprio 

ritmo.Eram dadasa eleasoportunidadesnecessâriasparaquedominasseasaprendizagçns 

de cada passo.O procedimento de ensino eraaplicado a cadaaluno porvez 

(rilaloum aum);osexercfcipseram feitosindividmlmente,eoprogressodoaluno 

ocorriaem funçâo deseu pröprio desempenho. 

No program ade Izite,osprocedimentosdeensinoeram aplicadosap upos 

dealunos.No entanto,procurava-seacompanharo desemm nho decadaaluno individzulm 

ente.Aosalunosquen:o chegavam adominarasaprendizagensde1xm dado passo 

eram oferecidasoportlnidadesadicionaisparaatingrosobjetivos.Previa-seque 

qlmndo a m aioriadosalunosda classealcançassem o critdriodedomfnio previsto para 

o paso,elesavançariam entâo parao passo seguinte. . 

Em ambosostrabm oshaviaapreocupaçfo em garantirqueosacertosdos 

alunosfossem recomm nsadossocinlmente.AprovaWeseelo#osdoprofesoreram 

imediatosediri#dosaoscomportamentosqueseaproximasem do dexjivel. 

No trabalho dedeRose,Sollym,Rossito& deRose,paralelamenteà programalo 

eindividlsplilaç:o dascondiç&sdeensino,procurou-seavaliarautilizaWo de 

procedimentosquefavorecessem um aaprendizagem sem erros.O procedimento utilizadofoio 

deexclusâb.Nesteprocedimento o aluno ëlevado autilizardeaprendizagensjédominadasparafacilitar-lheaaquisiçâodenùvas.A 

tarefaprincipalsolicitada 

ao aluno eraadeescolherpalavrasimpressasdeacordo com um modelo queerallma 

palawa falada.Apösestetreinoinicialtestava-seseoaluno tornava-secapazde1ere 

compreender aspalavrasescritas. . . 

. Cadapasso consistiabasicamenteno treino de2 a4 emparelhamentosentre 

palavrasfaladaseescrita .A cadanovo passo eram introduzdosemparelhamentosde 

novaspalavrasepermanecinm mantidososemparelhamentosapiendidosnospassos 

anteriores.Cada respostacorretado aluno erareforçadalogo apösasuaemissfo. 

. ' 

Osresultadoscoletadosàtéo momento indicnm queosalunostdm aprendido 

rapidamenteesem errososemparelhamentosplanejados.Verifica-setambém que(s 

alunospassam a1ercom compreensIo aspalavrasemparelhadas. 

Para am aioriadosalunosque tem pm idpado do programa,apösavançarem nos 

primeirospassosdeemparelhamento palavraescrita-palavrafaladayo quetem seobservado 

ëqueelesp'assam a1ertambdm palavrasnous , nfo ensinadasdiretamente.a tesresultadosindiemm 

que,prou velmente,osalunospassarnm a decomporaspalavrasem 

slabas. ' ' '

319 

Um dosresultadossimultlneosà aquisiWodedhcn'minaçôesfunda entais 

envolvidasno ler,foio dereestabelecimentodo auto-conceito positivo em relalo â 

capacidadede aprendizagem do aluno.Pdde-seobservaradescoberta m losalunosde 

ques:o capaa sdeaprenderaler. 

Osrestltado;destesprogramasilustram aspossibilidadesdeum trabalho provamado 

eindividualizado paraaalfabetizalo. . 

A anélisedascondiça sdeensinoquedescrevemoscomo tfpicasparaosalunosdoensinoregularcom 

dificuldadesdeaprendizagem deleituraeescritapodecertamenteserampliadaou 

transferidaparaosalunosquerecebem ensino esm dal.Entre 

nös,nem no ensino regularenem no ensino espedalascondiçôesm fnim asdeaprendi.- 

zagem s:o satisfatoriamentegarantidas. 

Neste sentido,a questâo a ser colocada ê de que tanto o ensino de crianças 

normaiscomo o de criançasespeciaisprecisam incorporarcondiçöesdeensino adequadM. 

O resgatequefiamosdostrdsprogrnmasbealfabetizaçfo vem ao encàntro 

detalproposta.Jé contamoscom algunsprogramasdealfabetizaçâobem sucedidosno 

ensino regular.A questfo que ficaéporquenâb procurarmosdesenvolverestudosde 

formaa incorporarascontribuiçöesdecorrentesdetaistrabnlhosao ensino deleiturae 

escritadirigido a criançasespedais? 

Refeëncias: 

ueRose,J.c.,souza,D.0.,Rossito,A.L.a,deRose,T.M.s.(Nohelo).stimulusequivalencean4 

generalizationinreauing.Em s.c.Hayes&.L.J.Hayes(orgsl:ofalowe,oaverbalaeâ,pfor. 

Keler,F.S.(1972).Adeus,mestre!Cvacfl e œ ltura.1972,2443),207-212. 

Leite,S.A.S.(1982).AlfabetivçEo:Um projeto bem sucedîdo.S:oPaulo:Edicon. 

Silveira,M.H.B.(1978).AquisiçEo dl leitura:Uma Jadlf,e comportamental.Tesededoutorado 

aprcsentadaao Instituto dePsicologia daUniversidadedeS:o Paulo.

ALFXBETIZACAO DA CRIANCA PORTADORA DE 

DEFICIENCIA AUDITIVA 

MARIA DA PIEDADE RESENDE DA COSTA 

UniversidadeFed4rald:Sâo Carlos 

A educaWo dacriançaportadoradeumadeficidndaé,deum modo geral, 

xlma constantepreocupaçro dospaise,tambdm,dosprofissionaisespecinliyadosenvol- 

. 

vidoscom aquestâo. . 

Tratando-se,particulnrmente,da criança pprtadora de defiddncia auditiva, 

observa-se que,em vez de lxma deficiência,e1aë portadora de dupladelk idncia:o 

ç'deilcit'de audiçâo ocasionaumaausência na comlmlcaçâo convencional(daf,tnmbém,o 

mo.daterminolosa defiddnciada audiocomlmicalo).Consequentemente, 

podemosinferirque,devido acaracterfstica da dupladefiddnda,aeducaçfo dacriançaportadora 

dedeficidnciaauditivaéIlmaquestEo butantecomplexa. . 

, ' Nestesenddo,pdncipnlmente,sobreo ç'deficit'dacomunicaWo convencional,podemoslembr 

ascontribuiçöesdeDôria(1959e1967),Ben-uecos(1967), 

Polack (1970),Myklebrest(1971),Perelö eTortosa (1972),Fine(1977)eColin 

(1980),osquaissâo Imânimesem suasconclusessobrea importocia dohwesdmento 

precoceno âmbit: do ensino dalinguagem convendonalpara a criançaportadorade 

deficidncia auditiva. 

Pordm,am sardesta eviddncia,observamosque,pormotivosdiversos,naregifo 

de Sâb Carlos,isto nTo ocorria:crianpsportadorasdedefiddnciaauditivanâo 

adquiriam ,precocemente,um m fnim odalinguagem convencional.Observamos,tlmbém,como 

conseqûdnciadisso,queelasnro conseguiam inpessaznavidaacaddmica 

normal,conforme ocorre,de,xm modo geral,com ascriançasnaquelafaixaete a.Isto 

noslevou àelaboraç:o deum projeto objetivando alfabetizarestascriançasdando-lhes, 

aomesmo tem po,condiça sdeadqltiriracomlmicaçïoconvencionalmfnimapodendo, 

àssim frequentaro ensino regularexecutando astazefasexigidu m la vida acadêmica. 

Na elaboraçâb deste projeto muito nosajudou nosaexperidnciaanterior' 

tanto na atualo direta como alfabetizadora de alunosportadoresde deldência 

aubitiva,bem comointepintedeequim tdcnica(m eicipamosdaelaboraçïodaPropostaCuniculare 

demaispublicaWes- Pemnmbuco,1977,1978 e1979). 

O projetovem sendo executado h;trdsanoseosalunos(nafnixnetoade9 

anos)frequentam atxmlmentea 2! sëriedoensino regulardo sistemaestadual. 

Finnlizando,quereposinformarqueesteProjeto sobrealfabetizaçïo fazparte 

de1lm projeto maiorsobreaeducaçâo do deRcienteauditivo queest;sendo exec'utado 

em SâoCarlos. 

321

322 

Refeëncias 

Berruecos,M.P.-Len&waleplm elafo sordo.Mdxico,Cia.V'lsantdeMexico,S.A.,1967. 

Co1in,D.-Pskolofa delafo mrdo.Trad.deMa.X loresSuril.Barcelona,Toray-W sson,S.A., 

1980. 

Döria,A.R.deF.-IntroduçEoadlddticaJJfala:awectosdaeducaWo Jo#dendentesJJaudîçâ'o 

edafll,.RiodeJaneiro,MEC/INES,1959. 

Döria,A.R.deF.-Manualdeetflzecpl'odacrfaaf'lsurda.RiodeJaneiro,MEC/INES,1967. 

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EditorialMedica Panamericana,1977. 

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Espasol,S.A.,197 1. 

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PERNAMBUCO.SecretnrlndaEducaWoeCultma.DiretoriadeServiçosEducacionais.De/fcfeare 

da Jlztfoeol?llzafelçe .'lelturaoro/lcll;estruturaçwodalfaw ee-;treinamentoxdfrfx - 

tdcnicaseypeecfcl:-1.Recife,1978. 

PERNAMBUCO.SecretariadaEducaWoeCultura.DiretoriadeServkosEducacionais.Audbcolnuafrlpâ-o;mecdnicadafll.Recife,1979. 

Pollack,D.-EducatîonalJldfologz forthelf-fredheqrinK infant.Ilinois,CharlesC.n omas, 

1970.

I 

i 

. 

; 

SIM POSIO 12 

MODEO S H ICOA ICOSNASFUNW ESDE 

KKCURSOS HUMANOS 

yi 

; 

l 

- 

Problemasepistemolö#cosem psicologiaorganizacional. 

Wilson M oura 

- Psicometriaeseleçâodepessoal. 

Marco Antonio deCastro Figueiredo 

- Psicologiainstrucionaletreinamento. 

JairoEduardo Borges-M drade 

- 

M âlise do comportamento aplicadaaorganizaçïo - Avaliaçâo dede- 

' 

. 

semptnho. 

IoneM ilani

PROBLEMAS EPISTEMOL;GICOS EM PSICOLOGIX 

' 

ORGANIZACI9NXL 

WILSON MOUM 

UniversidadeEstadualdo Rio deJaneiro 

hkodulo: 

A quesGo epistemolôgica em PsicologiaOrganizadonalgnnba relevo,tendo 

em visu o desa fio da proàutividaèenasorganiyaçœssoc'iaisdeproduwo.lndemnden- 

temente de regmespolfticos,como atestaaPerestroika,oquemaissealmejaé a 

elicécia das organizaça s. 

; 

Apôsa euforiaexageradana:nfaseàtecnolosadeproduWo (automaWo,a 

msquisa pperacional,aorganizaçâo emttodos),considerado o fatorprincipalrespopi 

apmento daprodutiviaeempres ' (id arialconstata'ieum , certo declfnio , dessa 

sve1pelo 

' 

estratdga,ou quem sabs,talvezatd besaen 

1 to diantedoà'resultadosregstrados. . 

Poroûtro lado,o milagrejapondsfezcom queosmsquisadoresdo ocidente 

se voltassem para o estudo da cultura organizacionaldo oriente,onde o çlem ento 

partidpaçâb ocupaposiçfo derelevo.Asexm ridndasdo tipo eçcentro de controlede 

qlnlidade' ' Hrata,H.(1988),%vust-in-Time'eGKaIZBM . 'Salvany,M.A.(1988), 

, 

uP:T tid P açâo no'slucros'Semler,R.(1988),aGautogestâo'Guklherme,A.eBoudert, 

. , 

Y.(1976),fazembp'artedo ceno o localeinternacionaldealtemativascapn-s'deres-' 

ponderàsnecessidadesdealmento daefetividadeorganizacional. 

A jestâo participativapasaasero eixoorientadordasestratëgiaseconôm i% 

deinudançaorganizacional,Talile,J.R.(1988)eaquesco daprodutividadepassaa 

serehcaradacomo um fenômeno decorrentedamotikaçfo hltmana.E,portanto,nessq 

jnoldura que cresceaimportM ciadaPsicolosaOrganizadonal,como um r-qmpo de 

con h ec imentos capaz de in'formarsobre osfenômenosdecorrehtesdainserlo dos 

indivfduosnlm espaço coletivo deproduWo. . 

Entretanto,faz/e necessârio refletirem profundidadesobreosconhecimentosprodv 

dosnessaârea,atëo presente,com o intuito deseavaliarassuascondiça s 

deverdade. gatravésdesteproceoo quetodacidncia tornaiecapazdesum rarossetkq 

impaseseprovedirnatentativaderesoluWodosproblem% humanos. 

Deve-seaKulm (1982)atesedequetoda aproduWodeconhecimentosem 

cidncia supa .paradigmasou modelossubjacentesquesxo orientadoresdo esforço de 

msquisa.Osmodelos,seporu'm lado fadlitam aestruturaWo dasvariveisnosfenô- 

menosestudados,poroutro lado sâb,m uitasdasT zs , responlveisporlimikaças 

ou diûculdadesnainterpretaçzodessesmesmosfenômenos. 

325

326 

Dessemodo pode-sedepreendero propösitodaanil'ise epistemolögica,objeto 

destetrabnlho:tentaridentificareavaliarasconseqûdnci% daadoçâo dedeterrninados 

modelos,utilizadosqueforam paraexplicaro comportamento humano no interiordas 

organizaçœ s. 

œ Modelosem D icologia Orgnnlucional 

A respeito daimportu ciadosparadim asem cicncia,sustentaKuhn (idem) 

que tsum paradim a é a crençaem determinadosmodeloscapazesdifornecerem ao 

pupo depraticantesdeumadeterminadaci:ncia,analogiaspreferidas''.Poristo mesmo 

deve existir um certo consenso entre osgrupos de adeptosde queexiste uma certa 

corresponddncia entre a iddia e a realidade. 

ComosugereHesse(1970)tmodelossâb analogiasexistentesentreobjetosou 

fenômenos,em virtudeda certezadu propriedadescomunscompartilhadas'.Qlmndo 

o universo,porexemplo,dcomparado a1:m grandemecanismo,noqualtodosossetls 

componentessearticuhm ,segtmdo princfpiosrigorosamenteestabelecidos,Schultz,D. 

(1981),estâsesupondo lmngrandeanalo#a entreo universo eIlmamfqlinaou artefato 

mecn-nico - ëoquesepodedenominardemodelomecânico do universo.Taisrecursossâb 

inventivosefadlitadoresdashipötesesdetrabalho dosdentistas,entretanto, 

podem distorceroumesmo impedira percepWo devariâveissignificativ% do problema. 

No caso da Psicologiataismobeioscorespondem àsimagensquefazemosdo 

homem em suarelaçâo com o meio.Scheler,M .(1955),1m dosiniciadoresdaAntropologaFilosôfica,chsma 

aatençâoparao fato dejeencontrarno a bito discidnciu 

sociaiseluvmanasalgumasidentificaçöesalusivasao gfnero humano,em virtudeda 

hipertroûa de determinados atdbutos observados.TZ fenômeno provoca o que 

denominou eçhnagenscongeladasdohomem 'edelu mlzitospesquisadoresseutiliznm 

paraexplicararelaçïo do homem com o mundoycomo jorexemplo::to homo sapiens' 

o Ghom ofaber'' çonnim alsocial''ç$o animalpolftico''etc. 

Quando muitasdasvezesmqcrfticascom relaWo adeterminadamaneirade 

sefaarddncia,seavo lman,o que,em verdadeesM subjacentesro a:imagensou 

modelos utilizadospelosdentista .A ultra'passagem dosimp%sesrequer , na m aioda 

dasWzes,o que denominou de Grevisâb paradim stica'o que determina lxma reflexâo 

. .' 

sobreasimngensadotadas.E o queapontaRosnow,R.(1981),comosendo a safdaparaacrisevivendadapela 

PsicologiaSodalnaatualidade.A revisâb do modeloexm rimentnlista,segundo 

ele,se impöe tendo em vista qu'e a imagem de homem , atë o 

momentoadotado,chegou aosseuslim ites; 

O nfvelde conhecimento aclzmulado pelapcidnciassociais,como preconiza 

Geren g ,'K . S.(1973),exigeaincorporalo denm modeloqueconsidereahistoricidade 

dosiventoshllmnnos,caso sequeiraaltmentarascondiW esdeverdadedosconhecimentosprodlxzidosnessecampo. 

'

327 

ko caso da Psicolo#aOrganizadonalosmodelosutilizadosretratam amlmeira 

dem rceberoindivfduo easuainteraWo com o meio organizacional.E importante 

frizmr/equeasemelhança detodososmodelosutilizadosem Psicolosa,osmodelos 

adotadosem PsicolosaOrganizadonalsesustemtam em crençasnaaltaanalogaou 

corresm nddndaentrea Nmngem orientadora'e'çasmanifestae scomportamentais' 

Dafaimportn-nda datarefadeseleventarcrençassubjacentesàprodulo deconhedmentos. 

$ 

Ao refletir-se sobre o projeto organizacionalpodeieconstatar,sem muita 

dilkuldade,quea inserçfo dosindivfduosocorreatravësdo desempenho dospapéis. 

Consequentemente,aproduçâo coledvat lma resultantedearticlzlaçfo daprodulo 

individualnospa#is.Todavia,o fenômeno inclusfo parcialnospapëkqdeM port, 

annliqadaporKatz eKalm (1970),ressaltao fato dequetodo papel,pormaisnmplo 

queseja,reprexnta sempre lmaparceladoscomportamentospasfveisdeserem manifestadaspelosindivfduos.Ocore,ainda,queapröpriaGalo 

deorganizarpessoas' 

implica no esforço por mnnterosindivfduosexibindo,tâb somente,oscomportamentosprescdtosparaosseusrespectivospapéis.consequente,arestritividqderevelase 

como amarca de todainserlo dosindivfduosna propostaorgnnizadonal.Por 

essasrazöestorna-seperfeitamentevo do supor-seum etemo conflito entre asnecessidadesindividuais(aliberaçfodecomportamentos)easnecessidadescoletiva 

(o 

clzmprimentodoscomportamentosprevistosparaoalcancedasmetas). ' 

Como deconfnciadestasconsideraWesinfere-se queosmodelosadotados 

visllxmbram a maneira como o conlto mencionadodresolvido. 

Convdm,contudo,ressaltarque nem todaproduWo de conhecimento se 

apoia em crençasexplicitadas.D go,anecessidadedesubmeter aspriticaseosconhecimentosobtidosa 

1m proceso cuidadoso dehwestigaWo epkstemolösca,afim 

de se levantarascrençasprëexistentes,nasquaisosmodelosse apoiam ,Moura,W . 

(1987). 

OsModelosFundonm tas 

A terminologamoddo funcional,adotadaporMoscovici,D.(1979)diz 

respeito a imagem sustentada por diversos cientistassodais,consciente ou inconsdentemente,naspesquisasdesenvolvidasno 

a bito dasorganizaçœ ssodais.Referesee1eaù 

fato dasestrutumsorge zadonaisserem m rcebidu com o prë-determinadas 

erf#das,enquanto osindivfduos,por'serem entendidoscomo entidadesmaleieis, 

devem adaptar-setscondiçœ sexistentes,como formadegarantirasatisfalo desuas 

neceuidades. 

Deste modo infereie que a caracterfsticabisicadosmodelosfundonalistas 

em PsicologaOrgnnizmdonaléacrençano homem pusivo emoldivelàscondiçöes 

impostaspdanormatividadeorge zacional.

328 

œ ntro destemodelo podem serenquadradu,pqrfeitamente,diferentesconcepWesteöricasutilizadas,indemndentedesuasproposhs,pois,a.énfasequeatdbuem 

adeterminadosfenômenosou amaneira deabordi-los,deixatransparecercrenpssubjacentesnaçaractervfsticaadaptatiu 

dosindivfduos., . 

. Algumastesesdefendidaspela concepçfo burocriticasTo bastanteexplfcitas. 

A ênfasenaracionalidadeorgnnizadonalcomo formadecontrole;apreocupaWo fundnmentalparacom 

amanutenlo dahierarquiaeda lnidadedecomandoquasecomo 

a materializaWo delzmaordem orge zadonal;o papeldedestaqueatribufdo àfunWo 

da liderança,como elemento ftmdamentala serincentivado,dadoo potencialidentiûcadonoslfderesdevidoasu#capacidadeàeconduzrem 

osgruposàaceitaçfo denormas,sâb 

algum ascaracterfsticasrelevantesidentiûcados.Aliis,parao pröprio Weber, 

M.(1985)çtaadministraWo burocréticasignificaftmdnmentahnenteo exercfcio do 

controleou dominaçâobaseado noconhecimento técnico,ou seja,o desenvolvimento 

da modernatecnolosadeprodulo debens'.Paraele,éjustamenteestacaracterfstica 

que tornaaconceplo deburocracia,I:m empreendimento racional.Evidentemente 

nâb se trata de desconheceraimportância dessesfatorespara a dinn-mica organizacional.O 

quesecolocaem relevo éaénfaseatribufda aosf>toresqueseconfundem 

com a pröpria idéiadeorganizaçEo.tnteresante,aindadestacar,como existeuma 

crenp bem difundida dequea'tboaorganizawo''requersempreum escalonamento 

na pirâmidedepoder(em cadasetorsomenteum devemandar). 

A ênfaseeosinvestimentosnostreinamentosdechefiaeliderança,subentendem 

lxma expecutivadecontrolesubjacente,dadaamarcantemanipulaWo dafunçâo 

adaptativa,ou sejaacooptalo doslfderesvisando aadaptaçfo dosliderados. 

N ,esteparticularMoscovici,S.(1981)critica o mito dalideranp dasociedade 

modem aetentademonstrayosefeitosperversosdo endeusamento dalidemnça.Outras 

caracterfqticas da liderança podem serabordad% ,sem preocupaçœ sfundonalistas, 

como aliderançacatalizadoradeener#as,diante deum quadro deapatiaorganizadonal,Moura,W.(1987),o 

queatestaocarfterZtendonaldominadordas burocrécias. 

Outra concepçro teörica bem difundida que,n:o , 

obstante aparentaruma 

despreocupaçâo paracom o controleindividual,sustentaigualorientaWo funcionalistq 

- é a concepç:o de sistema aberto.O reducionismo energëtico imposto com o 

linguagem deixatransparecer lma estratë#adecontroleimpesoal,exercido em nome 

delxmaentidade,abstrataeinexorfvel,o sistema.A descaracterizaWo do fatorhumnno 

nasorganizam esse revelananecessidade detudo sereduzra ener#a.(M insumos: 

humanos,financeiros,materiais, tecnolögcos,se nivelnm e,como conseqûdncia 

observa-seacolocaWo no mesmo plano,dasnecesidadesindividuais.. 

O determinismo demercado,ao qlnlo sistemadeveseadaptarjustilkaa 

P ressâb parao conformismo. 

) 

Umaconceplo teörica enganadoraequetrazno sel!bojo,de lmnforma

329 

sutilprâticasquesugerem preocupaça sfundonalistas= éo movimento dasRelaWes 

Hlxmanas.A crença na afetividade como elemento de integiaçâo grupalcamulla a 

preocupalo em enfatizaro compromiso grupalcomo xm poderoso fatordeadapta- 

Wo.A utilizaçâo de estratgiasdo tipo dinn-micade p'upo paraocultarosconlitos 

existqntesou mesmo aV'chantagem afetiva'madaparaaaceitaWo denormasconltivas,slb 

exemplosdaeficfdado funcionalismo m pal.Incluiveo pröpriofenômeno 

departicipaWo vem sendo empregado como estratégiafuncionalista,na medida em 

queo queefetivm enteocorre,em algunscaàos,éamanipulaWo dosmecanismosde 

partidpalo,criando-seum climadeenvolvimento dosparticipanteseassim,obtendose 

com maisfacilidade aaceitaç:o de normc .E,porflm ,chegaee ashipötesesda 

Contingência,muito em voga,apartirdasidéiasdetawrencee torsch (1972)e, 

identificadapelacrença,dequeademankadasituaWo deveprevalecercomo condidonante 

prioritsrio disdecisGes organizadonais.Esse tipo de tçrealismo funcionalista'' 

deixatransparecerum conformismodotipo pressâb paraasituaçâo. 

O quesepodedepreenderdasdiveriu concepçöesteöricasconsiderad% comprometidascom 

ascrençasfundonalistaéaposturano tocanteavisfo adaptacionista 

subjacente.MuitasdasvêzesénaanâlisedasdiferentestentativasderesoluWo dos 

problemasorganizacionaisquesepode,talvez,identificaro cariterfuncionalistasubjacente.A 

ênfase excesivanaspotendalidadeshlmanas,no treinamento,nosincentivos 

ou nos controlesexplfcitos,como fatorescapazesde propiciaro desempenho 

adequado nospapéis,m rmiteextrairumacrençasubjacentenacaracterfsticamaleivel 

eadaptativa do serhumano.Enquanto isto aestruturanormativam rmaneceinquestionfvel... 

O Modelo HumlmlRta 

Usando-seaterminologadeBlss(1979)para sugefirqueenquanto nomodelo 

funcionalista,implicitnmente,defende-seatesedeque 'tarealidadesbcialconstrôio 

sujeito',paraasconcepmeshumanistaso inverso équesemanifesta*tèsujeito 

conströiarealidadesodap'.Poristo mesm o,pode-seafirmarqueo modeld hllmanista 

smtentaacrençanacaracterfsticaeminentementeativa do serhlmano queatlundo no 

meio,transforma-ono intuitodesatisfazerassuasnecessidades. . 

Segundo BlacklereBrown (1978)algunsprincfpioshlmnnistasadotadospor 

teöricosda Psico 1oga O rgan izacionalbaseiam-senacrenp , 

dequea naturezahumana 

est;orientadapara o cresciminto,ou sejaparaaauto-realizawo.Poristo mesmo a 

imagem noserhlmano ativo,agindo no espaçoorgpnizacionalcom o intuitodesatisfazerassuasnecesidades,o 

que leva,como decorência,asupor-sequea organizalo 

éaquientendidacomo um meio derealizalo individual. 

AstesesdeMcGregor(1973)sobre aautonomiadosindivfduossugerem que 

osmecanismoscontroleadotadosnasorganizaçassâb,antes4emaisnada,limitadores

330 

daspotencialidadeshumanasyjéqueseria pröpriodo homem asumirresponsabilidades 

Porcumprimento demetascoletivas. 

M hipötesesteöricasdeMajlow (1973)sobreahierarquia dasnecessidades 

hlxmanas,sugerequeoserhumano éauto-motivado paraarenh'zaWo.œ sta premisa 

parte Herzberg (1986)pararefptaro taylorismo que impreNa a organizaWo de 

produçâo e defenderum propamadeenriquecimento 'detrabalho.A motivaWoentendida 

como uma forp intrfnseca do indivfduo deveserestimulada e n:o anulada 

m larotinadaslirlhasdemontagem . 

O quelicabem evidenciado naspropostasteöricu abransdaspelo modelo 

hlxm anista é apriorizal o dasnecessidadesindividuaiscomo formadeobtençâo das 

necessidadescoletivas.Como nâb podiadeixardeserestemodeloseop& claramente 

ao modelo funcionalistaparao qualasnecessidadesindividuaissé podem sersatisfeitas 

seantesosobjetivosorganizacionaisforem garantidos. 

Uma Avalial o CrfticadosModelos 

Pareceevidente'anecessidadedeseultrapassaro drculo vicioso com queos 

modelosretratnm arelaçâb indivfduo/orgnnizaçâo.A idëiadequea orgnnizaçfo deva 

sercopsideradacom oconstanteeosindivfduoscomo v@diveis,como denmmia Schein 

(1982)seconsagranosmodelosfuncionalistas.Entretanto,nTo sepodedesconheceras 

implicaçöesnosindivfduos,membrosdeuma dadaorgnnizaçïo,dapröprianormatividade 

estabelecida.Trata-sedeestudarosefeitosnasm ssoas,daracionalidadeestruturante 

em forma de normase papëisorganizacionais. 

Outro aspecto a consideraré aezstênciadetodo Itm movimento dosindivfduos , 

nodesemm nho dosseusrespectivospapëis,no sentido dealargara nmplitudedecomportamentoâquepossnm 

viraexibirecomequentemente,'satisfazerassuasnecessidades . 

T:Ifenômeno pesquisado porSche'in (idem),ao qualArgyrisdenominou contrato 

psicolösco,contrariaaimagem deum indivfduo pasivo,moldando-seàscondi- 

WesimpostaspelaorganizaWo. ' 

' 

Poroutro lado aimagem de qu4aorgnnizal o do meionoqualasnecessidadesindividuais 

sro satisfeitasparece muito invivel.E sabido queasestmturasde 

poderecontroleexistentesnasorgtmizamesimpedem esa priorizyWo,mlo menosaos 

menosprivilesados,deformaquerestaaosindivfduoslutarcontra asestruturasde 

poderparagarantir lm m fnimo desatisfaçâb desuasnecessidades . , , . 

A idëiadequeasestruturasdeppdersejnm utilizadas,t:o somente,como 

elemento dedom inaçâo,sendo incorporado apröpria iddiadequeorganizaré , sobretudo,controlar,deveserreviqta.œ 

açordo çom McGregor(idem)o controleexterno 

funciona,em nïuitoscasos,como elemento desorgnnizador.Ta1fato érelatadopor 

Singer(1983)queacompsnhadiferente!intervençöespolidaiseidentiûca o quedenominou 

t.a iatrogenese dafunl o polidap'.

331 

A contradiçâo éaquirevelada na medidaem quebuscando-seevitar ou diminuir 

a violdncia nas nmq,a polfda lzsa de sua autoridade e poderprovocando 

maioresviol:ncias.E o c%otfpico dautilizaçâode1zm agentecontraaentropia,causadorde 

maiorentropia. 

' 

JéArendt,H.(1985)ressaltou lm asmcto fundamentaldaconvivdnciahumana- 

anecessidadedesereveraidéiâdequeo poderdeveserutilizado como do- 

' 

mlnaçïo.Atravdsdeumarevisâb nosprocesosdesocialfàaWo deveriaséutilizara ' 

ç'autoridade'como elemento deaglutinaçâo e cooperaçâo enTo deseparaçâo eisolamento. 

A responsabilidade hierarqutzada,presente como 1tm valorftmdamentala 

orientaro proceso deorganizawo tnmbém mereceserrqvisto.Ta1crença esbaracom 

as4xcrenps'naeficéciadasestratëgasdepartidpawo.Evidentementequeo desen- 

. i A 

volvimento de1lm efetivo clmadeparticipaçâoexcluiadnfasenadlscriminalo,se 

mantido o apelo à hierarquia. 

A participaçâo gera nma certacumplicidadeentreosmembroso quesupöe 

um œrto nivelamento,a manutenlo decondiçœsdeigualdade.Poristo mesmo os 

processosdesocializalo organizacionaldevenïserreformulados,no sentidodesepromoverl1m 

climadem aiorparticipaçâo,queexcluiqualquertentativademanipulaçâo 

dirigda. 

G nsiderae sFinais 

Pareceevidenteanecessidadedeseconstruirlzmaimagem maisfidedigna da 

relaçâo indivfduo e organizaçâo.Essenovo m odelo deveprpcurarresgatar,principalmente,ainfludnciamfltuaindivfduo/organizaçâo.Nâb 

restadlividaqueexisteIxma 

relaçâo dialética entre as.necessidades individuais e as nicessidades coletivase,af 

encontramosapande vulnerabilidadedosmodelosftmcionalistasehumaistas.Por 

outro lado,aformadecompatibilizarasnecessidadesindividuaise 'necessidadescoletivas 

tambëm devem serestudad%,'porqlunto,significaa formulaçâb de pactosde 

convivdncia(pacto social),continuamentenegociadose rvistos.Todavia alegitimi-' 

dadedetaispactosimplicamzmaparticipawo efetivadetodososintepantes,removidas 

as diferença!e bloqueiosa livre rpanifestaçâo dosinteressesindividual e com 

lnK.A tarefaëcomplexamasmereceserenfrentadasesedesejnm modelospsicolögcosmaiseficazesem 

Psicolosa Organizacional.Umaténtativadeestabelecer1xm 

novo modelo vem sendo desenvolvido com autilizalo dosreferenciaisteöricosda 

EscoladeFranuurt,Moura,%.(1986),entretanto,nâb cabenestetrabalhodesenvolv:-lo.

332 

Refer:ndas: 

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PSICOMETRIA E SELECAO DE PESSOAL 

MARCO ANTONIO DE CASTRO FIGUEIREDO 

UniversidadedeSropaulo 

Vou tentaresboçaraquium quadro geraldo quevem seconstituindoatentativa 

dapsicometriano sentido deacompnnbarasocinlizaWocrescentedo trabalho. 

Apöso movimento taylorista,apsicometriaclisicasurgu eganhou forp, 

impulsionadapelaracionalizalo daproduç:o-Em consequ ncia,surgrnm,noH bito da 

organizal o do trabalho,instituiça sde apoio,como escolasderelaçöesindustriais, 

disciplin% acadûmic% nasUiversidadescomo a SociologiaePsicologiaIndustriais. 

Estes recursos,subsidiirios da GerJncia Cientffica,buscavam am rfeiçoar 

mëtodosdeseleWo,adestramento eadaptaçfo do trabnlhadoràsconstantestransformaW 

esditadasmlaevoluçfo do trabnlbo. 

O maisantigo esform no sentido deam rfeiçoartécnicaspsicolôgicasparaa 

Seleçâo eœ senvolvimento dePessoalsur#u pm Hog'o M lngterberg,querecëm formado 

em Izipzg com Wundt,foiparaosEstadosUnidos.Seu livro tTsicolosae 

EûciênciaIndustdap',cujapdmeira Wrsâb em ingldsapareceu em 1913,podeserconsiderado 

um primeiro esboço dapsicologaIndustrial. 

Narealidade,estaobratratamaisquestöesrelativasaalgunsobjetivoseprincfpiosdeIlmnpsicologado 

trabnlbo ainda incipiente,atreladaàftlosofia.A pe na3, 

busca explicitaro papeldo psicölogo notrabnlbo: 

'Noso objetivo :traçarosesboçosdelzr?lcnopa 

cfdack que&e# intermedMriaeafreo e der?r 

laboratôrio dePsicoloo tosprgàle- :de 

Ftoatm fl.'l experimentaçEo pyfc/ltWcldevese 

colocarsistemâticam entea yerpfm do 

com*cio edafrl/lfrk...' 

. 

O grandeimpulso dapsicometria edaPsicologaIndustrialsedeu nosEstados 

Unidos,com o adventodostrabalhosdeWalterDillScott.n mbëm doutorpor.H ipzaig, 

encontrou nosEstadosUnidosascondiçöesideaisparaseu trabalho. 

. 

Com aPrimeira GrandeGuerraeanecessidadederecrutnmento eseleWo de 

Fandesefetivos,asbatedasdetestesfornm aplicadaseaperfeiçoadasnasForçasM - 

madas.Apös a'guerra , a popularidade dostesteslevou a sua difusâo na Indlistria. 

Assim ,asprimeirasdëcadasdo século XX assistiram a IIm crescimento eumaaplicaçâo 

m adça dostestespsicolögicosno âmbito do Trabalho. 

' 

333

334 

A premissabapsicometriachssica,naëpoca,eraapossibilidadededeterminarcom 

antecipawo,a adaptabilidadedostrabm adoresaoswriospostosdetrabalho, 

' 

traen d o lrn ç#erftl'caracterfstico do trabnlhadorparacadafunçZo.Em sfntese,a 

premissadapsicometriacllsicasebaseavano seu valorpror östico daadéptaçIo do 

homem no seu trabm o. 

Entretanto,essevalorprognöstico estau condicionado â dinn-micadaevolu- 

Wo do trabnlho edepepdiadeparadigmasexm n'mentaisbem defmidos.M sim,aelb 

ciência da psicometria aplicadaao trabm o implicavanasistem atizaçâb dellma sërie 

de etapas: 

a)A primeiradelas,e,talvezamaisimportante,seconstituia naano sedo 

trabalho.Desta,dependiaaformulaçâb docontelidodasavaliaçieseaexplicitaçâo dos 

atributosnecessfriosâexecuWo dostrabalho. . 

O psicölogo Analista do Trabalho enfrentava,nesta fase,umasériedeproblemasqueiadesdeanecessidadede!lm 

universo comllm dediscursocom o trabnlhadoratëasdilkuldadestëcnicasdascoletasdedados,çom 

avalidadeeaidedignidade. 

M as,asdificuldadesnâb paravam poraf.A complexidade daAndlisedo Trabalho 

envolvia lfma sërie de etapasencadead% que compreendiaa identilkaW o dos 

componentesdo cargo,acodificaçâo deste!componentes,osatributosnecessirioseo 

mrfldo trabalhadoridealpara a flmlo. 

' Acrescido atudo isso,vinhao crescenteavanço tecnolögico.Constantemente, 

oscargosernm transformadps,mudando suascazacterfsticu eprescriça s.Era essencial 

revisarmriodicamenteasespecificalesdoscargosestudados,lmavezqueestavam 

em constantem utaçâo. 

b)Analisando o cargo,vinha aetapa da construçïo dosinstrumentosde 

avaliaçâo.Aqui,asdificuldadesmaioresconsistiam na 'adequaWo dasescalu,no que 

serefereao conteûdo avaliado eosbaixosvaloresproN östicosconstantemente encontrados.Ostestesconstrufdosnecessitavam 

sertestadoseat'micaformadefaz:-loera 

compararosproN östicosdostestescom medidasdedesempeo o profissional.Assim , 

apösacom truçfo eaplicaçfodasescalas,llmanovaetapasefazianecessâria,aavalia- 

Wo do desempenho profissional. 

c)Uma fltimaetapaerarenlizada,algum tempo depoisdaseleWo,nosentido 

devalidarasmedidastomadas.Um padr:o dedesempenho eraentâb delineado e,apös 

avaliaçöesgernlmenterealizadasporsum rvisoresou sum rioreshnediatos,severificava 

o valorpror östico do testeutilizado. 

Estes procedimentoseram problemâticos,principslmenteporque havia 1Im 

lapso detempo entrea primeira medidatomada,oteste,eaavaliaçâo do desempenho. 

Algllmasocorr:ncias,durante'estesiàtervalos,como porexemplo a aprendizagem ou 

outrasmudançasno sujeito,poderiam interferirnosresultados.Além disso,eramuito 

diffcildeterminar1lm padrâb ,dedesempenho 4uepudeseseravaliado damesm'aforma 

por W riossupervisores.

335 

Em sfnteseso paradim adapsicometriacla icaerafundamentadoem medidasde 

testessobre atributosdo trabllho queeram avaliadosposteriormente , o que 

constituiaocritëlio daSeleçâo.Nestecaso acorrelaloteste/critdrio éamedidada 

previsibilidade de lxma bateriadeseleçâo,que busca exaurir todososcomponentes 

possfveisdatarefa eassim cobrir,daforma maiscom pleta possfwl,o trabalho avaliado. 

Esse paradigma meemnidstatinhaseu m nto vulnerâvelnaincapacidadepara 

lidarcom osfenômenosdins-micosdo trabalho , insusm itosno processo deanllisede 

cargo.M esmo assim ,perm aneceu incöblmedurantequaseduasdëcadu . 

. 

Entretanto,acrescentesodalizaçâb daproduWo levou a priticadopsicölogo 

industrialpara o campo da psicosociologia . OsestudosdeHowtorneensejaram lm 

novo enfoqueque punhaporterra aspremissas dospsicometrltascla icos:aaçâb 

co li etva dostrabnlhndoresdeterminavalxmapriticano irabalho q2etranscendiaos 

atributosindividuais,como porexemplo açecapacidade'medidam lostestespsicolö- 

#cos. 

A prindpalobjeçâb da novam rspectiva apontadaporElton Mayo eseus 

seguidoresdqueasb%esindividuaisdo comportamento humano no trabalho estavam 

%sentad% sobre osp upossociaisdasfibricas.Bste fato , porsisö,jé bastaria para 

pôrporterraasperspectivasdapsicometdacla ica . 

Renlmente,estaobjelo édemolidoraeinddesobretod% asetapasquesuportam 

aavaliaçâo psicométricanotrabm o : 

a)Em primeiro lugar,osaspectospsico/oiiaisn:o estfo presentesnatarefa 

em sie se caracteriznm porfenômenosdecorrentesda cooperaçâo . Sfo,portanto, 

fenômenos de outra ordem ,que n:o poderiam serconsideradosdtlrante aAnllise 

do Trabalho,voltadaapenaspara osaspectostdcnicosdatarefa 

' 

. 

b)N:o sendopiescritosp%aaflmçâo,osaspectospsicoiociaisdo trabalho 

podem comprometero carâterpror östico dostestes , jlquenâb foram previstos,se 

constituindo em lçfontesdeerro'durantea avaliaçfo psicolögica . 

c)Finnlmente,estaobjelo muda todaa concepçlo deprodutividadeede 

d esempe nho . Se yanteriormehte,asantigas formasde gestâo consideravam o desem - 

y nho 'hllmano no trabm o com base em atributosestanques , nivelando oshom ens 

diante de relaçöescircunscritasao tempo em ovimento , a persm ctivapsicoeociolö- 

#ia colocavaa questïo sob lm'novoponto devista:osgruposinformais,dentro dàs 

linhasdeprodulo,podiam determinarum outro nfwldedesempenho,afeto âsrela- 

Weshlxmanas. '. . 

Narealidade,asocializal: daproduçro acabou pordeterminar,no n-mbito 

dapsicologa do trabm o,lxmnrevisfo radicalna concepçâo do seu objeto.A psicologa 

passou a reconhecer,notrabalhador,lma capacidadequevinha1henegando 

h; dëcadàs:a possibilidade de se autodeterminar , desde que 1he dessem ascondi- 

Wesnecessfrias. .

336 

No Universo taylorista,a fram entaçâo do trabalho levou à concepçâo do 

homem como um feixe de atributos estanques e previsfveis;daf decorre que,na 

psicometriaclissica,produto do taylorismo,ostestesfossem consideradoscomo inqtrllmentosde 

precisfo.A socizizaçâo do trabqlho complicou esseUniverso simplificado,adicionando 

aspectosindependentesdafunçâo,oriundosdospuposinformais 

dentro do trabalho. 

Assim .o M ovimento dmsRelaçöesHllmanas,como respostaàsocializaçâo do 

trabnlho,colocou a psicometria clissicadiante de llma endrllzilhada.Um p'rimeiro 

caminho,queseenveredava rllmo aosfatorespsico-sociaiseàpsicologiasodal,ellma 

outravertente,quecontinuavano rumo daPsicologaIndustrial,buscandoreorientar 

&stâticasdeSeleçâoeColocaçâb dePessoal. 

No curso dapsicologiasocial,apsicometriainvestiu naconstrulo deescolu 

paraaavaliaw o defenômenosdecorrentesdasocializaçâo do trabalho,como liderança,atitudesedecisâb 

grupal.Teöricosimportantes,comoStodgdil(1948),Fleishmnnn 

(1948)eFeidler(1974)realizaram estudossobrealiderança,subsidiando a Administraçâo 

do Trabalho no Treinlmento eDesenvolvimento de Pessoal.Damesma form a, 

no estudo dasatitudes,com Rosenberg(1956),Keley (1973)eFishbein eAjzen 

(1975). 

No cnmpo dapsicolo#aindustrial,naSeleWo e ColocaWodePesoal,a psicometriatevequeformulartotalmenteseu 

antigo paradipna.Asantigasmedidasindividllnise 

absolutasforam substitufdasporavaliaçöesrelativas,diferenciaise afetasa 

gruposdiferencinlmente previsfveis.Osarftigostestesgeneralizadoscederam lugaraos 

testes m oderadores, construfdos especialmente,segtmdo os subgrupossociais dos 

sujeitos. 

Dafresultaqueostestesn:o poderiam maisserencaradoscom o fonttsV icas 

paraadecisâb deSelelo.Pelocontrério,ostestespasarnm a terum carftersubsidirioparadecisöescentradasnosesquem 

asdirm-micosdosgruposdetrabalho:ao seleur 

em contaessequadro organizadonalmaiscomplexo,ostestespassaram a serconsideradosfontesauxiliaresdeinformaçöesparadedsiesbaseadasnaotimizaçâo 

dascondi- 

W eseyecursosparaaSeleçfo. . 

: Destaform a,estanova psicometria buscou recuperarosaspectosorganizadonaisdo 

trabnlho,negligenciadospelapsicometriacllsica.Seaantigapsicometria 

sebreavpem decisöesindividluis,calcadasem relaçTesestabelecidasentreo prognöstico 

do tesle eo critério de desemm nho,anom m rspectivaenvolviadedsa sorgnnizadonaisbaseadasnuma 

sdrie deinform aça sdiversificadas,nem sempre oriundasda 

testagem psicolö#ca.Destq forma,osprocedimentosdeseleçZo decomplicaram: 

a)Asestratëgasde selelo pasaram aserdelineadu em funçâo daOrganiza- 

Wo;pâb maisaanilisedo rmrgo 'diterminavaosconteidosda testagem,massim o 

proN östico orgnnizacional.Todososprocedimentosdecorriam deste primeiro nfvel 

deanzise,quedeterminavatodasaspolftica gerendais.

337 

b)Umavez realizadanestecontexto,aAno sedoTrabnlbo trnntcendiaas 

especialidadestdcrlicas do trabalho parafixarosasm ctosafetosâsrelaçœ sorganizacionais.Um 

bom exemplo desta perspectiva do Plano deOito Pontosproposto por 

Jackson (1976)que,altm dosaspectostécrticosda funçâo,propa avaliaça sanfvel 

de realizaçœ s,interesses,disposiçöessodais,circunstO ciasem quea tarefadeveser 

realizada e motivaçöes. 

c)Estaconcepçfo multivariadado trabalho incidenaavaliaçâopsicolögca. 

OsviriosaspectoslevantaddspelaAnâlisedo Trabnlho,porsua diversidadedecarlter, 

devem seravaliadosdevfriasformas,nem sempresistem ltic% :entrevistas,dinâmicas' 

depupo,escalaspsico-sociais,testespsicolögicos,testessituacionais,etc.O resultado 

éum çquadro''composto porinformaça sdeamplo espectro,quedever;seravaliado 

porlzm grupom ultidisciplinardedecisâb. 

Nessenovo contexto,o psicometrista,deconstrutordetestespassaaidealizadordesituaç& 

sdedecisfoparaseleçfo.Sem contudo abandonarseu instrumentode 

trabalho tradicional,o teste,opsicölogo passaacriarsubsfdiosparaumaequipeformada 

porprofissionaisdevfriasespecialidadesquepossam ,de possedessasinforma- 

Wes,decidircom baseno Plano Organizadonal. 

Gostaria,paraencerrar,defazeralgunscomentfriossobrecomo estam rspectivaaindaest;longede 

serassumidapelosproflssionaisquerealizam atividadesafetas 

à Seleçâo e Recrutamento dePessoal.Am sardesuperadosh;qu%eseisdécadas,os 

selecionadoresaindateimam em utilizarosantigosmodelosmecnnickstasdeavaliaçâb 

no trabalho. 

. 

Uma tendénciaqueseverilkaequepersevera adespeito detantosaspectos 

antagônicos,d a corrente utilizaçâo de testesclâssicos,prë-fabricados,nastâticase 

programasdeSelelo Profisional.A despeito detod% asobjeçöesquesfofeitasao 

uso isqiscn'minado detestes,decisöesdeSeleWosâb tomadascom baseem avaliaçöes 

s'lmiriaseesquemiticu doscN didatos.O resultado êdescrëdito,aincomm téncia,o 

comprometimento daimagem do profissionaleo subemprego. 

Gostariadecolocarem questro formasalternativ% paraasolulo deseproblem 

a,remetendo,para adiscussâb geral,a importânda dopsicölogo estar sempre 

evoluindo,parepasso com acategoria Trabslho.

PSICO LO GIA INSTRUCIO NA L E TBEINA M ENTO* 

JAIRO EDUARDO BORGES.ANDRADE 

UniversidadedeBraszYa 

A PsicologaInstrudonalpodeserdefinidacomo o modo como osprofissionais 

de educaçâo ou treinamento conhecem,compreendem epredizem ascoisas 

concernentesao ensino eâ aprendizagem ,bem como relacionnm asmudançasdedesemmnho 

quesedeseja deum determinado indivfduo eo quesefazcom o propösito 

deobteressasmudanças. 

' 

O modo como esse enfoque,chamado instrucional,d usado.para resolver' 

problemasde treinamento,d denominado tecnologainstrucional.Essatecnologa, 

sendo baseadanaabordagem desistemas,prev:trdsestâsosdedesenvolvimento:planejnmento,execuçâo 

eavalialo.Elesserâo descritosaseguir,nocontexto deseenfoqlle 

. 

Ranejamento 

A avaliaçâodenecessidadesde treinamento éo primeiro passo parasede'senvolveradequadlmente 

o est@ o deplanejamento.œ finimosnecessidadescomo as 

discrepM ciasexistentesentreosdesempenhosesperadosereais.Com basenessaconceituaçâo,o 

processo deavaliaçâo denecessidadesdeveincluiradefiniçâo dashabilidadesesperadasdosempregadoseasmensuraçöes:a)dosnfveisem 

quesuascompetênciassâo 

discrepantesdoidealeb)da importânciadaquelashabilidadesparao desemm 

nho nocargo (Borges-M dradeetima,1983). 

Apösa avaliaWo denecessidadesdeve-seu alisaranaturezado desempenho 

envolvido em cadanecessidade,bem comoascondiçöessobasquaiseledeveaparecer. 

Nesesentido,MagerePipe(1970)oferecem nm modelo teörico queclminacom 

ztmainterpretaçâo decasosdeproblemasdedesempenho,demodo quesepossadecidirseo 

treinam ento é lmasoluçâo adequada. 

M ste texto foitxkafdo,reduzido,adaptado eatualizado da terceira parte do artigo t'O Enfoque 

Instrudonalno Treinamento:Por UmaCompetência Técnicae Polftica',do mesmo autor,publicado 

em t'Direito à,Educaç:oeTecnologia Educacional' 9Vol.II,Sfrie ççEstudose Pesquisas, 

nlmeros37/38,editadopelaAssociaWoBrasileiradeTecnologh Educacional,noRiodeJaneiro, 

em 1986. 

339

M Q 

A avalialo de necisidadest um momento para analisarmos,a priori,o 

treinnmento (0 quedevesertreinado?),suafunçâo social(paraquem eleserve'?)e 

slzainserçâo naorganizaçâo tporqueseinvestenele?l.podemosutilizaraavalialode 

necessidadescomo instrumento paradiscutinnos,com osdiferentessegmentosdaorganizaçâo,seuspapéiseo 

quedevesernelamudado.E tambëm aoportunidadepara 

osreferidossegmentostomarem partenasdecisiesou conhecerem oscritériosutilizados,bem 

como tornarem-seresponsâveispelasaçôesdecorrentesdessasdecisa s. 

O pröximopaso do estâgio deplanejamentorefere-seà formulaçâodosobjetivosdostreinnmentos.A 

formulaçâodevetomarporbasea avaliaçâo denecessidades. 

Osobjetivos,nlmaconcepçâb detecnologiainstrudonal,devem sercompreendidos 

como descriçöesdosdesempenhosobserviveisesperadosdostreinamentos, 

definidosem termosobservfveis.Esaconéeplo dosobjetivosfoilargamenteassociadaaMager(1980). 

A redaçâo edivulgaçâb detaisobjetivosinforzrmm o pûblico eaorganizaç:o 

sobreo quesedeseja eoquesepode'esperardostreinamentos.Elaspossibilitam 1lm 

julgamentoposterior(àhoradaseleçâb dostreinandos)dasnecessidades,aavaliaWo 

deresultadoseaconsequ'ente revisïo desseseventos.Auxiliam aindanapreparaçâo e 

seleçâo deestratésasemateriaisdeensino epennitem a elaboraçâo deavaliaçöesde 

aprendizagem maisjustas.Finalmente,elasgtliam aatençïo eo estudo dostreinandos 

e podem pçrmitir m ais equidade na atribtliçâo de novoscargosefunçöes,apösostreinam 

entos. 

Jâexistem evidênciasdequea presençadeobjetivos,com ascaracterfsticas 

anteriormentemencionadu,podedeterminarmelhori% m uito significativasem algtms 

componentesdossistemasdetreinamento,taiscomono planejamento,procedimentos, 

apoioambientaleresultados(timaeBorges-Andrade,1984). 

Taxonomiasdeaprendizagem sâb classificaçœ sdedesemm nhoshum'anosou 

capacidades.Essasclassificam esgeralmentelevam em contaanaturezadosdesemm - 

nhosdescritosnosobjetivosedascapacidadesou dosprùcesosdeaprendizagem aeles 

subjacenteseas'condiça sessenciaisdeensino relacionadasaeles.Ascategorizaçöes 

propostasporBloom etal.(1974),Gagné(1979)eMeril(1971)sâo modelosde 

taxonom ic . 

No estégo deplanejamento,àmedida queosobjetivossâb formulados,d 

possfvelirprocedendoàsua classificaçâo,deacordo com umadadataxonomia.Issodâ 

siN ificado teörico ao treinamento,ao mesmo tempo em queeletomaemprestadosos 

presupostosehipötesesinerentesàsteoriâsdeaprendizagem subjacentesâtaxonomia. 

A presenp dessesreferenciaiséimportanteparatiraro treinamento do nfveldeatividadeadministrativaepara 

lhedaro çstatus'detecnologiainstrucional. 

Outro passo quepodeserdesenvolvido simultaneamenteâ formulalo dos 

objetivoséasuainclusâb propesivaem hierarquiasdeaprendizagem.O conceitode 

hierarquiasganhou forçacom Gagnd(1971).Elasrepresentam conjuntosdehabilida-

341 

des intelectuaisorganizadasde msneira decrescente,de acordo com o seu nfvelde 

complexidade,formando estm turasrepresentadaspor:torganogramas' em quecada ' 

objetivo éumatmidadecomponente.O domfnioou amaestriadashabilidades(ou 

objetivos)maissimples(ou localizadasnaspartesinferioresdo çorganograma')facilif'ariaaaquisiWo 

deoutrasma1 complex% (presentesnosnfeissum rioresdaestrutura). 

O lzsodo conceito dehierarquiasnosposibilita analisarobjetivoscomplexos 

em termosdashabilidadesaelessubordinadas-podemos,atravësdesemdtodo (Borges- 

M drade,1982b),analisarestrutmasde treinamento e construiroutras,tomandoos 

objetivoscomo suasunidadescomponentes.A partirdessasestruturas,ou mapasorganizadosdeobjetivosdetrehmmento,éposfvelindicarprecisnmenteaseqiznciaem 

queosreferidosobjetivosdevem serensinados.A construlo dehierarquiasdeaprendizagem 

étarefacomplexa,maselasacrescentam riquezateöricaaoestigio deplanejnmento. 

ExecuWo 

O segundo estigio do m odelo que oradescrevemosiefere-seàexecuçâb do 

treinamento.O enfoque instrucionalpode oferecercontribuiçöesrelevantespara o 

desenvolvimento dasestratégiasde ensino,tanto em planosdeaula ,qganto em materiaisdeensino 

(impresos,audio-vksuais,eletrônicos,etc). 

Asestratégiasdeensino devem levarem consideraWodadosdetrdsnaturezas:a)aseqïiêndadeapresentaçâo 

deinformaçöes;b)ascontingdnciasaserem estabelecidasentreo 

comportnmento do treinandoeo do instnztorou dosmeiosdeensino 

ec)asseqiznci% econting:nciasqueestâb especificamentereladonadasacadatipo 

deaprendizagem previsto nastaxonomiasexistentes. 

A combinaçfo dasinformaçöesaserem apresentadasao treinando nospermiteelaborarplanosinstrucionais(Borges-M 

drade,1982$,quesalém demuito ûteis 

etficazesparaexecutarostreinnm tntos,utilizam o conhecimtnto gerado eacumulado 

e se inserem em quadrosreferenciaisqued:o um substratotecnolögicoaosreferidos 

treinamentos.O tmimo estigio de desenvolvimento datecnolosa instrucionaléa 

avali aç ïo ,q ueam esentuemosasege . 

Aulialo 

A avaliaWo éo estégio no qualmedimosnosso objeto de estudo,queno presentecaso 

éo treinamento,ejulgamosseu valor. 

11< vo asrazœspara avaliarmostreinamentos:a)obtercontrole,b)faar 

retronlimentalo,c)tomazdedsa ssobreeles,d)fal-losfuncionarou tomaraspessoasaptasee)tomf-losexternamenteWlidosou 

potencinlmentecapazesdeprovoca- 

'

342 

rem modificaçöesno smbienteorganizacionalou bxtemo.Asquatro primeirasrazöes 

sâo fundamentalmente administrativase instrudone .A tm imaimplicanlzmalinalidademaispolftica.O 

estfgio daavalialodaoportunidadeparapodermosdiscutiros 

treinnm:ntoseseuseventlaispapéisnamudanp orgnnizacionalesocial. 

A avaliaç:opodeserformativaesomativa,em ftmçâo deseuspropösitosedo 

momento em queérealizada.A primeiraëcaracterizadam lacontfnuacoleta dedados 

duranteo processoinstrudonal,aftm deobterinformaçöesqueindiquem ascorreçöes 

a serem neleefetuadas.Naavaliaçâo somativa,o objetivo éobterinformaçöessobre 

1m treinamento j;desenvolvido,visando verificarseusefeitos.Em muitossistemasde 

avaliaçfo essa separaçïoconceitualédiffdldeserfeita. 

A avaliaçfoform ativaprecisafirmar-seem teoriasinstrucionais.A som ativa, 

alëm dessas,deveseapoiartnmbdm em modelosdecompreensâb dasrealidadesadministrativa,econômicaesocial.A 

literaturaespednlizadatem sido prödiganaapresentaçâb 

de.modelosdeavaliaçâb,como podeserdedlzido apartirdo trabalho derevisâb 

deDutra(1984). 

No contexto queora propomos,a avaliaWo precisa ter,como seuspressupostos,osprincfpiosadotadosnoplanejamento 

instruçional.Desemodo,asvariâveisa 

serem mensuradasnecessitnm estarimpregnadas,porexemplo,com ascaracterfsticasdo 

modelo mado paraaformulaçfo deobjetivos,dataxonomiadeaprendizagem 

utilizadaedo enfoqueadotado no desenvolvM ento dasestratdgasinstrucionais. 

Contudo,m uitasvea sépredsoadicionarmosvariiveisoritmdasdemodelos 

teöricos psico-sociais,maisadequadospara avaliarodesempenho no cargo (14'ma, 

Gorges-M dradee Vieira,1988)ou mudançasorganizacionais,edemodelossöcioeconômicos,paramediro 

valorfinaldotreinamento tévila,Borges-M drade,Iriase 

Quirino,1983). 

A profusâb deuriveisdeavaliaçâo podeconfundiro prohssional,sen:o 

houverum mëtodo sistem âtico paraorganizi-lasepara detinir,antesmesmo dacoleta 

dedados,asrelaçGesesperadasentfeelas.Um dessesmztodospropöequeosaspectos 

>avaliarsejnm defmidoseclassificadosa partirdecinco(Borges-M drade,1982a)ou 

seis(Hma e Borges-Andrade,1984)categodasprëdefinidasde varifveis. 

A avaliaçfo,em nossa opiniâb,d oporbmidade para aprenderm ossobre o 

treinnmento (Borges-M drade,1982a).Certasdescobertasfeitasduranteaavaliaçâo, 

acerca.dascondiçöesesm cfficassob asquaisossistemasinstrucionaisfuncionam e 

sobre asinteraça sexistentesentre elas,devem sersistematizadase compartilhadas 

com outros proflssionais,para que avance o conhecimento sobre a tecnologia de 

treinam ento.' , . 

Nâb podemosnosesquecerquea:t...selelo dascaracterfsticasdoprogramnaseravaliado 

édeterminadaporltma conceptllplizaçfo explfcitado progrnmaem 

termos dumateoria,llm ateoria que pretende explicarcom o o programaproduzos 

efeitosdesejados'(Fitzribbon e Moris,1970.f nossa obrigaçâb,pois,testarmos

M 3 

essateoria.Sendo aavaliaWo 1lm mododesefazerpesquisa,e1atambëm podeservir 

paragerarconhecimentos,aldm demlmprirsuasflme sadministrativa,instrucionale 

polftica. . 

snm4do 

Apresentam oso enfoque instrucionalcom o 1xm cnminho parao desenvolvimentode 

lmatecnologaapropriadadetreinamento,demodoque.estaatividadepase 

ater,nasorganizaça s,a consltênciateôrica dequee1ahoje carece.Foram descdtos 

algunsprocedimentosesenciaisquedeveriam estarMclufdosnumatecnolosainstrudonaldotreinamento,bem 

como alglmgdeseuspressupostos.Essapropostadetecnolo#afoiapresentadacomo 

sugestïo para trabalarmosem treinamento sob o quadro 

' referencialdaPsicologaInstrudonal,quefoiesboçado no texto. 

' 

Refeëncias: 

Avilw A.F.D.,Borges-Andrade,J.E.,lrias,L.J.M.eQulrino,T.R.(1983).çtFormaWodo Capital 

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6-22. 

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pp.118-133.Englewwod Cliffs,Nl-:m enticeHalt 

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Lima,S.M.V.eBorges-Andrade,J.E.(1984).ççMeta-anllisedeAvaliaç:o deTreinamento:InvestigaWodasRelaWesenkelnsumos,Planejamento,Procedimento,Apoio,ProcessoeResultados'.Em 

tlEstudosePesquisas'* nimero 30.Rio deJaneiro:Associaç:o Brasileira de Tecnologh 

Educacional.

M 4 

Lima,S.M.V.,Borges-Andrade,J.E.eVieira,S.B.A.(1988).Impac'to deCursosdeCurta-duraçso 

no Desemm nho de Emmegadosem Ciência e Tecnologia.çtAnaisdo M ISimp6sio Nadonal 

dePesquisadeAdministraçfoem CifndaeTecnologia'.SfoPa

ANALISE DO COMPORTAMENTO APLICADA A 

ORGANIZACAO E AVALIACAO DE DESEMPENHO 

IONEM IM 

UnivirsidadedeBrasx'lia 

T:cni- Ute 

das 

Osinstrumentos comumente utilizados na avaliaWo de desemm nho em 

empresassâo aschamadasBARS (Y havioraly Anchored Itating Scales)Fascalasde 

Avaliaçïo Bueadasem Comportamentosou BES (BehavioralExmctation Scales) 

F,scalasdeExmctativaComportamental:BOS (BehavioralObservation Scales)Escalas 

de ObservaçâoComportamentaleMBO (Management.By Objectives)Gerdnciapor 

Objetivos.Segundo IatIa eWexley (1981)a elaboraçâo destu escalastem porbase 

a Tëcmica deInddentesCrfticos,isto é,nma listadeincidentescrfticosdecomportameptoqefetivose 

inefetivosno trabalho,observadosnosItimos6 a 12 meses.Os 

autoresrecomendam quesejam entredstadospelomenos30 pesoasparaz1m totalde 

3* inddentes.Para um cargo desupervisfo,porexemplo,seria necesslio coletar 

entre2000 a4000 inddentestFlanagan,1954). 

Hmltae e DoblemasRelacionadoscom eta Instrumentos 

Aqescalassâb sucetfveisaerros,taiscomo,çYalo''ou generalizaçöesinadequadas,çtleniência''ou 

o uso de eytremos,çtenddncia central'' $ lögica,contraste, 

P roximidade e ççsemelhante a mim''.O efeito 'Yalo'' , porexemplo,nâo édelnido 

operacionnlmenteo quedificultaadiscriminaWo do nfwlabsoluto doefeito que leva 

estenome.A questïo aseranalisadaseda:Qlmissâb asvarifveisqueafetnm astdcnicas 

utilizada naavaliaçâo dedesempenho,tornando-assusceptfwisataiserros? 

Além desteserros,asescalasnâosâb baseadasnaobservaçâo diretado com - 

portnmento eisto levaoelaboradorafazerinferdnciassobreo dese ri pe nho aserana- 

lisado.Assim ,a validadedecontefldo fica comprometida,umavezque,com esseprocedimento 

oconteûdo daavalialo n:o corresponderiaao conteûdo da tarefa.A validadedediscriminawo,ou 

seja,acm cterfsticaqueleva o instnzmentoa facilitara 

distinçfo entre executoresmaise menoseficientestambëm équestionâvelnestasescalas.Um 

instplmento deveserconfhveldando informaçâo precisaeconsistentedo 

desemm nho do executor.Nestasescalasaconûabilidadeéquestionadaem termosda 

concor d ânciaentreavaliadoresedapossibilidadedeocorrdnciadoserrosacima ,o que ' 

tornam osdadosdepouco valorcientffico. 

M 5

346 

No procedimentodeutilizalo datécnicadeIncidentesCrfticosumalimita- 

Woëevidente.A visâo globaldatarefaéprejudicada nafaseda reformulaçâo,ou seja, 

um nlimero pandedeincidentessâb perdidosou descartadospara seevitaraam biguidadenaelaboraçâo 

dasescalas.Segundo Haynes(1978)esta tëcnica éonerosa eimpopular.Outralinlitalo 

que pode serapontada nestasescalu d a faltade critërio 

extemo,ou seja,nâb existe 1m para etro paraqueodesempenho possasercomparado.O 

desemptnho chamado excelenteassim o é em relaçâo aque? 

Bass e Barett(1981),Campbele outros(1973)eBorman e Dlmnete 

(1975)analisando o tempo eo custo daelaboraçfo dest% escalu aûrmam queelas 

nâb sâb prâticasedefâcilentendimento.Schwab eoutros(1975)concluirmn queos 

resultadosde estudosderevisöesdeliteratura'çdesencorajam futmaspesquisassobreas 

BAM /BES'(p.559).Asvantagensdestesinstrlmentosnem sempreforam smtentad% 

pelaevidénciacientfica(BaseBarrett,1981). 

Técnicasx Objedvosa quex datinam 

O primeiro pa o aserdado no planejamento deum sistemadeavaliaWode 

desemmnho deveriasero dedeterminaro objetivo espeiïficoaseratingidonaaplica- 

Wodo instrlmento.Objetivosdiferentespodem requererdadosdiferentese,portanto, 

técnicasdiferentes.Objetivoscomo çauxiliarnasdeèisöesadministrativas',N alidaWo 

do proceso deseleçâo'tçalocaWo , derecursoshltmanos'çtlanejamento , P gerencial' , 

'tpotencialparapromoçâo'e'tdarfeedback'entreoutros,exigein badosrelativosa 

resultadosatingidospelosexecutores.Poroutrolado,objetivojcomo çtreinamentoe 

desenvolvimento de pessoal'e ''melhorar o desempenho'requerem outro tipo de 

dados,rriais especificn'mente,dados relacionados a comportamentos ou atividades 

exerc idas pe 1osexecutoresparaatingirosresultadosesperados. '' 

Auëaçâo deD- mm nho y Abordagem deGm rt 

Comportamènto x desempenho:Gilbert(1978)fazumadistinçâb claraentre 

com portamento idesempenho.Segtmdo ele,o comportamento ëmuito diffdlde ser 

medido satisfatoriamente Ixma kez qtiemuitasvezes.é encoberto enâo éfécilniente 

observfvel.Além disso,torna-se diffcil especificar quais sâb os comportamentos 

necesirios#araHm ' b om execu toi#oique çaspessoassâo muito pareddasnosreper- 

törioscompohamentais...masexiste lmnpandediferença naquilo queaspessoas 

realizam ou produam '(p.39).0 comportamentö nâb deveservisto como1Im flm 

maàcpmo 1xm meio para lxm fim .O desem penho,poroutro lado,significaatransaçâo 

toda:o comportamentoqueleva aresultadosesperados.

347 

hstrumento de Medidado Desemm nho 

Nesta abordagem o instrumento compœ -se dexzm modelo ondesâo listad% 

asrealizaWesesperadasproduzdaspelo executor.O modelo delaboradoatravësda 

observaçâo direta ou dedocumentos,entrevistascom osexecutoresesupervisores,e 

outrastëcnicas.A seguir,sâb levantadososrequisitos,ou seja,asdimensa satravësdas 

quaisasrealizaWessâomedidaseavaliadu.Osrequisitosou indicadoresmedem aqualidade,aquantidade 

e o custo do desemm nho em questâb.O terceiro passoparaa 

elaboraWo do Modelo deTarefa/Funlo sugeridoporGilbertëoestabelecimento dos 

parâmetrosou do desempenhoexemplar.Estepodeserditocomo sendo o objetivo 

especffico e mensurâvel.O executorexemplarnâb ê necessidamente aquele quese 

destacaem conhecimento,dedicaçâo,esforço emotivalo.Deacordo com Gilberté 

aquelequeexecutaatarefacom maisfacilidadequeosoutrosexecutores. 

Outramedidado desempenho ëoPP (PotentialforImprovingPerformance) 

o potencialpara melhorarodesemm nho,expresso pelarazâoentreo desempenho eo 

desem m nho damëdiadosexecutores.Assim,quantomaioroPP ,maioropotencial 

parao desenvolvimento dascapacidadesdosexecutores.A sim sendoaavaliaWo de 

desempenho podeserdadaem termosdePP .O desempenhodo executordcomparadocom 

o desempenho exemplar. 

A propostade lmanou metodologadeavaliaçâodedesempenho sugerida 

porGilbertabrangetambém aanoseeavaliaçïo institucional,ou keja,avaliaraorganizaçâo 

como 1lm todo,o contexto ondio execùtorrealizasuastarefasenâb apenas 

o desempeV o dosexecutoresisoladamentesem levarem consideraçâo o ambientee 

oso b je tivosorganizacionais.M sim , todososnfveisdeoperaçâo dain'stituiçïosâb 

analisadoseavaliadosnestaabordagem . 

Concluindo,a metodologasugeridapodetermaiorulidadedeconteédo, 

uma vez que toda a tarefa d analisada.A confiabilidade também pode seëtestada 

atravësda observaçâo pordoisobservadores.Nâo hâinferências,umavezqueatarefa é 

descritaem termosoperacionais,ou melhor,em realizaWesobservivekqemensurâveis. 

f,segundo seu autor,1Im mdtodo simples,prfticoecoerente. 

Referênd% : 

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review of theliteratce.#erzoanel#zycâoloa .28 :549-562.

SIMPôSIO 13 

MOW MEU OS PEO S Dm EITOS 

OS 

- O movimento pelosdireitoshumanosno Brasil. 

.CeciliaBouçasCoimbraeColaboradores 

- Violência no campo:uma anfise dosconl tose dosatorescamponeses. 

Luiza Beth N.Alonso Fem andes

O M OV IM ENTO PELOS D IREITOS HU MA NOS NO BRASIL 

CY fUABOUCM COM BRA: COLABORADORES 

Grupo TorturaNuncaM aiseUniveaidadeFederalFlllminense . 

'A TORTURA NAO i UMA QUESTXOPOIA ICA',MASETICA. 

TORTURA ECRN E DE V SA .HUMANIDADE,PORTANT9, 

H REK RI'IW EL m ANISTIAVEL INAFIANCAVBL, 

INIMPUTXVELE m AGRACIAVEL'. 

I-A Tortura como Izlstrumento de AWodo Estado 

A Tortura no Brasiltem tlmatradilo histöricasocialmenteenraizada.Torturavam-se 

osescravos,osrepublicano#,intepalistas,comdlnistas.Ostroncosem quese 

am itavam osescravoslkavam ygernlmente,nospétioscentraisdasfng-ndas.Daépoca 

da ditadura de Vargas,glmrdamosna mem ôriaa atuaç:o do DP ,a figlzradeFtl'into 

Mûller,CecilBorereoshorroresque sep%savam nasdependdnciasdo DOPS. 

O m aioravanço datorturano Brasil,entretanto,deu-seapartirdo Golpe de 

64,avanço n:o sö deordem técnicam as,tambdm ,institudonal.A torturaqueficara 

confmadaàsdelegaciasdepolfticaequecontava com a criatividadedospoliciaispara 

seaprimorar,começaadeixarosporGesdoDœ S eDEOPS epassa aosG gâosde 

Segumnp .Masfoinadécada de70 qyee1ainstitucionalizou/e,respaldada pelaLei 

deSegurançaNadonalepelo Ato Institucionaln q5. 

O Exdrcito,aM arinha e aAeronfutica,queincorporamm ao serviçoderepressfo 

asPolfdasEstaduais,aFederaleatéo Corpo deBombeiros,queantesasnm 

iloladamente,pasaram atrabalharjuntosnosDOIf ODIs.A torturatornou/esofisticada 

eforam criadasequipesespecializad% naartedetoriurar,extrairinformaçöese 

matar;equipes formadas,inclusive,no exteriorcontando com médicos,psicölogose 

assistentestécnicos.Havia'apreocupaWo maiorcom aç'desestruturalo'do presb 

polftico,ou seja,além dastorturasffsicastradicionaiseefidentescomo paude-arar.a 

echoqueselétricos,o prelo eraconfmado,sem igua,à Etgeladeira''-- recinto mantido 

àtemperatura baixfssima,à prova desom ,todo pintado denep o emlmido dealtofalantes 

que emitiam sons altfssimos e estridentes..0 preso,pordm ,considerado 

tçirrecuperfvel'pelosUrgfosdeSegurança,j;estavacom suasentençademortedecretada,o 

que nFo o exclufa do suplfdo dastorturasseguido dostçtirosdemiseri- 

C6rllia'' 

Todo oavanço natorturafoifruto do regmemilitarinstaurado apartirde 

1964.Ezstiu umarelaç:o entreo avançodasprfticasdetortm aedeviolénciapolicial 

35l

352 

e as formasautoritirias do regime polftico sustentado pelasForçasArmadas , que 

passarlm a agircom oinstrumentosdaschamadaselitesdominantes . 

H -M gnnqAsm ctosdosDireitosHumanosno Brasil,a partirde1964 

A sim,com agradativainstitudonalizaWo datorturaeaferoz violaWo dos 

direitoshltmanos,logo apöso Golpe de 1964 no Brasil , começam a sercriadosem 

algumascidadesum>série de organismose cornissœ sligadas , principalmente,àala 

progresistadaIgreja.Sâb Paulo tornou-selxm centro importantenalutapelosDireitos 

Hlxmanos,atravësdasua ArquidiocesenapessoadeD.Paulo EvadstoArns , ondefoi 

criada a Com issfo deJustiçaePaz. 

E principalmenteapös1969,com adecretaçâb do Ato Institucionaln t?5 

(AI-5),quandoo governo militarconsolidou asuaforma maisbrutaldeftmcionam 

ento,atravësdeumasdriedemedidascomo o fortalecimento do aparato repressivo 

com b%enaDoutrinadeSegurançaNacional,queasentidadesdeDireitosHlzmanosse 

expandem pelasprincipaiscidadesdo Pafs.A Doutrina de Segurança Nacionalnïo 

tolerava d'antagonismos''etoda equalqueroposiçfo quepudesseabalaraGsegurança 

do D tado''era considerada crimeecomo ta1eraplnida . A N utrina prevaleceu até 

sobreaConstituiçïo Federal,alcançando osdiferentescamposdavidasocial , cultural, 

polftica,econôrnica,trabalhista,criminale tducacional.A ideologia da segurança 

nacionalpassaaordenarosdom fniosdo nosso cotidiano , incltlsive nas Universidades, 

criandomecanismosdecontroledentro delas.Um exemplo do çtDecreto477:9onde 

alunoseprofessores,quepudessem tstarenvolvidosem atividadesconsideradastçsubsivas''eram 

, afastadospelo prazo de 3 anos. 

Ver 

A partirde1977,qllando asociedadecivilbrasileiracomeçaaseorgnnizargradativnmentecom 

o fortalecimento dasComnnidadesEclesiaisde Base,dasAssociaçöesde 

MoradoresedosComitdsBrasilçirospelaApistia(CBA's),crescealutaem proldosDireitosHumanos.Em 

1979 ësancionadaaIzidaM istia,bastanterestrita.Aomesmo 

tempo a q'uestfo socialtom avulto , prinèipnlmtnte,tm SroPaulo com aexpansïo dos 

movimentospevistasiniciadoscom osmetalkgicosealcançando outrascategorias. 

Apös 1982,agrava-se a criseeconômica eë imposto ao pafs1xm fortepropnm 

aderectssfo,associado ax!m arrocho siarialquetrazefeitosdeustadoressobrt 

asclassesmédiae trabalhadora.Com esse quadro e com 'arâpida reorganizaçfo da 

sociedadecivil,ailegitimidadeeo replidio ao governo m ilitarcrescernm .Dafo grande 

êxito que no ano de 1984 serevestiu aCnmm nhadasDiretas,q'xundo satm àsrlus 

maisde50milhsesdebrasileirosexigindo eleiçâb direta para presidente. 

E neseclima demobilizaçâb popular,reptidio eindignaçâb aödcloautoritido,quevemososmovimentosom 

rH os,estudu tiseoutrosstfortalecendo . Asuniversidades 

inidam lzma redem ocratizaçâo e timidamente osDiretöriosAcad:micos 

começam asereorganz ia'r .

353 

OsDireitosHllmanospassam aserdiscutidospela pandeimprensa.Asperlitencifrias,em 

muitasocasi& s,sâb abertasàvisitalo dasautoridades.Osmeiosde 

comunicaçâo começam a discutiros problemasoriundos dosanosde repressâo.A 

censura vaiaospoucospermitindo que peçasde teatro maisousadaspoliticsmente 

sejam encenadase na literaturaj;v6m sendo editadoslivrosque se referem aos 

horroresda ditaduramilitar. 

II-OsDireitosH'ImnnosHoje 

Entretanto,apesardetermosingresadonesachnmadaç'transilo democritica'',a 

violênciacotidianacontinuasemostrando deformaclara ecwrua.No c-qmpo, 

onde asdisputasm lapossedaterra s:o resolvidasatravésdetorturase Msassinatos 

m rpetradosà1. do dia.Nasddades,onde asinvasa sde favelas,aschadnu eas 

prissesarbitrlia - todosaquelesquea polfdaconsideratesuspeitos''mesmo tendo 

uma identificaçfo profissional- sâb assuntospercebidoscom onaturaispela maioria 

dapopulaçfo. . 

Assim,no infdo daddcadade80,apesardachamadaç'abertura'',crescem os 

movimentosquelutam em proldosDireitosHumanosno Brasil. 

Dignodenotaneseperfodo ëapublicalo em 1985do livro O rasil:Nunca 

M ais'',sfntesedeumalongam squisacoordenadapelaArquidiocesedeSâb Paulo,que 

relata a repressâo exercida m lo RegimeMilitar,a partirdedoctlmentosproduzdos 

m laspröpriasautoridades,atravdsde cöpiasde processospolfticosquetrnnqitarnm 

m la Jmtiça Militarbrasileira entre abrilde 1964 a março de 1979. .. 

0 livro,lxma 

investigaç:o no campo dosdireitoshumanos,retrataa luta deresistdncia do povo 

brasileiro. 

Ainda em 1985 fundouie noRio de Janeiro o Grupo Tortura Nunca M ais, 

quenessestr:sanosdeatividadesrenlizou eventosde expressâb socialepolfticacompatfwiscom 

sem objetivosquesro:lutarcontraaviolênciadequalquernatureza, 

especialmente a tortura;contl'a a implzm'dade de torturadores e assassinose pelo 

esclarecimento dasmortesedesaparecimentosdepresospolfticos. 

Dentre essasatividades,quea nosso versrom dagö/cos,poisvisam criar 

na sociedadebrasileira umarepulsam rmanentecontra a tortura,desta- m-se:A minérios,encontrosnadonaisde 

m posTorturaNuncaMais,boletinsbimensais,1an* - 

mento dolivro t:ISemin/rio do Grupo TorturaNtmcaMais',inauguralo decerca de 

150 rllnq,prap seavenidasno Rio deJaneiro com o nomedaquelesquecombaternm 

a ditaduramilitarepore1a foram assasinados.lançamento do projeto de 1m Monumento 

Nacionalcontra aTortura,de autoria do arquiteto OscarNiemeyer,eW :21% 

outrasatividades. 

'

354 

IV -Concluindo 

Tentsmosmostrarque a violência quehojefartamente grassa em todaa 

sociedadebrasileira,tem suasrafasnainstitucionalizal o datorturaduranteo perfodo 

da ditadura,onde a torturafoiuma norma e percebida como algo necesssrio e 

natural. 

ft..NIo /l# argumento queck&yl/klze atortura.Porquenlè sermfl,funrumentalmente,de 

lzr?lc questêo rtsl'rfel,mas,sim , de lz?w quest&o ética.W tortura 

violentaum direito que estd Jcfz?a de qualquerpeatgaefc pollkica , independente das 

ftvrallqueelposa asumir...W prdtica da tortura tem que serexecrada.Paraf&Jt?, 

asrfo/iaefl:com etidaspelo Estado ctmfm osseusopositoresdevem yE'resclarecidas 

em yelzlm lhimosdetalhes,e o nomeesobrenomedostorturadorese assassinosdevem 

Je?'conheddosportodo o povo.Temostambém quem- resforçost2lutacontra as 

leisqueainda legïrf?rlra esta violência.Somos,porisso ,flmrlvef:a lz?w anistiaJ?J#!J, 

gerale H elfrfl ererlzllkvltu aleida Jegzmafu nacionaḷ ,4 omisslo em ftptk esta luta 

erk,conscienteou insconsciente,ctmtflelfavordveisparaquetudo yoltea aconte- 

Cer . . . # 

(CartadoI0.Seminirio do GrupoTorturaNuncaMais- Rio,novembro de1985)

VIOLENCIA NO CAMPO:UMA ANALISE DOS CONFLITOS 

E D0S ATORES CAM PONESES 

U JIZA BETH N.AK NSO FERNANDES 

UniversidadedeSro Paulo 

A'origem dosconflitosm la terraencontra/enosmecanismossdcioeconômicosḍeexpropriaçâb 

doscamponesesdeseusm eiosdeproduçâo e,porconseguinte, 

do'sm eiosdesubsist:ncia.1'M.m lo menos,em todopafs,trdsconflitosporterrapor 

dia,a15> marcadosporpandeWoldnda. . 

Em funWo datradiç:o brasileira de 1m liberalismo excludenteeantipopular, 

hé toda A afala que procura desle/timara capacidadepolfticadostrabnlbndores . 

rurais,seu pam lnaHistöria,seu lugarnoprocesso deexpressïo polfticadascontradi- 

Wesdo capital.Nosacostumamosam nsarno r-qmpondsusando aid/iadeJqca-Tatu 

antesdetertomadoo Biotônico Fontoura.A parte,ouvimosaquieali,11m discurso 

quenosdiz que o camm n:sacostnmado adurezadavida,nâo sentecom amesma 

intensidade as agruras e tristezas da vida conp nös,claoe mëdia da zonaurbana. 

Assim ,se o sarampo m ata o ftlho deum lavrador,isso n:o tem a mesma importo cia 

queteriaparanös,edepoiscom tantosftlhosnm amaisou amenosn:o vaifazerdiferenp.Parao 

conjunto dasodedadecampondsévisto como fraco,desarticulado, 

insensfwlefatalista. 

No entanto,arealidadenosmostrao quanto essavisâb ëfruto denm aideolo- 

$a.E claro queaspriticasbaseadasno faw r,na lealdade,ena dominawo pesoal,o 

que configuram o histörico clientelismo no campo,ainda subsistem.M asastentativas 

dosaqmponesesseorganizarem paraadefesa deseusinteressesedizeitosnrp é 1lm fato 

novo.Apenasnasegundametadedestesdculo,tivemosporex.:a Revolta de Porecatu, 

1950-51,no nortedo Faranâ;aRevoltadeTrombaseFormoso,1948-G ,em Goiis; 

aRevolta do SudoestedoParanf,1957,nasresöesdePato Branco,Franchco Beltrâb, 

Capanem aeSanto Antonio;easLigasCamponesas,lgss-64ỵparticularmenteno NE. 

lM 11m m odo gerala H störia Oficialprocmou descaracterizartodasessaslutas,exclnindo-asda 

H störiaou entâo dando-lhesum tratamento decoisa defanfticoscomo 

aconteceu com aGuerradeCanudoseado Contestado. 

Masd nesta fase de abertura polftica,desde aconquistadosgovem osestaduaism 

lasoposiçöesàditadura,em 1982,quevem anmentando a repressïo violenta 

contraostrabalhadoresrttrais.Am nasentreosanosde 1982à 1986,644 camponeses 

m rderam avidaem conltos,contra 527 quefgram mortosentreosanosde 1964 a 

1981. 

No emmpo,aslutaspopulares,de 11m modo esm dal,atingem 'aquestâb da 

355

356 

propriedade,atingndo tanto a questâb dadominawo pessoal(quem manda aquiéo 

coronel,e'n:o o Fastado),como aquestro do liberalismo oligérquico,quedcircunscrito 

elimitado pelo grandeproprietirio fundirio ao seu poderm ssoaḷ No cmmpo,aorganizawoeamanifestaçâb 

polfticadospobres,dosexclufdos,dosque,atdl15pouco 

tempo,eram compulsorimnentetributârkosdadominaçfo pesoal,membrossubmlqsos 

daclienteladoschefespolfticos,eseuscaboseleitorais ,(apartirde1985)ë representada 

pelalutam la terra,pelaoposiçfo sindical , pelo novo sindicalismo rural.Luta essa , 

que éfruto depandescontradiçöesinternaseexternas . Oseamponesessabem quea 

vida nasgrandescidadesondeestïo asimensasconcentraW esdtmipantesdeorigem 

rtlralnâo do parafso antesimao ado portodos.Muitost:m fanulia eamigosque 

estfo merp lbndosna privaçfo , nacardncia,namarginalizaçâb social.A rnipaçfo n:o é 

feitaporvontadepessoale sim porque seéexclufdo , sedexpulso.O discurso damodernidade 

que até provoca m udanças , mas nfo tqanformaçâb,passa aserb%tante 

questionado.Poroutroladoairracionalidadedapropriedadefundiriautilizadapara 

produzira renda territorial,ao invësdeproduziralimentos;queenriquecesem nada 

produzir,ë de lmalögcabem diversa da lögcado pequeno produtordevotado a sua 

terra de trabnlbo. 

Para os camponeseso valorda terra , 6o queelavaleparao trabnllmdorque 

delaprecisaparao sustento desuafam lia . A luta ë pelo direito de trabalhar,de tera 

terraparanelatrabnlbare'nfo pelo direito àpropriedadenosentido legaledominante; 

é l1m direito organizado em cimadaconceplo do serenâo daconcepçâo do ter . E a 

partirdessa concepç:o moralda ten'a,como instrlxmento detrabalho , quesedesenvolveu 

nostiltimosanosaconceplo dateracomo Ilm bem comlxm , o que pressupöe 

o dkeito ao trabalho com oum direito fundamental. 

Provessivnmente,àmedida em quese acent,mrlm oscasosdeexpulsœ s , em 

que cresceu a violdncia contra ostrabalbndores , essaconcepçâo embutidafoisetransformando 

numaespéciede conceito polïtico ,foiemersndo napalavraenaconscidncia 

daspessou.A lutaépelo direitoao trabm o . Paralelamenteo rompimentoda dem 

ndência m soal,pela proletarizalo,pelotrabm o tempdrfrio , pelavioldnciado 

cotidiano (otransporteno cnmirlhro sem proteWo,acomidafha,o rompimento de . 

laçosdeamizade,afalta deperspectiu para 1xm futuro melhor)revelou airracionalidadedapropriedade.Asconstantesameaçasderepresàb 

violentaanunciadasmlo 

Fzstado provocam um sentimento deinjustiçacontraa qualo recurso aosmeiosjurfdicosnTo 

ëm aissuficiente,cultumlmtnte vistoscomo algo quenfo lhespertence , xm ta 

mzque paraa populalo emmponesa o jurfdico est;enraizado em regrascostumeiras , 

em prfticas,enaconûançamûtua.Em alglmnpupossurgeapercepWo dequeapena 

tlmaaçâo organizada coletivamentecom vistasâ conquista da terra conduzaosresulta - 

dosalmejados,sendo necesirio nesaaçâo coletivauma estraté#adealiança e de 

oposiçöes,depressâb ederesistências . 

A exm ridnciam ssoalpassaaservistaatravdsda ötica do pupo .Sâb osfllhos

357 

doscamponeses,e nIo am nasosmeusftlhos,que nIo conseguem Gmtim mrsendo 

camponeses.A faltadecondiçœ sneceso asparaareproduWo de'xm modo de vida 

at in gea todos.E dada'avioldnda com queesseprocesso éfeito,impondo aumafmica 

geraçlo todaumsalteraçèo do seu modo devida,osrmmponesesnfo sedefendem 

am nasdaproletarizaçro,masantesesobretudodo desemprego ou do subemprego. 

Nasre#öesdo Brasilonde o avanç,o capitnliKtano campo maissedesenvolveu, 

atecnificaçâo nâb aliviou ajornadadetrabm o,nem tampouco distribuiu arenda;ao 

contrH o,tem buscadoallmentara extraçâb do trabnlhoexcedenteeaconcentraçfo 

de renda,e de terra.No Brasila concentraçfo deterra atingenfveisaltfssimos . 342 

fam fliaspossuem 43 milhöesdehectaresdeterra.Os20 m aioreslatifundie ostem 12 

milhôesdeha,terrasulkienteparaassentarhllm milhâb defaml'liasdossem -terra . 

H storicamenteaconcentral o deterrano Brasilsemprefoio retrato daluta 

declasses.Atë 1850 todasasterraspertendam ao imperador,queasloteavacom base 

no favodttsmo.A idéia dequeaterra pudessepertenceràquelequetinbaderrubado a 

mata,arado a terra,feito aroça,eapösenfrentartodososdesmandosdanatureza , 

tivesse colhido,foișempre considera'do como fora dasnossastradiçœ sdem ocratacrista 

.No entanto apossepelavilagem éfato comllm .Bastasedebruçarsob ahistöriadaocupaWodo 

teritöriobrasileiro.Quem vaina frente,ésempreo destitufdo, 

aquelequenâb tem nadaaperder.E sö depoisqueaterafoidesbravadaquechegam 

osdonos,osque tem tftlzlostïovelhosqueforam marcadosm lasfezesemordida 

dosglilosde lmagavetaespecialmenteajeitada paràacriaWodetâb precioso lestimador.Junto 

com a truclx nciaeavioldncia que também sefizernm semprepresentes 

naresoluçâo dosproblemasdeterra.Voldnciaesa,quecomo j;vimos,vem almentando,principnlmenteapartirdo 

momento em quere#öes,como o Su1do pafs,passam 

a viver1lm processo deempobrecimento nuncaantesexperimentado;em que! 

aberturadefronteirasapfcolaspassaa exibirmaisdesastresdo quesucessos;em que 

o exôdo rm aln:o éalternativademelhoradtvida. 

NazonaruraldoBrasilvivem 23milha sdetrabalhadoresruraiscom maisde 

14 anosdeidade,divididosentre 17 milhiesques:o camponeses,dosquais10 milhGespfo 

possuem terrae7milhôespossuem m quenispropriedadesdeaté20 hectares.Os6 

rnilhœ srestantessTo assaladados;sro osböias-fdas,osvolantes,ospea s.O 

exôdo rural,especinlmenteapartirdadëcadade50 foitâb intenso quef:zcom que 

asddadiscrescessem ,em mëdia,9 vezes.E no entanto , o Brasilpossui850 milhöes 

dehectaresdeterra.Am nas450 m ilhöestem donos,queposstlem tftulosdepropriedade,sendo 

que dessetotal,40 milhlesdeha sro utilizadosparaaagricultura , e80 

milhsesdehasâb m adosparaapece ria.Nâb dpreciso serbom dematemâtica , prâ 

verquetem terrasobrandono Brasil. 

Em teoria,o Brasiltem ascondiçsesobjetivaspara fazerzlmadistribuiçâo 

de terra'.Masfalta vontade polftica , e sobraltmavisâb idealista(porquenâb correspondeàrealidade)dosemmponeses.f 

comum,mesmo entreosguposprogressistas

358 

que quanto melhor,pioré.No entanto,am argem detolero ciaàsvioldnciasnâb d 

deflnidaapenas,nem em pdmeil'ainstância,pelo grau desatisfaWo dasnecesidades 

vitais,m aspelo modo como o grupo vivearelaçâo entresuaidentidadesöcio-cultural 

eassuascondiçöessociaisdeexistdncia.A insistênciaem restauraraformadeprodu- 

Wo fnmiliarnâb atendiapenasa intereseseconômicos,poiso nécleo fnmiliar,aldm 

deunidadeprodutiva,constituiumaentidadesöcio-culturalvitalparaoscnmponeses, 

o espaço dereferênciaparaasuaintegraçâonavidasocialeparadarsentido âspossibilidadeseàsopçöesindividuais. 

Naluta pelaterra,oscnmponesesestruturpm asuaaçâosegundo trdsprincfpios:o 

princfpio deidentidade,queserefertàrelaç:o do atorconsigo mesmo,asua 

constituiçâo socialeculturalfaceâBgica deaçâo em vista;o princfpiodeoposiçâo, 

que concerne ârelaçâb entre o atore o seu adversârio em arcaadimensâb propriamenteconflit'lnldaaçâb;eo 

princfpio detotalidade,quediz respeitoa duasrelaçöes 

necessâria ao objetodoconflito:arelaçfo do atorao objeto,queassinalao lugar 

ocupado pelo atorno contexto ondeaalo sedesenvolve,e a relalo entreoadversârio 

eoobjeto,indicando adominaçâb aqualo atorest;submetido.E dporsertâo 

total,queoscnmponesesnâb conseguem abandonaressa lutatâb perseguida;éfato 

que a sua organizaçâo e m obilizaçâb apresentnm muitos problem as,avançarda luta 

imediatapara arealizaçR de1zm projeto polftico detransformalodasociedade/ 

Y 

tarefa dasmaisinpatas.M asosnimerosprovam que o campodumafrentedebatnlhnpelaconstruçâb 

dellmasociedadedemocrâtica. 

A Anistia Internacionalnosmostra de forma bastante clara llma velha doença 

brasileira que se conflrma em atividade m zm pafs que seurbaniza velozmenteeque 

aceaba de conquistarum patamarmaisdesenvolvido para seustrabalhadoresdasddades,que 

convive com uma imensam assadeindivfduospara quem oregimedeliberdadespliblicasquasenadasigrtifica,poiso 

seu cotidiano édecarnificina,etem os1Im 

governo queesté,no m fnimo,pennitindoqueosmaisblicosdireitosdellmagrande 

' 

parte de 

seusddadâbssejam pisoteados.f preciso dar1lm bastanessasituaçâo;d 

precisoentenderoscamponesesenquanto sujeitoshistöricosdeseu destino.

SIMP;SIO 14 

A BUSCA DE IDENTIDADE 

- A identidadefemininano patriarcado em crise. 

Vera S.paiva 

- A histöria deumaidentidade:homossexualidadeenornussociais. 

Teresa Adada Sel 

- O idoso ea identidadedeteriorada. 

Ana Perwin Frn'iman 

t. 

1

A IDENTIDAD E FEM IN INA N0 PATRIARCADO EM CRISE 

VERA S.PAIVA 

Univergdade de Sâopaulo 

' 

Pareceexistir 1m sentimento permanentedeinadequatâoeesgotamento nas 

vivdnciu de mzlheresde classem édiaurbana esped%lmentequando focnlizamos'seu 

senso deidentidadesexual.A RevoluWo Feminina,ama ificaWodosanticoncepdonais,ainserlo 

da mulhernavidapliblica,a facilidadedecontatoentrepovosecom 

umamultiplicidademuito p'andedeculturasabriram muitosr-qminhosejeitosde viver 

eorganizaravida;nada disso,entretanto foiacompnnhado deinstrllmentosquerm r- 

mitisem umatranquila adaptaWo mssoal.Muitasmnlberestem recorrido àpsicoterapia,com 

o em outr% épocasAlmaparcela,aindaquem quena,recorriaagruposde 

r eflexâo ou militO ciafemin'ista . O incentivo para am squisaqueinspirou esse ensaio . 

sur#u do contato com mlxlheresdecla emédia urbanae,curiosamente,em espedal 

com asqueseconsideram ç'liberadas'edaobservaWo dequeesemesmo sentimento 

deinadequaWo asaflige.Ao mesmo tempo,como proflsionaldepsicolo#a,almentavaaminhainsatisfaçâo 

com aselaboraça sconhecidasdentro do campo PSIquetentam 

darcontadaproblemiticadaidentidqdesexual. 

E posfvelidentilkarnaculturamlomenos2 modelosdeadaptaWo feminina:a)o 

padrzo tradicionalno pactojudaico-cristâo queincluitrdspo%ibilidades: 

RVOSA/MXE/DUNA DE CASA,FREIRVBEATA ePROSTITUTA;b)otipo-ideal 

aparentementeprom sto pelavanglurdada revoluWo feminina(0 movimento feminista)em 

queo binômio TRABAIJIO/ORGAW O deveria tradlzigapropostapara lmn 

m llher'çliberadaefeliz'' 

Nenhum dos doisenminhos d garantia de tranqtlilidade;o sentimento de 

adaptalo ao mundo easimesma,qlundo ezste,dfnztodenm lduo cnminho em que 

acrise de modelosde adaptaWo,ou e'desmapeamento'(Velho,1986 eFigueira,1985), 

. # 

sâb necessariamente confrontados.Nam aioriadasvezespodeieobservarasmulberes 

seesgoiando naambiguidade,fazendo coexistirem simesmasforpsconflitivasdeslormndoiedeum 

desejo parao outro,deumamrsonalidadea outra,hum esform desesmrado 

denio perdernada,desertudo ao mesmo tempo.Ou comodisse'lmnm rsonagem 

demeu trabalho:ç...terqueseramxxlhertipo capadarevistaNOVA:bonita, 

sempre jovem,mre adequada,esposa prendada,amante predosayprofluionnlizmda, 

' 

o 

quetem outrosespamsderenlzalo pesoal...Nem am lermyravilhaconsegue!' 

Nada deseestrnnharnumaconjunturaem queapregaçâo culturalhegemônicaexigea 

mesmaH#dez dicotomizmntedepapéispresentenatradiçâb Judaico-crist: 

earealidadeexige,para melhoradaptaWo ao cotidiano,grandeflexibilidade. 

361

362 

Sabemos,daantropologa,queem quasetodasasculturasexistealgum tipo 

depadronizalo noscomportamentosbaseada no sexo,explicadam lanecesidadede 

cooperaçâo entre aspessoasdo grupo.A colaboraçâosexzmltem ltmanaturezafdrtil ' 

e construtivaeé lma basepoufveldeconstruçfodavidasocial.(Mead,1949;Dou- 

' 

' 

gla,1976 eD'Eaubonne,1977). 

Sabemostambëm queo corpo simbölico tem dominM dasobreo corpo ffsico,queaidentidadedegênero 

tem maiormso queaidentidadesexual(Money e 

Tucker,19à1).OsesteHötipossexuaisnTo sâo redutfveisâsdiferençassexluinirredutfveis,ou 

seja,nrosTo baseadosno fato exclusivo desö oHOMEM FFXIJNDAR esö 

a M ULHRR MENSTRUAR,GESTAR eAMAMENTAR.POrtD tO,nenhum esteriôtipo 

sexualé inalterivel.A sociedadetem llmgpo%ibilidadequaseilimitadaparaescolhere 

determinazpapéis,papdisquenorlm lmente constituem estereötipoàculturaisque , por 

suavez,vâo personificarosacordosgerzsentrenm vupo demssoas.OsacordoschamadosporHëlioPelegrino 

de çpacto com aIzidaCultura'equem rmitem ao indivfdgo 

teracessoàculturaeàsociedade,dâ-lhedireitoseimpöe-lhedeveres(Pelepino, 

1983). 

Entre asvlriascoisasquepoderiaexpor,gostariaaquideam plificar, nos1imitesdo 

tempo previsto,o quesepodevislumbrardacrisedenosso pacto culturalde 

importantesrepercussöesnaconstituiçâo daidentidadesexualadulta . 

Em noso pacto cultural,marcado pelatradiçâojudaico-cristf,o protötipo da 

m lhermoldadaporDeusPaieTodoPoderoso ëaEVA.PropöeaIziqueEW seja: 

MU1HRR DE (algnm Adâo),porquefoicziado dasuacostela (pedaço do homem e 

nàb criaçâo independente),suaauxiliarecomm nheira;quesua posiWo sodalesteja 

atreladaàresponsabilidadepelapreservalo do cunmentoeafelicidadedolar(marido 

eftlhos).Essa mesmaIziexigequeasrelaçsessexuaissejxm iniciadasem estadode 

purez-ae tranquilidade morais(virgindade),sejam heterosexuaisequeacontindncia 

sexualsejaprescritainclusiveno casamento (parao homem ea'm lher)econsidera 

toda secreç:o ou sangramento dos6rgâosstxuaishllm anoscomo impureza contlminadora. 

. Que'faarcom aipotencialidadèshumanasqxclufdasdatzi?A sexlulidade 

vividac011prazer,a rehçlo amorosaentreiguais,asvirtualidadespresentesnamlvlher 

enâb previstasenquanto papel?A pröpria tradiçfooficialseençarregou deconstre 

um mito deexclusâoqueexplica a demonizalo deseselementosinterditosprojetadostodo'sna 

mulheresuacompnnheira-serpente:o mitodeLILITH , pdmeira mulher 

deAdfo,bqueladapn'meiraversâb dacriaçâb qlmndoDeuscriou o homem àsua imagem'etf 

RIOU-OS MACHO E FX EA'(Gen.1:28).Ao mesmo tempo edo mesmo 

' 

barro,E1ecriou ohomem eamllher. 

O mito,encontrado nosescritossum érioseacadianos,no Zohaz , nostestem 

lln ' hosoraisdosrablnossobreo Genisis/1lm mitodeexclusâb,queprovavelmente 

representa na'fantasiaasmanifestaWescompensatöriasdoinconsdentecoletivo frente

363 

à consci:ncia coletiva,quenormatiza emodela.(sobreo mito,em portugu:s,ver 

Sicuteri,1985).Nasduasmltlherespn'mordial encontramosinsubmissfo âIzido Pai: 

la'liG querserigual,Evanâb mnsanapuniçfo mortalao desejara sabedoriaproibida. 

tilith édem ôniopuro,Eva da portadahnpurezaqueexcluiado Parafso. 

Naquelemomentodeimplantawo patriarcalyam lberrepresentaaSOMBRA, 

xtm pedaçoda Humanidadeoriginal(hennafrodita)quedevesersubmetido,despontec'ializado 

deseu primordialvalor,tom ado llmaimpureza e1Im ma1necesse o.Impura 

ëamenstruaçAo,afralidadecfclica do corpo (edo tempo,do ciclo vegetal),afertilidademisteriosa 

esnitado gerardo ventre(eda tera),a nutrilo protetorado amamentar(sobrevivdnciaprovidapelaMTeNatureza).Tudo 

aquilo quereinam qlmndo 

reinavao feminino,divinizado com onomedeGra:deM re,possuidorada terraedos 

homensatéo aparecimento do patdarcado. , 

Françoise D'Euaboone,antropöloga,nosconta que na O oitedostempos'' 

reinavaofemininono lniverso mâgico-religioso com duplo aspecto:aW DA (agrfcola 

e parturiente)ea MORTE (do celeizo edo tlimulo).:çA m lheréa tera,nâb sö o 

hlxmls que desenvolve o grâb,mas o solo querecebeo defunto'.Atëo triunfo do 

patriarcado,na Europa e no Orienteentreosanos3000 e1500 A.C.aserpenteera 

sfmbolo do femininomapado,representado pelo complexo fertilidade-lua-serpente, 

nro eraaindademonfaca.Erasfmbolo do poderpelasabedoria subterrâpea,da perpdtua 

regeneraçxo,do dclo lunarsem ftm dafertilidadedosolo edafecundidadecfclica 

feminina.Com o judafsmo cristianismo,o Deuspassaa m rseguiram tlsa: 

'EP USdisse a serpente:poisque flfassim o#zclre,t?z1 maldita erl/retodos 

os41- 9 ebestasdarerm...elf7wd inim izadeeafreflw posterioridade e a del*. 

A'7zfepisard aclàef,l e tu pr/cl/mrl:mordê-la no calm a/lr''. 

. tGen 3:14-16).(*dela= deEVA).Hia-se,'%ordeno umainimizadeentrea 

raça humaaa eadavelhaserpentematricarcal''. 

A vinganp vem m lo calcnnllar.la'll't.h,serpente matriarcal dem onizada, 

inimiga da descenddncia de Eva,exclufdamu nïo derrotada,permaneceré como a 

metadeperigosa:asabedoriasubterrâneaquen:o podesubsistizsob alzidp Pai,aIzi 

do Cdu exclusivamente Solar.Ẹla representao OUTRO LADO da ordenaçâo e do 

ç'puro'';o t%polufdo essencialparaaordem ,asombrada LuaNegraquecompa com 

a1% ' ' 

A culturaestruturadefesascontrasua sombra,quecomo sempre,atuaam saz 

dasdefesas,mostrando aforça dospadrGesarqueotfpicoslimitadosmlaI-eisprojeiadosemrseguidoscomo 

pedaço do feminino (edaANM A masmlina).Essespadröes 

foram semprevividosno infemo(ou nostïnfeminhos')ou carregadosdeculpaou de 

atribufdainferioridade.Durantemuitossdculoseatéhojeasixualidade,ahomosexualidade,o 

aborto ou mes'mo acontraceplo,aigualdadeentrehomensezm lberesdiante

364 

daIzi,noPflblico ou no privado,dsempredemonfaca,assustadora,perigosa,contaminadora,sombria.E 

assim ,todosessespadrsesarquetfpicosquepodemosenxergarreprimidoseexclufdosjunto 

com aLILITH,a primeizaeigualm lherdeAdfo,feitado 

mesmobaro,masrebeldeàlzidoPai,quando percebidoscomorealidadesubjetiva 

potencialsâb assustadores,sentidoscomo perigososatdparaasmlxlheresqueracionalmentese 

çliberaram 'da Izi.Comoa tilith,emboraconscientes,sejognm muitas 

vezesparaaprisâb doinferno,sem chancedesepermitirem a vivência deoutrospadröesarquetfpicossö 

permitidoslsEvas,como terfllhos,porexemplo. 

Em nossa tpoca,ospadröes representadospela LILITH podem reaparecer 

desemm nhnndo lxm hnportantepapelnatransformalo dacultura:daentidadeque 

presideo direito deigualdadedecorpo ealmaentreo Homem eaM llher,o respeito 

ao prazer,o prazerdo encontro,inclusivecomo atdbuto naturaldo corpo feminino 

edomasculino.Presideo protesto diante daimposiçâodeDeussobreainferioridade 

dessespadröes.Presidearevoltadeterqueexm n'mentâ-la,a tilith,em promiscuidade 

dem 'onfaca . Preside o tesâb estéril,o puro prazersensual,inclusive o homossexual. 

Preside aseparaçâoentrea concepWo eo prazer,a massificaç:o dosanticoncepcionais. 

Preside a resistência contrao monotefsmo queprescindedo OUTRO DIFERENTE, 

com o bem expressou M arion Bradley atravésdeMorgana dasFadas: 

T9 mente dose raeaaendureqera-se,pcrcrldo acrerqueerl: &Xf 

Deus,&M m undo,I.A modo dedescrevera rellfA le,quetodasastrfm:que sefafrometessem 

??/ reino dessa gme eunidadelfa/l?rlde ser11 edomonocas,e queo som 

de:elu sinose asombra deJelu lugaressantose alerfl?a o - 1afastado '.Bradley, 

1985). 

E essemodelo deltmafmicaverdadenâb serveatdparaasm ltlheresqueassim 

o desejariam.A partirdabatalhadasheröicasfeministas,mastambëm do oportunismo 

de 1Im sistemasocialqueencontrou na esterilizaç:o feminina ou no trabalho feminino 

fonteparaeconomizarcustos,eque,entreoutrascoisa ,reduzindo ossalo osdo homem 

prendea mulherao trabalho,ficamuito diffcilhojeem diaseadaptaraesa cultura 

nmbfguacom aquelefmicomodelo original.Em sua buscadeidentidade,com a 

atualfaltadelegtimidadedosmodelostradicionaisdeadaptaçâb ao gdnero,em alplm 

momentoa mltlherabaladaem seu senso deidentidadesexualsecolocaanecessidade 

deindividuar,acharaSUA resposta. 

' 

Em outraspalavras,anoçâo dequeaidentidade sexllnlseconfirm aeseaf'trmaem 

interaçâo com aclzlturanaadolescência,segundo asconcepçöestradicionaisna 

Psicologia,nâb ésuficiente.AsproduçöesJunguianasm aisrecenteschamnm essenfvel 

deidentidadeconquistado naadolesc:nciade tidentidadeconvencional''ou Gçdo ego''. 

Masreconhecem queexiste1Im outro nfveldeidentidadema1 proftmda,quechnmam 

deexistencialou do 'tself',querepresentaumapermanentebusca deajtlsteasi-mesmo

365 

(sel edarealizaçâo dasingularidadeindividual.BuscaqueJungchamou deprocesso 

deindividualo,um potencialhlmano aserdesenvolvido ou desperdiçado.Na minha 

opirlifo,naatualcrisedemodelosmaistranquilosdeadaptaçâb,aindividualo é xma 

necessidadesanitiria,poisnâb h;identidadesem sexo!Paraapsicologa colocaiea 

necesidadedepensarmosumapsicolo'ga do desenvolvimento dando contade xma 

vida inteira,queacomm nheoutrosciclosdedesenvoldmento para além daconquista 

dagenitalidadeadtlta.t o quesetentafazerno campojunguiano. 

' 

O que pude observarno metztrabnlho,équeseo desafio daindividuaçïo é 

aœito,asensalo deafogar-sena etemadesaptaçâo ederesponderàsescolhasimpossfvekqda 

t'mlllherm aravilha''m lanro escolhapodesersubstitufdaporum érduo0 - 

minbo deadaptaçro consciente.Quando o barco da ambiguidadecapota,e1epodepor 

amostrb,jtmto com afalta deinstrltmentos,a permisividadequeessamesmaczise 

proporciona: 

'P be,elzpèsso um plfl/le de e/fm:'.(Valentina,umapersonagem demeu 

trabm o).. 

Abre-seocnminho pazaviveros'OUTROS I.ADOS NAO VIVIDOS,quenâo 

tem etapasprdœstabelecidas ou obstâculosprecisos.M artha Suplicy,porexemplo, 

descreve etapasdo desenvolvimento da identidadefemininaque começariam no universo 

domëstico e damatem idadeechegadam naconquistado plblico,edo profissionale 

sensual,serealizl do numaetapa dereintegraçâo detod% essasfacetas.Eu 

trabalheicom 'mllheresque fizeram exatlmenteo cnminhoinverso,dopiblico parà 

o domdstico.A tradiWo junguianamesma,gosta de pensarno mito de'EROS e 

PSIQUE como 1lm modelo docnminho daindividualo feminina.(verSHE,Johnson, 

1983)Nro * achoqueo outro lado nfo-vivido * aspartesescondidv de simesmaquea 

individuaçfo revela,sejam sempreaquelastradicionalmenteidentificadascöm o masculino 

(aforp,iniciativa,o pensamento).O escondido podetercaradeAtenas,Llith, 

Rebordosa,Diadorim,mastambdm deM rodite,lH a,Maria-Mre,M aria de Fâtimn, 

Raquel-amante,Solange-mïe-sozinha.O quepodehaverdecom lm em muitosprocessoséa 

viv:nciaritualdesacriffdo emorte(simbölica)doqueprecisasertrnnformado,depassagem 

pelo inferno ondellcaoexclufdo,o quenro est; previsto em nossa 

tradiçâb cultural:o infemo,como paraa Llith dam dradadefmitivapara quem quer 

criarum pacto particularnâb previsto m 1a Izi.Porcausa disso,a maiorparte das 

m'lheresqueasumem o riscoda individuaç'o descrevem asensaWo deestarvivendo 

e emanando m rigo nasbordasdo pacto,com lxm profundo eferidosentimento de 

solidaçfo,em geralatravdsdevivdndasqueemanam loimurae/ou pslxfo.Um ritlul 

comlxm no culto dasdivindadesm atriarcais. 

' 

Finnlmente,afaltade m odelosmnisclarosdeadaptaçfo nfo meparecenada 

rlzim .Achoqueassim estéaberto oespaço paza um controlemenordaindividdlnlidade, 

paraumamaiorharmonizalo pessoalcom um ç%imesmo'.Algunsantropôlogos,entreelesGilberto 

Velho,falam do sur#mento de 1m Nujeito psicolösco'que çnro éo

366 

' 

' 

homem econômico ou polfdcù,maso indivfduo portadorde lmaespecificidadeintema,particular,decazéterem 

rsonalidade,psiquksmo,etc...'(Velho,1986).E que 

esesujeito psicolö#co,quetentadarcoerdnciaâsuaexistdncia,tem repercussessignificativasnavida 

social. 

Qlmndo penso no asmcto sexualdaidentid>de,mnso queaconjtmturapor 

nösvivida maisdo quentmca demonstraque llma mesma virtualidadehumanan:o 

precisasem anifestarsempredamesma maneira,em qmqlquercultura,tempo histörico 

ou indivfduo.A ordenaçfo particulardecada sistema pessoalgerao sentido especial 

que cada virtlmlidade atlmlizada terâna ORDFM PUREZA ou no seu sub-produto 

POLUVDO,IMPURO.O mesmo corpo sensualfeminino,porexemplo,podeserdemonizado 

nacultlzra judaico-crist:,representado pela LIHTH.Ou podesersacmlizado 

em Afrodite,nasFogueirasdeBeltane,no casamento da œ usacom aGamo Reida 

tradiçâo celta,ou nadançadeIansr. . 

Nesse finalde sdculo,aordenaçâopassacertamentem lo ârduo Mminho da 

adaptalo conscientequesignificaaniscarvivercada sfmbolo (m uoalecoletivo)e 

arriscarteraresponsabilidadededescobrirumaëtica,individualecoletiva,nâb protegdaporuma1eimoral;adticadaindividuaWo. 

O Mminhose dénecesariamente em doisnfveis:individual(dosconlitos 

internosdapesoa)esocial.Algunsprofisionaiscostlmam,tero Mbito,tentador, 

de usar nesse espaço de indetiniçâb a psicologia como arma normatizadora.Acho, 

antesdemaisnada,quenâb dpossfvelou,muito menos,lfcito controlarnenlutm dessesdoisnfveis:como 

profissionaisdepsicolosa podemosamnasacompnnbarodesenrolarqueashistörias,asresoluçöeserevoluçöespessoaisedaculturanosdirâb. 

Referêndas: 

Bradaley,M.Z.tW sBrumasde Avalong'(4 vols.),R.J.,Imago Ed.,1985. 

Douglas,M .çtpurezaePerigo*',S.P.,Ed.Perspectiva,1976. 

D'Eauboone,F.tçAsmulheresantesdo patriarcado''Llboa,Ed.Vega,1977. ' 

Ftueira,S.ç'ModernizaWodafnmfliaedesorientaWo:lmndasrafasdopsicologimmonoBraqil' 

. . # 

1 :Qçcultura da Psicanzise''S.P.,Ed.Brasiliense,1985. 

Johnson.R.IQSHE'S.P.,Ed.Mermirio,1987. # 

. 

Money e Tucker.ttospapéissexuais',S.P.,Ed.Brasiliense,1975. 

Pellegrino,H.'Tacto Edfpico e Pacto Sonul''Follu # de Sfo Paulo,Cadem o Folhethm 1983. 

Sicuteri,R.'CLILITH,a 1% ner a''R.J..Ed.Paze # 

Tera,1985. 

Veho,G.elndividullqmo e Cultura:notaspara uma ankopologiada . sodedade contemporânea' # 

R.J.,Zahar,Ed.,1981. . '

A HIST;RIA DEUMA IDENTIDADE:HOMOK EXUALIDADE 

E NORMA; SUCIAIS 

TERESA ADADA SELL 

UniversidadeFederaldeSantaCatarina 

Nosso trabnlbo uirelataro processo deaquisiWo deidentidadedex ssoas 

quesereconhecem como homossexuais.Estetrabm o seestruturou sobreentree tas 

com homens,solteiros,casados,pareados,apartirdelxmnperguntainidal:

368 

' . 

. t . 

No caso doshomossexuais, x coinfp mosareterMstöriasquerevelam um sistema 

que escohe qxuls s:o seus:tdiferentes'' e deternuna oslugaresque lhessâo 

convenientesnasociedade.B como aflrmaGoffman (em dtawo deSylviaDserna 

apresentalode meu livrol,

369 

pordrcunstânciasapazigm dorasdarelaçâohetero-homossexm l.Encontramosdenovo 

aimposiçâo social:- etsed,asuma'.Ou seja,- çtocum o seu lugarconformeédeterminado 

aoshomossexuaiscomo você'' 

Asmensàgensqueossujeitosrecebem nainteraçâocom heterosdizem 'para 

nâb perturbarem.Paratanto,deverâb a#rcom naturalidade,mantendo contudo,a 

consciênciadequesâb diferentes.f maisou menoso queseencontranocomportamento 

discriminatörio com relaç:o ao nepo. 

Com relaçâb ao ocultamento da pröpria homossexm lidade,encontramos 

situaçöesqueinteragem com estaescoza.O grupo familiardobjeto dosprimeiros 

desencbntrosedeaprendizagem ,tanto darevoltaquanto daculpa.Senâo houvelzma 

participaloda fami:iano fato deo indivfduopercebersuahomosexm lidade,(ou 

seja - participaçâo direta),édafamflia antesdemaisnadaquee1evaioculta.rsuaformadesexualidade. 

' ' 

Osamigosfntimospodem participarda situaçâo,nacondiçfo deççiguais''ou 

tinformados',deacordo com Gofman.Elespodem aseguraro encontro.Quandoa 

relaWo seestabelecerentreiguais,isto é,quando osamigossâb tambdm homosexxuiq, 

hâ a participaçïo em locaiscomllngquepodem se constituirem guetos.No caso de 

informados,vemosrelaçœ sem queasexualidaden:o constituio möveldasrelaçœ se 

oconhecimento delanâb interferenaafetividadedaamizade. 

' Oslocaiscomlmqdeèncontro deiguais,servem deproteWo edeafimaçâ'oda 

identidadehomosexml.ReaflrmaWo ecompreensâb dosdesejoscom lnq,poderiasei 

'zm a situaçâo importante se defato assim ocorresse.Nossa exm ri:ncia mostra que 

lugaresde encontros'tgays'' setornam maisltmaguetizaçâo pura esimples,ondea 

noçâb dapröpriaidentidadehomossexualpode servirparadenegrirasm ssoasenâb 

paraprotegê-las.Algo m uito diferenteocorrecom o çr rupo Gay da Bahia'.Atravës 

de umamobilizaç:o organizada,conseguiu no Brasil,eliminardo CID -o famigerado 

302.0,queconsideravaahomossexlmlidadecomo desvio etranstorno sexual.A organizaçâo 

destep upo,em rellnisesdeesclarecimentoseapoio métuo,apresentaresuludosao 

nfwipesoaldosparticipantesedealcancesodalem beneffcio demuitos 

desconhecidos. 

' A compreensro de todaumatrajetöriasocialeporisl psicol6#ca,pode 

demonstraraosindivfduosquesedizem hom ossexuais,o qlunto estâb permitindo que 

seusamoresse tomem culpadosaosolhosdosoutros.Conforme Ginsberg,épredso 

'tconlarnospröpriosxntimentos,contarcom eles.Acho quegrandepartedosconllitoshomossexlmisprovdm 

deaoimilsrmosadesconllançaqueasociedadetem dosnossosamores.O 

que nosfazduvidardenösmesmosedelesenosincapadtar'.(1 

Izyland,1978:177).E porisso talvez natrajetöriadaidentidadehomosexual,vamos 

encontrarpessoasquenamoraram ,estabeleceram relaçœ s,quesecasaram com mxxmeresou 

tiveram ftlhos,antesdeoptarem m lo desejo homo.Ou seja,antesdeoptarem 

porAlmavida sexualcpm outrots)homem.Dificilmenteencontramosindivfduosque .

370 

n:o sereladonarnm com mlxlheres,muitasvezesbuscando reverterodesejo.E como 

dem onstrsm pesquisasa respeito,se o indivfduo utilizarhormônioscom estafinalidade(no 

casohormôniosmasculinos),oquepodeocorrer,ë1Im almento do desejo 

sexual,permanecendo contudo,o mesmo objeto dedesejo.Fortaleceo desejo,enâo 

o transforma. . . 

Aspectos da relaçâb afetiva ou sexual,atribufdosaoshom ossexuaiscomo ' 

exclusivi4ade de seu comportamento,sâb na verdade comuns às relaçöes em sua 

maioria.Porexemplo,asrelaçöespouco duradouras,asolidâo,o cifzme,o medo à 

velhice,etc.Nâb seconstituem em atributoscaracterfsticosdasrelaçöeshomossexuais. 

Existem defatomedos,porque,parece-nosqueestemomento demudançasnosval0- 

res com relalo ao casamento monogâmico est; acarretando expectativassem projetosdefinidosnasrelaçöesheterossexuais.E 

1Im momento desolidfo,devazio.A 

velhice,daformacomo dtratada ou (nâ'o)compreendidanestepafs,mostrao desrespeito 

eo esquecimento como norma.Ospadries rïgidosdemoralidadeestabelecendo 

idadesideaisparanamoroserelaçöessexuais,determinandoatëmesmo quem 

devasero maisvelho darelaçâo (no caso ohomem ëclaro,paranTo sepensarem 

gigolô),reduzposibilidadesdeencontros.Poroutroângulo,asseparaçöescom histöriasde 

muitos sofrimentospsicolögicose desacertosfmanceiros,a sobrecarga dos 

flhosparaItm doscônjuges,(normahnentea m lher),mostram Ixm pequepo quadro 

daslimitaWesem queseencontram asrelaçöesem geral.Nro,nâb éprivildgio dos 

homqssexuaisa fram entaçâo dasrelaçöesnmorosas.Estamosem busca de umahazmoniaquenâb 

sabemosaindacomo.construir.M as,continuamosa procurâ-la.A verdadedquecabeaosquesedizem 

hom ossexuaisassumirem asua partenaordenaçâo 

de umasociedade maisverdadeira,menospreconceituosa,especialmenteno quelhes 

diz respeito.Nâb podem serpessoaspassivas.Como diziaum dosentrevistados- çça 

funçâo seria educar,nâb corromper'.Elest:m homensem suacamaepodem ensinâ-losainteireza 

dasexualidade. 

E,como h;semelhançano tratamento queo homem heterossexm ldispensa 

àmulhere ao homosexual,cabeanösajudarmosnossossuleitos-de-desejo,asetornarem 

menosmaclzistas,maisfelizescom nossasexualidade-pararmosnôsmltlheres(heteros),deatribuiram 

nasao homem o quenoscabem lo machismo comum atodos. 

O queposso porftm dizersobreestetrabalhorealizado,équenâb consegui 

encontrarum grupo depessoasquepudessem fazerpartedo rötulo 'oshomossexuais''. 

Encontreipessoas que se dizinm homossexluis,e que apresentavam tantasdiferençasentresi,quemelhofseria 

falardesingularidades.Bonit% singularidades,quefaa m do ser 

hlzmano fmico em relaçâo aoOutro-Fel'zmente,anaturezahllmanaémaiordo queascategoriasqueoshomenscriaram 

para sedistinguir.A sexllnlidadehumanaextrapolaos1im 

itesdd quequerem osconvendonar.E dafsurgem possibilidadesdesermoslivresenâo 

nosoprimirmosxmqaosoutros,com o separticulnrmentetivëssemosestedireito ou fôssemososdonosabsolutosdaverdade-E 

esqueœssemosentfo quesomosseresderelalo.

371 

Refee das 

C'-xmpa,A.C.eçldentidade**in > Tmne,S.T.M.A CodosW.(orgs-)PskologiaSockl,S2.Brxqilense, 

Goffman,Ezvkns.EztWma.R.J.ZaharEd.1975. 

D yland,W.(org.).Semmlidqde eL'We''o Lîterdria.R.J.Ed.Civilizaçfo Brasileira,1980. 

Moffatt,Alfredo.lWcorerlpl doœ rfvlfdo,S.P.CortezEd.,1982.

O IDOSO E A IDENTIDADE DETERIORADY 

ANA PERWIN FRAN AN 

Universidadede S:o Paulo 

Vamosassllmirqueaidentidadedohomem édadapelo homem maisassuas 

circunstânciu,nro havendolimitesou fronteirasrf#dasentreaobjetividadeesubjeti- 

Wdade.O homem é m voado pela existdncia deoutroshomens,esö assim équese 

configura asuahnmanidade.A identidade,entfo,com portaaexm ridnciadaconvivdncia,ondeora 

a m ssoapodeserçtsi-pröpria''orapode serç'o outro''oraintegrando-se 

como tçnös'numa relaçâo,ora sendo exclufdo darelaWo,como Nle' # ora 

exclufndo osdemaissob am rspectivado çeu' 

, 

Nessecomplexo interjogo social,aidentidadesefort k ece Gm çormeg 

syoa 

em flexibilidadeeao dade,conformegalga cadavezmaioresnfaisdeabstraçâb e 

simbolizaçâo,conforme exerdta a capaddade de fazernovoshwestimentosem ocionaisesecomprazem 

aprenderefazersaber. , 

A identidade,como uma aura,emana do servivaz e o envolve,ae1eeaos 

demais,provocando o reconhecimento da unicidadedoser. 

Ao quetudo indica,avia preferencialparaaconfiguraWo evivênciadaidentidadeéo 

amor.Navigdncia do amorseconhecearelaWo dealteridade.O Routrog' 

como quenosinvadeeincomoda,altera o nosso equilzfrio apsticoeinerte,instigaa 

buscae novasrevelaça s;peranteo outro nâb sefica indiferente,emergeaconscidncia 

do ser,quea e1esesubmetecom ansiedade eprazer,com desconforto,inquietaWo e 

alegria.Essa submissro t feitaderesponsabilidade m rante o outro,e compromisso 

paracom oseu bem *star.Ao m esmo tempo seviveaexm ridnciadeseserfelizexatamentecomo 

seé,deintegridadedaidentidade,da devoç'o queresgataa dio dadeea 

liberdade.f narelawo deintimidadeeimpresrodenfo sepoderviversem ooutro, 

quesealcanp am aisagudaconscidndadapröpriaidentidadeedaalteridade,poisse 

sabe,ao mesmo tem po,que esse outro nâb nos m rtence,nem nunca poder;ser 

capturado.Nâb éobjetoy-nem posse,tem vidapröpria,quesemprelenosçscaparf. 

Dafque o amorrealce,n:o propriamente assimilitudes,masasdiferenças 

entre asidentidades,ao mesmo tempo que introduza sensaçâo de fnmiliaridadee 

conliança.Sem o eixo organizadordo amortaisdiferençasseriam m rœbidascomo 

''ameaças''e o homem se esquivaria do contato acirrando suasdefesasneuröticas. 

No plano doamor,o outro /testemlmhavfvidadasnossassutilezaseessaapreciaçâo 

com que somoscontempladostem porefeito que nostornemosmaiscompetentes, 

alëm de capazes:a inteligdncia e a memöria se agtzçam ,os sentidosse tom am mais 

sensfveis,asemoçœ sm aisflufdaseafloradas.Emergeo viverético.J; no plano da 

373

374 

hostilidade,naauëncia doRmor,ooutroéo juizimplacfveldasnossasRlhas,oque 

tem porefeito embotaro brilho do nossoserefacilitaro fracasso. 

Vnmosagoraconsideraralgumasdasprincipaiscondiçœ sdeenvelhecimento 

do posso denossapopulaçâb,condiçöesessasquemesclam velhice,pobrezaedoença, 

resultando num envelhecimento deteriorado eprecipitado,quetodostememoserejeilnmos.E 

com motivos! 

A idenidade se deterioranaausdnciade condiçöespromissoras,ou melhor, 

sob condiçöeshostfsededessmor.Desdecedo somoslevadosarelacionardiretnmente 

çvalorpesoal'com Gcapacidadedej'roduWo'.A nosaeducaçEo dinstrnmental, 

orientada para o universo do trabnlho economicamenteprodutivo,confundindo-se 

aftrabnlho com serviço,disciplinacom obedidncia,tercom ser.Somoslevadosad4sconlhr 

do outro e a temerm osaintimidadee,exatamente porisso,somospresu 

fâceisda confusâb de identidades,damassificaçâo,daausdnciadecondiçöesondea 

vontadeindividualemerjaesejasatisfeitadeacordocom o social.Ilafqueasvontades 

tendam a se imporpelavioldncia,mlo egocentrismo,ao inydsdemlaconversaWo e 

individualidaderespeitosa ecomprometidacom o bem-estarsocial. 

Vejsmojqlm'ssejnm essascondiçöeshostfs:infância carenteenegligenciada; 

falta de recursosmddicose planosde saéde,processoseducativosœntralizadostâo 

somentenosprimeirosanosdevida;au/nciadaludicidadenocotidiano,cujo trabalho 

(quaselabor)exaureasforças fsicasementaisdo trabalhador;plano geraldevida 

centralizado em torno dosvaloresdo trabslho(naausdnciadeste,poraposentadoria, 

ao vazio ocupadonalseacresceo vazio existencial);repressâb sexual;exercfcio de 

opressâb sobreasminorias(m lheres,negros,delicientes,idosos,homossexlâis,etc) 

atravësdasubversro deralores,governoscorruptoseautoritfrios;agress:o âNatureza; 

corrida ammmentista;insensibilidadeàfomemundial...X todaessa probleméticase 

opôem asforçascriativaseconstrutivasdasociedade,o queresulta,tnmbém em um 

aciëscimo deanosà exm ctativa mëdia de vida,aindaquenTo se consigapiopiciar 

melhoriu naqualidadedevidageral. 

M sim ,envelhecertem significadoacessoaIxm lpcussocialsem valornem fun- 

Wo.Como sinaisbalizadorestemosamenopausaeaaposentadoria,tempoem quese 

verificauma sëriaegraverupturano existir,umaobnubilaçïo nohorizontetemporal 

daexistêndahumana,com aperda dosentidode vida(planosorientativoseivadosde 

. 

desejoseesperaàças),com a desorientaçâo edesapegaçZodalinha queintegrao passado,o 

presenteeo porvir,linhaessadada porum senso profundo devalorpessoale 

social,utilidadeeaciitàWo.Reduzdos,amtlheràqlnlidadedefdmeareprodutora,o 

homem à categori'ade pro'vedor , chegadosameia-idade,com asftmçöesmaternaise 

deprodutividadeJâtestadas,esgotadasedispensadas,enfrentam mais lmacrisede 

identidade:'çse j;nro sou maisbem acolhido naquilo quemelhorseifaar,seJ; n:o 

tenho maiso valorfamiliaresocialdequedesfruteiatéagora,sejân:o dou maispara 

o quesempieàei,entfo quem sereieu?'

375 

Conlitosentregeraçöesesuo cadavezm aisacirrados,mediadospela agdn-' 

ciassociais,eo envelhecerdvisto com mausolhosem geral:idosossâb afml-ca geralo 

quedetestaaconvivdnciacom osseusiguais.Socislmente,entâb,o que severificaéa 

aus:nciado amorpelo Ser,o boicote ao prazerde viver,que nasidadesavançadas 

resultam na gerontofobiaenageronto-rejeiçfo,nadeterioraçâo daidentidadedosidosos.Osidososcarregam 

asuaidadecronolö/cacomoverdadeirosestim u infnmese 

sofrem todasortedediscriminaçâo eisolamento socialmuitoantesdeseusorganism os 

entrarem em colapso emorrerem desenilidade. 

Mesmo senfs,m uitosidosospreservam asuaintegridademental,n:o sendo a 

idadeo fatorresponsâvelpeladeterioralo daidentidade,massim o contexto social 

em queseconströiavelhice.Asskn como o autoritarismo eo desamoragridem einibem 

o desenvolvimento dacriança,do adolescentee do adulto,nasua viglncia os 

' 

velhostendem a se defender atravdsde estereotipias,defesasmanfacase condutas 

tolas,qlziW iresponsâveis.Estapodeserlxma tboaestratégia'desobrevivdncia num 

mundoquehostilizasuasminorias. 

A essascondiW esx acoplaadisculdadeprofundadesuportaroenvelhecimento 

eaperdadospröpriospais,quiW asua deterioraçïo.A crescentefra/lidadee 

dependdncia (ffsicae/ou emocional),aperdadovigorffsico eaestagnaçâo mental 

(intelectualeemocional),asombram osadultos,especinlmenteno seu ingressona 

meia-idade,onde W rias tazefasvivenciaislhessTorequeddu ,sem contudohaverum 

respaldo socialque favoreçao exercfdo desembaraçado de taistarefas,que preservam 

efortalecem a identidademadura:valorizaçâo da sabedoriaexistencialx valorizaç:o 

dosdotesffsieos;socializaçâb x sexlmlizal o dasrelaçöeshlmanas,flexibilid>de 

mentaleemocional,superaçïoda preocupaçfo com o corpo em direçfo àespiritualidade;superaçâodaocupaçroprofissional(exercfdo 

depapdis)em direçâo àexpressïo 

erealizaçfo do serintegral,aelaboraçro dasuacontribuiWo mssoalà hnmanidade 

antesdeseconfrontarcom amorte. 

Fica claro,pois,que naprecadedadedo viver,poucosconseguem realizaro 

seu envelhecimentocom graçaedistinçâo.A adoçfo de1tm plano devidafundamentak 

do em valoresdticosfacilitao envelhecersaudivelea preservalo daidentidade(em 

qualquerponto do viver):desejo desaber,respeitoportodaformadevida,prny-rem 

sereladonar(inclusive nïo senegando àdordeperder),inquietudeeinconformismo, 

repidio totalàsinjustiçasevioldncia,contemplaçïo do belo,reverdnciaànatureza, 

simplicidade,paciência,enllm ,bom-hllmor e interesse porpessoas,s:o algunsdos 

requisitosblicosdo bem -viver. 

A identidadenrosedeterioram lo avançardaidade,Jnassim setnmcadano 

seu desenvolvimento e dina ica.A desesperanp ea estaN açâo acorroem .O desamor,porsiepelo 

outro,adeströi.Apresentam identidadesdeterioradastodosaqueles 

que nro maisacreditam ,queperderam o entusiasmo pelo viver,queseacomodarnm 

achnndoquej;pasou dahora,quesearrogam odireito denadamaisfny-ranTo ser

376 

aguardar(e exigir)queosoutrosarranjem novassoluçöespara novosou velhosproblem% 

.Estldetedoradaaidentidadedaquelequenâb confianem acredita,daqueleque 

perdeu o sensodedir idade,honra ejustiça,quenâo mantém nenhlm compromisso 

individualcom obemestardahtlmanidadeeaPazMundial.(Estepodeser'o caso do 

delinqûentejuvenil,do criminoso decolirinho branco ou doaposentadorevoltado). 

Ao evitartaldeterioraçfo maciça,ficaaqlziconsagradaanossapropostade 

umaorganizal o socialverdadeiramentedemocritica.Talvez,entfo,chegadosàvelhice,muitosm 

aisde nöspossamos vivercom dignidade e integridadee 'çmorrerde 

velho'mesmo,m rto dos120 anosi-ao invësdedesertarmosameio caminbo danossa 

possibilidade genëtica,com 60,como ainda acontece e achamosatd natural.A identidade 

deteriorada dosvelhosë fnzto direto de Ilma vida mnlvivida.Nâb precisaser 

assim !Precisamosde am or! 

' 

Referências 

Albornoz,Suzana.0 que ë trabalho.Ed.Brasiliense,1986,SP,Sâb Paulo. 

Finkielkraut,Alain.La Sabidurla delAmor,Ed.Gedisa S.A.,198.5,Barcelona,Espasa. 

Fzpiman,AnaP.Coisas da Idade,Ed.Hermes,1988,SP,Sâb Paulo. 

Kushner,Harold S.Quando tudo al'o tso bastante,Nobel,1987,SP,Sfo Paulo.

SIMPôSIO 15 

OS ASPEW OS ORGANR ATIVOS X S MOVM 

NTOS O CIM S 

- A form ado informal. . 

PeterSpink 

- ConxlhosdeSaude:Pm icipawo ou coeptawo. 

Mary JaneP.Spink 

- ConsideraWessobreapectosmicro-sociaisnannxlisedosmovimentos 

sociais. 

SalvadorAM .Sandoval

A FORM A DO INFO RM A L 

PETER V INK 

FundaçâoGetëioVargas,pucxv opaulo 

O tftulodestetrabm o éem nadaoriginal.Criado mlo antropölogo jeremy 

Boisseve em 1974,a fraseservedereferdnciapara11m marco histörico importanteno 

estudo de fenômenosorgnnizativos:o reconhecimento de queform aé l1m assunto 

complexo dem aispara serdeixado pam aspalavrasde ordem que ninda m netram 

sutilmentellmnboaparte dasddnciassociais- indivfduo,F upo,organizaçâo,sociedade,estrutmaform 

aleinformal. 

Naâreado 4v divfduo'em psicolo#asocialtemos,meparece,conseguido 

avançarrazoavelmentebem tanto como resultadodo trabm o conceitualsobreo N u' 

e o çmim''do George a rbertMead eaescolado interadonismo simbölico quanto 

com aretomadadanolo derepresentaçro porautoreseuropeuscomo Moscovici. 

Porëm naéreadeformasorganizativasestnmosextremamenteatrasadossecomparado, 

porexemplo,com aantropolosa,ondeosestudospioneirosdaescoladeManchester 

(Bames,Mitchel, 1BoteGluca an)sobreredessociaisno fmfda dëcadadecinquenta 

apontaram parao estudo daaWo enquanto formaem movimento em contraponto ao 

estudo dareproduWot:o favorecidopelo funcionâliqmoestrutmal(1). 

Enqlmnto iso,na psicolosasocialdnormal,aindahoje,encontrartrabnlhose 

atélivrossobreo töpico deç'grupos''quenem sequeroferecem aoleitorumadefiniçâo 

rudimentar doasstmtosobreo qualo contefldo trata.Assume-se,parece,quep upos 

sâb puposequetodo m undo sabeo quesro.Comentiriosiguaispoderiam serfeitos 

sobre a famosaestrutma ç'informal'mesm oseem termossemM ticosisso fosse uma 

contradiçfo:dpossfvelterllmaestnztlzra çsem forma'? 

Namedidaem que a psicologasodalserestringeao estudo do m queno pupo 

entendido comoum nu'mero fixo depessoas,gernlmentemenosdo 10,em contato 

direto naexecuç:o deumatarefaconcreta,pode-seargumentarprapnaticamenteque 

nâb h;muitosproblemasque decorrem destamiopiaconceitualporquede1lm ladoa 

vidado laboratörio n:o atrapnlhou muito avidaderlinguëm e,deoutroi)grupoterapcutico 

precisavadestavisro fechadaparaestimulara regressâb,a projeçâo eaintroje- 

Wo quesâb suabasenecessfriaparaainterpretaçïo. 

A dificuldadeemergecom a descobertadacomlmidadecom um foco deatua- 

Wo psicolögca sejadeformainvestigativa,m dagögica,debem estar,grnmqcianamente 

ou dequalqueroutrojeitoquetenhacomobase aiddia deaç:o em vezdeobservaçâb. 

Como o linico conceito sobre apegadosnxo organizacionaisnoslivrosdetextosse 

referiam ao ç'grupo',era econtinuasendo comum ouvirdepessoasbem intendonadas 

379

380 

queelesestlb ajudando acom lnidadeaseorganizarcdando ç'pupos'.paranâb criara 

impressïo deuma crfticaunidirecionalpermitam -meobservarquenaéreadeorganizaçâo 

detrabalho o mismo acontece- pupossemi-autônomosdetrabalho s:o concebidoscomo 

sendodeseteou oitopessoasquando defato a equim demzeirosdecaru o 

quedeu origem ao term otinhamaisdequarentaecincomembros. 

Obviamente,t'pupo'concebido desta maneira restritatem muito pouco aver 

com adeàsidadeou riqueza dofenômeno organizativosociales:ojustamenteasconseqèênciasdesteempobrecimentodevisâb 

queformam abasedaminhapreocupaçfo. 

Se'tomamoscomo exemplo o çepupo''de1xm lado,eaTçredesocial''deoutro, 

conseguimosvermaisclaznmenteapobrezadenossalinguagem analftica.A represental 

o visualde lxma rede ésemprelinhasepontosondeospontossâb aspessoaseas 

linhassâb ou,parasermaiscorreto,nelasestâo asinterconexöes.A malhaqueseformaesereforma,oram 

aisdensaoramaissolta,êuma mnlhasem flm.E op upo?Normalmentese 

desenhariaconceitunlmenteem termosdelxm cfrculo com outrospontos 

dentro - asm ssoas.A metâforaédeum conjunto...aquelepupo lé...definindo 

assim 1lm lim itedo queestâdentro e,consequentemente,do queest;fora. 

IM um lado IIm conceito incltlsivoedeoutro um conceitoexclusivo...eo 

queaconteceno meio destes?Porqueobvinmente olmiversodaforma nâb serestringe 

sinplesmenteaestasduisopçöes.Quetermossemariaparaaimensa variedadedeformatosque 

tem 'como ftmdo asmtm iplasmalhasreferenciaisdasdiferentesireasdo 

espaço devidaecomo figurascfrculos,orafechadosorapontilhados,rejresentando as 

caracters ftica diferentesdoslimitesou'fronteiras , sua exclusividade ou penetrabili- 

dade? 

Infelizmente arespostana maioriadosm anuaisde psicologiasocialtem sido 

çegruposinforniais'ou,paradesprestisarmaisainda,o tscotidiano'.IX)primeiro,enin 

amesmaco isa que Izm grupo . . . sabe''enquanto , do segundo entende-sellma 

tende-se 

espécie denevoeiro quemaisseaproxim aa Itma pranchado TAT doquequalquer 

outra coisa. 

' 

Enqlmnto anossa relaçâb com o campo ém eramenteaquela,deobservador, 

. . ' z 

o %'nâ'o erlxergar'' nro atrapalha ningudm ,a nâb sero observador.Porëm aoblscar 

uma relaç:o maisativaem relalo ao Mmpo,seja de apoiador,interpretadorou 

. 

' 

. ' . . . . . 

assessoro quadro muda sensivelmente.Atd que ponto,em outraspalavr% ,seremos 

' 

capa 

zisdea$rutilmenteebeformasocinlmenteintiligenteno desmascaramento das 

questöes contraditöri% de poderquesemanifestam nainterfacedo D tado eda Cop 

' 

mlmldadeSocialenarelaçfo dapessoa,enquanto ddadzo,com seusparesseanossa 

caixadeferram' entasdeforma tem somentelxm utenslio? 

Permitam -me responder utilizando 1lm caso concreto de 1lm movimento 

au'töctonequeaèompnnheinum bairro deLondres .Trata-sedeIlm caso algodiferente 

do com lm ,porqueo bairronro ë1tm bairro dem ssoaspobreseo movimento foimarca'do 

porlxmatotalletar#ana dimensâb orgaizativa. '

381 

t ,.m bairro desubérbio fazendo parteda administrawo localdet1m dos 

'çboroughs'nosuldetondres.A suapopuhWo naépocaeramista:trabnlhadoresqualilicados,técnicos,artesa 

sautônomos,professoresdarede pliblica e burocratasde 

nfvelmëdio.A populaçâo tinha duasfaixaseto as,llmaperto deaposentadoria,que 

veio parao bairro qllqndo e1eestavasendo construfdo na ddcadade30,eoutra decasaisjovensqueestavam 

entrando no bairro namedida em queosoutrosseaposentavam.Tinham 

ssoasdetodasascorespolfticaseoutrosam trechosde'lm bairro deste 

tipo.Pequenosestabelecimentoscomerdais,doisPubs:escola primiriaesectmdiria, 

casasgeminadu com jardinsmquenosondeo contato com o vizinho éimediato,porëm 

,com o respeito aprivacidadequeêcaracterfsticadospovosdo nortedaEuropa. 

O bairro sesituanum morro com parquesporperto eémarcado em dois1adosporruasprincipaisebastantemovimentadasquesâb 

usadospara o fluxo diirio de 

entraresairdo trabm o no Centro detondres,eparao lu olateral,formando assim 

1tm ingtlo reto.Com odecorrerdo tempoo aumento detrO sito nestasavenidas 

começaacriar,esm cinlmente nahorado pico,problemasdeengazrafamento.Osmotoristascomepm 

a buscarsafdaspacaevitaro problemaeo trânsito e comep cada 

vez maisaescoarpelaspequenasruasdo bairro. . 

' 

Moradprescomeçam afalarqentresisobreosperigosqueisso catlsatanto para 

apopulaçfoidosaquanto paraascrianças,e,gradativamentq,adiscm sâo aumentaao 

ponto de um vereadorlocal,moradorno bairro sugerirquesejafeito 1lm abaixo 

assinado paraaadministraçâb local.(tondresnesta ëpocatinha lma estruturamlmicipaldupla 

com :11n1conselho metropolitano e com elhosde administraçâo local,os 

çtboroughs').Algumaspessoasquediscutem iso no Pub ou nahoradelevarascrianças 

para a escola se prontificam e,de maneirabem solta,todo mundo acaba por 

assinar. . . . 

O vereadorapresentaapetiçâb nacâmaraeo assunto dencnminhadoâ comissâb 

deobraseviaslocaisonde,além devereadores,estâb presentes.osofidaksdaadministraçfo 

localentreosquaiso engerlheiro chefe.O tempopassa,dfeito m aisum abaixoasinado 

cobrando ademora(queinitao vereadorquerespondequeo assunto est; 

bem encaminhado)esaiaconclusro:nâo époufvelfazernada porqueo problema 

dependedeaçâo no a bito do ConselhodeD ndresondeest;sendo discutida a construçso 

deltmarodoviaprincipalquedeslocadaofluxo principalforadasâreassuburbanas. 

. . . 

Apös1xm tempo o'sm oradorescomep m aconversardenovo.A mnlhnéextensivaeformadaporWnculosdevizinhança,viacriançasna 

escola,viao'sPubs,viaa 

conversanavendaeassim vai.Smgeaidëia deaWo comoumamaneiradechamar 

atençâo e,sem foco explfdto deorganizaçâb,ddecidido bloquearumadaspequenas 

ruasnahora do rush.A conseqûênciat 1lm engarrafamentp de5quilômetros.Uma 

m ssoa descobre queo engenheiro chefeéobrigàdoporleiaresponderàscaztasque 

recebedosresidentesdp çtborouglz'ecomeça llma corresponddncia sem flm .Saioutro

382 

bloqueio e outro abnivo assinado queirritamaisainda o vereadorporqueestedobrigado 

por1eiaaprexntazapetilo na reunifo geraldo conselho.Outrascomepm tambdm 

aescreverpazao engenheiro chefequenum determinado momento passou a respondera 

cerca de 50 cartasporsemana. .' 

Nesteprocesso todo nfo houvenenlmm comitd,nenlutm vupo organizador. 

O ritm o era esporidico e,em momentosdiferentes,pessoasdiferentesdecidiram que 

era asua vez de faaralgoreconhecendo arazâo dosoutrosquediziam ttaleu n:o 

tenho tempo...achoqueëasuavez'. , 

Nllm determinado momento,talvez por causa da quantidade de .cartas,o 

engenheiro chefe começou a escrevera lxma dasmoradorasmaispersistenteendereçando 

aelacom oç'secretériado coznit:demoradores''e,ao receberasua resposta que 

isso nâb era verdadeiro,continuou amgerirque osresidentestalvezgostariam dese 

organizarporqueafoconselho poderiadiscutirmelhorasopmeseasdisculdades. 

togo depois,o vereadortnmbdm feza mesmasugestro,apontando que eramuito 

simplesformarAzmaasociaWo debairo equeo Conselho,quehaviasido eleitonuma 

plataforma de participaçxo popular,tinhaintroduzido algumasmedidas como , por 

exemplo,o direito de utilizarescolaspûblicaspararelmiöeseoutroseventosfestivos. 

(M moradorescomep ram a discutireacharam queissodaria muitotrabm o eningudm 

estava a flm .Tam bëm icaram preocupadossobre quem escolherdadaa diversidade 

polftica do bairro.ElesJ;tinham alugado aescolaporcontapröpriaparafazer lma 

festa de natalpara as crianpse nâo viram muita vantagem em terisso como um 

Gdireito'' 

' 

O conselho introduziu umanou 1eidando direito avoz àstçassociaç& sda com 

lnidadeformnlmenteconstitufdas'nasdiversascomissöesdo Conselho,eovereador 

refez a sua sugestâb como tambëm a associaçfo de bairro de 11m bairro vizinho se 

ofereceu a incluir o bairro no seu com it: erepresentâ-lo no conselho para aproveitara 

nova abertma.. 

A preguiçareinava,ninguëm estava afim e omovimento continuou,nasua 

form afrouxaem alarticulada,areclamarsobreasituaçâo no bairro.' . 

M oraldaestöria:trdsmesesmaistardediversaspessoasḍo bairroreceberam 

cartas do conselho pedindo se um dosresidentespoderiavirdiscutiro problem ado 

bairro na cornissro de obrase viaslocais.Alguëm foi,sendointroduzido cuidadosamentepelo 

presidenteda comissTo como :$lxm dosresidentesdo bairro ta1'',eessendalm 

ente apresentou osseussentimentosm ssoaissobreafaltadeaçâo do conselho ea 

inaceitabilidade pessoalda:razœ squeestavnm oferecidu .Ao serperguntado seestes 

ernm sentimentosque osoutrosmoradorescompartilhavam apessoarespondeu que 

imagnavaquesim,masqueacomiuâb teriaquemrguntaraelesporquee1en:oera 

um represen#nnteenTo sentianenhllmaobrigaçâb nestesentido.Ao serindagado,no 

flnaldadiscussâb,seeleestavasatlfeito com asinformaçöesprestadaspelacomissro , 

respondeu queasinformaçöesernm claraspordm e1em ssoalmentenToestavasatisfeito .

383 

t1E osoutros?''veio a pergunta...çtvocesvâo terquem rguntarparaeles'' 

veioa 

resposta. ' . ' 

Ao sairda reuniâo,a pessoafoiabordadapor1lm outro ddadâb 'queestava 

observando adiscusâb (ascornisœslocaissâb abertasao publico).E1eseapresentou 

como sendo o secreto o deumaassocial o deresidentesdeoutra partedo çborough'' 

e indagou sobre como e1atinha sido convidadaquando apenasa ociaçœ sformakq 

poderiam falareaassociaçrodeleestau aguardando quatro meses.ç:vocdsabe'',e1e 

continuou,Tdquevocdssâb o primeiro grupo afalardentro danovadiretriz,como que 

voclsconseguirain isso?'t:Nösnâb somoslxm'grupo''respondeu aprimeira. 

Doisanosmaistardearua(uedavaonomeaobairofoifechadoexmrhnentalmente,forçando 

o tro co intermllnicipaldevoltaparaasavenidas principais. 

Em termosorganizativose,apresso-meadizer,sem aconscilnciadiscursiu 

dassuasaçöes,terfamosque admitirqueomovimentofoieûcaz.Elesconseguirnm se 

manterdentro dellmaopçâo deformaquepermitiu aarticulaçfo deaçâo porëm sem 

chegara uma estruturaçâb que a tornaria maisIxm entre muitosoutros t'grupos''ou 

çeassociaçses''debairro.Estes,aoba#nlharpeloespaço deinflufnciasâo,m uitasvezes, 

sutilmentedomesticadospelasnormasdecondutadaecologa socialeorganizacional 

daqualacabsm porserconvidadosafazerparte.Algo queCockburn chnmou,nasua 

anilisedo proceso,departicipaWo popularno gerenciamento deconjuntoshabitacionais,de6to 

estado local'(2). 

Na suapreguip organizativa o movimento conseguiu semanternum nfvel 

necessirio esuficienteparapermitiraincorporaçfo desepnentosbastantediferentes 

sem forçarnm Fau de coesfo que inevitavelmente.levada atodasasdins-micasque 

'conhecemosdosnossostrabslhosdetepupo'.Evitou-seo trabzlho desgastantedamanutenç:o 

davida afetivado ttgrupo''pelo sim plesexpedientedenro o formar.Evitouz 

seasinevitfveisbdgasdeliderançaedepanelas(0 tgrupodedentro'eo tçgrupo de 

fora'- çtin group'e.eçoutgroup') deresoluWesem relmiasedevotos'tdemocriticos'petosimplesfato 

den:oterrepresentantes.Cada tm serepresentou num corpo a 

corpo de democracia quase direta e seconsiderou com tôdaaliberdadedefalarem' 

nomedosoutrosquando bem entendesse,nfo enquantp representantem asenqlmnto 

co-cidadfo. ' . . .' 

Pode*edizzrque o movhnento foidesorganizado?Penso que nâb...mas 

organizado deque forma?Quaisosconceitosqueprecisnmoscriarparatornaro nosso 

estudo pritico dazom pmidadeem movimento m aiscuidadoso e,devo dizer,maisresm 

itoso?Qluntasmssoas,secolocadnqdentro desta situaçfo como agentesdedesenvolvimento,teriatrilhado 

o cnminho'daformamaiscomlxm?Qlxnntas,ao contrM o, 

teriam tido acoragem deresponderaperguntasobre'çqualo F au deorganizaçâo neéri?' 

e: uito menosdo quevocêpensa?'' ' 

ce% a 

. . . . m . . 

Ao tecerestasindagaçöes,n:o éminhaintenlo propor lma noeamaneira 

melhordeajudaracomlmidadeaseorganizar.Ao contrério,aintenWo é dechamara

384 

atenWo paraavariedadedeformasqueexistem no espaço entrearede,de lm.lado eo 

gnzpo deoutro,eespecinlmenteàquelapartedocontfnuo ou espaço quenormalmente 

recebe a descriçfo de ççdesorganizada'=.expressfo esta que é maisilustratiu da 

ideologiado comentarista do quedo objeto do comentlio. 

A linguagem deste espaço est;sendo gradativamente constnzfda:nalfngm 

ingl:susa-setermoscomo Gclusters''G , q llnqi+ oups' ,'loosely coupled systems'' . No 

noso trabnmo naTavistock sobreformasalternativasdelidarcom planejamento e 

decisâb pûblica.nafreadeççcitizen plnnning''comep mosatlsaraexpressâo çtagiupamentos'pela 

razâo queo termo nTo carreganenhumadellniçâo apriorie,portanto, 

força a pergunta çedequetipo';umapergunta,em outraspalayras,hwestigativa(3). 

Sejaqlnlforem aspalam s,o importante éoreconhecimentodoastmtoe, 

m aisimportante ainda,nossa pouca compreènsro gistem atizadadtle.Pormuito ttmpo 

o fenômeno organizativù tem sido relegado allma falsaradonalidadeinstpxmental(4),tratadocomo 

algo meramentetécnico.Ao contro o,e1eéamaterializaçâo 

socialdascontradiçöespolftic% maisnmplas...enösshnplesmenteojognmosnolixo 

do Ginformal''e do ç'cotidiano'ecom isso negnmoso nosso papelno empreendimento 

coletivo dasci:nciassociais. 

Como,eu mepergtmto,épossfvelse.declararpreocupado com aaWosocial 

sem buscarcompreendersuaforma?Sem perceberqueissö éum passo necessârio para 

o desenvolvimento delzma maneira de a$rque poderiaajudaraspesoasatransformar 

suaconsciénciaprâticamlmaconscidnciadiscursiva,no dizerdeGiddens(5);detornar 

aintuiçâo quesem snifestam zmapreguiçadeseorgnnizarem lxmatomada deconsci- 

:nciadascontradiçöesinerentes naaçâo hltmana? 

Refer:nnlnq 

(1) Feldman-Bianco,B.(Org.).Ankopologia dasSodedadesContemporâneas- Mëtodos,Sfo 

Paulo,Global,1987. 

(2) Cockburn,C.TheLocalState:Managementof Citiesand People,London,'Pluto Press,1977. 

(3) Spink,P.K.and Hickling,A.GroupbedsionMaking:acallforseledivityinform andpractice 

Rehtörio para UNESCO,Tavistock Institute,Doc.2T 148,1978. 

(4) Guerreiro Ramos,A.A NovaCidnciadasOrganizaçôesRio,EditoradaFundaWo Getlilio 

Varas # , 1981 : 

' ' 

(5) Giddens,A.CentralProblemsin Socialn eory . University of Cnhfornia ; Press.1979.

CONSELHœ DE SAQDE:PABTICIPACAQ OU CQ.OPTACAO 

M ARY Jm P.V INK 

Pontiffda Universidade CatölicadeS:o Paulo 

Entre1984 e1985umaequipedepesquladoresdaFUNDAP -FundaWo do 

œ senvolvimento Administrativo (3)- desenvolveu Ixm estudosobyeaprâticaprofissionalnase 

idadesbisica desalide,escolhendo,paraarealizaWo do estudq de= o, 

duasunidadesdo entâb Distrito Sanito o de Santo Amaro:um Centro deSalidedo 

a tado eum Posto deAtenWo MédicadaPrefeimra.A esplharecaiu nestm duas 

unidadesem funçâo donfveldecomplexidadedo atenimento oferecido,assim como 

do envolvimentoda comunidadenasuaconstrulo efuncionamento.O œntro desaldeem 

questâo,foi1tm dosprimeirosem S:o Paulo aconsolidaraparticipaWo populF 

atravësdacrialode 1m conselho desalidecom composiç'o parite adefundono os 

e membrosda comunidade.Faste örgâb e amobilizaW oda populàç:o anterior>sua 

criaWo serïo,entâb,o objetodaanélisaquipretendida. . ., 

O CentrodeSaûdeParqueDorotëiafoifruto de1lm longo processo demobilir 

zaçâo da populaç:o dos7 bairrosa que serve;préceqso estequepode,paramelhor 

. 

visualizaWo,serdivididoem trêsfasesdistintas. . 

Uma f%einicialem quea comunidadeprocuu enfrentarascarênciasde serviçosdesafldrnaresfo 

atravësdosparcosrecursosdequedispzmha:lma 

' 

farrdcia,a 

dedicalo dopadredaparöquialocalea boavontade de lzmaatendente tl een ferma- 

B em que,tendo mudado paraobairo em 1969pauaaatparativamenteno pupoàe 

. 

mfesdaIgreja. 

nèarafpztfo recoe m ao Jw&e.'em um N rio, 

> marido que âlfflem mulhen em doençm 

em crian, pl/rere ,tudo jogavam ?= W osdele. 

E eleo çpe/kzk (sab.ead/ quea gentefmHl/lJ'l nt) 

jo spitalh jowlw u alminharw.qz.FJflJal 

. 

Dorotéia.,eove

386 

*&Eu rfnàa muîta/kcflfo ledeterJm M/Z.Jgrdtis; 

k no hospitalffrle demais.ék/e o Padre & lzlr 

œ nstndu doisçlw rtu ao ktfo da fgrejl e nôs 

f'lzepltu Jlfcomo sefosselzplatendimento de 

flpn&fc.Eu fr/lzxesaœrîasde raedfraé'lè e 

amos- seeleFalndtw/lzerputeleirase ali 

a gente soltapamuitasrecdtas!= Jo pessoal 

qu e P rOè= #J '' . 

& tasitualo perduraatd'1977 qlmndo passaaatuarnacomunidade1xm grupo 

intepado porestudantesdemedicina,nutriWo,sociolo/a,jornalismo eserviço 

social.Pouco seconhecearespeito dasmotivaçöesquelevbram esteFupo aatuarna 

comlmidade.Sabe-seam nasqueelesvieram a convitedo padrea fim defazeralpxmas 

palestrasnoscursosdenoivoseapartirdafcomeçaram aatuar,tnmbém,juntoà comlmidade.Sob 

suaorientaçâo foram feitasW riasreuniöescom apopulaçâo desteedos 

bairrosvizinhosparadiscussfo dosproblemasenfrentadospelosmoradoresdare#âo. 

DestasreuniTesresultou 1Im levantamento feito decasa em casa,buscando deûniras 

reinvindicaçGesprioritiriasdosmoiadores.Fdzée,ent:o lma votaWoeacomunidade 

elegeu com o pdoridadenlimero um aconstruçïo deum centro desaûde.Formou-se 

llma comissâb dem oradoreseo p upo profissionalpassou a atuarno asiessoramento 

damesma:auxiliando na mobilizaWo dapopulaWo atravésdereuniöes,pdestras, 

distribuiç:o depanfletos;eorientando sobreosprocedimentosjunto àsautoridades 

com petentes.' 

Inaugura-se,assim ,lxma segunda fasequeseencerrar;com aconstruçâb do 

centrodesaldeesuainauguraçâo em jlbo de1981.Apösa inaugmalo do centro de 

saûdeo grupo deprofissionaisseafastaeo pröpriomovimento comunitâriosednde 

em funçâo de diferençasde posicionamento sobre osobjetivosdamobilizaçïo da 

populaçfo:1xm pupo aglutina-seem voltada reinvindicaç:o concretadeconstruçâo do 

centro desaûde pa ando,apartirdesuainauguraWo,aVlarmlaqm lidadedo atendimento 

oferecido;o outro,enfatizmndoo debate polftico,passaaconèentrar/enas 

atividadespartidfriastrabalhaizdo em dma depropostasdo PT. 

A meraconstruWodoCentro deSaûde,entretanto,nTo égamntiadeatendimento 

mddico efirmz:ascondiça spreco asda rede bisica,traduzdasna falta de 

equipmnentos,insum ose de quadrosea ausdncia de mëdicosque,mesmo qlundo 

contratadosnâb cumpriam o horo o previsto no contratodetrabnlho,levazam ao esvazamen 

1 to d o atendimentoeàfrtkstraWo da:exp'eciativasdapopulaçro. 

No ParqueDorotëiaainsatisfaçâo dapopulalo com o atendimento no Centro 

de Saflde é endossada m lalidirançarestante do antigo movimento comlmito o. 

Sâb renliladasreunisescom tundonJriosdo centro - quenaëpom nâb contavacom 

11m diretor- recorrendo/eeventualmente âdireçfo do Distrito Sanite o.Em visita

387 

' 

subsequente à ireaésugerido,pelaequipedo Distrito,aconstituiWo do Conselho de 

Aéde,dspositivoprevistonlmaResoluWo da SecretadadaSatidedeagosto de1983. 

.Tem infdo,portanto,aterceirafasedestemovimento social:a eleilo do 

Conselho em M sembléia popularrealizada com p'ande pompa,contando com apresença 

de autoridadesda AcretariadaSalideerep tradapelasca arasda 'l*V Cultlzra. 

O Conselho deSaûde,cujafinalidadeprevistanale#slaloseria a de 'çpossibilitaraparticipaçâo 

organizada da populaçâo no controleemelhoriadaqualidadedos 

serviçosprestadospeloscentrosdesafldeem sua Jreadeatuaçâo',começou aexercer 

suasfunçsesmvmaëpoca em queseconfigurava uma situaçâo decrisena instituilo. 

Criseestaquesemanifestavaem setoresvariados.Em primeiro lugarna mobilizaWo 

dapopulaWo em ftmçâo dainsatisfaçâb com aqxmlidadedo atendimento dism nsado 

no centro desaéde.Em segundo lugarnasdisputasentreadireçâo (sejaao nfveldo 

pr6prio centro ou do distrito sanitirio)eo corpo deflmciono osmddicosa respeito 

do olmprimento do horirio detrabnlho contratual,questïo queévistapeladireçâo 

como condiçâo sine çlzl non damelhoriado atendimento,epelosmëdicoscomo fugindo 

do a bito administrativo einserindo-se numalutadecarâterpolftico-corporativista.E,fmalmente,em 

terceiro lugar,nosconflitosdeflapadosentreo pessoaldenfvel 

alxiliarem flmçâo dapresençadeum pupodefundonâriosrebeldesàsregraseaqualquertentativadeexercfdo 

deautoridadeporpartedadireçïo.A pröpria direçâo do 

centro de saédepassa asero pivô dacrise:recdm chegada,suapresença évistacom 

desconfiançapelosdemaisftmcionirios,sejaem funlo dasmedidasadministrativas 

que toma ou em funWo deseu posidonamento ideolösco como mddicasanitarista. . 

Na crise askm configurada o Conselho tem pam limportante,servindo de 

mediadorentreaspartes.conlitantesdentrodo centro desaûdeecomo instrumento 

depressâb frente ao Distrito Sanitârio.Masa criseaguça tsmbém ascontradiWes 

inerentesao papelestipulado parao cons'elho.E acmado pelosfuncionârios'deinterferêncianasquestastëcnico-administrativasdo 

centrodesalde,rejeiandoieseu pam 

lfiscnligmdor;éacusado porsetoresdentro dacomunidadedenTo seproporauma 

atuaçâb de carâter maispolftico tmngformando-seem obleto demanipulalo por 

parte dospoderes constitufdos.'O Conselho coilsegue,inicialmente alpxmasvitörias 

pontuaiscomo acontrataçfodemaismtdicos,atransferdnciadosftmcionlriosrebeldes,arequisiç:o 

deequipamento odontolö#co.Suaatualo,entretanto,aospoucos 

seesve ae j;em 1986,qlundo Almaequipedo CEBRAPB (1)iealizalxmapesquisa 

na ârea,haviapandesdiûculdadesem agendarreuniöesdado o n:o comparecimento 

da comlmidadee,visto que o mandato dos'com elheiroslmvia expirado,osesforçosno 

sentido deconvocaWo denovaseleiçasnTo encontrava eco na com lnidade. 

' 'Partindo dealgum ascaracterfsticascom unqaosm ovimentossociaisprocurarse-â,portanto 

aprenderadinn-mica do caso aquiapresentado,utilizando-separa este 

ftm o esquema analftico proposto porPiven eCloward (1979)(4).A tese centraldestesautores,compartilhndapdrmuitosqueestudnm 

aproblemfticadosmovimentos

388 

sociais,ë de que estesn:o ocorrem num d cuo histörico epolftico,sendoessencial , 

portanto,desvendar'osprocesospolfticossubjacentesàstrdsprincipaisdimensöes 

destesmovimentos:o contexto socialque ostornapossfveis;aformaqueamobilizaçâo 

assumeearespostadaselites. ; . .. 

Considerando,em primeiro lugar,o contexto polltico maisamplo , Piven e 

Clowar d co locam como condiçâo esencialparaaeclosâb de lmaaWo popularorganizéda,atomadadecopsciénciadafaltadelegtimidadedo 

sistemasodalde1lm ladoe, 

deoutro,apercepçâo josdireitoscivisedacapacidadecoletivadealterarasitualo 

problemltica.Ou seja,apercepç:o dasprivaçöesexperienciaiscomo algo eradoe 

capazdeserrem ediado. 

Nâb émero acaso qlzedentreasinfzmerasâreasdeprivaçâb dapopulaç'o do 

ParqueDorotéiaasaûdetenhasido priorizada .Vivia-se,entâo,um momento detransi- 

Wo do autoritarismo deWriosanosdegoverno militarparaum infcio deaberturapolfdcaque,mesm 

o no govem o Maluf ,setraduziaem maioratenlo àqtzest:o da participaçâb 

popular.A salide,porWriasrazses,entreelasapresenp detrdsgruposdeatoresinfluentes,pusa 

a sero alvodasatençöesdestasmobilizaçœ sembrione as , que 

servem atd mesmo como cnmpo de aprendizagem para apopulaWo dediferentes 

bairos.E o caso do movimento desafldeda ZonaNorte , contemporM eo do movim 

ento do ParqueDorot/ia,campo detesteparaadefiniçâo deformasdeaberturaâ 

participaçâo popular. ; 

A situaçâo demisëriaétalqueasalidenro énem maisnem 'menospdoritsria 

queasdemaiscarênciasna âreasocial.Entretanto , no caso dasalidesurgem nestaëpoca 

tfespuposdeatorescuja alo,emboradecorentedeforçasdiversaseatécontraditörias,acabsm 

portornarosserviçosdesaûdedealgumaform aprioritâriose , portanto 

,P ivô damobilizaçfo da populaWp (2).Sâb eles:oSecretdrio de Alûde do Governo 

Maluf,AdibJatenequesepropie1lm smbicioso progrnmadeconstruWo decercade 

400 centrosdesatideeinvesteseu prestfso naconseculo dësteobjetivo.Osmovimentosde 

satide passnm ,portanto,a serforp sde ,pressfo para liberaçâo dasverbas 

prometidaseo Secreto o incentivaabertpmenteaorganizaçâb popular , visitando aperiferia,ouvindo 

osmoradoreseadotando p>lavrasdeordem do tipo , ''vocest:m que 

lutarmlo queé seu'.A fgre/l,que,seguindoa trilhaabertaem Medelin,pasa ,a partir.da 

década de 70,a enfatizar . o'contato profundo com asmnraspaum rilmdas,a 

fnm . osa 'çopl o preferencialpelospobres'' # criando asComlmidadesEclesilticas de 

Basee,nestas,asPastoraisdeSaûde , que engajxm profisionaisdasaûdeparacolaborarem 

palestrassobreproblemasdesatide.,Fkmlmente , osTédicossanitaristas,forp 

novanaprofissâb,formadosespecificamenteparao trabnlho juntp àpopulalo eque , 

a partirde1976passnm aassumirseuspostosnadiretoriadoscentrosde.salide .partindo 

de llma m rspectiva sodaldosproblemasdesalideecom presenp noscentrosde 

saûde em tempo intepal,asaliançasvoltsm-se inevitavelmente âpopulaçïo e nâb à 

classemddica. .

389 

Esteéo contexto.Ascondiçöesernm favorfveisâsreinvindicaçœ snaireada 

saûdemasnem poristo elassetom am um fenômeno generalizadoem Sâo Paulo.para 

acompreensâb,portanto,da mobilizaçfo seletiva,temosque recorreraosprocessos 

deconscientizalo sobreosdireitoscivisesobrea capacidadecoletivadealterara 

situaçâo problemftica.No casoestudado oproceso deconsèientizalo parecetersido 

fruto do trabalho realizado m lo Fupo deesmdantesjunto à comunidade.Grupo este 

que,embora sendo uma incör ita,poisn:o houve contato direto com eles,parece 

teratuado no papelpamscianodeintelectuaisorgH cos. 

Conscientizalo é,'evidentemente,1:m proceàso alongo prazo queimplica 

nareelaboral o dax representaçöes.A tomadadeconscidnciacentralà açâo popular 

organizadatem'sentido maisrestdto,ou seja,centra-seem problemasexm rienciados 

no cotidiano - taiscomo afaltade11m atendimento médico - enâb'nosprocessos 

abstratostaiscomo aopressïoaqueestâb Csujeitasasclassespopulares.Embora,a 

longo prazo,o concreio trnnqforme-seem abstrato.Assim,dimportanteassinalarque 

foia exm ridnciaconcretaquemoldou odescontentamento'da populaçâo do Parque 

Dorotëiano objetivo esmcficode'construçZo de1zm centro desaûde. ' 

Porsuavez,aFORM A queùsniovimentossociaisassuinem dnecessariâme'nte, 

condicionada pelo contexto institucionalem'quesedâaaçâo.E o contexto quemolda 

nâb amnasapeitepçro coletivadosproblemasWvenciados,como'tankbdm defineos 

meiosparaa manifestaçâo àestedescohtentamento.Asshn,em Ilm contextoinstitucionalclaramente 

demarcado,como a fbrica,o meio makseficazëadisrtzplo dapro: 

duçïo atravésdapeve.No caso deuma c'ozmmidade,as'oportunidadesdem rcepçâo 

coletivadaproblemitica - condiWo essencial'dado queosmovimentossociaistém 

car

390 

vanas,acampsmentosjunto àsagênciasresponsuveise,em liltimaanâlise,osquebra- 

' 

quebrasemotins,tudovisaadodespertaza atenwopûblicaepressionarporsoluçöes 

angariando sim patiaspazaacausa. . . 

Fomm estesosprocedimentosadotadospelapopulalo mobilizadadoParque 

Dorot/iaebairrosvix'nhosnosanosqueantecedernm àconstruçâo do centro desaûde. 

Finnlmente,a RESPOSTA DAS FZFWFJ vaidem nder da centralidade da 

questïo em disputaparao Fastado edassimpatiasangariadasjunto àpopulaçïo como 

1m todo.Estesfatores,coéjuntamente,irâb determinaraposibilidadede ignorarou 

reprimirasmanifestaWes,ou,em pontrapartida,anecessidadedebuscarsoluçöes 

conciliatörias.EstassoluWesconciliatöriaspassam tantom lasconcesœsdeobjetivos 

especfficos,qllnnto pela tentatiu de canalizaçfo dosprotestosatravdsde formasde 

participaçfo le/timadasemenosdesestabilizadoras. 

A segundafasedo movimento desaûdedo ParqueX rotëiaencerrou*ecom ' 

lxmaconcessfo do Govemo:aconstruWo do centro desaûde.E preciso lembrar,entretanto,qu:asconcesôesfeitasàpopulaWotendem,demaneira 

geral,aserpropostasquehistoricamentejéhaviam 

setomado viéveispara o Governo.M sim,j;fazia 

pazte daspropostasdo govem o Malufa constm çïo m adça de œ ntrosdesaM ena 

periferiaeaspressôesexercidaspela populaç:o vinham ao encontro dosobjetivosdo 

pröprio Secretlio deSaéde.m sta forma,tom a-se.possfvel,eventullmente,contestar 

atdmesmo aversâb dequeo centrotenhasido construfdo em funçâo daorganizalo 

dapopulalo.Foio quedefatoocorreu noParqueDorotdiaqtmndo,porocasiâo da 

Assembléiarenlizadaparaeleiç:o doConselhodeSaide,aM sessoradaSecretariade 

Saide para assuntos comlmitirios- qlundoindagadasobreapartidpaçïo dacomurlidade- 

declarou m ranteascâmarasdaW Cultm a: 

'f- gfae,esseeeafro dewlH eestava ?tu planosde 

w vt'ra/ desde1980...como quefoicoltçrlzlu/ pela 

ctm arlfA le.???'tentrevistacom adiretora doCS) 

A construl o do centro desaûde,comomencionado anteriormente,nâb satisfez 

asexpectativasdapopulalo quanto.ao atendimento rhddico eamobilizalocontinuada 

por I:m see entoda populaçâo em buscademelhoriasqualitativaseqtmntitativasno 

atendimento levaàconstituilo doConselho deSalideou seja,daemnnliya- 

Wo dosprotestosatravésdeformasinstitucionalizadasdeparticipaWo. 

Taisfonnas.departicipaçâo,eptretanto,tdpzaltoscustosparaamobilizalo 

continuadadapopulaWo.Em primeirolugarporquetendem adistanciaralideranp, 

' transformando-aem mediadoraentreosdoisgnzpos:populalo usuiriaesistema de 

poderconcretizado naequipe desaéde.Em segtmdo lugarporque . tendeaangariara 

antipatiadospröpriosfunciono osquesesentem flscalizadosepassam aquestionara 

sua . 

comm tdnciq para tratardeassuntosques:oe toscomo essencinlmentetdcnico-

391 

ndministrativo.E,em terceiro lugar,porque e-nalizam asener#aspara problemas 

pontuais,obstamlizmndo aconscientiy-qWo sobreosprocessossociaismaisamplosque 

sâb,em ëtima ano se,osdeterminantesda situaçâo precfria'dasaûdeda populaWo 

nestePafs. . 

Em resumo,o movimento desaûdedo ParqueDorotëiaexemplificaclaramenteascontradiWesdo 

proceso dedemocratizaçâo queacompanha o desenvolvimento 

da ddadania plenaeconsequentepartidpaçâo da populaçâonaSociedade.Contradie 

sdecorentesdavalorizalo damobilizaWo da populaWo em um proceso deabertura 

polftica e,concomitantemente,da tenddncia deco-optaçfo porpm edaselites 

que,mxm mesmo movimento,representa um mecanismo dere-socializaWo polfticae 

adestruilo do potendaldecontestaçâo ededesenvolvimento deumaconsdênciade 

classe. 

Refee das 

(1) Cardoso.R.L.DeœnknlizaWo Administrativae PolfticaLocaldeSalde.Relat6rioFinal, 

CEBRAP,Julho,1987. 

(2) Jacobi,P.eNunes,E.Movimentosparamelorescondiçöesdesaûde:zonalestedeSfoPaulo 

(A Secre#nrineo Povo).Trabm o apres:nta%o noV EnconkoNacionaldePösrraduaçfoe 

Pesquha nasCiendasSode ,ANPOCS,KovaFriburgo,1981. 

(3) FUNDAP.Assistenciaasafldenaredebisic'a:aprfticaprof-Bsional.RelatörioFinal,1985. 

(4) Piven,F.F.eCloward,R.A.PoorPeople*sMovements- whytheysucœed,how theyfail. 

New York,Vintage Books,1979.

CONSIDERAX ESSOBRE M PECTOS MICRO*X IAIS NA 

ANA LISE DOS MOVIMENTOS SOCIAIS 

SALVADOR AM .SANDOVAL 

Universidadea tadualdeCampinas 

2 lugarcomxwn dizrqueosmovimentossodaiss:o forçasm pularesimpor- 

'nntesnaarenapolfticadequalquerpafse,em particular,no cao do Brasilèm queos 

ëtimosanosestro repletosde umanmpla expreslo dessasmobilizae sm pulares. 

M as,am sar de suaimportância,a im como outrosfenômenosde comportamento 

Polftico,o movim ' entosocialaindaatraipouco interessenapsicologia brasileira,apesar 

dexlmaFandetradiWo teöricaeempfrica eimportantescontribuiçasao tema por 

psie logoseuropeusenorte-americanos.Consequentementefoideixado para ossociölogosatarefadecompreenderestesmovimentos,assim 

como no c%o deoutrosfenômenos 

psico-sociais:o comportnmento eleitoral,efeitos de propaganda polftica e 

mfdia,asocinlizxçro polftica,arelaWo entre estmturasubjetiva eideologa,politiza- 

Wo edespolitizaçâo natransiçâo àdemocracia,etc. . 

Considerando arelevMcia dosmodmentossociais(m lo menosparaasoutras 

ddndasdo homem),ënotfvel,nasanélisessociolögcasno Brasil,asubestimaçâo da 

complexidade da dinn-m ica intem a dosm ovimentossociais,como se fossepossfvel 

inferirestadlnlmicaatravdsdasestruturase categoriassodolögcasutilizadaspara 

analisarosmovimentosnoplano macro-socialsem cairnosperigosdeerrosecolöscos. 

&tafalhametodolö#catem sido atenuado,em alglnqcasos,porm squisadorescom 

abordagensantropolöscasquanto sodolögc% e no Brasil,em pande medida,sö 

recentementi ospesquisadoressealertaram paraacomplexidadepsicossocialdo enga- 

Jamento polftico. 

Ao mesmo tempo,o interessepelosmovimentossodaisnâb levou apesqlzisaz 

osfatoresqueobstruem osprocesosdepoliticizaloeaparticipaçfo.Consequentemente 

ainda se desconhece %pectos fundamentais explicativos da fragilidade das 

mobilizaçöes popularese os determinantessubjacentes à lutuaçâo participatöria, 

caracterfsticanosmovimentospopulares. 

O objetivodestetrabalho ddiscutir,demaneirapreliminaz,algumasconsideraçöessobreadinn-micaintemadosmovimentossociaisno 

planopsico-sociolögcoque 

ilustram a amplitude do campo de pesquisasöcio-psicolögica sobre osmovim entos 

sociais. 

' 

Em mnsando o fato deque a Fandemaioria da populalo nâo patticipaem 

movimentossodais,especinlmenteentreaquelessem entosmaiscarentesdasodedade, 

torna-se relevante tentartrapr algumasconsideraçöesacerca do porque aspessoas 

393

394 

tendem asesubmeteràmiséria,injustip e'dominalo.Contra'postaàexplicaWo deterministadadominaWo 

ideolögica,sejanasua vertentequeatribuium poderexagerado 

ao papeldaideolo/adasclassesdominantes,ou na vertenteda predominaçâo dafalsa 

conscidncia entreosmembrosdasclassessubalternas,acreditnmosque a submissâb 

sejamenosdevido àefici:nciaideolô#cadasclasesdominantesemaisconseqûdncia 

dosmliltiplosmecanismosdecontrolesocial.Estesdesenvolvem nosindivfduosformas 

de pensaro mundo dapolftica caracterizadasportlmaconcretitudedepensamento 

frapnentério epermeado de inconsistdnciasinterpretativase fbticas ,com o objetivo de 

serpouco conduzente àreflexâb maisabstrataecrftica dasrelaçöessodais.O controle 

socialsebaseiaem menorgrau numa dom inaçâb ideolögica , strito sensi,e nosprocessosdeendotrinaçâb 

emaisnosprocessossociaislimitadoresdacapacidadeanalfticae 

nas oportunidadesde participaçâb dosindivfduosdascl%sessubalternasatravës de 

mecanismoscujaeficéciaéporsuavezdetenninadapeloseventoseincidentesgerados 

pelassituaçôessociaisemateriaisresultantesdo desenvolvimento dasociedade . 

1.Entreestesmecanismosdecontrolesocialdestacam -se em primeiro lugaras 

noçëest'l/lflzmflquesâb a expressâb histörica de valorese crenç% que permeinm as 

visöesdemundo daspessoas,taiscomo pressupostossobreanaturezadasociedadeea 

naturalidade dasrelaçöessocietais.Entreasnoçöes'culturaisdestacnmosasseguintes 

como maisrelevantesàquestâb deconscientizaçâb polftica: 

a)anoçâo danaturalidade(sJestabilidadesocial; 

b)a noçâb danaturalï'rludeda cz/rl/lxclf'l'o social; 

c)anoçâo danaturalidade da Jlfemrtpfasocial; 

d)anoçâo danaturalidade da #eslïqw lcle; 

e)anoçâo danatumlidadeda legf/flnfle edeautoridade; 

9 anoçâodanaturalidade da reciproddadeeareascl?wtfJ:sociaîs. 

2.Asrestriçëesdavl'Jl cotidianaimpostasao indivfduo redua m asoporhmidadesde 

desenvolversua capacidadedeanéliseabstrata . C . 

onsiderando queénavida 

cotidiana queo indivfduo seenvolvenasrelaçöessociaiseformasua consciendasobre 

aspciedade,aestruturaeadinâmicadavidf cotidianasïo Mpectosimportantespara 

traçarumacompreensâb dosobsticulosàpolitizaçâb.Nestesentido a estruturadavida 

iotidiana podesercaracterizadadaseguintemaneira: 

M suzhngmentaçëo eAefezogeaftktfe; 

b)suahierarquiadevl&zrey,' 

c)suaewontaniedadee fpledflfzplo: 

d)seu'economicismo errlg/zllflplo,' 

O aimportânciaatribufdaâconp nça,/: esorte; 

f)o uso dasultmgeneralizaçses,precedentesefplfrl#se:como formasexplicativas; 

'

395 

. g)o lzso dospreconceitose elferellfm :paradefirliro desconhecido; 

h)predominânciadosPpéissocîaisparainterpretareinteragrem sittlaçœ s 

conhecidasedesconhecidu. ' 

Mas,apesardosvaloresecienç% sociaisedarotinacotidiana,osindivfduos 

tém aoportunidade deromm rtempoririae pércinlmente com algunsdosmecanismos 

desubmissïo eviver,no movimento social,exy ri:nciascoletivasqueporsuavezs:o 

Pedagö#casno sentido de queo indivfduo tem aoportunidadedevivenciaroutras 

formasdeagrfrenteaseusproblemas,intera/rcom outraspessoasno n-mbito deum 

esforço organizado coletivoeconheœ rexm riencialmenteosistemapolftico namedida 

em queo movimento socialcontestao statusquepolftico edistributivo elevao indivfduo 

ainteragircom membrosdaselitespolfticas. 

Mas quaisfatorespodedam impulsionarpessoasaparticipaiem num movimentosocialoupermanecerem 

nlheiosàm obilizaçïo?A nosso verosseguintesfatores 

podem serapontadoscomo relevantesno planopsico-sociolögico: 

1.OsfatoresJe- rcH tveJda frontdradJ.comunidade quecazacterizsm a 

coletividadeem termosdelocalizaçfo,ou sejaapopulaWono localcujosmembros'em 

grande medida pertencem em termosde.moradiae/ou trabalho.Nesterespeitoas 

' 

çtfronteiras'fsicas,econsequentementeseussio ficadospsico-sociaisparaesacomunidade,sâb 

definidasporpadrGesdeconfluénciasem torno de certospontosdeencontro 

em funlo da rotina cotidiana,separando deoutras comunidadesporfronteiras 

taiscomo estradas,cöregos,etc.A comunidadeadquiresuademarcaWoffsica esocial 

paraosmoradorestambëm atravésda abranglnciadeatendimentp dasinstituiçöes1ocaisassim 

como pelascaracterfsticasdo assentamento habitacional. 

2.Fatores œ ntribuidores: solidy edadeentreosmembrosdacoletividade. 

Estesfatorespoderiam'serclassificadosem doistipos,categoriaseredessociais: 

a)Categoriasmckf.îconsistem de1lm conjunto dem soasquesedistinguem 

deoutrasporcompartirosmesmoscritdriosou atributos,porexemplocaracterfsticas 

dtnicas-raciais,delocalouregiâb deorigem ,de'condiça àsödoeconômicasesituaça s 

deWda,ocupacionais,etc. . 

b)Redesmeflf:consistem dedoiselementos:lma certa variedadede relaçses 

sociaiseosconjuntosdeindivfduosinterligadosdireta ou indiretamenteporestasrelaçöessociais.EstasredessodaK 

sâb formaiselnformaisjlignm osmembrosafetivae 

funcionnlmente llnq aos outros através de laços interpessoais quem uitasvezesse 

sobrepöem àsinstituiça slocais. ' . 

3.Fatoresrelcfoawe :àW* organizativa.A combinaWo decategoriascom 

redessociaisexpressaa noçfo deFupo no sentido desuacoesfo socialW bupness)de

396 

que outrosconceitoscarecem .A partirdessacombinaçâb surgeanoçâo deorge za- 

Wo.Qlmnto maisextensivaeintensivaforem aidentificaçâo easredesintemas,maior 

ser;aorganizaWo do grupo (comlnidade/coletividade).A interrelaWo especflcade 

aspectosdecategoria eredessociaisinfluinasformasorganizativa'squesedesenvolvem 

com aflnalidadedemobilizarrecursosparaatin#rcoletivamentealglmtas)metats)de 

intereuemûtuo.M mctosrelevantessâb:aestrutura,funçöes,penetraWo eapoio local 

dasorganizaçöes,psissuesexplfdtosepotenciaisdeonde'surgem asmetasdo movimento,aslideranpseoutrosfatoreslocais(formadoresdeopiniâb,etc) 

eainteraçâo 

desses'com apopulalo,assim como aintermediaçâb polftica (politicalbrokers)entre 

acomunidade/pupo einstituiçöesegruposexfemos. 

4.O repertôrîo de Jj.se.scoletîvasdacomllnidadeem questâo.Porrem rtörio 

entende-seaqueleacervo deexperidnciasem mobilizarrecursosea#rcoletimmentee 

ovaloratribufdoaessasexmridndas.AsaWescoletivu dependem em partedaexperi:ncia,extensâb 

ecapacidadedejuntarrecursosdentro dacomlmidadeeno engaja- 

'mentodemembrosdacomunidadenautilizalo dosrecursosem atividadescoletivas. 

Neste sentido,aparticipaçâb em movimentossociaisdl1m processo deaprendizagem 

polftica em que qindivfduose gruposaprendem a se orglm lzar , mobilizarrecursose 

traçarformasdeaçöejcoletivaspara obterbeneffciosdosdetentoresdo poder.'

SIMP;SIO 16 

SIMIG IO INTERDISCDLm AR SOBRE O TRARALHO FEMIM 

O 

- 

Rrflexœssobreo trabalho feminino(pesquisando avivdnciasindicale 

polfticadaom rfria). 

RosnlinadeSantaCruzD ite

REFLEXOES SOBRE O TRABALHO FEM ININO 

(PESQUISANDO A VIVENCIA SINDICAL E 

POL/ ICA DA OPERARIA) 

ROSALINA DE SANTA CRUZ LEITE 

PontiffciaUzliversidade Catölic.a deSïo Paulo 

A propostadanossapesquisainicial,publicadapela CortezEditora com o tftulo 

de'W opeririametalflrgica',foimnsarjunto com um grupo deoper/riassindie-qlizadas,e/ou 

quetiveseparticipado degrevesou demovimentossociais,osentido 

queasstzmiaparaelasavivdnciada condiçfo om rH a. 

Obedecendo aestecritërio inicial,escolhil1m pupodeopero asmetalfzrgic% 

doMlmicfpio deSâb Paulo inseridasdiretamentenaslinhasdeproduçfo ecom partidpaWopolfticadefmida.O 

SetorMetalflrgco,1xm dpsmaisdhm-micosdaeconomia,é 

predominantementem asculino evem em seu pa ado recente,empregando um mimero 

significativo dem llheres,principnlmentenàsindflstriasmontadorasqeletrônicas. 

Pretendïamos,atravdsdo discm so livre,compreenderasrepresentaça sdestas 

mlxlheres:asuavisâb demundo,o quem nsam desimesm as,enquanto m lzlheresque 

exercem 11m trabnlho extra domiciliarconsiderado' muculino,como encarnm eviw 

m o cotidiano domëstico,como conciliam estastarefascom o trabllho na fibrica, 

e a atuaçâo polftica e sindical,colo sentem o seu corpoea suasexualidade,o que 

esperam dofuturo:seusdesejosesuasaspiraçöes. 

Nestas perspectivas,a pesquisa tirlha claras alguma premissas bisicas do 

ponto de vistametoddlösco*: 

1.Ao trabnlharcom asrepresentaçTes,asidëiu,osm nsamentosdasoperirias 

acerca de suavida,acreditamosque a visio queestasmltlherestdm do mtmdo,seus 

conllitos,emergem deum apraxisqueserealizaem estruturasdemodosdeproduçfo 

detenninadoseindependem desuavontade,estando referida ao conceito deconsd:ncia 

socialeseapoiando no método dolftico depensararealidadesocial. 

2.A praxissocialdosindivfduosnâb sedesvincula doseu m nsamento,nem ë 

posfvelsepararapro/ulo e reproduWo davidamatedal,daideolo#a.Em decorrdnciadisto,d 

fundamentalcompreenderasarticulaçôesquesedïo,entreo singular 

eo coletivo,entreo Imiversaleoparticular. 

3.Porftm,acondilo opeririaë pensada com o seu duplo cariterdeexploraçfo 

ediscriminawo:decla eedesexo. 

*LEITE,RosalinaS.C.A operdria metaltW ca.Sfo Paulo:cortez.p.49. 

399

400 

Com relaçâb aocapftuloreferenteaotfabnlhpjrodutivopropriamenteditoe 

a atuaçâb polftico-sindicaldasm lheresomrâria:,objetp danosbdiscusfo neste 

simpösio,selecionnm osalgum asquestöesqueconsidersmossignificativr : 

1.E importante considerarao estudaro trabalho feminino o modo como 

mulherese criançasfornm incorporadasao mercado de trabalho produtivo nosprimördiosda 

industrializaçro.Marx,ao discorereanalisarosefeitosdaapropriaWo pelo 

capitalda força de trabnlho dasm llherese das'crianças , nafaseilzicialdo capitalismo 

qlmndo a utilizaçfo dam aquinariatornou supdrfluaaforça ffsica,m rmitindo o 

emprego detrabnlhadoressem aforça mlzscularou com desenvolvimento ffsicoainda 

incompleto*. 

2.Nasanélisesdefundamentaçâb teöricamarxistasobreo trabnlbo feminino 

surge outra questâb,que d adeconsideraramllhercomo llmaespëciedeexdrdto 

industrialde reserva.Considerando o conceito de exército industdalde reserva,ta1 

como foidefinido porM arx,podemosperceberque a dinâmica docapitaldivideo 

proe 1tariado em 1xm exërcito de trabnlhador'esativose1lm exército detrabalhadores 

de reserva queinterrelacionnm,deum lado,aexpansâo da acumttlaW o capitalistae, 

deoutro,amisëriaeaexploraçfo crescentesdostrabalhadoresatravésdacom m tiçâb 

geradapelo excedentedetrabqlhadoresqueëconstantementecriado erecriado. 

3.A participaç:o dam llherno mercado produtivo nâo dependeexclusivamente 

dosmecanism osdaproduçâo interna.Outrosfatoresrelacionadoscom astarefasdomësticass:o 

determinantesnacompreensâb dainserçâb dasmllheresno m ercado 

detrabalho. 

4 O fato da polftica e da açfo sindicalserem consideradas do dom fn'io 

masclxlino,asmulheresintrojectnm a iddia dequeparticiparem sindicatoseem partidosé 

funlo masculinaeachnm naturaldelegarpara oshomensasresponsabilidades 

polfticasquetambëm lhescabem como ddadrsquesTo. 

. 

5.A participaçfo da mllher no m undo do trabalho produtivo ena aç:o 

polfticaesindical,rompendo naprâticacom o papelsocialquelheétradicionalmente 

atdbufdo,nâb tem se modifkado de fato,continuando am ltlherresponslvelm los 

encargos domësticose pelocuidadocom osfilhos.Conformeosrendimentosrecebidoseo 

tipodeprofissionalqueé,essasobrecargapoder;seratenuada,pordm nunca 

abolida.Entretanto,o m aisimportanteé aforma comoasmzllberesinternaliz>m este 

novopapel,comosesentem conflituâdasedivididasem relaiâbaosfilhoseannma,etc. 

6.Outroasm cto importanteéque,em determinadascamadassodais,ainser- 

Wo damlxlherunto lio mercado produtivo como naaXo sindicalest;intimnmente 

asociadaâscondiçöessöcio-econômicasou âsativida j espolfticassindicaisdopaiedo 

- 

maddo eà sua posiçâb no contexto fnm iliar.Poroutro lado nasformaçöessociais 

*Marx,em O Capital , œp.XX1II.

401 

capitalistas,mecanismosinternosdaproduçâo ereproduçfo docapitalfazem com que 

acondiçâo operârianfo sejavivida,deformahomogdnea,portodososmembrosda 

classeoperéda,nem mesmo porindivfduosqueseencontrnm no mesmo nfveldahierarquia 

ocupacional.A expeddnciahistörica tem demonstrado que elementoscomo 

sexo,core idadedefinem formasespecfica desevivendar lmamesmacondiWo de 

classee de trabalho. 

Premissasgeraisdaopressâb feminina: 

A sociedadeem quevivemos,divididaem classescom interessesantagônicos 

distintos,possuino seu interioroutrossistem% de dominaçâb e opressâo que sâb utilizadospela 

classe dominante para fortalecerseu poderde claue.Assim ,aopressâb 

dasmltlheres,maisdo queoutrasformasdeopressfo,émantidaereforçadapormecanismosideolögicosessenciaks 

à continuidade do sistema vigente e que serve para 

dividir trabqlhadores entre si,em discriminadorese discdminados,em opressorese 

oprimidos,sobesteaspecto aclassetrabalhadoranâb éhom ogdnea,apresentando no 

seu interior a divisâb entre trabnlhadores mllheres e homens,negrose brancos, 

manuaiseintelectllqisetc. 

Dopontodevistaideolö/co,osmecanismoscentraisparaamanutençfo da 

opressro dasmulheresdaseparaçâb entreo mundo pliblico comoo espaço masm lino 

eo m undo privadocomo espaço feminino.O dom fnio pliblico supa a esferadepoder 

edecisâb,daprodutividade,dapolftica,etc.Xsm lherescabeoespaço privado,as 

relaçöescom afeto,o cuidadoeaeducaçïo dosfilhos,o trabnlho domdstico.' 

Essesdoism undos,além deseparados,sxo hierarquizados,no sentido deque 

ëatribufdo maiorvalorsocialao dom fnio pûblico. 

Pensando esta separaçâo e hièrarquizaçâo do mundo péblico e do pdvado 

como uma dasformasque aideologia burguesa se utilizapara alienare reproduzir 

desigualdadessociais. 

Com relaçio ao movimento sindicale polftico h;;no noso entender, 

incompreensöesbfsicasacercadaorganizaçfodasmllheres. 

Estaincompreensâb se revela na ausênciadeclarezaporpartedealgllnqdirigentessindicaisquanto 

ànecessidadedesecriar1lm movimento autônomo eindependente 

dem llherescapazesde mobilizaraclassetrabnlhadoraparalutlrpelasreivindicaçöesespecfficasdasmulheres. 

Outro fato aesterelacionadoserefereaoentendimento daazticulaçâo entre 

a luta especffica d% mllheres e a luta abrangente da cla e trabalhadora m lo seu 

Projeto social. ' 

Quando a opresâb dasmtlheresë vistaapenascomo uma derivalo da 

opressâb de classe ocorre a utilizaçâb do movhnento dem llheresapenascomo reforçodaslutasgeraisdoproletariado.' 

Recentemente o movimento sindicalvem incorporando lxm nflmero sigfliflcativo 

de mltlherese implantando comissa sedepartnmentosfemininosnossindica-

402 

tos,sem falarnasdriededebatesrealizada m lo movimentosindical.Fato maisimportante 

neste sentido é a renlizaçfo em 1988 dosEncontrosEstaduale Nacionalde 

MulheresdaCIJT - CentralfnicadosTrabm adores.

M ESA REDO NDA 1 

A qlm-qu o DA SUBJETIO ADE EM H ICOX 

IA 

- Sobreaquest:o da subjetividadeem Psicologia. 

IsaiasPessotti 

- Fato eSignificado. 

M ciaE.SeixasPrado 

- Comportamento,subjetividadeesentido. 

JoséAntonioDamâsio Abib

SOBREA QUESTAO DASUBJETIVIDADE EM M ICQqOGIA 

' 

ISAIAS PESSOTTI 

Universidadede Sâo Paplo 

A subjetividade,em Psicolo#a,tem recebido diferentesconotaWes.Nnmn 

delas,subjetiddadedesigna aesfera mnisfntimndo sfrhlmnno,suaexkstdndacomo 

um eu,o sef como'def-miriaWiliam James.Todapsicölogia visaria,em titimnano se, 

compreenderou explicazasubjetividadedecadahomem.Entâo,asubjetividadeë 

objetofltimo dequalquercidncia psicolögicae,aomesmo temm arauo ou motiva- 

Wo primeira doseniir,do fazere.do dizer.E1aëo sujeito,agente,sensfvel,cognoscentee,ao 

mesmo tempo aconscidnciadapröpriaaWo,sentimento ou conhecimento. 

A subjetividadeéo çtEu puro'indisociveldoeu empfrico,ëoeu cognoscente 

e o eu conhecido,uma vez que o 'fpensamento éo pensgdor''no dizerde James. 

. 

: 

Elsa visâo tmitarista de W .Jamesna qualë essenciala Txsàmeness'' ? identidade ou 

memidadedo1çI'edo çtMe''nfo édetodo partilhadaulteriormenteporFreud ou pe- 

1osteöricosdeumapsicolo/aexistenc#l. . 

ParaFreud oeu ëumatçorganizaWoinfermediriaentreosestfmulossensoriaise...osatosmotores...'(1935).f 

e1equeçtinsere,entreaexigénciainstintivae 

aaWo parasatisfazd-la,a atividadedo pensamento'.çO Eu representa o quechamnmosderazâo 

ejulgnmento em contraposiWo aoid quecontëm aspaixöes'.Namedida 

em queapaixâo ë tambëm um mododepercepçâo edeconhedmento,aformulalo 

do Eu freudianorepresenta,ao confinl-lano id,umadsâo do sef como entendia 

James.O eu ë poisa funçâo pensadora,cognoscente do self.Para Freud o çteu ë cindfvel''E1e 

4:6 

A admiKsâo dasubjetividadecomù o Eu (puro*mpfrico)ëapedradetoque 

de tlma psicolosado homem autônomo,opostaa uma psicologado primadodo 

nmbiente(Schwm ze Iacey,1982).Aquiconvdm considerarquea idëiadeautonomia 

nâo equivalea um indeterminismo radicalmasà admissâo dapreceddncia,senâo 

o primado,do eu sobreo mundo objetivo,sobreosobjetos;poisaautonomiaenquantoimunidadeâdeterminalo,enqlknntosuperalo 

docontingente,enquanto autoria 

de simesmo ë privilëgio de Deus. 

Como nenhum homem conströioscromossomnsqueo œ nstituem ,eautonomin,ou 

existdnciacomosujeitodapröpriavida,comosubjetividadeimplicaabtlsca 

deum momento original,deum t%at'no qualo sujeito cognoscenteesensienteafirma 

slza existdncia especffica,sua identidade distinta da identidade do ambiente.E 

essemomento éo do nascimento do afeto (desejo ou medo)quando o sujeito institui 

ovalor.E o momento em queobjeto Seimpregnadedesejo ou detemor.Contingdnciasprëviasdereform 

ou pllnil o equivalem aquiaoscromossomasprdexistentes'.o 

> t.daeleilo do seio mnterno ou dadoçuracomoobjeto dedesejoeado espirlho ou 

daescuridâo como objetosdetemor.A criaWo do valor,ainstituilodo desejo do 

nascimento do homem autônomo,homem sujeito. 

A transformnlo daperceplo do objeto em desejo,ëo momentocriadorda 

subjetividade,a gdnese do homem psicolögico eseprocessacomo eventoprivado, 

pessoal,autônom o ainda que se hwoque a precedéncia temporalda experidncia do 

prazerou dador.IM desejo (edo temor),dabusca doprazernesseou naqueleobjeto 

nascea estruturalodasrelaçöesentreoeu eomundo,asubjetividadedecadaum,o 

componenteautônomo dainteralo (determinfstica)com o meio. 

Numasegundaaceploa subjetividadeéacategoriadosestadosinternos,dos 

processospsicolö#cosinobserdwis,masinferidosdasaçöesedalinguagem.Nesta 

acepWoasubjetividadenâo ëo eu,a identidadeQtimaem rmanentedapessoamns 

Hma'categoriadeatividadesemocionaise/ou coe tivascujo conhecimento direto6 

privativo de quem asexerce.Nâo se incluem na categoria,necessariamente,processos 

deauto-conhecimento eautoestima.Noenfoquefreudiano,porëm,asu'bjetividadeé 

pratirmmente todo o aparelho psfquico implicando o instinto,a racionalidadeea memöriadasrestril 

esambientais,osmecanismosdecensuraeosdedefesa.A teoria 

psirmnalftiœ dIlmnteoria deterministadasubjetividade,elaboradaapartirdainterpretaWo 

do obserudo.O sujeito aquinâo ëo objeto desimesmo :o ego nâoëo eu 

emplico colzhecido mlo eu-puro,maséo objeto como um objetoqualquer,do ego 

deoutro.Nâo seenfocao sujeito agentemaso sujeito objeto deestud6.NestaacepWo 

dasubjetividadecabem,aolado dasteoriaspsicodinimicas,asdoutrinascognitivistas. 

A subjetividadenestecontexto nâo prevalecesobreo objeto,e1atambëm é 

objetodeindagaWo,nomesmoplanodoconbortamentomotorouverbal,embora 

em nfvelinferencialmnl'salto.m svelhasdoutrinassobreasfunl esdamente,â 

modernaanfisecognitiva deproœssossimbölicoseseminticoso objetom rmnnenteé

407 

asubjetividade,nessasegundaacepWo.Osvelhosestadosdeconsddnciaybel como a 

motivaWo inO nscienteou a teoriadasnemosest:m em com lm o sujeito,transfor- 

' . 

madoem obleto deconhe' mmento deoutzo,abarando,desdeo apetite,o amor,a 

vaidadeatëasaspiraçöesreli#osasou o sentimento deculpa,ou seja,todaaçfvida 

empfricado selp',como diseW.Ja es(1890). . 

DaprimeiraconceituaWodesubjetividadeàsegundao pau deobjetivalo do 

sujeito aumenta:deuma subjetividadeabsolutaparcinlmenteincognoscfvelporoutrem 

m sa*eaestadosou funmesdessa subjetividadeque,emborainobservadas,podem ser 

inferidas.A propessivatransfornuWo do sujeito em objeto revelaie 1a1snftidamlml 

terceira conotalo. . 

Nesta,asubjetividadeéo vfdo quecoromm ecomprometeocoo ecimento. 

. 

Nïo setrata mnl'mdetranscenddnciado eu-puronem deestadossubjetivosemocionais 

ou co> tivos,admitidosperse com legftimostatusontolögico.A subjetividadeagora 

dilegftimn:deveserbanida,com oinimiga deverdadeedo correto relacionamento com 

o mm do easpesou:dpredso serobjetivo. 

Toda a metodolo#adentl'ficacabeaqui.M repasdo mëtodosâo,em p'ande 

parte um exorclmo do erro,t:m Ixmaöbviaftml o cat- ica.O conhecimento,para 

serverdadeiro eportanto itildeveseralheio ao sujeito cognosœnte,o quesö éposjfvelatraesdesuatraduWo 

precisa sem sfmbolosunfvocospara toda lmncategoria 

dem squisadores.Masnessatradulo em dlcurso asubjetividadenâosecancela:e1a 

sobreviveenqm ntoadesâb volundriaâsrepasdo mëtodo ou aosmodelosdeinterpretaWo 

doobsermdo.E tanto sobrevivequeorisco da heresiaeda disiddncia,Almn 

expresâo remotadealgumaautonomindo sujeito cognoscenteanteanormadametodolo#a,ëfreqûentenahistöriada 

fësœ mo nadamoralenadaddncia.A subjetividadedeveserbanida 

em fltimnano se,em favordaefid da,do progresso daddnda. 

E o f'lm do homem sujeito,agente,autor?Talveznâo.Todo exorcismo implicaa 

admissâo de que o demônio existe.E se essedemônio,cartesiano ou nâo,eventualmenteenganador,é 

combatido,o combatepoderiaimpli- a admiquo dellmninsistenteedesprezfvelsubjetividadeautônoma,a 

comprometeresubverteraracionalidade.O 

risco dairracionalidade,da inobjetividadeesm luria a irecusïelexistdncia 

. doafeto,do desejoe,pois,de'lmnsubjetividadetranscendenteao eu empfrico emesrào 

ao ego racionaleradocinantedeFreud.A dificuldadeda ddqciaparaexpli- o 

delfrio,a aberralo lö#caou,o sonlo,alëm deavalizarahipötesede lmnineradid- 

=1subjetividadedo saber,do conheœre,öbvio,do desejar,apontariaparaanecessidadedeumametodolosa 

em queaexistcndadadistorWo subjetiva(afetiu)fosse 

objetivamentereconhecida etratada,ao invësdecondenadi,exordzadaeexecrada. 

. 

(Seriaumaestëticadacilncia,a sumrarlmnëticado mëtodo?).Ta1execraWo encontrasuaforma 

majesto canapostmaneo-comportamentalista,quenosoferece,apropösito, 

lmn quartaconotalo dasubjetividade naspalavras cristnl'nasde Skinner 

(1953).GEnqxunto asvariwisexternascontinmm despercebidasou sâo e oradasa

408 

ftmWo delaséatribufdaaum agentecriadororiginadordentro do organismo.Senâo 

podemosmostraro queé responsïvelpelocomportamento del1m homem dizemosque 

é e1e mesmo o responsâvelporaquele'comportnmtnto . tçEssaprfticase perpetuaporqueresolw 

nossaansiedade,diantedefenômenosinexplicados'' . eçO e?z6simplesmente 

um recurso pararepresentarlwIsîstemaderespostasfuncionalmente organîzado '. 

Nestequarto enfoqueasubjetividadeaparece,m rtanto,como meraficWo 

lingufsticaou literâria;e1anâo existeno plano ontolögico :d um artiffcio de linguagem . 

Bastante curiosa ë à semelhança entre o conceito de ego , freudiano,e essa tiltima 

designaWo,deSkinner.Diz Freud:çO eu (ego)6umaorganizaWo,intercaladaentreos 

estfmulossensoriaise osatosmotores . . . capazdemodificarom undo externo respondendo 

adeterminadosFmspara oseu proveito'.Trata/edeum sistemnfuncionalmente 

organizado de resposta queequilibraanecessidadedosapetitesttâscircunstincias 

favorâveisdo mundoextemo'(1935). . . 

A sim amesmadel-miWo,queembasatoda lmnteoriado primado dosprocessossubjetivosyfundamentaanegaWo 

deseprimado etalvezapröpria existdnciadeles. 

Naverdade,aformulaWo deSkirmer,porserexcessivamentegendrica,aplicasea 

diversosobjetos,como,porexemplo,o software deum computpdor,ao qual 

dificilmente se rectksariaa designaç:o de sistemafuncionalmenteorganizado , de respostas. 

. . . 

O carâtergenërico dessaformulaçâo deSkinnerëcompreensfvel:como nâo 

h;um objeto aserdefinidoaproposiWopoderiaatëparecere1atambëm lzma ficlo 

lingufstica.Mashâ uma partedacitaWo acima quemerececonsideraWo mnisaprofundada:acriaWo 

conceitualdasubjetividadeëdeterminadapela tnosa ansiedade'. 

A ansiedadeëaquianecessidadesubjetivadistorcendo o conhecimento ou ëamanifestalo 

deum proceso interno afetivo ou afetivo-cognitivo(nasegundaaceplo do 

termo)no qualarejeiWo dapröpriasubjetividadeseriaameaçadoraatlm equillYrio 

ou uh idadeentreafunlo cognoscenteeo seu empfrico (conformeaprimeira conotaWo 

do termo)?. . . 

Dessemodo,pareceriaqueo texto 'deSkhmeracabaporensejarâafirmaWo 

dasubjetividade,com asvâriasconotaçöesqueo termo recebe,conformeseexpôs 

acim a. . ' ' ' 

. 

Masë preciso atentarpara'osentido histörico do contexto em que , o trecho 

mencionado seinsere.Alificapatentequeaaparente çirreclzsabilidade'dasubjetividade 

ou do eu como princfpiosde uma psicologia , refleteum momento partictlarda 

histöriado pensamento ocidental.Seriaafomla mentisresultantedeumaeducaçâo 

oucultura espiritualistajudaico-cristâque.imporiaanoçâo deeu edesubjetividade, 

'nasduasou trdsprimeirasacepW esmencionadas.Num tempo futuro taisentidades 

poderâo parecertâosupërfluase.kracionaiscomo osmiasmnsedemôniosmedievais . 

Desa perspectiva,nâo parece tfo ousado entenderque a Rsubjetividade'éuma 

ficWolingufstica. '

4* 

Re f e-- ztlAR ' 

Freud,S.(1935).2 Ieneralfnfrodtzefoato 'acâtvallyaf'ç.Washington:SquarePress(reed.1960). 

James,W.(1890).&facfple#of Psycholov .New York:HenryHolt. 

Jaspers,K.(1973).F:7/,/+ daexgr/at'k.Rio deJaneiro:ImagoEditora. 

Schwartz,B.e Laœy,H.(1982).Behaviorism.Science and Human Nlfre.New York:W.W.Norton 

and Company. . 

Skinner,B.F.(1953).& fenceJ?IJ humanbehador.New York:MacMllsn. 

Tizich,P.(1972).4 coreem de ser.Rio deJaneiro:Paze Terra.

FATO E sIèNIFIcADo 

LCCIA E.SEIXM PRADO 

UniversidadeFederaldeA o Carlos 

M consideraW esqueseguem,apresentam tlm tom coloquialque,nlxm curso, 

mepazecemnisapropriado emaisagradâvel. 

O alunodePsicologia,desdeo infcio,aprendequeestâdiantedellmnddncia 

empfricaque,como tal,devecomeprcom fatos.Queestesfatosdevem serfatos 

objelvos- isto é,sobreelesdevehaveracordointersubjetivo - equeo acesso aeles 

sedâpelaobservaWo.Em princfpio,nâohâmmo discordardetaisafirmaçöes.Podem 

serperfeitnmenteaàequadasou verdadeiras,seostermosnelascontidosforem adequadnmenteinterpretados.Pois,o 

queparece,âprimeiravista,nadaproblem/tico,escondenaverdadealgumasarmadilhas- 

podem enganaroleitor,ou oouvinte,levandoe 

ainterpretarastesesacimareferidasm'm sentido poucoa jequado â promoWo do conhecimento. 

Vamos tentar analisar,aqui,estasteses,respondendo na medida do possfvelenocurto 

tempodisponfvel- isquestöesquecolocam : 

1)O queé1:m fatoobjetivo? 

2)Quefatospodem constituira baseou o ponto departidadelmninvestiga- 

Wo?Istoé,em quesentido acidnciacomeçacom fatos? . 

3)QuecondiW essâb necessdriaspara quesetenbnacesso aosfatosatravësda 

observaWo? . 

Nestacircunsto cia,nïo poderemosfazermaisdo quelevantaralgunspontos 

parareflexâo epara umatentatim deresposta a estasquestöes.Sabemos,desdejd, 

queumaargumentaWo maiscone centeem defesadenossasteses(queimplicam numacfticaalxmacertaformndefazercidncia 

hoje,em Psicolosa)exigirialtmnexposi- 

Wo bem maislongaou melhorapoiadanareflexâb epistemolögicacontemporânea. 

Isto serâfeito em outra ocasiâo. 

Comecemos,entâo,pelaprimeiraquestâo:oqueëum fatoobjetivo? 

Comojâodissemosoano passado,fato objetivoëaquelequeëdito mlmn 

determinada linguagem ,construfda para dar conta dasrelaçöessupostaspeh teoria. 

Como elemento destesistemndirehWes,o fatotem um significado eum significdo 

preciso. 

Tomemosum exemplo:llmnluzverdeseacende.Em simesmo esteqyento 

nfo tem nenlmm significado.Nlzma versâo behaviorista talevento pode fazerparte 

deum om rantee,nessamedida,podesignificar1lm So ou um estl'muloreforp dorou 

conseqûdnciaqueaumentaaprobabilidadedarespostaqueo produz.Masestenâo é, 

4l1

412 

claro,o fmico significado responsïveldestefato.Nllmnversâo do mundo,queincluias 

convenW esdeumacultura,esteevento podefazerpartede1xm semâforoesignificar 

ttvia livre''.Se este evento ocprreno meio de llmn tribo sem contato com a nossa 

clzltura,podenâo 

' 

terqualquersignificado alëm deEçcoisaestranha'ao mundo(ou â 

. 

versâo do mundo)destatribo,e,como tal,jroduzirmedo,espanto,apreensâb.Mas 

hnediatamente é inserido no sistema de siN ificaçöesdesta cultura -'e,provavelmente 

terâ um sir ificado sapado,como agarrafadeCocacolano flmeCC()sdeusesdevem 

estarloucos'' 

No 10 . EXEMPLO,do significado So atribttfdo à1uzverde,temosum fato 

objetivo - seu signtficado éuniversalpoisdepende,nâo deumacultlzraou versâo 

particular do mundo,masdeum sistema de relaçöesentre eventosproposto por uma 

teoria. 

Assim,paraterdesdeoinfcio,fatosobjetivos,vocéosconströino laboratörio,segundo 

regrasdeterminadaspela teoria:submeta,p'orexemplo , Im organism o a 

condicfonamento poresquemas concorrentese o resultado,ou o comportamento 

observado,ë lm fato objetivo,com signifkadopreciso,quitornapossfvelo acordo 

entre observadores.Vocé pode discordar do valor explicativo desta teoria,voc: pode 

dizerqueo fato observado ë artificiale nâo se realiza desta formnno m undo natural 

(ou melhor,como veremos,nasuaversâb do mundo natural- porquevoc:sö pode 

contraporumn versâo à outra versâo e nâb a um mundo bruto,anteriora qualque'r 

versâo sobreelel:nem poriso o fato deixadeserobjetivo. 

Mas,emboravoc:reconhep aobjetividadedo fato em questâo,vo& pode. 

muito bem acharqueatçtrfplicecontingéncia'(ou arelaçâoimplicadanooperante) 

nâosejaumiexplicaWo satisfatöriadocomportamento ou,entâo,quee1aëWlidasö 

paraascondiW esartificiaisdo laboratörio. 

No 2 O .caso,acre ditando ou nâo no valorexplicativo destateoria , yocêpode 

querertesti-la em circunstânciasmaisnaturaisou mniscompleu s.Vocd vaiobservar 

o queocorriforadolaboratörio,comepndo porobservarumasituaWo quevocénâb 

construiu.Mascomo todaobse'rvaWo implicaem seleWo dopercebido(eestaseleWo 

ë sempre guiada por tlma teoria o'u versâo do mundo , explfcita ou nâb,consistente 

ou nâb),voe,com öculosbehavioristas,vaitentardistinguir,no fluxo doseventos 

. 

com osquaijse defronta , oselementosda trlplice ; contingdncia.A partirdaf,isto 6, 

a partirdesta observaçâo %sim guiada,voc: pode fazertlmn 'Aanflise funcional'em 

termosda teoriaomrante.A experidncia jïensinou quequalquertentativadefazer 

esïa ç'anâlise ftmcional'a partirde dadosde observaWo coletadossem critëriosde 

seleWo impostospelateoria,estâfadadaao fracasso. 

. No 1O .ce> so , natentativadeprocurarltma outraexplicaWopara o comportnmento,voc:jodequererabandonartotnlmente- 

aseu risco eperigo- aidëiade 

umaprë-seleWo teöricadoqueser; obserudo . ( k efi ro-meao ' perg, io afporquesâo , 

muitososproblemasqueta1atitudec0101).Mas,ëclaro,abandonarestaprd-seleçâo

413 

determinadapelateorianâo significaque vocdpode abrir mn-o dequalquertipo de 

seleWo.TodaaobservaWo implica em selelo - isto ëum tnzfsmù,arespeito'doqual 

nïoëpreciso seestender.Umaobsermlo quenâo foseseletiu implicaziaem duplicazo 

mtmdo.Masisto nâo ësequerpinsâvelporquemesmo estaduplicaWoSçtentada' 

seria necessariamenteseletiu :ksto d,na melhordasllipöteses,dependeriado queeu 

m rcebo etodaapercepl o éseletiva. 

' 

Entâo,qualdevesero ponto departidadeumaobservaçâo quequerporentrepardntesestodasasteoriasestabelecidas? 

. , ' 

. 

Vamosinteromperaquia linhndesta exposiWo para,recorrendo aNelson 

Goodman,colocara nossamaneiradeeu minazaquestâo e tentarrespondd-la.Apelar 

para Goodman dintroduziralgunsconceitosqueajudam a esclareceresteponto. 

' 

O primeiro éo conceito dewrsfo ou sistemasdedescriWo do mundo.A 

idëiada dequenâo 1: nenhlxm mundo queestejaaldm dasversöesquedeletemos. 

Cada xxma dessas versöes deperide de sistemas lingufsticosou de outros sistemas 

simbölicos,consistentes,coerentes,quedlb contadasrelaçöesentreoseventosdiscriminadosnestessistemas.A 

cadaversâb correspondeum mundo,eestasversöespodem 

sercomparadasentreelas- em algtmscasosatëtraduzidatlmnnaoutra- m asnunca 

podem sercontrastadascom algo quenâo sejaumaversâo do mundo.M sim,temos 

ltma inf-tnidadedeversöesou demundos:o do ffsico einsteiniano,o 'dePortinaria,o 

meu.Este ûltimo seria,de acordo 'com Goodman,construfdo a partir tçdasminhas 

percepWes,informadaspelasciéncias,m lascirctmqtândas,e pelosmeuspröprios 

insights,interesseseexyeridnciaspassadas'.Com certeza,nâb éestaxlmnversâom uito 

corrente(*),mas/umaversâb.Fwstasversöesparticularesconstituem ou constroem.os 

ççviriosmundosdaopiniâb individual,tâo numerosos'quantoshomensexistem . ''como > 

diz W.James(1890,pïg.642). '' ' '. . 

Ora,o queeu percebo devenecessaria entepoderserreferidoaum ou outro 

destesmundos,ou tçsistemasconsistentes,com relaW esdefmidasentresuaspartes', 

pàracitarnovamenteJames.E,nestamedida,o queeu percebo tem significado.O fato r 

queresistelestaposibilidadedevd-lo como um elementodelxmnrelaWo,ou como 

um membrode1lm sistemaderelaWes,ëum fato sem qualquersignificado. 

Deoutro lado,como j;dissemos,paradizerqueversâo do mundod melhor, 

eu devocompararsemprepelo menosduasdiferentesversöesdo mundo entreelasnâb 

hâformadecomparara verjâo visadacom opröprio mundo,queexistiriaindependentementedeumaversâo 

dele.Assim ,eu comparoduasversöescientfficasdo mundo 

entreelas- porexemplo,avçrsïo behavioristaeadaGestaltheorie - ou,entâo,comparo 

xlmndelascom a mlnha veM o do mlmdo (como estemundo dmrcebido por 

nzimlen:o com o mundo em simesmo.O queëpredsoasinalar,aqui,ëainexistdnciadealgo 

neutro,queestivessesob estamultiplicidadedeversöes,e que,atingido ou 

çeobservado'tornariapossfvelcorriw versöesrimis. 

Tudo indicaqueémergulhadanestailtksâo dechegaraum mundo aindanâo

414 

descrito,paraalëm dasversöesdlponfveis,quetrabnllnllmn certaetologiahllmnna. 

Dafcoletarsupostosçefatosobjetivos'que,pornâb estarem inseridosem nenlrlmn 

versfo do m undo,nâo tém ,na verdade,qualquersignificado.Nâb sâo sequerfatos, 

pois,como dizGoodman,Tact'likeçmenning'isa s#ncategorematicterm ;forfacts, 

aftera1,areobviouly factitious'(pâg.9.3).Retomaremos,mnistarde,esteponto, 

mesm osem poder,aqui,desenvole -lo inteiramente. 

Mas,entïo,setodasestasversöes(reflro-me,aqui,âsversöesquenosinteressam,isto 

ë,àquelasquedizem respeito à Psicolosa comocidncia)competem entresi, 

como conseguiraunidade?Bem ,O m certeza nâo serâatravdsdellmnvoltaao 'mundo 

talcomo e1eë'anterioraqualquerversâb ou teoria.Naverdade,afmicaformnde 

conseguiraurlidadeserâatravësde lmareorganizalodasrelaWessupostasnasdiferentesversöesexistentesparachegaraIxm 

sistemaqueabranjatodas.E claro queisto 

significa fazerum outro mundo,onde partesou elementosdos anteriores desaparecem 

ou pasam aocuparoutroslugares.@ âo setrata,dclaro,desomarmundos).A histöria 

da ciéncia nos m ostra que este foio caminho percorrido pdas outrasddncias.Ou , por 

acasp,Gnlileo sentouxse,delâpisepapelna mfo,parare#straredescreverequantifiœ 

raquedadosm aisvariadoscorposno arou no vdcuo?Senem aomenosfaziaverdadeirasexperidncias... 

Retomando,uma vezqueo dadopuro dumailusâo equeapercepWo implica 

em conceito,odado imediato jâdfabiicado,feito,porumaversâb.Ilafqueumaversâocientficado 

mundo,nâb tendo acesoa qualquermundo quenâosejae1emesmo 

lma versâo,deve,necessarinmente,comep r,nâb do nada,mnsde outras versöesou de 

outrosmundos.Parafazer 1m mtmdo ou umaversâb dentfica do mtmdo (quepoderia 

serchnmadadeteoria),construindoum sistemnconsistentederelaWesentreeventos, 

isto ë,fabricando osfatosdateoria,ëpreciso semprerefazermundosdadosanteriorm 

ente. . 

Goodman dâ algumasindicaWesde como serefazo mundo - isto ë,de 

com o,partindo deHmaversâo chega-seâoutra.N:o setrata,naturnlmentedenenhumnreceita 

ou preceito metodolögicoaserseguido- ëapenasumndescriWodealgun: 

dosprocessosqueocorrem natransilodeumaversâb âoutra.Seriam eles:1)composiWo 

edecomposiWo;2)énfase;3)ordenaWo;4)suplementaWo ecorte;5)deformn- 

Wo - coreWesou distorWesem relaWoâ versâb anterior.. 

. 

Como seaplica 1to ao nosso problema?Porqueo quefoidito nosajuda a 

responder â questâo acima form ulada:o que resta como ponto de partida de llmn 

investigaWo quetentarecmarqlnlquerenfoqueteöricoprdvio? 

. 

A resposta,a partirdo quefoidito,estïdada:o querestaéanossaversfoqueimplicanecesariamentemxm 

sistemaqueestabelecerelal es,discrimina,dïdnfase,ordenaetc.oseventosvisados.Sâo 

asrelaW esqueeu mrœbo entreoseventosque 

devem serpostasâ prova - prova quenoslevar: a abandonf-lasou a conllrmi-las . 

Ma:semprepartimosdealgo quetem significado num plnno/versâb paralhedaroutro

4l5 

significado num outro plano (agora,mxmaversâo cientfica,objetiva).A 1!simples, 

modesta,descriWo doseventosjâimplica,assim,na discriminaWo enaordenalodos 

ewntosem redesderelaWes.Abandonaresteponto deapoio,em nomede lmnsum s- 

ta,ilusöriaou malentendida obletividade,dcairno vazio,sem possibilidadedevolta - 

com o verem os. 

Mesmo qm ndo h; umaruptura substantiu com ateoriaanterior,acidncia 

caminhasempredeltmaversâo (ou versöes)paraoutra.PodemosveroquefazSkinner 

quando,insistindono valorda observaWoecom lmnidëia1lm tanto t'peculiar'sobre 

o raciocfnio hipotëticodedutivo no contexto da descoberta,narra no seu çcase 

ldstory'(cujaleituraë altnmenterecomendivel)aRfabricalo'ou aconstruWo do 

omrante.PavloveWatson (nâo melembro dereferdnciaa'lhorndike,mascom certeza 

e1etambdm)jïhaviam contribufdo parasuaversâb hlicialdo mlmdo qlundo e1ecomeçaa 

procurarordem e regularidade nosfenômenos.Diz,porex.:çtMasdequalquer 

formae1e(B.Rusel)tinhntomndoWatson asdrio (paracriticar,6claro)eauim f'lz 

eu'Ou:çcomeceisimplesmenteporprocurarprocessosreglxlnres(notem:processos 

ou rehWes)nocomportamentodoorganismo intado.Pavlovtinhamostrado o œ- 

minho'.Sum pdo alglmnsrehWes(porex.dequehaveriaumaadaptaWo mopessivado 

organismo a1:m estfmulonovo)e1econströioseu primeiro gadgetou aparelho. 

Aforato ttespreitava,apartirdo tlinel,tdvez dando lmnolhada cheiadesm peitapara 

oespelho unidirecionalatraW sdo qualeu estavaobservandoe,depoisseesticau com 

muitaprecauWo descendo osdepaus.Um cliclevelevaW.o apulardevoltaparao tline1epermnnecer1â 

poralgtlm tempo.Mnsclicsrepetidostinhnm cadavezmenoseste 

efeito.'Infelizmente,n:o 1: tempo para'seguir,paso a p%so,estatransilo deuma 

versâo àoutra.Apenasquero assinalarque,duranteo trajeto percorido,e1evai,acada 

momento,percebendo relaWesantesnâo ç6visfveis'vaijuntando ewntosantesseparadosou 

ligandoes com um tdnuefio,como dizPoicardno seu liwo 'çl.a valeurdela 

Science'.Atëchegarao om rante.Provado,pasaa serx1m fato objetivo. 

Amqim,mesmo q'lnndopropositnlmentesedistanciade lxmnteoria,ainvestigaWo 

semprecomep com lxmavereo dosfatos,lmnwrsfo quelhed;significado, 

aindaqueprovisörio.M hipötesesqueleuntoou asmrguntasquecoloco j;sâo reh- 

Wesentrefatosquetdm,paramim,significado.Asrespostasqueobtenho -atravds 

daexperimentalo ativa (queëumaformadevariaro fenômeno paraverifi- see 

como oseventossereladonam entresi)ou atravësdaobservalo controlada(isto,ë 

guiada edeterminndapelahipötese)-vaicriarnovosfatoscujo significado demnder; 

da no> vereo. 

O conceito deversfo,como sistemnconsistentederelaçöes,ajudaentendero 

quequeremosdizerqtundo afirmamosque&.m fato isolado nfo tem qunlquersignifiœdo.No 

exemplo dado adma(texto do Skinnerquesignificado podem teroseventos,setomndosloladnmente:.1m 

clic,!:m rato quedemora3 minutospara sairevoltarparao 

tV el,o rato queestica seu corpo,o rato quepula?ApenasasrelaWessu-

416 

postas entre,tais eventost6m significal o e podem darsignificado aosfatos.Esta 

cadeira mesmo,tomada isoladamente,nâb tem qualquersignificado.Apreendidaou 

çetomada'q'ou ttenfornuda'pelaminbn versâb ë um mövelqueservecomo assento. 

Masseu significado ëvarilveledependedolugarqueocupanasrelaW esem queapirece:podeser 

tobstâculo âm inhapassagem 'ou 'tescadapara atingirapartesuperior 

doquadromegror'.Nenhlm significado lhed.ipröprio,independentedasrelaWesem 

que aparece . . 

. 

O queacabamosdedizerservirâdeintroduWo atlmntentativadeano se 

dapesqlzisaatualsobreo comportamentohlxmano.Quenâo serâfeitaaqui,embora 

desdejâ vamosapontaralgumasdificuldadesque,pelo menosum programadeinvestigaWo,pareceapresentar.Rectksando 

o cnminhomaisO modo daadesâo inicial 

a uma teoria,doisprincipaisprogramasde investigaWo diferentespropöem como 

ponto departida aobservaçâo diretadocomportamento:num caso,aobservaWo 

ecolögica ou antropolögicaou participante(osWriosnomessereferem maisou menosamesmaproposta),nooutro 

caso,aobservalo chamadaetolösca. 

A observalo ecolögicapazteda versâb do mundo do observador:preocupa-se 

com o sir ificado do que vd,desdeo infdo,o quenada maisJdo que proporrelaçöesentreeventos,relaWesquejâexistem 

nestaversâb.O resultado destaobservaWo 

nâb ë,claro,ci:ncia'-maspodeserconsideradp como preliminar.Ou como versâo aser 

refeita.Dequalquerforma j:ëumayersâo -materialapartirdo qualdposfvelconstruirlxma 

nova versâo,produzirnovosfatos,propornovasrelal es.A Antropologia 

jïproduziu um corpodeconhecimentossuficienteparaapostarno seu mëtodo. 

. 

A observalo etolögica (deformaalgumaestou me referindo âEtologia 

deum Tinbergep,porexemplo),junto â lmnrecusadeadesâb teörica/mpöeuma 

rectksaâ maneira comum depercebero mlmdo,aumaversâb comum do mundo.E 

af asdificuldadesse acumulam -como se acumubm ossupostos tdados''sem qualquer 

significado.A imagem quemeocorreéade1lm grandequebra-cabep (osingleses 

tém ötimos)de 5000 pepsasermontado sem qualquermodelo.Literalmenteimpossfvel-e 

nâo adianta eu comeprcontando quantasppçasverdedgua .existe e qualé 

a sua . frequdncia .relativa.Tenho apenaspedam s . 

de um todo que eu nâo conheç,o - 

e como elassâo recortadaspropositalmentesem levarem contaoscontornosda figuraorisnal,figuraefundoseconfundem 

namesmapeça,juntao quedeve , estar, 

separa o que deveriaestarjunto paraquequalquersigniscado aparep .Mas,pensando 

bem,asituaWo,parateralgum valordeanalogia,deveserainda1.1a1scompliœ 

da:podem estarfztandomuitaspepsessenciais. 

O quedeveserponto departidaparalxmaanfliseéafo pressupostodeque, 

tomadasasdeyidasprecauWes,:chegar-sed ao fato comportamento puro,paraalëm 

dequalquerteoriaou aversâo sobreele.E sobreesefato (puro contetido sem forma) 

ë possfvelfundar z'mn ddncia que,assim eao contrârio dasoutras , nâo serâ llm n

417 

mera ficlo aencobliraignorância.Parachegara iso,propöemie lmnobserulo 

que rompe com a observalo cotidiana doseventos,fragmentando o percebido 

e retirando-lhe qllnlquer significado.lsto ë,na faltadeteoria,nenluxm sir ificado 

objetivo podeserconferido aestasfamosas çcategorias'-mns,igualmente,nâo ficando 

explfcita dealgumaforma,asrelal esexpostaspelo observador,nem mesmo 

um significado subjetivo (Wlidoamnasparaoobservador)podeseridentmcado. 

Vejamosporexemplo,estetexto deRichardseBernal(1972 );Q

' 

. 

COM PO RTA M ENTO ,SUBJETIV IDA DE E SENTIDO 

JOsE ANTONIO DAMISIO ABIB 

UniversidadeFederaldeS:oCarlos 

I 

O conhecimento dosfenômenossubjetivosrepresenta x1m importanteproblema 

paraa psicolosa.A subjetividade drclnqcreve tem% psicoléscosdeprimeira 

grandeza.A psicolosaexperimentalvoltadaparao estudo doscontefldosda consciéndatWundteTitclmer)ou 

paraseusatos(escoladeWurzburg)nïo realizou seu projeto.E 

estaconclusâb ëverdadeira aindaquando seconsidera,deacordo com ainterpretaçâo 

radicalmente nova de Danziger(1980)sobreWundt,asdiferençasesendais 

entre a m squisa expen'mentaldesenvolvidaem Izipdgeaquelasefetuadastanto por 

Titchnerem Com ellqllsnto mlosinvestigadoresdaescola dem irzburg.Wundtutilizou 

aintrospecçâo,associadaa seusmëtodosexperim entais,com Ixmafunçâodiferente 

daquela que lhe foiatribufdaporTitchnerepelaescoladeW irzburg.A rau o para 

estadiferença,continuaDanziger(op.cit),torna-seinteligfvelà1uzdaflosofiada 

ciéncia deW lmdt;Ilmarepreseiztaçâb da cidnciaquenâb poderiaconduzirWundtao 

introspeccionismo sistemltico caracterfstico de Titchnere dosWûrzburganos.A 

Psicolo#aExmrimentalnascentenro sö nTo resistiu àscrfticu do Behaviorismo eda 

PsicolosadaGestalt,como também foideslocada pelaascensâb denovasformasde 

filosofiapositivista (j; criticadaporWundt)epelosinteresespriticosetdcnicosque 

pasazam a dominaro m nsamento psicolögconoinfciodestesdculo.O itinerârio 

privilesado no estudo dasubjetividade(osmdtodosexperimentaisdeWundteintrospeccionismosistemitico)foiabandonado 

- emboraBoring (1950)eLyons(1983) 

apresentem umaposiçâb contro a.O quepodeserdito com certezaëqueo problema 

dasubjetividadepermalyceu.E sobrevivernm tambëm asnouspsicolo#as,o Behaviorismo 

eaGestalttcom metnmorfosesdclaro,em parteresultado dacrftica,mastnmbëm 

pelapröpriaevoluçâb intemaqueapresentaram). 

11 

Retoma-seaquiesteproblemaeo discurso de doispsièölogos(Ko lere 

Skinner)e1:m flösofo (Sartre)sobreo tema.O Behaviorismo radical(Skinner)ea 

psicolo/a daGestalïsro,a seu modo,duasteoriasacercado comportamento.O 

discurso sobreasubjetividadepassam lo discurso acercado comportamento,nosdois 

casos.Uma semelhançaqueadmiteumaimportantediferença:num c%o ateoriado 

419

420 

comportnmento invoca ateoriadascontingdnciasdereforço (Skinner)eno outro 

recorre-sea lmateoriaestruturalistadapercepçâo (Kohler).Fwstasteoriasprodlznm 

conseqûêndasbem difereptes.O comportpmqnto,nosentido queinteressaa Kohler, 

é '1m objeto depercepçfo'tm rcept).SMnnermnsa o comportamento no interiorde 

lvmarelaWodetrdseventosinterligados,isto é,nâb àequendados(0 estfmulo,ares- 

Posta e aconseqûdncia).A m rcepçâo d,paraSkinner,comportamentomrceptual 

(percephmlBehavior,See vftv of sedngj.Osgestaltistasconstroem umateoriaestruturalista 

dapercepçâo para explicaro que ëpercebido.Skinnerrecorreâteoriadas 

contingênciasdereforço paxa interprelazam rceplo.Sïo diferenp sinevitfveisentre 

asduasteorias,poiso behaviorism oradical4primeimmentellmateoriadocomportamento 

esö secundaziamentelxmainterpretaçâo damrceptïo.E o inversoéverdadeiro 

no caso dapsicolosada Gestali *) ' 

Retome-se asimilaridade:apsicolo/ada Gestalteo Behaviorismoradical 

interpretqm osfenômenossubjetivospassando mlo comportnmento.E acrescenteie 

estaoutra:o conhecimento dasubjetividadedo Eu (I,im Ko ler,Person.em Sknner) 

p%sapelacompreensro da subjetividadedooutro.Nosdoisdiscursoshâ uma desconfiançacom 

resm ito àsdescriçöesqueaspessoasfaam desuasexm ridnciu subjetivas. 

Com efeito,nem sempreseobservacom clarezaosfenômenossubjetivosdo Eu,ou, 

como dizKohler,Reu tenho dificuldades,porexemplo,em descrevera exlxridncia 

interiordehesitaçâb efaltadedeterminaçfo'(1947,p.216).Poroutro lado,afirma 

Skinner,'çnâo eàtnmossemprecontemplando o queaconiecequando noscomportamos'(1974,p.141),ou 

seja,aobservaçâo queumapessoafaz dascondiçasque 

controlnm seu comportnmento n:o é necessarinmente sufkientepara o auto-conhecimento.A 

investigaçâb diretadosfenômenossubjetivosdo Eu ënm problemaquase 

tâb diffcilnapsicologiadaGestalteno Behaviorismo radicalqlmnto o foinapsicologia 

introspectiva. 

' 

. 

Hâ que se pensay,como o querem Kohlere Skinner,na possibilidadeda investigaçfo 

indireta dosfenômenossubjetivosdoEu,isto é,ëpossfvelqueacompreensâb 

dasubjetividadedo Eu passem lo conhecimento dasubjetividadedo outro? 

A colhpreensr6 dasubjetividadepassapelo comportnmento:ëpreciso retomaresta 

idéiaereorientaro olhardoEu paraooutro.Nâb sem anteslevantardoisproblemas . 

Primeiro:osfenômenossubjetivosdiferem porsuapröprianaturezadosfenômenos 

comportnmentais?Segundo:Em quesentido o conhecimentoda subjetividadedooutro 

remeteàcompreensâb dasubjetividadedo Eu?Istoé,demonstrarapossibilidade 

deinvestigarindiretamenteosfenômenossubjetivosdo Eu implicaem compreender 

o sentido deste entendimento transitivodooutro paraoEu.E acompreensâb deste 

sentido articula-secom ateoriapsicolögica dasubjetividadeabrigada no discurso sob 

exnme.Porexem plo,no discurjo deKolzler,acompreensfo do Eu dsolidâriacom o 

reconhecimen'io perceptlalm lo Eu daquilo que lhe é àtribufdo pelo ouiro , m as 

tnmbzrinTo prescindeda percepçïo do outropelo Eu.Trata-se , assim ,de uma teoria 

. '

421 

desubjetividadecujo fundamentoduma teoria dam rcepçïo.No caso deSkinner,o 

rm hecim ento do Eu passapela aprendizagim daquilo que o outro lhe ensina,nTo 

sem antesindicara imporunciado controledo compodxmento do outro mlo Eu.E 

Alma teoriadasubjetividadequeuibnme- suabaseem ùmateoria de aprendizagem. 

E neceso o evnminara plausibilidadedestasteorias,nïo s6 paracompreenderossentidosdesteentendimento 

transitivo do outro parao Eu,* mo também para 

fundamentarapossibilidade,e1amesma,deinvestigarindiretamenteasubjetividadedo 

Eu.Ou seja,épredso quehaja lma ftmdamentaçâb plausfveldestessentidos,pokqnro 

ëplausibilidadedeleso m rcurso dademonstralo dapouibilidadedestenovo estilo 

deinvestia wo dasubjetividadedo Eu? 

HI 

. 

Retome-seassimilaridades:o comportmmento éo aceso privile#ado àsubjetividadedo 

outro.A palavras'eacesso''rintroduz nmbiguidadesqueobriga,deimediato, 

acolocaçïo de trdsquestôesreladonadas.Primeira:E direto ou indiretoo acesso â 

svbjetividade do outro?Segunda:Osfçnômenossvbletivosreferemieaacontecimenlos,disposiçœseestados,priudosok 

plblicostsklnnerl,visfveisou nâb visfveis 

tKolzlerl?Terceira:A natureza dosfenômenossubjetivosdou nâo êdiferenteda 

naturezadosfenômenoscomportamelitais? ' . , , 

A hie tesede trabnlho deKohleradml'tenro sö o aceso direto àsubjetividadedo 

outro como tambëm reconhecequea naturezadosdoisfenômehosnâb difere. 

P e lo contro o , sro fenômenos semelhantes.Entre#nnto,esta hipötese nâp excluia 

possibilidadedequehajam diferençasentreessesdoh fenômenos.Porisso Kohler 

nro descartainteiramenteo mëtodo indireto(aceso indireto)deinvestigaçâo dasubjetividadedo 

outro.Diga-selogo,a possibilidadedeuso do mdtodo direto e indireto nTo 

hivocaneœ ssariamente a distinçfo entreo visfvele o nâb vksfvel,como seo visfvel 

fosx o objeto exclusivo domdtodo direto e onâb e fveltporexemplo,osfatosoriun- 

Gosdo interiordo corpo)o objeto exclmivo do método indireio.Nïoéesteo problemn.Com 

efeito,tanto o visfa lqlmnto o nâb visfvelsïo comportamentos,peree /,paraosgesœ 

tistas,objetosdepercepçïoe,portanto,podem serobjetosdo mëtodo direto.Asocorênciasprovenientesdointeriordo 

corpo (0 nTo visfvel)sâb,dizKoMer, 

tçfatoresde.etrnnRœndlnda',demodo algum rarosnamrcepçâo'(ibidem,pp.242- 

N3). :. . 

Masentfo qualéo problema?1.k fenômenossubjetivosine fveisqueescapam 

â percepçâb e,consequentemente,exigem c mëtodo indireto deinvestigalo? 

Trata*ededoistiposde fenômenossubjetivosinvisfveis,masdenaturezasimilar,que 

exigem am nasdoistiposde acesso diferentes,ou agdiferenças de acesso implicam 

diferenpsnasnaturezasdosfenômenossubjetivosnro visfveis?A hipötese detrabnlho 

deKohleràsvezasparecedeslizardepreocupaç&smeramente metodol6scaspara

422 

inquietaWesmaisprofundas.Com efeito,deum lado,o mëtodo diretoéefetivamente 

limitado nahwestigaWo dasubjetividadedo outro,pois çnïo podemosafirmarquea 

vidainterior(fanerl@ )dexmapessoaqejainteirnmenterevelada porseu comportamento'(Kohler,ibidem,p.245).IM 

outro lado,o acessoàsubjetividadedo outro, 

' 

atravdsdo mëtodo indireto,é possve f 1sempre , independente dasimilaridade , ou da 

diferenp de naturezaentre estesfenômenossubjetivoseaquelesdescobertosmlo 

mdtodo direto? Ou h; tambëm limitespazaessapossibilidade;no c%o dadiferença, 

ou ain d ana mrsm c tiva d: similaddade? A subjetividade 

' 

do outro é inteiramente 

. 

trnnqparente,ou dequantosllmitesse trata?I'Iâ algo deindizfwlou deimcompreensfwlnasubjetividade?Em 

poucaspalavras,o recurso ao mdtodo indireto reconhece 

fenômenossubjetivosn:o Wsfveis,cujanatureza nïo é diferentedanatureza dos 

fenômenossubjetivosdescobertospelo método direto,ou dadiferençaye1a mesma, 

de natureza,queest;sendo sugerida?Kohlerdeixaestaquestfo no ar,poisse,deum 

lado,defendeahwestigalo dosfenômenossubjetivosn:o Wsfwis,atravdsdo acesso 

direto,de outro,nâb acreditaqueo comportamento sempresepareçacom osfenômenossubjetivosqueo 

acommnbsm.Porexemplo,pergtmtaie,etserâ a risada,talcomo 

ëouvidamlosoutros,lxma expresâb adeqùadadosfatossubjetivosqueocorrem 

na m soa queri'?(ibidem,p.245).E conclui:çacho difqilrespondera estam rgunta'(ibidem,p.245).A 

conclusâb finaldeKohleré quesearespostaaestaquestfo 

fornegativa,ent:o ser;necesso o recorreraométodo indireto.Pareceserumasugestâo 

destateoriadasubjetividabequeo aceso indireto àsubjetividadedooutro do 

recurso aserutilizado nahipötese queasubjetividadenâb .visfvelsejadenatureza 

diferente da natureza do comportamento. 

O que mnsaSMnnersobre esta questöes?t meKorcomeprdtandoe: 

G . . . nosso conhecimento deoutra m ssoa /limitado pelo acesso e nïo m lanatureza 

dosfatos'(1974,p.176).A hip6tesedetrabalhodeSkinnerreconhece,demodo 

similarà deKohler,queanaturezadosdoisfenémenosnâb édiferente.Poroutro 

lado;o espaço privado noqualocorem oseventossubjetivosconduz Sknnerà defesa 

do aceso indireto àsubjetividade:ç'ao estudaro comportnmentopodemosterque1idarcom 

aestimulalo de1xm dentecomo lxmainferênciaenro como um fat6 observé- 

#el'tskirmer,1953,p.258).AsrazsesdeSkir erpara.admitiro acesso indireto à 

subjetividade s:o deordem diferentesdasdeKohler-Trata-se;paraSkinner,dadimensfo 

privadada subjetividade,eKohler,como jéseviu,parecesugerir lmadiferenp de 

natureza dosdoistiposdefenômenos.Entretanto,do m esmo modoqueKohlerenxergalimitesno 

aceso direto àsubjetividade,Skinnertambëm oscoloca parao caso do 

acessoindireto.Ou seja,hâlimitesnosdoiscasos.IM qcordo com Kohler,oslimites 

sitllqm -senapossibilidadederupttlradasemelhanp entreosdoistiposdefenômenos, 

o que sugere um aevenm aldiferençananaturezadosfenômenos.E paraShnner?A 

razfo n:oéa mesmasugeridaporKohler,pois,xgundo Sknner,oslimitesdo aœsso 

nTo sedevem ànatureza dosfatos.O problema dqueo acesso àsubjetividadeesté

423 

liznitado,ou porcausa da inexist:ndadecorrelatospublicosdosfenômenosprivados, 

ou porque,qxmndo existem taiscorelatospflblicos,elesnuncatae#e8 secoreladonam 

precisamentecom osfenômenossubjetivœ.E esteslimitesnïo sfo am nasmetodolö#cos,sâb 

lögcos,pois'çascondiçöesgeradasdentro do corpo doouvintemrma- 

' 

necem privadaspazasempre(Skinner,1974,p.246).Skirmernlov:maioresproblemasentreaindicaçfo 

desteslimiteseaalirmalo dequeelesnâo sedevem âdiferenp 

na natureza dosdoisfenômenos.Naspalavrasde Shnner,tçnfo podemosconhecer 

tudo o que existepara conhecer,como nâb podemosconhecertudo o quegostarfamosdeconheceracercado 

mundo daffsicaedabiolo#a,masisso nâb sipliscaqueo 

quepermanecedesconhecido sejadenaturezadiferente'(Skinner,1974,p.176). 

Enftm,sejam osdoisfenômenosdamesmanatureza(como sededuzclaramentede 

Skxmer),ou nâb (como sugereKohler),aconclusâb ëqueosacessosdireto tKoMerl 

eindireto (Skinner)àsubjetividadesfo limitados. ' 

Retome-se xm temainidal:f necesso o quesefaça1zm exnmedaplausibilidadedestasteoriu 

dasubjetividade.h investigaçïo decada lmadestasteori% tem 

duasdireW es,isto (,h; 1lm percurso deidae outro drvolta.NateoriadeKohler,a 

relaçfo entre a compreensïo do Eu e o reconhecimento m rceptualm lo Eu daquilo 

quelheëatribufdopelo outro (0 m rcurso devolta)articula-secom ateoriaestruturalistadapercepçïodo 

outro pelo Eu (0percurso deida).NateoriadeSMnner,arelaçâo 

entreo conhecimento do Eu ea aprendizagem daquilo queo outro lheensina(omrcurso 

devolta)articula-secoin umateoriado controledo comportamentodo outro 

mloEu (0percurso deida).A plausibilidadedosentidodacompreensâo transitivado 

outro parao Eu,reladona-se,portanto,com arazoabilidadedo quequerdizercompreendero 

outro.Em ltma palavra,o percurso de volta / solidârio com o m rcm so de 

ida,ou ainda,aposibilidadedeinvestigaçâb indiretadosfenômenossubjetivosdo Eu, 

dependedapossibilidadedeinvestigaçâo (diretaou indireta'?)dosfenômenossubjeti-' 

vosdo outro.'E estapossibilidade'dlimitada porrazöesdiferehtes,nosdiscursosde 

Kohlere Skinner. E evidentequeesteslimitesarticulam -secorposfundamentosdas 

teoriasda#rcepçâo (k ohler)edo controledocomportnmentotskinnerl.Queas 

teorias dentfficu tenham seuslimites!Isto d atë bastante salutar diria Sir Karl 

. 

> 

Popm r,desde quefuncionem com ofatoresdeevoluçâb daspröpriasteoriu .EM que 

modo,Sknnere Kohlerresponderiam a esta questâb popperiana?Mas,talvezmais 

importante,queaavaliaWo doslimitesdestasteoriu dasubjetiddade,seja exsminar 

a com preensâo e avisibilidade dos fenômenossubjetivosqueelaspropicinm ,dentro 

desteslimites-Maisainda:ainstalaçfo desteslimitesnro serâjustamenteconsçqûdncia da 

insuficiênciadecompreensâb ekisibilidadedosfenômenossubjetivosproduzdaporestasteoriu,no 

interiordospröprioslimitesdeondedisclzrsam acercada subjetividade?

4:4 

IV : 

Contra apsicologaftlosölcade Sartre,Piaget(1969)eMerleauzonty 

(1951),assestnm crfticasconsideréveis.Mas,diga-seoquesediser,épreciso conside- 

raroexnmequeSarirefazdaimaginalo(1 936)edaemo/ o(1j39)nainvestigaçâo 

dos'estadossubjetivos.E isto porqueo conceito desentido dosestadossubjetivosparece 

indism nsévelpara aumentara visibilidadee a compreensâb destesestados.> a 

erfloçâo dlim fenômenomigco,como 4uerSartre,amagiado fenômeno pàrecedupla 

m agia:m rcebeieo sentido daemowo eosvaloresquesâb realizadoscom tantaclarezaetantarlitidezno 

texto deSartre,queoleitoresquecedeperguntaroquesinda h; 

deinvisfvel,ou oqueporventurapodeestarmisteriosamenteççportrâs'do quee1ev:. 

Truquedeilusionista?Ou éopoderdo conceitotçintencionalidade daconscidncia',o 

itinerlioprivile/ado porSartreno estudodasubjetividade? 

O conceito deintencionalidadedaconscidncia resgatacom novidadesaquestro 

dacompreensâb do outro,poiso quedaintencionalidadeda conscidncia'',senâb a 

consciência de outra coisa diferente dela?Naspalavras de Sartre:'todiaroutrem ë 

ainda'xm amaneiradeestourarparaele,dencontrar-sedestibito em frentedeum desconhecido 

do qualsev:primeirnmenteaqualidadeobjetivadeodiâvel'(1968,p.30. 

ed.orig.1939).E maisadiante:'

4;5 

reveladosnâb'sö imediatnmente como tambdm sâb dotadosdeumairredutibilidade 

que constituisua prôpria natureza.Nfo h; necessidadede mëtodosindiretos.17111- 

seou apaga-seinteiramenteadimensfo interioridadeexterioridade.A consddncia nro 

tem interior.Queseouça,com paciência,estebelotrechodeSartre:'tllusserlreipstalou 

o horroreo encantonascoisas.Restituiu-noso m undo dosartistasedosprofet% : 

espantoso,hostil,pedgoso,com ancoradourosde amore Faça.Preparou oterreno 

paraIlm novo tratamento daspaixöesqueseinspirarianessaverdadet:o simplesetâo 

proftmdamente desconhecida m losnossos requintados:se am nmos uma mllher,é 

porque e1a ënmivel.Eis-noslibertosde-proust.Lbertosao mesm otempo daç'vida 

interior'(1968,p.311).Nâb h;,portanto,sentidoem pergtmtara Sartreseosfenômenossubjetivossâb 

denaturezadiferentedosfenômenoscomportnmentais,desde 

que se aceitea intencionalidade'da conscidncia ou do comportamento.Com efeito, 

segundo Sartre(1939)umateoriadaemoWo quequeira restituirao psfquico seu papi1 

fundamentaldeveriafazerdaemolo umaconduta.Masotermo conduh aquicaracrteriza-se 

pelaintencionalidade.Em outraspalavras,seaconscidndaéintencionalidade, 

. éexterioridade,como querSartre,entâb nâb procedeaperguntaacercadanatureza 

dosdoisfenômenos. 

Paraconcluiresteponto:seSknnertornou t)problemado acesso aosfenômenossubjetivosindependentedaquestZo 

danaturezadosdoisfenômenos(um problemaqueem 

Kohlerë,namelhordashipötises,ambfguo),Sartreesvaziou apröpria 

questfo do acesso.Skinneraindasevlàsvoltascom esteproblemaporquen:o escapa 

à dicotom ia exterioridade-intedoddade,pliblico-privado.M as,se % conscidnciaë o 

exteriordelapröpria',entâb nIo cabeperguntarnem m la naturezados , doisfenômenosnem 

pelo tipo deacesso aserprivilegado.A subjetividadeéexterioridade,'o aceso 

ddireto eponto fmal.E o quepensaSartresobreoautoconhedmento?Qlmlëarelaçâo 

entreo Eu eo outro?Aquiest;suaresposta:ttnfo éem nenhllm refligio quenos 

descobliremos:é nanm,nacidade,no m eio da multidïo,coisaentreafscoisasy'homem 

entreoshomens'(1968,p.31). 

Dito isto,chega-se ao infcio do problema en:o àsuasoluç:o,se4queh; 

soluçfopara esteproblema.Segue-seasugestro de1lm itinerârio dem squisa. 

1 Exam ecrfticodateoriaestnztm alista dam rèepçâb do outro pelo Eu eda 

teoriadoreconhecimentom rceptualpelo Eu daquilo quelheéatribufdo m lo outro, 

no discmso de Kohler.O meslo tipo deexamedateoria doconjroledo compo'rtamento 

do outro pelo Eu edateoriadaapreddizagem daquilo'que ooutro ensinaao' 

E u,no di scurso de Skinner. ' ' ' '

426 

2.O queateoriadaperceplo,na psicologa da Gestalt,ea teoriadaaprendizagem 

,no Behaviorismo radical,têm adizersobrea intendonalidadedo comportamento? 

3.Q'misosdesenvolvimentosposterioresnafenomenolo#aeuropéia do conceito 

deintencionalidade,especinlmentenaobradeM erleuPonty? 

4.Retomar o clissico debate realizado porM erleapponty em seu livro 'çA 

Estrutura do Comportnmento'acercada fenomenologa,GestalteBehaviorismo,mas 

agorautililmndo Skinner como interlocutordo Bthaviorismo . Aquiénecessfio 11m 

comentirio.No debate realizado porM erleauzonty,W ptson ë o interlocutor do 

Behaviorismo.Estava-se em 1942.Doze anosapös,1954,Lyotard,em seu livro TW 

Fenomenologia',ainda tomaWatson como o%interlocufordo Behaviorismo . O debate 

realizado nosEstadosUnidosacercadoBehaviorismo edafenomenologia(editado 

porT.W.Wann em 1964,sob o tftulo GBehaviori%m Jal Phenomenology 'jeque 

contou com aparticipaçâb deSkinner,deixou adesejar.porexemplo,KvaleeGrenness 

(1967)declarnm:çrenmamxspectiva euxopéiao simpösio 'BehàviorismoeFenome- 

nologa'...(Wnnn,ed.1964)revelaalgunspontossurpreendentes.primeiro,aoposi- 

Wo do Behaviorijlno àfenomenologa,implicaestacomo sendo uma psicologiaintrospectivarenovada 

ou çlm expedencialismo'(Koch,p.128).J; ëhâbito entrealguns 

psicölogosnmericanosassociarem afenomenologiaà psicologia introspectiva .Escute-se 

logo um areferdncia de um pande historiadordapsicologia , Edwin Boring(1953), 

âreflexïo fenomenolö/ca:

427 

Refe/lzztllm: 

Boring,E.A Hkltozy ofInkospection.#acâoblcllœ llerl,1983,50.169-189. 

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M ESA REDONDA 2 

A O ICOIY 

IA EXPERIMEU AL NO BRANIL:RETROSPEW IVA 

E PERSPEW IVAS 

- Consideraçöessobreautilizalodo mttodo exm rimentalno Brasil. 

AroldoRodrigues 

- Psicologacomparativa. 

CdsarAdes 

- Notassobreaevoluçïo dapsicologiaexm rimentalno Brasil. 

IsaiasPessotti

CONSIDERACOES SOBRE A UTILIZACAO D6 METODO 

EXPERIM ENTA L NO BRASIL 

AROIDO RODRIGW S 

UniversidadeGamaFilho 

E oportunaa discussâb em MesaRedondasobreapsicolo#aexmrimentalno 

Brasil.A psicologiaexperimentalmarcou,em meadosdo séctlo passado,a emnndpaçâo 

dapsicologiacomo cidnciaautônoma,ae1aestando ligado osgrandesresponsiveis 

mlo infcio da psicolosadentfûca.Antsdefocalizu,esm cilcamente,a situaçlo da 

psicologaexm rimentalno pafs,convëm conceitlmro que seentendepormëtodo 

experimentaleporpsicolo#a exmrimental.HenriPiéron (1951)em seu Voœbnlnldela 

hychologie dizque ço mdtodo experimentalsedistinguedaobservaWo por xma 

intervençâo ativadestinadaaprovocar,em condiçsesdefmidas,osfenômenosaserem 

estudados.A psicolo#aexmn-mentalnasceu qlandoos fsicosaplicaram seu mdtodo 

cientficoaoestudo dassensaçiesedasmrcepçöes'(p.105).O mdtodo exmrimental 

d,defato,omëtodoporexcelnciadaatividadedentfica.E e1equepermiteo estabelecim 

entomaisconfifvelderelaçöesnâb aleatöriasentrevariiveisetnmbém o quem s- 

sibilitamaiorcertezano estabelecimento derelaçöesdeantecedenteeconsequente . A 

psicologaexpen'mentalo aplicano estudo dasensaçâo,daperceplo,daaprendizagem 

,dam otivaçâo edosprocessoscognitivos. 

Umaquestâoepistemolö#ca comum em psicolo/aenasddnciassodaisem 

geralëa concemente à aplicabilidade ou nTo do m/todo exm rimentalnasddncias 

sociisehlzmanas.Eu,m ssoalmente,considero ta1métodoperfeitamenteaplidvelà 

psicologiaesobreisso j; memanifesteiem W1-1% ocasiöes(Rodrigues,1971,1975, 

1979,1980,1981,1985,1987).Sendo assim,focalizareino quesesegueapenaso 

temaespecfico desta Mesaquedo relativo âpsicolo#aexperimentalno Brasil,seu 

passadoeseu futuro.Analisemos,primeiramente,o passado. . 

Asrevistasespecializadasconstituem,viaderegra,umaboaindicaçfo do tipo 

de produçâo dominantenaâreado sabera quesereferem .Baseado nessapremissa , 

escolhfaoacasoum nfzmero decadaumadassege tesrevistasesl cializadasbrasileiras:Arquivos 

Bmmleiros de Psicolo#a,N colo#a e hicolo#a:Teoriae M qm-qn. 

Selecioneitambdm ao acaso um nfzmero daRee tau tklonmerieoondeN colo#a,editadanaColombia 

equeem 1988 comjletou 20 anosde circulaWo regular.Paracompararcom 

aproduçâo cientfika veiculadaporrevistasamericanas,escolhio D nonality 

and SocialPsycholor Bulleth;pararepresentara Europa , busqueidadosnaRee ta 

dehicologfaSodal,publicada na F'sm nha,eno lnternauonnlJoum alofhydlolor , 

revista oficialdaIlniâo Inte- ncionalde N cologiaCientffio ;fmnlmente ,para repre- 

43l

432 

sentaza produçzo oriental,foiescolhida arevista Psychologa -An hternntional 

Jounulofhyclolor ilz'theOrient,edjta'da'no Japâb.Selecionad% asrevistas, 

passeiao leku tnmento daproporçâb deartigosnelaspublicadosqueutilizaram o mdtodoexperimental.Na 

impossibilidade,porlimitaçöe!detempo,defazerum levanta- 

. . 

' 

. . 

mento maiscompleto daspublical esbrasileiraseesirangeiras,mastambdm,paranâo 

tiràrconcusascom 1 base em apenai1m nfzmero dasrevistascitada , selecioneiao aca- 

so um outro m-xmero decadaumadelas(exceto arevista japonesa,pornâo possuir 

outro nfzmeroameu alcancel.Osresultadosfomecidospelas.duasamostrasdasrevist% 

consultad% sâb reproduzidosnaTabela1'. 

Tabela 1 -Proporçfo de artigo!queutilizam o m étodo experimentalem relaçâoao 

. 

' 

' 

n fxmero deartigospublicadosem diferentesrevistasespecializadu. 

Revista Ano eNî Proporçâo 

ArquivosBrasileirosdePsicolosa 

Psicolo#a 

Psicolosa:TeoriaePesquisa 

1982,34 (2) 

1987,39 (2) 

1980,6 (2) 

1986,12 (1) 

1985,1 (3) 

1987,3 (3) 

0,27 

0,20 

0,50 

0,25 

0,25 

0,13 

Revista tatinonmericana de Psicolosa 

Personality and SocialPsychol.Bulletin 

Revistade Psicolo#aSodal 

: . . . 

1975,7 (1) 

1988,20 (3) 

. 

1981,7 (2) 

1987,13(4) 

198s,0 (0) 

1988,3 (1) 

Internationz JournalOfPsychology 1967,2 (2) 

j,g4yq (4; 

' 

. 

. . . 

. 

, 

. 

. . . . 

. 

. . 

' 

Psychologa -An InternationalJ.ofPsycholol . 1986,29(3) 

in the Orient' ' ' 

. 

0,30 

0,14 

0,78 

0,93 

6,17 

()sy # 

0,43 

1,00 

0,75

433 

E claroqueosindicadoresdaTabela1tfm queserinterpretadoscom cautela. 

Asrevistasbrasileirasealatino-amedcanasâb revistasdecarétergeral,quepublicam 

artigosdequalquersetordapsicologia.Sabemosquelu'îsub-leasdapsicolojiaondeo 

mëtodo exm rimentalémaisutilizadoqueem outras.Dequalquerforma,dasrevist% 

deforadaAmdricatatinaalidtadas,duassâo tambdm decarâtergeraleduassâb esm 

cializadasnasireasdepsicolo#adamrsonalidadeepsicolosasocial,asquaisnâo 

sâb consideradascomo fleasnecessariamenteexperimentais.Apesardenâo conclusivos,osdadosda 

Tabela 1 sâb fortementesugestivosdeque,no BrasilenaAmdrica 

tatinay.o mdtodo expen'mentalépouco utilizado pelospsicölogosquepubliemm.A 

mëdiadasproporçœ sde artigosque utilizaram o mëtodo experimentalnasrevistas 

latino-americanaséde0,26,enquantoquea dasdeforada Amërica Imtinaëde0,66 

(inclxindo arevista espnnhola)ede0,78 sem ela.Ademais,comparando-seosdados 

dasrevistaslatino-americanascom asdaEuropae dosEEUU,vem osqueenquanto 

nestastiltim asaproporçâo deartigosqueutilizaram o mdtodo exm rimentalaumentou 

com opassardosanos,adasprimeiras ; dlmm'uiu * 

Decorredestabreveanâliseque,deacordocom aquantidadedetrabnlhospublicados,o 

mdtodo experimental,noBrasileno restantedaAmdricaLqtinaéutilizado 

em proporçfo muitoinferiorà deoutraspartesdomtmdo.Quaisasposfveisrazöes 

para isto?Singularizei,deimediato,tlds,nabuscadeexplicaçâb parao fato.Sâo elas: 

(a)avocaçâb damaioiiadosestudanteslatino-americanosparaaspectosn:o quantitativosdapsicolosa;(b)txmavisâb 

equivocadadealgunsprofessoresdepsicologia,para 

osquaiso mdtodo exm rimentald,do ponto devistaepistemolö#co,inadequado ls 

ddnciassociaisehlmanas;(c)aérlfise,nostiltimos10 ou 15 anos,naschamadu 

ççmetodologiasalternativas'',denatureza maisqualitativae m enosrigorosaqueo mdtodo 

experimental.Vejamos,aseguir,cadaIxmadestasposfveisra4a sdeformaum 

poucom aisdetalhada. 

(a)Sobreavocçâo dosestudnntesdepdcologiana AG HO tatina 

Em m inhaexpee ncia deprofessoruniversitârio tiveoportunidadedenotar 

queo estu d an tedepsicologialatino-americanotem umavocaçâo m uito maishllm anis- 

ta e ûlosôfica que cientffica.Oshgredientesfundamentaisdaatividadecientfica'- 

qluntificalo,experimentaçâo ebuscadeobjetividade- susdtnm,viaderepa,pouco 

interessena maioria dosestudantesdepsicologa.Muito maisatraenteparaelessTo os 

enfoquesn:o qlnntitativos,genëricos,subjetivoseondenfo éezgido o rigor,apredsâb 

e,quasesepoderiadizer,aobcesividadedo métodoexpen'mental.E m ssfvel 

queaculturalatinatenhamuito avercom isso,nela'seincllindo nossa tradiçâo flosöficamenosempirista.Sejam 

quaisforem ascausas,parece-medifdlnegarqueavocaWo 

damaioriadenossosestudantesnâo ëparaacidncia empfrica,ondeaexm rimentaWo 

constituiaferramenta fundnmentalparaseu desenvolvimento.

434 

(b)Sobreosequfvocosaœrcadavalidadedo mztodo exmrimentalem micolo/a 

Reforçando avocaçâb antiexperimentalistadamaioriadenossosestudantes, 

m uitosprofessoresdedicmm ponderiveltempo deseuscursosnegando alegitimidade 

epistemolögica da utilizaçâo do m ëtodo experimentalnasciénciassociaisehllmanas. 

Ia'mitaçöesdetemponosimpedem dereprodlzliraargumentaçâb destescrfticosmas , 

em sfntese,e1a :raem torno daimposibilidadeda neutralidadedo investigador,do 

carâterreativo enTopasivo dossujeitos,daforteinfludncia daculturaedahistöriano 

comportnmento individualecoletivo edasidiossincrasiasdo serhllmano.Emboraeu , 

m ssoalmente,nâb concordecom estescrïticose,como disseanteriormente ,jâdefendi 

minhaposiçâb em vo aspublicaçöes,preocupa-mesobremodonâb o fato deexistirem 

professoresquepensem assim ;ninguém édono daverdadeeasdiverg:nciasdo ponto 

devista sâb benéficasao adiantnmentodo conhecimento.O quesim mepreocupamuito 

éo fato de,quasesempre,o estudanteserexposto a1tm severo ataqueao mëtodo 

experimental,sem antessabersequeiem queeleconsisteeaindasem quese1heapresentem 

osargumentosafavordesuautilizaçâoem psicolo#a.Em outraspalavras,o 

estudante nâb é exposto aosdoisladosdamoedaeooutro lado damoeda,do qual 

e1e geralmente nâo d informado,ë brevemente o seguinte:o dentista nâo é neutro mas 

acidncia,ou seja,oprodutodaatividadedoscientistas,produto estequeëcomunicéve1epûblico,estesim 

o é.Como bem dizem AligereHanges(1984)etaciénciaépredsamenteo 

proceso pelo qualo fato objetivo édestilado da subjetividade'(p.678). 

A comunicabilidadeeapublicidadedainvestigaç:o cientïficaésuagrandesalvaguarda 

contrao subjetivismo.Polanyi(1958)tratamuitobtm desteponto eMutroff(1972) 

afirma:çaobjetividadederivadeumaconfrontaçâoacalorada,intensaeviesadaentre 

asiddiasçalgo'tendenciosasdeindivfduosO go'tendenciosos . O quesobrevivedo proœssoërotulado 

como 'objetivo'ou tcientificamenteverdadeiro'...Em resumo,ë 

muito simplista dizerqueo sistema daciénciaétotalmenteobjetivo ou totalmente 

subjetivo;eleé umamisturaaltamentecomplicada dosdois'(p.B615).Finalmente, 

A ligereHanges(1984)afirmam apropriadpmentequeum conhecimentoprivado,nâb 

verificâveleirtcomlmicivelpodetatvezser1:m çbom misticismo'maséçmâciência' . 

E acrescentnm :'Eacidnci:tem sido umatentativaextraordinâria de libertaraexplora- 

Wo danatureza,incluindo txmbëm aspesoas,datiraniado subjetivo'(p.678). 

' 

E convenientequeosestudantessejam maisobjetivnmenteexpostosaosdois 

ladosdamœ dam losencarregadosdesuaformaçâo , afim dequeacrfticaunilateral 

nro reforcesua vocaçâo naturalpara osasmctosmaisromânticosesubjetivosda 

psicologia. 

(c)Sobreadnfax em tçmetodologiasaltemativas' 

Finalmente,uma outrapossfvelrazâo para o pouco uso do métodoexperi-

435 

mentalentrenöséaênfaseem metodologiasalternativasaestemdtodo.t claroque 

omëtodo exm rimentalnTo 4o fmico mdtodo Wlido naddndaem gerale,muitomenosem 

psicolosa.Ve osoutrossâb igualmenteWlidoseatéosfmicosposfwisem 

œrtosestudos.Elespossuem também limitaçseseestasdevem igualmepteserapontadas.Recentem 

ente,o mdtodo dialdticotem recebido bastante apoio entrepsicölogos 

e apresentado como alternativa ao mdtodo experimental.Como diz Mario Bunge 

(1980),ç'entreossociölogosdo Terceiro Mundo est; namodafalardemdtododialëtico,masninguém 

parecesaberdeque consiste:quaissro suasregras,como eaquese 

aplicam,ou como secontrola suaaplicaçfo'(p.154).DizaindaBtmgequea metaffsicadialéticacontém 

1lm conjunto dehipötesesequeçtestashipötesesmaisou menos 

precisasnïo constituem ttm metodo,isto é,um procedimento para fazerou estudar 

alglmacoisa.Constituem Ixmadoutrina'(p.154).Paramim,mssoalmente,aindaesté 

paraserinventado l:m mdtodo m aisadequadoqueomëtodoexperimentalpara ainvestigaçâo 

cientfûcado comportamento hlmano.Queseensinem esedesenvolvam 

metodolosasaltemativas,masquetambëm seensine,deformacorreta,ametodolo#a 

experimental.Muit% vezeso queseverificaëo insinodemetodologasalternativas 

sem queo estudnntesequersaibaem queconsistea metodologiapara aqualsesugerem 

altemativas... 

Concllxu o:. 

Dentro du limitaça snecessariamenteimpostasainterve'nçöesmlma Mesa 

Redonda,tenteim ostrarque o método exm rimentalépouco utilizado no Bruile 

indiqueialgumasdasrazöesque,am'eu ver,concorrem paraesseestado dec01% .E o 

futuro?Quesepodeesperarparaapsicologiaexperimentaleparaomdtodoexmrimentalno 

Brasil?Creioqueh;razöesparaacreditar-sequeostatusquoserâm odificado.Se 

analisam oso conteûdo dospropamasde pös-graduaçïo no pafs,verificamos 

que,atëmuito recentemente,apenasdoisprogrnmasprivilegavam,deformninequfvo- 

0 ,apsicolosaexmrimentaleo mltddoexperimental:o programa depsicologaexm - 

n'mentaldaUSP elzmadasireasdeconcentraçïo do programada UnB.Vemosagora 

emergirum vigoroso programadeMestrado em PsicobiologianaUSP/RP,programaestefortementeexperimentalecom 

perspectivasdecausarsignilkativoimpactonaformaçâo 

demuitosprofessoresepesquisadores.Outro,maisrecenteainda,mastxmbém 

denftidabaseexperimental,surgenaUniversidadeFederaldoParâ. 

A psicologia brasileira,apesazdeseu inegfvelprogresso,nâo atin#u aindao 

nfvelqueoutrascidnciasalcançaram no Brasil,no queconcemeacontribtëöesde 

impacto noconhecimentocientfficouniversal.Paraisto,faz-semisterquenossospsicölogossedediquem 

àinvestigaçâo dosprocessosbisicosequeprivilegiem o método 

experimentaledemaisformasdeatingir-seum conhecimento quesejacomlmidvel, 

plblico,contestivelempiricamente ediscutfvellmiversalmente.Espero que asposi-

436 

W esexpostasnestaMesa,bem como osdebatesqueasmesmasprovocarâo,concorram 

paraqueesteobjetivosejaatingidonum futuro pröximo. 

.1Referêndas 

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PsIco LoG lA CO M PA RATIVA I 

CESAR ADES 

UniversidadedeSâb Paulo 

'Nothîng fa nature ,C/JIA/:alone'- John Hunter(1786) 

Porquenâodmaisfrequenteep'ujanteapesquisadeproœ sosbisicos- percepçâb,aprendizagem,motivalo,emoçâo,etc.- 

em nosomeio?A questâo nâo ëverificarem 

que medida deve serrecuperadaaimagem çfcliqsica'do psicölogo exm rimentalmasexnminarseu 

papelnuma psicolo/aquesequeiramodema. 

Del!m lado,mepazeceessepcialdiscutiz,maislxma vez,a relaçâo entreachamada 

'm squisapura'easireassociaisem queo aportedeconhecimento psicolögco 

sefaznecesso o.Sinto aimportância deseexplidtarainserçâb do çtprocesso bâsico' 

narealidadecotidiana,desemostrarqueo modelo delaboratörioou decnmpo nâo é 

utilizado apenas porserconveniente,m asporsermodelo de fatosno dom fnio da 

experilncia epormrmitircompreensâb eprevisâb.A Psicologaseequilibrao quanto 

pode,feitadeintençöesepistemolö#c% diversaseconflitanteseatenddnciadealgln: 

crfticosextremadosésuporquearealidadecotidianan:o constituiobjetopara uma 

cidnciadentro dosmoldestradicionais,masdeveserapreendidacomo dom fnio histörico,maisenredo 

enarrativadoqueconjunto defenômenossujeitosaanélise. 

O outro aspecto a enfatizarëanecessidadedea Psicolo#a,como outros 

emmm s,coùstituir-seem tom o denûcleosteödcosconsistentes.Cadavez maismeconvenço 

dequeo fazercientffico visaaelaboraçïo deteorias,simplespordm abrangentes,coerentesporém 

abertasao questionamentoeaoaportedenovasinformaçöes.A 

m squisadosprocesosbisicosfundnmentaaPsicologia(eencontrasuajustificativa) 

nam edidaem quelhefom ecem odelosteöricosconfhveis. 

O aspecto dapesquisabisicaqueabordarei- psicolosacomparativa,estudo 

do comportnm ento animal- sugeremuitasvezesaoleigoam rgunta:çTorquemotivo 

ida um psicölogo estudarocomportnmento deum nnimal?QualarelevM dadestetipo 

deestudo?'.(Entende-se:qllarelevMciaparao serhumano).Fielâminha concepçfo 

lVer/o deum trabalho apresentado namesaredonda tA psicologia expem'mentalno Brasil:re - 

kospectiva e perspectius'(Organizadores:JoséApazecido daSilva eSilvio Morato de Carvalho), 

Reuni:o AnualdePsicologia,Ribeizâb Preto,1988.Contei,duranteapreparaçsb,com umabolsa 

depesquisadordoCNPq (304618/78). 

437

438 

epistemol6gica,defendereiaimportM ciadoestudo do comportamento animalcomo 

parteessencialdeIlmaabordagem teöricaaosfenômenospsicolöscos.Colocar-meei 

junto aMorin napropostade lmatjunçeâo epistemolögca'(soudureepistëmologique) 

quepermita tom artodo ato hum ano como 'çao mesmo tempo totalmente biol6gico e 

totalmente cultural'' 

' 

UM OBSTXCUIA CARTESIANO 

Um dosobsticulosbâsicosà integraçâo dosestudosde comportamento animalna 

Psicologia talvez provenha do 'legado cartesiano.Descartes ë com muita propriedade 

citado como uma dasinfluénciasm aispoderosassobreo pensamento psicolögico, 

tanto pelasuapropostamecanicistaarespeito do funcionamento doorganismo (prenfmcio 

paraasneuro-fisiolosasdehojeepossfvelorigem para a explicaçâb do comportamento 

enquanto comportamento)como pelo dualismo,queinstauratun domfniosubjetivocomo 

objeto deobservaçâo introspectiva.A firmedistinçâo queDescartesesteelece 

entre o psiquismo humano e o funcionamento anim alë menoslembrada.Num trecho 

do Discoursde la M ëthode queacho admirâvele lécido embora,a meu ver,de implicaçöesnegativas,Descartesconcebe 

uma mâquina que pudesse proferirpalavrase mesmo 

reagir(porexemplo,setocadal:e1aseriafacilmenteidentificadacomo mfquinapelo 

seu funcionamentorestrito.Do mesmojeito,animaisnTopoderim sernuncaconfundidoscom 

sereshumanos porque nâo dispöem de linguagem ,desta linguagem que m esmo 

o maisdébildoshomensconseguetkGr: Et cecitëmoigne pas seulementque1es 

bétesontmoinsderaison que 1eshommes,maisqu'ellesn'en ontpointdu tout'.Nel%, 

anaturezaageçtpeladisposiçâodeseusörgâos'(dirfamos:atravdsdosinstintos). 

Nâb é difïcilreconhecerposiçöessemelhantesem m uitosfilösofosepsicölogose 

mesmo no senso com lm.Nâb se nega algum a semelhança entre o homem e os 

animaij(nem mçsmoDescarteschegou anegar),mastoma-seltma caracterïsticalinguagem,cogniçâo,ctltura,histöria,etc.- 

como critdlio de incomensurabilidade, 

linha divisöria irredutfvel.Justifica-se,a partirda cisâb ontolögica,'lma cisâb epistemolögica 

e um a cisâo metodol6gica.O estudo do comportpmento nnimalpertence aos 

departnknentosdecidnciasbiolögicas. ' 

REDUG OM SMO 

A afirm açâo de estrita semelhmwa entre homem eanimais,passagem do p:ndulo 

parao extremo oposto,foiajustificativaparao uso do animalno laboratörio de 

Psicolo/a,num longo perfodo queseiniciacom Thorndike.çTormnlmente',escreve 

este,:ço caranguejo,opeixe,ocachoro,o macaco eo nen:tem intelectos...muito 

semelhantes.Sâo todossistem% de'conexöçs,sujeit>samudançasatravdsdasleisdo 

exercfcioedo efeito (1911,P.280). '

439 

Watson (1914)alimenta 1xm entusiasmosemelhante:çtNerlhum novo princfpio 

érequerido napasagem do lmicelulazao homem.Napassagem dasrespostasdeorganismosmaissimplesàsmaiscomplexasdeanimaissuperiores,encontra-se(1) 

1m némero 

maiordelmidadese(2)fonnasmaiscomplexasdecombinaç:o entreestaslznidades.(p.318).E 

hâ afamosa ejocosaformulaçâo deTolman (1945,citado porMlmn, 

1950)xgundo aquala maioriadosproblemasimportantesnaPsicolo/a - menogo 

superego - poderiam serestudadosapartirdo comportamento deum rato noponto 

deescolhade1lm labirinto em T. 

Postula-seseromodelodelaboratörio representativo dafunWo humanacorrespondente,ou 

de'lma funwo geral,encontradaao longodaescalaanimal.O problem 

acom estaabordagem ,atravdsdaqualacabou sendo identificado o trabalho com animaisem 

psicologa,nTo est;apenasnestasuposiçâb derepresentatividade.Estâno vids 

redudonista,quepriozizaa semelhanp ,qllnndo nToabmcaexplicitamente,em detrimento 

dasdiferenpseventuais.Querendo biologizaro estudo do comportamento,o 

afastadabiolo/a,namedidaem que negligencia fontesessenciaisdevariaçâo,ena 

medidaem queisola conceitualmenteo animaldeseu contexto natural. 

O CONTEXTO O MPARATIVO 

A'teoriadarwinianaincorporaprocessosatravësdosquaiségerada vadaçâoe 

processosseletivosatravësdosquaissâo fixadasdeterminadasformu altem ativas.E 

medianteaatual o deambosqueosgnzposdeanimaissediferenciam ,ou setomam 

xmelhantes,demndendodo ambienteem queocoresuaevoluçfo (divergdnda,convergdnda).O 

homem n:o escapaàregra:slnqdiferenças/semelhanpscom outrosanim 

ais remetem a ltma histöria,e ao contexto em que esta histöria sedeu.Darwin 

(1à97)escreve,çd...altamenteprovfvelque,no caso do serhlxmano,asfaculdades 

intelectuaistenham sido principnlmentee gradualmenteaperfeiçoadu atravësda sele- 

Wo natural'(p.128).E provavelmentepormotivostâticosepara proverdeargumentosumateoriacontinuistaqueDarwin 

eosdarwinistasclissicostenham huistido 

tanto em descobrirsemelhançasentreo homem eosanimaistDarwin dizia terem os 

animaiscudosidadek'imitaçâo,atençâo,memöria,senso debeleza,traçosqueoutros 

defendiam comoexciusivamentehlmanos). 

Maso postulado decontinuidadequeform aa basedam rsm ctivadarwiniana, 

nâb implicaem identidadedostermos,presupôejustamenteadiferendaWo dases- 

W ciesem funçâb daheterogeneidadedosambientes.A adaptaçâo nâo significaostrgimento,do 

vâcuo,de formu novas.E1aseefetuaa pardrdosprogramasgenéticos 

prë-existentese,nesse sentido,pode serentendida como conservadora.Mase1a tambëm 

representa um aseleçâo diferencialde formas,e o alcançarde equillfrios com 

%pectosmuito especficosdacircunstândaecolö#ca. 

Entende-seentâo queatarefacomparativa sejamaiscomplexaemaisricado

440 

' 

que o deixaria supor a posiçâo reducionista:e1a consiste em descobrirosesquemas 

comunsde desempenho em vâriasespdciese - no m esmo empreendimento,dentro 

damesmaintençzo- asdiscrepânci% em quesetradlgmm aspeculiaridadesdo ajustamento.Em 

visita àsilhasGalâpagos,Darwin sedeixou impressionarpelavariedadedos 

bicosdepequenospissaros,ostentilh6es,algunsretos,outroscurvos,alglmscurtos , 

outros alongadose nelesviu o resultado de diferenciaçâb apartire dentrodeuma 

unicidadehistörica.Estapercepçâodeuni/multiplicidadeparece-meamaisadequada 

para a com preensâb com parativa dosm ecanism oscom portnm entais. . 

O homem representatun momento nestahistöriadecontinuidade/descontinuidade,um 

momento que nös,por motivos maisdo que compreensfveis , querem os 

entendercomo todo especial.Afinal,somosaûnicaespdciepreocupadaem entender 

e conceituarasdiferençasentre espëcies!M aso carlterespecialdo serhumano pode 

facilitara aceitaçâo de dicotom iascomo cultura vs . natureza,instinto vs.aprendizagem 

,presença vs.auséncia de lingtzagem ,etc.dicotomiasffceisdemais,que substituem 

a visâb dialéticapelo simplesrecurso cl%sificatörio.Nlzmaperspectivarenovada,que 

se queiralivredopostulado cartesiano,nâb constituiparadoxo afirmarqueaexprtssâo 

simbölica e a cultura sâb aspectospelosquaissemanifesta a natureza humana , e 

nâb configura sacrildgio procurar por antecedentes ou padröesque se prestem ao 

cotejo - porexemplo,nossinaisatravésdosquaisoutrosanimaissecomunicam ou 

noscomportamentosseus que sugiram a existência de trepresentaçöes'sociais. 

Gosto especialmentedotexto no qualEdgarMorin criticaasconcepçöeshumanistastradicionais,porfundamentarem 

aunidadedohomem ççdeformaabstratae 

jurfdico-moral,foradequalquerconsideraçâobiolögica,isto é,foradaidéiadenatureza 

hlmana',eporseguirem o paradigmadisjuntivo em queo unitârio nâo seconcebeno 

mesmo m ovimento de compreensâb que capta a diversidade,e a partir do qualo 

antropos biolögico eo antroposculturalseexcluem e ocultam mutuamente . Todo ato 

hum ano,segundoMorin,sem arcapelaçtunidualidade''tem no biolögico eno cultural 

> 

como 1lm verso e reverso:GO homem realizaedesenvolvesuaanimalidade,maspor 

interm/dio deumainutalo - umavezqueénovaaesferaquecriou parasi-pröprio,a 

esferasocialeculturalque,éclaro,nâb existeentreosanimais'(p.47).Divirjo de 

Morin quantoà extensâo earadicalidadedaruptura qtzeseu pensamento parecẹinstaurarentre 

aesferaifunidual''doserhlmano eo domfnio da animalidadeenquanto 

animalidade. . 

A relevândaheurfstica e conceitualdellmaperspectivacompara:vaseevidencia,talvez 

n:o porcoinddincia,na ârea deestudodosm ovimentosexpressivos , 

m aisparticularmente da expressâb facialdasemoçöes,um temaao qualDarwin , de 

malieirapioneira,dedicou suaatençâo(Ekman,1973).Osestudosmodemoș ao m esmo 

tempo em quemostram ,'no rir,no chorare em outrasexpressöes,umam anifesta- 

Wo trans-cultural,um patrimônio do ser-hlzmano-em-geral,semelhante a outrasformasde 

com lmicaçâo existentesem animais,indicnm osmeiossutisatravdsdosquais 

nelesseestabeleceo cöritrolicizltural.

e 1 

Tomarei,como outro exemplo,aspesquisasqueMariaEmiiaYamamoto (no 

prelo)renliy>,em Natal,sobreo comportamento desagus,Calithrixjlec/lu.C 

Jacchuscostnmaviverem n posfamiliares,ondeo cuidadoà prolenroéexclusivo da 

nlltJ,como em muitosoutrosmacacos.Naprimeirasemanadevida,tanto a m ïecom o 

o paisaguicaregam osflhotes,m%,da2 ! â52.semana,éo paio pdncipalguardiâo, 

11m fatoquesacode1lm pouco crenç% difundid% sobrecuidadosparentaiselevantaa 

possibilidade de que o grau eaformade apego dependem do tipo de vidasodale 

ecolö#cado pupoconsiderado.AqvantagerksadaptativasdehavercooperaWo fdmeamncho 

(ashn como,eventmlmente,cooperaçâo deoutrosmembrosdo grupo familiar) 

seentendem em funçâoda estratdgiareprodutivadossaguis,que,ao contrfriode muitasoutrasespécies,t:m 

slhotesgêmeose,portanto,umacarga maispesada nastarefu 

decriaçâo.QlundoMariaEmfliaseparou o macho dogrupofamiliar,osfilhotesnâo 

exibirnm oscomportlmentosdeprotesto/depressâb queforam vistosporexemplo,em 

rhesuspostoslongeda mie.A m:esaguicompensavapelaaus:nciado macho aumentando 

aduraWo deseu comportamentomaterno,como sehouvesse lma espëciede 

homeostasesocial.Seriaingênuoquereraplicar,ponto aponto,resultadoscom oestes 

ao comm rtamento hlxmano;elesnosdâo contudo lmainform açâo relevantearespeito 

damaneira'como varia ainteraWo pais-filhotes(filhos'),sugerem quaiss:o algumasdas 

variâveisou algunsdosprocessosenvolvidos,guiam nosso interesseparaaspectosdo 

desemm nho hllmano aindanâo investigados.Nâo setrata dereduzir1lm dostermos 

dacomparaçâoao outro,masdesituarum em relaWo ao outro,dentrode lmaestruturaconceitualapropriada. 

. ' 

' 

A VELHA NOVA O IO O GIA O X ARATIVA 

O tremendo desenvolvimento daetologiaedo jeito etolôgicodeconsiderar 

o cèmportnmento nnimalàsvezessrotomadoscomo indfcio deque,em psicologia, 

foirecenteefoiimportadaa consciênciacomparativa.Naverdade,assementesj;tirlhnm 

sido lançadaspor um pmhado de pioneiros,pôsdarwinianos,algtms deles, 

como indicaapesquisahistödcadeBukhardt(1987)em estreito contato com zoölogos,xlma 

associaçâo que prenunciava o carstermultidisciplinarassumido cadavez 

maispelaârea,em nossosdias.No prospecto de lane mento do JournalofAnimal 

Behavior,Yerkes(1910)anunciavaqueserism aceitosparapublicaçâo 'Gestudosde 

rmmpo sobre os M bitos,instintos,'relaçöessociais,etc.de nnimais,asshn com o os 

estudosdelaboratörio de comportnmento animalou depsicologasnimal.Esperasequearee 

tacontribuaparatom arm aisestreitu emutlumenteproveitosasasrela- 

Wesentreos çnatmalistas'eosç'exmrimentalistas'nmeriemnos...'(dtado em 

Burkhardt,1987,p.226). . 

A promessa deintegraçâo nâb se concretizou,pelo menosporalpzm tempo. 

O JoxlrnalofAnimalBehaviordeixou deserpublicado em 1917 eseussuœ ssoreso

442 

Jol1Tnz OfcomparativePsychology e o JournalofComparativeand Physiologcal 

Psychology ampliarnm cada vez mais a quantidade de estudos experimentaiscom 

nnimaisdelaboratörio,centradosem processosdecondidonnmentoemotivaçâo , sem 

darm uita chanceà vertentenatmalfstica.Entende-seavogadaseepreparaçöes'comportsmentais:simplificavam 

- tanto metodolö#cacomo conceitunlmente- ascoisas. 

Oferecinm aceso direto - viamodelo animalpadronizado - aosmecanismospsicolö#- 

cosbâsicos.Poreliminaraincertezaquanto àgeneralidadedestesm ecanismos , elim i- 

navam a pröpriaiddia de comparalo. 

O estudo do comportamento animalconhecehojeuma fasedepujmwaede 

efervescdnciatedrica.A etologiaseexpandiu de'zmamaneiracertamentenâo imaginada 

pelosseusprimeirosdefensores,trrenzeTinbergen,nem pelo inglésThorpeque , 

ninda em 1940,escreviaa 1m colega:6tH;tâopoucosestudiososdo comportamento 

animalehétanto parasefazer.Quandotenninaraguera,serlnecessârioreconstruir 

o qlmnto antesa cooperaçâb internacionalem torno denosaci:ncia'tDurant,1986). 

A ecologiacomportamental',sem efetuarlzm amudançakllhnianadeparadigma,fezsoprarventosnovosnaâreaelevantou 

asquestGesdarwinianasdasquaisnâo se 

tinha ocupado intensnmente aetologiaclâssica:o papeldo parentesco,ocomportamentoentendido 

como estratësaecolögca,como exploralodoambiente.anatureza 

adaptativa dosmecnnism osde form açâo e manutençâo de grupos , etc.Deuma maneira 

maisexplfcitado queantigamente,o animalëconcebidocomo 1Im elemento dentroda 

rededefatoresecolögicos,Itm fatoratuanteelzm produto dascircunstânciasdo ambiente 

natural.A ecologia com portamental,impulsionada pelo pensnmento dehomens 

com o Maynard-smith,Krebs,Wilsonyetc.deu novo vigorenovorigoràanzisefuncional . 

Esteprogresso em searabiolö#can:odeixou deconstituir1zm desafio paraa 

psicolosa.Despertou-ade1zm longo sono epistemolögico,ecolocou-a (novamente) 

diantedo animal-como-sernaturalem contraposiç:o com oanimalenquanto-modelo . 

Ospsicölogoschegarnm aasustar-secom aprediçâb deWilson (1975)dequeapsicologiacomparativa 

estariadestinada t'asercnnibalizada pela neurofisiolosae pela 

fisiologia sensorial,de1tm lado,e pelasociobiologiaepela ecologia comportamental , 

deoutro'(p.6). 

. Nâo acredito em cnniḅalizaçâb,nâosomoslouva-a-deus.Trata-sederecuperar 

aintençâo comparativa,quejâ lançavahomenscomo Romanes(1882),Morgan (1884) 

no rastreio dascontinuidadesou descontinuidadesna tçmente''dosanimais . 0 projeto 

modificou-se muito,de 1880 paracâ,tornou-sem aisviâvel , mas suaimportância,do 

ponto devistadaconstituiçâo deIIm quadro dereferdnciapara apsicologia , perm ane- 

Ce a m esm a. 

1 gt odos 

A ecolo#acomportamenuleasociobiolo/aconvergem em muitosdospressupostosem 

detrabalho.Preflro a designaçfo t%ecologia comportamental' porque maisgeral.

* 3 

A recuperaçâo senota pordiversosindfdos.O JoltrnalofCompazativeand 

PhysiologcalPsycholor desdobrou-se,dando origem partenogendticaârevistaJournal 

ofComparativePsychology,de intençâo epritic% editoriaisexplfdtamentecomparativas,ondepublicam 

tanto zoölogoscomo psicölogos- como aconteciano tempo de 

Yerkes(veracima).Graçasao entusiasmo de EthelTobach,que foidiscfpuh de 

Schneirla e que estâ no Am erican Museum ofNaturalHistory de NovaIorque,foi 

fundada a InternationalSociety forComparativePsychology,com rexmlôesa cada 

doisanos,e foram lançadoso hternationalJournalofComparativePsychology,de 

qued editorbrasileiro Paulo Nogueira Neto e Advancesin ComparativePsychology 

œ sponta a preocupalo com osapectosdiditicos:foram publicadosna revista 

Teaching.ofPsychology (1987,volnme14,nlmero 3)asapresentaW esa 1lm simpösio 

sobre çEnsino daPsicolo#aComparativa'.Um nflmero inteiro daRee tataEnoamericanadePsicologa,sob 

aëgidedeRuben Ardila,daColombiaeMaurfdo PapM , 

daArgentina,foidedicadoâ PsicologaComparativa,etc. . 

Nocampo dosestudosdeaprendizagem ,quetendeamanter-sellelàsuapröpria 

tradiçâo,o novo m odo de pensarse faz sentirquando osresultadosdaan4liqe 

exm rhnentalsâb interpretadosem funçâodequadrosconceituaisadaptativos/ecolô- 

#cos,ou quando o temaou a situaçâo deestudosâb escolhidosexplidtamenteem 

funçâodeuma possfvelreleyânciapara>compreensâo do comportnmento no nmbien'- 

te natural.Pressionazabarra,ou bicarum disco podem tornar-sesucedo eosdasatividades 

atravës das quais o animal efetua s'ua coleta de alimento,no rmmpo 

. ' ' 

Cçforaging'),o laborat; 'no transforma-seem mini-habitat,consideraçœssobrea otimizalo 

do desempenho - umamaneiradem nsarem termosdecustosebeneffdose 

1 

deadaptaçâo - intepamieao mnsamento calsaldesempre(verAdes,1987,Domjan, 

1987). 

Foibom paraapsicolosacomparativabruileiraqueWalterHugo deAndradeCnnhativesseachado 

graçaem observarasformigasem carreiro,etivesseefetuado 

f'exploraçöesem seu mundo psicolögco'(Clmha,1967),quetivesseproposto acria- 

Wo deumadisciplinadegraduaçfo(provavelmenteaprimeiro do tipo noBrasil)em 

psicologacomparativaeanimal,na entâo FaculdadedeFilosola,Cidnda eDtras 

daUSP e,ainda,quetivessedado cursoseorientado tesesem pös-graduaçïo,nalea. 

Iniciava-seasim Ixm longo mrfodo desdelidade,na USP,ao projeto deestudaranimaisdentro 

de1Im quadrocomparativo (Ades,1988). 

Meu pröprio esforço nestalinhacomeçou im 1965quando,num artigo sobre 

comportnmentoexploratörio,defendianecessidadedo estudo de espéciesdivers% ea 

relevânciadesituar-seodesemmnhoem funçâo do ambientenatural(Ades,1965). 

Sempreinsistina viabilidade dasfnteseentre ospontosdeWsta da psicologia eda

etolo#a,ena riquezadoteritörio empfrico queumavisâo intepativaabre(Ades, 

1976,1978,1982,'1986,1987).Osdesenvolvimentosrecentesreforçam muito acrençadequeo 

progresso naciência do comportamento'anim aldependedaconvergdncia 

entreosm ëtodos,problem a emodosdeanélisedevlriasdisciplinasl . 

O carâter multidisciplinar do estudo do comportamento animalestâ patente 

nos Epcontros Anlmisde Etologia;,cujos anaisagrupam contribtliçöesda 

Zoologa,daFisiologia,daEcologa,daZootecnia,daPsicologi:econstituem lxma 

espdcie delevantamento do estado da érea em nosso pafs.Nâo importatraçarfronteirasmuito 

rfgidasentreenfoques,aorigem acaddmicado pesquisadortalvezseja 

menosimportante do queo seo ento do lmiverso empfrico quee1ededdiu estudar. 

Parece-mecontudo queàpsicologiacomparativacabe,pelatradiçâo epelotraquejo, 

contribuir:(1)paraaiompreensâb dosprocesoscomportamentaisbisicos- m rcepçâo,memöda,aprendizagem,motivaçâb,comunicaçâo,eic.- 

taiscomosemanifestnm 

no repertörio tfpico dos anim ais,de quaisqueranimais.O enfoque na cgusaçâo 

imediataquecaracterizao pensamento psicolögico,nâb seopöeàénfasefuncional/ 

evolutiva daetologiaedaecologiacomportamental,masacomplementaeafortalece. 

(2)paraacompreensâb dasbasesbiolö/casdo comportamentohlzmano.Nestecaso,a 

comparaçâo nâb éfeitadem aneirageneralizada,m asobedecea1tm viés,tomacomo 

ponto de p:rtida o lteresse no.serhltmano e nosproblemasque seu comportamento 

individualesocialcolocpm .Distinguiestesdoistiposde contribuiçœ sporque correspondem 

amotivaçöesdiferentesdapesquisaeajustificativassociaisdiversasmasd 

evidentequem rtencem ao mesmo domfnioepistemolögco. 

Nlzm adasreuniöesda SociedadeIntem acionaldePsicologiaComparada3,foi 

realizado 1Im simpösio sobre o tema:Hlhsanim albehaviorgotanythingto do with 

hllman behavior?''.Trata-sedelzma perguntaao mesmo tempo m uito antigaem uito 

atual.Acredito que hâ vantagem ,para a psicologia,em partir de lxma resposta'positiva, 

nâb-cartesiana,e em usara perspectiva comparativa como fonte de problemas e de 

teorias. 

. . 

' 

. . 

j Chiszare G rpen (1980)também . constaum a çetologizado'*da psicologiacompnoda . 'çTornouse 

agora 'diffdldistinguirosm odernospsicölogoscomparativosdosetölogosm odernose vicewrsa...Ospesquisadoreskabnlhnm 

hojecom espdcieprovenientesdediversosflos,eestudnm 

fenômenoscom por#nm en#nlqque K o do alkuksmo : zoosimbiose.Embora a aprendizagem ea 

memöriaaindasejam tdpicosimportantes,muitospesquksadoresabordnm problemascujasramificaçôesteôricasatingem 

camposbastante diversos.Talvez iso signifiqueque nesu mescla pardal 

com aetologiatenhasidoperdidotlm dosaspectosdaidentidadedapsicolo/acomparativa.Mas 

nTo 1l1 porque lamentar-se;a psicologia comparativa nio foic-qnibnlizada;saiu fortificada e 

expandida(p.960). 

' 

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Jafplà:edehomens.Sâb Paulo:EDICON/EDUSP.

NOTAS SOBRE A EVOLUCAO DA M ICOLOGIA EXPERIMENTAL 

N0 BRASIL 

ISAIASPD SOW I 

UniversidadedeSïo Paulo 

A psicolo#aexperimental,lflzsensu existeno Brasildesdealm imadécada 

do sdculo XVlII,quando se1: no pafsaMediztlonn eolögica,obradeFrancisco de 

Melo Francopublicadaem 1794.t 1tm texto aparentementemoralista,rico deironia, 

autfntico tratado depsicofisiologadasemoçœsedemedidnapsicossomética,voltado 

paraaexplicaw o natm alistaedeterministado comportamento humano.E porteressa 

or ientaçIo,éque'se m de vernessa obra um marco da adtudeexm rimentalistapor 

oposiçâoàsposturasdopniticasquedominavam aproduwo escritado Brasilcolonial 

em assuntosdeinteressepsicolögico. 

A obra,proibida,deMelo Francoexpöelzma concepçâo organidstadevida 

. moraledefunloterapduticadeconfissfo.Nelasesugerequeosconfessoresseportem 

como mëdicosdesem mnitentesenro como jufasdiantederdus. 

Outro texto dealto nfvelëElementosdeHy#eneou Ditamesteoreticose 

pdticosparaconser- asaûdeemolongara vida(1813),também obrado poldmico 

Frandsco deMello Franco,queaquimantdm seu empirismo organicistanum tratado 

brgbnntesobreteoria psicossomâtica,psicofisiologé,psicopatologaepgcoterapia. 

Nessasobraseem outrasdoséculo XVIII,ao lado dasprecursöesluminosr 

quealgunsautorescom relaçâo àpsicologaconvencionalulteriornota-seumaforte 

inludncia ideolö#cadosmodeloseuropeusdominantes:o moralismo cristïo defeitio 

dvilizatôrio aresultarnumam dagogaracionvsta,eo naturalismo dematrizempirista,coroadom 

lo orgaicismo em laenfasenasinfludnciasambientais. 

A 'Tsicologa'brasileiradeseperfodo prëinstitucional,mesmo quandovoltadaparaasquestöessociaisassumeumaposiçâo 

dirigsta,iblminada,fécildeentender-se,diantedaindigênciaculturaldapopulaçfo 

eda preocupaçâoconquistadoraou 

Vtequéticadainteligdnciabrasileiradeentxo. 

Com aindependênciapolftica,proclamadaem 1822,acelerou-seo desenvolvimento 

culturale-dentfico do pafsesurgem instituilesdestinadas,aolado dasesco- 

1% de ensino bfsico,aimpulsionaraqueledesenvolvim ento.Paraisso etambdm para 

faa rfrente a necessidadessociaisforam criadasem 1833 asfaculdadesdeMedicina 

da Balzia edoIkio deJaneiro.E nesasinstituiçöegeem escolasdeformaWo domagstërio 

queseinidaaformaçâode1zm saberpsicolögico brasileiro em moldesacaddrnicos.Comep 

o mrfodo institucionaldaPsicologano Brasil.Osautoresdo novoperfodo 

t:m Wnculosëtnicos,afetivosou culturaiscom apopvlaçfoediferem dosqueese 

7

* 8 

. 

' 

. ' . . ' . ' 

creveram no perfodo aùteriorkem Wriosasm ctos:nfo est:oaserviçodareligâo,nïo 

sepreocum m com questöesdecivilizaçâo ou aculturaçâo dosfndios,nem pretendem 

deitardoutzina moral.Elessâo profissionaisdaMedicinapreocupadoscom questöes 

dentfficas,e se vinculam explicitsmente a lxmaireado saberespecffica,chamada 

Psicologa.Ademais,emboradiplomadosem Medidnasâb intelectuaisiom estudos 

sistemâticos,mesm oqueextracurriculares,em Psicologiaou âreasafins. 

Por outro lado, o leitor desses autores ë também diverso.Asobras sâb 

escritasj;para Itm pûblicoculto,acaddmico,em textospublicadosno Brasil,sobaformademanuais,tratadoscom 

propösitosprâticose,principalmente,tesesdegraduaçâo 

(doutoramento)em Medi'cina. 

Irripressiona em muitasdessastesesa originalidade dostemasesuaposiç:o 

vanguardista dentro da evoluçâo geraldepsicologiaem seusviriosdom ïnios,corim 

mostrou I-ourenço Filho(1954).MasëTambdm notâveladiversidadedetemasestritamentepsicolö#cosqueelestratnm,algunsdeconsiderâvelintereseexperimentalista. 

Entreasprimeirastesesdefendid% no Rio de Janeiro estâb Paixies e Afetos 

deMma (1836),deManuelInâcio deFigueiredo',ProposiçesaRespeito daInteligJncia 

(1943),deJoséAugustoCesardeMenezes;FlmWesdoG rebro (1976),deGuedes 

Cabral.Jânaséltimasdécadasdo século M X o grau deespecializaçâo psicolögicapazecemaior.Em 

1890,JosdEstelitaTapajösapresentaPsicologia da Percepçâo edasRepresentaçôes,inàuglzrando 

apesquisaem psicologiacognitivano Brasil;aindaem 1890, 

Verfssimo DiasdeCastro escreveDasEmoçôese,em 1891,Odilon Goulartapresenta 

1zm Estudo N coclfnicodaAfasia.A memdriae a mmonalidade(1894),deAlberto 

Seabra,étalvezo primtiroestudo brasileirosobreamem6ria. 

Entretanto,foiHenrique Roxo,orientado por Teixeira Brandâo,que escreveu 

o primeiro estudo genufno dePsicologia Experimental,no sentido atualdessa 

expresâb,em 1900,com o tftulodeDuraWo dosAtosPsfquicosElementaxs,marcando 

o infcio de llmasérle de trabalhosimportantfssimosde Roxo,entreosquais 

estudossobreasensalo naclfnicaneurolögica,acriaçâode1Im laboratörio dehicolosaExm 

rimentaljunto àclfnica psiquiâtdca epostedormente aorientaçâo dosprimeirosestudoscom 

testesno pafs,usando asprovasde Bi:et-simon,condlzidospoi 

FernandesFigueira,pediatra,em 1918,no Hospfcio Nacional. 

Masj;em 1907 o florescimentoda pesquisa,retrata-senatesedeMaurfcio 

CnmposMedeiroschnm adaMétodoseniPsicologia.M aistarde,Plfnio Olinto apresenta,em 

1911,A sodaçâo deIdéiase publicao voltmePsicologia(1934),bem como um 

pa'nofam adaexperimentaçâo no pafs , em A Psicolo#aExm rimentalno Brasil,datado 

de1944 

' 

Em plenaefervescdnciado penslmentofreudiano,em 1914,Aragâb deSouza 

Pinto defendesuatese:DaPsiezmo se:aSexxulidadedasNeuroses,um assunto queo 

WlhdFrancisco deMelo Francojâintuiracom brilhonomrfodoprdinstitucionalda 

Psicologia.

449 

A ricaproduçïo daFaculdadedeMedicina doRio deJaneiro,sob aguia de 

TeixeiraBrandïo eœ nriqueRoxo orienta-separaa qualidadeacaddrnicadapesquisa 

eparaasconexöesda Psicolo#acom a Neurologa ecom aPsiquiatria.IM 1m modo 

geral,nro senotanessavaliosaprodulo,maioresligaW escom osproblemaida sociedadebrasileiraexceto 

qllzndo expressosem quesṭöesdeNeurologia ePsiquiatria. 

X partesuaobracientfica,ospandeschefesdeescolanaPsicolosabrasileira 

da épocasâo criadoresde avançadfssimasinstituiçsesdeassistfnciamédicaepsiquiitrica.Mascuriosamente,em 

cadagrandehospital,deum m odo ou deoutro,se 

criaum laboratôrio depesquisapsicolôsca,aatestaraapnixonadapreocupaWocientffica 

deseuscriadores.Entreessesmëdicos,chefesdeescola,sâb deregistroobrigatözio 

osnomesdeTeixeiraBrandâb,HenriqueRoxo,Maurfcio deMedeiroseoutrosda 

FaculdadedeMedicinado Rio. 

Na Bnbia,osgrandesnomesdaFaculdadedeMedicina,ligadosà psicologia, 

foram Raimundo Nina Rodrigues,Juliano Moreira,Afranio Peixoto,ArturRnmose 

outros.Ali,entre1840 e1900 foram defendidos42tesessobretem% dePsicolo#a, 

comoadeFrancisco TavaresdaClmha,Psicofisiologaacero do Homem (1851)eade 

Ernesto Carneiro Ribeiro,com o tftulo deRelalo daMedicina com asCi:ndasFisiolbgimq:legitimidadedah 

icologia,apresentadaem 1864. 

Masenquaùto naFaculdadedo Rio osestudos,tesesepesquisasernm voltadosprimordialmenteparaquestöesdeNem 

opsiquiatriaou Neurologia,aproduçâo da 

Bnhia nitidamentevisaaaplicaçâo socialdaPsicologa,atravdsdaCn'minologia,da 

PsiquiatdaForensee daHgieneMental.E alique,significativamente,surgeem 1897 o 

texto lapidardeJulio AfrO ioPeixoto,EpilepgaeCrime. 

. 

No infdo deste sdclzlo,expoentesdosdoisgrandescentrosmédicoscomo 

Juliano Moreira,Henrique Roxo,Afrânio Peixoto eMaurfcio deMedeiros,passnm a 

encontrar-seeacolaborar,no Hospfcio Nadonal,do Rio deJaneiro. 

Afconfluiam aorientaçâo eçnetlrolôsca'e çpsicofisiolögica'do Rio com a 

posturaçtpsiquiâtrica'e'çsocial'daBnhiaeanmbasveio juntar-seMaurfcio Medeiros, 

notfvelconhecedordemetodologiae detëcnicu projetivas,queinstalou naClfnica 

PsiquiîtricadoHospfcio 1m u boratdrio deN colo#a Exmn*mental. 

O desenvolvimento institucionalda Psicologia no Rio completa-se com o 

laboratôrio dosirmfosOsörio deAlmeida,Alvaro,Branca'eMiguel,autoresdeinvestigaçöessobre 

rellexos,queganharqm renomemundial;com o H borat6rio dePsicolosado 

Engenho deDentro,ondetrabslhnmm W.RadeckiE Nilton Cnmpos,entre 

1923 e 1937quando foiincorporado â.Universidadedo Bruil;com o laboratôrio da 

LgaBrasileiradeHigieneMental,criada em 1922,ondem squisarnm Alfred Fressard 

e Plinio Olinto. 

J;desde 1918,Franco da Rochadifundia em seuscursosnaFaculdadede 

MedicinadeSâoPaulo asidéiasdapsicano se.Dessescmsosbrotariaem 1919 seu livro 

A DouM nnde FRud.Franco daRochatinha sido desde1896o diretordo 'tœ spfdo

450 

da Vérzeado Calp o''ealiimprim ira'xmadecidida orientaçâb cientfficaquepropagara 

atravésda revistaEstatfsticase Apontnmentos,pore1ecriadanoano anterior,1895. 

Franco daRochaainda fundou duasrevistasimportantfssimas:asMem6riasdo HospitaldoJuqueri,desde 

1924 eosArqaivosdaM sist:ncia aPsicopatasdo Estadode Sâo 

Paulo.AE estâo trabnlhospioneirosdePsiquiatriaExpedmental,como Contriblziçâo 

parao Estudo da G tatonia Exm rimental(1933),deJosdRibeiro do Vale,A IàborterapianasAfecçe 

sMental (1929),deOliveiraMattos,eContribuiWo parao Estudo 

dosDerivadosBarbitM cosem Psiquiatria(1931),deOctâvioBierrenbach deCastro. 

Em Recife,ograndepioneiroUlisesPernambuco,neurologstaepsiquiatra 

criou em 1925 o Instituto de Seleçâb eOrientaçâo ProfissionaldePernambuco,depoischamado 

Instituto de Psicologia,que pormaisde 10anosproduziu numeros% 

pesquisasem psicolo#aaplicada;entreelasasdeNelson Piresqueseespecializou no 

psicodiagnöstico de Rorschach,apresentado no Brasilem 1932 graçasa doisoutros 

mëdicos,Josë Leme D pes,no RioeRoberto Veitem Sâo Paulo.Com Ulissestrabalharam 

também Anita Barreto,em medidasmentaise Sylvio M bello que,especialista 

em grafismo infantil,publicou em 1935,Psicologiado m sekhoInfantileem 1938 

llma obra dematizpiagetiano:A Reprexntaçfo dotempona criu ça . 

Em Sâo Paulo,desde1926 foram'realizadosnumerososestudosdePsicologa 

Aplicada,no Instituto deHygiene,graçasaPaulaSolzm,Benjamin Ribeiro eoutros. 

Nesse m rfodo institucionalda psicologia brasileira tivernm também papel 

decisivo oseducadores. 

A instituiçâo pedagögica pioneira da psicologia do pafsfoiPedagosum, 

espdciedeacademiadeeducadoresemuseu pedagögico queexistiadesde1890 eonde 

seorganizou um laboratörio dePsicologaPedagögicaem 1906,porobradeMedeiros 

eAlbuquerque,entâo DiretordaInstruçâo Péblica. 

Albuquerque,um m ddico que conhecia William James,publicaria,anosdepois,OsTejts(1924),primeiro 

livro brasileiro sobretestes,quandoIsaiasAlvesjâtrabnlaava 

ngadaptaç:o brasileiradasprovasdeBinet-simon.O interessedelsaiasAlves 

pe 1 o assun 'tonasceraem 1921deumaconferénciadeM buquerquesobreostestes . Foi 

p'>ça aM buquerquequeseasociaram nostrabalbosdo Pedago#um,ManuelBonfim, 

que deu cursosdePsicologiaExm rimentaldaPedagogiadesde 1916 a 1930 ePlinio 

Olinto. 

Essa dupla de pesquisadores produziu numerosaspesquis% e publicaçöes , 

comoo outro livro deBonftm sobretistes,em 1928;o vo lmePsicolo#adePlinio 

Olinto em 1934 eo estudo deOlinto,FadigaIntelechtnlem Escoln- , dtado por E. 

Claparlde. 

O Ddago#um inaugura lmapsicologiadescomprometidacom aprâticapsi- 

q uiâtrica , neurolö#caou asiste'ncial:o novocompromisso dcom aeducaçâoecom 

problemas especficos da psicolo#a.F-mqaorientaçâo ë compartiluda nasEscolas 

Normaisde relevo.

451 

Porexemplo na Escola Normalde Sâb Paulo,em 1913,o diretorOscar 

n omp on convidou,daIto a,um psie logo experimentalistaderenome,Ugo Pizzoli, 

queem Mödenaeratnmbém diretordaa cola Normalecatedrâtico daUniversidade. 

J;em 1914,Pizzoliinaugurou naD colaNorm alum maN fllcolaboratöriodePedagogia,Bxm 

n'mentale começou 1xm fecundo trabalho de treinamento dem sqe adores, 

como ClementeQuaglio,GomesCardim eSampaio Döria.O altonfveldentfûco e a 

om rosidade do laboratörio de Pizzoli esuo regstrados num predoso vo lme, 

hydzolo#a Exm rimental,de1927.Doisanosantes,a Cltedra de Psicolosa daEscola 

Normalfora asslxmidaporManuelBergstrom Lolrenço Filho,sucessorde Sampaio 

N ria.E um faio decisivoparaa psicolosabrasileira.tourenço Filho gsmharapande 

famadesde 1921qlmndo publicou osprimeirosresultadossobretestesdeatenWo e 

mnturidade paraleitura,elaboradosnaFacola NormaldePiradcaba,no interiorde 

S:oPaulo. 

No laboratörio de Pizzoli,tourenço Fillo revitalizou asatividadeqdepesquisaeteve 

como colaboradores,NoemiSilveiraeJ.B.Damasco Penna.Ali,Lourenço Filho 

realizou e odentou numerosaspesquksaseprosseguiu seusesm dossobreaprendizagem 

daleitura,iniciando em 1927a:experidnciascom o testeABC.Nomesmo ano, 

Publicadoistrabalhosmemoriveis:Contribuilo ao Estudo Exm'Hmentaldo Hoito e 

htroduWo ao Estudo daEgcola Noo ,qlmndo chega à EscolaNormal1xm profesor 

estrangeiro paralecionazPsicolosaBxpen'mentalePsicometria:HenriPiêron. 

A voltadessu disciplinascompöem-sepratiMmente1lm cmrfculo sumriorde 

Psicologa.OscmsosdeSampaio Döria eRoldâo topesdeBarrosjâem 1926 dscutiam 

asidéiaseobrasdeWilliam James,ClaparêdeeDewey;tourenço Filho ensinaa 

teoria gestztica ediscuteJameseWarren até1931,quando passaa adotaridtiascomportamentistase 

adiscutirosexpen'm entosdePavlov eosprincfpiosdeWatson.De 

seus comm nheiros naEscola Norm al,AnitaCabralseria discfpula de Wertheinere 

NoemiSilveira,alunadeThorndike.A influ:nciadessesmestresestrangeirosmnrcaria 

lrmementea produçâb psicolö#cadaUniversidadedeSâo Paulo nasduasprimeiras 

dlcadasdesuaexistlncia. 

Entre1932 e 1935,naW colaNorm aldo Rio,transformadaporAnfsio Teixeiraem 

h stituto deEducaçïo,tourenço Filhomontou 11m serviço demedidasescolarese 

IsaiasAlvesorganizou IIm serviço detestespsicolögicod.Do pdmeiro Serviço, 

depoistransformado em Inttituto dePesquisasEducacionais,sursria,em 1939,o 

famoso trabe o deArthtlrRnmos,A œianp problema;do Serviço dlrlsdo porlsaias 

MvesresultadaOstestese a ReoqnxuzaWoEscolM,publicado em 1930. 

Fasseperfodo institudonalextende-seporum século:da instalaçâo dasFaculdadesdeMedicina,à 

criaWo da U> em 1934. ' 

Em 1909,no Congresso deFastudantesdeSïo Paulo,o pioneiroIsaia M ves 

apresentaraumatesechamada A f'n-nçâo deIlniversidadœ no Bram-lem $ que seauspiciavaaestrutmaçïo 

acaddmicadaquelesesforçose tenddncia dapsicolosano pafs. 

'

452 

M assua proposta B foiatendida com a criaçâb da Uniyersidade de Sâo Paulo,em 

1934,data queiniciallmanovafaseda nossalzistöria:om rfodo nm-vemito o. 

. O nlkleo deestudoshumanfsticosdealto nfvelque .eraaEscolaNormalde 

Sâo Paulo,depoisInstituto de Educaç:o Caetu o deCampos,transformou-se,com 

alguns complementos,na nova Faculdade de Filosofia,Cidnciase tftrasda USP . 

Assim ,o Laboratörio de Psicologia Educacionalcriado por Lourenço Filho com a 

colaboraçâo deNoemiSilveiraequecontava 17 tdcnicosem tempo integralfoiincorporado 

àcâtedradePsicologaEducacionalconfiada a essa professoraem 1936.No 

bachareladoem Filosofiacriou-seoutracitedradePsicologia , entregue a Jean Mauquë 

que alilecionou de 1935 a 1944.Sucedeu-lheOtto Klineberg,substitufdoem 1947 

porAnnitaCabralque,em 1945,criaraaSociedadedePsicologiadeSâb Paulo , com a 

colaboraçâo deKlineberg. 

A partir de 1934,Psicologia ë disciplina obrigatöria em 3 anos do curso de 

Filosofia,no deCidnciasSociaiseno dePedagogiaeem todososcursosdelicenciatura 

edeixgaisim acondiçfo dedisciplinaopcional,acessöria dapsiquiatria ou daneurolo#a.A 

sim,naUSP enoutraslmiversidadesascltedrasdePsicologia(depoisdepprtnmentos)pasam 

a ser,no plano administrativo,equivalentesàscâtedrasmëdicas, 

jurfdicasou outras,o que representauma promisora conquista.Neseperfodo a 

Psicolosapassaater1xm desenvolvimento autônomo desvinculado dautilizaçâb mddicaevirtualmenteindependentedaaplicaçâoescolar. 

Deum modogeral,tambdm foradaUSP osgrandesnomesdo perfodo precedente,passam 

acomporascâtedraslniversitârias,depsicologia,com asequipeselaboratöriosqueantesdirigimn 

juntoaosHospfcios,àsClïnicasPediâtricasou àsEscolas 

Normais.M sim,em 1937,o Instituto dePsicolosadoMinistério daEducaçâo que 

forao laboratöriodo Engenho deDentro,incorpora-seâ Universidadedo Brasil , com 

brilhnntes trabnlhos de Nilton Campos,Antonio GomesPenae EliezerSchnejder, 

enquanto na UniversidadedoRio Grandedo Su1destaca-seDeciodeSouzaquefôra 

disdpulodeWertheimer,Kohler,Solomon eMurphy. 

. 

Em MinasGerais,naUniversidadeFederalcom ona UniversidadeCatölica o 

corpo docenteirlicialfoicomposto,basicnmente,dediscfpulosdeHelenaAntipoffque 

sucedera aE.Claparèdenadireçâo do laboratdrio criado naFascolaNormaldo Fwstado 

pelo pröprio Claparêde,porT.H.Simon elzon m ater.Com atransferdnciadeHelena 

Antipoffparao Rio,aCâtedradaFaculdadedeFilosofia(federalizada)pasjou aMaria 

AngdlicadeCastro,depoissubstitufdaporPedro ParafitadeBessa,queampliou enormementeo 

désenvolvimento daPsicologa,criando serviçosecursosatéconseguir,com 

muita luta,a criaçâb do Clzrso dePsicolo#anaUFMG,em 1963. 

Nesteperfodolmiversitirio dapsicologia brasileiramultiplicam -seasinstituiçöes,assodaçöesdem 

squisadorese nûcleosdeestudo nosdiversosestadosdo pafs . O 

simplesre#stro delesalongariaexcessivamenteesterelato. 

Algunsasm ctosm arcantesdessafasesâb:avindadeprofessoresestrangeiros

453 

parachefiareorientargrupos,porlongosperfodos,aformaWo debibliotec% mais 

ricas,ecriaçâb deumacarreiraem psicolo#a,mesmoqueem cursosdestinadosa Filosofia,CiJnciasSociaisou 

Pedagosa,o sursmento dainfludncia da psicolosanorteamedcanaao 

lado do influxo deorigem francesaou europëia,aassociaçâb dellmapsicolosa 

geraleexperimentalâformaçâo filosöficaou sodolögcaea vinculaçâo deuma 

psicologiaeducacionalâformaçâo em Pedagégia.Dessaorientaçfo polarizadaderivaria 

aénfaseem aspectosteöricosemetodolö#cosdapsicologia,noscursosdeFilosofiae 

CiénciasSociaisea dedicaçâo aostestes,nosdePedagogia. 

Aindamarcam o perfodo:acriaçâb deSociedadesdePsicologiaeosur/mentodaPsicologaIndusfrialou 

do trabnlho,porobra deRobertoMan'ge,E.Miray 1.0- 

pez,Betty Katzenstein eOswaldodeBarrosSantos,cdadoresdediversasinstituiçöese 

autoresdetextosimportantis,quetrabnlharam à margem dasestrum rasuniversito asi 

aUSP sö vèio aier1xm curso dePsicologiaIndustrial,nâb obrigatörio,em 1956. 

Entâo,a formaçâb psicolögica que as Universidades estataispropicism ,emboraespecializadanâb 

éprofisionnlizante:nZohédisciplinastëcnica dePsicolo#a 

nosbacharelados'elicekciaturas,emboraseexijam dosalunostrabnlhosprâticoscom 

testeseoutros ins 

trumentosdev;iostipos. !' '' ' ' 

Essa formaçâb técnicasö sur'girâapösa criaçâo dosc'msosdebacharelado e 

licenciatura em Psicologae daprofisâo de psicölogo em 1962,dando infcio ao 

m rfodo proftssionaldesta nossa lzistöria.' ' . 

. 

NaUniversidadedeSâoPauloacriaçâo do Curso dePsicologadeveu-sedecisivamente 

ao esforço de AnnitaCabral.A1i,como em outrasuniversidades;o corpo 

docente foicomposto buicam ente porpedagogose filösofosquehaviam feito carreiraem 

Psicolo/ae,dadaaexigénciadePsicolosaClfrlicano currfculopleno,tnmbëm 

pormëdicosligadosàpsicologa.Na USP,essesforam DurvalMarcondeseAnibal 

Silveiraquesejuntaram â equipedirigda porArnigoD onardoAngelini,esm cializada 

em Psicolosado Desenvolvimento,EducacionaleEscolareà dirisda porAnnitaCabral,nasireasdePsicologiaExm 

rimentaleSocialesistem% tiöricos. 

' 

> go no infcio do Curso dePsicolo/a,aUSP contratou Fred S.Kelercujo 

ensinoteveconseqûdnciasprofundasna evoluçâodapsicologa em Sâb Paulo e,mais 

tarde,em todo o pafs,atravdsdaAnéliseExm rimentaldo Comportamento edaModificaçâo 

do Comportnmento.A difusâb eodesenvolvimentodaformaçâo depsicölogosfoipraticamente 

simultâneo à evoluç:o daAno se doComportnmentonopafs. 

(Ambososprocessostiveram Rinda lxmacomppnhiaindesejadaem rsistente:aditadura 

militarimplantada em 1964). ' ' .' ' 

A U> tevegrandeinfludncia no desenvolvimento nadonaldapsicologiapor 

W14% razöes.Como Universidademaismadlzra,porocasiâo da criaçâo döscursosde 

Psicolo#a,aUSP tinhaj;equipesesm dalizadasnasvo asâreasem quesedecidiu o 

currfculo pleno e,com isso,o infdo do ensino foipraticamente imediato,o que 

tornou o institutodePsicologa 1m centro pioneiro deformaç:o dedocentesemsquisadorespazaoutroscursosno 

estado eno pafs.k ' '' '.. '

454 

Talvezaéreaem quemaisserevelaesainfludnciasejaada AnéliseExperimentaldo 

Comportnmento,hojedifundidaem praticnmentetodososgrandescentros 

deform açâo depsicölogosdo pafs. . 

Esadifusâb daAnéliseedeseu complemento clfnico-pedagôgico,a Modiûcaçâo 

do Com portnmentp,começou nasFaculdadesIsoladasde Sâo Paulo em queo 

corpo docente se com plmhade çtftlösofos-psicölogos''ou ttm gagogos-psicölogos'e 

profissionaisdePsicolo/arecdm formados.Maso episödio decisivo foi,talvez,ainstalaç:o 

do departnmentodePsicolosana UniversidadedeBraslia,porobra deF.Keler, 

CarolinaM.Bori,Rodolpho AM eJ.G.Sherman,em 1964.AliaPsicolosa eraensinadaafuturospsicölogos,mlicos,biölogos,médicos,arquitetosou 

ffsicosquevinlmm 

denumerososestadosdopafseaeleslevarnm lxmasölidaform açâoem AnziseExm rimental,queaUnB 

hojemantém,am rfeim ada. 

A dissoluçâododepartnmento,no f'malde1965,porpressïo do governo militar,implicou 

nadiflzsâo daequipededocentespesquisadoresporvâriasoutrasinstituiçœ 

sem diferentesestados,enquanto aUSP continuava,com discfpulosdeprimeira 

horadeKeler,a produçâo cientfficaediditicacom orientaç:ocomportnmentista. 

Nastiltim asdécadasoutru orientaçöesteörico-metodolögicatambdm marcarnm 

aevoluçâo dapsicologia,obviRmente,masainfludncianeo-beh>vioristafoiprovavelmenteam 

aisnmplaediversificada nessem rfodo. 

Hojesepodenotara pujança deoutrastenddnci% comoo cognitivismo,as 

correntes'clfrlicas de matriz psicodinâmica e existencialista,o retorno àspreocupaçöestéoricas,avoltaàsinterelaçöescpm 

a filosofia,asabordagenspsicobiolöscu,o 

renovado Kteressem laobradePiagetou pela teoriapsicanalftica,etc. 

Qluisperspectivasseabrem hoje,paraa psicologiaexmrimentalno Brasil?E 

diffdla resposta;maso este o atualindicaalpzm% direçöesparaasquaistenderiao 

desenvolvimento deesm cialidadeem futuro pröximo. 

' 

. , Segtmdo o que,presentemente,tudo indicaaexperimentaçâo em psicolo#a 

dever; incorporar rfpida e nmplnmente reclzrsostecnolögic'osda informfticao que 

devetrazerenormesvantagensparao controleexperimental,aaglizaWo dapesquisae, 

sobretudo,a comunicaç:o instantânea entre pesquksadores.Asequipespoderfo ser 

constitufdasWasatélites.A pesquisadeverédefrontar-secom questöesnovasprincipalmentedeordem 

epistemolöscaederivadasdedoisfenômenoscomplementares:declfnio 

daortodoxianeo-behavioristadeçtestritaobservância'descritivistaeo surgmento 

de um novo mentalismo,nâo espiritualista,que resulta de vertentesdiversas 

como asditasneurocidncias,apesquisacognitivista,aprogressivadnfasenasemiologia 

e na lingufstica,e osavançosna ârea da chnmada çtinteligdnciaartiidal''.E de 

esper>pse queo reflexo dam squisa de estilo Sanna-box,embora nâo signifique o 

acaso da anélise exm rimentalde comportamento,contribuir; para lxmarediscuss:o 

da importo cia do controle smbientalcomo critdrio defactualidade.Dessasdiversas 

tendénciassâb prenfmciosarevalorizaçâo daconstruçâb dateoria eareconvocaçfo da 

flosofiaedahistöriada ciénciaaosambientescientfkosdepsicologadehoje.

455 

Refe/ndas 

Iouzenm Filho,M.B.A N cologia no Brasil.h :Azew do,F.M t'ldarf,,no & J,l.Sfo Paulo:Melhoramentos,1954. 

Massimi,M.HistôriasdasJ'd& ,Psicolôfcasno& Ja7e- Obmzdo 'er/H o Colonkl.niuertaWo 

de Meskado,lnsututo de h icologiada USP,1984. 

Pessotd.1.m dosparaumaHhtöriadaPsicolo#anoBmml.n frologl,,wl.1,ano 1,1-14,1975.

M ESA R EDON DA 3 

PUBLICAG O CWNTPICA EM PSICOIY IA NO BQASIL 

- Situalo atualdaspublicaçöesem psicolo#ano Brasil. 

L ncoln da Silva Gimenes 

- Propostapara asistematizaWo edivulgalo dapesquisa epriticapsicolögcaem 

Revistasemecializadasno Brasil. 

cllian B.Gomes

SITUACAO ATUALDAS PUBLICAX ES EM PSICOLOGIA 

xo BRASIL 

Y 

COLN DA SILVA GN ENES 

UniversidadedeBrasla 

O objetivo dapresentemesaredondafoio detentazdescrevereavaliarasitlzaçâoatualdaspublicaç&sdentfic% 

em psicolo#ano Brasil,com respeito ao nfzmeroetijosdepublicaç:o,injtituiçöes,fmandamento,polfticu 

editoriais,etc... 

Como subsfdio paraessadiscmsïo ! tentamosfnz-rlxm levantnmento,o mais 

completo possfvel,dasrevistasdentficasem psicolosa,quanto âssuasorigens,drclilaWo,fmanciamento 

emodo de distriblzilo.Paracoletaresasinformaçses,consultamosagrandemaioriadosdepartamentosdepsicologia 

do pafs,em squisam ostod% 

asfontesposfveisquepublicam relae sde m riödicos.O quadro a seguirrepresenta 

um aaproximaçïo da situaçâo geraldessaspublicaçœ s. 

Quadro1-Ree tasCientïlicasem Psicolo/ano Brasil. 

Revista Instituilo Finandamento 

AnnualResearch Report UV -RP USP 

ArquivosBrasileirosdePsicologa 

Boletim dePsicolo/a 

FGV FGV 

Soc.dePsicolo#adeSâopaulo éröprio 

Boletim dePsicologa a colar tmKv -Assis UNBV 

Cadernos UFlll UFRJ 

CadernosdeAnfisedo ABAC ABAC 

Comportamento 

CademosdePsicolosa FAFICH-UFMG UFMG 

CadernosdePsicologa 

Nlkleo deEstudosFreudianos Pröprio 

Campina Grande 

Cilnciado Compoxamento:Teoria SBAC SBAC 

PesquiaePritica 

a tudosdePsicologa PUCCAMP C* q 

Psicolo#a FaculdadesFranciscanas Pröprio 

Psicolosa SociedadedeEstudos Ce q,FING 

Psicolö#cos-SP 

Psicolo/a:CidnciaeProfissfo ConsehoFederalPsicologa CFP 

condnua 

459

46e 

: 

q:. 

Quadro 1-Continuaçïo 

' 

Revista Instituiçâo Financiamento 

Psicolo#aClfnica:pösr radualo PUC-RJ PUC-RJ 

' ' 

.e Pesquisa 

, . 

. 

Psicolo/a eSociedade ABRAPSO ABRAPSO 

Psicolosa:Reflexfo eCrftica UFRGS W RGS 

Psicolo#a:TeoriaePesqlzisa 

' 

UnB CNPq 

. . 

RevistadePsicolo#a .Instituto CulturalNewton Pröprio 

. 

' 

. 

Paiva Ferreira -Belo Hodzonte 

RevistadePsicolosa W CE UFCE 

Esse quadro representa as informaçöes fornecidaspelosdepm amentosde 

psicologa(tercade60% respènderam àsolicitaçâo)eobtidasatravésdosfndicesde 

publicaçöesdeperiödicos.EsarelaWo sö incluiosperiödicosdedicadosexcluivamente 

àârea depsicologia.Existem ,entretanto,vâriasoutraspublicaçöesqueapresentnm 

trabnlhosde psicolo/a,como ëo casù da Cidnciae Cultura,erevistaspublicadasm 

losCentrosde Hllmanidadesdealgumasuniversidadesfederais,como porexemplo 

a UFPA eUFSM,entreoutras. 

Dentro desse quadro,encontramosdesdem riödicosdecirculaçïo nacional, 

atd periödicos de circulaçâo quaseinterna.Da mesmaforma,osconselhoseditoriais 

varinm de conselhos com representatividade . nacional,atd conseliosfoimadospor 

membros de 11m értico depârtnmento.No n-mbito dacirculaçâb,existeltmavariaçâo 

d deapublicaç:o regularcom correspondênciaentrea datadeca'padaediçâo eefeties 

distriblziçfo damesma,até apublicaWo Jsporidic:com coresponddnda irreal 

entreadatadecapaedistribuiçâo darevista.Xlëm disso,existeuma grandediversidaden'o 

modo de circulaçâo dessasrevistas;algumassâo distribufdasatravd!deassinatu- 

. ;' ' ' . . 2 . 

ras,enqluntooutrassrodistribufdasatravësdedoaçôeseoutrasaindatem drculalo 

. . . ' . 

b%tante restrita,quase que interdepartamental.Essasdiversasformasde ciiulàçïo 

' 

fnz.em com qu4o conhecimento produzido eniPsicplo#anoBrasilatinja diferencialmente 

aaùdidnciaaque,em princfpio,e1esedesti'a.Enquantopartebesseconhedmentoédividido 

porgrandeparcela daaudidncia,outrapartedesseconhedmento nâo 

ultrapassaasfronteirasdoespaço ffsico ondefoigerado. ' ' 

Um fato importante asqrobservado,em relaçIo âspublicaçöesnadonais,ë 

. ' . , 

' 

quepandepartedelasëfmanciaiaporverbaspéblicas,queressasverbassejsm ; rejàsî' 

o ou atrav ds deinstituiça spéblicas,federaisou 

sadasatravdsdosörgfosdefomen 

' 

. . 

. 

. 

estadluiq.Essefato,aliado âirregulazidadedealgumaspublicaça seniodo dedrcula- 

Wù'deoutras,sugereobvinmentelxmam4versaçzo deverba no tocanteaesetipo de , 

'

461 

atividade.A nossaopiniâo dquese deva estabelecerum apolfticamaiscriteriosà m la 

qlnlosörgfosdefomento fmancinm ess% publicaçôesaldm de lmapolfticadeeditoraçâo 

estabelecidaentre as.instituiçœ sinteressad% na divulgaçâb do conhecimento 

dentffico em Psicolo#a,para que sepossadiminuira dispersâb derecmsostanto 

fmanceirosquantohllmanos,eassim criarmbscondiçöesparavefculosviéveisdedivulgaçfo,capnz-sdeatin/raaudidnciaaqlmlsedestina. 

'

PROPOSTA PARA A SISTEMATIZACAO E DIVULGK AO DA 

PESQUISA E PRATICA PSICOLOGICA EM REV ISTM 

ESPECIA LIZA DAS NO BRASIL 

WILIJAM B.GOMES 

UniversidadeFederaldo Rio Grandedo Sul 

O crescimento daprofissfo depsicölogo,s'uaafirmaçfono mercadodetrabalho 

easrelaça sentreform açâoeatllsplizaçâo profissional,estâo aexigiruma revisâb 

cuidadosado sistema deprodlzçïo edistribuiçzo detextosdePsicologia nopafs.Existe,no 

momento,um acervo relevantedepesquisasrenlizadaseem andamento,assim 

como t1m mimero expresivo degruposdeformawo ou pequenassociedades,em geral, 

' 

. 

voltadasparallmadetermmadalinhadepesquisaou priticaprofissional.Muito deste 

materialépublicado em redstasinternacionaisou em periödicosbrasileirosindexado 

no çphychologcalAbstracts'o quemuito facilitaa sualocnlizaWo.Contudo,a pandem 

aioriadestematerialépublicado em revistasdefreqûdncia irregulardecirculaçâo 

restritae sem estarem catalogadasem a1gt111tipo deeçindex''acessfvelàsnossu preciriasbibliotec%.Em 

outru palavras,muito do quedpublicado tem possibilidadereduzidadeserlido 

poralgum pesquisadorque,em outrapartedopafs,estejafazendo revisâo 

deliteratura ou simplesmenteinteressado em ablnlizaz-seem determinado töpico. 

Em princfpio,ëfâcilcriticara conjunturaeducacional,osproblemasdoscursosdeform 

açâo,afaltadepesquisanasUniversidades,a preemriedade geraldasbibliotecas,argumentar 

que psicölogospouco ldem e rara ente escrevem e,talvez,maks 

cone centemente, dizzr que faltam recursosfmanceiros necesso os.Neste artigo 

quero discordardasjustificativasapresentadase argumentarqueexisteo interesse 

profissionale osrecursosfmanceirosnecesso os.O problem asitua-se,isto sim,nas 

relaça sentrem squisadores,profissionaiseUniversidades.Amqim ,gostariade sugerir 

algunsasm ctosque,senmplam entedebatidoseestudados,possam contribe 'paraa 

identiûcalo das condiça s neceslias e sulidentes para a publicaçâo regular, 

especinlzada,eacessfvel,da prftica epesqulapsicolö#ca. 

Produz-segrandesquantidadesdeperiödicoscientficosno Brasil.(NaediWo 

de1983 do InstitutoBrasileiro deInformaçâb em CidnciaeTecnolo#a(IBICT)estavam 

azrolados25œ tftulosdeperiödicosquej;haviam recebido oISSN - Nlimero 

IntemacionalNonnalizado dePublicaçasSeriadas).PraticamentetodasasUniversidadeseInstituiWesdeEnsino 

Sumriorpublicam,com maiorou menorfreqûdnda,a1- 

glxm tipo dem riödicos.NasgrandesUniversidadespublica-secomtlmente1:m periödico 

gerale,ainda,vo osperiödicosportmidadesadministrativas,centros,faculdadese 

atd departamentos.Fastes m riödicos servem à divulgaçâb da pesquisa produzidana 

463 .

464 

Universidadeealgum% vezesasslxmem lzmafunçfo derelaçöespflblicr.Estâo sempre 

em allxmamesadassalasdeesperadereitoriasepröieitorias.Asvezestambém g 

sfo 

encontradosnasbibliotecasdasrespectivasUniversidades.Estasrevistaspublicsm disclzrsos,conferdnciasem 

squisasdasmaisdiferentesdisciplinas.X distribuiçâb costuma 

sergratuita e aceita-se como permuta revist% congéneres.Nestesperiödicosencontram 

-se,âsvezes,textosem Psicologia. , 

Sâo poucasasrivistascientffic% especiâlizadasnapublicaçâo detextosem 

Psicologia.Em borasendo giandeo mlmero derevistascientffic% publicada,o nfzmero 

delasquesededicaàPsicolosaëpequeno.A listagem deperiödicoscatalogados 

mlo ISSN inclufa em 1983apenas11tftulosem Psicologa.A mesmacrfticaapresentadaaosperiödicos 

lniversitfrios-aplica-seaestasrevistas.Sâo generalistas(no âmbito 

daPsicologia),eincluem em suasediçöesgrandevariedadedelinhasdem squisae 

abordagensdiferentes. 

Asrevistasespecializadasem Psicolo#asâopublicadasporfundaçöes,sociedadesedepartnmentosuniversitârios.A 

maioriadestas-revistassâb publicaçöesirregtlares.lIâexceçôes,entreelas,abravatçArquivosBrasileirosdePsicolosa'.Outfasrevistasv:m 

apresentando certa regularidade,m astendem asofrerde alglmgproblemu 

congênitos:sâb generalistas,restritasa pesquisa e eventoslocais,e osconselhoseditoriaisestâopresosainjunçöespolfticasou 

aburocraciadedepartamentosuniversitérios. 

Em sllma,a m aioria dasnossasrevistasespecializad% sâb irregulares,isto é,aparecem 

com grandesintervalosentre um mlmero e outro,quando nâo sâb raddades,isto é, 

nascem e morrem num sö vollxme e nflm ero. 

A participaçâo de Sociedadesde Psicologia na publicaçâo de revistas deve ser 

vksto napröpriaconjunturaatualdestasSociedades.SâodoisostiposdeSociedadesde 

Psicolo/a:asSociedadesGeopo cas,easSodedadesEsm dalizadas.AsSociedades 

Geogrâficas,em geral,foram asaglutinadorasdeprofissionaiseinteressadosem Psicologià.Antecedem 

aosConselhose Sindicatos.Algtlm% destasSodedadesforam organizadasem 

regimede urgdnciapara resguardaralgum direito paraaprofissâb iniciante. 

Assim ,as Sociedadesnosseusprimördios,estavam preocupadascom a luta da categorià,adivulgaçâocientfficaeasrelaçöesentrepsicölogosecomlmidade.EstasSodedadestendem 

asergeneralistaseobjetivnm a agregaç:o earticulaçâo dacatejorianuma 

determinadaresâo.MuitasdestàsSociedadesou A sociaçöestranformaram-seem 

Sindicatoseserviram tnmbdm deapoio àorganizaçïo dosConselhosRegionais.Contudo,muitas 

' disSociedadesquecontinuaram existindo paralelasaConselhoseSindicatosestâo 

hojeenfraquecidas,àsvoltascom dificuldadesfmanceirasedefrontando-'se 

com necessidadesurgentesderedefiniçIo depapel.Poucaspermanecem ativaseprösmrastum 

exemplo,ë aSociedadedePsicologiadeRibeirâoPreto com seu concorrido 

encontrp alrml.As ivistaspublicadu poresia sociedadessâb irregulares,generalistas,distribufdu 

exclusivnmenteaossöciosedncontrnm dificutdadesem obtercolaboradores.

465 

AsSociedadesespedG zadasparecem responderàsdem andr do cresdmento 

e diversilcaWo daPsicolo#acontemporMea.Sâo Sociedadesesmcinlizadasnumadeterminadaïrea(Psicolo#aSocial),numacertaprâtica(Psicodre 

a),ou numacerta 

linbademsquisaeaplicaçâo(AnflisedeComportnmento).FatasSodedadestem sua 

gdneseem puposdeestudo ou formaWo queprosmramm,ultrapassarnm bareiras 

re#onaisechegam a alcançarcertaorganizaçfoa nfvelnacional.FwstasSociedadesnormnlmentepromovem 

rellniöesdeestudo,cursos,supervisâb,encontrosealgumaspublicam 

boletinsquetrazem osanlklciosepromoçœ se,âsveas,m quenosartigos,relato 

depesquisa,estudosdecaos,ou trabalhosapresentadosnosencontros.Ascaracterfsticu 

destaspublicaçöesdificultam sua catalogaçro econservaçâo,masapresentam o 

mdrito deseresw cializadas,.diri#dasaum pflblico esmcfûco edesenvolvem tlmatradiWo 

depesquisaeprâtica.Dest% Sociedadesdeverfosairosm riödicosesm dalizados 

portöpicoou abordagem . 

A distribuiçâo depublicaçöesseriadascom textosdePsicologiaësensivelmenteprejudicadamla 

iregularidadedasrevistas,mudançasconstantesnostftulos,ausdndademlmeraçâo 

adequada,ausdncia de ISSN,eplincipalmente,seu asm cto generalista.Nasbibliotecasascoleçöesde 

periôdicosestâo sempreincompletas.Asbibliotecas 

parecem nro terrecursosou iniciativaparaconservarasassinaturu.Asbibliotecas,por 

suavez,respondem quegrandepartedaculpaest;nafraglidadedasestnzturasadministrativase 

organizaçâb temiticadasredstas.Poroutro lado,profissionaisnâo s:sentem 

encorajadosparaassinarperiödicosque nuncasabem quando chegam edo quev:o 

tratar. 

A recuperaçfo deartigo conheddamenteem portugudsëpossfvelatravësdo 

k rviço deBusca Bibliogro ca do IBICT.O acessoaestematerialépandementefacilitado 

pelaComutaçâoBibliogro ca.Contudo,noc%o derevisâb temâticadeliteratura, 

seapreocupaç:oforo levantamento dem squisaproduzidanopafs,a tarefaédaxmais 

diffceis.Nestesentido,acriaWo do tslmériosCorrentesBrasileiros:CidndasSodais 

eHtxmanas'indica 1zm avanço significativo.Sem indexalo apropriada achancedeque 

textose msquisu escritosem portugu:ssejam lidosedtadosé remota. 

Em concltksâb,pode-sedizerque1zm grandentîmero deperiödicosdentfûcos 

ëpublicadono pafs.M uitasdessasrevistassâb publicadascom verbasgov'em am entais , 

sejaatravdsdasUniversidadespflblica,seja atravdsdeagdndu govermmentaisdeI1- 

nandamento de m squisa.Contudo,esse acervo nâo parece estarsendo aproveitado 

' 

elkientementeporfaltadeestruturaapropriada,tanto naconcepWo quanto divulga- 

Wodospedödicos.A sim,nïo ésuficienteo entusiasmodeSociedadesGeopflkas 

dePsicolo#a,degrupo deprofessoresImiversitirios,deprö-leitoresdepös-graduaçâo 

emsquisa,etc...,parao lançamento efetivo derevistascom textosem psicolosa.2 

necesso aumaarticulaçâo entrepesquisadores,praticantes,estudantes,departnmentos 

universito os,örgâosdeclasseesociedadespara que tenhamosperiödicosdealcance 

nacional, quesejam regulares,especinlizadoem töpicos(desenvolvimento,sodal,

466 

clfnica)eabordagens(cognitiva,comportamental,etc). 

œ staforma,aproduçâode revistasesuaespecializaçâo seriagrandementefacilitadasepudëssem 

osconhecero interessedosmaisde70 mi1psicölogosexistentese 

se utilize apropriadnmente ascontribuiçöes cientffic% eprofissionais.Asrevistasserinm 

regularesmasem um nfxmero bem menordo que essa imensa dispersâb de tçocasionlios'.Teriam 

corpo editorialcom represtntatividadedentïficaenadonal(nio 

restritosa1zm departamento'ou a lmaregiâb).Ascontribuiçöesestarinm refletindo o 

estado daarteem determinado töpico ou abordagem .Asuniversidadeseseusprofessoresestarinm 

divulgando suaspesquisasmas,parauma populaçfo sabidnmenteinteressada 

e em condiçöesde avaliâ-las.Neste plano geral,haveriam revistasque tratarinm 

detemasgerais,haveriam revistasdedivulgaçâo erevistasespecializadas .


CUIA ,UMA PROO STA PAM FORMAG O DE 

PROFISSIONAIS E PESQIIAAX RES EM O IO IM IA 

- O Curfculo deGraduaWo em Psicologia naUFPA:umacontribuiWo 

paraformaçâo de proûsionaise pesquisadoresem psicologano Brasil. 

Grauben JoséAlvesdeAssis 

- Currfculo:reformaou transformaçEo. 

JoséGonçalvesMedeiros 

- CurrfculodePsicologiana UnB. 

MarisaMonteiro Borges

O CURRIQULO DE GRADUACAO EM PSIGOLOGIA NA UFPA: 

UMA CONTRIBUICAO PARA FORMACAO DE PROFISSIONAIS 

E PESQU ISADOR ES EM PSICO LOG IA NO BRASIL 

GM UBEN J.A.DE ASSIS 

UniversidadeFederaldoParâ 

œ sde 1985,com acriaçâo dosDepartnmentosdePsicologiaClfnica,Exm rimentaleSocial-Escolar,vinculadosao 

Centro deFilosofiaeCidnciasHlxmanas,tomou 

umaforma maisorganizadaum movimento parareformulaçâo curricularcujo resultado 

foiaaprovaçzo pelaUniversidadeFederaldo Parâ do Novo Currfculo plenodegraduaWo 

em Psicologaatravdsda Resolvçâo 1.604 de01.03.88. 

Simultaneamenteàdiscusâb queacontecia no meio acaddmico em relaWo 

à mudançadoscurrfculosdegraduaçâb doscursosdaUniversidade,haviaumainquietaçâb 

deprofessoresealunosdePsicolo/!quanto ao curso,preocupaWo em atualizar 

contelido emetodolog%,redistribuiçâb decargahorliadasdisciplinasem decprrdnciadetransformaçöesnapröpriaorgnnizaçâodo 

conhecimento psicolögco ede 

novastecnologiaspostasem uso naprofissâb.Duranteosanosde 1986 e 1987um a 

Comissâb deProfessoresealunosanalisou osproblemaslevantadospelacomunidade 

acaddmicaeW riaspropostasdereformulaçfo curricularqueenvolvinm principalmentea 

metodolo/adeensino anfvelda deftniçâo do regime.diàftico,proporçfo de 

disciplinasobrigatöriase optativas,bisicasgerais,defreaeprofissionalizanteseprdrequisitps.Em 

seguida,em funçâb dosespaçosdeatuaçâb afetosaostrdsdepartnmentos,buscou-seo 

equilYrio nadistribuiçâb daéargahoririaesm cficadePsicolo#a 

entreostrdsœ partamentosdePsicolosaenvolvidosnareformulaçâb curricular. 

O N . ovo Currfculo lcou assim ,aprovado poraltmoseprofessoresdePsicologia 

assim com opelasinstânciassuperioresdaU& A : 

a)Ciclobisico geral- Nesteciclo estâb alocadasWriasdisiplinasobrigatörias 

pertencentesaoutrosDepartamentosdaUiversidade.Inclui,também ,disciplinasde 

Psicologaquevisam instalarrepertörio essencialpara o desenvolvimentodo altmo em 

disciplin% posteriores; 

b)Ciclo bisico esmcfico - Nestedcloestfo alocadasasdisciplinasbisicas, 

obrigatörias,pertencentesaosDepartamentosdePsicologia.Sâb aquelu fundamentais 

parainstalaçâb derepertörio noallmo paraposterioresestudosnosdiversoscnmpose 

abordagensdaPsicologa; 

c)Ciclo profissionalobrigatédo - Nesteciclo estïo alocadasasdisciplinu 

obrigatöriasdostrêsm partnmentosde Psicolosaconsideradasesenciaisemfnimas 

paraformaçZo especializadaem Psicolosa.Incluem,sinda,asdisdplinu correspondentesao 

Currfculo Mfnimo dePsicolo#a,complementaresàsalocadasnosciclosbâsicos; 

469

470 

d)Ciclo profisionalopcional- Nestedclo estâb alocadr asdisciplinasque 

promoverxo 1lm treine ento espedalizado nasâreasdePsicologaexistentesnostrês 

Departamentos. 

M guns asm ctos sâb fundamentaise inovadores nesta proposta curricular: 

seu carâter''opdonal''permitindo aoaltmo m aioreqvolvimento em seu estâgio sum r- 

visionado com 600 (seiscentas)horasdeatividades.Seu aspecto 'toptativo',mrmitindo 

ao aluno cursardisciplinasalternativasquevenhnm contribuirpara suaformaçâo 

acaddmica,contando-separasuaformalooscrëditosdequalquerdisciplinaqueo 

mesm o venhaacursarnaUniversidadecomo 1m todo ou dentro do seu pröpdo curso, 

totnlizando 600 (seiscentas)horas.Introduç:o denovasdisciplinasinexistentesno 

antigo cmrfculoerevisfo daquelasjâ existentesatravdsderedistribuiçâo decargahorâriateöricaou 

pritica enovasmetodolosasdetrabalho (cursoprogramadoindividualizado,porexemplo).Outrase 

acterfsticascomplementam onovo currfculo,enfatizmndo 

aformaçïo individllnl'do profissional.CadaestudanteobrigatoriamentefazlIm 

tinicp Trabalho deConclusâb deCurso (K C),recebeorientaçâo acaddmicaindividual 

porfrea,com cadaDepartamento alocando nm professorerientadorduranteo perfodo 

dematrfcula.Cadaœ partamento dePsicologatambdm alocar;um Profesorpara 

o ensino deMetodologaedeHistöria em suaârea.O envolvimento do estudantecom 

a pesquisa ou'extensfo dever; sedar atravdsde disciplinasque envolvam osestudantes . 

como aprendia snaslinhas-de-trabalho decadaDepartamento. 

' 

Abaixo,a Tabela 1mostra a carga horâria e oscrëditos totais exigidospara 

formaçïo do profissional. 

Hsbilitaçöes 

Cargahorfriaem disciplinas 

Obrigatörias 

Optativas 

Crdditos 

Bacharelado 2.910 hs. 186 

Form açâb dePsicölogo 3.510 hs. 600 hs. 293 

Iicenciatlzra 3.645hs. 204 

Foimantido o resmedidftico semestral'epordisciplina,com omizmo de 

420 (quatrocentosevinte)horasem lo menosumadisciplinaporsemestre,com 5 

(dnco)anosdeduraçâb no mfnimo paraFormaWo dePsicôlogo. 

Atunlmente,o processmentö dasmatrfculase todo regstro acadêmico d 

feito em örgâb centraldaUniversidade.Umacondiçâb quefacilitar;o processodematrfcula 

eo acompsnhnmentodavidaacaddmicadosestudantes(previsto parao pröximo 

ano)ser;sua informatizalo anfveldo colegiado do curso.

471 

Fhmlmente,longedeserum produto acabado,com dnfasenosconteidos,es- 

. tecurrfculopretendeu serflexfvelparaacompanharaevoluçfo daCidncia,daProfissâb 

edaSociedade,ao mesmo tempoem que cadapropostacurriculardeveseracomm 

nhada porllmapolfticadeincentivo àpöslraduaçfo dedocentesediscentesdestacados,apoio 

técnico,melhoriasna infra-estrutura param squisa,ensino e extensro, 

salirio decentepara o corpodocenteeumaavaliaç:o sistemftica dosresultadosale-qnp 

dosreferidosàscondiça sdetrabalho ofereddas. 

M uito obrigado.

CURRIQULO:REFORMA OU TRANSFORMACAO 

Jost GONCALVES MEDEIROS 

UniversidadeFederaldeSantaCatarina 

. : 

Reformarcurrfculostem setornado umapreocupaWoconstantedeprofessoresealunos.A 

necessidadedem udanp dquaseum consenso.Dependendo dapolftica 

que se adota,tanto a natureza quanto o tipo e a intensid>de do esform seriam 

mlzito diferentes.Nâb tenho apretensâo deexpormnislxmntdcnicademudanp mas 

indicarfatoresque,ao meu ver,tem impedido transformnWessignificativasnoscursos 

depsicolojia. . 

Um deleséo enfoquequeédadoaotrabalho.Frequentementenâo sâoos 

objetîvosquecontrolnm nossasaWesdemudanp mnsapenasetâo somentenomesou 

rôtulos de àisciplina,quantidade de carga horfia,prë-requisitos,remnnejamento, 

introdulo eretirada dedhciplinas.Nâo qu4estasatividadesnâo sejam importantes 

enquanto meiosparaseatingiralplm objetivo mnselastem setornado/k,çem simesmo.Aldm 

domaisasmudanp stem sidosuperficiais.N:o setem mudado,porexemplo,acargahorliadedicadaàpesquisaenem 

suarelaWo com o ensino eâextensâo. 

A tâo faladaindissociabilidadeentreestestrdsnfveisdeatividadeexisteapenasanfvel 

teörico.Nâb seiem tocado nosmecanismosdeavalialo,tantodedocentes,comodos 

cursosedosdepartnmentosem geral. 

Para ilustrarminbnsconsideram essobré p modo de intervirnoscurrfculos 

sem grandes chancesde sucesso,mostrareialgunsasm ctosdo proœ sso de reformn 

curriculardo clzrso de psicologia da UFSC.Asintervenl estem ocorridoqm seque 

anualmenteerealizadascom basenasseguintescategorias(verTabela 1):a)alteraWo 

do nfzmero decrëditos;b)exclu-o/inclus:o dedksciplinas;c)alteraWo denomede 

disciplinas;d)estabelecimento/exclusâodeprd-requisitos;ou requisitosparalelos;e) 

remanejnmento dedisciplinasdeumafaseparaoutra;9 trànsformnWodedisdplinas 

optativasem obrigatöriase vice-versa. ' 

. 

Estascategoriasconstituindo-seem parteslegftimnsdeum procedimento de 

alteraWo curricular,lcabam portransformarieno pröprio e,nessereducionismo, 

tem deixado delado partesimportantesdo processo comodefmiWo diretrizesorientadoras,especificalodeobjetivos,deftniWo 

do perf'ldo proflsionalefundnmentalmenteavaliaWo 

dasmodifimçsesrealizadas.ComoasmodificaWessâofeitasapartir 

decritëriospouco claros,torna/ediffcilou quaseimpossfvelefetm raavalialo.Dito 

demodo alegörico:'çnâo sesabendo quermminho percorrerenem ondechegar,tornase 

diffcilavaliarseo percursofoiadequado eseoobjetivo foialcanpdo'.Weber 

(1987)critiemndoo tkso deuma dasœtegoriasafirmnqueçenâo bastaintroduzirou 

473

474 

finirdisdplinaseou mntëriasdo cur'rfculo mfnimo , como foisugeridopelo DAU/ 

rede 

MEC,nosidosde 1978...''Continuaaautora:...isto significariaapenaslxmnsubstituiWo 

ou correlo daZternativaatëentâo escohidanaformsdeconceberasarticula- 

W esentreosWriosasm ctosda Psicolosa...'Vejnm porexemplo,o currfculo do 

curso dePsicolo#adaUFSC foialvo de108alteraWesnosseus10 anosde existdncia, 

ou seja,10 alteraWes,em mddia,porano.Na Tabela1estâo apresentadasascategoriasutilizadasdesde 

1978 atë 1986.FoipossfvelclasificarasintervenWesem 10 

categorias,sendo o estabelecimento'deprë-requisitosamaisutilizada,vindoaseguir 

ainclusâo dedisciplinasealteraWo do mlmero decrdditos.Verifica-sequeafreqûdndamnisalta 

deintervenW esocoreu nosanosde1985e1986 sendo queem 1984 foi 

implantado o novo currfculo. 

Esteprocedimento deintervirnoscurrfculosnâo tem produzido resultadossignificativos,masapenasa 

prfticasreformistasonde a estrutura geralpermanece a mesma. 

Sâo m udanças desta natureza que queremos? Entâo o quefazere poronde comepr? 

Estastrdsquestöes:o quequeremos,o quefazerepororldecomemrpodem 

indicar xmnnovamaneiradeseconcebermudanp curricular.A oquestöesquepodem 

setransformare!n legftimosproblemasdem squisa. 

O quequeremos? 

QImIë o profissionalquequeremosequenecenitamosfonm r?E1edeveestar 

voltado para aresolulo dosproblemasdo mercado de trabnlho ou voltado paraa 

resolulo dosproblemasda populaWo em geral.Seo mercado detrabnlhoconstituirseno 

polo orientadordoproœ so deformalo,entfo o ccrfculo quenecesitamos 

terâ determinadascaracterfsticasmasseo polo ori:ntadorforasnecessidadesda populaWo,entâo 

ascaracterfsticasdocurrfculo serâo muito diferentesdoprimeiro. 

Mercadodetrabalho enecessidadesda populaWo nâo sâb osfmicosaspedos 

aserem consideradosnlm processodealteraWo curicular.Arvem apenasaquipara 

ilustrarqueestetipo detrabalho devepartirdem etaschrnmentedefmidas.poderfamos, 

porexemplo,traprcomo meta a formaWodeum psielogo generalkstaem vezdeespedalista,com 

dnfaseno treino em pesquladetalmodo quepudesseyquando formado, 

uti lizar-sedastëcnicaspsicolbgicasnumapersp'ectiu mepostecnicista.E,duranteo 

processo deatuaWoprofissional,conthrlnrcom a prïticadepesquisanam rspectiu 

deprodulo deconhecimentosem ambientesquenâb o universitfio e,namedidado 

po%fvel,interagir,via encontros e congressos,cpm o conhecimento produzido na academia. 

. 

0 quefazer? 

Reformascmricularesnâotem faltado nosliltimosanos.E porquenfo temos

Tabela1-Freqidndadàutilizaçâb dascategoriasdeintervençâono currfculodo curso dePsicolo/ano perfodo de1978 atd1986. 

+ 

< 

ApO 1978 1940 1981 1982 1983 1985 1986 

atego 

OP OBR OP OBR œ OBR OP OBR OP OBR œ OBR OP OBR Total 

Alteralo do nî 

decr'editos 3 3 1 1 13 

Exclusrode 

disciplina 

Incllsâb de 

disciplina 

Alteralo denome 

dedisdpM a 

a ta'belecimento de 

prd-requkito 

h tabelecimento de 

requisito paralelo 

Exclusâb de 

pré-requisito 

Remsnejamento de 

disciplinas 

1 

1 

2 8 

4 2 2 1 

2 

3 

1 4 

2 

17 

7 

15 21 39 

1 2 1 7 

Transformalo de 

OP para OBR 1 

Transfornlaçïo de 

OBR paraOP 6 6 

TOTAL - 5 - 1 7 14 - 3 11 12 12 19 1 23 108 

3

476 

atë hoje alteradosignificatiumenteaqualidadedo ensino?Serâqueasiniciativasnâb 

estâo dandocerto?E porquenfo?Talveztlm dosfatoressejao quesignificarenlmente 

fazeralteral o currim lnr.Ser;apenasalterarnomesdedisciplina,m udarnlimero de 

crëditos,excluirou incluirtöpicosdeemendas,estabelecerprë-requisitos,etc.?Estas 

atividadessö terâo sentido namedida em queseconstite em em atividades-meio enâo 

em atividades-f'tm como tem ocorido com frequ:ncia.Quando tivermosdefmido onde 

C h egar , a fen tâo poderemos ycom segtlranp ,escolher'o M minho menoscustoso ymnis 

l . 

econômico e,quem sabe,atd m aiscurto! 

Por onde começar? 

h etendo,aoinvësdeapontarcaminhos,relataro processo queiniciamos.lM 

infcio tivemosumapreocupaWoequetem,atëhoje,nosorientado:caracterizaro 

processo dimodificaWocmricularcomo 1Im legftimo problemndepesiuisaeparastla 

viabilizaWo foram montadosumasëriedeprojetos,como podeservisto naTabela2. 

Interesa-me mnisparticularmente discutirosobjetivosdosreferidosprojetos.Na 

Tabela3,estâo apupadosem seiscategoriasdemodo afacilitara visâoglobaldos13 

projetos,oraem andamento.Astr:sprimeirascategoriaslidam c9m acaracterizaWo 

daspriticasprofissionais(ensino eintervenWo),dosperfsdiscente,da populaçâo 

. 

eda 

. 

instituiWo (estruturalefuncional),aquartacom osproblenlasdaprodu Wo deconhenimento 

edificuldadesprofissionnis,aquintacom aatuaWo eavaliaWo daprâtica 

multiprofissionale a sexta com a anfise de tenddncias. 

Falta,entre osprojetosem andamento,1xm dedicado âcaraderizaWo do 

corpodocente.ParaasuarealizaWo h;necessidadedeseiniciarum processo deavaliado 

cente . Como esteëum pontodelicado enâo podesereslxmira 1m simples 

Wo 

projeto depesquisa,preferimosnâoencaminhi-lo naatualconjuntura. 

Osautoresdosprojetossâo alunoscom asupervks:odireta deprofessores. 

Contamoshoje com alunosenvolvidosdiretamente nosprojetosrelacionadosao 

curfculo.ErilrelaWo aesteaspecto Weberafirmaqueo papeldoestudantenoprocesso 

deconstruWo do conhecimento no Departamentoem queestâinscritoëfundamental.Paraelasomenteassim 

seria possfvelsuperarajituaWo demero conslmidor 

deum œnhecimento jâ pretensamenteelaborado epasaracompreenderoprocesso 

desuaconstruW o. ' ' 

NossapreocupaWoéetem sido o envolvimentocada vezmaiordealunose 

professores de ta1modo que possamosgarantir a efetiva implantaWo do novo 

currfcùlo,quando term inado.Para isso estamos construin'do um amplo processo 

decksörio.TodasasdeliberaWessâb tomadasanfveldeA semblëiaGeraldo Curso. 

. 

A Comissâb deModificaWo Curricxlnr.tem ftmWo apenasexecutiva eéformadapelos 

membrosdoColesado de Curso (10 professorese10 alunos). 

O envolvimento nâo seesgota a nfveldo curso e da Universidade.Todossa-

Tabela2 -Relaçâo dosprojetosdepestuisaenlande pnto (bolsasdeiniciaçâoàpesquisa). 

Tftulo Orientador Participantes 

1.Caracterizaçâo do corpo discentedo cursodepsicologa Ecy L.Bareto FemandaC.lima 

da UFK ** 

ClsudiadùsM ntos 

2.Avaliaçâodarelaloentreasâreasdeconhecimento 

Biologiapsicologia** 

CazlojA.Remor 

Eraldo Paiva 

ClsudiaM .Nunes 

< 

3.D vantamento Mstörico do curso edo Dep.de 

Psicolo#a** 

4.Psicologa,CiênciaeProlissâb:o pontodeWsta 

dosprofissionais** 

EmilianadaSilva 

JoslG.Medeiros 

Wu derleiBrasil 

Aroldo C.Jlmior 

SabrinaGrechi 

SimoneScheibe 

SandraA.Bouvier 

5.Currfculoscomparadosdepsicologiaë 

Brasilx Américatatina** 

MarcosR.Ferreira 

HenriqueE.Filho 

Tânia M .Grigolo 

Fernandaœ stri 

6.O psicölogo deS.C.:quem d,oquifazecomo 

avaliasuaformaçâo** 

JosdBaus 

JosdZaneli 

RosaCreis 

Cdlio V.Moraes 

Continua

Tabela2 -ContinuaWo. 

Tftulo Orientador Participo tes 

7.A picolo#a no ensino do 2u.Fau ex 

JoséBaus là sCardoso 

m lmo S.deSom a 

8.Anzisedo atualcurrfculo depsicologiadaIJFK 

ecomo éconcretizado 

M arcosR . Ferreira 

C 

œ 

9.O queest;sendoproduzdo nasm squisas 

em psco i lo#a? 

M arcosR . Ferreira œ nriqueE.Filho 

TH aM . 

Grigolo 

a mayju w styj 

10.O quefnzrm ospsicölogosquenfo seenquadram na 

j; anacrônicadiWsâb clfnicaorganizacional*scolar? 

11.Exy ctativadasdemaissreasprofissionaisquetem 

MarcosR.Ferreira JanineMoreira 

interesecom apsico jo#a 

1 

AnatzuzaGem 

12.FonnaWo eatuaçfo dopsicölogo:levantamento 

JoséG-Medeiros 

Jaue Martins 

bibliogro co 

ChristiantGodoy 

RafaelVillari 

13.Um procedimento paraidentificaraltem ativas 

JoséG.Mtdtiros 

JaneMartins 

socialmenterelevantesdeatualo dopsicölogol 

ChristianeGodoy 

RafaelVilad 

**Aprovado peloDep.deApoio àpesquisa(DAP) 

1Sendo enviado ao Ftmm squisa .

Tabela3-Agrupamento dosobjetivosdosprojetosdemodiscaçâo oxrriçular. 

< 

* 

A.Caracterizalo dasprâticasdeensinoede 1.Caracterizarasprâticu deintervenlo jtmto àpopulalo ' 

intervençâo 

2.Identificazaltemativassodnlmenterelevantesdeatualo proûsional 

3.Caraderizaro estado atualdo ensino depsicolosano25 Fau 

B.Caracterizalodoperiledeopiniïo do 

aluno epopulalo 

C.Caracterizaçâo estruturalefuncionalda 

instituiçâo 

D.Ifvantamento dedadossobreprodulode 

conhecimento(rsquisa),dificuldades . 

proissionaiseblbliograth sobreformaçâb 

eatuaçâo 

E.Attlaçâp eavalialoda prstica multiproissionk 

F.Montagem debanco dedadosean/lisede 

tenddncias 

1.Caracterizaropqrf'ldoestudante 

2.Caracterizarsömo/conomicamenteapopulaWo 

3.Identificaraophti:o do estudanteacercadu disdplinasbiolö#cas 

4.Identificara avaliaWo do estudante acerca darelaWo entre asfreas 

biolosa/psicologa 

1.Verificaro funcionamentoestm turaldainstituiçâo 

2.Identificara identidadedoDepazo mento 

3.Identiscara identidadedo Curso 

1.Obterdadossobreo procesodeproduWodeconhecimentodeproflssionaisdepsicolosa 

2.Obterdadossobre asdificuldadesencontradasna vidaprofissionaleo 

modo desuperé-las 

3.tocalizaredivulgarfontesbibliogrificasreferentesà formaçâo eatuaWo 

proflssional 

1.Vedlicaraexistênciaeposibilidadesdeparticipalo dopsicôlogo em 

gruposmultiprofissionais 

2.n tabelecercritdriosdeanfiseeavaliaçâodapritica multiprosssional 

3.Identificaredescrevercontribtiça sdo psicölogo em equipesmultiprofissionais 

2.Analisarastendênciu 1.Elaborarbancodedadossobrecurfculos(nadonaiseestranjeiros) 

marcantesdosatuaiscurrfculosdarepâo

480 

bem dasdificuldadesdeseimplantarmodificam esestruturais.A recdm-criadaArticuiWo 

NacionalparaaMelhoria doEnsinodaPsicologiano Pafsserâ,paranös,1lm 

meemnismo fundamentalde pressâo.Esperamosque,neite Congresso,o movimento 

nacionalpara a melhoria do ensino ganhe espam esearticul:efetiumente com a 

participaWo detodosinc lindo cursos,asodaWes,sindicatoseconselhos. 

Refe/nda: 

W eber,S.Currfculo mfnimo'e o espaço da pesquisa naformaçfo do psicölogo . lNfcolom .Ciência 

eJO . *#**,J(2),11-13,1985. 

'

O CURR CULO DE PSICOLOGIA NA UnB 

MàRlzAMovrEm o BORGES 

UniversidadedeBrasflia 

A UnB,nostm imostrésanos,hwestiu esforçosnaanfisedo ensino degraduaçâo.Em 

1986 foicriado o Centro deAcompnnhamento eœ senvolvimento Educacional-CADE 

-quetem promovidoestudosnestesentido.Um dostrabm osdo CADE 

m lminou com a proposta de ReestruturaWo do Ensino de graduaWo naUnB.O 

currfculodaPsicolosanaUnB,hoje,nâb #odeseranalisado forado contexto desta 

Reestruturaçro,lxma vezque afestro asbasesfllosöficaseestruturaisdo ensino de 

paduaWo daquelairkstituiçâo. ' 

Desta forma,tentareiexplicaro quedareestrutural o do enshio naUnB para 

quetenhamosl1m referencialparadiscutiro currfculode Psicologa. 

O ensino de Graduaçâo na UnB d constitufdo de doismödulos:o'M ödulo 

IntegrantedoCmso eo Mödulo tivre;ambosa serem desenvolvidosao longo do curso. 

Fassa élzma tentativa no sentido de evitarque aformaçïo geralfiquelocalizadano 

m rfodo inicialdavidaacadêmicado alurio'eevitarquehajauma separaWo entrea 

fonnaçâobésicaeaformaWo profisional.como aconteciacom o bésico geral,bisico 

diversificado edclo proûssional.B,ainda,eliminar,em termoscuniculares,adicotomiaentreaspandesireasdo 

conhecimento:cidnciaseHlxmanidades. 

O MöduloIntegrantedo Cursoengloba doisconjuntosdecontelidos:os'da 

âreadeconcentralo eosdasâreasconexas.A éreadeconcentraçâb abrangecontelidossingulares 

àfreade coo ememento e deatuaçro predominantesno curso.A irea 

conexaabrange conteédosdeoutrasfreas,osquaistem relalo com aJrea disciplinar 

ou do campo de atuaçâb profissional.eçEste mödulo constituio espaço para a 

explicitawoda singularidadedisciplinaredamultidisdplinaridadenaformawo acaddmico-profissionalpröpriado 

curso'(CM œ -proposta deReestruturaçâo do Ensino 

deGradualo -UnB -1987). 

O Mödulö'Dvredo espaçodecontatodo aluno com qualquer1ea doconhecimento 

ou campodeatuaçâo,abrangendo conteidosque no estado atualdo conhecimento 

nTo apresentam relaçâo com o curso. 

O Mödulo Intepantedo Curso ëorganizado naformade1lm fluxogramaeixo 

queestabeleceasequenciaçfo dasdisciplinasobrigatöriaseasequenciaWo desejâvel 

dasdisciplin% optativas.Estem odelo estabeleceo conceito decm rfculosemi-seriado. 

O fluxo do curso nâb pree'ncheonfzmerom e mo decréditosporperfodo,garantindo 

assim o espaço parao M ödulo Iivree demaisdisciplinu optativas. 

No primeiro momento,para operacionalizaçâb e implantaçâo dessa nova 

481

t'Im m DE D ICOM 

IA nUnB 

CADEIA DE PRFREQUISITOS .DISCPLINM OBRIGXTôRIA.% 

ETICA 

œ 

PEM ONALIDADE I PSICOPATOLOGG I TEP PED . TERAP. 

APRENDIZAGEM I EXCEPCIONAL I TTP I 

INFANCIA 1 

ADOLESCVNCIA 

ACONS.PSICOL. 

D I.GERAL EU ER. 

PSI.SOCIAL

483 

estrubxu,tratou-se de organizaro currfculo existente em consono cia com a proposta 

da UnB ecom aconcepçro dequeo curso dePsicolo#a deveformarum proflsional 

quedomineo conhecimento sobre osprocessospsicolö#cos,quetenha lma postul.a 

crfticaecientficafrenteaàsfenômenospsicolöscosequesejacapaz deproduzir 

conhechnento.(Estess:o objetivosquerefetem a ftlosofiadoCurso dePsicolosa). 

Neste momento,o .curso dePsicolosatem 1lm .iuxograma de curso que 

totaliza246 crëditos(3.690 horu)dosquais125 crëditos(1.875)sâb obrigatöriose 

121créditos(1.815horas)sâo optativos.M sim,dos278crdditos(4.170 horas)que 

totalizam o curso dePsicolosa,246fazem partedo fluxo decurso,24 (144 horas)sro 

reservadospara o M ödulo Uvreeos8 restantessro complementadospordisciplinu 

optativasforado fluxo.A cadeiadeprë-requisitosestabelecida,tanto paradisciplinas 

obrigatöriascomo optativas,limita-seà sequendaçïo lögicadecontelido eëamenor 

quefoipossfvelestabelecer. . 

Estefluxogramapodeserditoflexfvel,Alm avez quenâb ëextensaacadeiade 

prd-requisitose que o m rcentualde disciplinas obrigatöri% se aproxima dos 50% 

(46*)- ' 

E importante ressaltârqueestefltxograma,com aindicaçâo dedisdplinu 

optativasa serem ctlrsadasem cadasemestre docurso,indicaa ocasiâo propfdapara 

contato do aluno èom determinadosconteldos,embora nâb obdgueo alunoa mzmpriraquela 

seqtidncia. 

Ao ressaltar-seestesaspectosdaestruturado curso,apresenta-sesom enteos 

pontosfavoriveisdestaorganizaçâo curricular.Nfo se considera queo currfculo atual 

sejao idealeporisomesmo eleestâsendo analisado paraqueposs'aseraprimorado. 

A ComissfodeReestruturaçâb Curriculardo Instituto dePsicologiatem sido cautelosaparaproporqualquermodifical 

o,nTosepretendefazertlmapropostacurricular 

que cerceieo curso eo aluno e quepoualevaràm rdadealglmasqualidadesencontradasno 

currfculo em vigor.Poroutro lado,algumasvezespodem seridentificados 

noflpxogramaedevem sercorisdos.iliumaconcentralo dedisciplina deconhecimento 

geralnosprimeirossemestres,o querepresentaum resqufcio do antigo bâsico 

geral.Algtms m rfodosintermediiriosestâb sobrecarregadosde disciplinas obrigat6- 

riasdeformaçâo bisicadaireadeconcentralo,restringindo demasiadnmentea possibilidadedediversificalo 

cunicular,porpartedo aluno,naquelesperfodos.11â ainda 

um outro problema,asdisciplinasoptativas,pertencentesao luxogrnmado curso,s:o 

entendidascomo altamente recomendâveiseacabam gnnhando Ntatus'com relaçâo 

âs disciplinasnTo inclufdu no lllzxo.A demandaparaofertadestasdisciplinastem 

sidosuperioràdem andaparaoutras,nâb m rtencentesao luxograma.Outro upecto 

preocupante dizresm itoao pequeno espaço ocupado pordisciplin% de domfnioconeX0. 

O trabnlho daComisâb de Reestruturaçâo Curricularobjetivasanarasdefkiênciasmencionadase 

possibilitaruma flexibilidade nindamaiorde escolha,por

484 

partedo aluno,dedisciplinasoptativasqueintepaeo o seu pr6pdo currïcttlo.Neste 

sentido,pretende-se favorecero contato do aluno com contetidosespecfficosdentro 

do conjunto dedisciplinasoferecidasporcada.œ partamento,tanto anfveldaârea.de 

conhecimento como da atuaçfo profissional.Isso poder; gerar , como j;comep a 

acontecer,fluxopamascomplementaresao Iluxogram'aeixo do clzrso . Seisto defato 

acontecerpoder-sed chegaraumapropostacurrfcularem simesma diversificadaeque 

promovatambëm adiversilkaçfoa nfvelindividual,isto é,o cnminbo m rcorrido por 

cadaaluno na suaformalo em psicolo/anTo ser;necesariamenteo mesmo.


ABORDAGENS QUALITATIVAS EM PO 

IHAAS 

- IntersecWesdasnnxlisesquantitativasequalitativas. 

TAiaMaria MendesBiasoliM ves 

- O q'ulitativo eo qluntitativo:oposiWo econvergdnda. 

MarliE.A.Andrë 

- Abordagensqllnlitativasem psicologiado desenvolvimentb. 

ZilmadeM oraesRamosdeOliveira 

- Anélisedediscuno em squisaqualitativa.' 

AnaMariaNicolad da Costa 

G

INTERSECCöES DAS ANALISES QUANTITATIVAS 

E Q UA LITATIVAS 

ZEIM MARIA MENDES BIASOLIALVES 

Uniyersidadedesâo Paulo 

Gostariade,ao coordenaressa mesa,estabeleceralgunspontospara discussâo,trazendo 

àtonacertosdilemasqueo pesquisadorcostuma enfrentareque tenta 

resolvertomando comorefer:nciapressupostosdaMetodologa CientfûcaedeAbordagensConceituais. 

O primeirotemavincula-seao queatunlmentedi-seo nomedaPsicologiada 

Cultura,ou ainda modelo psico-cultlzralem m squisa,queimplicaem a Psicolosa 

adentraroutrasireaseprocurara%imilarabordagensconceituaisemetodologasnâb 

desenvolvidasdentro das clmmadasddncias naturais,que se constituiram ,durante 

muito tempo,nosmodelosem queelasebaseou. 

O segundo temaprevd lmadiscussâb deobjetividadeesubjetividade,estabelecendo-se1zm 

paralelo com aconceituaçïo de quantitativo equalitativo naPsicologa, 

ao longo do tempo.' 

Um terceiro temaprende-seaanalisaraMetodolo#aCientfica,enquanto 

estraté#asesm cficasdepesquisa- observalo,experimentaçâoeentrevista- ea 

maneiracomo secostumatrabalharnelas. 

A estesevinmllaoquarto tem aquelevanta a problemitica do rnfoqueindutivo 

tam'bdm dito empfrico)queimplica,em outraséreasda Psicologa,em . 

llm a 

uloraçâb 'extremamentenegativado qM itativo. ' 

O qninto tema para discussro relacionaie ànoçâo,que vigora em m uitos 

contextosdeque m squisa qualitatiu é intuitivaeripida,implicando em coletasde 

dadosapriorfstic% eem anzisesassistemiticas. 

O sixto el'ltimo tem arefere-seaumaproposta detreinamento do edtudante, 

ou do aprendiz,paralevi-lo atrabalharem pesquisana . Abordagem Qualitativa. 

Disc- 

o dosTema 

Fm damentnlmentedentro daéreidaPsicolo#aSocial,começou a aparecer 

Paraospesquisadoresuma necesidadebebuscazoutrasformasdecoletareinterpretardadosnaspesquisu,detalmodo 

aconseguirmaiorabrangénciado siN ificado deles,ao 

visualizaro comportamento do indivfduo num determinado momento söciohistörico-cultural. 

Sepor1xm lado,asdescriW esminuciosu eobjetivasdo enfoquedaaprendiza- 

487

488 

gem socialtrouxeram lxmap andecontribttiçâb paraaanâliseecompreensâo do com - 

portamento,poroutro,cadavezum nflmero m aiordepesquisadorescomeçou aidentificara 

necessidadedeabordaraspectosimportantesdo socialnâb levadosem conta 

atdentâb pelaPsicologia.Foiacontecendo,assim,IlmnaproximaWo gradualcom a 

Antropolosa,aSociolo#a,natentativadeverificarcomo elaslidam com determinadosassuntos,eao 

mesmo tempo o repensaro comportamento,contextualizandoe em 

ftmçâo do momento,buscmndo tlma visâb dasuaevoluçrono sentidohistörico. 

Do ponto devistadeuma anllisedeinsudncias,aPsicolo#anïo poderiase 

aproximarde outrasdisciplinas,tomaz conhecimento e de certa formaassimilarou 

apreenderamaneiracomo setrabnlhnnelas,sem gerarum proceso (em determinadasâreas)dealteraçfo 

dassuasestratdgi% depesquka.E isto nem sempreacontecede 

modom aiselaborado,pelocontrfrio,tem sido ripidademaisepouco estudada. 

' 

Assiste-seent'o aumastdedequestionamentosnaPsicolo/aqueatingem o 

campo metodolö#co,no quetangeao valordessestrabm osdepesquisaqueestfo 

numalinhaintermedio aquetem acontribuiçâb dedriasdisciplinas;atingem o campo 

do corpo deconhecimentospsicolö#cos,ao defrontaro objeto deestudo dessa 

Ireacom anosesmaisricaseabrangentes;eporfim,atéa maneira como aPsicolosa 

procurou (eprocmaainda)seposicionar.Umaci:nciadentro dosmoldesdasFfsicas 

eNaturais?Outraespdciededisciplina?Ou ainda,txmaci:nciasim,rkasdeacordo 

com parâmetrosem algunspontossemelhanteseem outrosdiversosdosconstantesdas 

Fïsicas e Naturais? 

N:o hâdûvidasdequeaPsicolo#aduranteum longo perfodo seateveprim 

ordiplmenteao modelo de cidnciaWnculado ao dasFfsicaseNaturais.Dafdecorreu 

llmapriorizaçâb e valorizaç:o excessiva daexm rimental o eacolocaçâo decrftica 

acentuad% aoutrasestratésasdepesqula- observacionaisou baseadasno relato 

verbal. 

Houve lmaespdciede çesquecimento'dequenTo existiriatlmaestratégade 

pesquisaboaou ruim em simesma,masqueoseu valordem nderiada adequaWoentre 

o problemaaserestudado com aform adeabordâ-lo. 

Em funç:o dessefltimo raciocfnio ficaevidente quefoiprincipnlmentena 

âreado comportamento socialquesur#u a necesidadedebuscaroutrasfonnasde 

trabm ar,xxma vezqueo controledevariâveisécom muitafreqûdnqiaimpensfvelea 

experimentaçfo fica comprom etida. 

' 

Em princfpio a Psicolo#a aluiIxm Mmpo paraa estratd#aobservadonal, 

aceitando-a como''çcientffica''na medidaem quese aproximassedospadra sdaExm - 

rimental,o queacarretou rigidez,redudonismo epesquisa sem preocupaWo com a 

validade.Por outro lado,ascoletasde dadoseram cuidadasao extremo quanto à 

fidedignidade'e osobservadores'bem treinados,masosprojetosficavam vaziosde 

contqtido.Izvou certo tempo paraqueo enfoqueetolégicpdeixassedeseratribu'fdo 

a 1zm némero muito restrito de m squisadores,interessadosem padröestïnatos''de

489 

comportamento,eviesseaserdifundido eaceitomaisnmplamentenosmeiosacaddmicoscomo 

capazdefom ecerquestdesimportantes,mëtodosadequadoseinterpreta- 

Wesnovase bem fundamentadas. 

' 

Sem duvidaqueseprecisa em Psicologiadeestratégiu depesq

490 

consigo toda a sua bagagem de vivdndas,coo ecimento e pressupostosteöricos,e 

porquenâb dizer,atëdehipötesesnâb forlm lmenteexplicitadas. 

Vem aseguiro momento daanfisededados.E neceso o,quando setrabalhou 

com ObservaWo,elaborarsistemasquepermitam apuparosdadosobtidos(que 

em geralsâb mtmaqluntidademuito grande).Novamentesevaioscilarentyecritdrios 

declassificaçfo objetivoseosquelevam em contaa inferdncia(querdaintençâo do 

ator,querado efeitonoambiente)equevâo posibilitar,pelo proceso dequalificaçfo 

eexplicaWo,apreendero significado eseaproximarmaisdaetcompreensâb'do 

quese estuda. 

. Nesse momento da ano se entâo,o m squisadorvaimuito maisacentuadamentebmcarnosdadosxma 

demonstraWo dassuasidëias. 

E sadisseclo do queaconteceao longodotrabalho com ObservaWo mostra 

quanto osdadosvdm eivadosdequalitativoedecritériossubjetivos. 

Quesedirâentfo quando o queo pesquisadorpretendecaptarsâb ossentimentos,avaliaçöes,atitudesevaloressubjacentesaocomportamento 

equeaparecem 

naforma derelato oraldossujeitos? 

E evidentem ente fécilverificarqueaquisebuscaum tipo deinformaçâo que 

nTo ëpossfveldeserobtidaobservandoeexperimentando,o quenâb precisa sir ificar 

quenro hajarigormetodolögicoem pesquisascom entrevistas,nem c'ritdriosa serem 

clzrrhpridosparagarantirfidedir idadeevalidadededados. 

O entreetador(msquisador)nfo dneutro:e1evaientrarem contatocom o 

sujeito eserelacionarcom e1edeuma maneira toda particular.Vaiconversar,perguntar,ouvir,manifestarem 

suasatitudeslxma sériededicasparaqueo sujeitotambdm 

o interpreteesedisporthaou nâb alhefornecerdadosquepertencem asiequesem 

a suaverbalizw âb n:o terfo condiçöesde'texistir''. 

Mas,insistirnumadistinçâo entreo valordaobservaçïo edeentrevistabaseadona 

neutralidadepodefalsearo problemadaobjetividadex subjetividadeou asua 

reaç 1 âb com quantificaçâoequalificaçïo,e'o valordapesquisa ,porqueo observador 

tambdm nâb d neutro,e1e carrega para asituaçEo todasua bagagem euma gamade 

expectativas. 

Talveze1edevessem udara direlo dasquestöesquesefazeperguntarsem s- 

quisarem psicologaexigequeo pesquisadorselaalgudm totnlmentealheioàrealidade 

que investiga.Dafse continuaria indagando se isto é possfvelotzcontraditörio com 

11m asm cto blico do trabalho do cientistaqueéseu envolvimento apaixonado com os 

problemasqueestuda.E seterminaria porquestionar.seasdflvidasnro deveriam recair 

naformacomo o m squisadortrabalhanumaestratëgadepesquisa tanto nacoleta 

qlunto na anxliKede dados,dasuam aiorou menorcompetdnciaeseriedade. 

Pode-seretomar1zm prîmeiro ponto esalientarque> Psicologia nTo tem como 

nigara complexidadedeseu objeto deestudo.Porunto e1anïo podereduzirtodae 

qualquerm squisa cientffkaaano sedoobselw dorneutroaliadaado exm rimentador

491 

preclo nocontroledevariiveis.Bm algumasâreassim ,em certoscampos,sem dtidda, 

mas nfo sempre. ' . 

Entro épreciso redimensionara discussrosobrequantitativo equalitativo. 

Q lqntitativo,tradidonnlmente.ëo obserdvel(N rtanto o objetivo)eportanto 

omensmivel;mas,j;sediscutiu h;pouco queaquantificaWo vem calcadana 

abordagem conceitualdo msquisador,o quesio fica quee1adapenasumaforma 

entreumainfmidadedeoutras,deexpresazarealidade(0 comportamento). 

O qualitativo,porsua vez,p%saria m lo obserdvelmnniria alëm dele,ao 

estabelecer inferdncias (qualifirmndo,atribe do signiflcados e interpretando o 

cèmportamento),enâb teria assim umaformamaisimediatadesermensurado,esim 

uma maismediata. . ' 

Aqsim ,qlmntificarou qualificardem nderia detodosospa osqueo pesquisadordeu,eda 

suaadequaWo,.desdeo'momentoem queidenticou seu problemade 

estudo,edooqudpretendeextrairdeseusdados. . ., 

As#rguntasdapfginaanteriorsâb vflidas.Q'mndo setrabm a deforma 

indutiva,buscando apreendero quesignifkam asinfonnaçœs(querderelatosou obserkadas)que.seobteve,ëpreciso 

nTo terqualquertipo depresa emenosainda de 

faltadetreinamento. ' ' : . . 

Admite-se atualmentequeo trabm ardeformaobjetiva,optando poruma 

quantilcaWo imediata sejaum primeiro passo queo aprendiznecesitadarenelepermanecercerto 

tempo parasetom arççexm rt'antesdequereralcançarvôosmaiores. 

Porqueisto? 

Porque am squisa naabordagem qualitativa,equeincluiumaano senesses 

moldes,dmuito maisexigente.E1arequer1:m pesquisadorexperientetdentro dafrea, 

com aliteraturapertinenteecom diversasformasdeabordarosdados),xlm gasto de 

tempomuito p'andeéacondiçfo de1lm trabalho artesanalecriativo. 

Poroutro lado,treinardentro depadrsesdelimitesbem defmidoseensinara 

detectareu:arcritëriosetécnicasobjetivasdecoletaeano sededados4muito mais 

factfwlcom um 'estudanteinexm riente,ed;bonsresultados.Enquanto quea partir 

dam squisa qualitativa podesigniflcarlevaro aprendiz nâb identilkara necessidade 

derigormetodolögco ea asumirafalsa idéiadequeesteéum tipo depesquisaqui 

se faz ripido,sem seguirnormas,bem ao sabordo momento equeanalisarosseus 

dadosbasta levanhralgumasimpresasprimeiras,sem precisardeelaborae s. 

E fâdlconcordarqueesteéoquadro do 'çachismo',que lcadistantedegerar1lm 

conhecimento crftico darealidade,em qualquerqueseja adkqciplina. 

Talvezsoem uito pretensioso,masa= 41- do valordasm squisasnaabordagem 

qxmlitatim parecepassarnecessariamentepeladaexm e nciado m squisador,que 

ser; maisou menoscapazde'çapreendererecortara realidade'com tmicarà comunidadedentffica(* 

seusçtdados''eleW -laa um anova reflexïo.portanto,muito maisdo 

quea m squisacom resultadosqltnntificados(eatëestatisticamentetratados),aquali-

492 

tativa Gextrai''do m squisadorsua vis:o de mundo passada pelocdvo do contatoe 

imprer açâb pelosdados. 

. Dir-se-iaqueseestabelece.um processo deinteraçïo entreo m squisadorque 

movido por1zm conjunto deidëiasvaià malidadecomprovï-lasealinguagem dosdadosquetransmiteae1e(quefalam 

porsisös)devoltafatosnovosevelhos,impor- 

Anntesedesinteressantes,queeleprecisaa imilar,trabnlhazeque olevam a reformu- 

1% ou afirmarsu% çthipötesesl'anteriores. 

: Aqsim ,trabm ardessaformaindutivavaisignificar,sem duvida,que11m m s- 

quisadorse disponha agastazmuito maistem m see1e pretenderfazerltmaano se 

' 

qlulitativa do quese quiserquantificar.B1evaiprecisarde debruçar.sobre ossem 

dados,1lm ntimero imenso devezes,em leiturasfrequentesparaconseguirçextrair' 

delesinformaW essdrioserelevantes. . ' 

Finnlizando,eao mesmo tempo,abtindo a discussâb,gostada decolocarque 

a tentativadeoposiçïo entrequantitativo equalitativo nfo pareceter,nessemomento,lxm 

p'ande siN ificadö,ainda que atdcerto ponto tenhasido produtiva porque 

levou ospesquisadoresaestudarem a questïoeesclarecerem ve osaspectosmetodolö#cos.Maso 

quesobressaidçsasanl seséqueo qualitativo tem oquantitativo subjacenteae1eevice-versa,easdistinçöessro 

muitasvezesdiffceise inapropriadas..

O QUA LITATIVO E O QUA NT ITATIVO : 

OPOSICAO OU CONVERGENCIA? 

l 

MARLIE.A.ANDM 

UniversidadedeSâb Paulo 

1.Porondeandao debate 

Em primeiro lugareu vou tentlrsituarcomo eu vejohojeodebatequantitativo-qualitativ'o 

, levandoem conta,evidentemente,a minhacondiçâo depesquisadora 

naJreadeeducaçâb.Umaafirmaçâo bastantegenéricaquesepodefazerdqueexiste 

umatepdnciaparaa i dfesadaçepesquisaqualitativa'aomesmotempoem e , 

quehâ 

umarejeiçâb da 'pesquisa quantitativa'.Masoquedchamado demsquisa çqualitativa'é 

Ixma postura altem ativa de pesquisa quç aparece em oposiçâo à pesquisa quantitativa 

- a uma certa pesquisa qlmntitativa - a lzma certa pesquisa quantitativa - 

queseidentific!çom xmaconcepWo positivistadeconhecimento. 

N lm priineiro momento,pois' , defendero enfoquequalitativo implicou em 

criticarlzma perspçctivadeconhecimepto eproporum outro modelo quesepoderia 

caracterizarcomo idealista-subjetivista.Pasa-sede1lm polo em quearealidadeexiste 

independente do indivfduo e ainvestigaçâo ë llma atividade neutra,para 1lm outro 

polo queconcebearealidadecomo um produtodamentehumana,ondenâb hâseparaçïoentreinvestigadoreobjeto 

investigado eondefatosevaloressâoconsiderados 

inextricavelmenteinterligados. 

. 

Estesdoismodelosconfiguram asperspectivaspositivistaeidealistaded:nciaeparecequeadvdm 

destadiscusâb (positivismo k idealismo),aorigem do debate 

quantitativo-qualitativo napesquisa o que talvez explique,m lo menosem parte,às 

posiWesdicotômicasquegeralmenteorientnm estasdiscmsa s. , 

Ao lado disso,o tratamento simultâneo dequestöesdenaturezaepistemolö-' 

#caedequestœstécrlicas(Posso usar'dadosquantiativosno qestudo decaso etno- 

FO co'?)que tem m rmeadoestedebate,tem dificultado a retvxâo no sentido de 

explicitarascontribtliçœ sespecfûcasdecada abordagem . 

Um problemabastantesério queeu vejo aquido uso dostermosN ualitativo''et'quantitatim 

''paraindicardiferentesformasdepesquisa.Fatesterm osestâo 

muito asociadoscom aespedficalo . 

dastdcnicasdecoletaeno momento em que 

sâb usadospara desir arposturasfllosôfkas,elessem dflvida provocnm maisincom - 

preensesdo 4ueexplicitaçses. . 

E com'lm encontmrmostrabnlhosquesedeiuem como tepesquisaqualitativa'simplesmentepornTousarem 

dadosnuméricos(nestecaso qlulitativo = nâo 

493

494 

qlmntitativo)ou porusarem tëcnicasdeco'leta consideradasqualitativas- como por 

exemplo a observaçâo-'Encontrnmostnmbtm ,sob estadenominaçâo,lzmavariedade 

imensadetiposdepesquisaquevâb desdeo trabnlho dermmpo etnogro coou o estudo 

decaso atëoestudo clfrlico ou apesquisaeWo.Acho queestaabrangdncianro é 

bendficapara o emminhardapesquisa,porquee1adistorce,camufla,confunde. 

Nestamesma linha o uso do termo 'pesquisaqluntitativa''paraidentiflcar 

lxm a perspectiva positivista de ddncia parece-meno mfnimo reducionlta.Associar 

quantificaçâo com positivismo é perder de vistaquequantidade e qualidadeestfo 

intimamenterelacionadas.Se,porexemplo,eu faço um trabnlho depesquisa,focalizmndoosalunosquefrequentnm 

oscursosdeformaçâb deprofessoresdo m rfodonoiurno,visando 

conhecerquem sâb estesalunos,eu posoutilizardadosquantificiveis, 

como idade,nfvelsöcio-econôrnico,trajetödaescolar,tipodeatividadeprofissionale 

nem porisso eu faço lxma leitura positivista dosdados que tenho nasm fos.Nem por 

isso eu vou aflrmarqueosinstrllmentosde coletas:o neutros,sem erros,ou queo 

mdtodo denmostragem mepermitegeneralizarosresultadosrisdamentepara a totalidade.Poro 

fazerumapesquisaqueutilizabasicamentedadosquantitativosm asna 

ano se que faço destesdados,estar;semprepresenteo meu quadro dereferência,a 

minha postura e portanto a dimensâb qtlnlitativa.Asm rguntasqueeu faço no meu 

instrlmento esto b marca das pelos meus valores,minha postura teörica,minha 

coilcepçâb demtmdo.Ao reconhecerestamarcadosuloresdomsquisadorno objeto 

pesquisadoeu medistancio de lmaposturapositivista,muitoemboraeu estejatrabalhando 

com aq,mntificaçâo. 

E poreste m otivo queeu consideroinadequado utilizarostermostspesquisa 

q'mlitatiu 'e %tpesquisa qxmntitativa'sejaparadefinirdiferentesposturasteöricas 

' . 

frenteao coA ecimepto (subjetivistaeinteracionistax objetivista),sejapara identificar 

tiposvariadosdeestudo (etnogréfko,Mstörico,clfnico,participativo)quepodem se 

apoiarem diferentesmatrizesepistemolögic% . 

Eu reservari 'aosterm ostçqualitativo''e 'çllnntitativo'para q 

diferendartdcni- 

cas de coleta ou tiposdedadosobtidoseutilizariadenominaça smaisprecisaspara 

determinar o tipo de pesquisa desenvolvida: exm rimental, descritiva,histörica, 

ç'survey''participante,participativa,etc. 

11-OposiWoou Converga cia? 

Umavez situadu estasquestöesmaisgeraiseu retorno àperguntacentraldo 

trabalho, ke rvindo-mepazaisto de al gumas idëiascontida num texto publicado por 

Smith eHeshusius(1986)quetrapm uma histdria do debatequotitativoqmlitativo. 

Sitlmm aorigem do debateno fmaldo século M X,com odesenvolvimento daabord 

agem interpretativa na pesquisa social , em oposiçfo ao positivismo e afirmsm que do 

ponto de vista dam squisaeducacionalestatrajetöriaenvolvetr:sfases.A primeira,

495 

que m rdurou até recentemente,secaracterizariam laoposiç:o,m ladefesadasdiferenpstanto 

nospressupostosquanto nosprocedimentosdasduasabordagens.A segundafase,segundo 

eles,foimuito curtaesecaracterizaria m lacœ zstdndapacfûca 

dasabordagens.Na terceira fue,a abml, haveria umapreocupaçâo m fnima com os 

pressupostose muito interesse pelacombinaçfo detécnicas,podendosecaraderizar 

porllmaatitudegeraldecompatibilidadegdecooperaçâb mûtua. 

Osautoreslamentam esta evoluçâo econcluem que1zm debatetfoimportante 

sobreasdiferenpsparadim éticasentreasdm sabordagensnïo podeserencerrado, 

sob m nade queaabordagem qualitativavenhaasercapturadapelaquantitativa.Segundo 

estesmesmosautoreséimportantequeestedebateconthmeporquee1etrazem 

seu bojo hnportantesquestöescomo o objetivismo x relativismo,envolvediscussöes 

sobre o critërio de verdade no trabqlho dentffico e sobreo valordosresultadosda 

pesquisa. . 

. 

Damesma formaqueestesautores,acredito quedevemoscontinuaranossa 

discosâb para quepossamoschegartalvez aum a çtvia mëdia' quecertnmentenâb 

. : 

implicar; nem no ecletismo nem na captlzrade lzma abordagem pelaoutra.Exigir; 

sim lxmadefmiçâb deposturaseacontinuaçâododifogo jâ iniciado. 

Acho que este debate do quantitativo-qualitativo é importantena medida 

em quee1esuscitaquestsesepistem olögicu ,istoé,questöessobre6ço queepara que 

corthecer,o queécidncia,o queseentendeporconhecimento cientffico,qualaposturado 

hwestigadorfrenteaoconhecimento. 

Neste sentido,considero quetemosaindalxm alongacaminhadam la frente, 

ondedeyeremosenfrentarquestöesdo seguintetipo:0 quepodeserconsiderado vzido/verdadeiro 

dentro do enfoquequalitativo depesquisa?Como devesertratadaa 

problemfticadageneralizaçâo?Qluisoscritériosparasejulgar lmatçboa'pesqlzisa 

tçualitativa'? q 

O quepareceimportanteéqueprocmemosfnznrestadiscussâo sem nosatermosespeciûcnmenteaospara 

etrosdedentiûcidadeiefinidosmlmaperspectivatradicionaldemsquksaquesïoaobjetividade,avalidade,afidedignidade,adefmiWo 

operacionalde termos. 

Tambdm pareceessencialqueconsigamosultrapassarapolémica dacompatiàilidadeda'stécnicasparafocaliznrmosquestöesmuitomaisrelevantesdemetodologia 

(queporsuavezserefereauma postma epistemolösca).Enquanto m rsistirem est% 

confusôesentre método entendido como tdcnicadecoletaemetodolo#a que diz 

respeito aospressupostoslögcosqueorientnm astécnicas,nosabuscaficar;muito 

diffdl. 

SegundoSznith eHeshusiusaconfusfoentremétodo como lögicadejustificaWo 

e çcomo fazer'possibilitou quesechegaseaposiçöesequfvoc% aresm itoda 

compatibilidade dasduasabordagens.Seseconsideraospressupostosesuashnplicaçöesl6scas(conceplo 

do real)lkaclaro queasduasperspectivu nâo partilham de

496 

concepWescomxmgquanto a validade,ldedir idadeeqluntoaopapeldas tcnicas 

no processo de pesquisaedeinterpretaçâo dosresultados.Osmesm osautoresexplifom 

:a m rsm ctiva qluntitativa aspira à certeza,à idéia de correspondéncia com a 

realidade eo uso decertastécnicasvaim rmitirchegara esta certeza.Naperspectiva 

qualitativa,a pesquisaéum proceso sem fim de.interpretarainterpretaWo dosoutros. 

Tudo o quesepodefazerécompararlxma descriçâo com outrasdescriçœ s,escolhendo 

alguma como vélida porque ela'fazsentido,dadososinteressesepropösitosdecada 

l'm . . 

Assim poder-se-iaconcluirdizendo quedo ponto devistadastécnicasdecoleta,aconvergênciadpossfvelenâb 

raro desejfvelparaqueseposachegaralxma 

aproximaW odorealquesepretendeconhecer.Noque'serefereaospressupostosou 

àlöscaquepresideo uso destastécnic%,aconvergdnciaparece nâo sö indeselivel, 

massobretudo impossfvel.Em 1m caso temosum processo de pesquisa orientado por 

ltmalöscaformal,quesecaracteriza porlzmaconcepçâolineardeconhecimento.Em 

outro,temosllmalögicaconceitualqueseinserenumapersm ctivadinâmicadeconhecim 

ento ea incompatibilidade entre elasparece evidente. 

Referência: 

Smith,J.K.e Heshusius,L.Closing Down theConversation theEnd of the Qluntitativemualitative 

Debate.EducationalResearcher,15 (1),1986.

ABORDAGENS QUALITATIVM EM PSICOLOGIA DO 

DESENVOLVIM ENTO 

. 

ZIW A DEM ORAESRAMOSDE OLIVEIRA 


' 

A discussïo acerca deabordagensqualitativasem pesquisa tem sido cadavez 

mnisfrequenten:o apenasnasddndashumanase sociaismasigunlmentenaschnmadas 

dtndasdaNatureza.Paradiscutirmpso temaproposto,creio sernecesério,inicialmente,apresentaralgtmspontosacercadecom 

oa questâb quantidadex qllqlidadeesté 

sendo colocadahojeno domfnio daci:nciaem geral,reladonandoescom algumas 

posiçasteörico-metodolögcascontemporu easem Psicologado Desenvolvimento. 

Tomarem os,como elemento parareflexfo,a conferdncia doProf.Boaventuh 

deSonym Santos,daUniversidadedeCoimbra,no Instituto deEstudosAvançadosda 

U> .Segundo mntos(1988),o modelo que presideacidncia modernanegao cariter 

de racionv dadea tod% asformasdeconhecimento quenrosepautarem pelosseus 

princfpiosepltemolô#cosem lassuasrep'asmetodol#cas(p.48).Historicamente, 

talmodelo constituiu-seapartirdo racionalismo Knntiano,do empirismobaconiano, 

condensando-se no positivismo oitocentista(p.52).O conhecimento cientfko,no 

paradin avigente,constitui1xm conhecimento queaspiraaformulaçfo deleisà1% de 

regularidadesobàervadas,com vistas'a prevero comportamento futmo dosfenômenos. 

Privilegaa causaformal,o como funcionam ascoisu,em detn'mento dequalo agente 

ou qualoflm àascoisas.Tem como pressuposto teörico asidëiasdeordem edeestabilidadedo 

mundo,edequeo passadoserem teno futuro,tradtxmindo um avisfo de 

mtmdo d eterrmmsta-mec '' aniista(p.51).Em c talmodelo,conhecersignilcaquantiûc,ar 

eo mdtodo cientffico assentaiena reduçfo da complexidadedo fenômeno,dividindoo 

em elementosparapoderdeterminarrelaçöessistemo casentreosmesmos. 

Segundo o Prof.Santos,o modelo mece cista foiassumido pelasciências 

sociaisem duasvertentes.Umadeclaranâo haverdiferçnp qualitatiu entrefenômenosnaturaisesociais,sendo 

queosûltimosdeveriam serreduzidosàssuasdimensöes 

externas, . observiveisemensurâveisdemodo aseobter1tm conhecimento objetivo, 

explicativoenomotëtico.Outrareivindicaum estatuto epistemolögco emetobolö- 

#co pröprio,com basenaespecifkidadedoserhlmano esuadistinçïo em relaWo à 

naureM. t D afadvogarmetodolo#as qlxnlitativas,ao invds de quantitativas,para 

obtenWo de1lm conhedmento intersubjetivo,descritivo ecpmpreensivo.Contudo, 

am sardeapontaralgunssinaisdecriseno modelo deracionalidadecientfûca,asegundavertenteainda 

partilbnde lmaviuo mece cista(Santos,1988,p.53). 

A crisedo paradim adpminanteëoresuliadointerativo deumaplmalidade 

497

498 

decondiçöessociaiseteödcas.Em especial,e1atgeradapelograndeavanço naconstruçâo 

de conhecimentosque proporcionou.Novo paradigma vaisendo entâo constnzfdo.O 

tempo eo espaço absoluto propostosporNewton deixam deexistir.Segundo 

Einstein eHeisinbery,sindanâb conhecemosorealsenâo anosaintervenWonele. 

Dafque:10 . )söpodemosaspirararesultadosaproximados,prôbabilfsticos;20.)a.totalidade 

do realnro sereduz â.somadaspartesobservadasemedidas;3 Ọ)héum continulzm 

entresujeito eobjeto (Santos1988,p.54). 

Osconceitosde1eiedecausalidadeae1aassociadossâb questionadoseperdem 

sua hegem onia.A causalidade éentendidacomo umadasformasdedeterminismo,tendoporisto 

um lugarlimitado,emborainsubstitufvel,no conhecimento cientffico.Sucessivamente,anoçâb 

de1eipassaasersubstitufda pelasnoçöesdesistema , de 

estrutura,demodelo,deproceso tsantos,p.57). 

A noç:o derigorcientf/co foiigualmentequestionadaporque,aoserfundadonorigormatemâtico,eledesqualifica,objetualiza,degrada 

edescaracterizaosfenô- 

' 

menosao quantificé-los.Defende-seentâb que oslimitesdo conhecimento cientffico 

sâoqualitativosdesdequea pröpriaprecisâb quantitativado conhecimento destruturalmentelimitadaeaexperiénciarigorosaêirrealizfvel.(Santos,1988,p.58). 

No paradigma emergentedecidncia,osobjetost:m fronteirascadavez menos 

definidas,im portando m aisasrelaçöesentreeles.Cadavezmaisasteoriasintroduzem 

namatëriaosconceitosdelzistoriddade,deprocesso,deliberdade,de autodeterminaçâb 

eatdde consciéncia.A medidaqueascidnciasnaturaisseaproximam dasciéncias 

sociais,estasaproximpm-sedas ùumanidades,colocandoapesoaenquanto autore 

sujeito do mundo.Com iso,nosdizSantos(1988,p.63),nâb virâlongeo diaem que 

a fsicadaspartfculasnosfaledojogo entrepartfculas,ou abiologianosfaledo teatro 

molecularou aindaaqufmica,dabiograftadasreaçöesqufmicas. 

Estespontosnosremetem âpensarna historicidade,dapröpriapsicologia , 

cohstruïdano bojo dodesenvolvimento dassociedadesocidentais,traduzindo visöes 

dem undo dominanteseénfasesem determinadasnecessidadesdeconhecimento tecnolö#co,ov 

seja,expresando opçöespolfticas. 

' 

Discutindo aPsidologaa partirdonovoparadim aapontadoytemosobservad 

ocrescentepreocupaçâb com o examedeprocessosdedesenvolvimento ' ' 

, ao invdsde 

estudarapenaso produto do mesmo.f nestaöticaqueaoposiçâb qualidadex quantidadepo'de 

ser investigada . 

' 

Ségtmdo ValsinereBenigni(1986),aPsicolobada criançafoi,em grande 

part,ionstrufdacom basenasaserçöesqueinsuenciaram asc'ulturasocideniaisno 

fltimosëculo.Com 

' 

isto,aPsicolo#a padecedeumà miopia cultural,capazdemelhor 

. . ' . 

captirosaspectosestâticosdo mundo.Falta-lhea compreensâo dequeofehômeno 

PS icolt#co resultada'nàture'zadesistemaabbrtodosorganismos,quesâointerdepend#ntesdeRusnmbientesyo 

quetom aimpredizfvelo curso futuro.Dafqueo fmico modo 

teoricamenteconcebfveljaraixplicarosprocesosdedesenvolvimento destudaros

'499 

processosdetrocaocorrendoentreo organismo individllnleseu ambienteno cursodo 

tempo,ou seja,asrelaçöesqueseestabelecem entrea criançaeseu sistemadesignificados,culturalmentemediado. 

Valsiner(1987,p.7),procuràndo distinpzirperspectivasdesenvolvimentistas 

depersm ctivasnâb-desenvolvimentist%,colocaqueaPsicolosado Desenvolvhnento 

deve buscazrevxlarasrepaseleisquesubjazem atransformaçâb dosprocessospsicolögcosnoindivfduoem 

mnbientesculturalmenteestruturados. 

O comportamento dosindivfduosem determinadascondiçöesambientaisdeveserestudadocomo 

eventosinterdependentes,buscandoreteraseqûênciatem poral 

presenteno fenômeno,ao invdsderealizarcontagem decomportamentos.Em suma,o 

pesquisadordevesersensfvelaoaspecto dinn-mico do comportamento,captandosuas 

formasde seredemodificar-seconsiderando evidentementecertosrecortes,traçados 

paraevitaradnfaseilimitadanasm udanças,com olimitaçœ stemporfrias,comoreferencialparaancoraro 

estudo do desenvolvim ento. 

A variabilidade entreoscoinportamentosesituaçöesnro d,neseprisma, 

entendidacomofontedeerro,miscom oindicadordeprocessosquepodem gerartlma 

variedadederesultados.Isto envolveaidéiadequeageneralidadeevidencia/emaisna 

variabilidadedo quena uniformidadedecomportamentosepensamentos. 

ParaValsiner(1987),oobjetivo deumapesquisanâb édomzmentar,predsamente,qxuntasvezesllmacertacategoriadecomportamento 

ocorreu,masincorporar 

tnntascategoriasqlnnto possfvel,provendo umateoriamaiscompreensfvelequepode,maistarde,sertestada 

estatisticamente.O dado nâb d,pois,considerado como 

algo absoluto m ascom oresultadodatransformaçâb da'frealidadeempfrica''deacordo 

com Ilmateoriaimplfcitaou explfcita.Resultado proceso deconstrulo socialdo 

investigador. 

Criticando adescontextualizaçïo dasnoçGesdecausalidadesistêmicaedireta, 

Valsiner(1987)propöeanoçâb decausalidadecatalizada,queintroduz opapeldo 

contextonecesslrio paraqueasrelaçöescausaefeitoestejam presentes.Ospröprios 

agentescatalizadoresnâb prodllzom osefeitosenâb dirigem pontosdo sistemacausal. 

Contudo,suapresençaénecesso apazaqueo resultadoemetacomo 1m resultadodo 

trabe o do sistemacausal. 

Compreendera construçâb deteoriascomo 11m processodepesquisa em andamento,força 

o pesquisadoraserconscientedaconstnzlo decategoriasedesenhar 

relaçöesqueseriam continuamentesujeitasàtransfonnaçöeserefmamento.Com isto, 

aaberturaparanovosdadosëpreservada. 

Natentativa detrnzorpara a PsicolosadoDesenvolvimento amesmapreocupaçâb 

com o estudo dastransform açöesqueocorrem no comportnmento dacriança, 

temosdertnidoalgtmspontossobreo queseriaumametodologaadequadapara arkfise 

deinteraça sentrecrianças. 

A ndo o desenvolvimento dacriança considerado como fruto deaçöesparti-

500 

lhadas,a anélise'deveconsideraraaçâb dosdiversosparticipantesno aqui-e-agorada 

situaçfo,dem odo aresguardaraemergdnciaeaocorrdnciadofluxo interacional-para 

tanto ëpreciso olharasseqûdncisinteracionaiscriadu pelospartidpantes,buscando 

compreenderossignificadosdasviriastçcenas''continunmenteconstrufdasporeles.A 

prdyriainteraçâoéaunidadesignificativa.NesaWsâoprocesualénecesério considerar 

a açJo,a em oçâb e a cogniçâb como elementosindissociéveis. 

Ascrianças,devem serobservadaspor1Im perfodo detempo longo o àuficiente 

para se apree'ndera continuidadedo seu desenvolvimento , osprocessosdetransformaçöesocorridos,e 

nâb estadosestiticos,que apontnm modificaçöesno comportamento 

e na fonna como interagem ascriançasmasnâo asexplicnm .Aldm disso,as 

situaçöesem queascriançassâb observàdasdevem serasmaispröximaspossfveisde 

seu contexto habitualdedesenvolvimento.f;nelequeperguntasdevem serfeitase 

respondidasm lospesquisadoresnumaprimeira etapa.Posteriormente , estudosexperimentaispoderâb 

serefetuados. 

Iteferências-. 

saktos,B.s.çum discursosobreasci:nciasnatransiçâbparaumaci:nciapts-motlerna:' . Estudos 

Avançadoz2 (2):46-71,1988. 

Valsiner,J.& Benigni,L.lGNaturalistic research and ecologicalthinking in the study ofchild 

development''.DevelopmentalReview (6):203-223,1986. 

Valsiner,J. ê'Culture and Dewlopmentof children'saction../4 culturalhîstorkall/leoṛ ,pof 

developmentpsychology.New York,John Wiley eSons,1987.

ANALISEDEDISCURSO E qESQUISA QUALITATIVA 

. 

A AMARIA Nlcon cl.ov oslw 

PontiffdaUniversidadeCatölica doRio deJaneiro l 

' . 

' 

. 

' 

Embora algunsautor'es(ver,porexemplb,Orlandi,1987;P:cheux,1982; 

Possenti, ,1988)venhnm encarando a anflisedediscurso como Axmadisdplina ou cnm- 

Po besaber, lma inspeWoda literatura mostraqueestaconcepWonâb éa flnica 

possfvel. . 

A literaturasobrea anilisedediscursomostraumaenormefrao entaWo.Ta1 

frapnentaçâo deve-se,qm parte,àsdiferentesfreasdesaber(como,porexemplo,a 

linl fstica,aanélise literâria,asociolosa,aciênciapolftica,aeducaçâo,apsicologia, 

etc) quelidam com diferentestiposdediscurso,quercomo.objeto depstudo (como, 

porexemplo,uma obraliteréria),quercomoinstmmento detrabnlho (como,por 

exemplo,questiono osou entrevistas). , 

Umasegundarazroparaesta fram entaçâb ëavariedadeéeobjetivos(que 

nâb necesadamenterespeitam asfronteirasdisciplinaresclâsicr)com 

. ' . 

p 

osquaislzma 

anmisedemscursoéefetuada:anmisedaideologa,anéisedosprocesosmentaisenvolvidosna 

produçâo e compreensâb de 11m discurso,anélise de processospsicolögicos 

inconscientes,etc. 

. ' 

. . ' 

. . ' 

Mas,talyezaprincipalcausadestafram entaçfo possaserencùntrabanapostura 

adotada pelamaiorpartedosanalistasdediscurso frenteàsiondiçöesdeproduçâ'o 

e cpmpreensâb de nm detenninado discurso. 

E aquicabeumaexplicaçâb.Enquanto quenasteoriaslingufsticasadotadas 

até as éltimas décadas (como,porexemplo,asorisnâriasdo Fastruturalismo de 

saussureou do Gerativismo deChomsky)absirafaxseo discmso(ou lmldadesdeste) 

de seu contexto de produç:o,nasabordagensmaisrecentesprocura-sesitui-lo cada 

vezmaispormenorizadamentenestecontexto(aesterespeito ver,porexemplo,Brown 

iYule,1983',Fowleretal.,1979',MacDonel,1986.,P:cheux,1982). 

Estapostura maisrecenteenfatizaqueum discurso (qualquertipodefalaoral 

ou escrita)ésempreproduzido porIlm falante/escritor(pu falantes/escritores)especfficots)para1:m 

ouvinte/leitor(ou ouvintes/leitores)tambdm especfficots)em contextoscom 

caracterfsticasparticulares.Assim sendo,fecham-se >s,portasa abstraçöes, 

. - . . . 

' 

poisfalantes?ouvintese contextossâo sempre particularese singulares. , , 

A conseqûJnciaimediatadestanovaposturaéa dequeossaberestalcomo 

constitufdosnosdiasdehojecomepm @semostrarinsuficientesparalidarcom toda 

agamadevadâveisenvolvidasnum aano sedediscurso.Segue-se1Im breveexemplo. 

Muitosvéem aanélisededisçurso ' comouma dasramificaçöesda ' linl fstica 

. 

. . 

' 

50l

502 

' 

. ' . 

queprocm adarconta daproduçâo ecompreensâb de'midadesquev:oaldm doslimitesdepalavras,expresöesou 

frases(verBrown eYule,1983). 

Esta concepwo,que,ta1como colocada,pTocriarianenlulmadificuldade 

paraasci:nciasdalinguagem ,deixa,no entanto:entrevertlm dejeuslimitesquando 

o discurso ëcolocado em seu contexto deprouçâb b extraëprecisodizerquea 

lingiîfsticanâb tem instnzmentospröpriosparalevaracabù lma 

linlïstico.Isto porquenâo 

anv se de contextos sociais,devendo o m squisador,paratanto,recorrerexplicitamenteadisciplinasvizinhas(como,no 

caso àsociologia;verPossenti,1988). 

E faltam à lingufsticaUutrosinstrumentos.Seafinalidadedeseanalisazttm 

disclzrso fôr,porexemplo,a de identificarprocessosmentais,o pesquisadordeverâ 

recorreràpsicologiaou aoutrasciénciasdacogniçâo.Jéseo objetivo fôro detornar 

visfvelaideologaqueinforma1lm determinado discurso,o m squisadordeverâenveredarpelascidnciassociaisepolfticas.Segundo 

Possenti(1988),nestescasosalingifstica 

deve recorrer a teoriasoriundasde outrasdisciplinascomo teorias auxîliares. 

E preciso,no entanto,salientarquenâb ésomente'alingufsticaquesemostra 

insulkiente para lidarcom a complexidade deum discurso contextualizado.Este limite 

serâ encontrado,embora diferentemente,em cada lm a dasdisciplinasdascidncias 

humanasesociaisquelidam com materialdiscursivo (àsoutrasdisciplin% poderâb, 

porexemplo,faltarreclzrsoslingifsticosparaefetuaruma'anélisedediscurso). 

Na realidade,antesde entrarno caso que nosinteressa mais de perto,ou 

seja o dapsicologa,gostariade avançar1lm poucomaismeu raciocfnio.Diriaqueà 

maiorparte dasciênciashlxmanasesodaisfaltam nïo somente osrecursoslingifsticospa'ra 

lidarcom m aterialdiscursivo mas a prôprîa traqscfdnc?k de que o que muitas 

vezessefaz P:JJmaisëdo quelz?zlc anàlise detszcl/rm intuitiva. 

Somos,todos nös - pesquisadores,linguistas,cientistas sociaisou nâo - 

excelentesanalistasde disctlrso.Todossabemoscomo interpretaro que nosë dito em 

funçâo nâb somente dasformaslingifsticasutilizadas,mastambëm em funçâ'o àe 

quem disseo que,quando eonde.E,sesabemosinterpretarösmaisvariadojdiscursos 

aosquaissomosexpostosem nosso dia-a-diaé porque possufmoscategorias,oriundas 

denossa visâb demundo(quenâo dçixadeserlxmaespdciedeteoriainconsciente), 

que nospermitem faz:-lo. 

O probyzha équeaopasa'rmosdo domfnio do cotidiano parao domfnio 

académico parecemosnosesquecer destanossa fantfstica capacidade interpretativa. 

Isto ë,cremosestarmuitasvezesfazendo uso deinstrumentös(comoquestionâriose 

principalmenteentrevistas)deformaneutrasem nosdarmoscontado quanio lançam 

osm:o destanossacapacidadedeirmuito alëm daquilo queéexpresso num afrase, 

palavra ou expressâb. 

O quequero dizer ë que nasciênci% sociais e humanaslidamosquasesempre 

com materlaldiscursivo quercomoinstrumentodetrabalho (teorias,categoriasde 

anzise,modelosconceituais,entievistas,questionârios,inventérios,etc),quercomo 

'

503 

objeto deestudo (como,porexemplo,aquilo queécoletadoatravésdeentrevista, 

questionoos,sesôesterap:uticas,doclmentos,etc).Sö que,diferentementeda 

lingifstica lidamoscom estetipo dem aterialsem nosconscientiznrmosdequee1eë, 

antesdemaisnada,lingifstico.Assim sendo,acabamosfreqûentementefazendo o que 

eu chamazia de lzmaandlise impltkita de Jfztwrm ,quepouco sedistanciadaanllise 

intuitivadaquallanWmosmro paralnterpretarosdiscursosaosquaissomosexpostos 

em nosso cotidiano. 

Gostaria,portanto,deproporquem editfssemos1Im pouco sobreo quefazemosdemodoaquepuddssemosempreenderllma 

andlisee llkffl dosdiscursoscom e 

sobreosquaistrabm amos.Paratanto,devemoshwerterasugestfo dePossenti(1988) 

efaa rdasteoriasdelinguagem nossasteoriu auxiliares. 

Paradarconcremdeà minhasugestâb,vou meconcentrarmlm problemaque 

mevem chamando a atençâb eparecenecessitarllmasoluç:ourgente:o datranscriçâb 

deentrevistas. 

A entrevista éum dosinstmmentosdecoletadedadosmaisutilizadosem m s- 

quisasqualitativ% na érea depsicologia.Noentanto,am sardesuapopularidade,slo 

rarasasoportunidadesem quepodemosperceberltmamaiorpreocupalo porparte 

dopesquisadorcom problemu relativos:(1)âscategoriasdeanélisea serem utilimdas 

namontagem dasentrevistasde forma a permitirlxmaanéliseadeqm da do material 

dksctlrsivo porelasgerado;(2)ao tipo deentrevistaaserue zado (estruturada,semiestruturada,etc);(3)ao 

tipo desituaçfo em quedevem serrealizad% asentrevistas 

(formal,informal,simétrica,assimétrica,etc);(4)acomo deveserresstradaa fala do 

entrevistado (porescrito enquanto estefala,dememöriaapösaentrevista,em gravaçöesou 

em video,etc).(Paraumadiscussâb devériasdestasquestasbem comoItma 

apresentaçâb crfticadevliostiposdepesquisaqualitativa,verH dkeeAndrë,1986). 

Alëm destasimportantesquestas(sobreasqluiqnro medetereiporfalta.de 

espaço - ver,também,Nicolad-dafosta,1987,1988),para a soluWo dasquaisum 

maiorcontato com aspesqubasefetuadasnasddnciasdalinguagem poderiacontribuir 

bastante, lma outra mepareceseralvodeaindamenoratençfo.'A questâo ë:comè 

sedeveou sepode(namedidaem quenâb somoslinlistas)transcreverltmaentrevista 

gravada? 

Estaë lma questâocentralmesmo paraalinl fstica.Brown eYule(1983), 

porexemplo,afirmam categoricamentequequalquertranscril o ésemprelxma interpretaçâb 

subjetiva.Masnâb parecet:o centralasim paraapsicologia... 

Embora haja algumu normasgeraisparaa transcriçâb de lmaentrevista 

(como,porexemplo,adapreservaçâo o maisfielpossfveldo quefoidito mlo entrevistado),Wriasdecisôesterâosemprequesertomadaspelo 

pesquisadorlevando em 

consideraçâo osobjetivosespecficosdesuapesquisa. 

Questôescomoseênecesirio queasentrevistassejam trnnqcritasnafntepa, 

seëposfvelou desejâveltranscreverlmafalapreservando eresstrandotodasassuas

504 

caracterfsticas(lingifsticas,paralingufsticaseextra-lingûfsticas)deformaminuciosa, 

ou do quanto ëimprescindfvelqueseresstre,devem serdiscutidasporcadapesquisadorpoissöpodem 

serrespondidasapartirdocontexto dellmapesquisaespecffica. 

M as,infelizmente,na m aiorparte daspesquisascom asquaistenho entrado 

em contato taisquestöesnâ'o Gâ'o sequer abordad%.E,pior ainda,nem mesmo a norma 

geraldefidelidadeàfalado entrevistado éobservada.Jâmechegarnm âsmâbsalgumas 

m squis% em quea faladosentrevistados(geralmentemembrosdascamadaspopularesou 

degruposmarginalizados)haviasido Gcorigida'(istoë,transformadadeacordo 

com asregrasdavariantevistacomo t'legftima'denosalfngua)paraqueosmesmos 

nâb fossem tçestigmatizados''.Acho que est; na hora de entrarmosem contato com a 

linl fsticaecom asdemaisciênciasdalinguagem... 

Itefer:ncias-. 

Brown,G.e Yule,G.(1983).Dhcourse analysis.Cambridge,CambridgeUniversity Press. 

Fowler,R.;Hodge,B.;Kress,G.e Trew,T.(1979).Languageand control.Londres,Routledgeand 

Kegan Paul. 

Lûdke,M.eAndré,M.E.D.A.(1986).Pesquisa em ellzccçab,abordagensçu/lflfmy.Sfo Paulo, 

Editora Pedagögica Universitlia. 

' 

MacDonel,D.(1986).Theoriesofdiscourze.Oxford,BasilBackwell. . 

Nicolacidarosta,A.M.(1987).Sujeito e cotidiano:um estudo da dimensso iufcolgfcl do sodal. 

Rio deJaneiro,Campus. 

Nicolacidarosta,A.M.(1988).Questôesmetodoltvicassobreaanâlisedediscurso.Trabalhoapresentado 

no simpésio tvariaçôesno tratamento analftico dedepoimentosna pesquisa qualitativa',40 

%ReuniâbAnualdaSBPC.A serpublicadoem Psicologîa:re/lexéb ecritica. 

Orlandi,E.(1987).X linpagem eseu fundonamento:asformasdoJfzclzrm.Campinas,Pontes 

Editores. 

Pêcheux,M.(1982).Language,semanticsand ideology.Londres,MacMilan. 

Possenti,S.(1988).Discurso,estilo esubjetipîdade.Sâb Palzlo,MartinsFontes.

M Esa nEooxoa 6 

AVANW SRECENTES EM O ICOIDGIA DO DESENVOLW X NTO: 

QUESO ES< TODOIXGICAS REIACIONADAS AO USO DE 

CATEGORIA: ANALIYICAS E DESCRITIVM 

- 

Quaisosobjetivosdapesquisaem psicologiado desenvolvimento eo 

quetornatlm tçdado'euma'texplicalo'aceitfveis. 

OlavodeFariaGalvâo 

- Algumasreilexöessobreouso da categoria tinteraWo social'. 

AnaMariaAlmeidaCarvalho 

' 

' 

- A lögica dosistemadecategoriasea anâlisedocomportamento verbal. 

Edna Maria Marturano

Q UA IS OS O BJETIVOS DA PESQ UISA EM PSICO LOG IA DO 

DESENVO LV IM ENTO E O Q UE TO RNA UM ''DA DO'' 

E UMA ''EXPLICACAO 'ACEITAVEIS? 

otxvù DE FARIA GALVAO 

UnitersidadeFederaldo Par; 

Napesquisaem psicolosado desenvolvimento estnmosconvivendo com diferentesformasdetrabnlhar,com 

diferentesconcepçöesdo quevem aserdesenvolvimento,assim 

,a pesquisapublicadaabulehistoricnmente sobre o desenvolvimento 

intelecbul,comportnmental,psfquico infantiléheterogdnea tanto naconcepçâo do 

quevem aserpsicolosado desenvolvimento quanto nosmëtodos.A propostadesta 

mesaredondaéa dediscutirostatus,o papeldascategpriasdeobservaWoedascategoriasdeanélise 

utilizad% nasm squisasnaârea. 

A AFf , por exem p lo,n 

âb estabelecenovosprindpios'especfficosparatratl 

dosprocessosde desenvolvimentd.NaAFT osprincfpiosbisicossro pordefiniçâo 

universaiseresultam dedotaçro genética,constituindo-seem mecnnismosadaptativos 

que viabiliznm os rem rtörios.A Alr visatanto descreverosmecnnismos como a 

dhm-micadessesrem rtörios.Seessadeflniç:o est;correta,deladecorreque apesquisa 

do desenvolvimentoinfantilsedestacaapenaspelouniverso defenômenospesquisados 

sem sediferenciarconceitualemetodologcamente. 

Dessaforma,a anâliseexpenementaldodesçnvolvimento desenvolve categori% 

relacionaisquem nnitem aanélisedecontingdnciasparadescrevereexplicardiacrônicaesincronicamenteadinp-micadasinteraçöesdascdançascom 

seu nmbiente. 

Asabordagensdapsicolpgaclfsica- asim consideradasporsuaestnztura 

conceitlmlem queo comportamentodconsiderado ftmçâb daç'psiqud'cujadinn-micae 

estrutma varia conforme a teoria - diferencinm umapsicologiado desenvolvir 

mento,com conceitosblsicosespecficosparadescfeveratrajetöriadamentalidade 

infantilàadulta,em seusvâriosaspectos.NapsicologaclfsicaascategoriasdeobserâVe 

issâb apenas'u'm passoinicial mesmo assim com freqûdndadesprezadu em favor 

V 

, 

decategoriashfbridasdecomportamento einterpretaW o.Ascategoriasutilizadaspela 

psicolo/a clésicatendem a serconceituais,hipotdticas,versando sobre'çvarifveis 

psicolôgicas'intemas,mentais,constitucionais,e.apesquha teria maiso objetivo de 

verificarasprevisöesdeduzidasdashipötesesteöric% arespeito darelaçïo de causaçâo 

do comporta ento porelas. . 

A ab or dagem construtivistadePiagettem caracterfstica tfpic% dapsicologia 

clissica,distinguindo-se,entretanto,porumafasepreliminar'decoletadedadoscom - 

portnmentaisanfwldescritivoexaustiva,com procedimentoscontroladosedescritos 

507

508 

detslhadnmente,o quepermitettmaseparaçâb entredado eteoriaquenoutroscasosé 

dilkultada.Piagetformulou um conjunto deprinefpiosexplicativosbisicos- equilibraçfo,assimilaçâo,acomodaçâb 

- e categorias 'de nfveis cognitivos inferidos do 

desem penho e,ao mesmo tempo,causasdeste. . 

ParaPiageto desempenho dproduzido pelospro'cessosintem ospore1epropostos;explicarcoincidecom 

corresponderosdoisnfveis. 

Uma abordagem independente dapsicologiaclissicaedaAFr éadapsicologiado 

desenvolvimento sovidtica,cujo primeiro teörico foiVgotski,cujo trabnlho 

foirecolocado naURSS porLuria,e quevem irm uenciandoa psicologia do desenvolvhnento 

ocidentala partirdaediçïodeseu livro Pensnmento e Tinguagem em 1962 

nosEEIJU. 

Tantoquanto aAFE ,apsicologado desenvolvimento deVigotskipartede 

um acrfticadapsicologiaclissica,havendo entreasduasabordagenspontoscomtmse 

divèrgentekqueprocurareiresumirem seguida.Ambasnascere do trabalho pioneiro 

dePavlovebuscaram um paradim aasociativo comopontocentraleadotam o mdtodoanalïtico 

eexm rimental.A principaldiverg:nciaocorreu naano sedocomportamento 

verbal. 

NaAEC a anâlisedo comportamentoverb kl permaneceu par allaàanâlksede e 

continginciaem funçâo deumaproposta categorialtskinner,1957)quenâo gerou 

anéliseexmrimentalprodutivanem integradaàquejâ estayaem andamento em funçâo 

da propostaanterior(FerstereSkinner,1957)queestabeleciaafreqûdnciacomo 

dado bisic'o de anilisedo comportamento. 

Vigotski(1986,1987,1988)propôsumaanzisd experimentaldo comportamento 

em que a contingéncia - apesarde nâb introduzir a conseqûdncia do paradim a 

- incorpora um termo intermedifrio entre asituaçâo e a resposta,que d; conta exatamente 

da funçâb da verbalizaçfo no controledo comportamento. 

Viotskiestudou o desenvolvimento do pensamento,propondo queo m nsamentd 

é socialprimeiro e depoiséinternalizado.O pàradim apore1epropostoéo 

seguinte(1987,p.): 

X 

Onde X éum areaç:o,respostamental,queseria apröpria linguagem verbal 

intem alizada;pelaqualo serhum ano poderiatespondernâb söâsituaçâb ffsicaextema,mas,também,ao 

conjuntodasituaçâb externamaisessarespostainterna. 

Com esse esquema de ae lise - aquiapresentado de forma evidentemente 

incompleta- Vigotski(1986)estudaaevoluç:o do pen'samento conceitual,chegando 

a proporuma sequdncià de fasesou nfveis de desenvolvimento (sincrdtica,dos

509 

complexos,prë-conceitualeconceitual)com subdivisöesem cadaumadelas.Marcmchi 

(1978)fazumaanflisecrftica desapropostadecategoriasdefasesd.o desenvolvimento 

do pensamento proposta porV gotsky. 

A abordagem etolôgicaJones(1972)secaractedzam lo comedimento teörico 

eum atomismo ao nfveldescritivo efuncional.Tem servidocomo basepara form ulaçöesatualmenteem 

desenvolvimento queprocuram estudaro desenvotvimento infantil 

. ' 

deizmaperspectiu interdisciplinar. . , 

. 

Urilaquestâb quesecolocaequedcentralparaaanélisequesepretendeiniciarsobreo 

statusdascategoriasutilizadasnaspesquisasem psicologiado desenvolvimento 

é:Como vamosvera lögca dodesenvolvimento infantil;essa l6gicaénoso 

objetodeestudo ou e1a servedereferência para a deduçïodevariveispsfquicu? 

PiagetadotaaposiWo dequeaevoluçâodasom raçöesest;subordinadaaleis 

intrfnsecasdeequilfbrio.A ca(1amomento quee1enosapresentaum dado sobreaforma 

com o uma criança operasobre o seu ambiente ou quando descreve aevoluWo 

dessasform% e1eest;preocupado com asrelaçöesentreessenfvelobservfvelenquanto 

produto de leis de equilfbrio lôgico.Ele é claro,porexemplo,quando aflrma ça 

compreensâb dalinguagem estlsubordinadaatlm desenvolvimentooperacional,cuja 

autonomiarelativa decorre de leisintrfnsecasdeequilfbrio,alinguagem nâb poder; 

constituirarazâo necesâriaesuficientedetaisestnzturaçGes'.(PiagetéInhelder, 

1983,p.354). . . 

Seseobservaem um acrecheadistribuiçâo dascriançasnoespaçoeno tem - 

po,ser; queestazemoslidando com o mesmo tipo defenômeno qpequando estam os 

falando deseriaçfo?Ou deconservaçâb?Qualo statusdanoçâo deconservaçâo:d 

uma noçâb empfrica? 

O conceitodecontexto,como umadimensâb funcionaldo nmbienterelativa 

ao comportamento,prescindedellm aform ulaçâb teörica? 

. A substituiçâb das incögnitasnosparadigmasreflete que operaçöes? Essas 

operaç6esestâb devidamenteincorporadasao paradigma? 

Quandotomo comorespostaunitiriaum conjunto evidentementecomplexo 

deinteraçses,posso manteraexpectativa doprincfpio associativo,bâsico na definiçâb 

de conting:nciadereforçnmento?Nïo dessaapoldmicaentreaanllisemolareamolecular? 

Quando colho dados,quando ostransformo,qualo papeldateorianessas 

O Peraçöes? 

' 

A psicolo#a dodesenvolvimentoatualj;seaproximadeterum carfterlniversal? 

Em que aspectospodemosdizerque sim,eem queap ectospodemosprever 

aconvivdndadeconcepçöesantagôrticas? 

A atualmusa de dadosdisponfveispode serconsideradaconvergente?Em 

queasm ctos- fenômenosestudados,m étodos,teorias? 

A pretens:o aquinFo foiadetrazerpergunt% sem resposta,masde reunir

510 

llmasëriedeperguntasquenösnostemosfeito,como um ponto departidaparauma 

reflexâo conjunta que extrapolaseaanzisedequestiesespecficas,sem perdé-las 

devistaem tlma discussâb abstrata.Penso nasgrandesquantidadesdetabelas,gréficos 

edadosqualitativoseno quefazercom eles.Como sercrftico sem jogartudo fora, 

ecomo somar sem adotaro ecletismo. 

Refer:ndas: 

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ALGUMAS REFLEXOESSOBRE O USO DA CATEGORIA 

'INTERACAO SOCIAL' 

ANA M ARG AIM EIDA CARVALHO 

UniversidadedeSfo Paulo 

' 

A escolhadacategoriaçv teralo sodal'paratrn-ràdiscuuâb nestaMesa 

Redondaseexplica ,porum lado,peladireçïo em quemeu pröprio trabnlho tem me 

encsminhado nostmimosanos;poroutro,porquemnsoqueesadirelo nâb ëaddental,masresete,pelo 

menosem algunsapectos,umatenddncia daJreadePsicologia 

do Desenvolvimentono sentido dereelaboraçâo dosmodelosinteradonistasdeanfise 

atravdsdainclusâb dadimensâb ç'sociap'. 

O sentido gendrico dapalavra çtinteraWo'ëGaçâo queseexerceredprocamenteentredoisobjetos'(ou 

entreum sujeito e1lm objeto,ou entre doissujeitos). 

NascidnciaschsmadasN xatas''apalavra ; veio aserusadaparadesiN . arefeitosobser- 

vadossob duas(ou mais)varifveis,quenro podem serexplicadospelo comportnmento 

individualde nrnlrtma delas- efeitosprodm idospela infludnciarecfprocade'lm a 

sobre aoutra.Com essemesmo sentido,apareceem trabnlhosdePsicologiaem algumasireas:porexemplo,ççEfeitosdeinteraçâo 

produzidospelapropmmaçâb alternada 

dereforçamento paraduasrespostasdetopograûasdiferentes'tTunes,1976).E, 

ainda,paradesignarosmodelosteöricosquesepropœ m asuperardicotom iase proposiçôeslinearesarespeitodefatoresdeterm 

inantesdosprocessospsicolögicos- um 

exemplocléssicoéateoriadePiaget,um modelointeradonista darelaçâo organismoambiente. 

Apesardessahistöriadeuso aparèntemente consistente,dinteressanteconstatarque,ao 

sertrazidaparao estudodo comportqmento social,acategoria t'interaWo' 

pareceterperdido essa especifiddade'de sentido.Em m uitostrabalhosqueutilizmm 

essacategoria,sejacomoImldadedeano se,seja comoclaseou apummentodelmidades,interaçâb 

socialdusadapraticnmentecomo sinôrdmodeconiato social,intercâmbio 

social,comportamento socialmente dirigdo,ou simplesMentecontekto de 

ocordnciade comportamyn'tossocinlmente dirisdos.A idéiadeaçïo recfprocase . 

perde,ou ë reduzida a 1:m efeito linear,ordenado no tempo,doscomportsmentos 

sequenciais(contingentes?)dosparceirosindividuais.Podeiedizer,demuitostrabalhossobreinteraçâb 

sodal,que elesnâb focaliznm ainteraçfo,massim comportamentodeindivfduosnumasituaçïo 

social(defmida.pelapresençadeparceirossociais 

potenciais),easrelalesquepodem serestabelecidasentreessecomportamento ea 

presença,ascazacterfsticas,oscomportnmentosdosparceiros. ' . 

Esta observaçâb nâb pretende conter uma valoraçfo negativa ou qllnlquer 

511

512 . 

' 

implicaçfo dereduçâb daimportânciaḍessetipodetrabnlho- nö qual,aliâs,seinclui 

boa partedomeu pröprio (cf,porexemplo,Carvalho efal.,1984;Carvn1hoeMorais, 

1987;D rdelo e Carvalho,em prep).Pretende,apenu,levalitaraquestâb dosusosda 

categoriaççinteraçfosociap',edautilidadepotencialdeum uso maispreciso,etalvez 

maisteörico (analftico'?)desacategoria. 

ldentifico,no m omento,du% origensda minhapreocupaçâo ereflexâo sobre 

essetema:pornm lado,em meu pröprio trabalho sobredesenvolvimento social,atentativa(inicinlmenteesporfdicaemeio 

acidental,equeatualmenteestâsetornando 

maisconsistente)deusarçepisödiosdeinteraçâb',enâb comportamentosindividuais, 

como unidadedeano se(cf.,porexemplö,Castro eCarvalho,1981;Carva1ho,1982; 

Pedrosa eCarvalho,1987;Cirvalho eCarvnlho,1988)acabou meforçando auma 

reflexâb sobre o que esté pressuposto no conceito de interaçâb;.poroutro lado , a 

infludnciadetlm modelo interacionistadedesenvolvimento,queveio seconfigurando 

apartir,deum lado,deumaelaboraçâodepropostasdaEtologia(Hinde,1974,1979, 

1987;Carvàlho,em prep),e,deoutro,do contatocom tradiçöescogrlitivistassociointeracionistaseseusdesenvolvimentos(cf.,porex-,Walon;Vigotsky,1978;De 

Dmos,1981).O quepretendo fazernestaexposiçâb dcolocaralgunspontosqueme 

pare ci m m aisnftidos , etalvezmaisimportantes , no estf#o atualda minhareflexâb 

sobre esetema;Wriosdessesponiosfornm lekantados,nestamesmareuniâb,em 

1987,no Workshop tçouestöesmetodolôgicasnoestudo da interaçâo hlzmana''. 

1.,4 interaçEo m c/alé um observdvel? 

tçolslndo Ixmapesoanma(ënmigade)outra,qualdasduastem o amor 

(nmizadel?',perguntaSöcratesaMenexene,em Lysis(DiâlogosdePlatâb,ediçâo 

UniversidadedeChicago,1952).Amsardadiferençadecontexto,aperguntaeludda 

o carâterinteracionaldosfenôm enossociais,e opressuposto'bâsico do conceitode 

interaçâb social:ainteraçâb ë oqueocore(ou presupöe-seocorer)entre indivfduos. 

A esênciado conceito deinteraçâo dodeinflu:nciaou regulaçâo recfproca,ou seja: 

cadaum,ou aaçâb decada um ,é diferente,pelo fato desedarcom o outro,do que 

seria isoladamente(e/ou com um terceiro?);nâo seexplicapelo quecadaI1m ë(ou 

faz),masporseusefeitosrecfprocos. 

f 'evidente,portanto,que,segundo esse conceito , a interaçâb socialnâb é 

o observâvel.O quesé observa sâb oscompodamentos/açöes/estadosdosindivfduos(ou'eventos)em'interaçâb.Interaçfoëum 

estado ou proceso (hipotetizado)de 

regulaçforecfproca,inferidoa partirdo comportamento dosinteragentes. 

2.QuetpHerpaçle:valîdam esafaferdrlcfc? 

. Um a discussâo recorrente em relaçâb à anélise de interaçöesse refere ao

513 . 

critério derecortequejustilcafalarem interaçâo.Algunspesqe adores,porexemplo, 

prop& m usaro tenno interaçâb para o recortecomposto no mfnimo porum compori 

tnmento de cadaparceiro - ou seja,porum contato sodalreclprocado.O argumento 

subjacenteéo deque,seo comm rtamento de1lm sujeitoM ciadornâb érespondido 

m1o seu alvo,n:o h;eviddnciadequeocorreu interaçfo (efeito de um sobreo outro). 

Embora,evidentemente,estearglmento seja sustentévelem muitoscontextos,m nso 

qued fltilrenetirsobrealgum % limitaçöeseproblemasdecritdrio quee1eintroduz. 

Porl1m lado,esserecorteexigeadefmiçâb de1tm intervalo temporaldentro do qxmla 

ocorênciadeumarespostaaindaser;considerada critério parasefalarem interalo. 

A duraWo desseintervalo,naturnlmente,ésemprearbitrâria,e,namaioriadosestudos, 

curta.Sem questionaraadequaçEo dessecritdrio em casosparticulares,éevidenteque, 

se for 

tomado como plincfpio,e1ereieteasuposilo excessivamentesimplesdequeo 

processo deregulaçfo sempre ocorre deformaimediataou instantânea,o queë,no 

mfnimo,pouco provivel.Napritica,1zm uso rf#do de1Im intervalo detempo entre 

respostascomo critëridparadefmiçfodeinteralo provavelmenteresultaem mrdade 

inform aç:o eempobreceacompreensfo do fenômeno em estudo;Ixm uso maisflexfvel,associado 

aoutroscritëdosdeavaliaçfo sobrea relaçâo entreoscomportamentos 

dosparceiros,ë,em princfpio,maisprodutivo.O queseestâreconhecendo,aoadmitir 

essa flexibilidad4,é que contingdnciatemporalentrerespostasnâb éolinico nem o 

principalindicadordeocorrdndaderegulaç:o mûtuaepodenem mesmo ser1xm indicador 

necessirio. . 

Poroutro lado,o critdrio deusarocontatoreciprocado (comportamentos 

dosdoisparceiros)como lmidademfnimapara a anïlisedeinteraçïo tem,implfcita,a 

hipötese de que a regulaçïo entre osparceizosseprocessa basicamente atravésde 

efeitosmfztuosdeseuscomportamentos.Fasasuposilo podeserWlida,masnâo ëa 

tklicapossfel;muitasoutrasformasderegulaçâb podem serhipotetizadu .A identidadedo 

parceiro,suascaracterfsticu ffsic%,suamerapresenp (eatdsuaaus:ncia!)t:m, 

teoricam ente,potencial regulador.A amência de respostu explfcita nâb significa 

necesariamenteinexisténciadeinteraçfono sentido teörico,deproceso deregulaWo. 

Pode-se argumentarque,naattsdncia de resposta,no mfnimo nro sepodefalarem 

regulaçâo reclàroca;ameu ver,esedapenas1:m problematdcnico,quedependedo 

estabelecimento de critériosadequadose sensfveisde degcriçâo 'e anâlise.Em tese, 

aal*lnciaderespostapodesertâb irlfonnativasobreo processo deregulalo recfproca 

quanto a resposta manifesta.A implicaçfo disto éque o critério de recorte 

proposto para a categoria'VteraWo'dejendedaexplicitaçfo dashipötesesadotadu 

sobreo mecanismo deregulaçâo. 

Em tiltim aanxliqe,o queestadiscussro refleteéanecessidadededistinguiro 

uso do termo tV teraçfo'como categoriadescritiva ecomo categoriateörica.Enqlmnto 

categoria descdtiva,qualquercritériode.del-miçâb darbitririo e igualmenteaceitâvel,desdequebem 

explicitado;masison'âb implica quequalquerdet-lniWo serefiraà

514 . 

interaçfo enquanto categoria teörica.Um exemplo dessa distinçâb se encontra em 

Brancoeral.(no prelo),ondeo termo interaçâoéuadonosdoissentidos,com implicaWesbem 

diferenciadu:tfuxo deinteraçöes',talcomo constado tftulo do trabalho,e 

ëusado em outrosm omentosdomesmo,éllmacategoria teörica,referenteao 

processo deregulaçïo hipotetizado;enquanto acategoria qnteraçfo',partedo 'sistema 

decategoriasproposto,é1xm conceito descritivo. 

J.Categoriasfa/m-efafer-fadfvfdlzlf&?w andlise de fafemfse, 

Uma questâo associada,edecertaformadecoz'rentedaanterior,masdecorrenteprincipnlmente 

da proposta de uso de t'interaçâb 'como categoria teörica , se 

refere ao tipo de sub-categorizaçfo proposto para adescriç'o e nnu sedoseventos 

interacionaks.No tlso proposto do termo,a interaçâoëum eventoqueocorreentre 

indivfduos,enâo nosindivfduos.Em princfpio,portanto,e1an:o poderiaseradequadamentedescritacom 

b%eem categoriasreferentesao comportamento deum dosparceiros,defmidasindependentementedo 

com portamento do outro.O tipo decategoria 

adequadoseria aquelecuja definiçro envolveaconsideraçfo deambososparceiros, 

e/ou derelaçöesentreseuscomportamentos(cf.,porexemplè,Camaionis1980;Branco 

etal.,no prelo).Esta proposiçfo éfâcildeseaplicarno caso desistemasdecategoriasbmseadosno 

quesepodechamarde çtdimensfo estrutural'dainteraWo,ou seja, 

em relam esdequalquertipo entre oscomportnmentosdosparceiros- porexemplo, 

relaça s de semel%nnça,relaça s temporais,elc;esse 6o caso de categorias como 

çinteraçro complementar' Ginteraç:o simëtrica'' etc.Nos sistemas de categorias 

baseadosprimao menteno 'tconteûdo'dasaçœ sdosparceiros,aquestïo dacategoria 

inter-individual pode se apresentar m .nis complexa.Categorias como çïmitaWo' 

Gbrinquedo paralelo'' # Gcooperaçfo' ' s:o claramente inter-individuais;em outroscasos,como 

êtapesâb'Gajuda'etc-,nem sempreëclaro (ou fidldeespedficar)sea 

categoria se refere ao com portamento de 1xm indivfduo emissor,ou se dem nde de 

consideraWo dosdois(ou mais)parceiros. 

Estaé um aquestïo quemeparectrequererm aisreGexro ediscussro.Talvez, 

subjacenteàdificuldadequeelaenvolve,estejao fatodeque,emboraopressuposto 

bisico da idëia deinteraçfo sejaaidéia de regulaç:o,algo quesepusaentreindivfduos,nossa 

nnldade deanxliqecontinua sendo oindivfduo.Um aquestâo queeu me 

coloco - ecoloco para estadiscussro - ésenro seria poufvel,eaté . 

neœ ssério paraa 

cofnpreensâb do comm rtamento social,conseguirefetivamentetomar,como unidades 

deano se,Nistemassociais'como dfades,grupos,etc.Essatalvezseja a condilo para 

que se consiga renlmente utilizaracategoriaGinteraçâo B cial''num sentido mais 

precisoecom m aisimplicaçöesteöricas.

515 

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Editora. 

'

A LôGICA DO SISTEMA DE CATEGORIAS E A ANALISE 

DO COM PO RTA M ENTO V ERBA L 

EDNAM AIUA M ARTURANO 

UniversidadedeSïo Paulo 

' 

A anélisedo comportamenio verbalestépresenteem lxmavariedade.deestudosde 

desenvolvimento,particulnrmente naséreasdeaquhiçâb dalinguagem erelaçöesintermssoais.Relativamenteao 

uso decategori%,asquestöesmetodolögcasque 

secolocam nro diferem daquelasque caracteriznm aabordagem deoutrossistemasde 

com portamento,porëm algllmas sâb cruciaisquando o comportamento verbalest; 

envolvido.O dimensionamentodosproblemasrelativosâcategorizaçâo do comporta- 

. 

mento verbalpassapelaapreciaçâb dasm culiaridadesda jnguagem em con gron 

jocom 

osrequisitosmetodol6gcosdeum sistema decategorias. , 

Caracterizado como xxmamodalidadedeescalanominal,osistemadecategoriastem 

uma lögcaintema,nosentidd dequeascategoriasqueo compöem devem ser 

mubmmenteexclusivas,o conjunto deveserexaustivo em relaçâb aoscomportamentos 

observados e deve haver coerdncia na utilizaçâo dos critërios de categodzaçïo 

(Fassnacht,1982;Dannae Matos,1982).Na abordagem do comportnmento verbal 

atravésdesistemasdecategorias,asdificuldadesocorrem tanto na elaboraçâo com ona 

utilizalo do instrumento edizem respeito principnlmenteaosrequisitosdeexclusïo 

rplituaecoerdnçiadecritdrios.Em relaçâoaopdmeiro requisito,vedfka-sequealpzmasvezesessaqualidadeéatribufdaatun 

instrumento,porëm naprâticaainclusâb de 

um sem ento defalaem um aou outracategoriaëmuitom aisumaquestro dededsâb 

do categorizadorquelxmadeconsncialögcadasrsspectivasdefmiçöes.Quanto ao 

teglmdo requisito,asdstorWesdecorem em geraldedlnnordensdeproblema:(a) 

categodasdistintassro defmidasapartirdecritériosdifdrentes;(b)na aplicawo do 

instrumeptp,utilizmm -sepistr adicionais,nTo previstasnasdeflniça sedecorrintesdo 

conhecimento,pr @W odo categorizadorcomousuiriodalinguagem.O Examedealgu- 

lpas cFacterfsticas da linguagem permite situar com maisclareza aorigem de tais 

' 

disculdades.Em primeiro lugar,a linguagem serve a umavariedadedefunçöes,das 

quaksasmaisbésicassâb a informativaeaintermssoal(Lyons,1972).Nesteterreno, 

lidamoscom a intricadaquestâb do significado-paraosobjetivosdestaapresentaWo,é 

su fiientelembrarqueo c 

conielido de lmaverbalizaçâo podeser . ççlido''eclusificado 

apartirde uma grandeu riedade de referenciais,fornqcendo informaçôesdiferentes 

conforme>funçâo ou funçöesfocalizadas. 

Em segundo lugar,no proceso decomunicaWo ossinaislingufsticosaiuam 

em estreitainterdemndfnciafunciorialcom sinaisparnlingufsticosvoemiK(entonaçâo, 

517

518 

ritmo,etc.)enâb vocais(gestos,expressesfaciais,etc) queadidonam informaçöes 

muitasveasindism nsâveisàcompreensâb do significado damensagem verbal. 

Finnlmente,o comportamento verbalm antëm com o contexto xlmarelaçâo 

particular,alëm do vfnculo referencialtfpico dalinguagem :afalaseorganizatemporalmentenïoapen% 

em relaçâb com o contexto situacional(como qualquercl%sede 

alo)mastambém em relaçfo com o contexto lingufstico,deta1modoquepara 

apreender o significado de uma mensagem verbalfrequentemente ë necessirio ter 

acesso averbalizaçâb precedentesdo prôprio locutoredaspessoascom quem e1eestâ 

falando. 

Asconsideram esacim anosremetem aumaconcepçâb d ocompoftamento 

verbalcomo multidimensional,integradoa !xm sistema decomportamentomaisamplo 

e constituindo e1e pröprio ltma cadeiade eventosinterdependentes.Estaconcepl o 

pode parecerincompatfvelcom alögcado sistema de categorias,que presjupöe 

independdncia entre eventos situados em classes distintas.Narealidade,porém ,as 

dificuldadesem preencherosrequisitosdo sistemadecategoriasdecorrem nâo de'lma 

incompatibilidadelösca,masdaaus:nciadecertoscuidadosmetodolögicosquepermitnm 

acorretautilizaçâb do instrumento sem distorlo dofenômeno investigado.As 

caracterfsticas.do comportamento verbalacima enumeradas passam ainterferirna 

elaboraçïoeutilizalo do sistema decategodasquando opesquisadornroestâatento 

aelas. 

Como participantesda comtmidadelingufstica,todosdetem osahabilidadede 

processare decodificarsinaisdelinguagem demodo automltico,o quenoslevafrequentementeanâo 

terconsciénciadasinformaçGesqueestamosutilizando parainterpretaruma 

mensagem verbal.Q lnndo esietipodesituaçâb ocoreduranteaelaboraçâb 

de 1lm sistema de categorias,asdef-miçöesresultantescorrem o risco de nïo conter 

todososindicadoresnecessliosà categorizaçâb,visto que algumaspkstasefetivnmente 

m adaspelo pesquisadorpodem nâb tersido pore1eidentificadas.Neste caso,o controledo 

procedimento decategorizaçâb dem partetransferido parao arbftrio do categorizador. 

Umaoutraconsequ:nciadenâb levarem contaaspeculiaridadesdo comportamento 

verbaldficaro pesquisadorsob o controledecritëdosdiferéntesao'defmir 

categoriasdistiritas.Porixemplo,em Ixm mesmosistema,adefini/odacategoria 

concordarleva em conta o critério derelaçIo com um evento antecedente,ao passo 

queacategodaformularuma pergunta levaem contaocritërio deentonwïo.Esta 

formadenâb coer:ncianoscritériospodeterorigem tsmbém napretensâb deabarcar 

uma variedadededimensöes(caracterfsticu/fO çöes/%pectos,etc) docomportnmento 

atravésdeum fmico sistemadecategoriu.Esteponto ëfundamentalnapresente 

discussâb,visto queo problema nâb estâna pretensâb deserabrangente,masem fnlhas 

na sistematizaçâb desse enfoque mftltiplo. 

O tratamento de diferentes dimensöes do comportnmento verbalem Ilm

519 

' 

fmico sistem adecategoriasterâmenosfalhasseosseguiptescuidadosforem tomados: 

1% explicitarasdimensescujainclusâonaanéliseoproblemadepesquisarequer; 

2 0)explicitarpscritdriosparaidentificaçâo devariaçöesem cadadimensâo;30.)incluir 

em todasasdeflniçöesde categoriasareferdnciaao ttstatus''decada dimensro eos 

respectivosindicadores,deacordo com oscritériospreviamenteestabeleddos.œ ssa 

forma,reduz-seorisco desuperposiçâo decategori% emaritém-se acoerénciadecrildrios.Napritica,o 

procedimento podeserbastantelaborioso. 

Uma formaaltem ativadelidarcom o problem aconsisteem utilizarsistemas 

mlmiplùs,ou seja,1zm sistemadecategoriasindependenteparacadadimensïo focalizada.Nistecaso,sâb 

feitasvâriasleiturasdosdadosecada lnidadedeverbalizaWo 

recebetantasclassificaçasquant% sejnm asdimensôesestudadas.O procedimento é 

basiemmenteo mesmo descritoadm a,com adiferençadequeasdimenssessâb tratadasseparadamente,em 

lugardesereunirem em cattgodasamplas. 

Uma comparaçâo 'entreosdoisprocedimentosmostraalgumasvantagensdo 

sistemamtiltiplo.Em primeiro lugar,este liltimo parece representarum modelo de 

anélisemaisapropriado ao estudo do comportnmento verbal;enquanto naabordagem 

desistemaflnico seprocuraajustarosdadosaoinstrumento,atravdsdareduWode1m 

complexo devariaçGesconcomitantesaum conjuntode eventos'mublnmenteexclusivoscompostosdeelementosagregados,com 

ossistemasm

520 

compatibilizaralögicado sistema de categoriascom anaturezadosdadosaserem trabalhados 

n:o deve passarporopçöesreducionistas,que dissociem artificialmente o 

comportamento verbaldeseu contextoelimitem osrecursosdaaniliseaocontefldo 

. lingufstico dasmensagens.Poroutro lado,asdificuldadesreaisencontradasnaanâlise 

do comportamentoverbalnâb podem operarcomojustificativapara queseempreguem 

instrumentosmetodoloscnmentefrigeis;tem sido demonstradaaviabilidadeea 

' 

.eficécia detun tratamentodeleiturasmliltiplasdo comportamento verbal(Ramos, 

. 

1979),em que ascaracterfsticasdo dadosTo preservadassem prejufzo daqualidade 

' metodolögcamas,ao contririo,justamenteem conseqûdnciadaadesâb criteriosa a 

procedimen'tosderivadosdalögicado sistemadecategoöas. 

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deMestrado,Sâb Paulo,USP.


VIVM CIAS RELATIVAS AO TRARALHO EM AVALIAjAO 

D ICOA ICATDIFICULDADES,LIMITES E PERSPEW IVAS 

Pm o BM SIL 

- Vivdnciasrelativasaotrabalho em avaliaWopsicolö#ca:dificuldades, 

limites e perspedivaspara o Brasil. 

Eva Nick 

- Vivdnciasrelativaiaotrabm o em avaliaçâo psicolô#ca:ditkuldades, 

limitese perspectivaspara o Brasil. 

' 

ElianaSbardeliniPerrone 

- A importM ciado laudo. 

M onique Aupas 

- Sfntesedepoddonamentosaserem feitosquanto ao usode trstespsicolögicossm 

avaliaçïopsicol.ö#ca 

PauloKroeff

VIVENCIAS RELATIVAS AO TRABACHO EM 

AVALIACAO PSICOLOGICA 

D IFICU LDA DES,LIM ITES E PERSPECTIVAS PA RA O BRASIL 

EVA NICK 

Fundaçâo GetuioVargas 

Reqetindo acerca dasminhas'vivdnciasrelativ% ao trabalho em avaliawo 

psicolögca,julgo quepoderiaOracterizm-lascomo seelassetivessem desenrolado em 

tr:smomentosquedenpminareio momenio daidealizaçzo;o mdmento dadesilusro e 

omomento dam aturidade.Naturzlmente,estesmomentosnâo sâb estanques,seinter- 

Penetram esesobrepöem,mas,doponto de vista histörico,possodizerqueno infcio 

eramaisprer antea idealizaçâo,asim comohoje,ameu ver,preponderaa maturidade.Trago 

pazavocdsestavisroporjulgarqueestestr:smomentosnâo caracterizmm 

amnasaminha trajetôriapesoal,como,também,ahistôria do uso dostestespsicolôgcosno 

trabllho deavaliaçIo,no Brisil. 

Nadëcadade1940,osiestesseconstituinm o ponto œntraldo interessedo 

psicölogo.Vivfamosem lma épocanaqualproliferavao uso dostestespsicolöscose 

eracomlxm referir-seaestaâreadeatuaçfo como'sendo aireadePSICOTM NICA.No 

Rio deJaneiro,o Instituto deSelewo eOrientaçâo Profiuional,recdm-criado,lançava 

osseusARQUIVOS BRM IV IROS DE PSICOT M NICA , reiistaparaaqualeu,ainda 

estudantedecurso degraduaçâb,j;escrevia- sobretestes,natumlmente. 

Creionâb erraraoafirmarquenesteenfoquetecnolögco,o papeldo psicölogo 

seconfundiacom o deseusinstnzmentosdeavaliaçâo.Consequentemente,aoferta 

eaprocuradecursossobretesteseramuito grande;assim como aelaborawo denovos 

testespsicolögcos,entreosquaisposo cwitarAS MINHAS MAOS,dea lepaAntipof. 

No entanto,aomesmo tem po em queprevaledaesteenfoque,o tlso quese 

faziadostestesera,ameu ver,um uso empobreçido.Erafracaa ligalo dateoria 

psicolôgcacom a.pre sdaavaliaçâo;prâxisdirecionadaparasatisfnz-rasexigdncias 

do momento.Possocitar,àguisa deexemplo,o queerafeito arespeito dostestesde 

aptidfo edeinteligdncia.Esteseram estudados,aplicadoseinterpretados,sem que se 

flzessemençro dasteoriasdainteligênda . Damesma forma, ù TAT eraénsin'ado sem 

' ' . 

referdncia àteoriadeM URRAY.Pouco se resetia acercadasli nutaçsesdosinstrumentosutilizadoseprincfpiosbâsicosdepsicomeidael'am 

vizb,nlmente descpnheci- 

' 

dos.A procurado referencialte à rico se 'limitava , muitasvezesaalgumasnoçöesG , 

gas 

depsicopatologaeàsteoriasdesHR1nON. 

Natmmlmente,estaidealizalo dostestesj;trazia,em seu ceme,assementes 

dadesilusâb. '. . . 

523

524 

Em 1lm segundomomento,pormim arbitrariamentepinçado,apercepçâo das 

limitaçœ sdostestespsicolögicoslevùu ao abu dono,quasçgeneralizado,desuautili- 

: 

zaçfo.A realosefezsentir,com a'pasagem aöutraidealizalo:asupervalorizaWo 

dasentrevistaseda$observaça snaturais.Comep adim inuiraofertaeaprocmados 

cursossobretestespsicolögicos.A denominaçâo PSICOTO M CA dabandonada.O 

ISOP deixa decentralizmrsuasatividadesnaseleWo ena orientaWoproflssional,para 

setransformarem um centro dem squisas.Com ep m aslzrgircrftic% aostestespsicolö#cos,em 

umatriplavertente:metodolösca,ideolögicaedtica. 

Navertentem etodolögica,acrfticaincide,sobretudo,nafaltaeprecariedade 

denormasbrasileirasparaostestesadaptados,naprecariedadedosestudosdefidedignidadeevalidadedostestes.Navertenteideolögca,caminhando 

paripassu com o 

questionamentodavisâb em pfrico-pùsitivistadacidncia,acrfticaincidesobreaslimitaçöesdostestespsicolö#coscomo 

instrumentosdemedidadapersonalidade.Finalmente,do 

ponto devistaëtico,àscrfticassereferem ,basicnmente,âinvasâo daprivacidadedoexaminando,com 

o emprego dostestespsicolö#cos. 

Com tuàoisto,os tstespsicolöscosnâb fornm abandonados.Umareaçïo âs 

crfticasfoiabuscadeoutro referencial- o referencialdateoriapsicanalftica.Posso 

dizer,a partir . da nzinhaexm ridncia,queestereferencialera,namaioriadasvezes,1tm 

. . 

' 

. 

referencialkleiliano,j;queateodadeMelanieKlein dominava,nestaépoca,o cçnlio 

dapsicanzise no Brasil.O psicölogo,em buscade lma identidadequeeraameaçada 

pelascrfticasquesefaziam a seusinstrumentos,pareciaprocuri-la,agora,no emprego 

dainterpretalo psicanalftica. 

Osque n:o ernm adeptosdateoriapsicanalftica,contudo,passarsm a trabalhar,cadavezmais,nalinhadofortalecirhento 

psicomëtrico dostestes',sendo saudada, 

corijtibilo,a elaboraçâb detécnicasdeexamedamrsonalidademaisadequadasdo 

ponto devistapsicomdtrico,como o testedasmanchasdetintadeHOLTZMANN.Em 

parte,istem ovimentorefletiaascrfticas,m uito difundidas,deHJ.EYSENCK. 

'Como jâmencioneianteriormente,estestrêsmomentosdequemevnlhopara 

descreverahistöriado tlso dostestespsicolö/cosno Brasiln:osâb estanques.Desta 

. 

forma,na décadade 1980,aproximadamente ( quarena y anosdepois j ac ; aWo io 

ISOP,àindàencontrnmostraçostanto daidenlizaçâocomo dadesilusâb.M uitospsicöjojeem 

dia,um conhecimento reduddo dostestespsicolö#coseem 

logospossuem, 

suaprftica,osnegligencism ,superkalorizando aentrevistacomo mëtodo deavaliaçfo. 

Outros,porsuavez,insistem no empregodetestescom escassafundnmentaçâo teörica, 

dedicando-se àadaptaç:o ou àcdaçâb deinstnzmentoseescilasquepùssuem pouca 

conexfo com umateoriamaiselaborada.M uitosaindaseaferram àinterpretaçâo psicanaltiadostestesprojetivos. 

' ' 

TalvezsejalIm pouco presunçoso falarem 1lm momento dematuridade-creio, 

cohtudo,que jy ojeem . diao pàpeldo psicölogo j; nTo seconfundeèom . o . deseusinstrumentos,nem 

o psicölogo ëvisto como '1m tfmédico'ou I1m Rpsicanalista''frustrado.

525 

Enfrentnmos,decerto,ainda muitas dificuldades no trabnlho de avaliaçâo 

psicolögca:na âreadeensino dostestes.ou seja,naireadaformaç:o do psicölogo, 

aindah;poucaJnfaseno ensino dastécnicasdepsicodiar östico,sendo o ensino dos 

testesfram entadoenâb integrado.O materialdequedispomosë aindainsullciente, 

muitasveasconsistindo de'materialestrangeiro precariamenteadaptado.Osestœ os 

queoferecemosaosestudantesdepsicologiapoucocontdbuem para queelestenham 

uma visâb mais esclarecida dosseusinstrtlmentosdetrabalho na érea de avaliaçâb 

Psicolögica. ' 

Jâentrevejo,portanto,noensino enautilizalodostestespsicolö/cos,lma 

maiorligaWo entreateoria eaprftica.Jâentrevejo,para ofuturo,porpartedosnovos 

profissionaisem psicolosa,uma atitude maiscrfticaem relaçâo a seusinstrumentosde 

trabalho,sem porisso,necessariamente,sesituarem no polo do absoluto desprezom - 

lostestespsicolögicos.Com professoresdascadeirasde tçstescom melhorembasamento 

nasteori% psicolögcas,com aatuaçIo dasentidadesdeclasedospsicölogos,eda 

comunidadepsicolösc,a em geral,amrsm ctivaquese delineiaëa dacriaçfo denovos 

instrlxmentosedo am rfeiçtmm entodosabmlmenteexistentes.

VIVENCIAS RELATIVAS AO TRABALHO EM 

AVALIACAO PSICOLöGICA: 

DIFICULDADES,LIM ITES E PERSPECTIVAS PARA O BRASIL 

EIJANA SBARDELN PERRONE 

UniversidadeFederz Flumhe> e 

&taexposiWo focalizaaspectosda minhaexm ridnciaproûssional.œ ntre 

essesasm ctos,dareiênfaseaotrabnlho quevenho renlizando desde 1983,em cariter 

deextensro lmiversito a,no Serviço dePsicolosaAplicada - V A - daUniversidade 

FederalFlllminense,em Niteröi. ' 

21xm trabnlho sobreavaliaçâo psicolögicaeseu desenvolvimentopodeserdividido 

em dtuqatividadesdistintas: . 

1)AvaliaWo psicolögcavoltadapara a comunidadedeNiteröi; 

2)Avalialo psicolö#cadetransexluis. 

Essas atividades serïo relatadc por vez,dado que nâb substancinlmente 

Yferentesasdiculdadeselimitesquevivencio narealizaçâb decadaumadelas,bem 

como asm rspectivasquesedelineiam .Napnmeiraatividade,osproblemassâb zpaks 

objetivos,predominantementevoltadosparaaspectosmetodolö#coseinstitudonais. 

Nasegunda,além destesproblemu objetivos,entrnm em cenaminha dlividasm ssoais 

e,em certa escala,1lm sentimento de m rplexidade. 

A realizaçâo do psicodiar östico,no atendimento âcomunidadeniteroiense, 

sefaz,demaneirageral,pormeio deentrevistas,observalo em sessœ slivreseaplica- 

Wodeiestespsicolögcos.Queroressaltarque,emboradenteevftima,como profissional,doslimitesdostestespsicolögicosdisponfveis,minhacomlmicaçâo 

nâb abordarâ,dretnmente,essesaspectos.Pretendo 

darprioridadeàdinârlicadaavaliaçâopsicol6gicae,c%o 

alglmatëcrkicaespecfka seja,ocasionnlmenteavaliada,o serénamedida 

em quesuascaracterfsticu estejam interferindo nessadinn-mica. 

A clientelaatendidaem psicodiar östiconoV A,ëcomppsta,basicnmente, 

por criançasem idade escolar.Poucosadolescentese adultosprocursm essetipo de 

atendimento.Sâb clientes,em suaesmagadoramaioria,debaix: renda,pertencentes 

à classe socialondeosrecursosûnanceiros,sociaiseeducacionaissâb extremnm ente 

predrios.Salvo rarasexceçöss,a avaliaçâo psicolöscaësolicitadaporprofissionais 

de éreasafins,com pedidosdeatendimento queserestringem aQtfazerpsicodiaN östico''.Aponto,nessem 

om ento,apn'meiradificuldade,aindaquefacilmente contornâvel.A 

informaçâb a serdadaaesesprofissionaispoderiamelhoratingiro objetivo, 

sefossem indicadasasrazöesqueoslevarnm apensarna renlizaçïodo psicodiaN östico.Cadasolicitaçâo 

deveriaincluir,implfcitaou explicitpmente,umanecessidade,para 

527

528 

que o psicölogo a reconhecesse e procurasseatendd-la na medida do possfvel.Nâb sendo 

assim,aavaliaçâo,com seu respectivoinformepsicolö#co,segueseu curso natural, 

procuran d o respon derquestöeslevantadaspelo pr'öprio cliente , além de , evidentemen- 

te,trap r1zm retrato da personalidade em estudo.Este esquemasemprefm donou, 

excelo feitaao caso delxm ameninade12 anos,queapresentavadificuldadesescolaresederelacionamento 

social.Foiencnminhadaao V A porum aneuro-m diatraque, 

segundo depoimento da mre dacriança,ao receberosresultadosda avaliaçâo psicolö- 

#ca,mostrou-seinsatisfeita,afirmando quenroeranadadaquilo queestavaquerendo 

saber.Hâdeseconvirque,para opsicôlogo,asituaçâb d,nom frlimo,desconçertante. 

Em se tratando de criança e no V A da UFF,especfficamente,o motivo da 

consultaalegado m lospaischegaa sermonötomo detro repetitivo.Diflculdadede 

aprendizagem e desadaptalo escolarconstituem o cartâb de visitas,vez poroutra 

complementado porapessividade,sono astado ou çdesligamentodo mundo'.œ ssa 

maneira,a avaliaç:o da capaddade lntelectualtoma-se importante como primeira 

medida diar östica.Por outro lado,as caracterfsticassödo-econômicase culturais 

dessascriançaspesam ,em uito,na minhadecisro deaplicarou nâb testesdeinteligéncia.Oscritdriosdepadronizaçâoeestabelecimentodenormasdedeterminadosinstrumentos,garantem-me,deantemâo,quealgumascriançasnxo 

lograzâb resultadossatisfatörios,muito 

m aisem funçfo doslimitesdatëcnicaem si,do quedascaracterfsticas 

dascrianças.Felie ente,existem outras opçöes,algumasmuito promisoras.Uma 

delasë o .teste de Rorschach,que possibilitaanâlisedaqualidadedascaracterfsticas 

intelectuais.Uma segundaopç:o,éatécnicado desenho,livreou orientado.O desenho 

éum aatividade muito bem aceita pela crianp e elicazno estabelecimento da 

relaçâo psicôlogo-cliente.Fornece,tambëm ,rico materialpara estudo dapersonalidade.Alëm 

disso,o'traçado e aestrutura dodesenho guardam rilaçxo com o grau de 

maturaçâb mental,fomecendo,pois,elementosparaseaquilataro nfvelintelectual. 

Um menino (i e 6 anostido , pelafamfliacomo tdesligado do mundo'ecom alguma 

limitaçâo intelectual,fez 1xm desenho livre quenTo comprovou asinformaçöesdos 

fsmiliares.Os resultadosdo teste de Rorschach coincidiram com o que o desenho 

livrej;indicara,aldm demostrarquiwqdilculdadesfundamentaisestavam alojadas 

na irea afetivoemocional. 

Em algtmdcasos,pordm ,m esmo atdcnica do desenho,facilmentedesenvolvidapelam 

aioriadascrianças,mostra-selimitada.Cèmo exemplo,ocaso de1lm garoto 

de 9anos,quenâb conseguiu sealfabetizar,sequeradaptar-seao ambienteescolar.O 

primeiro contato foimuito diffcil,pois a criança limitou-se a fitar-me com olhar 

inekpresivo.Nâb respondeu àsm rguntas,nTo semexeu,n:o olhou àsuavolta,nenhurh 

mlisculö de contraiu.A impressâo édequeseria110 *1solidtarqueacrianp 

renlilassequalqueratividade.Nessemomento,m ostr4i-lhel1m cmminhâbznho deplistico.A 

mudançafoitotal.Expressâb cofporal,risosefalaaconteceram simultâneamente,quase 

quemlmaexplosâb decom portamento.Foipossfvelobservareconcluirque

529 

aquelacrianp tinha limitaçöesintelectuais,com problemasfonoaudiolögicosviriose 

serfssimosque,sem dlividaalguma,estaum dificultando suacapaddadederelacionamentoedeaprendizagem 

.Mas,foipossfveltnmbdm,constataz,queacriançaera capaz 

deestaratentaedesensibilizar-seporsituaçöesm otivadorasie queseu interesseinfantilm 

lo mtmdo estava ninda,m uito vivo. 

Concblindo aprimeiraparteda exposiçâo,valeapenareferirum caso em que 

oslimiteseasdiûculdadesnaavaliaçâopsicolögicasobrevieram pordiferençasculturaisentre 

psicölogo e cliente,smbojbrasileiros.Taisdiferençasculturaisincidirnm , 

inclusive,nosproblemu deproninciaeregonalismo,dificultando,alsim,o diâlogo e 

a trocadeinformaçöes.Essecaso foiatendidonaClfnica dePsicolo#a daUniversidade 

FederaldaParalfa,em Joâb Pessoa.O exnml-nandoeraum adolescentede16 anos, 

filho decamponeses.VeioparaaClfnicadiretamentedo sezu o paraibano,acompanhado 

porsua mâe,de 60 anos,paraserexnminado pelo psiquiatraepelapsicölogano 

mesmo dia.M :ee ftlho necessitavnm voltarhnediatnmentepara sua casa,situadaa 

oitohorasdeônibusdacapitalepoucasveastinlmm safdodoseu pequeno pedaço de 

terra,no interiordo estado. 

A entree tapsicolögcacom am:efoiconstantementemarcada,porintervençöes 

de minha parte,solicitando esclarecimentos.Era pande a dificuldade da 

senhora sertaneja em articularp:avrasepensamentos,deexpresarsuasiddi% de 

formaclara,além deutilizarvocibuloseditosespecfficosdaquelaresïo nordestina. 

Poroutro lado,acliente,atodo momento comentau :çç- suafaladgozada,nâb consigo 

entendersuafala''.Ambasestavam tusandopalavr% comtmsdo seu cotidiarlo,mas 

decotidianosproflm damentedistanciadospormarcantesdiferenpssödo-culturais. 

Asdificuldadesseiniciaram apartirdaapresentalodo motivo da consulta. 

A mâe queria 1lm atestado m ddido paraa'taposentadoriado flho''enâb conseglu 

esclarecermelhorsuasrazöespelabuscado atendimento psicolögico.Tevee teeyrds 

fllhos,dosquaissobrevivernm cinco emuitosmorrernm porquetiveram Gfebreànoite 

equando agnlinhabotaôvoecantaafacriança m orre''.Disse queo ftlho queiaser 

atendido eramuito nervoso eas'çmâbstremem demaisporque,mxma noitedecoriscé, 

e1etomou cafë quenteearajadadevento bateu aportatrdsveis'. 

A entrevista com o adolescente foiigualmente diffcil,pelasmesmasrazöes 

acimareferidas,agravadu porclaradeficifnciaintelectual.A aplicaWo do INV,forma 

C foiinterrompidaapartirdasinstruWes,mla totalincapaddadedo clientedeen-' 

tendê-las. 

Asexm ridnciasreferidasapontnm pnm trdsasm ctosquedificultRm odesenvolvimento 

do trabnlho deavaliaçâo psicolô#ca noBrasil: 

1)Nftidasdisparidadessdcioeconômicasquesituam 1m quantitativo majoritfrio 

dapopulaç:o brasileira em nfveisinadequadosparao acesso a certastécnicas 

Psicodiagnösqco disponfw is; 

2)œ sconhecimento,porproûsionaisdeireasafms,do trabllho do psicölo-

530 ' 

go em psicodiar östico,o qualimm de aidentifical o dasreaispossibilidadesdessa 

form adeatendimento àpopulaçâo; 

3)Aœntuadasdiferençasculturaisqueinterferem nacapacidadedeentendimento 

entrepsicôlogo ecliente. 

Enfim,exige-stdo psic6logo,amplo domfnio dastécnicasdeexamtpsicolö- 

Sco,inclusjvedassuaslimitaçöeseabrangdncia.Masisso nâb éo bastante.A mensagem 

quesedelineia,como perspectiva,dqueo psicölogo nâb podeater-sea1zm processo 

rf#doeprdestabelecido.Mash;depautar-seporlmaIlexibilidadequelheconfira 

condiçöesparaadotarestratëgiasmaiscondizentescom adiversidadedesituaçöesque 

se apresentam na prâtica. 

O atendimento clfnicoa transexuais,no > A,daUFF,teveinfdo em 1978, 

sob a responsabilidade de um psiquiatrae llma assistentesocial.M inhaparticipaçâo 

nessa equipe começou,entretanto,em 1986.Desde entfo,atendia quatro transexuaismasclzlinos,adultos,com 

o objetivodeavalif-lospsicologicnmente. 

Deacordo com fontesbibliogro casàsquaistiveacesso,ostransexuais,masculi 

. nos ou fem ininos,sâb cromossômca,anatômicae hormonalmente normais.Sâb 

descritoscom o pessou que tem senthnentosnâb sö depertericerem ao sexo oposto, 

mas,fundamentnlmente,deterem nascidonosexoerrado.Achpm seusörgâbssexuais 

repur antese tem um desejopersistentedemudançadesexo,sejaportratamento 

hormonal,seja porintervençâocinirgica. 

NaClassificaçâoIntem acionaldeDoençasdaOrganizaçâo M lmdialdeSaûde*, 

transexualism odconsiderado transtornomental,maisespecificamente,desvio etranstorno 

sexllnl. 

A realizaçâb do psicodiaD östico aessesclientesnïo visaàsua identificaçâo 

como transexm l.Fassatarefacabeao psiquiatraque,com suasobservaçöes,aliadasàs 

conclusöesda psicölogae daassistentesocial,elaborao laudo psiquiftrico confirmando 

ou nâb o diaN ôstico.Eisa temica razâb m la qlmlosclienteschegam ao > A.O 

transexlnlnecesita,para submeter-seàcinzr#ademudança desexo,aldm devJrios 

outrosexsmes fsicosehormonaks,deseparecerpsiquiâtrico.E lmaexigdnciado 

cirursâo. 

Assim ,minhacontribuiçâo aessetipo detrabalho,sed; pormeio dautilizaçâo 

detécnicasdeavaliaçâo psicolösca,com oobjetivo dtdtterminarascaracterfsticas 

eestruturadam rsonalidade do cliente.Nessesentido,ddefundnmentalimportância 

queeventuaisdlividas,taiscomoasqueseseguem,sejam devidamenteesclarecid%: 

a)seamnnifestaçâb transexlmlnTo dum sintomadesurto psicötico ou outra 

doençamental; 

*ORGANIZACAO MUNDIAL DE SAODE.Classlpcaçd'o InternadonaldeDoenças,T'fd-J975 , 

V.1.Sâb Paulp,Centro daOMSparaClassificadodeDoençasem Português,1980.

531 

b)seo desejo depertencerao sexo oposto nro resultade,1m delfrio provenientedealgtlm 

transtornopsiquiitrico severo; 

c)se adecisâo desubmeter-seâdrur/anro corespondeatenddnciasde 

auto-mutilaç:o,considerando que,no transexla lismo masculino,adrur#aimp'lica 

. 

extirparo orgfo genital,enofeminino,osseios. 

Astécnicasutilizadasparatallim t:m sido,invariavelmente,a utilizaWode 

entrevistaspsicolöscaseaaplicalo dedoistestesdem rsonalidade:G-FiglzraHlzmana 

deMachover''eo t'TestedeRorschach'.Essastécnicast:m semostrado efkaa sna 

obtençâo de dadose,porserem m uito conhecidasedifundidasentreospsicolögos, 

torna-sedispensivelqlmlquerapresentaçâo.poroutro lado,penso serimportanteenfatizarqueaspectosforam 

consideradosprioritiriosem cada llmadelas,especificamente. 

A entrevista psicolögicapermitetomarconhechnento dahistöriadevidado 

cliente.Em relaçfo aosquatro transexluis,o levantnmento de informaça sconcentrou/enasprimeiraslembranç% 

do desejo demudançade sexo,exmridnciassexuais 

precoces,evoluçfo psicossexlnledesejosatuais.Foram ainda investigadasfonnaçâo 

fnmiliar,profissionalesocial,bem com oexm ctativa devidafutura. 

O teste da Figura Humana fomece rico materialsobrea m rsonalidademas 

deu-semaiordestaqueparaoselementosdeauto-mrcepçâoeapercepçâk do outro. 

A utilizaçâodo TestedeRorschach,finalmente,permitiu aanzisedavivdncia 

do m undo real,amaneiracomoo clienteestâvivenciando suarealidadeimediata. 

Nesse tipo de atendimento,llmadasdificuldadesencontradasfoinaanâlise 

einterpretaçâodosresultadosdostestes,pelafaltadeparâmetroscompatfveis.Tomei 

conhecimento de ltma fmica pesquisacom caracterfsticassimilaresno M ICongresso 

InternacionaldeRorschach eOutrasTdcnicasProjetivas,realizado no Guarujf,> ,em 

1987.umentavelmente,nro foiposfvelteracesso aosorisnais.Dessa forma.dediquei-me 

aanalisar os dadosque maisR destacaram nostestesebusqueisupervisïo, 

natentativademinimizaro isolnmento pessoalqueseinstalavaedeabortarsentimentosde 

insegurançaqueteimavam frearminha capacidade de interrelacionardadose 

emitirconclusGesaceitâveis. ' 

Asinformaçöesobtidasduranteasentrevistasforam devalorvinestimivel,e, 

porvezes,chegarnm aserinmitadasesurpreendentes.Osdadosfornecidospelostestes 

foram,igualmente,muito importantes.Osresultados,enfim ,v:m semostrandosatisfatöriosecorroboram 

asconclusa sdosdoisoutrosm embrosdaequipe. 

N:o éesseo momento derelatartaisresultados,dadaaexil idadedo tempo. 

1% qualquerfo'rma , poso garantirquearealizaWo desetrabnlhofoiFatiûcantee 

possibilitou enriquecimento prollssionalem ssoal.œ senvolviaindanuism inhacapacidadedecompreendereapreendero 

outro. 

Ossentimentosdeinsegurançaem rplexidadeiniciaisporestartateando 1lm 

terreno desconhecido,poracreitare,ao mesmo tempo desacreditarnasinformaçœ s 

que chegavnm ,pornrosabercomo chnmaram ssoaqueestava aminhafrente- e1e 

ou e1a-,foram sendo,propessivamente,substitufdospelaœ rteza dequeestau dando 

ospHmeirospasosdelmajomadalonga,diffdl,masfasdnante.

A IMPORTANCIA DO LAUDO 

MONIQW AUGM S 

FundaWo Getlilio Vargas 

A atitude dospsie logos-em relalo aolaudo deexamepsicolöscocostuma 

expresarforteambiguidade.TodaavaliaWo implicaaredaçfo eentregadelaudo'?. 

.Paraquem deveréserentregue,ao proûsionalou ao cliente?Quaissfo asinformnWes 

quedeveepodeconter?Quetipo delinguagem deveserusado?QlmiqsTo oslimitese 

o alcance do laudo?Todasm rguntasquese costumam colocar,sem muitu vea sserem 

respondidasdemodoinequfvoco. 

Apoiando-seem exm riênciam soaldemuitosanos,incluindo autilizaWo do 

mëtodo fenomenolögco,a expositoraafirmasuaconvicçâodequeo laudo deavaliaçâo 

é impresdndfw l,e deve serentregue ao pröprio cliente.Paratanto,concorrem 

motivos de ordem ética e técrlica,poisa discussïo do laudo pelo pröprio cliente, 

além dedevolver-lhea condiçïodesujeito (em vezdepe% anecerobjeto deexnme)e 

porconsepûnte,restabelecerasimetriadodiélogo deigualparaigualcom o psicölogo, 

constituiimportante mecanismo deconscientizaçâb desuasproblemiticasedospossfw 

iscmminhosdexluçâb queseabrem . 

Refeëncia: 

Ae as,M.O SerdarovpreeleolFenomenolofada #fflxodomfcoder tgrfco,Peköpolis, 

VOzes,1986. 

' 

533

SI-NTESE D E POSICIO NA M ENTOS A SEREM FEITOS Q UANTO 

AO US0 DE TESTES PSICOLöGICOS EM 

AVALIACAO PSICOLOGICA 

PAUO KROEFF 

UniversidadeFederaldo RioGrandedo Sul 

1.DlxtwDzlelelimites. 

a)A maioriadostestespsicolögicosdisponfveisno Brasilsâb originfriosde 

outrospafses.Surgem distorçöesnacapacidadedemedidado instrlxmento qm ndo nâb 

sâb feitasadaptaçGesparaarealidadenacional,ou quando elassâb feitasdeforma sum 

rficial. 

b)Asn'ormasdessestestesestrangeirosmuitasvezessâo usadasparaa populaç'o 

nacional,oqueéum procedimento totalmenteinadequado.Ou entïo,elaborsmsenormaspara 

apopulaçïo nacional,mascom 1xm nfzmero reduzido decasos,dellma 

limitadaregâb geogrâficaeestasnormassTo publicadascomo tprovis6rias',masacab%m 

porser'çdeftnitivas',poissâo publicadasanosafiù sem qlqlquermodilkaWo. 

c)A visâb parcializadaquesetem hojedostestespsicolögicos.Por)1m lado,o 

leigo demontragrandecmiosidadeeinteresseporestesinstrumentos,depositapdone- 

1esesperançasexageradasdo quesepodeobterdeles.Poroutrolado,um mîmerosignificativo 

depsicölogos-supostosespecialistasnestesinstrumentos-tem Ixmadesconûançaquaseabsolutadosmesmos,conhecedoresquesâo 

desuasdefiddncias(aldm 

das deficidncias pröpriasde cada instrumento,conhecedores tnmbëm daquelas dificuldadesmencionadasnositensa.eb.).Esquecem 

ou rejeitsm osbenefciosque 

poderinm advirdo tsodetestes,apesardesuasdeficiências.Inclusivedesistem detenbosnâb 

cen i tfficos-impedem 

tarsanarasdeficidnciasexistentes.Estesextremos-am 

ou dificultam umavisâb corretadasituaçâodo testeeda suacontribuiçfo naavalia- 

Wo psicolö#ca,edasmudançasnecessrias. 

d)Umaquestâb nro resolvida,naqualopsicölogotem sedebatidomuito 

atualmente,ëaquestâo ëtica dolzso dostestes.Sâb levantadasquestöescomo:çtE ëtico 

usartestes?''çr stestesnro sro lxmavisroindevidaà privacidadedoindiviouo?''GO 

tlso detestesn:o tranformariao sujeito em objeto?'ç60 psicölogo n:o estariaaserviço 

da opresâb edaexploraçâo do homem aoutilizar-sedetestes?'Cresce,hojeem dia, 

um aclassificaç:o maniquefsta dospsicölogos:osquenTo usnm testes,osbons,eos 

que tlsnm ostestes,osmaus.E com isto perde-sedevistaaverdadeiraquestâb:éo 

profissionalpsicölogo,bom ou mau,quevalorizaou desvaloriza1lm instrumento,de 

acordo com osobjetivosaqueseprop& edeacordo com o conhecimento do instru- 

535

536 

mento e suahabilidadetécnicaao usf-lo,tirando proveitodasvantagensdo teste,sem 

perder de vistapossfveisdesvantagensdeseu tlso,em funçïo dedeficidnciasqueele 

possa ter. . 

e)Hâpoucosespecialistasnaâreadetestespsicolö/coseosrecursoseapoio 

querecebem para desenvolverseu trabnlho sâb reduzidos. 

f) F az-sem uito pouco aindano'Brasilno sentido desecriarem testespsico- 

l6gicosnacionais.Como em outrasJreascientfficase culturais,somosuma colônia 

depotdnciasestrangeirasnaâreadeinstrumentospsicolögicos. 

2.Perspectivasenecessidades: 

Nöstemosapossibilidadedefazermudançasradicaisnakea detestespsicolögicoseyportanto,na 

atividadedediar östico psicolögico com olzso detestes.para 

isso necessitam os: 

a) Temosqueresolveradflvidaëticaquenosmrsegue.Setemosdlividas 

quanto aeticidadedo uso detestespelapossibilidadedequeeleseja1lm invasorda 

privacidade ou lzm instrllmento de opressâb,desumanizaçâb e exploraçâo do serhumanö,temosque 

compreender,entâb,que o foco da discussâb nâb deve ser ostestes, 

masa avaliaçâb psicolögica.f smpreendenteveralgunspsicölogosresolvendo essasdtividascom 

o simplesabandono do uso detestes.Elesnâb parecem que uma entrevistacomo 

método deavaliaçâo psicolögcapodesertâo ou maisinstrusivanam rsonalidade 

do indivfduo do que ostestes.Tambdm parecem iD orar- ignorarâb mesmo? 

- 

quesïo prindpalmenteosobjetivosquesetem com a avalialo psicolögica,enâb 

osmeiosderealizs-la,quepodem exploraredesumanizaro serhumano. 

. 

b)Testesmal-adaptadosâ realidadenacionalenormasinadequadassro a 

questâb seguinte que terfnmos que resolver.Um a avaliaçâo psicolögica fica menos 

precisa com instrumentoscom ejtas deficiências. 

M odificaçEo radicalnesteponto necessitariadeIlm esforço nacionalcoordenado 

naireadePsicolosa.O Conselho FederaldePsicologiayjuntnmentecom osConselhosResonais,osœ 

partnmentosdePsicologiadasUniversidades,asSociedades 

dePsicolosaegruposdepsicölogosteriam quechegaraum nmplo acordosobrequais 

intrumentosdeverinm sofrer'adaptaçöeseserem normatilizados,quaisdeveriam seros 

instrlzmentospriodtâdosnesta revisâb,que regiâo ou entidade deveria coordenaresse 

. trabnlho em cada teste,como deverinm serfeitasastrocasdedados,com o'seriam as 

nonnasre#onalizadasenacionalizadc,quetenipo deveria duraresseperfodo derevipgveriase#feito 

um esforço,tnmbëm,paraelaboraçâb delegislaçâoclarasobre 

sâb. 

quecaracterfsticasdeverâb terostestes,suasnormasemanuaispara queelespossam 

continuar disponfveisno mercado,etc. 

c)'Osrecursosnecessiriospara esse esforço de revisâb,sâb significativos. 

Em termosderecursos humanos,seriam degrandevaliaosprofessoreseestudantesde

537 

Psicolo#a,gruposdepesquisadoresj;existenteseoutrospsicölogosquepodçrinm se 

interessarporeste trabnlho. 

Em termosderecursosfinanceizos,haveriaosorgrosgovenmmentais,com oo 

Cv q,e entidadesprivadasdefmanciamento à m squisa.Tnmbëm um m rcentualde 

arecadaç:o dosConselhosRe#onaisdePsicolo#aeSociedadesdePsicologiapoderia 

serdestinado aisso.ih indfcios,emesmo aça sconcretas,dequeaseditorasde 

materialpsicolösco poderiam dar lmacontribuiçâb significativanaârea derecursos 

m ateriais. . ' 

d)Osquestionamentossobreutilidade,precisïo,validade,capacidadediagnösticaepreditivatêm 

queserresolvidosa partirdem squisa.Temosqueabandonar 

aoratöriadeavaliaWo,aposentaro popularçtachômetro'(çeu acho'tem sido critério 

paradecisTesdemais).Temosquecomeçarafazercidncianessaérea. 

e)Criarcursosdeespecializaçasem medidapsicolöscaser;imperativo,decorrente 

dasnecessidadesanterioresmencionadas.Isto permitir; a que se chegue ao 

ftem seguinte: 

9 Uma tecnolo#anacionalpara criare desenvolvermedidaspsicolögica' 

realmente adaptadas as nossasnecessidades e peculiaridades,e capazde adaptara 

nosso pafs àquelesirlstrumentosestrangeirosque mereçnm este esfoço.Essatecnologiapennitiria,tambëm 

,aperfeiçoarosnossosmëtodosdeuso dosdadosfom ecidos 

porum mesmo teste,o proposto enfoquemultidimencionaldeElisabeth Koppitz. 

Acredito que este é o caminho para Izma contribuiçâo maissignificativa 

dostestesnaavalial opsicolögica.


A FORMACIO E O TREINAMEU O DE TERAPEW M NA 

ABORDAGEM CENTRADA NA PFM OA 

- A formaWo eotreinamento depsicoteramutasnaabordagem centrada 

na Pessoa. 

M ircia M vesTalsinari 

- O eu,o outroeo movimento em formaWo. 

MiguelMafhoud 

- A formaWo eo treinamento deterapeutasnaACP -Algumasqueste s 

ëticas. 

Myriam Augusto daSilvaVilarinho

A FORMACAO E O TREINAMENTO DE PSICOTERAPEUTAS 

NA ABORDAGEM CENTRADA NA PEV OA 

MARCG ALVES TASSINARI 

Universidadedesantaorsula 

Pensaresses temas-Formaçâb e Treinamento de Psicoterapeutu na Abprdagem 

Centradana Pessoa,yequeriniciahnenteIlm esclarecimento. 

Asdenominaçöescitadassoam inadequadaseincœ rentesdentro deumapostura'centradana 

pessoa . Formaçro sugereque,apösalgum tempo,alguëm écapazde 

tçformar'1!m psicoterapeuta.Aquiainadequaçâoëbupla:ningudm podeformar,no 

sentido de algo fechado,outrapessoae,poroutrp ladp,podeindicar'zmaatividade 

que vaiproduzirpessoas-psicoterapeutas de 1lm modelo esm cffico:psicoterapeutascentrados.A 

denominalo treinamento indicaam rfeiçoamentodehlbilidadesesmcfficas,capacitaralguém 

afazeralgum acoisa,cujo produto finalseriaum Gtécnico'. 

EP termosgerais,creio queessasduasdenominaçTes,deixnm de levarem 

contaosaspectosessenciaisdeum psicoterapeutadeorientaçâo centradangpessoa: 

asatitudesbâsica eàaberturaàexperidncia. 

Entendo queo tçtornar-se terapeuta''é 1lm processo constantee çtinfinito'' 

e que os cursosiltze propiciam esse processo sö podem fornecerosinstm mentos m f- 

nimospara que cada um descubra a sua maneira de serteram uta. 

Infelizmente nâb conheço outro termo que pudesse substituirtreinnmento 

ou formawo.Além domaisessasdenominaçGesjâfaam parteda linguagem psicolögca,utilizadastnmbdm 

em oiztrasorientaçöesteöricas. ' 

A partirdesse esclarecimento posso mencionar .ambasasdenommaçöespara t. 

traa rrninhacôntribuiçâo,enqlmnto membro dellmaequipede'çformaçâb''depsicoterapeutc,h;12 

anosecomosum rvisoradeestssodefaculdade,h;4 anos. 

O modelo geralcom o qualtenho trabalhado incluiatividadesanfveisvivencial,teörico 

e pritico,ao longo de doisanose meio,çom momentosestruturados, 

semi*struturadosedesestruturados. . 

Inicinlmenteaofertadeformalo,com duraçâo denovemeses,tinhaobjetivo 

abrangente:formarpsicotera'peutaspara trabslharcom crianças,adolescenteseadultos,anfvelindividlmlegnzpal.Aospoucosfomosnosdando 

contadaespeciflcidade 

dfcadasituaçâb e'optnmosporoferecertreinamentosseparados,n:o tanto m latsori>, 

masm laconfiguialoquecadasitubçïo M plicava.Trabnlharcom crianças,atravësda 

ludoterapia demanda m aisplastiddade e possibilidade de se com unicaratrgvésde 

sfmbolosdo queaterapia com adultos.Aindaqueassituaçöesterap:uticas- indivi- 

541

542 

dualou grupal,criança,adolescenteeadulto - tentmm aspectosbisicosecomtms, 

elas demandnm posicionnmentosesm cfficosporpète do terapeuta econsequentete 

no ççtreinnm ento '. 

' 

m en 

Asatividadesoferecid% tentam englobarostrésnfveispossfveisdeaprendizagem:cognitivo,experienciale 

didftico.Com eseobjetivo propicinmosFuposde 

estudosteöricos,laboratöriosdiditicos-vivendais,gnzpo operativo,supervisâo eatendimento 

psicoterépico. 

A metodolosadasatividades- estruturada,semiestruturadaedesestruturada- 

variaao longo da formaçâo.No mödulo inicial,com duraçâb deseismeses,objetivando 

llma atlalizaçfo de conhecimentose preparaçâb para a prâtica,oferecem osum 

programa teörico e llmaagendadeexercfcios,drnmadzaça s ereflexœ selaborados 

pelaeqlzipecoordenadora.Valeressaltarqueesseprimeiro mödlzlo éseletivo bilateralmente,apartirdeavaliaçâo 

objetiva- formativa do conteédo teörico,auto-avaliaçâo 

dos6treinandos'eavaliaçâb subjetiva da equipe.No segundo mödulo,com duraWo 

de1xm ano,oferecemos1lm grupo operativo,centrado natarefadaconstruçâodaidentidade 

do psicoterapeuta,sem agenda prëestabelecida,ondeostreinandossecolocam , 

refletem sobresuasdificuldades,no grupo,com aequipe,com o pröprio treinamento e 

enquanto psicoterapeutas.Nesseestigio,o grupo deestudosésemiestruturado,com 

temas sugeridos pela coordenalo,estudadosatravdsdesemino osrealizadospelos 

alunos.Asatividadesde supervisâb eatendimento nâb têm estrutura prddeterminada. 

A supervisâb éfeitaanfveisexmriencialediditico,levandoem conta arelado com 

o supervisor e com osoutrostreinandosque compartillmm esse m ini-grupo. 

No terceiro e lm imo mödulo,com duraçâb de l1m ano,ospröpriostreinandos 

estabelecem seu contratodetrabalhojuntamentecom acoordenaç:o.Assim ostemas 

paraosseminâriossâb decididos,basicamenteem funçâb dasnecessidadesdo grupo. 

Como conclusâodaformalo,ostreinandost:m queelaborarItmamonografia,cujo 

temaelespröpriosescolhem e,sâb acompsnhadospor1:m orientadordurantetodo o 

mödulo. 

Ainda como complementodaform açâo,ostreinandost:m queparticiparde 

llma atividade vivencial,tipo Fupo de encontro ou comlmidade deaprendizagem e 

lmaatividadecognitivaextra,tipo ctlrsosparalelosdepequena duraWo deFilosofia, 

Sociologia,Antropologia,etc. 

Essemodelo geralesuscintnm enteapresentado tém sido m odiûcado,apartir 

dasreflexöesdapröpriaequipeedosfeedbacl dosçtreinandos'.Nâb considero que 

chegnmos à tçförmula ideal'' entretanto tem sido patificantepropidaresse espaço 

çfo'rmador'Algumasdlividasequestionamentost:m coniribufdosir ificativamente 

nasreuniöesdaeqtzipecoordenadora(quedrealizadasistematicnmente)enasavaliaçöescom 

ostreinandos.Uma delas,refere-se àexigdnciaou nâb dapsicoterapia do 

treinando.Acreditamosqueum psicoterapeutaqueseconheçapoucoecuja abertura 

à experidnciaesteja reduzida nro pode propidarIzm clima seguro,em termosde

543 

condiçaspsicolögcasfacilitadoras,paraseuts)clientetsl.poroutro lado sabemosque 

estarmernmente fazendo psicoterapia nro habilita a m ssoaaser1lm bom psicoterapeuta.E 

acreditnmosqueainiciativade sesubmeterâlzmapsicoterapia,devepartirde 

dentro enâb como Ilmaexig:nciaac-umprir.M sim,n:o exismosapsicoterapiacomo 

prë-requisito para participardaformaçâb,masm ostramos,especiplmente durante a 

supervisâb,que algtzmasdificuldadespessoaisestâo tçatrapnlhando'o processo psicoterapduticodocliente. 

Uma segunda reflexâo crucialrefere-seà metodologiadaformaçâb.Porque 

nâb oferecer1lm treinamentocentrado no aluno todo tempo? 

''' 

Essaquest:o poldmicacontinuàabertananossaequipe.Temosalgumasdûvidasqlunto 

àetexportaçâo radical''do ensinocentrado no aluno.Nossostreinandos,em 

geral psicölogos e mddicos formados,estfo uviciados'no modelo tradicional do 

professorquedetém o conhecimento edo papelpassivoqueelest:m assumido. 

' 

Pensamos que a aplicaçâb de lma metodologia centrada requermudança 

radicaldeatitude,o quelvvatempo.Tambdm sabemosqueamelhorformadeenshzar 

datravésdepropiciar1lm espaço,ondecadaaluno sesintaresponsâvelecomprometido 

com seu processo de aprendizagem .Num certo sentido,estnm osassumindo a contradiçâb 

depropiciar1lm espaço dettform alo''naAbordagem CentradanaPessoa,sem 

queseja totalmentecentrado no grupodealunos.

O EU,O OUTRO E O MOVIMENTO EM FORMACAO 

M IGUELMAIIFOUD 

UniversidadedeSro Paulo 

' 

O Setor tçAconselhamentoPsicolögico'',do œ partamento dePsicologiada 

Aprendizagem ,œ senvolvimentoePersonalidade,doInstituto dePsicologiadaUSP ë 

constitufdo de4 profesorese4 tdcnicosespecializados,responsâveisporjdisciplinas 

ministradasaalunosdegraduaWo do cursodePsicologia (Aconselhamento Psicolögico 

1 , 11ePsicoterapiaCentradano . Cliente)no 4 o .e5.anos.Sâb o tambëm responsiveis 

pelo Gserviço deAconselhamento Psicolösco'ondeosalunosestagiam.Hâ19 anos 

esetem sido o espaço daPsicolosaH lmanistadaqueleInstituto,emaisprecisamente 

o espaço daAbordagem Centrada naPessoagraçasàfundamentalcontribuiçâo deixada 

porRachelIxaRosenberg. 

Gostaria de apresentar aquialgumas questôes referentes aos desafios que 

enfrentamosno trabnlho deformaçâo do aluno,eem seguidaaigumasreflexöessobre 

aposiçâb do facilitadorparalzmaformalo naAbordagem CentradanaPessoa. 

1.O primeiro ponto-chavetem sidp assltmireproporao!alunosaexperidnciapesoalcomoopröpriopontoderei-er:nciaparaumaleituraeparticipawodoencontro 

psicoterépicoeseu processo.Poderfamosdizerquesetrata,quase,de'lm avoltaao 

ingdnuo,voltaàpröpdavisïo epercepçâb dosacontecimentospriorisadaem relaçâo 

ao arcabouço teörico sobreocliente,o teram utaou arelaçfo. 

Assim ,astensöessurgem logo.Desde o infcio osalunos apresentnm seuspreconceitosjéfortementeestabelecidossobreaAbordagem:a 

impossibilidadeda nâbdiretividade,o 

carâterpiegaseçereligioko'deconsideraro homem como bom ,oarde 

voltmtarismo(nâb-profissionalismo)dapropostaderelawo. 

Namedida em quesecomep aen frenare 

i ssesquestionamentoseaapresentara 

propostabisica,surgem outrosquestionamentosà Abordagem,jâligadosao 

como desemm nharatarefadeserterapeuta:faltariabaseteöricaefilosöficasölida na 

proposta;afirmam,porum lado,queouviro clientesejaalgo superficial,eporoutro 

lado o'tomam comoo tododaproposta@ sö ouvir?);tomam 'empatia,aceitaçâo 

incondicionale autenticidade como mandamentos e entâb considernm a.proposta 

. 

g 

moralistaeinviâvel;tomam anâo distinWodaposturaàâsicaparao atendlmento ' 

de 

neuröticose psicöticoscomo postura onipotente;efaa m constantementea comparaçïo 

entre aPsirmna'lisee Abordagem trazendo tem% como Inconsciente,Transferdncia 

eContra-Transferlncia. 

Umavez lanp dosao encontro concreto com o cliente,essasquestöesvro 

sendo reconsideradu eredimensionadasem funçâo daexm riênciadeatendimento,em 

funlo dosinteressesa mrem desenkolvidosporm squisasm soais,em funWo da 

545

546 

sensibilidadedecadallm ,mastambëm em funçâb daspreocupaçœ sfrenteésuapröpriaformaloeprofisionalizaWo. 

Em meio aalgungentusiasm osemuitastensôesesensaçöesdedesconforto, 

tem osvisto osallmosseempenharem muito além do quecom o pröprio c%odeatendimento 

ou com alplm asquestœ steöricasde interesseparticular,masempenhados 

em fazerumareleitmadetudoo quejâfoivistoeestudadoatéentfo nasuaforma- 

Wo ,tanto anfvelteöricoquanto anfwldeestrturaWo doscursos. 

' 

a. 

Tem osconvivido com alunosnosquestionandoem dlndo denösmaisparâmetrosestruturantespara 

sua inicialprfticade atendimento;etem osacompanhado 

também o movimento de busca de sistematizalo e de compreensro maisgeralda 

experidncia que elespröpriostdm realizado,eentâb lzmabusca do teörico com perguntaspröprias,pertinentesà 

pröpria exm ri:nda,eporisso buscado teörico como 

busca de melhor integraçâo do todo. 

Esse importante distanciamento da posil o de alienalo em que muitas 

vezes os alunos se formam,ë testemlmbado pelosverdadeirosçtförunsde debate'' 

sobre a formal o,em que nossoscursosàsvezesacabam porse tornar.Isso quer 

dizerquenosconstitufmoscomo 1m foco detensâb;mastambém comoespaço que 

permite aexpressâb dasnectssidadeseo empenho com elas,o quetem levado aum 

exercfcio conjuntodebuscadeintegraçfo dasexperidnciasdentro de lmaformaçâo 

tâofram entadacomo aquevem sendo ado curso dePsicologia. 

' 

VemosquetzmatalvalorizaWo daexperidncia pesoaledo presentem rmite 

aintepaç:o do passado (experi:nciamssoaletradiçâb,isto é,saberactlmtlado)e 

permiteao almo lançar-separao nfo-conhecimento(eaquiestâb inclufdos'nnto o 

saberaclxmulado com oqualo almo aindanâb entrou em contato,quantoarelalo 

com ocliente,quepermanecerâsemprecomo algo novo edeexmctativ% abertas). 

2.O professor ou supervisor carrega,sim,a tradiçâo:tem algumasidéias 

maiselaboradas,tem maisexperiJnciacom aqueleconteédo teörico emaisexm ridnda 

deatendimento psicolögico doqueosalunos- esuapresençaa1isejlstificaexatamente 

porisso.Mas a perspectiu da Abordagem CentradanaPessoa o provoca a 

utilizar sua exm riência maiscom o confiança no movimento que vaisearticulando 

' 

atrav és 

dasbuscasdosalunos,facilitando,permitindo,sustentandoeapoiando-os 

nisso,doquearesponderàexm ctativadosalunosdeprofessorcomo lugardo suposto 

saber.; do profesorquepodevira confianp defclr?lo încerto acreditando,buscando,esperando 

e seguindo o movimqnto que vem dali.E e1e quem ppde susdtara 

aten#o aoquevaisedesenvolverdali,equeaindanâb estépronto. 

Sem talatençro dinevitivelficaram gado allmaiddiaprd-concebida,allma 

expectativapré-existente,eentzo nâb hscomo acolhereintegrar1lm fato novo ao que 

jâsabfe os(ou preconcebfamos).Sem essaatençïoaoquevaisur#requeaindanâb 

isiéclamm'entepresente,nro setendea considerarebuscaratotalidadedosfatores , 

e entfo n:o h; m aismovimento,m assomentem omentosestanques,ao acaso.

547 

Estaatençâo vividanoacompnnhnmentodo aluno é fadlitadora paraqueeste 

emm nhesualiberdade no encontro com o professoreseuscolegu ,eno encontro com 

seusclientes;éfacilitadoraparaqueemm nhealiberdadenasuabuscateöricaeexistendalapartirdesuapröpria 

necessidadeem rguntas.Fastaatençfodentro detlm encontro 

facilitao processo decorrero rfyetlde continuaraapostarno movimento,no 

qualo novo continuasendopossfvel.E sabem osquesö naexm ridnciade1lm encontro,sö 

em comm nhia,aceitamosenfrentaro mddodo risco. 

Formaçâo naAbordagem Centrada na Pessoapoderiaseroutracoisado que 

formarparaestaatençâo? . ' ' ' 

M asatençâb aque? 

Tendenchlmenteatudo,dentro dostrdsgrandeselementosde1:m processo:o 

eu o outro e o m ovim ento. 

A Abordagem intepaos3elementosqlnndo faladefadlitalo:tratam-sede 

certascondutr do eu quefacilitam aooutro colocarienum certo movimento debuscademaiorclarezaeintegraWo 

desi- eé 1m proceso queacontecemlmarelalo, 

ou seja,nâb épromovido nem porltmanem pelaoutrapesoa,masacontece,dfadlitadonaquela 

relaçâb quetambém vaisetransformando acadamovimento dasm ssoas. 

O quemeinteressa ressaltarnestemomentodairredutibilidade de1Im desses 

elementosaqualquer1lm dosoutros.Nâb sou eu - porm im mesm o- queconsigo que 

o outro façacerto caminho em ude,se abra ese centre.Nâb énem o outro porsi 

mesmo - tantoëquepedeajuda.Mascadaum participa,com o queë,terceiro elemento,intepa 

ecompa um movimento (queinclusivejustilkaacontinuidadedos 

encontros). . 

Entâb,afirmazlzm movimento ëafirmarum processo quevaialëm deminha 

pessoa,quesum raasminhasmedidasdecontrole,previsfo eanzise;écolocar-secom 

atençâb atudo porcausado desejo decoo ecersempremniKese proceso,de ver 

desvendado oqueestavaporemersre seconstituir.Afirmaro movimento écolocar-se 

com interesserealsobreo outro,tempre1lm pouco meu carodesconhecidd,eporisso 

a quem medirijocom autênticacudosidade,istoë,com interesseaberto mloquee1e 

d,e com interesseporaquele processo. 

Pazece-meque6sö de lmatalaten#o quepodesur#ra capaddadedeaceitaçâb 

do diferente,porque seria acolhida da totalidade e nâb de nm particulaz 

absolutizado. . . 

E ainda maisim portante:mantero olharno movimento maiorqueeu eque 

aquele outro,éapossibilidadedenâb reduziràsminhaspröpriasmedidaso queest; 

acontecendo.Identifico como sinaisdesaredulo,osur/mento de1lm imediatismo 

mfopeedenma posiWode consumismo dossentimentoseidéia presentès(pröprios 

edosoutros)quenadatem avercom movimento eentfo nâo podeserfadlitaWo. 

Nareduç:o da intuiçfo daparticipaçâo dealgo além denöi,surgeapresunWo,que 

(como naclfnica)narelalo professor-aluno setraduzlogo em poder,eem seguida

548 

tem como resultado um desinteressepelo processo epelam ssoadoaluno,eatentativa 

deasegurarcertosinteresesimediatos(prestf#o,afeto,dinheiro,poder,ibope...). 

Quanto àvisâb do outro,tambëm e1a setomareduzida,eum particularquepôdeser 

apreendido (sentimento,impre&sôes,certascaracterfsticasdo'outro...)ëasumido 

como explicaçâo detudo oquee1eë;étomadocomo parn-metro decisörio - nâb m ais 

como indicaçâb,sinaleponte. . 

Perdera atenWo ao movimentoeaaceitalo de sua incertezatem como conseqûência 

areduçâodaliberdadepara lançar-seno real,paralançar-seno risco queéo 

encontro e tnmbdm a reduç:odacapaddadedarazâb,isto é,dodesejo ebuscaconstante 

de conhecer. 

A potdncia hltmana decada1zm denös,entâb,depende .denâb eliminannos 

do horizontedavidaestadimensâb do realcom o além denös,quesetorna evidentena 

situaçâb deencontro edemovimento. 

M asexm riencialmente sabemos como ëdiffcilsemanterem talposturade 

abertura.Entâo este pass: a ser1:m aspecto essencialna nossa funçâo de educadores. 

Como sepodeeducaraumatalabertura assim?Mas,antes,como ëquenöspodemos 

nosmanterabertosao movimento,paraentfo podermosserfadlitadoresdetalem- 

Penho? 

3.Como m rmanecerligado àevidénciadealgo aldm demim evocd,quese 

nosapresentano processo do encontro?Como nro reduzf-loaosesquemasprt-concebidoseàs 

, minhasmedidas(quecoresponderia anegf-lo)?Como evitarestatend:ncia 

tâb presenteem cadaum denöseem nossacultura?Como mantero olhare com e1e 

facilitaro processoeabuscado aluno? 

Transpondo paraocampo psicolösco uma dasindicalesdeHansUrsvon 

Balthasar sobre como se poderia m nnanecerdiante da evidéncia sem reconduzf-la 

ao metro,àsdimensöeseleisdaquele que a intui,mepennito dtar1xm trecho que 

creio posaajudarabuscarasoluçâo do problemaaquicolocado: 

ç:(O estado estdtico)representa,juntamente à esfera do m nsamento e à 

esfera da açâo,uma terceira esfera n:o reconduzfvela tlma das precedentes . Na 

exm riênciaquesefezdellma belezasuperior- nanaturezaou naarte- o fenômeno, 

quedeoutraforma seapresentam aisoculto,maismascarado,pode sercolhido na sua 

diferenciaçâo:o queestâdiante denösédeumagrandiosidadede'sconcertante como 

ttm milagre e enquanto talnunca pode sercolhido,alcançado poraquelequefaza 

exm ridncia dele,mmqpossui,exatnmenteenquanto milagre,a faculdadedesercom - 

preendido (...).Uma semelhantecoincidénciadeincompreensibilidadedeminha partecom 

amaisconvincente.plausibilidade,paramim sedésomentenocnmpodo belo 

Puro,destteressado'(1). . 

Admirar-se,maravilhar-secom o m ovimento quesenosapresentadiantedos 

. 

olhos:eisa chave simplese potente.E na experidnciaestëticaquepodemosdeixar 

com queo outro eo processo nosafetem provocando afeto quenoslevaa desejar

549 

compreender o fenômeno.mas ao mesmo tempo respeitando o fenômeno em sua 

diferenciaçïo,podendo continuara observf-lo,a desejaradentri-lo,tendo sempre 

presente o seu caréterdeincompreensfvel,atraentem enteincompreensfvelao mesm o 

tempo que m rfeitamente plausfwl.vAssim pode-se apreendd-lo como mistério. 

Mistério noqualeu eo outro estamosenvolvidoscom tudo o quesomos,m asque nâo 

podeseradequadnmentecompreendidosö pelo quesomos. 

. Wiliam Congdon -'grande artista plistico norte-smedcano erradicado na 

lto a- explicitadequemaneiraaexperidnc'iadabeleza , que d sempre mistdrio,nos 

cimm aanosenvolvennoscom o real: 

' 

'Como oam or,a belezaësurpreendente.Presenp semprenova,semprelirlica.Nâb 

éapreensfvelnem pelosconceitosnem m larazâb,maspor1lm conhecim ento 

porinclinaWo intuitivaque épercebida pela inteligdncia.Como o amor,abeleza 

irradia,cria luz,aqual,emanando dascois% provoca ainteligëncia a ver.'(2). 

Um olharestëtico ao fenômeno no seu conjunto podeterapotênciadasfnteseadeqm 

dadainteligência,intuiçâb,afeiWoesensibilidade,assim como dasfntese 

eu-outro-algo mais,dentrodo processo em quetudo dconsiderado pelo queé. 

Issonâb ser;umanovaredul o - reduçâb estética- setiverm osacoragem 

de continuara consideraza surpresae abeleza domovimentocomo contato com o 

Mistério,edesejarmoscontinuamente compreendertudo adentrando 'neleao invés 

de eliminâ-lo;aceitandoe como 1uz queme chama aversempremais,mechamaa 

m rmaneceraberto emeinteressarautenticam entepelapessoa. 

A nossafunWo deformadorsejogaaqui:em sercompanhiaparafacilitar 

lmatalposilo deabertura,em ajudaraquesed:credibilidadeao movimento eseu 

mistërio.Joga-seaqui:em desejarsercentrado no Mistëdo,para sercentrado napesoa. 

Tenhodito. 

Referênda : 

(1)Von Balthasar,H.U.-snmente o amord acreditdvel.Caxiasdo Sul,Ed.Paulinas,1969. 

(2)Extrafdo deçtIColoridel'lnvisibile- lapitturadiWiliam Congdon 1982-86:9suplemento da 

revista çtLitteraeCommunionis'(Milfo),de dezembro de 1986. 

'

A FORMACAO E O TREINAMENTO DE TERAPEUTAS NA ACP 

ALGUMAS QUESO ES ETICAS 

M YRIAM AUGUSTO DA SILVA W IARINHO 

FaculdadeS:o M arcos.SP 

A tarefa que aceiteitrazerparaestamesaredonda,qualsejaadeapresentar 

alplmasquesta séticasnaformaçâb eno treinamento deterapeutasna ACP,nâo se 

constituillmatarefaffcil,pois,porsuanatm eza,éalgotâo com plexo quanto sutil. 

M ulti-facetadaéaquestâb visto que,analisadadecertomodo,o Eethos''da 

formaçâo estâ intimamenteligado àideologaclfnica eapriticadoatendimento,até 

mesmo àtdcnicaterapdutica,sendo queessasrelaçöessfo,muitasvezes,bem refmadasecom 

lmentepouco explicitadas. 

Rosenberg(1987,p.84),em çzalavrassobreëtica'escreveu queçtem toda 

aârea desaûdemental,questionsm-se,hoje,osobjetivoseosefeitosverdadeirosdo 

atendimento institucional.Trata-se de dermir,para além doslimitei explfdtos,a 

quem ,ou aqueinteressam osprocedimentosquesâb oferecidosao péblicoparaseu 

bem estar''.Estacolocaçâb poderâserestendidaatodo atendimento,m nso eu. 

A formaçïoeo treirmmento deterapeutass:o capftuloscentraisdecadapropostaterapdutica,j;queestasomenteseconcretiza 

atravdsdeseusagentes,na relaçâo 

com o cliente. 

Nâb creiè queno meu caso,possaeu falar,arigor,deumaexperidnciacom a 

formaçâodeterapeutas,lmavezqueo objetivodoCtlrso dePsicologanïo daforma- 

Wo deterapeutasçtstricto sensu'o quesuporiajâum pn'meiro nfvel,o degraduaçâo. 

Contudo,concordo com Cnmargo (1987,p.54)'qlmndo dizque'çnosaexm riência 

nostem mostrado seraltnmentedesejâvelqueaformaçâb do conselheiroseinicie 

concomitantementeao curso degraduaçïo.Estaexperl:nciatem ajudado nossosalunosasedesenvolverem 

,antesdemaisnada,como sereshllmanosprofundnmentecom - 

prometidoscom o respeito ao seu crescimento eao dooutro''. 

. A minhaexperi:nciapessoalcom o temaproposto é,especificamente,restrita 

à supervisâb dapriticade-alunosno liltimo ano dePsicolpsano atendimentoaadolescenteseadultos,na 

ClfnicaPsicolö#caSâb Marcos,Sâb Paulo.Considero,somente, 

nm elemento do tripd:teoriaprética - crescimento pesoal- queCnmargo (1987,p. 

53)apontaqlundo comentasobreaformaçro do conselheiro. 

tzvantarei,a seguir,ascoordenadasquedefmem o espaço ondesedesenrola 

aminhaaçfo.t dentro deste,eapartirda minhaötica,quesuscitareialgumasquest& 

sëticasasqlnl'spoderrocontribuirparaquetodososparticipantes,aqui,possnm 

chegaraseusquestionimentosm ssoaissobreo assunto.Nïo meestou propondo,pois, 

551

552 

abarcartodo o campo deconsideraçöçsmaisamplassobreosaspectosdticosnaforma- 

Wodeterapeutas. 

Naminhaprética desupervisorapenneiam ,entremim eo supeM sando iniciante,ocliente(lmapessoaconcretainseridanum 

dadocontextosocial)elxmainstitlziçâo 

escolarparticular(com seusobjetivos,normas,calendfrio,pressöeserecursos). 

A sim,de dlnKfigurasiniciaispresentes,o supervisoreosupervisando,j; 

somosquatro nassessöesda supervisfo:o cliente e a instituiçâb.E mais,como a supervisâb 

dfeitaem grupodedezalunos,temosaindaumaquintafiguraaseridentificada: 

o grupo. . 

Osmeusçterapeutasem formalo'nâb fizernm ninda lmaoplo pessoalpela 

ACP.O atendimento em çAconselhnmentoPsicolö#co'éumaatividadeobrigatöria 

no elenco dosestâgiosoferecidospelaClfnica.Assim como nâb elegeram aACP,nâb 

escolhersm tnmbém apessoado supenisor.A maioriadosakmosnâb tein,nem teve, 

terapia pessoal. 

Naprâtica,isto se refleteem diferentesnfveisde crença dosestagiriosna 

ACP e,conseqiientemente,deenvolvimento pessoalcom aabordagem proposta,em 

maioresou menoresgrausde confiançae simpatianapessoa do supervisorenuma 

acentuadavariaçâb degraduaçiesdedesenvolvimentopessoaldosalunos.Fastasvariveis,sem 

dûvida,interferem na qualidadedosatendimentoso que me cria muitos 

conflitosëticosentre meuslçterapeutas''e seus lçclientes''e entremeusQçclientes''e 

seusç'terapeutas'' 

Nllma supervisâb fora da instituiçfo o cliente nâo é tâo presente ao supervisorporque 

o vfnculo que e1e estabelece ë com o terapeuta e nâb com a instituiçâo. 

Inverte-se a situaçâb no atendimentoinstitucional.O supervisoréo representanteda 

instituiç:o junto ao aluno-estagilio eaoclienteaindaqueem diferentesgrausdevisibilidade. 

Entendo estamodalidadedesupervisâb naACP como um processo quevisa 

o creschnento tanto do clientecom o doestagibrio eseu grupo,bem comodosupervisore 

dainstituiçâo.Seria antiitica amarginalizaçro de qualquerlzma daspartes 

envolvidasno processo. 

' 

O cerne daquestâoética,paramim,est;no equil-brio dessacomposiWo, 

demodoquenâb seprivilesesistematicamente!xm doselementosdamesma. 

Nllma visâb sistdmica cadaum doselementoscitadosseriaum subsistema 

q ue , am alptm momento,entra em conflito com outro subsistema ou com outros. 

O cnminho ëtico parece-mesero defacilitar,entre todososenvolvidos,o 

fluxo deinform açöesabertaseo deestardisponfvelparalidarcom osconiitosresultants.Como 

fezRogers(1972),em gruposdeencontrocom pesso% antagônicas. 

O supervisor,ameu ver,deveocuparnmaposilo meta,em relaçâoa toddsos 

subsistem as,para nâb seamlmpliciar com nenhum deles. 

Destemodo,começo explicitando paraosalunosasregrasdojogo,quantols

553 

prâticasinstitucionaisequanto aosmeuscompromissospedagögicospara'com eles, 

paracom aFaculdadeeaClfnica,incluindo aavaliaçâb d'osesta#lrios,suasfreqûdnciaslssesGesdesupere 

ro,etc.,etc.,trabnlhnndo ossentimentosdelessubjaœntesa 

estescompromissoseaèstasprâticas.Clarifico tnmbëm a minharesponsabilidadeëtica 

e técnica em relaçâo ao cliente. 

Istopodeservisualizado poralguns,como umaformadeexercfcio dopode'r , 

deesquemu indesejâveisqueestabelecem aautoridadeexternaeinstitufdacomocritério 

dedef-miçfoecompetdnciacomo dizJapur(1988),mastnmbdm,como acrescentaaautora,negarestepoderinstitufdo 

ëtlm campo m uito propfdoparao exercfcio 

do podervelado enro assumido. 

Em seguida,discutocom o grupoaquestâb dem anterascondiçöesdapritica 

terapêutica confidenciaisou nâb parao cliente.Isto ë,queo atendimento érealizado 

poralgunscomponentesde1zm grupo;quehâapresençade1lm supervisortabnlhando 

com osalunos;queexiste1lm espelho lni-direcional(quando e1eëusado),etc. 

Constitui1zm exercfdo deliberdadeofatodeoaluno sedecidirpelo grau de 

aberturacom o clientea/rcadetodasascondiW esquepoderfoinfluenciaradecisâb 

dele,cliente,deaceitarou nâb o atendimento (A questâb sobreseum terapeutaest; 

sendo honesto com tlm clienteou seo est;mnnlpulando tem sidouma fontedecontrovërsias). 

1% minhaparte,tenho ido aoencontrodeclientesquedesejam meconhecer 

porsaberem daminha existdnciaedo melienvolvimento,emboramaisdistante,com 

eles. 

A minha posturaëtrabalharcom osalunosapossibilidadedo cliente,casoo 

deseje,conhecero grupo,o observador(quandoexiste),acâmaradeobsermçâo,etc., 

em qualquerm omento do atendimento. 

O cliente,assim ,conheceoslimitesdaconfidendalidadequelheoferecemos 

a flm deque hajaumatransaçâb justa e porconseguinte,ëtica. 

Muehleman eta1(1985)msquisandosea revelaWo do terapeutainibia ù 

cliente,encontraram resultadosqueencorajaram osteram utasarevelarem aesteos 

limitesdaconfidenciabilidade. 

A questâo dticadenâb identificaç:o do clientenïo podesergarantidacomo 

umasupervisâb extra-acaddmica.Todavia,ficae1aasseguradano momento em quellma 

dasregrasdo jogo ë:nâb seratendido pelosmembrosdo grupoo clienteque'tenha 

alglxm vfnculo anteri'orcom qualquer1zm delesou com osuperdsor . . 

Um temaqueassaz'mepreocupa ëo da avaliaçfo do estagifrio.NaACP e1e me 

parece maisdeliodo j;queestaé baseada em crescimento pessoaleësalutarrespeitar 

o ritmo decadalxmyporëm quando setrata dzformaçlo deterapeutas,algumaavaliaçâo 

decpmpetênciaest;semprepresentedeforma fmplicitaou explfcitae,senâo houver 

critdrios,o podervelado,acimareferido,poder; serexercido sutilelargnmente,o que 

constituiriaumaformanâb tticadeaç:o.Mas,quaisserinm essescritërios?Eisa questfo.

554 

Em resllmo:acreditoque,com oposiçâb,serâm aisgticaaposturado supervisor,naformaçâb 

etreinamento deterapeutasnaACP,numaClfnica-Escola,namedida 

em que e1e ocupara posiçâb meta,facilitando tanto o 'crescimento do aluno, 

como o do grupo,o do cliente,o da instituiçâo eo seu pröprio. 

Refer:ncias: 

Camargo,J.de.A form açâb do conselheko.In :Aconselhamento Psicolôgico Centrado nl Pessx . 

RachelLea Rosenberg org.Sfo Paulo,EPU,1987,88 p. 

Japtlr,M.Umareflexfo sobreaquestfo do grupodepertinência naACP.In:Boletim Paulistada 

./ 4bordagem CentradanaPessoa,Sâ'oPaulo,4jul/ago/set,1988. 

M uehleman,T.etalii.Informing clientsaboutthe limitsto cortfidentiality , risksand theirrights: 

isdisclome inhibited?ProfessîonalPsycholov :research and practke,Washington,16/3): 

385-97,1985. 

Rogers,C.R.Gruposde Encontro (CrlRogerson encouterpoups)Trad.Joaquim L.Proença, 

Lisboa,1972,175 p. 

Rosenberg,R.L.Palawassobreética.knkvtLconselhamento n fcolgfc/ Centrado ?1a Pessoa . Rachel 

Lea Rosenbergorg.Sâb Paulo,EPU,1987,88 p.


ATENCAO MULTVROFISSIONAL A0 AX I.FACEU E EM 

PRX RAUAKps sAcpé Escrl.u 

- O adolescentecomoalvo deatenlo em saédeescolar. 

EugdnioChipkevitch 

. - Adolescentesem gruposdereflexâo.Um espaço parao c'rescimento. 

VeraSconnmiglio C.Oliveira 

- E XPC ridnciaem orientaç:o educacional. 

Maria AparecidaCasagrandi 

.- Reflexa ssobreum programadeeducaçâo sexual. 

AnaCecl7iaS.L.Sucupira

O ADOLESCENTE COMO ALVO DE ATENCAO EM 

SAODE ESCOVAR 

EUGENIO CIœ KEVIK H 

SecretariaMlmicipaldeEducaçâo,deSâb Paulo 

O presenterelato visaapresentaralgumasexpee nciaseprojetosdesenvolvidospelaSecretariaMunicipaldeEducaç:o 

deSâb Paulo (particularmentem loseu 

œ pto.deSaûdeEscolar,DSE),visapdo apopulaç:o adolescentedo nfvel11do19 

pau (5#à8#sdries). . . 

. O escolar adolescente tem reçebido menosatençâb que a criança,tanto a 

nfveldapröpriaescola,quanto a nfveldacomunidade.Porintimerasrazöes,muitas 

delasjustificadas,àcriança donfvelI(1#à 44séries)tem sedestinado maiorparcela 

derecursospedagögcos,psicolö#cos,fonoaudiolögicosemëdicos,dentro eforada 

escola. . . 

. 

. 

A maioria dosadolescentesbrasileirosnïo estânasescolas.Vencidospelassucessivasrepetdncias,vâb 

sendo incorporadosao mercadodetpbalho,isto srm sefa- 

' 

1ardemilhGesdecriançaseadolescentesbrajileirossem nen lt umaescoar 1izaçfo(20% 

dosadolescentesdopafssâb analfabetos).A 

l . e' 

sim,decerta 

' 

( orma,o 

. 

adolescenteque 

chegaà5#série(querepresenta lm terço dosqueingresàaram na1!),mrtencea 

uma telite''queteriacondiçöesdeconcluiro 19 pau,masquaseametadenâo conseguechegar1é. 

. 

Assim como o fracassoescolarna pn'meirp sëriestem 

. 

sido umrdicalizado'' > 

nocasodeadolescentesvemoslvmatendncacrescen i i tedeçpqicologzarg'ofenômeno. 

A criançapobre'éresponsabilizadapelo seu .insucesso naescola,porserportadorade 

desnutriçfo (quesupostamentelherebaixadao nfvelintelectual,o queé um mito), 

ou desfndromesdecaracterizaçfo imprecisacomodisftlnçp cerebraimfnima,hiperatividadeou 

dëûcitdeatençfo,qlpdrosquemantdm duvidosacorelaWo com diûculdade 

escolar.O adolescente nâb aprende porque nâb quer,porqueëindisciplinado, 

porquedvftim adeconiitosemocionais,drebeldeeest;em tçcrise'. 

Naverdade,am aioriadosprofessoresencontrydificuldadesem lidarcom adolescentes,e 

qlmlqueranélise daviv:nciaescolardo adolescentedeveconsiderarestas 

dificuldadesnarelaçâo profrsor-aluno,e,maisnmplnmente,arelalo entreainstituiçâoescolar(easforpspolfticas,econômicasesociaisquelhedro 

formaeconteûdo)eojovem 

(como 14m sercrftico e1lm agenteem potencialdatransformaçïo social). 

Talvezamaiordificuldadeparamuitosprofissionaisde SaûdeEscolardesenvolverem 

um trabalho .produtivo dentro dasescolu residanasua disposiçâb em çtdes- 

557

558 

medicalizar'e'çdespsicolo/zar'o fracaso escolar,eno fato deseafastarem depropösitospurnmente 

assistenciaisecurativos,àmedidaquepretendem analizarasrelaçöeshuman% 

dentro daescola,easverdadeirascaus% dasdifictldadesedosinsuces- 

SOS. 

A Saûde Escolarestâ em crise,no mqmento em que coloca em questionamento 

suasvelhasprâticas thisenistas'supostamente tlpreventivas'frenteatlmatenddncia 

crescente de anélise dentfficaepostura crfticam ranteoscomplexosfenômenos 

que ocorrem dentro da instituiçâo escolar. 

Assim ,a utilidade do exnme ffsico e de certosmétodosde screeidng em massa,nâb 

resisteaIxma anfisedecusto/beneffcio.1% 3 anosparac;,o DSE começou a 

contarcom novasalternativasparaaatuaçâodomëdico (ProjetodeOrientaçâo Sexual,de 

Prevençâo de Acidentes,de Atençâo ao Adolescente Escolar,Ctlrsospara 

professoresde Educaçâo Ffsica,integraçâb do mëdico à equipe multiprofissionaldas 

ClfnicasdaSalideFwscolar,etc). 

' Profissionais da ârea de Educaçâb tentam se aproxim'ardo adolescènte.A 

com preensâb do adolescente como pessoa em mudança,e da adolescência como um 

fenômeno psicossociale culturalc'aracterfstico da nossa sociedade , facilita aanâlise 

e a soluçâb do pr'oblemasescolares . Maria Aparecida Casagrandiconta um pouco da 

suà vivdnciade20 anosem ouvireorientarosadolescentes,compreendendo ofrac%- 

so escolara partir da pröpria visâb do aluno. ' 

Ana Cecl'lia S.L.Sucupira reflete sobre oPrejeto de Orientaçïo Sexual, 

desnvolvido mlaDivisâb Médicado DSE apartirde1986.O Projeto,quetevelxma 

Fande aceitaçâb nas escolas,d mais rico em nosproporquestionamentose novos 

cam inhos,do quese vangloriarde resultadoscomprovâveis. 

Vera Scognamiglio C.Oliveiratececonsid4raçöessobreum Grupo de Relexâb 

de adolescentes,llma experidnciaqueserviu demodelo para a implantal ö do 

atualProjeto daAtençâb ao AdolescenteEscolar. 

Sâotestem llnhosdeumainquietantebuscadesigificadoseverdades,dentro 

de lzma Saûde Escolarqueagora tambëm sepreocupa'com oadolescente,e quevisa 

nmpliarehllm snizaro seu espaçonainstituiç:oescolar.

AQOLESCENTES EM GMUPO DEREFLEXAO. 

UM ESPACO PARA CRESCIMENTO 

VERA K OGNAM IGLIO C.OIJVEIM 

Secretaria M unicipaldeEducaçâb deSâb Paulo 

Em vista da alta frequdncia de dificuldadesescolares,principalmenteasreferentes 

ao relacionnmento professor-aluno,distûrbios emocionais e de conduta , 

observadasem alunosde 5# à 8#sëriesdo 1? grau,edapoucadisponibilidadede 

recursos'na comunidadeparaencaminhamento esoluçâb destesproblemas,tentou-se 

uma experilncia dentro da pr , öpria escola,que envolvesseinicialmente 1Im grupo de 

adolescentes,emxmasegundaetapa,ogrupo deprofessores. 

O grupo deadolescentesfoicoordenadoporllmapsicölogaescolar,1lm m ë- 

dicoescolar,eumacoordenadorapedagö#ca,econsistiadeencontrossemanaisde 

90mhmtosdedtlraçâo.Feito o contrato com osadolescentes,asuapreserie eraoptativa.A 

frequdnciavariou de10 a12alunos,eaidade,de12 a18anos. 

A atuaçfo doscoordenadoresconsistiaem criarum clima.acolhedore,atravts 

decolocaçöesdeconteédo esclarecedor,encorajadoreinterpretativo,facilitaroposicionnmento 

pessoaldosadolescentes. . 

. 

O pröprio grupo elaborou suasregras,eosasuntosmaiscomentaddsSravam 

em torno de fam lia,nmizade,namoroeescola.Notou-seum crescimento dogrupo, 

desdesessGesiniciaisem quepredominavadesuniâoesentimentosdissimuladosdem e- 

do,para as sessGesfinais,em que havia maiorsentimento de coesfo no grupo,ecolocaçöesmaispessoaiseïntimas.A 

heterogeneidadeetsriaprejudicou o processo,em deteminadosmomentos. 

Atravdsdo relato dospaiseprofessores,edaavaliaçâb dospröpriosalunos, 

Pudem osconstatarque'ocorrerzm mudanp spositivasno comportamento enaatitudepessoalde 

muitosparticipantesdo pupo. 

Sugerimos que experi:ncias semelhantes,promovidas em escolas pûblicas 

e facilitadasporprofissionaisinteressados,possam serbenêficaspara o crescimento 

psicossocialdo Adolescente . 

559

EXPERIENCIA EM ORIENTACAO EDUCACIONAL 

M ARIA APARFEIDA CASAGRANDI 

RedeM unicipaldeEnsino,prefeituraM unidpaldeSropaulo 

Realizou/e,nlmaescolamunidpalde Sâb Paulo,um trabalho de Orienta- 

WoEducacionalcom o objetivo delevantarentreosalunosde5# à8 # sdries,com problemu 

de rendimento insutkiente,ascausasdo seu fracasso escolar,paraposterior 

confronto com ascalzsasapontadaspelosprofessores,etentarelevaro fndicedeaprovaçfo 

dassdries. 

Resolvemoscriarapritica do Conselho dosAlunoscom rendimento insufidente,bimestrslmente,(0 

queeleschamavam tçrelniâodosalunoscom notasverme- 

1hns'),para discutirmos a: suas dificuldades.Paralelamente,algunsdestesalunos 

foram entrevistadosindividualmente,etodossecolocaram ,assim como em pupos,1ocnliyando 

decertaformaascalzsasdeseu fracassoescolarnapröpriaescola:no seu funcionamento,no 

comportamento doseducadores,no relacionsmentoprofesjorxqluno, 

naaplicaçïo dosmdtodosde ensino,nosistemadeavaliaçâo;seusconllitosemocionais,auto-conceitorebaixado,problem 

asdesaûde,fobiaescolaze trabalho ou tarefas 

domësticas. 

Ouvirosalunosem suasqueixasou crftic% econsdentiM -losdeseusdreitos 

edeverespodenosleura garantirasuaaprendizagem ,o seu sucesso enquanto aluno 

e enquanto pessoa em crescimento. 

Consegxlimos,ao fmaldo ano letivo,uma eleu Wo considerâveldo fndice de 

prom oçâb dosalunospara assëriesseguintes,e ttalvez possamosconcluirque nâo 

existnm dificuldadesdeaprendizagem ,m assim disculdadesdeensinar'. 

561 . .

REqEXCES SOBREUM PROGRAMA DE ORIENTACAO SEXUAL 

ANACK fLIk s.L.suctmlM 

SecretariaMunicipaldeEducaçâo deSfo Paulo 

Em 198s,algunspoucosmédicosdebsE(Departamentodesaédeacol>r) 

realizaram ,poriniciativaindividual,palestraedebatessobreasexualidade,com alunosde5#à8# 

stries.Em pouco tempo,outrasescolascomeçayam asolicitarao DSE 

um programasemelhante?o queresultou,em 1986,'num projeto-piloto dePrograma 

deOrientaçfo Sexlml,desenvolvidopor6 . médicosem 38escolas,com altmosde4 # 

à8 #sëries.O sucesso ea receptividadedo Propam apermitirnm quee1efosseRmpliado,eem 

1987participaram dele,voluntariamepte,29 mddicos,abragendo ao redorde 

100 escolas,e atingindo algunsmilharesdealunos.Destavez,tentou-seenvolverno 

Programatnmbém professoresdecidnciu ecoordenadorespedagögicos. 

O Programa consistia em umaexposiçâb prdviadada peloprofessordeddncias,seguidade2 

ou 3palestrasdo mddico,apösasquaisseabriaum debate.Osalunospodiam 

fazerperguntasporescrito,anonimamente.Osassuntosabordadosm lo 

mddico ernm :puberdade,anatomia e f'lsiologiado aparelhoreprodutor,higienefntima,reproduçïo,sexualidadetransmissfveis;mëtodosanticoncepcionais,etc. 

A atividadeeramuito bem recebidapelamaioriadasescolas,pdncipalmente 

m losalunos.Nasavaliaçöesqueestesfizeram porescrito,houve100 % deaprovaçâo, 

elogios ao Programa,pedidos para que este continuasse,para que fosse contfnuo 

durantetodo oano letivo,com maiorfrequência, estendido tambëm asëriesmenores 

ecom maiorparticipaçâb dosprofessores. 

Aspergunt% dosalunosse referinm a todosostemasabordadosnaspalestras,principalmenteadiferentesmanifestaçöesdasexualidade(mastlrbaçâo,homossexualidade,sexooraleanal',sexo 

naadolescdncia,etc),ao funcionnmento dosorgâosgenitais,Favidez,aborto,etc. 

Umasegundaleiturademuitasdasm rguntasform uladaspermite Itmacompreensâb 

designificadosoutros,nâb expressostextllnlmente equerefletem aansiedade 

do adolescente frente asua pröpria sexllslidade,suasinseguranças,preocupaçâo 

com a eçnormalidade'etc. 

Am sardaboaaceitaWoedoaparentesucessodoPrograma,impöem-sealgum 

asquestöesarespeito dametodologiaempregada,dasuaefidciaeutilidade,emesmodosobjetivosbâsicosdeprogrnmu 

destetipo. 

Porqueëtâb diffdlenvolvero professorno Propnma?Porqueesteprofessor 

tem quesernecessarismenteo professorde cidndas?Como fazeroprogramaterlxma 

maiorcontinuidadeduranteo ano letivo?Queexpectativastem aD cola,equeobje- 

563 .

564 

tivosPersegue,ao facilitarou mesmo solicitareste tipo detrabnlho com osadolescentes? 

Em quesérie iniciar o programa? 

Que meiosPodem Serdesenvolvidospara quea discu&sâb deixedeserfria, 

superficiale restrita aaspectostecnolögicos,epossachegaràsverdadeiraspreocupaçöeseanpiedadesdoadolesiente,ao 

nfveldodesejo,paraele'dedifïcilcompreensâo, 

verbalizaçâo eexposiçâo? 

Qualé a eficiciadospropomasdeeducaçâosexual?Estnmosinfluindonos 

conhecimentos,nossentimentos,nas atitudes,ou tnmbém noscom portamentos? Estamoslideiando 

asexlmlidédedosjèvens,ou sutilmenteareprimimos,aenquadrpmos 

em padriespréestabelecidos? ' ' ' 

Certamente,os adolescentessebeneficiam de llma oportunidade de poder 

falar,naescola,livremente sobresexo,umaexperidnciaquefoiprimeiraeprovavelmente 

significativa para a maioria dosalunos.No entanto,cremosqueë necesslrio 

queaescolaassumafunçfo,cabendo aoutrosprofissionaiso papeldeassessoria.M ais 

do que isto,adiscussâb eo exercfèio da sexualidadedo adolescente tem queganhar 

um espaço maior na escola e na co'munidade , nâb se restringindo a algumàspoucas 

P al es tras .' 

.


A FORMK âO IXITERAPEW A COMO RTAMENTAL:O QW A 

UNIVERSIDADE N DE OFERECER 

- Formaçâo do terapeuta comportamental:o que auniversidade pode 

oferecer? 

' 

Sërgio AntoniodaSilvaLeite

FORYACAO DO TERAPEUTA COMPORTAMENTAL: 

O Q U E A U NIV ERSIDA DE POD E O FER ECER? 

SERGIO ANTONIO DA SILVA LEITE 

UniversidadeEstadualdeCam pinas 

Q lndo o Hdliomeconvidou paraparticipardestamesa,pondereiquenâo 

era terapeuta,embora tivessesofrido forteinfludnciadaAnâlisedo Comportamento 

em minhaformaçfoacad:mica.Entretanto,como membro do CRP (1980 a1983)e 

agorano CFP,tenho acompanhado todo oprocesso dediscussâo sobre oscurrfculos 

doscursosdePsicologaenestesentido poderiadarumacontribuiçâb ao debate.Concordamosquetaisinformaçôesseriam 

importantes,dadoqueaformaçâo doterapeuta 

comportamentalrelaciona-setambëm qom todaaquestâodaformalo do psicölogo. 

Em 1982 funcionou no Clp ltmaComissâb ' jeEnsino,formada poroito 

membros*,querealizou umaano sequantitativadoscurrfculosdoscursosdePsicologia 

do Estado de Sfo Paulo.Dos26 cursosexistentes,reunirnm-se oscurrfculos 

(incluindo osprogrnmasdasdisciplinas)de16 faculdades.f possfvelquenesesseis 

anostenham ocorrido mudançasem vo osc'ursos,m asacreditnmosque aestrutura 

bfsica dosmesmosfoipouco alterada,uma vez que nâo se tevenotïciadegrandes 

transform açöes.Aocontro o,asavaliaçöesrealizad% pelosmembrosdasentidadesde 

classest6m demonstrado queo processo deformaçfo profissionaléum dossetoresem 

que menosseprogrediu no sentido detransformaça snecessirias.Isto talvez se deva 

ao fatodequeagrandemaioriadoscursosdePsicolo#ano Estado deSâo Paulosro 

particulafes,com estrutura rfgda,ondeo poderdedecisfo seconcentranamâb de 

poucoscoordenadores(em 1985havia27 cursos,dosquaisapenastrdsministrados 

em escolu pûblicas). 

A anâlisequantitativafoirealizada,pelaCornissâo deEnsino,atravësdequatro 

diferentestiposdeclassificaçâo dasdisciplinaseestésos,doscmrfculosrecebidos. 

14 zlz:f/fcgle 

Tomando-secomo baseo Parecer403do Conselho FederaldeEducaçâo,que 

estabeleceu o curfculo mfnimodoscursosdePsicologa,asdisciplinaseestigosforam 

classificadosdeacordo com asseguintescategorias: 

* Sérgio A.S.Leite,Josë Roberto TozzoniReiș MarleneGuirado,l-qzslo A.Avila,JaneP.Trujillo, 

SilviaLeserdeMello,CleideMonteiro ArinieLuisAngelo Felet. 

567

568 

- 

Clzrfculo Mfnimo Obrigatörio (CMO)-correspondendo àsdisciplinasobrigatörias,asaber:Fisiolosa,a 

tatfstica,GeraleExmrimental,Desenvolvimento,Personalidade,Social,Psicopatologa 

Geral,EticaeTEAP. 

- 

Currfculo Mfnimo Eletivo(CMEI)-correspondendo àsdisciplinasnecessériasparaaobtençâodo 

diploma dePsicölogo,dentreum roldelas,deacordo com o 

Parecer403:Psic.do Excepcional,Dins-mica de Grupo e RecursosHumanos,Psic.do 

Fwscolare ProblemasdeAprendizagem ,T'1P,Seleçâb e Orientaçâb Profissionale PsicolosadaIndtistria. 

- 

Currfculo Mfrtimo/Estigios(CMEst) -corespondendo âsatividadesde 

estisosnecessâriospara a obtençâo do diplomadePsicölogo. 

- Disciplinasde 20 . Grau -aquelasque correspondem à extensâo do ensino 

d e 20 .g rau;Biologia , Matemitica e Lïngua Portuguesa. 

- 

DisciplinasObrigat6rias(Ob)-EPB eEducaçâb Ffsica. 

- 

DisciplinasdoCurfculoPleno (CP)-corespondendoàsdemaisdisciplinas, 

excetuando asde Lcenciatura e disciplinasoptativ% que poucoscursosapresentaram 

(tr:s):M atomia,Metodologia,Sociologia,Filosofia,SistemasPsicolögicos,etc... 

' 

A somadascargasdesasdivers% disciplinaseestâgospermitiu océlculo real 

dascargashorâriastotaisdos currfculosrecebidos. 

A Tabela 1apresenta asporcentagensmddiasdascargashorfriasde cada categoria,osfndicesdedispersâo 

mâximo e mfnimo dasmesmas,alëm da mddia dascargas 

hoririastotaisdoscursos,tambëm com os fndicesmfnimo e mfximo. 

Tabela 1 CM O CM EI CMFM CP 20 . grau Ob Totalhoras 

M ëdia 38,7 14,4 11,4 22,8 3,0 3,8 4.593 

M ïnima 15,9 6,6 5,3 8,9 0,0 0,0 4.100 

Mxxima 51,6 25,0 20,3 40,9 8,9 9,1 6.020 

Osdadosdem onstrnm apreponderM ciadasdisciplinasCMO,seglzidasdasdisciplinasC.Pleno 

eCM Eletivu .A porcentagem dacategoriaEstâgiosapareceem quarto 

lugar.Cerca desetefaculdadesincluimm ascargasdasdisciplin% deUcenciaturana 

carga geraldo curso.Devem-se ressaltargrandesvariaçöesentre asporcentagensmfnima 

emiximanasdiversascategorias,inclusive variaçôesem relaçïo àcargahorâria 

geraldosdiversoscursos. 

2Jclasslpcaçâ-o 

Esta classificaç:o foiproposta tendo em vista caractelizarasfunçöesdas 

disciplinu e estfgios,aldm de permitirum agrupamento quanto âsprindpaisâreis 

acaddmicu edeconhecimento.

569 

- 

DiqciplinasBlicasExatas(Be)-Estatfstica. 

- 

DisciplinasBdsicasHlmanas(Bh)-Antropologia,Filosoûa,Sociologa,FilososadaCidncias,etc. 

- DisciplinasBiicasBiolögcas(Bb)-Fisiolosa,Anatomia,etc. . 

- 

Disciplin% BiqicasPsicolögicas(B Psi)-corespondendoàsdisciplinasde 

Psicolosaquenâb envolviam ensinodetdcnicasou estlsos,geralmenteconheddas 

como çtdisciplinasteöricas':Geral,Metodolosa,Social,Personalidade,Desenvolvimento,Escolar,etc... 

- 

DisdplinasSemizrofisionalizantes(> )-correspondendo àsdisciplinas 

queprevinm o ensino dedeterminadastdcnicasutilizadaspelosprofissionais,nasmais 

diferentesâreasdeatualo:T& ,Dinn-micadeGiupo,T'1P,TëcnicasdeAconselhamento,Psicom 

otricidade,etc... 

' 

- 

DisciplinasProfissionnlizantes(P)-corespondendoaosesté#os.Nâb se 

inclufrnm aqui.asprâticasprevistasna ticendatura ou atividadesprâtic% previstas 

nasdisciplinasdo Bacharelado parao ensino detdcnicas. 

- 

DisdplinàsObrigatöriwq(Ob)ede2O.grau -idem à 1!clusificaçâo. 

Estasegundaclasificaçâb sö foipoufvelmedian iea 1ituradosprogr'nmas 

e 

dasdisciplinas.Conseqùentemente,llmamesmadksdplinadedoiscurrfculosdiferentespodetersidoclassificada 

em diferentescategorias. 

A Tabela2 apresentaasporcentagensmëdiàsdecadacategoria,com osfndicesdedispersâb 

m fnimo em dxim o. 

Tabela2 Be Bh Bb Bpsi SP P Ob 20 . Grau 

Mëdia 4,0 5,0 7,2 32,8 24,7 14J 3,3 1,9 

M fnima 1,9 3,2 2,7 22,4 10,0 5,3 0,0 0,0 

Mâxima 6,4 8,3 18,4 47,9 38,1 27J 8,0 8,9 

Observa-se 'lmapredominMcia dasdisciplinasdacategoria B.Psicolö#cas, 

embora em cinco faculdadesessas porcentagenssâo ligeiramente inferiores às > . 

Seguem-seascategoriasSPeP,em queaporcentagem dapn'meiraéquaseodobro da 

segunda.Am nastrdsfaculdadesapresento porcentagensdacategoria P superiorà SP. 

A comparaçâo discategoriasBb e Bh mostraligeirasuperioridadedaprimeira. 

Note-sequea somadasporcentagensdascategoriu Bh,.Bb,BeeV si(45%)d10% 

superioràsomadasporcentagensdascategoriasSP eP (39%). 

Ressalte-setambëm queasdiferençasentreasporcentagensmfnimaem

570 

JJ Clnstpcaçwo 

Esta classificaçâo foicriada visando à anâlise dasiferentestenddncias das 

disciplinaseestâsos,em relaçâb àsâreasprofissionaistradidonaise/ou novasâreas. 

Asseguintescategoriasfornm estabelecidas: 

- 

DisciplinasdeFormalo Geral(Gerais)-corespondendo àquelasn:o direcionadasa 

umaâreaesm cfica.Ex.:psicolosadoDesenvolvimento,deacordocom os 

diferentesprogramas,nâb apresentou !lm diredonamentopara umaâreaespedfica. 

- 

DisciplinasdeOrientaçfo Clfnica(C1in)-disciplinasou estâgiosdirecionadospara 

a atuaçâb clfnica. 

- 

DisciplinasdeOrientaçâb Educacional(Ed)-idem âreaeducacional. 

- 

DisciplinasdeOrientaloIndustrial(Ind)-idem organizaçâo. 

- 

DisciplinasBisicasHnmanas,ExataseBiolöscas(Bheb) 

- Outras(O)-asdemais. 

Novamente aquias classificaçies sö fornm possfveism ediante leitura dos 

program as. 

A Tabela 3 apresenta asporcentagensmddiasde cada categoria,com ospontosm 

fnim o e mâxim o de dispersâo. 

Tgbela 3 Gerais Clin. Ind. Ed Bheb O 

M ddia 34,3 24,7 6,8 7,3 17,0 7,1 

M fnima 27,0 11,0 2,5 1,5 9,6 0,7 

Mïxima 47,0 36,6 13,9 13,2 24,0 17J 

Observa-se apreponderM ciadacategoriaGerais(em duasfaculdadesesu 

mrcentagenssâb inferioresàClfnica).Entretanto,osmaiorescontrastess:o demonstradosnas 

comparaçöesdasporcentagensdascategori% Clin x Ind x Ed:amddiada 

primeira ë quase quatro vezessuperiorà de Ind e pelo menostrdsvezzssuperior à 

Educacional.No mesm osentido,a porcentagem mddia dascategori% Bheb dsuperior 

à soma dasporcentagensdascategodasInd e Ed.Mesmo a porcentagem da categoria 

Outrasé praticamente semelhante â dasduascategoriasem questâb. 

' 

Nâb seobservaram disciplinaseestigosdirecionadosaoutrasireasdeatua- 

Wo,qizen:o astradicionais,exceto em umafaculdade. 

4JClnstfcaçP 

Uma vez que osdadosdisponfveispossibilitarnm diferenciarosdiversossemestfeseanosescolaresem 

queasdisciplinaseestâgioseram ministrados,foipossfvel

571 

estabelecera distribuiçâo m rcentualnosdez semestresdo curso,entreasdiferentes . 

faculdades , utilizando ascategori% da2.clusificaçâo. 

a 

A Tabela4 apresenta asporcentagensmëdiasdasquatro categoriasem relaWo 

à cargatotaldecadaum dos10 semestresdoscursosdePsicolo#a. 

Tabela 4 1(? 2î 39 4 C? 50. 60. 70. 8(? 9 (? loo. 

Sern. Senl. Sern. Senl. Sen'. Senl. Sern. Senl. Sen'. Sern. 

Bh + Be+ 70, 1 yz , a 28 

, a 22,8 1a,a 14,4 14,8 1,6 ï,6 

Bh + O 

B Psi 29,4 66,0 63,3 56,5 43,9 20,4 10,7 4,7 2,5 

SP 5,8 13,8 19,6 36,6 5j,9 58,4 44,3 32,0 

P - - - - 3,9 1,8 8,5 11J 44,4 55,0 

Observam-se quatro tçpicos''formadosporcadanmadascategoriasem momentosdistintosdocurso,a 

primeiracategoria apresentao 'çpico'nos1? e2î semestres.O 

sejundo çtpico'daprisentadopelacategoriaB.Psicolésca,do 3(?ao 6 (?semestre,numalinhadescendenteapartirdaf.Nos7 

(?e8O.semestresocorreapreponderância 

dacategoria> ,enqluntoqueacategoriaP (estfgios)concentra-senos9O.e 

10? perfodos. 

Entretanto,observa-sequeno 9 t?semestreascategorias&'eP apresentsm as 

mesmasporcentagensenquantoqueno 10P ocorreapreponderM ciadacategoria P, 

emboraSP aparep com 32% dacargahorfriado semestre. 

Em reslzmo,essesdadosdem onstram que no decorrerdo cm so lh'iquatro 

momentosdistintos,caracterizadospelodomfniodasporcentagensdacarjahoriria 

semestraldecadaum adascategoriasconsideradas,sucessivnmente. 

Umavezqueosdadosacimaapresentadosreferem-sesomenteaumaandise 

qllqntitativa,aComissâb de Ensino tentou iniciar1zm levantnmento deinformaçôes 

arespeito do flmcionnmento dasatividadesdeestigiosofereddosaosalunos.Elaborou-se 

1m pequeno roteiro de entrevista aseraplicado nossupere oresdasdiversu 

faculdades.Emborata1levantnmento nâb tenhasido completado,asentrevistasrealizadasdetectarnm 

viriosproblemasem relaWo aosestégos,resumidosem seguida. 

Detectou-se quea maioria dasfaculdadesn:oapresentavam um m fnimo de 

organizaçZodeestl#osnasâre% educacionale organizacional;o pouco queexistia 

encontrava-senaâreadeclfnica,com asclfnicasœscola,com atendimento Fatuito à 

populaçâb.A questâb dosestigosnasduasJreaseraresolvida namedidaem queo 

pröprio altmo procurava locais de estfgios,ficando o supervisor com uma funçâo

572 

mernmente burocrâtica.Com relaçâo às clfnicas,por sua vez,nâb estavam clarificadososlimitesentreasfunçöesdeatendimento 

àpopulaçro eaformaçâo deprofissionais,umavezqueosatendimentoseram 

suspensosdlzranteosperfodosdbsférias. 

Outro problema importantediziarespeitoà relaWo supervisorx n 0 . dealunos,chegandoem 

algumasescolasàproporçâo de 1:20.Nessascondiçöeso queocorria'era 

que tr:sou quatro altmosatendinm enquanto que osdemaisobsefvavam as 

sessöesou sö participavam da discussâb nassupervisöes. 

Todosossupervisoresentrevistadosqueixaram-sedafaltadepreparo dosalunos 

que chegpm ao 50 . ano,nïo sö teörico m astambëm relacionada à falta de postura 

profissional. 

Dadososproblemasapresentadospelos currfculos,pode-se suporque dificilmente 

1Im profissionalsaida graduaçâb em condiçöesde se inserir eficientemente no 

mercado de trabalho.Neste sentido,pode-se colocara seguintequestâb:como e onde 

ospsic6logost:m complementado (ou garantido)asua formaçâo? 

' 

Osdadosda pesquisa sobre o Perfildo Psicölogo no Estado de Sâb Paulo 

(1984)podem nosajudaraentenderum pouco essequadro,namedidaem queidentificou 

osvériosnfveisde formaçâo apösagraduaçâb,a saber: 

a)Pös-graduaçâo:em 1984,11,8% dospsicölogoshaviafeito mestrado,dos 

quais2,6% em Clïnica,1,4% em Humanase2,5% em Educaçlb.Cercade 1,7% havia 

feito doutoramento.Certamenteessesdadoshojesâobem menores,dado queaabsorçâb 

da pös-graduaçâo nâb foiproporcionalà inserçâb dosnovosprofissionaisno mercado; 

b)Cursosdeespecializaçâo:42,4% haviarealizadotaiscursos,sendo quea 

grandem aioriaapösagraduaçâo.A distribuiçâb porârearevelou:68,6% em Clfnica, 

147% em Organizaçâo,9J% em Educaçâo e5,8% em H lmanas; 

c)Ctzrsosdecomplementaçâo:45,9% haviarealizado taiscursos,sendo que 

maisdametade fizeram maisdeum curso.Cercade63% ctlrsaram apösagraduaçâb. 

Com relaçâo âsâreastemos:62,4% em Clfnica,19,5% em Organizaçâb e 9,0% em 

Educaçâo; 

d)Gruposdeestudosinformais:33,3% dacategoriaparticipou degruposdessetipo,dosquais57% 

depoisde form ados.Nadistribuiçâb porJreastemos:83% em 

Clfnica,6,5% em Orgnnizaçâb e5,9% em Educaçâo. 

' 

A pesquisa nâb incluiu oscasosde supervisâb com profissionaisapösa graduaWo.Sabe-se 

entretanto que ta1prética é m uito comum em relaçâb aosnovos 

proûssionais,principalmentenaireadeClfnica. 

Voltando ao nosso tema central,osdadosacima apresentadospermitem algum 

asconclusöes geraispara infcio do debate: 

a)A graduaçâb em Psicologiacertamentenâb garante formaçâo mfnimapara 

o psicölogo iniciar suasatividades profissionaispas diversasJreas,inclusivea clfnica;ë 

possfvelatë que a graduaçâb tenha um papelmuito menosrelevante do quese imagina,

573 

dado o quadro pouco animadordoscurrfculosdoscursosde Psicologia;é necesssrio 

maisestudosna irea; . . 

b)Esasituaçâb tem levado osinteressadosem clfnicaabuscaroutrasfontes 

de formaçâb,aldm eapöso tdrmino dagraduaçfo,transformando aatividadeterap:uticanumaâreaelitizada.Isto 

porqueoprofisionalquepretendenelaseengajarcom 

sucesso,deverâcontinuarinvestindo em sua formaçfo,o queimplicaem tercondiçöes 

econômicaspara talk'Certamenteeste nâb é o énico fatorm astem sido 1lm grande 

determinanteparaaformaçâo do terapeuta.

! 

. ( :!I! 

i 

I 


TERAPIA O MD RTAMENTALTCONFRONTOSENTRE A TEORIA 

E A ATUAjAO Dos TERAPEW AS 

- Terapiacomportamental:aprfticaclfnicano atendimento decrianças. 

VeraReginaUgneliOtero 

' j 

I!

TEqAPIA COMPORTAMENTAL: 

A PRATICA CLINICA NO ATENDIMENTO DE CRIANCAS 

VERA REGm A LIGNELLIOTERO 

ORTFX .clfnicaparticular.W beirfopreto 

Desde o momento em que um = altoma conhecimento de umagravidez, 

estapessoaqueaindaé1xm feto,influenciaerecebeinflu:nciadeseu meio ambiente. 

Fwstarelaçâb éemâb duplacontém variveisdeordem biolögica,social,emociohale 

interacional,dentre outras,que,interferem em cada indivfduo em sie na relaçâo 

entreeles.A partirdo nascimento ocorre 1xm aum ento naturaldestasinteraça sam - 

pliando-se o nlimero depessoasenvolvidasnasmesmase consequentemente,almentam 

tambdm asvariveisqueinterferem dasmaisdiversasformas,nascaracterfsticas 

individuaisdacriançaeno seu desenvolvimento. 

A TerapiaComportamentaltnfantil(TCI),considerando osaspectosacima 

citados,e,fundamentada em princïpiosteöricosadvindosdedadosdepesquisasexperimentais,e/ou 

observacionais,propöe-seaintervirn:o apen% nacriançaem si, 

masna suainter-relaçâb com o meio.Estesprincfpios,englobam processosdeaprendizagem 

social,cognitivae comportamental;dadosde ordem biolögica,perceptual, 

motivacionalededesenvolvimento (OliveiraI-ima,1981).œ staforma,tem-se lma 

noçâb ampladequem do cliente.Deum modogeralafam liaprocuraumaajudapara 

a criança pressuponḍo que ela,a criança,é a detentora exclusiva da problemitica.Uma 

vezqueaT.C .1.atuatambëm nainter-relaçâb dacriançacom seu meio,a fam liaparticipado 

atendimento,tornando-seo clienteyjunto com acriança. 

A T.C.I.acredita portanto quedevetrabalharnascausasdosproblemasdas 

criançase nâb apenasnos seusefeitosque estariam drcunscritos à criança em si.Envolveraspessoassignificativasnavidadacriança 

no atendimento él:m procedimento 

eficaz que facilita a compreensâb eresoluçâo dosproblemasde llma criança,dado 

que,grandepartedelesocorreem funçâo decomo selidacom ela. 

Falareiagoraespecificamentesobreaminhamaneira detrabalhar. 

Inicio o atendimento de um c%o,fazendo entrevistascom os paisou responsâveis,na 

ausência da criança.O n 9 delasvaidepender dascaracterfsticas individuais 

da famflia,da criança e de suasrespectivasproblembticas.Elasocorrem attqueeu 

tenha lmaidéiaclarado problemae/ou consigatransmitirorientaçöesquejulgo fundamentalparadiminuiraansiedadedafam 

liacom aconsequentedimintziç'âo dapressâb 

exercidasobreacriança. 

A seguiratendo acriançatantasvezesquantasjulgonecesiriasparaformar 

aminhapercepçâb sobreela,quepodeou nâb coincidircom adafnm lia. 

577

578 

' 

Se necessirio,faço entrevistascom avös,babâs,amigos,irmâos,bem como 

sessöesconjuntasdacriançacom qualquerdesaspesoas,em gruposou aospares. 

Teoricamente poderia dizerque essa seconstituiria na etapa dediagnöstico 

seeu tksar1xm modelomddico paradescreverm inhaintervençâb.Napritica,acredito 

quedesdeo primeiromomento decontato com ocasoj;seirticiou oproceso terapdutico 

de intervençâo,nâb sendo possfvelseparâ-lo em etapasnitidamente distintas . 

Dafem diante,ocorrem diferentespossibilidadesde atuaçâb , sendo que a 

maiscomum éaqueconduz1lm trabnlhoconcomitantecom afam liaecom acriança . 

Assesöescom ospaistêm porobjetivos:a)continuaracoletadedados;b) 

ensinâ-losaobserurerelatarcomportamentos;c)fazera anâlisefuncionaldosmesmos;d)ajudl-losareorganizaraspercepçöesquet:m 

desiedacriançacom suasinterrelaçöes;e)ajudâ-losaidentitkarospröpriossentimentosem 

relaçâb asieâ criança 

e ospossïveissentimentosdesta;compreenderpossfveisinfluênci% destessentimentos 

nainteraçâb familiar;9 selecionarcomportamentosedecidirprocedimentosparaeles 

lidarem com acriança;g)ajudâ-losarefonnularacompreensâb daproblemâticado 

caso,levandoesaperceberqueestrapolaâcriançaem si;h)discutirconceitosdeeducaçâo 

com suasevidentesconsequências(Otero,1985). 

Assessöescom acriançasâ'o desenvolvidascom osobjetivosde:a)colherdadosdeobservaçlb 

da criançaem si;b)estabelecero vfnculo-terapdutico;c)propiciar 

condiçöesparaqueacriarwatenhanaclfnicasituaçöeslédicasnasquaisconsiga:1) 

vivenciarsuasâreasproblemiticas;2)compreenderasrelaçöesfuncionaisentrefatos; 

3)identificarseuspröpliossentimentosem relaçâo asieaosoutros;compreenderas 

Possfveisinfludnciasdestessentimentosnajnteraçâb familiar. 

Para exemplificar a minha atuaçâo,relatareisucintamente tlm caso clfnico: 

Tratava-sedellmacriançade3 anose3mesesdo sexo feminino,quechamareideR.Erafilhaénica 

de Ilm casaldeclassem édia,sendoqueamâbtinhainstruçâo 

secundfriaincompletaeopaicompleta. 

AsqueixaseinformaçöesbâsicassobreR eram: 

f um ameninaesperta,retrafda,muitoinsegura,nervosaeteimosa.Parachamaraatençâo,faz 

muitasartes,xinga,agrideverbalmente,principahnentecrianças. 

Apresentamedosgeneralizados(cachorro,bebds,ficarna escola,etc).A faml'lia tentou'colocf-lanaprë-escola 

, masR nâb pennanecia 1â sem am:e,nâo executava nenhumaatividadeenâb 

interagiacom adultose/ou crianças.Tinhagrandedisculdadede 

articulaçâb desons,apresentando llmataquilalia incompreensfvel.A mâ'efuncionava 

com o tçtradutora' espontaneamente ou por solicitaçâb de R;esta nâb aceitava atendimentofonoaudolögico. 

O paieraumaptssoatfmida,com difkuldadesderelacionamento social.Nâb 

gostavadefazere/ou recebervisitas;qlnndo estasocorriam e1epermaneciacalado a 

maior partedo tem po. 

A mâe era umapessoaextrovertida,com extremafacilidadepararelaciona-

579 

mentos sociais.Era bastanteneaosa eansiosa.Teve uma depressâo pös-parto com duraWo 

decerca de 20 dias.Dizia-semuito inseguraparalidarcom R,sentindo-sesobrecarregadaporquena 

concepçïo do pai,ela,amfeeraaresponsïvelpelaeducaçâb da 

criança;relatava que questionavatalsituaçâb;masnapritica terminava assumindo 

todaapropostado pai. . 

O atendimento do c%o constou decinco sesssesiniciaiscom ospaiscom os 

objetivosacimadescritos.No finaldapdmeirasesâo eu pediquepaiemâefizessem 

separadamente,um relato porescritode 1lm diadacriança o maisclaro e completammktcpossfveis.Vejamosdoismquenostrechosdeles: 

Relato da W e.' 

tç . . . safcom e1apal'ao supermercado;ela quermeimitarem tudo.Ao cheglrmose1aRlmoçou 

edepoisfoiconversarcom atiaatravésdomuro.Depoisfoidar 

umavoltinhademoto com opai;nissochegou o m ed nico paraarrllm aro carro.E1aé 

muito sapeca.Enquanto o paiconversau com o mecânico e1aderrubou am oto equebrou 

o vidro.O pain:oreagu,entrou e reclamou comigo;eu expliqueiquenâo podia 

ee lamçrespondeu quenâb faziama1porqueo paicomprariaoutro'' . 

Relato do 'p/' 

$6 . . . enquanto eu desm ontavaum guarda-roupanoquarto,e1aficava mexendo 

em tudo,nâb obedecendo aosinsistentespedidospara nâb mexer.œ poisdeme 

irritarmuito,ia mexercom amâbqueestavalaw ndo roupa,fazendo arte,respondendo 

e nTo obedecendo,onde acabou am nhando.Saiu deperto damfe,licou uns15 

minutoschorando e gritandö no quarto em queeu estava,atéquecom eçou afazer 

arte,e quando eu Rmeaçavabatere1amediziaqueiriachorar.Assim foitodo o dia, 

nosdeixandonervososcom suasartes,teimosias,l tos,chorosemarlha.'. 

Dm anteessassessGes,osdoisrelatoscompletosforam analisadosdeform aa 

transm itirpara ospaisosprincfpiosqueestavam alievidentes,fazendoescompreenderque 

elestirtham instalado emantinham grandepartedoscomportamentosinadequadosdeR,atravësdo 

relacionamento delescom ela e/ou dosmodelosdecomportamento 

deles.NestassessGesydiscutfmosnovasformasdeinteraçâo,considerando-se os 

limitespessoaisdecaèaum dosenvolvidosem cadaevento.Fornm desenvolvidostodos 

osaspectoslistadosnadescriçâo dosobjetivosdotrabalho com ospais. 

A partirda6 !sesslo deatendimento do caso R veio àclfnicasemannlmente, 

porum perfodo de 1ano e8 meses,nosquaisestâo inclufdostrdsmesesdefdriase 

umainterrupçâo de 20 diasporm otivo dedoençadeR. 

Essa sessTestinlmm em média'xmahora de duraçâo,sendo que40 minutos

580 

eram deatendimento dacriançaeo restantecom ospais,paraprosseguirmosnotrabalhoreferido 

anteriormente. . 

Assessöescom a criança ocorriam deformalivre,utilizando-sedem aterial 

parabrinquedo de casinha,fantochesebonecosde bicho efamlelia,além deoutros 

brinquedosemateriaisaprop'riadosparaaidadedeR . 

Nasbrincadeirasdecasirlha,tentava-seconduzirR a tviver'e/ou observar 

situaçöesque sabfamosserem diffceispara e1a em sua vida.Na medida do possfvel 

trabalhava-secom alternénciadedesemm nho depapëisparaqueR pudesseexperienciar 

sempre osdoisladosda interaçâb.Durante e apösa brincadeira eram feitos comentiriosnosentido 

deexplicitaraspectosquejulgâvamosfundamentaisparaajudar 

R apercebersuaspröpriasdificuldadese/ou alternativasconseguidaspararesolvé-las. 

Inicialmente essescomentârioseram dirigidosao personagem desempenhado e posteriormenteerafeitaareferdnciaapröpriavidadeR. 

No decorrerdaterapia R iniciou o atendimento fonoaudiolögico eposteriorm 

ente passou a frequentaruma escola.Fastassituaçöesforam vividasporR atravdsde 

brincadeirasdurantesuassessôesdeterapia.Ospaiseram constantementeinformados , 

atravésdaterapeutae/ou dacriançasobreosprogresosconseguidosporR naclfnica. 

Fwstesdadosindicavam a situaçâb eo momento adequadosparaquefossem tomadasdecisöes 

concretasna vida de R,como porexemplo a ida à escola.A mâe,durante o atendimento,foiencaminhadaa 

lmaprofesoradeiogacom oobjetivodeaprenderrelaxamento.O 

paiterm inou aprendendo atravdsdamâe.Este aprendizado contribuiu 

muito para que consegufssemosatingirWriosdosnososobjetivos,como porex., 

ignorar asbirras intensasde R sem gritare ou bater nela. 

Com a alteraçâo da dinp-mica familiar,atravésdasmudançasa nfvelde cada 

um doselementosenvolvidos,a faml'lia conseguiu solucionara maiorparte dassituaçöesqueixa. 

0 atendimento foiinterrompido,quando a fam liae aterapeutaavaliaram 

queelesterinm condiçöesde conduzirapröpriaWda,delzmaformamaisfelizdo que 

quando procuraram aajudaterapdutica. 

Reslzmindo,aT.C.I.atuadiretamentecom acriançaeem todososseusinterrelacionnmentossir 

ificativos,intervindo desta maneira,nâb apenasnosefeitosque 

seriam osproblemasdascrianças,mas principalmente em suascausas . 

Referências: 

Oliveira Lima,M.V.de.Uma Alternativa para a Terapia ComportnmentalInfantil.Ci:nciaeCultura.3348).1085-1088,1981. 

Otero,V.R.L.Apego Criança-Ma::Um caso clfnico.Trabalho apresentado na XV Reunifo Anual 

daSociedade de Psicologia deRibeirâb Preto,1985.


DOR E COMPORTAMEM 'O 

- Anélisecomportamentaldador. 

Antonio Bento Alvesde Moraes 

. - Uma visâb descritiva e psicodina ica do ambulatörio de dor do 

HCFMRP-USP. 

Fibio Gonçalves da Luz 

- Um ambulatörioparaatendimentodepacientesportadoresdedorcrônica. 

Jorge Antônio Darini 

* 

- Avaliaçâo clfnica da dor. 

CarlosEduardodosS.Castro

ANALISE COMPORTAMENTAL DA DOR 

ANTONIO BENTO ALVES DE MORAES 

UniversidadeEstadualdeCampinas 

A dorénormnlmentevistacomo um problemaneurofisolögico.Em gerale1aé 

considerada como uma questfo mëdica que envo 1 ve caracterlstc% 'i ffsicasou orgânicas. 

Seem algunscasos,o diagnöstico sugerequeosrelatosdedornâb sebaseiam nosfatoresffsicosesperados,o 

problemat transferido paraum outro quadro conceitualno 

quala dorévista como nâb-orgânica,isto é,psicogênica,psiquiltrica ou emocional. 

Todavia,independentementedomërito queesa mudançaconceitual(emudançade 

intervençâo)possater,em geral,nâb seconsideraoutrosaspectosimportantesdador 

que envolvem o com portamento dosindivfduossofredoresde dore osfatoresque 

influenciam ou m udam talcomportamento. 

O termo comportamento refere-se a açöes observéveis do organismo m as 

para uma anélise comportamentalda dor,ëpreciso considerartnmbdm oscomportamentosdosmembrosdafam 

leliaedosprofissionaisdesaûde.Comportamento ëm ovimento,istod,movimentodoindivfduo 

queposaserobservâvel.Estaéefiniçâo nâb 

implica que nâb existam outras atividadesdo organismo,como impulsos neurais, 

secreçôesglandulares,imagensmentaisetc..A definiçâo propöe entretanto que para 

umaanâlisecomportamentaldador,sejpm consideradossomenteoscomportamentosque 

possam serobservados. 

A expressâo ou manifestaçâo da dorë,em simesm a,um comportamento.O 

resmungo,a careta ou a verbalizaç:o de uma queixa sâb comportamentosecomo tais, 

sâb sujeitosainfluênciadetodososfatoresqueafetam o comportamento.Existem 

aindaoutroscomportamentosou açöesdapessoacom um problemadedorqueestâo 

relacionadosapröpriador.Taiscomportamentospodem iniuenciaraevoluçâodador 

e terconseqûêncimsinterpessoais.Porexemplo,ainatividadsproduzidapeladortem 

efeito sobre a pröpria doresobre outrosprocessoscorporais.Alplmasquestöessurgem 

entâo:Estl ocorrendo uma inatividadeprolongadae portanto uma hipotonia muscular 

desnecessiria? Um programa de exercfcios pode funcionarcomo uma estrattgia de 

distraçâo edessa maneira produzirllma diminuiçâo da dor?Ser; queuma estimulaçïo 

sistemftica nâo poderia ativar algunsmecanism osinibitöriosque enfraqueceriam a 

experidnciadedor?Serâqueadorqueum indivfduo sentenâo est; sendo produzida 

ou agravada porum atensâb muscularou uma deficiente circulaçâo perifërica? Asrespostasa 

estasquestöesnecessariamente envolvem mdtodosou procedimentosde mudança 

comportamental. 

Alëm dos com portamentos relacionados a dor,ocorrem também muitos 

583

584 

outros efeitos interpessoais coinplexos que se relacionam com o problema.Por 

exemplo,o paciente portadordedorcrônica frequentemente manifestatlm persistentepadrâo 

comportamentalparaconseguirajudaespecialdo profissionaldasaûde.0 

exemplo tfpico ëo paciente queconsegue m ûltiplasfontespara conseguir analgdsicos 

ou narcöticos. 

Existem m uitasinterrelaçöes entre osconceitoscomportamentaise osfatos 

que acontecem àspessoasportadorasde dorcrônica.Uma restriçâb prolongada de 

''' 

atividade pode levaro indivfduo a m rderseu trabalho e alterar tambëm seushâbitos 

sociais e delazer.Essesefeitos,porsua vez,influenciam a dorpropriamente dita.A 

questâo fundamentalque se propöeé a seguinte:quaiscomportamentosum indivfduo 

com dorprecisa adquirirpara tornarsua vida m aisagradâveleprodutiva? 

A dor acontece âspessoase essaspessoasestâo continuamente exibindo comportnmentos.Dorecomportamento 

estâb sempreinvariavelmente relacionados.Uma 

anflise comportamentalda dor significa,para sermosmais exatos,uma anilisecomportamentaldoscomportamentosrelacionadosâdor. 

A dor crônica pode estarlevando muitospacientesa sofrerem maisdo que 

precismn.Ospacientessofredores de dorpagnm 1lm preço terrfvel.Tais pacientesnâo 

sofrem exclusivamente de dor.Toda a sua vida fica comprometidae elesacabam sendo 

levadosa perceberquenâb estâo vivendo:a vida passa porelese nada maks.Asintervençöesda 

fam lia,m uitas vezesnâo sâb eficazes e acabam fazendo ascoisaspiorarem . 

Em outrascircunstâncias,o sistema de saûde também contribuipara pioraro problema.Asm 

tm iplascirurgias,frequentementerealizadasnesses casos,alëm de nâo resolvero 

problemaproduzem outraslimitaçöesfuncionais. 

Quando aorigem dadornâb éidentificadaeo problemanâb respondebem a 

um tratnmento baseado em um certo sistem a decompreensâb do que ë a dor,frequentemente 

o caso ërotulado de imaginirio,psicogênico ou qualqueroutro term o dessa 

natureza.O pacienteentâb caiem umaarmadilha eadoretodososprejufzosfuncionaisassociadospersistem 

.Isso sir ificaqueo sistemadesaidenâo foicapazderesolvero 

problema e,maisdo que isso,frequentementeesse sistema questiona a autenticidadedo 

problema.Osmembrosdafam lia entram no mesm oesquemaeduvidpm da 

realidade da dor. 

Um a questfo que precisamosdiscutirë o problem a da dor crbônica encontrado 

em situaçöesclfnicas.A dorcrônicapodeservista como partedeum problemam ais 

amplo:a doençacrônica.Asrelaçöesentre dorcrônicae doençacrônicatom am -se 

maisevidentesquando vkstasem term oscomportamentais.A dor ë amplamentecompostadecomportnméntos.Asm 

ssoasestâoorafazendo coisu ora deixandodefazer 

cois%,ou ainda,mudando sensivelm entesua maneira dese comportar.Ospadröes 

comportamentaisassociados.adoragudatem quasesemprecurtaduraçâb.Quando o 

tratamento éresolvidoo indivfduo retomaosseushâbitosusuais. . 

Todavia a dorcrônicarequerllmamudançacomportnmentaltanto do paciente

585 

como desuafamflia.Osprofissionaisdasaûde,porsuavez,precisam adquirirhabilidadesparamudarcomportamentosquesâb 

tâb importantesquanto ashabilidadesde 

diar östico e tratamento.Se nâb ocorre uma mudança comportamentaldo paciente e 

da fam liaaefici:nciado tratamento ficaquasesemprecomprometida. 

A anâlisedoscomportamentosrelacionadosadororiginou-sedotrabalhoclfnicorealizado 

porWIV ERT eFORDYCE parao tratamento deindivfduosportadores 

de dorcrônica.Em seuesforçoparaexplicaro tratamento queelepröprio desenvolveu,FORDYCE 

(1978)apresentao qued,essencialmente,afmicateoriacomportamentalexistentesobreador.Segundoessateoria,a 

''dorsensorial''equivaleaocomportamento 

respondendeea 6dorJufcoltigfcl''equivale ao comportamento operante 

e portanto obedecem aosprincfpiose noçGesrelacionadosaocondicionamento respondente 

e ao condicionamento operante. 

Ostermos çdorsensorial'eltdorpsicolö#ca'sro utilizadosparasereferir 

aosdoiscomponentesda dor.A dorç

586 

A anilise'comportamentaldessencialmenteabuscadasconseqiîdnciasparaos 

comportamentosrelacionadosador.Além disso,existesemprelzma procuradosantecedentesda 

dor.Entâb o tratamento da doroperante nunca começa antesque a dor 

respondente tenha sido tratada. 

Osaspectoscomportamentaissâo intrfnsecosa exm ridnciadador:elaenvolve 

alteraçöesm aisoumenosamplasnocomportamento do pacienteeobviamenteoutros 

processoscomplexos.Porisso,ignoraroscomportamentosrelacionadosadorsignifica 

lidarcom somente lmapartedofenômeno. 

Refe/ncias: 

Fordyce,W.E.BehavioralMethodsforClronic Pain and Ilness.n e C.V.Mosby Company.Snint 

Louis,1976. 

Rachlin,H.Pain and behavior.n e Behapioraland Brain Sciences,8:43-83,1985.

UMA VISAO DESCRITIVA % PSICODINAMICA DO 

AMBULATORIO DE DOR DO HCFM RP-USP 

Dr.FXBIO GONCALVES DA LUZ 

UniversidadedeSâb Pyulo 

A equipemddicainteidisciplinarëcomposiapor2 anestesiolosstas,I1m psiquiatraeeventunlmenteresidentesdaanestesiolo#aeestudantesdeMedidna. 

. 

0spacientesrecebidosno nmbulatöriosâo oriundostanto da'cidadeeregifo 

como delocaismuito distantes,encnminbados'pelasdiversasctfnicasmëdicase cirlirgicas,em 

geralNeurolo#aeNeurocirurga,Oncolosa,Ortopedia,etc.Sâb pacientes 

alyo dadesesperançadeseusmédicos,tidoscomo diffceisno contatoeno tratamento. 

' ' 

. 

. ' . . 

Poderfamoschsml-losde çterminais'em reladoàsuaqueixasintomatolögica:quase 

intratfveis.A avaliaçâb clfnica inicialéfeitapelosanestesistasequandoconsidernm a 

existdnciadeaspectosemocionais(quesempreexistem)desequilibranbo asituaçfo 

para11m aspecto negativo,sou cham ado aintervir. 

Ocasionnlmentecomo consultor,ayaliando ereencnmlnhpndoes.Ocaionaimenteasumo 

ajartepsiqmâtricado trato ento.Digoocasionalmente,emboraesteja 

sempre no nmbulatörio,porque nem todossâb parahmim eh caminhados.Nâb faço no 

ambtlatörio o seguirhento medicamentoso,se necessârio psicotröpicos,opto'por 

encam inhi-losào prontoatendim entodaPsiquiatriâ. 

Defino assim queospacientesqueassllmo paratratarsâb defuncionamento 

mental,no .méximo denfvelneurötico.Recuso >qllelescom transtorno depersonalidade. 

' . 

. 

Ospacientesqueseliciono parapàicoterapiasâo aquelescom capacidadede 

insight,motivadosparase tratarabordando 'suasemoçöes,e com condiçöesde frequentaro 

grupo regulnrmente.A tcrgcb psicoterâpkca que tso ë adaanélisede 

grupo,pordoisaspectosrelevantesparamim : 

10-m inhaformaçro analfticaem grupoem andamentopaSPPAG ; 

2 O .-econ6mico:Ixm ' Iin ico psicotehpeutapoden ' d o atenderatë 8 pacientes 

num tempo queindividuahnenteatenderiasomente1. 

A mrgunta quecabeaquië-.oatenàimento asim feito ëdequalidade? 

Sim ,ë de qualidadee bastante eficiente;para esta eficiência doismsm ctos 

cops idero im portantes: 

1O . lha adequadadequem ser; ae1asubmetido; 

- a e$C0 

2ụ .x .. 

- aescolhaemanuseiocorretosdatëcnica. . . 

Considerogrupooperativo lzmatëcnica.1% 2anosno Xmbulatörio,usei-o 

por 1m espaço de2 mesese abandoneiapösWriasqueixasdepacientesno sentidode 

. 

' 

. ' 

58?

588 

' 

quenâb aprofundavap examedesuasemocöes.N ' - ' 

seientf,o ' par'a>psicoterapia= a1- 

. 

ticadegrupo , com 1sesâb semanal,de64 minutos .j e(j uraço. -j z,o' grupo :aberto e 

nâb homogêneo,nesteperfodo detempo j;passaram aproximadamentepelogrupo 

uns25pacientes,predominantemeptedo sexo feminino. 

t chegado entâo o inom ento dç paksarmosà lmavisâo psicodina ica do 

atendimentoetalvezdo Ambulatörio daDor.' 

Recebo ks vezes um paciente paja entrarno grupo,com o comentlrio de 

quem o encaminha:ççMas olha,e1a tem uma dorm esmo''ou êçAcho quevocê vaiter 

trabalho,esta paciente ë terrfvel''.Seleciono estas2 frasespara otientar-ineem dois 

ms Pectos a desenvolver: ' 

, 

1 o . -' acrençado prbfissiônàlrïaqueixado ' . seu paciente; 

2 o . 

'- . a situaç:o contra-transferencial. ' ' 

A dorque o paciente se qùeixa e1erealmente a sente ou apenasdiz sentir? 

. ' . ' ' '' '-' 

' 

1m fingido ektejujeitoquemeprocura,e'ao examinâ-lo nâb encontro çknada' t1 ue 

justi/quesuaqueixa? ' 

. . .' 

. . . 

Em vérias sessGesouço a voz de çtmeus''pacientesiradosdizerem :tDr.Fulano 

disse que eu nâb tinha nada,queera psicolögico''ou entâo EtO oùtro mëdico achou 

quseu nâb tinhanada,deveterpenjado queeu mentia,eentâb fnemandou paracâl'' 

No Amblzlatörio,parateriardiminuirestadicotomiacorpù/iv hteetentar 

compreender ou se fam iliarizar'com o processo de representaçâo mentalde1zm pro- 

' 

. - ' 

-' 

. 

. 

. 

. 

blem a ffsico ou seu caminho inverso 1lm conflitù emöcionalcom umare'presentaçâb 

g 

somâtica(pensoqueestascoijassâp simultâneas),oscolegasanestesiologist% colocaram-secom 

oobservadoresdo grupo.analftico porum perfododeaproximadamente 

1>noem eio. 

. ' . ' ' ' : 7 ' ' ' 

Nâb havia lzma rigidez na posiçâb de observador,às vezeselesemitiam opiniöessobre 

o quealise passava.Ao finalda sessro nosreunfamos,inicialmente à guisa 

detomarmùsum cafezinho (desaborduvidoso no hospital)ediscutfamososaspectos 

transfyrenciaise contra-transfeienciaisdasessâb.Posteriomente,assumimoso interesse 

dediscutiraàsessöes,com ou sem café,eaumelitaio c6rlhecimentosobrçaqueleque 

.7 ; .' . . 

ṫ 

nosprocuravaparatratardeseussofrimentose sto foifeito sistemàticaménse., 

': ' . 

A sim,pàssou-sea . . 

çagùeritar'ùuèeradoraquilaqueixaquen:o tinhacomx 

@ . . . 

..' 't . I 2 .. 

ponente orgnnlco claro. 

. f ' . .' .) ' . t . 

Pelo queobsel'vo hoje,aetizipeèstémudando aposiçâb deEçagueritar'jaraa 

de çace itar' que édorauilo q jara'o qualn'âb encon'tramossubstrato orgânico . 

Estamudânçanâb vem poracasoeteniconseqtibncias.Estèspàcientejcom 

dorescrônicase diffcilmanuseio passam um a grande hostilidade ora velada?ora nâo 

. . r - x . ;g.- . . ' .. 

, 

Para o mëdico edeixano àr1lm 'sihtiniento deimpotênciadlzrfssimo deséaceitara 

priori.Penso quetalvezaqui# origem dadecisâb deincaminhâ-losaoAmbulatörioda 

Dor,edentrodo Ambùlat6rio pbrbmin'i(màsedemifn,pàiaùnde?). 

Nâ'o fuio psicoterapeuia da EquipeMédica,'pordm percebo ao longodestes

5!9 

' 

poucosmesesmudançasnoscolegas:'nroapenassefalaem Projeçâo,Transfer:ncia, 

Contra-Transferéncias.Maseste conhecimento d utilizado no atendimento clfnico . 

Como conseqûdnciaenizmero melhoradesâb dospacientesâsorientaçöesmddicas , e 

atédesuassintomatologias!f misterfeconhecernestemomento osinsucesos:vârioṣ 

Nem todosmelhoram,algpnsatë pelo contrfrio . Vârioslargaram a Psicoterapia sem 

obterêxito,vériosnâo aceitaram a'e1a sesubmeter .Algùnsestâo h;quase2 anoscom 

dores pertinnzos,embora relatem melhora nas relaçôes qué estabelecem inclusive 

consigo mesmos e dizem gostarda Psicoterapia . Xsveasmnso se amanutençâo de 

queixasdolorosu nâb d,intim amente,umagarantiaparaestespacientesdequecontinuarâo 

aseratendidospornös? . 

Tenho meperguntado setrazalgum beneffcio aessespacientesqueaparentementesöt:m 

a vestimentadeumadorcrônicaparareceberem atençâb eresm ito humano,retirJ-la. 

Falamosdo cdtërio deadmissâb aoAmbulatörio , falemosdo da alta. 

No infcio havia a pressaem quemelhorassem e imediatamente alta . Hoje 

aceita-seesm rarque o pacienté iraga sua alta,talvez com isto amelhorada queixa 

deixe de servista como um afaca de doisgumese possam aceitarmelhorestar'em 

melhorados.

UM AMBULATORIO PARA ATENDIM ENTO DE PACIENTES 

PORTADORES DE DOR CRöNICA 

JORGE ANTONIO DARINI 

FaculdadedeMedicinadoTriângulokineiro 

A Clfnica de Dor do Ambulatörio da Faculdade Federalde Medicinado 

Tringulo M ineiro,Uberaba,irliciou-seem abrilde1984.O impulsionadorda iddiafoi 

1)m neurologista,profesoradjuntodaFaculdade,apöstomarcontactocom esetipo 

detrabalho em 1lm estJgioquefeznaUniversidadedeDuke,EstadosUnidos . Reunimomos11m 

grupo interessado no assunto,queeranovidadepara quasetodos,ecomepmosa 

estudare implantar a clfnica. 

A clfnicafuncionano nmbulatörio geraldafaculdade-'E compostaatualmente,eessatem 

sido sua form açâb maisconstanteao longo do tempo,pordoisneurologistasclfnicos,sendoum 

professoreoutro R3,doispsicölogosellmaAssistenteSociaḷ 

E1aatendeàs5lsfeiraspelamnnhï,tendo sido fixadoum limitededoispacientes 

iniciaisetrdsretomospordia.Ospacientesiniciaiksro vistosseparadamente,apartir 

das8 hs,pelo mëbico,psicölogo eassistentesocial;ospacientesderetornodospsicölogose 

assistente socialsâo marcadospara outro dia . Apôso término dosatendimentos,em 

tom o de10:00 hs,aequipese refmeediscuteasituaçâb decada pacienteeos 

rlm osque o tratam ento tom arâ. 

Ao iniciaraclfnica,tentamos,apartirdo quelemosnaépoca,estabelecera1- 

g 1:)% linhasdeatuaçâb.Umadelasfoia dedesenvolverinstrlmentosdeavaliaWo dessetipodepaciente,aindainexistentesaquino 

Brasil-paraavaliarador,usamosaEscalaAnalögica 

Visual.Outro fatorestudado ë a depressïo , seguindo um alinhamuito 

forte de pesquisa nessa ârea encontrada na literatura;para isso lxsam oso inventirio 

Beck,jâbem difundido.Nossosdadosmostram que,tomando-seum limitede18 ponr 

toscomo indicativo de depressâb,aproximadamente 50% dosnossospacientesapresentam 

depressâo em maiorou menorgrau.Um outro testequetem osutilizadoëo 

çtestede10 minutosdeHendlerparapacientescom dorlombarcrônica'(Hendler, 

1982).Esteteste,no formato deentrevista,tentadiddirospacientesem 3 grupos: 

(1)pacientescom problemaorgânicoemostrando tlma reaçâb normalaela;(2)pacientescom 

dordecorrentedetensâb ou quetem um problem aorgânico ,masqueestfo 

tendoganhossecundfrios,o quetornasuadorexagerada;e(3)pacientescom comprometim 

entopsiqtliâtrico.0 autoraponta 1m fndicede90% deacerto naclassifica- 

W o do teste,m asnâo temosconseguido isto.Parao primeirù grupo,nosso fndiceests 

entre85 e 90%.O segundo grupo ëdiffcildecaracterizar;tentamosusaro testede 

591

592 

depressâb comom oderador,sem resultado;começamo!ausaragoraum testedeansiefiientesparaavaliaçâo.Parao 

c 

terceiro 

dade,o IDATE,m asaindanâb temosdadossu 

grupo,osresultadossèofracos(em torno de40%). 

Umasegundalinhadeatuaçâb definida foitentara$rsobreadepresâb eansiedadedospacientes.Istopareceacertado;estudostem 

mostrado queo efeito detratamentos 

nâb-mëdicospara dorcrônica estâ principalmente na reduçâo do medo e ansiedadeassociadosà 

dor,ao 'incremento da atividade ediminuiçâo na medicaçâb,e 

nâb tanto nareduçâb dadorem si(KeefeeGil,1986;MaloneeStrube,1988).Tentaseaquiquebrararotina 

do paciente,quenormalmenteddesentirdoreficarreclamando 

dela,completamente inativo;procurnm ostiraro paciente do isolamento em que ele 

entra e envolvé-lo em alplma atividade.Estam ostentando atualmente levantartamblm 

,de forma maissistemâtica,oscomportamentosde dor. 

' 

E um terceiro tipo deatuaçâb levaem contallm aabordagem operanteàdor: 

todo tipo demedicaçZo ë feita mzma base de contingência de tempo;o exercfcio é 

prescrito damesmafonna(Fordyce,1988). 

Tem termosderectlrsos,alëm daatuaçâoespecficadosprofissionaisjâcitados,contam 

oscom aparelhagem debiofeedback pararelaxamento eaparelhosdeestimlzlaç:otranscutânea(TENS).O 

neurologiàta,altm damedicaçâo,indica,conformeo 

caso,llma dieta alimentar,e faz tambdm bloqueiosanestësicossimples. 

Neseperfodo defuncionamentoatendemos187 pacientes.m stes,47(25%) 

concluiram o tratamento,27 (14,4%)estâo com tratamentoem curso,44(23,5%) 

fornm encaminhadosparaoutrasclfnicu,e59 (31,5%)abandonaram o tratamento 

apösumaou duasconstzltas,ou nâb tinham condiçöesdeseguf-lo porquestâo detrabnlho 

ou porm orarem em outrascidades.Nossaclientelaépredominantementefeminima(71,6%)ecasada(55%).A 

idademédia dospacientesë44 a'nos;o intervalo de 

idademaisfrequenteéo de40 a44 anos(14,7%),seguido do 30 a34(11,7%)e55a 

59 anos(10,6%).A profisâb maiscom lm dadedonadecaja;ainstruçâo éprimlria, 

completa ou incompleta.O tipo de queixa maiscom um ë o de dorna coluna,tomado 

genericamente(23,5%),seguido de cefaldia(18,7%),dornaspernas(17,1%)edores 

generalizadas(10,6%).E aquijâ começamosafalardosproblemas:acho quetertlma 

clientelacom eseperf'lj;ë1xm desafio;o esforço quefazemosparadesenvolverinstrumentosdeavaliaçâo,porexemplo,esbarranaincapacidadedeboapartedelespara 

entenderinstrul es,ou entendero que1:;algunsnTo conseguem sequerpreenchera 

EscalaAnalögicaVisual;muitosconfundem amedicaçâo asertomada;o relaxamento 

com biofeedback . 

estâforado alcancedem uitostambëm ;osaparelhosdeTENS sösâo 

tsadosnohospital,poisnâb nosaniscamosadeixarqueoslevem parausf-losem casa. 

Outro problemaligado tanto aospadentescomo aosmëdicos,do entendimento 

do porqueedo com'o daClfnicadeDor;Com relaçfo aosmddicos ,m e parece 

qlieh;doisproblelaj:um élijado abmodelo daclfnicà,queëmaiscomportamental, 

fugindo portanto ao modelomédicù deatuaçfo.Outro est;lijadoà baixadisposiçâo

593 

para trabalharem equim sinterdisciplinares,.tanto nessaclfnicacomoem outrasque 

surgem no hospital.Paraseter lmaiddia,j;pasarnm,deformnripidapelaclfnica, 

doisneurocirursöes,doisortopedistas,doisfisiatras,umaterapeutaocupacional,um 

reumatolo#sta,um oncologista,Ilm anestesista,Ilm psiquiatra,umanutridonista - nenhum 

ficou.Isto coloca um problemadiffcilpara o neurologista daequipe:ou e1e 

aslme,o quenâb acontece,Ilmaposilo desabe-tudo efaz-tudo,ou encaminha os 

pacientesparaoutrasclfnicasecorreorisco dem rdd-los;sem falarnaperdadetempo 

q ueéparao padente'ficarindoevifîdo deumaclfnicapazaoutra .A fisioterapiaëum 

problem aà parte:at:ao finaldo ano passado e1apraticamenteinexistiano ambulatörio;no 

infcio desteanofoiinaugurado lIm Centro deReabilitaçâb,que funcionaem 

localseparadodo resto do ambulatörio.Isto cria problemasdecom lnicaçâb,alëm de 

que e1eest;sobrecarregado de serviço;estamostentando trazertlm elemento de 1: 

para a equipepara facilitaraligaçâo com ele,dadaa importânciadecontarmoscom 

essetipo de serviço. 

' 

Estadificuldadedeentendimento também ocorrecom relaçâb aospacientes: 

opaciente crôniconormalmentevêseu problem acomo agudo,colocando nasmâbsdo 

mddico atarefade cùrf-lo,assumindo aposiçâb realdettpaciente''.lmaginamosaprincfpio 

queo tipo deatendimento aseroferecido.com o pacientevendo viriosprofissionaisseinteressandoporeleeprocurandoatend:-losem 

pressa,sem filasdeespera, 

fossefuncionarem um sentidopositivo no tratamento.Paraalgunsrealmentefunciona,masoutrosconsideram 

isto umacomplicaçâb desnecessfria,reclamam queasconsultasdemoram 

mtlito e quenTo podem perdertempo;em resumo,querem um remddio 

e ponto final. 

Finalm ente,gostaria de participara vocesumaoutratentativafeitapornös 

paratentarachar caminhosparaasoluçâo dosproblem asdaclfnica.Com ocoloquei 

anteriorm ente,tun dosesforçosfeitospornösënosentidodequebraro isolamento 

em que o paciente normalmenteseencontraelevi-lo aseenvolverem algumaatividade.IIâ 

dificuldadesnesseprocesso.Por1zm lado,boapartedenossospacientespertencem 

allm acamadamarginalizadadasociedade,com poucosrectlrsospröpriospara 

seenvolverem alplmacoisadiferente;algunssofrem aindaum agravamento dessamargnalizaçâo,porserem 

deficientesffsicos:éo casodosamputadosou dosquetem 

dificuldadedelocomoçâo.E istotudoaindatcomplicadopelosproblemasfinanceiros: 

muitosseencontrnm aposentados,ganhando ksvezesmenosdeIxm salârio para sustentara 

fam lia e comprarremtdio,esem qualquerhabilitaçâo profissionalparatentar 

. 

mudarascoisas.Poroutro lado,contnmoscom poucosrecursosna sociedade para 

tentarresolverestasituaçâo:h;dificuldade quanto aescolasdehabilitaçâo ou reabilitaçâo 

profissionais,h; cardnciasna érea assistencial,conseguirremédiosdaCEME é 

lm fato meio lotdrico,eassim pordiante . Em um dado momento,além dissotudo, 

começamosanospreocupartnmbdm com pacientestenninais;o fatodereceberm os 

alguns com câncer na clfnica,alertou-nospara osdemais . Notm aḷmente elesficam .

594 

intem adosatéseesgotarem osrecm sosdetratnmento;entfo recebem altahospitalar, 

ecessaseu Wnculo com o hospital. 

A safda pornösimaginadafoicongregardivers% entidadessociaisquepudesterintereseou 

condiçâb deajudar,etentar,no bom sentido,explors-lasao 

sem 

mdximo.Nesse sentido,convocsmos representantes de vârias confiss6es religiosas, 

clubesdeserviço.AssisténciaSocialdaPrefeitura,SESI,SENAI,etentamosenvolvd- 

1osno trabalho.AsconfissGesreligiosasficariam especificamentecom apartedeatendim 

ento e apoio aospacientesterminaise suasfamflias,em suascasas,respeitando-se 

o credo de cadaum;em troca,conseguimospara elasa entrada no hospitalypoiscomo 

e1e era anteriormente Santa Casa,ela sö era m rmitida apadrescatölicos.E,na parte 

m aisespecfficadaClïnicadeDor,asconfissGesreligiosasedemaisentidadesnospermitiriam 

usarcom m ais agilidade suaestruturaassistencial,farm âcias,clubesdeidosos,de 

mfes,cursosprofissionalizantes,hospedagem ,etc.Como se v:,o âmbito de 

atuaçâo desseprogramaextrapolavaem muito aâreadeabrang:nciadaClfnica deDor, 

podendo facilitartambdm o trabalho deoutrasclfnic% do ambulatörio.Apösalgumas 

reuniôescom o pessoal,o programa foisendo im plantado e começou a funcionar,até 

que surgiram osproblem %.O primeirodelesforam tentativasdeproselitism odentro 

do hospital.O segundo nosobrigou aparar:algumasseitasreligiosascomeçaram a 

entrarem choque com a equipemëdica,apregoando publicamente que curavpm mais 

que osmddicos,que tinham o poderde Deus,que dmaiorque o doshomens,ecoisas 

%sim.Antesqueo programasofresseum processosderejeiçâo como 1lm todo,achamos 

melhorsuspendê-lo por um tempo,e estudara convenidncia de retom â-lo ou nâb, 

e em que bases. 

Esta ë,em linhasgerais,a nossa exm riência em ClfnicadeDor.O modelo 

quetfnham os,eque decerta formanosinspirou,queëodeinternaçâo,em lso em 

outros pafses,ë inexequfvelpara nös,e porisso mesmo nunca tentamosseguf-lo. 

Tentam os,evamosterquecontinuarafaz:-lo,acharuma fönnula quesemostreeficiente 

e adaptada a nossosrecursose nossos pacientes.Sabemos,maisporouvir falar, 

deoutrastentativasfeitasnessesentido.Acho queëhoradejuntarmosnossosesforços,trocarm 

osasexperiénciasboase m Jspor quepassnmos,etornaresse movimento 

maisforte.Assim ,gostaria deouvir,aldm de suascrfticas,comentâriose sugestôes, 

também um pouco das experiênciasdevocesa'este respeito. 

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595 

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AVALIACAO cLlNlch DA 6oR 

Prof.cAktDs EDUARDO X S S.CASTRO 

UniverstdadeFederaldesâo Carlos 

a tetrabalho 'faz lm arevisro sudnta'dasm edidasde dorempregada atual- 

' 

. i 

mentenosestudosclfrlicos,discutindo asvantagenseasllmltaçGesdosmétodoscom - 

portamentaisedosprocedimentosquesevalem derelatossubjetivosparaavaliarador 

eo seu alfvio.Sugereaindamaisumadhnensïo ao estudo dador. 

' 

A mensuraçâb da doredé seu alfvio nâb é ltma'preocupaçâo recente.Atë 

poucosanosatrâs,osprocedimentosavaliativoslmidimensionaisfornm predominantes 

e ospesquisadorespreocupaum -semaisem avaliaro alfvio dadorapösintervença s 

farmacolögicasdo quecom aavalialodaexpee ncia.hlmana dadorem simesma. 

Beecher(1)foi1!m dosprimeirospesquisadoresaargumentarqueqluntificazsomente 

aintensidadeeaduralo dadornro erasuficientspazaavaliarto v 

daacomplexidadedo 

fenàmeno doloroso,sugerindo queo componentereacionalà doresuadimensro emodonalersm 

dadosfundamentaisdeavaliaçïo do controleclfnico dadoy.Pesdeentfo, 

lzma maioratençâo vem sendo dadaàsescalasavaliativasmultidimensionaisdador, 

maisdo que à m enstlraçfo deseu alfvio em intensidade. . 

Cadavezmais,um conjuntodefndicescomportamentaisestâo sendo tlsados 

como baseinferendaldeaniisedo estado dasdoresclfrlicas.Alëm disso,umasëriede 

testes,escalasequestionâriosforam (econtinuam sendo)desçnvolvidosparaqlnntilcar,apartirdosrelatossubjetivosdospacientes,asmfltiplasdimensöesdaexperidncia 

dolorosa.Essesnovosinstrumentosdeanâlise,asmedîdascomportamentaiseosrelctossubjetivos,uma 

vez sistematizados,tornaram posfvelavaliartantoos%pectos 

quantitativosquantoosqualitativosda dor,fazendo avançar,conceituatetecnologicamente,osre#strosdadoredeseu 

alfvio. 

A objetividadenamensuraWo dador,em contextoclfnico,podeserconseguidaatravésda 

quantificaçâo decomportamentos,Asvariveiscomportamentaismais 

comllmenteregistradasnosestudosclfnicossâoasatividadesdavidadiiria relacionadasàpresença 

dadoreàdemandaou consumo demedicaWo analgësica.Muitosdestes 

fndicescomportamentaispodem serreduzidosàtaxadeocorrdnda,fadlitando,dessa 

forma,aqluntificalo dadoredaanalgesiaproduzidaporagentesterapduticos. 

As medMas comportamentaispodem serobtidastanto pormeio dedados 

observacionais coletados pelosmsquisadoresqlmnto atravdsdo re#stro da:auto- 

Jlwllki'5e:feitaspelospacientes. 

Infzmerastentativasdecategorizaçâb ou padronizaçfo do comport . 

nmento doloroso 

foram feitasem observaç&sclfnicas(4,17,2),inclusive lmaquecodica, 

597

598 

qlmntilicaeusadasexpressôesfaciaiscomo um indicativodapresençadador(7). 

Alëm deobRrvare re#strardiretamenteoscomportamentoseasexpressœ 

sindicativasde dor,ospesquisadorestsmbdm solidtnm aospacientesllmaautoavaliaçïo 

sobre suasatividadesdiârias,especislmente équelas maisdiretamente relacionadasàpresençadasintomatologiadolorosa(18). 

Im porta ressaltar,entretanto,que,embora de naturezacomllm ,asmedid% 

comportnmenviscoletadasporum observadortreinado,comparadu com asmesmas 

medidasqlundo auto-avaliadas,podem apresentarimportantesdiscrepânciasdeavaliaçâo 

(16,11). 

Am sardesas divergências,osmétodoscomportamentaissâb objetivose 

especinlmentesensfveisparaavaltaro alfvio dadoreosefeitosdo tratamento,seas 

variâveis eleitas para observaçfo forem clinicpmente relevantese cuidadosnmente 

registradas. 

Entretanto,essesmëtodoscomportnmentaissöquantificnm adordellmaformaindireta.Além 

disso,oscomportamentospodem sofrervariaçâb poroutrosmotivos 

que n;o apresença ou o alfvio dadoreëm uito diffdlsepararosfndicescomportamentaisdo 

contexto no q'tnlelesforam coletados,o quelimita a capacidadedegeneralizaçâb 

dosachadossobreosefeitosdotratnmento. 

A validadedessesprocedimentosëaindaquestionâvele,porisso,faz-senecesslria 

llma defmiçâb maisprecisadoscomportâmentosdefinidospara andlisee llma 

maioratençfo para com a investigaçâb da consistdncia entre osdàdosobservacionaise 

a auto-avaliaçâo comportnmental. 

Uma outra maneiradeprocederaavaliaçâo dadorclfnica,utilizaosrelatos 

subjetipos,'utilizadospara mensurartanto apröpriadorquanto o seu alfvio.No primeiro 

caso,o pacienterelataaintensidade(ou alglxm outro aspecto)dador,atravds 

de 1xm procedimento de avaliaçâo padronizado.No segundo caso,e1e auto-referea 

quantidadedealfvio conseguidacom otratmnento analgësico. 

Asformu derelato maiscomunssâb asclaslpcaçsescl/eg/rkf,Tdedoreas 

escalasWylwf:analôgîcas. 

Nasavaliaçöescategorias,uma escala estruturada éfornecida ao paciente que 

classilcaa dor,munlmenteem intensidade(10).Outrasescalas,entretanto,foram 

concebidaspara avaliaz %pectosem ocionais,aversivose temporaisda dor,aldm do 

aspecto sensorial(6,8).Asclassificaçôescategodaissâb frequentementeempregad% 

para avaliaz a resposta aos procedimentosanalgdsicos. 

Nasescalas visuais analögi'cas,os pacientesindicnm a intensidade da dor , 

uslmlmente numalinha de 10 centfmetros,ondeumadasextrem idadesrepresentaa 

tçausdnciadedor'eaoutra tamaiordorpossfvel'(19).Estasescalast6m sido aspreferida 

nasaplicaçöesclfnicas,porparecermaisconth velesensfveldo queasclassificaWescategoriais(15,9). 

' 

Asescalasavaliativasapresentam avantagem deserem instmm entossimples , 

'

599 

econômicos,derfpidaadministraWo edefécilcompreensâb paraospadentes. 

Amsardesasfadlidades,aqxontificalo dasrespostasdospadentesm de 

serproblemiticapois,embora adorsejaclassifkadaem categoria dentro dasescalas, 

a categoriyml o implicanllm ordenamento prëvioeosinteaalosentreascategoril s:o 

assumidostmasnro demonstrados),como sendo iguais.Porém,am'aiorlimltaçâo 

tanto dosjulgamentoscategoriaisqlanto dasescalasvisuaisanalögicas,seguesendo 

a asunçâo deque a dorseja lma exm riéncia monodimensional,que variasomenteem 

intensidade.Ospadentes,assim avaliados,parecem tendera superdimensionaraintensidadedeslnqdores,ltmavez 

que:lm amplo espectro deexm ridnciapsicolö#caflca 

compn'mido noslimitesde um am quena faixaavaliativa,artificinlmente construfda 

(5).No entanto,esteproblemajâest;sendo minimizado com aproposilo deescalas 

avaliativasmultidimensionais,como asdo ç'Th.eWinconsin Bdef Pain Questionnaire' 

(3). ' 

Uma nmplial o do conceito deavaliaçfo clfnica dadoratravésdtrelatossubjetivos,queasumeem 

suaconcepçâb teöricaocarâtermultifaceto odaexm rilnda 

dolorosa,deu origem asavaliaçëesIIJJ-A :em descritores ree lfz.œ ntre estas,o 

çt'rheMcGilPain Questiormaire'(12)vem seconsolidandocomooprindpalemais 

diftmdido instrlvmento deavalial o dadorede seu alfvio. 

Aldm detöpicoscobrindo diferentesaspectosdador,taiscomo localizaWo, 

cronolosa,sintomasassociados,efeitoscolateraisedadosdemopo cos,o McGilpain 

Questionnaire,MPQ,incluilxmalistadeadjetivosdador.Nasuaconstrulo fornm 

coletadasecategorizadaspalavrasquedescrevesem a dor(14).Asduasdimensas 

semMticasprincipaisdo MPQ sâb aqlnlidadeeaintensidadedador.Muitosdosadjetivosdentro 

deum mesmo grupo qualitativodiferem em intensidadf.Quatro categoriasdepalavrasemergem 

do MPQ:sensorial,afetiva,avaliativa emista.Estalistade 

adjetivostem sidoutilizadaem muitosestudosclfnicospara quantilcarequalilcar 

osefeitosde diferentesmodalidadesde tratnmento eanalisarasdiferençasentresfndromesdedoresesm 

cfficaseentredoresorgânicasepsicogênicu . 

Desaforma,o MPQ revela-se1zm poderoso instrltmento mulddimensionalde 

avalialo dador,deampla aplicabilidadeecujaestrutura intemaparecesersölida.por 

serde aplicaçR muito demorada,Melzack desenvolveu lvma forma reduzida do MPQ, 

paraseraplicadaRnassitlzaça sonde'Ima informalo qualitativaédesejivel,mnqo 

MQP orio alëmuito longo para seraplicado easescalascategoriaisevisuaisanalögicasmostram-seinsuficientes'(13). 

O gmndeproblemadesesquestiono os,dessm avaliaWesdedescritoresverbais 

da dor,é quenro se mobilizanenlrlm referencialteörico lingifstico paza dar 

sm tentaçâo à priticainvestigatöria.Aspalavrasaparecem como capazesdetraduzir, 

deespelharlelmente 1lm estado interior.A lfngua é assumida como llma estrutura 

pronta,totnlmenteacabada,que mrmite,ao sujeitarospadentesàdeterminaçâo 

estatfstica de 1% questionirio, igualé-los e desindividualizi-los,para possibltar

aavaliaçâo daGdor'enTo de lm 'deterninado sujeito queProduzl1m disclrsoSobre 

. 

' . 

. . 

a sua dor . . . 'j . 

' 

Nâb l1é como negarquea mensuraWo'da dorexmrimentou um notfvel 

propessonoslm imosvinteanos. 

' 

A dor,atlmlmente,éconsideradamenos lmasimplessen'saWo do quetxma 

emoWo complexa. 

' 

CW doré1lm construto queserevelaatravdsdemuitu dimensTes,inclxlindo 

o funcionamento somxtico,oscomportamentoseexpressœ snâb verbaiseosrelatos 

verbais'.(3). 

Pelacomplexidadedo fenômeno doloroso seriainteressanteacrescentarmais 

Hmadimensro daanéliseaestastrls:ada açâb diferenciada(ediferenciadora)do paciente,queao 

relacionarform aeconteédonoentmciardesu% queixngdolorosas,talvez 

possa nosleu ra um maisamplo,profundo e duradouro conhecimento sobreo fenômeno 

da dorhumana. 

W F .A-.-a% ;' 

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SITUAG O DA AmSNO BRANIL:ASPEW OSO ICOTEO ICOS 

E A ICOS 

- Introduçzo ao temadasituaçâb daAm S noBrasil:aspectospsicoteripicose 

dticos. 

M ariaCristinaPedreschiCaliento 

Aconselhamentoem AIDS no Brasil. 

AmëliaCarvalhoeSilva 

- Situaçâo da AIDS no Brasil:aspectospsicoteripicose dticos. 

FridaZolty

INTRODUCAO AO TEMA PA SITUACAO DA AIDS NO BRASIL: 

M PECTOS PSICOTERAPICOS E ETICOS 

MARIA/RISTINAPEDRBK IICAUENTO 

UnidadeDistritaldeSalidedeRibeirfo Preto 

A iddiadeorganizarllm aMesaRedondasobreAm S nizm congresso dePsico- 

. r 

logaslzr#u como decorrênciadanecesidadecrescentedainclusâb do profisionalde 

SaldeMentalnaequipedeassistindaa 

. 

padentescom infecçâo ' pelo IIV (Hlman 

. 

Inimunodeficiency Virus). 

No4 t!Conpesso IrkternacionaldeAIDS,em Estocoino,asequipesdecientistaschegaram 

alxmadram itica conclusïo:a AIDS éecontinuarâsendo porIzm bom 

1 

tempo I:m malincmïvel.Nâb hâ portanto recursosterapduticos.A infecWo pelo IIlV 

persisteportodaa vida. 

O impactod . 

aAm S sobreaspessoa com possibilidadedeestarem contaminadasèom 

eçaantesdo diaN östico.A decisfo deserou nâb testado dpreocupante,porquesupöeuma 

necessidadederevisâb dasdefmiça spessoaisdevidaemorte,poruma 

populaçâb essencinlmentejovem,em fasederealizaWo,enâb deconscientizaçâb sobre 

a pröpria morte. 

A tarefamaisdiffdlëcompartilharo diaN östico com outraspessoas:ascausasdaopçâb 

sexualv:m àsuperffde. . 

P azao grupo quea dq 

uiriu o vfruseaindanro apresentasintomasda doença, 

a atitude d de'esperarpara ver,com 1lm m:do constante por nâo saberquando nem o 

queirâacontecer. f nestegrupo quese 1oca 

lizaamaiorpartedosindivfduosinfecta- 

dospelo HlV,pois70% doshdivfduosdiar osticadoscomo soropositivosnïo desend 

' vivem em estado permanentede 

volvem adoençaem cinco anos.Esesindivfuos 

stressolhandofrequentementeoseu corpo àproiur kdemanchasou erupçöes,ese 

apavoram atécom um espiro.Qualquersinalpodesignificarodesjertardovfruspara 

aatividadededestruilo doslinföcitosT,ou seja,a imunodefici:ncia.Nestaf%e,co- 

. . . : 

mo ossiniomasnâo aparecem,algunspacientespasam aduvidarda AIDS easumem 

novamente comportamentos de risco,se reexpondo ao Wrusecontlmlnando outras 

PCSSOaS. ' . 

Quando arealidaàeda doenp éconfirmada,ospacientesqueatdentâb coriseguiram 

escondero diar östico dafamflia,têm que relatara verdade.Apresentam 

lesöesevidentes,eefeitosno S.N.C..œ ixam deterpam lcomomembrosfunçionais 

da sociedade.Nesta fase,os pacientes estzo sempre temendo a rescidiva de lma 

infecçâoou o aparecimento deltmanovaquepojsaserfatal.OcoirearesoluWo de 

suas relaçöes afetius.Ao lado deles ficam as pessoasque realmente se importam 

605

606 

com elescomo sereshlzm anos.Em geral,ospacientestornam-sefisicamentedependentesealgunsnToaceitam 

ofato deprecisardosoutrosparafaarem aquilo queantes 

faziam soziO os.Conftmdem indem nddncia com matuddade-paraeles,necessidadede 

ajudapodesignificazregresfo.A eqtlim deassistdncia deveajudi-losa m rceberque 

maturidade incllzicapacidade de aceitarmudanp seresponderàsnovassituaçöesde 

forma atrazermenossofrimento.ElespodtrfoentIo gozardasituaWo pdvilegada 

dereceberajudadaquelesquerenlmenteseimportam com eles. 

Em Sro Francisco,ddade onde h; maior concentraçâb de aiddticos nos 

E.U.A.,28% dospadentessobrevivem 2 anosou m aisdepoisdeconfirmadaadoença. 

Em 1985 apenas14% dospacientesviviam pormaisdedoisanos. 

O resultado principaldesseaumento naperspectivadevidaëqueospacientes 

nâb sepreparam maisparamorrer,maspara vivercom AIDS.E nâo éfâcilvivercom 

AIDS.A epidemiatem provocado mêdo e discriminaç:o.Alëm de serllma doenp 

transmisfvel,queconduzàmorte,ospacientescom AIDSfazem partedegruposjâ 

naturalmentemarsnalizadosm la sodedade,poisem sua grandemaioriasTo homossexuaisou 

lzsuâriosdedrogasinjetiveis.A sociedaderejeitao pacienteeestetemeas 

m ssoasou.o queelasrepresentam :a discriminaçfo eo consequenteabandono. 

Osindivfduosinfectadospodem edevem m anterasuainserl o social,fami- 

11% eprofissional. 

Portudo iso quefoidito sejustifica o trabalho do profisionaldeSatide 

Mentaljtmtamenteao pacientedeAIDS. 

Esses profissionais devem se manter informados sobre AIDS,e principalmentesobreasformasdecontigio,p'ara 

poderem atenderao pacientelivresdetemoressem 

fundnmento.Observando-seascondiçöesadequadasdehigieneparaqualquer 

atendimento,nâb hâriscosdecontaminaçâb. 

No aconselhamento,o indivfduo devesermotivado amodificaroscomportamentosligados 

à transmissâb,para que e1enâb transmitae nâo se reexponha ao 

vfrusIIlV .h dependentedaexistdncia dem anifestaçöesclfnicas,o indivfduo infectado 

pode transmitiro vfrus. 

' 

O M inistzrio da Saûde,atravësdeseu coordenadorde SalideMentaleAIDS, 

opsiquiatra LufsAntonioErvolino eapsicölogaAm éliaCarvalho eSilva,ambospresentesnesta 

mesa,vem promovendo em todososestadosdo Brasiltreinamentosem 

Aconselhamento SIDA/AIDS paraaequipedeassistdncia.Estretreinamento foiconsiderado 

o melhorentreosvintet seispafsesparticipantesda rmmiNo daOM .S.,no 

m:sdesetembro p.p.,em Genebra.A Amdliair;fala.rsobreestetreinamento,quetem 

como baseaemoçâb,atingndo basicamenteaesdnciado serhlmano. 

Foinaocasi:o em quefuitreinadaem Sâo Paulo quetive a oportunidadede 

conhecervâriiscolegasquetrabalham com Am S,etom arportanto conhecimento de 

que h; muitaspsicölogasenvolvidascom esse trabalho,fato quemuitomealegrou , 

poisatrocadeexm riênciassempredm uitop atificanteenecesso a.

* 7 

Temostambdm nesta mesaapresença do C.R.P.atravësdaconselheiraFrida 

N lty (6!regfo).2 muito imm rtanteap%rtldpaçâo do C.R.P.,poisimlmeiassTo as 

' 

dilkuldadesdticasno atendimento:Com o lidarcom o padentequedeliberadamente 

aflrma queirécontnminaroutrasm ssoas,ou ainda:Como lidarcom o padentequese 

negaa relatarao seu parœiro Rxual(ou parœira),queëportadordo vfrus?O C .RM . 

tem tlma posilo.E importxnte adiscusTo daposiç:odoC.R.P.. 

. 

Ame alamostambëm aparticipaWo do mëdico JamalM A.H.Sulelmnn,bo 

HospitalEmlo Ribas(S.P.),quedo maiorhospitaldo Brasilem nfzmero de leitosparaaidëticos. 

Para terminar,quero diarque estamesafoiinclufdanaRmmifo AIZU'IIde 

Psicologa paradesencadearo mnsar.N:o podemosm rmitirqueo medodomineo 

mundo,nem queo padentecontinuesendo rejeitado,estipnatizado eabandonado 

m lasodedade. 

A faznecessirioo esforço detodosnösparainverterestasituaWo,e garantir 

ao padentese nïo avida,mlo menosasuadio dadecomo mssoa.

ACONSELHAM ENTO EM A IDS N0 BRASIL 

AM ELIA CARVALHO E SILVA 

M inistdriodaSaéde-Braslia 

Em relaçâoaosnfveisdeprevençâo aplicadosdediferentesmodos,destaca-se 

o trabalhoexercido pelosprofissionaisdesaûde dediversascategodasquefonnam as 

equipesde assistJncia. 

D evesercons iderado que,ap-össerem prestadas,W riasvezes,allm pacienteas 

inform açsespreventiv% quedeveseguirarespeito desuareexposil o ao Wruseacontaminaçâo 

de outras m ssoas,e o mesmo continuara manter um comportamento inadequado 

em relaçâb àquestïo,provavelmente,estaj;nTo émaisumaatitudeconsequente 

àdesinformaçâo,mascertamente tem a haver com algum tipo debloqueio 

emocionalem conseguirmodificaro pröpdo comportamento.Paraisso a tarefa de 

aconselhamentodevelançarmâb deconhecimentosda ârea de SaûdeMental,nosentido 

detornarmaiseficaz asstlaqaçöes,principnlmenteem relaçâb a'SIDA/AIDS,que' 

envolve asm ctosessencislmenteligadosà atividade sexual.Asatitudesinadequadas 

devem serconvenientementeabordadasporqualquerprofissionalde Saûdedaequim 

de assistdnciaquetivera oportlmidade de manterxIm vfnculo mm'spröximo com o 

paciente.Para obterestapropostadpreciso contarcom informaWesteöricasetécnic% 

em SalideMental,que sejam fadhnenteasirniliveismlosproflssionaisdesalideque 

nâb m rtençam à categoria esptcffica dos psicölogose psiquiatras. 

. 

Para isso ënecessido tambëm sedispordellmametodologia quetenha11m 

perfodo considerado breve de duraçâb.Finalmente é necessïrio que asinformaçöes 

obtidastenham lm forte componentedeflxaWo namemöria dosqueasasimilam. 

Todosesesrequisitoshojeforam decertaformaobtidosmlo treinamento deaconselhnmento 

em SIDA/AIDS.

SITUACAO DA AIDS NO BRASIL: 

ASPECTOS PSICOTERAPICOS E ETICOS 

FRIDA ZOLTY 

Conselho Re#onaldePsicolosa.6a.Regiro 

Falard,Am S éfalardiretamentedemorte.Maisdiffdlainda,falardemorte, 

dam rsm ctiva da ajuda,do auxlYo,da vida.Enqlmntoportadordedoença fatalo 

paciente aidético poderia serconsiderado como qualqueroutro padente terminal,o 

queporsisö j;tornao nossocontatobastantediffcil.Maisdo queiso,elenâb sö 

sofre o famoso estin asocial- porserconsiderado 1lm indivfduo de hibitosprom 

fscuosepouco louviveis- como nostrazdadosnovoseimportantes:noseu c%o,a 

doença veio atravësdo contato com outra pessoae,no mesmo instanteem quesecontamina,e1ese 

tornacapazdecontmninaroutros.Agredido eagressorno mesmo instante,namesm 

apessoa.O aidëtico tem para a suavida1Im limitepröxim o,certo,esperado 

m asessemesmolimite1hedâ,porcertotempo,um poderdevidaedemortesobre 

outraspessoasqueo cercam ee1epode,sequiser,secolocarna condiç:o deagente 

dolimitedavidado outro.E esseaspecto em particularquefaz com queo acompanhamento 

psicoterfpico do aidëtico seja,ainda,maisdiffdldo que o dasdemaisdoen- 

9asterminaiseé,hoje,lmadasgrandespreocupaçsesdosprofissionais-penso que todosnös,quena 

maioriadasvezessuportamostâom aloslimitesquenossâoimpostos, 

podemoscompreendera raivaque se apodera daquele que se senteprivadode algo 

que,nasua vida,todososoutros desfrutam eque,apavante,lhefoitirado por1lm 

outro humano.A destruiçïodobem do outro,o roubo,sâb caminhosconhecidosda 

nossafantasiaporque,emboranâb melhorando çtminhascondiçiespessoais'fazcom 

que se torne menora tdiferença entre eu e o outro''.Faz tambdm com que eu possa 

meverforteao invésdefraco,dominadorenâb dominado,agente.Sabe-sequeo terapeutatrabalhacom 

a palavra,sabe-sequeo lugardehonrado psicölogo ddado àfantasiamasasdiscussöeséticascomeçam 

quando o sofrimentofazcom quearepresentaçâb 

dasiddiu nâb tenlm maisvalorequetudo o quefoiapresentado atdagorapasseda 

palavra parao concreto. 

Nesse momento,talveznosauxilie em pouco poderrepensarnossa ftmçâo 

primeirajunto aopaciente- tanto o pacienteaidético quanto osdemais- eprocurar 

asafdamaisadequada.A nossaposiçâoem nossasaladetrabalho devesecaracterizar, 

namedidado possfvel,pordeixarvazioo espaço detalformaquee1epossaserocupado 

m lodesejo do paciente.O clientenoscolocasucessivamenteeâsvezes,simultâneamente,nasmaisdiversasposiçöesedevemostercondiça 

sdeaceitarpapéisfemininos, 

masclxlino,poderosose/ou fra#lizados.E com asuafantasiacolocadaem nösquee1e 

611

612 

. . . . ' . . . . 

serelacionaeo nosso cuidado principaldever; iersempre'o dem deraceitaiafantasia 

sem nuncaconfundir-seaela. 

'' 

A ftmwo terapduticaseperdequando'mrdemos,eàsveasatdmomentaneamente,ascondiçöesdedeixaro 

t'com ose'parapassara auumirdefato detenninados 

papdisem relaçfo anosso cliqnte.Nössom osclimplicesdasfantasiasdenossospadentes,eë 

esseo papelquenoscabe. 

Pensarem tentardeteratravësdequalqueraçâb concretaaquelepacienteque 

contnminado,contlmina,podeparecernnm prim eiro mom ento assumirlmmbëm concretamente 

opapeldem rseguidor,parao qùalexiste'1m espaço naquelemomento e 

com isso,'conformefoidito acima,arelaWo tera# uticaestariairremediavelmentepartida.M 

as o contririo também pbderâ signifkara impossibilidade de tratamento:o 

paciente nos coloca mititasvea sno papelde espectador,testem lnhaimpotente e 

paralizadadesuasaçôes,nTo noscabendo nessecontexto,nada alëm deassistiraseu 

desempenho,sem quenosseja dado espaço paranenlmmaentradaefetivaecapaznese 

tipo devfnculo.Qlundo,porquestôesquenosparecerïo a princfpio ëticu,nâo pudermosnoslibertardo 

jogo perverso quealiseestabelece,nösestaremosKeficazes, 

perpe . tllqndo aquela configuraç:o esem podersercontinenteàapessividade- hllmanamente 

compreensfvel- que decorre dè sofrimento psfquico.O pacienteque atua 

esaagressfo utilizmndo-seconcretamentedo seu poderdematarn:o est; sendo ajudado.Diénte'daimpossibilidade 

de ultrapassaz o limite tâb violentnmente imposto, 

diantedelxma1eitâo rfgidae1eaindatenta severcomo o maisforte,opoderoso - podendo 

entâb escolhero rmminho da psicoseetodossabemosqueapsicosentmcatrouxe 

aaxliio ebem estarparaningudm.Diantedeta1situaçâb chegamos,muitasvezes, 

ao nosso llm ite. 

A orientaçâo doCRP-Y publicada em editorialno seu jornaln ? 48,foide 

que teram utasnessa condiçiesnosprocurassem paraquepudëssemosm nsarsetodas 

asposibilidadesdeatuaçâo existentesanfvelterapdutico estariam j;esgotadas.Quando 

estiverem,seestiverem,teremosem nosasmrosnm dosmaissëriosproblemasjâ 

enfrentadosatë ent:o. ' ' 

Retomemos1xm pouco aquestâb do jislo p'rofi%ional,1m dosumandamentos'inviolfveisdo 

noso Cödigo deftica.O si#lo aparece,em primeirainstância, 

como proteçâo ao paciente.Garante-sea e1eacriaçâb de1xm e'spaço M o ameaçador, 

criando asim condkœsparaque olnico limitedesuascolocâçassejasuaprôpria 

resist:ncia.Maso si#lo servetambdm,em situaç&sdiversas,para protegero profissionale 

fazer com que e1e se sinta desobrigado de qualqueratitude diante de seu 

paciente.Apoiado no sigilo,o terapeuta sevdno direitodaomissfoeë contraessa 

omisfo que o CRP-06 seposicionou atéagora.Pensamosquenoscabeajudaro psicölogo 

a pensarsobre1xm Wnculo terapdutico esm cffico quee1epoderâprematurayo 

asim deprestaro seu auxlio.Noscolocamosâdispo- 

menteabandonar,deixan 

siçâb dosprofissional parapensarmos,juntoâsdemaisinstituiçöesdaSAODE,oque

613 

fn-rquando asituaçfo tiveratin#do efetivamente'p seu limite.A contençâb nâo significaparanösa 

plniçâo policialesca.SiN ificasim ,am ssibilidadedeprosseguirmos 

arelaçfo terapduticanum contextoem queocrhne- concretamentefalando - esteja 

impossibilitado.E claro quenâb contamosainda,neste'momento,com nenlrlmnestruturaadequadaquepossatomarasiospacientesaiddticosediferenciaraquestâb 

punitivadaquestïp 

controladora,masofato denïo termosa quem recorrernâo nosdesobrigadecriar1m 

espaço novo aoqualsejaposfvel,Ilm dia,recorer.O terapeutasö 

poder;retomara sua funçâo qllnndo ele estiverlivreparatrabalharapalavraenâb 

enquanto forcolocado naincômoda situaçâo de éspectadorsilencioso dosmecanismosdedestruiçfo.Pensoseresaa 

ajudaquepodemosoferecer:adecriarI1m espaço 

paraquearelaçâo terapdutica possadefato acontecer. '

M ESA REDON DA 1B 

Pu vENçlo EM SAODE X NTAL DA ESO LA 

- O papè-fdo psicölogo naprevençâb daevas:oescolar. 

SolangeM ligliaWechsler 

- Prevenwo em salidementalescolar. 

lvonne A.Khouri 

- A prevençâo dasdificuldadesdeaprendizagem . 

RaquelSouza D bo Guzzo

0 PAPEL D0 PSICôLOGO NA PREVENCAO 

DA EVA@AO ESCOLAR 

SOLANGBMOGIJA WECHSLER 

UniversidadedeBrasl'lia 

O maisgraveproblemadeeducaçâo brasileiradaevasâb escolar,queocorre, 

princim lmente,nasprimeirajsériesdo 1(?grau.Osdadoscolhidosnadonnlmentenos 

apontnm que,em cada 100 criançasqueirtidam a1#sërie,am nas38chegam a4 #sdrie,e12 

atingem a8 ?série.Astaxnqdeevasro escolarsâo ainda maisalnrmantesq'uando 

focalizmmososestadosdo Nordeste,ondesomente 23% dosestudantesatingem a 

4 #sdrie,e10% chegam a8# (PLAN/PEA/UMCEF/SUDD E,1986). 

Ospontosm aiscrfticosdaevasâb escolarsesituam na transiçâo da 14paraa 

2#sdrie,eda5#paraa6 # sgrie.Encontramostaxasdeevasfo da 1#paraa 2#sërie 

em tomo de 50%,nadonnlmente,ede75% ,nosestadosnordestinos.Estesdadosse 

tornam mais constrangedoresao observarmosqueasestatfsticc sobreevasro erepetdncianro 

nosindicnm nerlhlm decrësdmoconsiderivelnosliltimos40 anos(Brandâb,1982). 

O fenômeno daevasfo est; intimamenteligado â repetdncia.Naverdade,se 

observa que,apösrepetirl'ma série porm aisde lm avez,p'ande parte dosalunos 

abandonam a escola.A decisfodepromolo automâticacomoformadeevitararem 

tdnciatem recebido muitosquestionamentos,poisosdadosindicam queosZunos 

repetentesn#o tlm ,ao fmaldo ano letivo,melhoresnfveisdeconhecimento do queos 

n*o-rem tentes,nro homogeneizando,por#nnto,asclauesquecontinuam tendo altmos 

em diferentesestlgosdeaprendizagem (Oliveira,1984).Poroutro lado,dconsiderado 

como sendonecessâio pelo menosasquatro primeirassdriespaza sedominaraleitura 

eaescrita,equeascriançasqueabandonam a escotaantesdecompletaresteperfodo 

' 

tenderïo a regredirao analfabetismo .(Castro,1980).E preocupanteverificarquea taxadeanalfabetismo 

no Brasil,no perfodo de 1972 a 1983,tendeu ao crescimento e 

nïo àreduçâo:na faixade7 a9 anos,o infcio deanalfabetkqmo passou de45,5% a 

50,6% (no nordeàte,de68,9% a77,5%)enafaixade 10 a14 anos,essastuas 

aumentam de18,4% para 19,4% (no Nordeste,de39,5% para41,5%), segundo os 

dadosdo P LAN/PEA/UNICEF/SUDENE (1986). 

O fenômeno da evasâo escolartem sido motivo dem uitosdebatesentreos 

educadores.Porëm ,am aioria destesdebatestdnisido focados,quasequeexclusivamente,na 

questro da polfticasöcioeconômica,criando-se assim ,nma atitudedepassividade 

entre os proissionais resporksiveispela educaçro pois nada podem fazer 

frente à distribuiçâb inegalitàriaderendasem llmasodedade capitalista.Alëm disto, 

taisdebatestdm secaracterizado pordesprezarinförmaç&sadvindasàediferentes 

617

618 

estudosem squisasquedemonstrlm aezstdndadeuma sërie defatoresenvolvidosno 

problemadaevasïo. 

Da mesmamaneira,projetoseducacionaisgovenmmentais,de maneira nmbiciosaedispendiosa,tdm 

sido leudosàcabo sem considerarem resultadosj;encontrados,estandp,portanto,fadadosao 

insucesso para a resoluçâo desteFaveproblema 

escolar. , . 

Nosso propösito,aqui,éapresentarpropostasde açöesa serem executadas 

pelosprofissionaisquetrabnlham narede escolar,particularmenteo psicölogo escolar, 

com baseem estudosepesqtzisu realizad% sobreaevasâb escolar.E importanteenfatizar 

que,acreditamos que açöes de peso significativo sö poderâo seralcançadas 

atravësde equim smultidisciplinares,dentroeforadasescolas,sindicatos,associaçöes 

eparlnmentares,afim dequeesteproblema possaserreduzdodemaneiradrlstica. 

A revisâb da bibliografiasobreevasâb escolarnosapontaosfatorescam adores 

desteproblem acomo advindosdequatro fontesprincipais:faml-lias,escola,professor 

e allmo.Devido as nossas limitaçöesde espaço,nro poderemosdtaraquiestabibliografia,noslimitando,portanto,alistarpossibilidadesdeaçöesqueo 

psicölogo escolarpodedesenvolverjunto 

a estessem entosenvolvidosno problemn.Enfocaremos 

açöes que podem ser desenvolvidasm lo psicölogo e ltma equipe multi-disdplinaz, 

demonstrando quealgunsesforçospodem serfeitosânfveldecadainstituiçâoescolar , 

afim deavaliaro problema daevasâb escolar. 

ACOES JUNTO A FAMt'IIA:osproblema ligadosâsituawo söcio-econômicafnmiliaz,taiscom 

o,tipoderesiddnciaefaltadebensmateriais,pouco podem serresolvidospelainstituiçzo 

escolar. 

Porém ,outrasvariâveisrelacionadascom afam zlia,mostram-sepassfveisde 

infludncia pelaequipe escolar,destacando-se dentre estas:atitude negativadospais 

frente à escolarizaçâo dosftlhos,faltadt'estimulaçâo culturalno lar,e o baixo nfveleducacionaldospais. 

Progrnmaspodem serdesenvolvidospelasescolasno sentido de integraros 

paiscom a instituilo escolar.Isto podeserfeito nâb sö atravësdeatividadessociais, 

como bazazesequermesses,como tnmbdm atravësdepalestrascom usuntossugeridos 

m laspröpriasfaml asdosestudantes. 

' 

. Esforçosbem sucedidost:m sido feitosporequipesqueatunm com aeduca- 

Wo comlmito a.Propnmaseducacione â noiteou nosfinaisdesemana podem ser 

oferecidosem diversasireascomo porexemplo,alfabetizaçEo deadultosou treinamento 

em novashabilidadesprofissionais. 

Imlmerosestudosjâcolprovam a eficfda deprogrsmasdeestimulaWo com 

criançasdebnixarenda.Infelizmente,taisprogrnmasaindaestâb sendo oferecidosnas 

escolas,perdendo-seumaexcelenteoportunidadedeutilizararelniâb meiksal,o grupo 

de mfesqueesperaporseusfllhosnasportasdasescolas,ou m esmo osirmâbsmais 

velhosqueestâb frequentando a escola,para darinformaçöesdecomo estimularas 

criançasmenores.M uitasvezes,estafam liascarecem mesmo dçinformaçöessobreos

619 

recursosquea.comunidadeofereceparamaiorestimulawo de seusftlhos.Ajudapara 

estimulalo também podeserconxguidamlosaposentadosou pessoasidosasdac0- 

munidade. . 

A flm deconseguirrenlizartaisaçöes,o papelprindpaldo psio logo serâo 

deagràinstituiçro escolar,despertandoieparaa necesidadedeum trabm o intepado 

para sealemnçarafam lia do estudante.Relmiôescom diferentespuposdeequipe 

esiolaz,utilizmndo-setdcnigascriativaspararesolul odeproblemas,t:m semostmdo 

bastanteeflcmy-sparaaprocura desoluçsesaltem ativasdecomo tra rmaiornlimero 

depaisàescola. . . 

ACGES PMlA AS DEFICIVNCIAS DA EK OIATM

62Q 

dacorisultoriaao profesàor,tem se mostrado,cadavezmais,como.umaresp- taalternativaàoatendimento 

individlmldo aluno problema,ou do psicodiagndstico.Estetrabn 

lo tem efeito multiplicador,poisatlundojunto ao professorpodemœ melhorara 

saûdementaldaclasseinteira,em vezdesemanterumalongalistadeesperaparaatendime 

vnto psicolö#co(WechslereOnkland,1988). . r . 

. 

E tnmbdm dedemasiadaimportânciaquepospmostrabnlharparao desenvolvimento 

da criatividade do professor.Infzmeraspesquksa t:m mostrado o efeito 

deste trabalho no rendimento .acadëmico dosalunos(GuerreiroeWechsler,1988; 

Alencar,1986).Somenteo profesorcriativo poderâmodificareadaptaro currfculo 

acad:ntico àscircunstM ciasespecfficasdo seu alunato,traando assim o geraldo livro 

escolar para o particularde cada aluno. .' . 

Outro temadebastanterelevânciapara otrabalho junto ao profesorreferese 

ao relacionnmentoprofessor-aluno,demonstrando-seafo papelimportanteque , 

as 

expectativaseatitudespositivasdoprofessordesempenhnm no rendimento académico 

es'colarkOficinasdetreinamento com professoresjondeseexercitam habilidadesm fnim 

asderelacionamentoecomunicaçâoeficaz,como deaprenderaouvirerefletirsentimentos,éum 

@prâticamuito ûtil,principalmentequando setratadeprofessoresde 

adolescentes. . 

' 

. ' . ' ACOES JUNTO 'AOS ALUNOS:OsresultadosdeestudossToconstantesao 

afirmarem aimportO ciadaeducaçZo préescolardadiminuiçfo do problemadaevasâb 

ou repetdncia.Fasforçosdevem serfeitos,cada vez mais,nosentido deâegarantira 

ampliaç:o de program aspara prdescolaresnasescolas pûblicas.œ monstrativospodem 

serrealizados,indicando clarnmentequeosgastoscom o aluno repetentenaprimeira 

sëriepodem serdiminufdosy'ou transferidos,para osgastoscom aeducaçfo do pré-es- 

C0 ar. . 

Emborata1açro escapedaalçadado psicölogo escolar;estemuito podefazer 

paradiminuirosproblemasderejetdncia eevasro lio tiabalè psico-pedagögco com 

F u Posdealtmosk ' '. ' '' . 

: EmboraainteligdnciasejaWstacomo xmatlcaixa-preta'mlosprofesores,e1a 

podeserquebradaeestudadaem diversu facetaskImimerasmsquisasj;demonstraram 

que habilidadesintelectllnispodem serdesenvolvidasatravdsdetreinosou exercfcios 

(Stenberg,1986).Propamasparadesenvolvimento decapacidadescoNitivas,como 

raciocfnio ctftico,plnnificaçfo etomadadedecisGes,t:m semostrado bastanteeficazzsparaamelhoriado 

rendimento escolar. . ' 

. . Sem dlivida,problemasemocionisrelacionadoscom dificuldadesdeaprendizagem 

ou desadaptaçâo escolar;podem sertrabnlhadospelospsicölogoscom pupode 

criariças,nâb sö para aconselhamento psicolö#co como tsmbëm para clarificaçâo 

devalores.A intepaçâo destetrabnlho com asçrinçasjunto aum trabnlho deaconselhnmento 

eorientaçïo aosseusprofessoresédedemasiadaimportância. 

. 

salientnmos,tnmbém ,o pandeefeito queprogrnmnqparao desenvolvimento

62l 

dacriatividadetdm conseguido paraamelhoriadorendimento acadêmico (Wechsler, 

1987$ Criançasqueparticimm destespropamastornam-semaisativas,questionadoras 

emotivadasparaaprenderassim como maiscriativasna suaprodutividadeacaddmica. 

CONCI-IISXO:Acimafornm listadasalgtimasposibilidadesdeaçôesqueo 

psicölogo escolar,junto com lxma equim multidisciplinar,podefazerparareduziro 

graveproblemada evasâo ou repet:nciaescolar.Acedtnmosquemuitasoutrasaçöespoderfoserdesenvolvidu 

porcadacomlmidadeescolar,afim deseatenderascondiWes 

enecessidadesespecfficasdecadalocal. 

Tentamos,destamaneira,m udaro enfoqueexclusivo do debatesobreaevasâb 

escolardaquestâb do söcio-econômica,dem ontrando quepossufamosmuitasmaneirasdereduziresteproblema,quando 

o enfocamosdemaneiramaisampla. 

Refe/ndas: 

Alencar,A.(1986).JWcolo> dacrktfWdW eArtesMddicas,RS. 

. 

Brandfo,Z.(1982).0 estadodaarte?IJpezquisamâreevaslo erepetênciano 19 F'JIZno Brasl. 

INEP,RJ. : 

Casko,C.(1980).Determinantesde J 6 Educadon en la America O tfnm'aceno,desempeno y 

equMade.ECIEL,RJ. 

Guerreiro,C.eWechsler,S.(1988).Treinamento deprofessoresparaadaptaçfodocurrfculo 

escolaraosestiloscognitivosdealunosrepetentes.(noprelo). 

IPLAN/IPEA/UNICEF/SUDEPE (1986).O menoreJpobreza.SërielnskumentosparaaAWo,5, 

UNICEF,Braslxa. 

'. 

Oliveira,E.M.(1984).Um estudo sob'reasccrlererâffcl:de éeperdacflno ensîno do 19 Grau em 

Goonia.Tese demestzado,Universidadede Brasûia. 

Stenberg,S.(1986).ApplfeJfarellteaee.Jossey-Bass,NY. 

Wechsler,S.,eOakland,T.(198à).Preventivestrategiesfor1ow incomeBrazilinn children.Trabalho 

apresentado no M Intem ationalSchoolPsychology Colloquium ,Germany. 

Wechsler,S.(1987).Efeitos'dotreinamentodeciatividadeem œiançasbemdotadaseregu- 

L'um .ArquivosWmflefrtu deJkfcolom ,J#,95-131.

PREVENCAO EM SAODE MENTALESCOLAR 

IVONNE A.KHOURI 

PontiffciaUniversidadeCatôlicadeSâo Paulo 

hiciaremos tentando esclarecer o significado que tem para nösostermos 

prevençfo e saûde mental,para posteriormentetecerconsideraça squanto âs suas 

relaçöesnaescola. 

' 

Caphn,em seu livro PrincfpiosdePsiquiatda Preventivaexplidta queaprevençâo 

continue-seem 1lm conje to deplanoseaçiesconcentrados:1)na identificaçâodeinfludnciasperniciosascorentes;2)nasiorçasqueapöinm 

osindivfduosna 

resisténciaeestasinfluências.A prevençfotem poisum carâtercoletivo poisenvolvea 

preocupaWo com areduçâo da taxadeagravosem Hmnpopulalo eoriscodestapopulal 

o sofrerapàvos. 

Paradefinirsalidementalutilizaremoso conceito deCooper(Psiquiatriae 

Antimsiquiatria)queafirma:desdeomomento do nascimento,amaioriadasm soas 

progrid:atravdsdesituaçöesdeaprendizado social,nafnml'liaenaescola,atëatingir 

anormalidadesocial.A m aioriadaspessor ficaparadanesteestado de normalidade. 

Alglm assucumbem duranteesteprocessoeregridem ao quechamnmosloucura.Outras,pouqufssimysconseguem 

dèslizaratravësdoestado deindrcia ou parada,representada 

m la normalidade estatfsticaalienadae progridem atdcerto ponto,no cnminho 

para asanidademental. 

A normalidadesocial,estatfsticaécaracterizadam lapassividade,acriticidade, 

faltadeatonomiaedecriatividade,desconhecimento denecessidadesm ssoaise sodakq.Constituem 

llm enormecontingenteque contribueaquenâb aconteçnm mudançassociais.O 

e>minbo paraa sanidadepsfquica pasapelaconquistadaIndependéncia,autonomia,conscidnciacrftica,conhecimento 

dasrealidadessociais,istod,passa 

pela lutacontra a alienaçâb em seussentidospessoalesodal. 

A prevlnçfù em saûdementalnaescolaseriapoisconfigupda poraçsesque 

cont rib u fssem atomarestainstituiloI'zmaagdnda promotorado desenvolvimento , 

na medida em queproporciona-seatodosseusintepantes- allmos,professoresepessoalauxiliar- 

a possibilidadedeultrapusarda chnma da normalidadeestatfsticae 

deslizarem no senfido dasaûdemental. 

Entretando,mesmo quando observadasuperfidnlmente,sïo visfw isnaescola 

' 

caracterïstica queaconfiguram como bareira àque 

leestadodesnnidade.B1atem em 

seu interior,m ecnnismos opressivosextremamente atuantesque determirmm tipos 

contraditöriosderelaçiesentreaspessoasquea intepam.Seseu objetivoé educa'r,e1a 

deveria caracterizar-se como um localondesepropordonassecontinunmenteo enri- 

623

624 

d 

quecim ento da personalidade,como 1lm emmpo fecundo derelaçöeshlmanasmaduras,ondeapassagem 

dasubordinaçroàautorlomia,da dependdncia àindependéncia, 

daimitaçâb àcdatividade,fosseefetiva.Entretantoéficilperceberqueaconteceexatnmenteo 

contrfrio.A escoladum ceniro derelaçöesautoritfrias,visfveistanto em 

' 

sua estnzturaadministrativacomo naburocritica,queb rantem'otrânsitodaideologia 

dominantenarf#dahierarquizaWo,na qlulasdecisGesprovdm sempredosescalöes. 

superiorese seguem um percurso descendente,no qualn:o h;amenorparticipaçâo 

josinferiores,impedidosdediscutireou sugeriralternativaspara suapröpria atuaçro. 

Cadaum dosseusmem à rosdautoritirio ' com seussubordinaose 21 d epen dentedeseu 

superior,aquem devesersubm isso.Ensina-seasubm issâb,amedioiridade,apassividadeeajuda-seo 

aluno atornar-seelemento socialdöcil,fécildeserptilizado pelo sistemasocial.ajudando-seae1esem 

questionnmento. 

Alëm disto e1a contribuidemaneiraparaaexclusâo dejir ificativaparcela 

dapopulaçâb dodireito àeducw âb quetodost:riz.20 m ilhiesdeanalfabetos,30 milhsesdeanalfabetosfuncionais,8milhöesdecriançassem 

escolaou quedelaseafastarnm 

precocemente,80% derepetdnci!entrea1#e8 #sëries,apenas20% dosjovens 

em idadedefrequentaro 29grau,conseguindofazd-lo eumaUniversidadeelitistaà 

' 

qualnâb t:m aceso ascamadaspobresdapopulaçâo,s:o realiéadesobjetiasque 

apontnm'anro inserçro da escùla entreasqueestariam contribuindo paràaformaçïo 

dejesoasconscientes,crfticas,èapazsdelutarpelatransfonnaçïo dasociedadeem 

direçfo à democracia.Observa-se claramente quea escolatem umacontribuiçâosignificativa 

no exercfcio do poderpelosgruposdominantes,ë uma concessionliada 

violdnciade1zm sistema social,polftico eeconômico,no qualasnecessidadesda grande 

maioria da populaçâo nâb sâo consideradas.O relatörio do Banco Muridial,data- 

' 

dodejaneiro de1988,descreveo pafscomo sen do um adasmaisdesigtfaisdistribui- 

çöesde rendano mtmdo,ocasionandodisparidadedequalidadedevida,saudeeeducaWo 

paradiferentessem entosda populaçâb,persistindoatravësdemuitasdëcadas, 

apesardo considerfvelcrescimento econômicodo pafs. . 

' 

' 

Atravds.destasconsideraçôesestâmosidentificando importantesinlludncias 

perniciosas,causasprimeirasdeinfzmerosagravosâpopul . 

açâb:o sisteria sodalviolentoesuatenddnçiaareproduzir-senàsinstituiçöese,em 

flossocaso,na escola. 

Reé 

etindosobreasforpsqueapoinm osindivfduosnaresistlncia>estassi- 

. . . . 

' 

. 

.tuaçöesperniciosàs,fortasque deverfo'sercriadaseincentivadaspara'que asaéde 

mentalescolarseja alemnpda,poderemosajontaruma sé.riedesituaçöesextraescolarese 

intra/zscolares. . ' 

Entre aspn'meiraàestarinm osmovinientosorgnnizadosobjetivando àrever- 

' 

s:o dstpdu assituaçöesdecorrentesdare ali dadepo lftico-söcioeconômicapçrver- 

' ' ' 

. ., 

' ' ' 'i'*' 

' 

sa;naqukljeencoptrâimersba p'andemaioria dinosqpopulawo,Lsto d',a pobreza 

e suas consequdnciu no rebaixamentp da qualidade de vida,que coloca80% dos 

brasileirosem situaçfo dedeskantàgem tnmbém em relaçâoàeducaçâb edâorigem âs

625 

enormese etem asdfrasde fracasso escolar.Fastariam tambdm aquicompreendidasj 

aslutaspelamodilcalo do skstema educ.acionalinsufidente,inadequado,descuidado 

edesmornliymdo.Nestemomento osfonmgparadiscussro danova 1eidediretrizesebasesdeveriam 

estarmotilizandooseducadores(eentreelesospsicölogos)doBrasil. 

Aquiseincluem tnmbëm lutaspormelhorescondiçsesdetrabm o. 

Simultanenmentea estassituaçöesestruturaisuma série deoutras,ap avam 

ou mantdm estequadro.Sâb porém situaçöessobreasquaisoseducadorespoderiam 

teraçâo maisimediataedireta:amodiflcalo eadequaçâb de currfculos,propnmas, 

conteudos,m ateriaisdiditicoseaorganizaçâo intem adaescola. 

A mobilizaçâb destesprofissionaisno sentido deiniciarem atransform açâo 

daescola,dentfo dela,deprocurarem tornâ-laajustadaàscaracterfstica enecessidades 

dasrmmadr populares,no sentidodeconhecerem melhorestaclientela,seria umadas 

grandes forçasde resistfnciaaosdanoscausadospelossistemassocialeeducadonal 

vigentes. 

Goshriadeestarretomando aquium dosaspectosque'julgodamaiorimportâncianoconjunto 

destasaçTespreventivas:amodificaçfo da organizaçâo internadaescola, 

pormeio dasua gestfo colegada,isto ë,atravësdasocializalo do poderdecisörio,da 

participaçâo dacomtmidade,dos.professoresedosalunosnatomada de'decissesno 

âmbitoescolar,dalutacontraoautoritarismoeburocracianelevijentesamnlmente. 

f evidentequeent:o ainfluénciadaescolaseriaampliadaresultando namelhoiadaqualidadedaeducaçâo 

equenestaestariahiclufdaaeducaçfo para apartidpaçâo 

que sö pode serdesenvolvida pela prâticae m la reflexâo.A qualidadeda 

m rticipaçâo aprimora-sequando .aspessoasaprendem aanfisazarealidade,areietir 

sobreela,asuperarcontradiçöes,amanejarconflitos,clarificarsentimentose compor-. 

tamentositolerar devergências,respeitar'opinia s,organizare coordenarencontros, 

m squisarencontrosecom lnicar-se-lmplicapoisem muitavivdncia coletivaetrabalho 

grupal. 

Algumasproposiçsesoficiaistdm atunlment:abertopossibilidade de desenvolvimento 

destasatividadesnasescolu.A 1eifederal7.398/85 cria osgrêntiosestudantislivresnasescolu.No 

D tado deSro Paulo,o artigo 95do atatuto doMagstério 

(quetem forp delei)criao Conselho œ liberativonasescolas.Ambosoferecem 

oporbmldadesno sentido da ampliaçfo da participalo nagestIo daescola. 

Embora trateie departidpaWo consentida,tendo portanto posibilidade 

dùserestratëga de controle,aspropostasdtadaspoderfo vira serefetivamente 

verdadeira partidpaçâoeportanto umaforp naeducaçfodemocritica,indism nsivel 

âformalo .intevaldo Homem no sentido dasanidademental,com aqualbasicamente 

nös,ospsicölogos,estamoscomprometidos. 

E portanto importanteo esforçodoseducadoresnogentido deprocmarem 

sum rarasdificuldadesqueaimplantaç:odestasatividadesencerram ,poiselastrarâo 

grandecontribuiloalmaeducaWo libertadora. 

.,k.) 

.':k 

.'.$ 

''

A PREVENCAO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 

M QUELSOUZA IDBO GUZZO 

PontiffdaUniversidadeCatölicadeCampinas 

Esteartigo tem como objetivorenetirsobreaprevençâo dosproblemasde 

aprendizagem atravésda anélisedetrdsnfveisdeintervençfo preventiva. 

Consideraaimportânciado desenvolvinentodeprogrnmasdeprevenWo primxria,secundfriaetercio 

w junto à situaçâb educacional,como asoluWo maisvifvel 

parao controledo fracaso escolareapromoWo da saûdementalnasescolu. 

A questïodo fracasso escolar,amplnmentediscutida porprofissionaiseprofessoresenvolvidoscom 

aeducaç:o,aponta para aspectosbastantecontrovertidosdos 

problemasdeaprendizagem . 

Criançapquenâb conseguem aprender,sfo identificadu porseusprofessores, 

como porta d oras (t edificuldadesou mesmo distkbiosdeaprendizagem e,pornâb 

acompanharem asexpectativ% em relaçâo aodesenvolvimento acaddmico,sâb marsnalizadasdo 

processo deescoladzaçïo. 

EstamargnalizaWoquefrequentementevem ocorrendo nassalasdeaulu, 

resulta daimpot:nciado professorem resolverassituaçöesdes'eu cotidianoțendo 

em vistaestaraescoladesprovida,'dentreoutros,deelementostécnicospara auxililo 

naidentificaçâb,acompanhamento,ou apoio pedagögico.(GUZZO,1987). 

M dificuldadesdeaprendizagem nasescolasbrasileirasv:m superandoasestatfsticasmundiaisreferentesao 

problema,estendendo-seetapasiniciaisdo primeiro 

p'au,de escolasofkiaispara outru séries,tnmbdm deescolasparticulares.Em todo 

mundo,recorrendo-searevisâb apresentadaporTARNAPOL E TARNAPOL (1981), 

os problemasde aprendizagem v:m sendo encarados como umaprioridade,sendo 

descritasnaliteraturaestratëgiasespeciaisdeconhecimento econtrole,asquaisenvolvem 

trabnlbosmultiprofisionaisem diferentesnfve 'isdeatuaçâb. 

Segundo a literatura disponfveluma cifra nâb superior a 10% representa 

criançasem idadeescolar,quepossuem comprometimentosmaisgraves,osquaisimm 

dem o desenvolvimento acaddmico em situaçâb regular . 

necessitando,portanto,de 

centrosespecializadosou sistemasespeciaisde ensino. 

NestascondiWes,o quedizerdexzmaprofesoraalfabetizadora,quedetlinta 

ecinco alunosapontadezoito com ot'm rtadores''dedificuldadesdeaprendizagem e 

osencnminhaparaumaavalialo especializada?Sem instrumentosy'despreparadapara 

reconhecercaracterfsticasindividuaisdeseusalunos,pressionada por1lm trabnlhodocente 

com pobrese escassosm ateriais,esta professoratoma ainiciativadp csminho 

maisficil,maisripido na tentatiu dereceberorientaçôespara suapro cadocente. 

627

628 

Isenta-se,na rriaioriadasvezes,dasresponsabilidadessobreosproblemasqueocorrem 

em suasaladeaula. 

' 

Esta situaçfo vem se repetindo com frequdncia nosmeioseducacionaise 

necessitaserencaradadefrentecom propnmasefetivosdecontrole,osquaisabrangem 

intervençöes d e car âter preventivo. ' 

Em recentesdiagnösticosdaEducaçâb do Brasil,fornecidosm lo Instituto de 

PlanejlmentoEconômico eSocial(PEA,1986,1987)dadosalarmantessïoapresentados 

indicando que o sistema de ensino nacionalnecessita serurgentemente revisto. 

Mesmo com 83% dapopulaçâo infantilentreseteeqtzatorzeanosdentrodaescola,a 

evasâb e a repetência continuam altas,determinandö uma permandncia na instituiçâo 

por1tm tempo reduzido dehorasdiârias;maisanosdo queo esperadoparacompletar 

cada série;o menortempo do queo necessfrio para completaro Primeiro Grau. 

Estasinformaçöescontriuem l') parasere fltirsobreo e perigo deseconsiderar 

o insucesso dacriançanaescolacomo independentedo sistemaeducacional.Ospro- 

blemasdeaprendizagem identificadosnasaladeaula,sâb determinadosporin flbncia u , 

tanto dafamflia,quanto daescola.E aescola,como instituiçâo queatendecriançase 

jovensdediferentesfaixasetârias,nèo podeignorarosproblemasqueenfrentnm as 

crialkasesuasfnmflias,tanto osdeordem acadêmicaquanto social. E 

Atuar na escola de modo preventivo,nâb significa somente controlarsituaçöespara 

evitarproblemas,1)1% sobretudo,promovero desenvolvimento dascrianças 

paza queelaspossam estarpreparadaspara viverem lxmasociedadequemuda rapidamente,no 

n-mbitosocialetecnolösco. 

' 

ZIGIER,KAGAN E MUENCHOW (1982)consideram trdsnfveisdeintervençöespreventivas:aintervençâb 

primo a,secundidaeterciM a.A prevenl oprimfria 

sepropöe a controlarporlongosperfodpsde tempo aocorrdncia devliasesp/- 

ciesdeproblemas?lidando com fatoresambientaisqueafetam adversamenteo desenvolvimento 

hlxmano,antesmesmodecausarem danosàpopulaçâb estudantil. 

' Inerentesaestaconcepçâo,estâb trêsestratégasbisicaspreventivas: 

a)alzmentararesistdnciado indivfduo aprolemas,promovendo j 

seu crescimento 

normal,desenvolvimento e competdncia; ' 

' 

b)reduziraincid:nciadeproblemasou desordenscontrolandooambiente 

onde ocorrem ; 

c)melhoraraqualidadeda interaçâb do indivfdup com seu smbiente. 

Neste caso,especinlmenteparaaprevençfodasdifkuldqdesdeaprendizagem, 

prùpamasdeverinm serdesenvolvidospazainformareinstrumentarprofessoresa identificarem 

com precisro asnecessidadesdeaprendizagem deseusalunoseaprogrnmarem 

estratésaseducacionaisilternativas.Alëm disto,amplasdisclzssessobreo assunto deverinm 

ocorrernasescolasentrepaiseprofessoresparaquefossem clarificadososas- 

pec iosconceituaisecritdriosdeavâlkaçâo sobreo quedeveserconsiderado problemae 

form asde atendimento.

629 

A dcsinformalo sobreo queconsiderarproblem% deaprenézagem nassal% 

deaula,especinlmentenassalu dealfabetizaçlb,tem sido IIm dosfatoresiesponsiveis 

m lo palldenémero deencsminlmmentosdecriançasàssalasespeciais,a nmbulatörios ' 

neurolôgicoseconsultöriosesm cializados,sobo rötulode portadorasdedistflrbiosou 

diûculdadesdeaprendizagem . . 

Inlimerosaspectosdonmbienteescolar,familiaresocialvêm sendo apontados 

como 'estressorese promotoresde dificuldadeseproblemasnâb sö deaprendizagem 

académica como dedesenvolvimento globaldascrianças.Estudar,conhecerecontrolar 

estesfatoressâb caracteristicamenteaçGesdeprevençâo primiria queaescola podeda 

edeveriaimplementar. . . 

0 nfvelsecundirio deprevenlo refere-seàintezvenlo precoceediretanos 

problemasj;existentes.Ao contrfrio daprevenlo primM a,osprogramasdestenfvel 

visnm reduzir,em curto prazo,osefeitosnegativosdosproblemas.Asdificuldadesda 

criança,tanto'anfvelemodonal,quanto acadêmico,devem fazerpartedosobjetivos 

de prevençâb secundéria dos sistemas educacionais.A escola tem se esquivado de 

assumiraresponsabilidade em dqsenvolvereensinar,porexemplo criançascom dificuldadesespecficas.Forado 

sistemaescolar,poucassâb aschancesdoefetivo engajamento 

socialdestascrianças.Proplm alnestenfvel,deverinm incluir,serviçosdediagnösticos,acompanhamento 

e'orientaçfo de professoresdisponfveisnàsdelegaciasde 

ensinoaosusllJriosdo sistem aeducacional. , ' 

No nfveltercirio deprevençïo,procura-sereduziraconsequênda dedisfun- 

Wesseveras,centralizandoaatençâo naquelesindivfduosquej;posuem 'profundas 

exm riênciasdedificuldades.O sistema deensino nestescasos,deveriaproverasfsm f- 

liasde inform açöese encnminlomentosa serviçosespecializados,facilitando oatendimento 

m ultiproflssional,deacordo com asnvcessidadesdosalunos. . ' 

Considerando-se1Im plano globaldeprevençâo,ostrêsnfveisdevem serprogramadosdemaneiraintegradaeconcomitante.Istoquerdizerque,aprevençïo 

dos 

problemu de aprendizagem fica comprometiday'quando programassâb conflitantes 

ou concorrentes.Nestecaso,pode-seanalisarasituaçâb daavaliaçâb diar östicapara 

criançascom necessidadesespeciais. 

,' 

. 

UmalegslaçïoquedispôesobreaEducaçfoF'specialnasesçolasestaduais 

do Primeiro eSegtmdoGraus,com osobjetivosdetçatenderàsnecesidadesespecficas 

do aluno,proporcionarcondiçôesparaoinfcio,continuidadeetérmino daescolaridadeepropiciaraintegraçâodo 

excepcionalnasatividadesregularesdaescolaenacomunidade'(DOE,1986)deveestarrespaldadaem 

infraestruturacondizenteeviabilizadoradestesobjetivos. 

Umaano seprofundadaresoluçâb aquimencionada,evidenciaaspectosconflitantes 

do sistema de ensino,osquaisimpedem tlma açâo efetiva no controle do 

problemaegernm nnqiedadeedificuldadesâquelisqueest:oem contato direto com as 

salasdeaula.

630 

Paraseclmprira fei,o enqaminhamento dacriançacom dificuldadesdeveser 

precedido deavaliaçroeducacionalç'deresponsabilidadedo professoredo diretorda 

unidade,esd poderzo seratendidasaquelascriançasavaliadasporprofissionaiscredenciados'(artigo 

2 9,parégrafo 2 9 - Resolulo SE de30/9/86). 

Como um diretoreum professorexecutam a avaliaçâo educacionalparao 

encnmirlmmento? Onde'estfo os tçprofissionais credenciados''para o diagnöstico? 

Quantospsicölogosexistem disponfveisepreparadosppraestaatuaç:o?Ondeestâo 

ospsicölogosescolaresno sistlma educacionalbrasileiros? 

Estas e inlimerasoutrasquestöespodem serformuladasquando se analisa 

um aspecto do sistema de educaçâo,queserefereanormalizaçâb,o diagnöstico ea 

intervençâb nosproblemasdeaprendizagem . 

Obvinmente,sistemasintegradose efetivos de atuaçâo nesta ârea devem ser 

implementados,paraqueaintervençâopreventiva possa sereficienteno controledos 

problemasde aprendizagem enaprom oç:o dasalidemental.O caminho'apercorrer 

para a consecuçfo destesobjetivosélongo etortuoso,entretanto,passfveldeser 

percorrido. 

O desenvolvimento de programasexperimentais e de pesquisasnesta ârea 

podem contribuirparageraro conhecimento darealidade,a%egurandoqueascaracterfsticasenecesidadesdapopulalo 

estudantilbrasileirasejam adequadamenteatendidas. 

Refer:ncias: 

Guzzo,R.S.L.DlTculdadesdeAprendizagem:modalidadesdeJreaçl'oeandlisedetarefasem marerkg 

diddtîcos.TesedeDoutorado aptesenudaao IP/USP,1987. 

IPEA,Coordenadoria deEducaçfo e Cultura.Relatôrîo anualde acompanhamento - drea Educaç'ab.Braslxia:CEC/IPLAN,1986,1987. 

Tarnapol,L.Tarnapol,M .Disttirbîosdeleflzrl - uma perzpectfplInternadonal.Sâb Paulo.Edart, 

1981. 

Zigler,E.;Kagan,S eMuenchow,S.Preventiveintervention in theschools.In:Reynolds,C.R.E 

Gutkin,T.B.(ed.),Thehand :(x* of SchoolPsychology,New York:John WilyandSons, 

1982.


0 PAPEL D0 SOCIALNA ESTR G O X SUJEITO 

- Fastnzturassociàisesubjetividade. 

AnaM aria Nicolad-déiosta. 

r 

- H erarquiaeindividualismo:algtmspersonagenshistöricésésuasimplicaçöestedricas. 

LuizCléudio Mendony Figueiredo

ESTRUTURM SOCIAIS E SUBJETIVIDADE 

ANAMARIA NlèoG cl.oAfosTA 

PontiffdaUniversidadeCatölicado Rio deJaneiro 

IM acordocom o sociölogo ingusBask Bemstein (1980),diferentesestnzturas 

sociais geram diferentessistemasde fala que,assodadosa diferentesmodosde 

agencinmento econtrolefnmiliardecomportnmentos,sentimentoseform asdeserelacionarcom 

o mundo externo einterno,têm importantesconsequlndaspsicolö#- 

CaS. 

' 

Nestaalirmalo jé podemosobservardoisdosprincipaismodosatravdsdos 

quaiso socialpartidpadaestruturaçâo da subjetividade.(1)Atravdsdaintemalizaçfo 

dalfnguamaterna(ou melhor,de lmadesuasvariantes)acriança entraem contato 

com e internaliza llma primeira fom m d einterpretaro mtmdo extem o einterno.'Is- 

to porque alfngua materna dnarealidade,a pdmeira teoria dequedispom ospara 

realizarestetipo deinterpretaçzo.(2)Atravésdeseu contato com seusprincipaisagentessocializadores(seuspais,fnmiliareseprofessoies)acriançaaprendeausaresteinstrumento 

teörico (i.e.alfngua)contextualizadnmenteeaagenciarseussentimentos, 

fantasias.deseiosecomportamentosdeforma com'patfvelcom a deseu v upo fnmiliar 

esocial. . . :. . 

. 

. . . 

. 

Mas,tudo isocarecedemaiorexplicitalo.Paratanto goptariade,tomando 

porbaseplindpnlmentepstrabnlhpsdeBasilBernstein (1977,1980),delineF oscontom 

osdedoismodelosdesocializaçâb - quechnmeideStmodelo deidentidadecompartilhada''e 

tmodelo de identidade . diferenciada'(verNicoladdaf osta,1988ae 

1988b)- que,pelo menosem suasversGesmaisextremas,parecem terorigem em diferentesMmadassociais(o 

primeiro no queseconvendonou chnmardetçcnmadaspopulares'eo 

segundo naçcam'adasmëdias').. . .. 

Feito isto,gostaria de discutirbrevemente como,com alptmasalteiaçöes, 

estesmesmosmodelospodem serûteispara a ano sedaspréticassocializatörias1emdasa 

cabo pelosm embrosde tlm mesmo segmento sodal,no caso,aschamadas 

ltcamadasmédias'' * 

, 

. 

O primeiro modelo,o de'tidentidade compartilhada'',distinguq-sepelo uso 

quaseexclm ivo deumavariante lingûisticaqueenfatiza aoinvésdeprocessos,o aqttie-agoraao 

invésdo planejamento!aidentidadesocialbaseadanasemelhança ,ao invds 

daidentidadepesoalbaseadana diferença.A estavariantelinlistica(querecebeu o 

controvertido nomedetcödigorestrito')asociaieum tipodecontrolefamiliarorientado 

parao status,ou sejaparapapdissociaisbem-definidos.Fastetipo de socializaWo, 

quesegundo Bem stein ëm aisfrequentementeencontradonas'tclrsestrabalhadoras'', 

633

634 

ao enfatizarasemelhançaentreosmembroàdeum determinado p'upo social,reduza 

necéssidadedo sujeito deelaborarverbnlmente(eexplidtar)sua exmridncia,intenWo 

ou motivaWo individlul(isto é,reduzanecesidadedeexplicitara diferençaea separaWo).A 

sim sendo,existem âeasdo .îecqueterlo poucapossibilidadedediferenciarseatravësda 

falaedesetornarobjetodeatenWo parao pröprio sujeito.A identidade 

socialpromovidam lo llso deum ucödigo restrito''ëfortalecidapor1xm tipo decontrolefnmiliarondeoqueconta4aposiçfo 

socinlmentedefmidaocupada porum ou outro 

membro dafamla.A esta posilo social,ou statusfimiliar,corresponde1lm certo 

conjunto dedireitosedeveresnftidoseinconfundfveis(quenadaou pouco t:m aver 

com ascaracterfsticasm soaisdequem a ocupa).Paraa manutenWo desteestadode 

coisa éfacultado o uso dediversostiposdepllniçfo,inclusiveo recurso à forçabnzta . 

A puniçfodaplicadaquandoo sujeito infringealgumaregra,ou seja,quando/lzalgo 

errado. 

J;o modelo desocializaWo quechsmeide'ïdentidadediferenciada',mais 

com lm nascnmadasmëdias,caracteriza-sepelo uso deItmavariantelinl isticaque 

promoveaatençïo aproctssosintmos,adiferençaspesoaiseenfatizao planejamento.Ao 

uso desta.variantelinlistica(querecqbeu o também controvertido nomede 

tçcôdigo elaborado'),associa-se1tm tipo decontrolefnmiliarorientado paraapessoa 

(ou seja,paraascaracterfsticasindividlnisdosdiversosmembrosdo grupo fnmiliar). 

E um modelo que,ao 'contrlio doprimeiro , enfatizaadiferençaentre osmembrosde 

um determlnadogruposocial.Nestemodelo,a linguagem setorna fundnmentalpap a . 

comunicaçro e explicitaWo deexmridncias,intença semotivaçôesindividlnisefml'- 

cas.Conseqûentemente,ireasinteirasdo &eypodem diferenciar-sedafalaeganharvisibilidadeparao 

pröprio sujeito eparaosoutros.A emergdnciadaidentidadem soal, 

promovidapelo uso deum ttödigo elaborado'',ëcorroborada por1zm tipo decontrole 

fnmiliarondeascaracterfsticasindividuaisdosdiversosmembrosdafam fliaeprincipalmentedascrianças(seussentimentos,exm 

ridncias.intençöesemotivaça s)s:o levadr 

em consideralo.11-1maiorflexibilidade naaplicalo dasregrasemaiorambip idade 

nadefirliçâo depa# is.A autoridadeéexercidadeforma ambfguaatravdsdamnnipulaçfo 

verbaldossentimentosedaresponsabilizaçâb explfcitadacriança : pelosefeitosde 

seusatos(mesmo aquelesquenâb chegaram aserconcretizados).Nestemodelo,o controleincidenTo 

somentesobreoqueacriança/czmastambëm sobreo quee1atem fai 

e fazereso b reo quee1aé. 

lerlrzb 

Finalmente,gostariadearN mentarqueo Rm odelo deidentidadediferenciada''porexem 

plo.nâb do linico a serimplementado nasnossascnmadasmddias . Nestas,podeserfacilmenteencontradapelomenosuma 

variaWo doçtmodelo deidentidadecompartilhada'descrito 

acima(enormalmentevisto 'comosendomaisfreqûente 

nascnmadaspopulares).Istoë,em nosu cnmadmsmëdiaspodeserencontrado 1m 

modelo que,sefaz uso de1lm u cödigo elaborado''paraaexplicitalo verbaldecertas 

éreasdeexped:ncia cotidiana(como,porexemplo,aqutlasvistascomodo domfnio

635 

dnRatividadesintelectuais),tnmbdm lançam:o de.1lm 'çcödigo restrito'no quetange 

outraséreas(principalmenteaquela quedizem resmito ao domfnio dossentimentos, 

fantasias,desejos,etc).O tkso diferenciado destescödigosacha-se,porsuavez,asodado,nestem 

odelo,a um tipo decontrolefnmiliarm aiscaracterfstico do eçmodelo de 

identidadecompartilhada',ou seja,aquelevoltado paraa posiç:o ocupada pelosdiversosmembrosdo 

p upo fsmiliaren:o parasuascaracterfsticu individuais. 

Diferentesmodelos'desocializaçâb (queprovavelmentecorrespondem adiferentescombinaçöesdascaracterfsticasdasverssesextremasdosmodelosdeidentidade 

compartilhsda 

' 

e éferenciada)podem co-existirtanto no seio dascamadasmddias 

qlmnto no dascam adaspopulares.No c%o dascamadasmëdiasdospandescentros 

urbanosbrasileiros,autilizaçEo demaisdeum modelo desocializaçâo podeserconstatada 

atravésdeum importanteindicador:osmodeldspedagö/cosque orienlnm aspriticassocializatöriasno 

seio dafaml'liaeda escola. 

Doistiposprincipaisdepedagoga vdm,nosliltimosanos,sendo adotados 

mlasnossasMmadasmëdia (eaquirefiro-meâredeprivadadeensino):aquelaquese 

tornou conhecida como tpedagogia tradicional(porque semelhante.à m dago#a 

im P lementada hegemonicamente'atdcerca de20 anosatri) , eaquelasque'seconvendonou 

chamarde ç'pedagogia experimentais'(no pluralportue,emboratendo 

muitoem comum,suasorigensteödcassrobastahtediversas). ' ' 

. Senosdetivermosum pouio sobreascracterfsticasde1xm eèutromobelo 

mdagögico (principnlmenteem sua vertenteescolarondeestascaracterfsticu se 

tornam maisvisfveis),poderemosobservarque,enquantè at'pedagogiatradicional' 

est; calcada sobre a varial o discutida acima do Gmodelo de identidade compartilhnda'' 

as t'm dagogiasexm n-mentab 'sâb guiadaspor1zm 'V odelo de identidade 

diferenciada'(para ltmadiscussâb maisdetalhadadestesmodelosde identidade 

etiposdepedagogia,verNicolaci-daf osta1987,1988a,1988b). 

Explico.Umadascaracterfsticasbâsicu 'do modelo pedagögco tradicional 

éadeprestarpoucaatençâb àscaracterfsticasindividuaisdosaltmos(cadaprofessor,porexemplo,éresponsâvelpor1lm 

némero relativamentealto decriançasen:o 

dispôedetempoparaconhecê-lo maisprofundamente).Nestetipo depedagosa, 

privilegia-seainda (em maiorou menorgrau)o respeito à hiefarquiaeâordem,a 

transmisro deconteldossocinlmentevistoscomo 'Qegftimos',aavaliaWo doquanto 

o alunoécapazdeabsorverdestesconteudos(atravdsdeprovase'exames)'eo 

controle'do comportnmento explfcito dosalunosem diferentessituaçöes(quesro, 

em geral,bastantebemdemarcadaj)dentro do contexto escolar(saladeaulà,pitio 

derecreio,etc).O altmo podeserptmido (com notasbaixas,suspensôes,expulsöes: 

etc) caso faça algumaùoisaeirada(ou seja,càso nâb respeitealgumi dasrepasda 

escola).Nestemodelo hfbrido,em quea criança dincentivadaasim rcebercomo 

membro dedeterminadospupossodaisquelheconferem identidade(turmas,clases, 

etc),o eçcödigo elaborado'écertamente utilizado parafmalidadesacaddmicas,maso

636 

ucödigo restrito''do quepredominanascomllnicaçöesipterpessoaise,conseqûentete,no 

ti poderelalo queacriança aprendea terconsigomesma. 

m en 

' 

Jâ asm dagogasexperimentaissïo o exemplo tfpico do çtmodelo deidentidade 

diferenciada''.œ fmem -se plincipnlmente porprocm arconhecerascaracterïsticasindividuaisdascriançaseincentivaro 

desenvoldmento desuasdiferentespotencialidades.Nestasm 

dagogas,o relacionamento profesor/aluno nTo dbaseado numa 

hierarquia explfdta massim nas caracterfsticasdeambos.Asregrass:o implfdtas 

e nmbfguase sua aplicaçfo.êaltamenteflexfvel.O desenvolvimento dascapacidades 

ftnicas de cada criançaë enfatizado atravdsdo acompnnhamento minucioso de seu 

desenvolvimento global.M sim sendo,acriança6avaliada n:o somtntemlo quefaz , 

mastambdm pelo quetem intengo defazerepelo queé.A linguagem eoutrasformas 

deexpressâb como o teatyo,apinturaeo desenho assumem importânciafundamental 

pois a criança ë incentivada a explicitarpara osoutrose para simesma seussentimentosdesejos,fantasias,etc. 

' 

. . 

Embora,como mencioneianteriormente,estas sejam caracterfstic% do tipo 

depedagosa levado acabo nasescolas,dpreciso resaltaro fato dequeasescolasem 

questfo (porquepertencentesàredeprivadadeensino)sâb sempreescolhidas.mlos 

paisem ftmçâb de suaaflnidade com o tipo deprfticam dagöscaimplementado 

pelafnmlYa. 

IM qllnlquer modo,acho que podemos chegar à conclusro,mesmo a partir 

destabreveapresentaçfo;dequeosocialpartidpaativnmentedacontruçâb dasubjetividadeao 

fomecer,atravësdalfnguamaterna edasprâticassocializatöriu fnmiliarese 

escolares(entre outras),modelosdeorganizalodo mundo externo(o ffsico,o 

social),do mundointerno (o dossentimentos,desejos,fantasias,aspir'açöes, 

etc) edasrelaçöesentrenmbos. 

E mais, podem os ainda concluir que diferentes sepnentos sociais geram 

diferentes m odelos de socializaçâb que,por sua vez,se bem-sucedidostenderfo a 

proporcionaraemergdnciadediferentestiposdesujeito. 

Refeëndas 

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agosto.

H IERA RQU IA E INDIVIDUA LISM O : 

ALGUN: PERàONAGENS HISTOFICOS 

E SUAS IMPLICACOES TqORICAS 

tbr scn % IOMENDONCAFIGIJEIREDO 

' 

Uhiversidade deSïoPaulo 

. 

' . .' ) ' 

. 

Pretendo trazeraquiparaadiscussâb alguinasiddi% acercadasrelaçöesentre 

' 

indivfduo esociedadeapartirdebrevesàpresentaköesde al gunsper gonagenshistöri- 

cos,a saber:o cavaleiro andante,o foliâo medievaleo aristocrata cortês.Asrazöes 

destainsélita galeriadecuriosidadeihum anasficarro,espero,inaisclarasad fm alda 

. 1 . 

' 

' 

- 

' ' 

comunicaçfo.Até1âdevopedir!lm poucodepacidnciaàplatëiaparaquemeacompa- 

. , ' 

nheem ' empreendlmento tro bizm o. ' ' ' ' ' ' 

. 

. . 

. ' 

Na tentativa de recum rar11m pouco dacredibihdade L , 

. coineçareiretom ' . ; ando 

asformulaçöesfeèundaspostö quidiscutfveisdoantropölogo francdstouisDlxmont. 

comosesabe,apartirdacomparaçzà dasformasdesodabilidadedominanie'snavelha 

fndiaenomoderno Oddente,edasformasdeidentidadesodaldafresultantes,Du- 

' 

montprop; éuma distinçâpdegrandeQ ordidâtico.Deum lado na Ikdialxmnsocie- 

* 

. 

' 

' 

' 

dadeholista,marcadapelarfgida ordem hierârtpicaaquetodasasaçVsealtèrnativas 

k' ' ' ' ' 

existencimsdo indivfduo estâosùbordinadm ;o processo deindividualizaçâo élim tado.o 

indivfduoenquanto sujeito empfrico dafala,dosperisamentosevontadesea- 

Wes,organismo biolögco diferenciado,nroseconverteplenamentehum sujeito moral 

autônomo èresponsâvel,ylenamentediferenciado nosplanossocialepsicolögico.AntesdeDumont,outrosantropölogos,comoMaus(1974)descreveram 

sociedadesprirnitivascom 

estadosnindam aijaùentuadosdeexistdnciasocialprd-individualizadano 

. . 

' 

' 

sentido modem oda palavra.Nestassociedadesossujeitosexercem apenasidentidades 

posicionaisbaseadasno sexo,nàidade,nasfunçiese no status'.M aussalude,inclm ive 

acomlmidadeem queo mimero depersonagenssociaisélimitado com lmalimitàWo 

correspondentenonflmerodenomese identidadesdisponfveis.Em contraste,assodfdadesmodernàsdo 

Ocidenteserinm indiyidualistaseigualitirias.Abre-seaquium nmplo 

espaço para aindividualizaçâb idiossincrstica poisque o indivfduo,aldrh deier 

umaunidadebiolögca,converte/eem wlor.Desde.entâb,aautonomiaeo desenvolvimento 

pessoalcom todososseuscorelatosjurfdico-polfticosejsicolögicos(direitos 

edeveresdocidadro,cuidadosbesie auio-investimentos,etc) tornamtseasmetaseos 

meiosda existfnèia socialplena. 

' 

. 

' 

Como conceberapassagem deumasociedadeholistapara 

, 

) ' : .. llmaindividualista? 

. 

Dumontacreditaquenasprimeira surjpm precursoresdo indivfduo modemonasfigurasdeascetas(Dlxmont,1965,1j83).Seriam 

estesetindivfduosforado mundo',nas 

: . 

' 

. 

637 

' .

638 

palavru do autor,quetanto nafndia como no Ocidentecriariam o tipo denéjetivi- 

' 

dade que,num momento posterior,po d eriam entrarno mundo para nele ocuparsua 

posiçfo elutarporsuasprerrogativas.No c%o ocidentalDlxmontlocnliza osprimördiosdestepersonagem 

nosfilösofosestöicoseepicuristase,logo em seguida,nosprimitivoscristros.Ainda,deacordo 

com Dllmont,esteprocesso desenvolveuieapartir 

da pröpriaexperidnciareflexionante,ou seja,foium produto depröprio esform filosöfico 

peco-latino.Nïo entrareina discussâb daanélisehist6rica deDumont,apesar 

deteralgumasdflvidasacerca doseu entendimentodaexpee ncia reli#osa,flosöficaelitero 

agrega edecomo aquestfo doindivfduonelasemer#u esedesenvolveu 

(arespeito,verDodds,1986;Snel,1982 eVernan,1981).O que gostariade porem 

discussâb éahipötesedo autordequeapen% medianteaconstituiWo destaforma 

particular- Go indivfduo forado mundo''- podel-secriaroselementosconstituintesda 

exm riJncia modernadaindividualidadeocidental.Creio,ao contro o,queesta 

solulo impôs-seaple'apen% devido aumaconcepWo demnqiado estfticadaexm - 

ridnciasocialedem asiado sim plifkada dasrelaçôesindivfduo-sodedade.TalvezaoposiWo 

entrehierarquiaeindividlnlizaçâo nTo sejatâb completacomo supœ Dtlmont 

eseusseguidores.E aqlziquerecoreàquelestrdsm rsonagensantesreferidos.Comecem 

oscom o cavaleiro andante. 

Nro sou xxm historiadorprofissionale tudo que vou dizerdoscavaleiros 

andantesaprendl,principnlmente,com MarcBloch (1968)eGeorgesDuby (1988). 

Daleituradoshistoriadoresmedievalistase,antesdetudo,do delidoso livro deDuby 

dedicado ao pandecavaleiro GilhermeMarechal,fiqueicom a imagem do cavaleiro 

andantecomo umaespdciedesef-made-man,avantlJlettre.Na vidadeG lilhermeestâb 

presentescondiçôesexistenciaismuito curiosas.A sociedade medievalera,nesta 

época,umasociedade hierarquizada.Dllmontvaimesmo ao ponto dediarquee1a 

era maisparecida com asociedade indianado quecom aocidentalmoderna,com o 

que nâb concordo porrazsesque se verâo a seguir.Asrelaçöesintra eentre linhagens 

e entresenhores,vassaloseselw sestavam todasb%eadasnasvinculaçœ sm ssoaise 

oldenadaspor cödigosexplfcitosou consuetudino osquedeftniam com relativaclareza,obrigaçôes,tributos,serviços,direitos,homenagens 

elealdades.Ao contro o, 

pordm,do queocorreu no Feudalism o Japonds,osWnculosfnmiliaresefeudaissobreplnhnm-seecontraplmbam-se.Um 

mesmo sujeito estava indisolûveleindiscutivelmente 

vinculado , acompromissosmëtiplose,eventualmente,contradi , törios.Havia, 

porexemplo,aposibilidadedeum indivfduo sero vassalo de outro,#m funWo deum 

feudo,edestemesmo outro sero senhor,em funçfo deoutro domfnio ou dealgum 

compromisso herdado ou adquirido 'porvia matrimonial.Temosentfo llma intrincadarededehierarquiasmuito 

bem delimitadas,rflastodu le#timadaspelo mesmo 

cödigo de condutas.Isso vaiexigirdkscernimento,pruddnciaedeterminaçâo pessoal 

naho ia d atomadademuitasdecisôes.Um outro aspectorelevantedasitualo dos 

fo oshomensnâb primogdnitos:serâb,salvo pelamortedosmaisvelhos , deserdados.

639 

' 

œ rdeiroseventluinedeserdadosao atin#rumacertaidade(8 ou 10 anos)sâb afastadosdacasapatemaev:o 

sercriadoseformadosno manejo dasarmlsem casasilmtres 

dasrelaçöesdo pai.Serâb algunsanosdem uito investimento naformaçâo militar.1nvestimentotanto 

m aisimportantequanto menoresforem aspossibilidadesdeherança. 

ApösaordenaçIo com ocavaleiros,osnro herdeirpssâb literalmentesoltosno mundo 

esaem em buscadeaventuras,fnm ae,prindm lmente,protetorespoderososaqtlepossam 

prestarserviçosmilitarese despotivosnasguerrase nostorneios.Nestascortes 

medieval o cavaleiro junta-seamuitosoutrosdamesmanaturezacom osquaisestabelecerelaçGesdecamaradagem 

e cooperaçâb,embora todosestejam disputandoentresi 

UöriM ebens. ' ' - 

A moraldocavaleiro impie-lheum longo perfodo deproezassem acllmula- 

Wo deriqueza(0 boletim deveserdisipado rapidamente).Ik)bom sucessomilitare 

esportivodocauleiro dependerâo suaspossibilidadesdeenfeudamento edenm bom 

erico casamento.Tudo nadependdncia dasgraçassenhoriais.Encontramosnastrajetöriasdeste.cavaleiro 

asolidâb,acomm tiçâb,acautela,abravura,alealdade,a-desconfiançaeasintrigas,aastflcia,enflm 

,todo um variado universo deexm ridnci% propfdo 

ao adensamento da subjetividadeindividualizada.E necessârio,poroutrolado,reconheceroslimitesdo 

processo deindividualizaçro.O cavaleiro ëiniciado esagrado por 

umaaltaautoridadepolfticaou eclesitica,comporta-sesegundotxm dgoroso cödigo 

demoralidaderelisosa,militar,ecortesâ,constitui-se'membro de lmaORDEM .F.,stecavaleiro,l:m 

pandeviajante,passa boapartedasuavidano estrangeiromasest; 

Rmpre çem casa'ou . seja,ser;sempreum estrangeiro fsmiliar'' P0 rquenabasede 

tudo queoindividualizaeo converteem asunto Jf#lo de Nogmf'w romanesca,h;lzma 

identidadeestfvel.No meiodetodasasaventurase acidentes,rupturasereatnmento, 

vitöriasederrotase1enâo perdeo rumo eaorientaçâb. ' . 

Adiantevoltareiao temadasrelaçôesentrefatoresqueimpulsionam'efatores 

que obstruem a individualizaçfo.Antecipo,contudo,queno caso doscavaleirosandantes,estesfatoresnro 

m rtencem amodosdistintosdesodabilidademasintepam 

1lm I'mico padrfo. . 

A outra lguracujo perf-lpretendo destacgr-mefofsugeridam laobra da 

Bnkhtin(1987)sobreaculturapopularnaIdade Mëdiae no Renascimento.O folifo 

nâb ë 1m m rsonagem m rmanente,emboradeaparilo frequente.Bnkbtin mostia 

como a cultura oficialda IdadeMëdia,situada;reverente,resm itosa,expressando, 

sustentando ele#timandoahierarquia,eraperiodirmmenteexplodidapelasirrupçœ s 

institucionalizadasda c'ulturacnrnavalesca.Nasfestasdecaritercnrnavalescoepopù- 

1% predominavaorisco eaparöquia como meiospara o Y quilnmento dasdifirenças 

e paraa fugazinstauraçfo deum reino deliberdadi,igualdadeeabundânda,paraa 

inversâb dosvalorese paraa transgressro doslimites.œ ste rmrnavalpm icipavam , 

lembra-noso autor,inclusiveaquelesqueviviam sob'o jugo,em parteconxntida,da

' 

estrutura hierfrquicamaisnormativaeabrangente= osreligiososprofissionais.O que 

chnm aa atençâb ëaconvivdnciaalternadadeformastâb contrastantesdeexist:nda 

social:umaregistrando enormatizando,outraampliando elibertando aspossibilidades 

deescolha.O rmrnavalocupa umaposiçâb intermedio aentreo teatro eavida,entrea 

verdadeeo faz.deconta;acorrespondenteambiguidadedafigurado foliâoquerepresentao 

papelquelheéprescrito . decaralimpaesemascaraparaEçsere1emesmo''su- ' 

gerequ4Asrelaçöesentrelderarquiaeindividualizaçâosâb bem maiscomplexnKdo que 

supGe D lzm ont. : , . ' . 

Firmlmente,me deterei 1m pouco sobre a figura do adstocrata de corte, 

querecebeu um tratamento detalhadonaobradeNorbertElias(1985).Eli% descreve 

o processo histörico de concentraçâb do poderpolftico,rnilitar,fiscale linanceiro que 

levou àformaçâb dasgrandescorteseuropëiasao mesmo tempo queeliminavaaautonomiadascasassenhoriais.Osnobresprogressivamenteforam 

-semudandoparaperto 

do Reiecostumavam passarllmapartedo tempohospedadosnacasareal.O exemplo 

paradm âtico foia cortede LufsXlV.Nestavidacortds,adependdnciaabsolutaem 

relaçâb à vontaderealengendrog umahierarquiasutilfssimaealtnmente diferenciada 

porqueaposiçâb decadaum nâb dependia apenasdo nasdmento e datradiçâo,mas 

variavaconjunturalmente.Ocorearitualizaçâb detodasasrelaçGescortesesresultando 

no impëriodaetiqueta.O dom fniodasregrasdeconvivdnciaỵa habilidade detransmitiredecifrarmensagens,amanipulaçâb 

dasim agenstornaram-seessendaiasparagarantire 

mantero sucesso na corte.A vida cortdstransformou-se aospoucosnuma granderepresentaçlo 

em quemuitosatos(porexemplo,odespertarreal)sro diaapôsdia 

encenadosritualisticamente.Estemodelosedifundiu portodaasociedadenobreenas 

residdnciasurbanasda nobreza form avnm -sesociedadesque,em miniatura,imitavnm a 

corte real. . 

. 

.O queNorbertEliasexplorahabilmente.sâb asconsequênciassociopsicolögido 

regime em termosdeincrem ento nacapacidadedeobservaçâb dos'outros,de 

cas 

auto-observaçâo,' , contençâb deimpulsos,m odelaçâb decondutas,enfim ,em termosde 

autodomfnio eauto-conhecimento.O nobre,eo reiem primeiro lugar,deveserum 

exfmio msnipuladordasapardncias,um argutopsicolögico,seja paratransporasdisimulaçôçsalheias,seja 

para exercersobresimesmo ocontrolerequerido.A vidanacort:ensinapsicologia,inculcaashabilidadesçfornecealinguagem 

paraa observaçâoe 

interpretaçâodosoutrose desi,o queresultanum aagudaconsddnciadecada1lm enqlnnto 

indivfduo entreindivfduos.. . 

. 

. , . Um dosmaisinteressantescapftulosdo livrodeEliastratadecomo ascapacidadesqueacortedesenvolvenoshomenspodem-sevoltarcontraela,naformadeuma 

nokal#aromotica.Nestasfantasi% opôem-seo representado dacultura - o disimu- 

' . 

' 

-' 

. 

lado -.ap autdptico danatureza.Observa-se,em decorréncia,avogadeuma literatura 

pptorilem queasvelhnsvirtudesfidalgas(independdncia,sinceridade,etc) quejân:o 

R podem encararno cortesâb,expressam -se,idealizadas,pelasbocasigualmenteestili-

G 1 

zadasdepatorese pastorasapaixonadps.Tambëm nosromnncesdecavalaria,deque 

D.Quixote4conslxmaç:o e'parödia,eonde,j; no fmal.desegundo livro,separodia 

tambdm a moda pastoril,encontram-seasressonânciasdalutaentreo nobreformado 

eadaptado àcorteeoçtespfrito cortds'. . 

O queaano sedostrdspersonagenstdm em comllm ëofato den:o seconformara 

uma oposilosimplikadaentrehierarquiaeindividunliuWo.%japelasconfrldf'se:entre 

compromissosa)â um plelrzlo eexkente cldfw de conduta,seja pelas 

intem mçöesfazlf/lzefo- lfzzzu daordem Merfrquica,sejamlospröpriosefeitosda 

ordem que o:r?gc o fzldfpl/lz/ apea&v-le e a procederctplrl/ artlpce do prlpr/ desda/,vd-sequeaoposilo 

entresodedadesholistaseindividualistasprecisariasermais 

elaborada em atizadaparaqueexpressivu figurasda histôriaoddentalpossam fazer 

sentido.Convdm salientarque muitosautoresbrasileirostrabnlhnndo com atesede 

Dlxmontna anâlise dastrnnqformaçœ sda fam lia tem sidoobrigadosase enfrentar 

com o problemadadicotomia(verSalem,1985).No geral,porëm,asoluç:o tem.sido 

adeconservf-lano plano teörico,mostrando ao mesmo tempo,quenosc%osconcretosdefamfliastradicionaisou 

modernas.h;umaoscilaçâb e/ou duplicidadedevalores 

enormas.Nrosepodem negarestasdualidades,mastalvez nro seja ne& sério concebd-lascomo 

ajustaposilo dedoissistemashdependenteseconflitantesdeestruturaçïo 

dasubjetividade.Ao menosno caso de alptmasconfiguraçöesdassociedades 

ocidentais,ashierarquiasnâb foram impeditivas,antescriaram ascondiç& spara a 

constituiçlo deindividualidadesfortes,dotad% de.um elevado sentido deliberdadee 

auto-conscientes deseu valor.Parece quenestassituaçöeséaprôpria sodedadeçtfechada'queparticipa 

daestruturalo desteindivfduo quetoma conscidnciadesi,que 

seisola,queseautomatiza,queacriticaedenunciaaqueacontestadeforma romântica,parodfstica,religiosaou 

polftica.Em contrapm ida,o regmeigualitirio eo indi- 

Wduo como valorfornm atéhojerealizaçsesmuito limitadasno plano daspriticassodais,embora 

muitofortesnoemmpo do imagine oṣocial.Naverdade,osdestinosdo 

indivfduo edoindividualism on:o ocorrem paralelos- Adom o eHorkheimerchegaram 

adizer:Qlmnto menosindivfduo,maisindividlmlismo',(1971).% êverdadeque 

nasociedadeenafam fliaigualitâriah;maiscultivodadiferenp edaidentidadeidiossincrftica,maiscuidadosdesieauto-hwestimento,maisdesejodeautonomiaeliberdade,h;também 

afnm amacip padronizaçâo degostos,preferências,necessidadese 

desejos,talcomo étestemtlnho m lasrelaça sentreindlstria,comërdo econslxmidores,mediadaspela 

propaganda.Para ficarmosam nasnum exemplo velho e öbvio:a 

mensagem parao consumo personalizado,que ë umadastônicasdasmensagenscomercie 

,induzem milhsesdem ssoassimultaneamenteanecessidadede1xm padrâo 

de consumo queindividualize cadaum.Paraqueestasmensagenssurtam efeitos,parece 

necesse o que exista 1:m cödigo hierlquico invisfw larticulado aosvaloresindividunliqtas.Portrxisdeum 

ajaienteconflito haveriauma relaWo positivademitua 

sustentaWo.Em snma,asexmriênciassociaistalvez'sejam maiscontratlitôria - in-

* 2 

trfnsecnmentecontraditöria - do queaparecem na obradeD lmonteasrelaWesentreindivfduoesociedade,igunlmente,talvezexijam 

anélisesmenosmonolfticasemais 

pröximasàtramaeàdinâmicadavidasocial. 

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CURSO 5 

mSTRU< r ACIO E METODOSEM NEUROBIOIM G 

- 

Scaling ofjudm ents. 

WernerBackhaus

SéALING oFJUDGMENTS 

WERNER BACKHAUK 

FreieUniversitatBerlin 

' 

1.Introàuction 

' g . . . ' 

In psychophysical me%urement,many different scale tym s and scaling 

proceduresareused.n iscoursew 11giveanoverview on thepsychophysicalmethods 

ofscnlingofjudm eniswith applic>tionsin tleneld ofqolorvision. . 

Psychophysicsdescribestheint:raction ofstimuli,sensations(perceptions) 

and judo ents,respectively in boG physicaland psycholo#calterms.'l'husdifferent 

scaletypesareused dependingon themethod ofhwestigation:stimuli(physicalratio 

scale),sensations(psychophysicall'atio ordifference scale),Jude ents (indired 

methods:ordinalscale,directmethods:ratio ordiferencescale). 

The dependency 'of the sensàtions on the m ar itude of the stimuli is 

described by threepsychophysicallaws:1)Weber'sIaw describestherelation in terms 

ofthestim ulusmagnitudeandthestimulusincrementwhich isnecessary to achievea 

significantchangein sensation.2)Fechner'sIxw described thesensation intensity 

dependingon to thestimtlusmao tude.3)'fhurstone'sLqw ofcomparativejudm ent 

describesthediscriminability oftwo sensationsin tirmsofthecorrespondingvariances 

without recouring to the maNitude ofthe stimuli(Thurstone,1927).Judr ent 

scalesarerelated in theindirectmethodstoyes/no answersb%ed oq diferencisin 

sensation intensities orin the directmethodsto differences orratiosofsensation 

intensities.Exsmple:Threestimuliarepresented to probands.Thepreferenceotthe 

stimuliismeasured by an indirectmethod.n eresultisa3 x 3 matrix V tIIproportion 

valuesfortheprçferenceosstimulusoverstimulusj.Thepercentagesarelinearisedby 

probaàility trankformation (z-values).Thesubjectivescaleofpreferencesofthethree 

stimuliisobtaineà simply by averagingthecobxmnvaluesofthismatrix.Thethree 

1 ' ' ' 

. 

'*' ' . ' 

. 

scatebaluescan betaken asmeaslzreforsensation ofthestimuli.Accordingto thetaw 

ofcomparativejudm entthez-valuesforthestimulipairsi,jcan bereconstructed as 

. '' ' . . 

differencesofthe correspondingscale values.Comparison with themeasured z-values 

isatestfordataconsistance.Thepppropriatenessofthepsychophysicalmodeland the 

assumption ofone-dimensionality r4n beprooved by e.g.aleastsquaremethod. , . 

Thesameresultisobtained ifarandom scale-valueconfiguration isadjusted ' 

in orderto rnirtirnia thedifferencesbetween measm ed andreconstructed differences. 

: 

* 5

646 

2.Methodsofscaling ofslmllarity 

a)Metric scnling(Torgerson,1958):thescalarproductsofdistancesare 

derived from thelinearised choice proportions(z-values).'l'he scalarproductsare 

equivalentto correlation coeflcients.The scalarproductm atlix isfactorised,e.g.by 

the centroid orthem ain-axis-method.Thefactorloadingsaretaken asscalevalues. 

The smallestnecessary numberofdimensionsisindicated by an elbow-knock in the 

residualfunction (goodnesoffitfunction ).b)Nonmetricscaling tKrtlskal,1964a,b): 

G erank ordersof measured differencesaredetermined.A random start-configuration 

ofscaleuluesisiteratively adjusted to minimizethegoodnessoffitfunction (stress). 

Independent nmq for different Minkowsk metrics and different dimensions are 

performed.The scalevalues,them etric,and themlmberof dimensionsareindicated 

by thebestfitingconfigmation.c)ratioscnling tEkman,1963);Thescalarproducts 

are calculated from the measured ratios.The factorization isperformed asin the 

Togerson procedure(see2.a). 

3.The differen- in the me*odsof se>lpg ofjudm ents 

a)Metrod ofmeasurement:indirectpaircomparison (Thtlrstone),method 

oftriads(Torgerson).Directnumericalscale,ratios(Ekman).b)Distancesrelated to 

meuured data:metric(Torgerson),nonmetric(monotonicrelation,ranl Kruskal,no 

distances(Ekman).c)Metric:Euclidean (Torgerson,Ekmanl,Minkowskian tKruskal. 

d)Dimensionality:one-dimensional,multidimensional.e)Goodnesoffitme%ure: 

e=ctsolution,residual-function (Torgerson),modifiedleast-squaremeasure(stres) 

tKruskal. 

4.Sx 1ng ofjudn entsin hum= colorvision 

h vestigation of hllm an color vision by multidimensionalscnling ofcolor 

differencejudpnentsshowsthatthesubjectivecolorspaceisthreedimensionaland 

hasaEuclidean metrictKrusknl,1964b,Torgerson,1958,Indow,Ohsumi,1972). 

Investigated by multidimensionalscaling ofratio judm entshuman colorvision turns 

outto be5-7 dimensional(Ek'm>,1954,Kuehn,1976).Thethzeedimensionalresult 

isinterpretableasjudm entqbased directly on theexcitationsofaneuronalopponent 

colorcoding system ,butnotnecesssrily on sensations.'l'he 5-7 dimensionalresults 

indicatethattheJudm entswererelated to theuniquecolors(red/greem blue/yelow, 

black/white)and thusto sensations.Thedimensionality oftheresultsdiferbecause 

ofGedifferentinstructionsSven to theprobands.Theintluenceoftheinstructions 

on theresultshavenotyetbeen investigated systematically.

- 7 

5.S-l1ngofjudm entsin nnlmnlœlorvision 

Thejudm entsofanimalsare measured indiredly asreactionsM:IAresm ct 

to trained stimuliamongaltemativestimuli.'fhetym ofJudm entr4n bederived 

(symmetric/asymmetricdata)from themeasureddata.Theconsistency testand the 

interpretability of thescalesenàbleone.todecidewhetherdiffeyenceorratio scsling 

isappropriateto describethejudm ents. 

E.G. the honey bees's color vision system hnm been investigated from 

sm metricdataby metricand nonmetricmultidimensionaldifferencescaling.Thebees 

colorspacehastwo chxomaticneu dimensions(briglktnegsisi>ored by the bee),and 

hu a dty-block metric(BackhauserJl.,1987).Thejude entsareshown to bebased 

on the differencesin excitationsoftwo hypotheticalspectralopponentcellsalready 

found from intracelulary recordings(Backhaus,1988). 

In principle itshould also bepossible to investigatethe stnzcture of color 

sensations(lmiquecolors)in nnimalsif itcan beshown thatsnimalsmaleratio judgmentsin 

aspedalcontext(see also Backhaus,Opponentcolorcoding and color 

m rception in bees,tilisvolume). 

Refemnœ s 

m ckhaus,W .,Menzel,R.,Krekssl,S.,1987.Multidimensionalscaling of colorshm-lndty in bees. 

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CURSO 6 

FATO,VAO R E SIGNIFICAW EM H ICOLX IA 

- Sobrea iddiadefatoem Psicolosa. 

IsaiasPessotti

SOBRE A IDEIA DE FATO EM PSICOLOGIA 

ISAIAS PESSOTTI 

UniversidadedeA o Paulo 

Umaprimeiraquestâo envolvidanestetemaëadadistinçâo entrefato enâ'o 

fato.Sepenso queexisteo demônioe1epasaaseium fatoparamim!E o fato deeu 

m nsar6.xm fato sö para mim?Sâb m rguntasantigas,talvezatdsupdrfluas,em parte. 

Partamosdaidëia dequeo mlmdo existeeneleacontecem achuva,amarë,o r-qntodo 

pe aro,arosa,asestrelase,em meioà inflnidadedeseres,mniqum :eu mesmo.Eu 

queGeiro a rosa,vejo asestrelas,oum oemntardospâssaros.Masosseresdo mtmdo 

existem independentepènte deeu osm rceberou expli- ,como tmbdm h;pensamentos,emoWes,comportamentoscuja 

existdndanâo depende deeu osconhecer, 

m nsarou exp lj car. 

' 

œ ssemodo,o emnto do pïssaro quedum fato,eventoda naturezasö setorna 

1tm fato paramim ,se,dealgnm modo,tomo conhecimentù dele.1 ,dealgumamaneira,o 

percebp,see1emeédado.Osfatosdanatm eza,embora existam perJf,sö existem 

paramim quando osconhem :quando mesâo dados,qlundo osreceboou percebo. 

PorGntooseventosdanaturezanfo sâo construfiosou feitospormim,nâo 

sâo construtosou fatos:sâo dados.A representaWo delesëqueëconstrufda pormim, 

éfeito meu,ou fato meu.H; poisnalinguagem dentfficaumacuriosa inversâodesentido 

eptreostermosfato edado.Oseventosdanaturezasâo dadoseminbnsrepresentaWesdeless:o 

produtosmeus,s:o fatosou construtosqueeu produzo'.Hoje,curiosamente,ëdeaceitaWo 

geralqueosfatosdacidndas:o osdadosdanaturezaeosdados 

sâo osprodutosdeml-nhnelaboralo sobreeles.Osfndicesnumëricosdeumntabela 

sâo,hoje,dadosenro fatos(elaboraWesquefaço)arespeito'dosdados,danatureza 

dada a mim . 

A explicaWo desa inversâo desentido ëumaquestâo interessanteparaa 

histöriadacidncia.Diamosqu'eocientistatrabnlhacom siusdadosenaverdadee1e 

operacom osprodutosdo Ru faar,seu factus,fatos.A bem da clarezamnntenhnmos,porëm,asconotaWesusuaisetomemososdadoscomo 

construWesou representaWessobreosfatosdanatureza.Entâo 

osdadosdo dentistasâo seusregistros,destyiWes,gro 

cos,tabelas,förmulas,coefidentesefndices.E agora'serveaindaaafirmn- 

Wo de que quem trabnlhn com fatosë anatmeza,enquanto o cientistalida com 

dados. 

G sesdadost:m diferentesgratlsdecorresponddncia aùsfatosnatm ais.Sea 

passagem deum cometaé 11m fato,suafotopalh ëum dado,o czculo desua örbita 

651

65: 

ëoutro dado,como aestimativakesuavelocidadeno peridio,o regstro desuacoincidénciacom 

mlidanpsnasmnrësou nacomlmicawo radiofônicaou o dlculo dealterawesno 

seu brilho como funwo desuadistânciado > 1ou daTerra.I)a fotopafiaa 

esecfculotemosdadossobreum fato masograu deelaboralo cognitivavariamuito 

entre1xm dado e outro.Em todosessesdadosvariao'Fau deabstraWo queosdistingue.œ 

ssemodo,comotodosàâo dados,nâo éabsm do dizerque,portrabalhnrcom 

dadoso dentksta trabalbn com abstraWes.Umaaf-trmaWo que despertarïpoucos 

aplausos nosdomfnios da tçpsicologia experhhental'onde sâb imperativospermanentesadescriwo 

objetivadosfatos(umaexpresâo agoraparadoxal)easuspeiwo sobre 

o pensnmentosabstrato(agorauma expresâo pleonâstica)aindaqueesjeseresumaâ 

formulawo,em termosempfricos,delxmarelawo hipotdtica. 

O quedistinguir;estecientistanâb seriao seuapegoaosfatosmassuadedica- 

Wo exclusivista ao obseruvel:oquedistingueaboa cidnciaseriaenuo aposibilidade 

deobseruWodoseventose/ou relaW esentreosfatos.Nlzmapsicologia comportainentistavai-sealëm 

:afronteiraentreciénciaenâb cidncianâoda doobseru velmasado 

observado.O dado cientfficon:o ëo inferido esim o observado.Procuram-seesedescrevem 

çorelaWesobservadas'entreestfmuloserespostas. 

A rigor,pois,a ddncia comepria pela descriçâo da natureza,doseventosdo 

mlmdo dado,objetivo,nâo elaborado eno qual,aoladodepïssaros,mnrdsecometas 

haveria tnmbëm ,a serem o b serva das , correlaçëesentreeventos.f öbvio quecorrela- 

Wesobservadas,stricto sensu nâo existem:elassâb inferidas,mesmo quando encontradasnameradescriWo 

devariaW essisteM ticasdo meio em concornitância com variaW 

escorespondentese!n atividadesdo organismo.A simplesdescriWo dasvariaW es 

concpmitantesnosdoisrecortesdo mundonattzralseriaameta daciéncia.Masocorre 

queo curso do cometaeo avançodamardtdm ,cadalxm,propriedadesespecfficase 

constitlintesindependentes,o quenâb aconteceqlundo ossubstitufmosporestfmulo 

eresposta,conjuntoscujanatqrezaëdefinida pdasrelaWesrecfprocasentreambos: 

. . 

a defmiWo do estfmulod funWo desuaatuaçao u sobrea atividadedo organismo . 

Resultaportanto queacorelaWo querenlmentedescreve(ou infere)ëerltre 

operaçëescom fatoresambientais(ou estfmulos)mnnl'puladossegundo suaspropriedadesffsicase/ou 

segundo apresunWodésuaefidcia e,deoutro lado,aresposta do 

o rg anim S o. 

Hâ,poisum ju Izo 1liotdtico p V plfcito napröpriaobservaWo experimental. 

AsrelaWesentrefatosedadosou eùtrefatoseinferdnèiasnâos:o simples:aopWo 

. . ' 

metodolàscapelasoperaçpesreduzamnrgem deabstraWesenosaproximndeuma 

psicologadescritiva. 

M aso quesedescreve,em conseqûdnciay'nâo4em grandeparteconstrutdo , 

à forp deexcluirvariâveisestrnnhasedecalibrarpara etrosdevariâveisindem ndentes?O 

controleexperimentaln:o conströiacorrelaWo aserbescrita?A suspeitanâo 

ë aàsurdaou retörica.A esserespeitodexpressivo o queescreveHonig (1966):

653 

'M étodos predsos ro uma eoadfj'l'o necessd, 

lwl?w cfaaèfl,emborarlè supdentes> rc awni'tu 

sign6cativoseelesro cap zesdefa/leac* 

nEo &(;adfref'e quea pesquisafo??lJ pwjtambém 

a natureza dosconceitosâl&-z?tM nosJH tu.Na 

n fc/logk Experimental,oe eosmétodosJeferminam 

a produgo bem como .a oâ&enwje dos 

fealpleatu deinteresse,eu1 infuênciapodeyE'z' 

espedalmenteacentuada'' 

Kantor(1950)deixaclaroquanto hïdeconstnztosnaci:ncia.(Umaconstnz- 

Wo implicao fazer,com algumaarte:nâo seiaabsurdo maraquiapalawam efato). 

Nâö sö as operaçöes experimentais,mas atë 1ço trabalho de montaro meemnismo 

necessârio'ao experimento sâb construçses mnnipG tivasao hdo dasdescritivase 

explanatörias.A simplesselelo doseventosquesâo resstradosou desconsiderados 

implica um critërio prëvioderecorteda natureza,algumaformadecategorizalo. 

Esse critërio prëvio,formulado'ou incùnsciente d,fundnmentnlmente,umn 

questâo dejulgnmento deavaliaWo,devalor.E isso em vo ossentidos:o planejamento 

experimentalea obseruWo rejeitam o quenïo valeou nâb interesa,eaanzisedos 

resultadosseleciona mais ainda osdadossegundo o significado que possnm terno 

contexto deuma hipöteseou teoria.Fato,valore significado interessnm àW icologia 

nâo sö como objetosdeindagaWo,comoquestöesdeflosofiadaPsicologia:elesestâo 

presentesnopröprioprocedimento do pesquisador,qualquerquesejao seu empenho 

. 

objetivistaou descritivista. 

Um valor,segundo Daval(1911)tem como caracterfsticaprimeirao serçt1igado 

aI:m objeto ou fatos(eventosl':ë aatribuiçâo ou reconhecimento dezlmncerta 

propre id adenoobjetivo ou fato'.Qlnndo o dentistaselecipnavar 'iâveisrelevantesou 

dadossignificantesexercealplmaformadeavaliaWo.Segundacaracterfsticadeum va- 

1ordasua tçconsisténcia'' : e1ed mantido ou reqonhecidomejmo com desvantagem de 

. 

quem o mantëm .Eleë%tconformea ltmsrepa quedevesermnntida mesmo com detrimento'',no 

dizerde Daval:portanto ele'representaumnordem e,mais,llmnforp ou 

resistdncia.Quando o dentistaencontraç'ordefulrehtions'eentâo rejeita osfascfniosde 

hipötesesalternativasestâprofessando'lm valor.Uma terceiracaracterfsticado 

Q orëasuaprecariedade.f desua essdnciaacondiWo deirrealizado detçdeverser' 

de 6nâo asegurado'(e ëniso queusunlmente secontrapöe aosfatosj',como d 

essencialà cidnciaacondiWo denâo asegmada,desempreprovisöria,depreco a. 

A correlalo queexplicaum certo.comportnmentoefnztodeprocedimentos 

decontrolejamaissatisfatöriosecontinuamenteaperfeipados.O conhedmento cientficodsempreincompletù.E1eë 

evolucionâio como entenderiaPopper(1975).E1e 

est; sempre in xEW.A cidncia,controle ou dado,operaWesou teoria constitui

654 

enqxunto precèia econsistenteno sentidodeDavaldum objetosuportedevaloreos 

seusfatossâb tambëm suportesdevalor. 

A valoraWo m rpassaahipötese,o equim mento,osprocedimentos,osregistros,aano 

seeateoria.E tanto o conhecimento cientffico ëum suportedevalor,que 

naculturaextra acaddmicachega aserl:m fetiche:tçciéncia''recebepoderesmfsticos, 

atd m ilagrosos. 

MasseavaloraWo impregnao mdtodo,sedahipöteseaodado eâsproposi- 

WesexplanatöriashâvaloresacontnmlnarasustentaWo lögicado mdtodo,e1etambJm 

setornaprecârio edeixade ser1tm instrumento deacesso àverdadeobjetiu. 

A idëiadebnniro mdtodo em déncia torna-seatraenteseseignoraquepor 

existirem '

655 

toou teoria.E entâo o exercismo do viësvalorativo d bmcado alhuresy.numatraduWo 

operatiu do apego ao fato:na tecnologado controleexaustivo dasvariïveis.Agora 

a fidelidadeaofactualëgarantidadedoismodos.Primeiro,ocritërio deexistdnciade 

1xm evento se aliena:nâo dmaiso experimentadorque categoriza um certo evento 

como respostaesuasvariaçöescomofunWo dealteraWesem dadacondilo nmbiental.Um 

temm rizadordecide quando certoseventosocorrem como efeito.ou conseqYncia 

de certo àto desujeito eesseato êdefmidopelasalteraWesffsicasqueproduzecujaocorrdnciaë 

automatiemmenteregistrada erelacionadaaeventos-ulterioresou 

resultantes.A respostapodesero desloamentopara baixo,deumaalavanca 

atd operar1tm cizcuito eldtrico queligaum interruptorederramaumapelotadera- 

Wo.O viësdavalorizaWo implfdto norecortazo quedumRresposta eqlmndo ela 

éreforpdaestada,assim,conjtrado.Se1:m ato parecidonâo operaro interruptor 

nâo serâ llmn resposta ecom isso seelimina contelidosinterpretativosou m lorativosnascategoriasadotadaspaçasâmeemnizalo 

doproceso deseledonarcategoriasna 

obserm lo.Um segtmdo recm so para expurgaro mëtodo seriaaadoçâo do 

controleexercido pelo nmbiente(experimentalou natural)como critdrio decircunscriWo 

do objeto dapsicolosa. 

Como notnm Schwartzelzcey (1988),certoscomportamentosou desemm 

nhoshumanoscomo a criatividade ou o raciocfnio podem resultardellrruqgnmn 

praticamente ilimitada de fatoresambientais,o que implicaadesqualificaçâo desses 

comportnmentoscomo objeto de estudo,poisaquele conjunto ilimitadodevariâveisnâodpasfveldecontrole.O 

controlecomocritdrio dedefmiWo do comportamento 

ou doobjeto dapsicolosatem outradebilidade:o conjunto defatoresque 

produz umadiscriminalo decorespodenâo sero fmico capaz dçproduzf-la.Assim,o 

critërioobjetivistadocontrolenâo söseledonaeiconstiôio comportamento 

levado em conta masexcluiasteoriusalternativasà teoriafundadano controle .Conströi-seo 

mundo de modo a validara teoria quemnlssecomprom com talcritërio , 

œ m o risco de a teoria tersuavalidadelimltadaao mtmdo refeito J# hoc. 

JaHonig(1966)aflrmava,insuspeito,queo mëtodo criaoseventosedirige 

osrumosdaciência,compreendidaateoria.Sô queagorasecorreo risco deteorizar 

sobreartefatos(ou apartirdeles). , ' 

Seo controleexperimentaldetermlnao que6comportamento,qllnloagentedo 

comportamento?Quem secomporta?Para osadeptosdaAnfliseExperimental, 

em fltima anlrliRe quem se comporta d o nmbienteagindo sobreo patrimônio genëtico 

egerando alteramesno orgnniqmo ou no pröpriq nmbiente,atravdsdeaW esdo 

OrgRnlKm o . 

Umademosntralo ou pesquisasobreaefidciadamedidna alopdticaque 

desconsiderasseascurasporrecmsoshomeopfticosporserem ilegftimosou inexplidvekqobjetivamente,certnmenteconfirnun'aaçfverdade'da 

efiecia (supedor)da 

terapiaalopâtica.Como pondernm Schwnrt? eucey (1982),qualquerpesquisana

656 

linbado propamaskinnerianolevarïaleisou teoriasconformeâsua concepWodo 

homem,nindaquenâoexista sequerum argumento queseja aprDrfWlido,em apoio 

detalconcepçâo.Contudo,o critdrio do controlesösepodecompreenderou aceitar 

see1aforpreviamenteaceita. 

Umaproposilo explanatöriaou umateoriafundadano critdrio do controle 

implica,paraserverdadeira,entreoutrascoisas,quetodososaranjoscontroladores 

posfveisparaum dado comportnmento sejam submetidosaanose eseconfirmem 

mutuamente,o quepareceumaempresapouco viâvel,enâorealizâ-lapoderiaimplicar 

queseprivile#a1lm conjunto deoperamesdecontroledentreosmuitospossfveis, 

restringindo ae1eafunlo determinantedeIxm dado comportamento.Umarestril o 

quereconduzao marco zero aquestâo dacategorizaWo eosprocesosvalorativosque 

e1a comporta. 

A relalo controle-resposta como garantiadofato puroenqmnto esform de 

' 

categorizalo çempfrica'poroposiWo aItmncategorizaWo conceitwql(apresidira 

observaçâo eaanose),visaalienardo sujeito coD oscenteo proceso deproduçâo do 

conhecimentoparaevitarqueasubjetiddadedeledistorp o re#stro ou aanâlise.Mas 

talprecaulo ou prevenWo parecedestoarmxma teoriado primado do ambiente:ao 

menoscom o perturbadoro homem seria11m agente,subversivo embora,doconhedmento.Ou 

o conhecimento nâo d comportamento ou e1eëcomportamento equem 

corlheceënaverdadeo nmbiente.Ou o conhecimentonâo ëcomportamento ou e1e6 

comë rtamentoequem conheced naverdadeo ambiente.Ou entâo,ëo homem que 

naverdadeconheceeporiso ëpredso aplicarrepasmetodolö#casao seu proceso 

deconhecer.E,entâo,asubjetividadeé1xm fato,asercontrolado,paraqueo comportamento 

deconhecersejaexplicado,modeladoeeficaz. 

Outra respostaconsonante com essavisâoobjetivodescritivistaconsistiria, 

comoëdeesperar-se,em dizerqueo conhecimento ëumaficWo :naverdadeo que 

ocoreéumamudanp nasprobabilidadesdegenernlizaWo ediscriminalosejano 

plano individual,sejano plano daevoluWo filogenëtica.0 conhecimento seria lmn 

illlGo.Ondereside,entâo,ele?Ondeasuasede?No mundo nfmero 3,dePopper? 

Refe/ncias'. 

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CURSO 14 

O ICOIDGIA SOCIAL HTQUESO ES TE;RIT?AR E 

METOX LO ICAS 

- 

O mdtodofenomenolögco naPsicolo#a. 

YolandaCintr:o Forghied

o METODO FEN9MENOLOGICO NA PSICOLOGIA 

YOLANDA CINTRAO FORGHIERI 

Universidadedesâo Paulo 

Oscientistasem geralalmejam captareexplidtarù verdadeirosignificado da 

realidadeenatentatiu dealrmnçartalobjetivo,v/riossâb osmëtodosquet:m sido 

utilizados. 

Com o desenvolvimentodasci:nciasdanatureza,apartirdemeadosdo sëculo 

passado,surgiu omdtodo experimental,quepor11m longo m rfodo passou aserconsiderado 

como o melhorrecurso para a elaboralo do conhedmento cientffico.Tal 

mëtodo baseia-seno presupostodequeo investigadoreo objeto quepretendeconheœrsâb 

completamenteseparadoseindependentes- o dentistadcomparfvela1xm esmlho 

querefleteobjetivamente!zm mundoqueexisteporsipröprio. 

O mëtodo experimentalpassou,a partirdo infcio de nosso sdculo,a serutilizado 

tnmbëm pelaPsicologia.Isto implicou em consideraro homem como 1m objeto 

entreoutrosobjetosdanatureza,governado porleisquedete= innm oseventospsicolöscos. 

Porëm,o psiquismo h'xmano 6 muito complexo,ealëm dossem %pedos 

que sâo obserd veis extem amente atravdsdo mëtodo experimental,abrange outros 

queescamm aeste.TZ ë o casoda experidndasubjetivadapessoa,quesö podeser 

alcançadadiretamente pore1a pröpria.Diferentemente dascoisasdanatureza,o àer 

hlmanonâo #ivesimplesmentecomo 1:m objeto ou lxmaplanta,colocado num determinado 

lugar.E1e tem conscidncia de suapröpria vidae dosentesqueo rodeinm, 

atribllindo significado apsacontecimentosdesuaezstdnda.O seu comportamento 

pode revelarexternamente aspectos dessa experidncia,porëm estessïo indiretose 

incompletos,podendolevaro investigadorasëriosenganos. 

A conscidnciaqueapessoatem deseu pröprio ezstireossignificadosqueas 

situaW estdm paraela,constituem lxma experidnciafntimnquegeralmenteescapaâ 

observalo atentado psicölogo,poisoserhlmano nâb ëtransparente.Para desvendâ- 

1oso pesquisadorprecladasinformaW esda pesoa a eserespeito. 

O mëtodo fenomenolösco apresenta-se como 1m recurso para investigar 

esse tipo de experidncia. 

Entretanto,surgem alglmns'dificuldadesnaformulaWo deprincfpiosena 

utiliymWo dessemdtodo na Psicologia,porvâriaGrazöes.Umndelasocorreem virtude 

do mesmo tersursdo noemmpo daFilosofia,quelidacom raciocfniosfunbamen'talmenteabstratosea 

Psicolosaser lmnddnciadosfatps,do concreto.Alëm disso,a 

Fenomenolosa apresenta-se apenâscomo 1lm mëtodo e nâb lmn teoria,ou 1Im 

659

660 

conjunto deprincfpiosestabelecidos,aserem seguidoscom precisâo.Acresceainda, 

queapröpria Psicolosanâo possueum fmico modelodehomem,masdebate-seainda 

com viriastçorias,algumasdasquaisapresentam pressupostosbastantedivergentes. 

Nesse panorama,o emprego domëtodofenomenolögiconaPsicologia,apresentadificuldadesquepodem 

levaraalgllmnsdifrenp . j sno motj o comoosps jo jogos 

compreendem osseusfundamentoseostranspöem parao seu nnmpodetrabalho.Por 

isso,o psicölogo queseprppöeaempregaro mdtodofenomenolögico eaestabelecer 

formulaçöesteöricassobre o mesmo,precisaéxplicitarqualaposiWo que%sume 

diantedessasquestöes. 

O modo como com preendo o em prego osfundamentosdo mëtodo fenomenolögico 

estâbaseado em formulaW esdosf'llösofosHusserl,HeideDereMerleau-ponty 

e dospsiquiatrase psicölogosBinswanger,Minkowskie Vandenberg,entre asquais 

considero importante destacar,ostemasque apresento a seguir. 

- A intencionalidade da consc* ncia 

A fenomenologiaapresentadaporHusserlno infdo destesëculo,surbu como 

Itm a contestaçâo ao uso do mëtodo experimentalnocampo dasddnciashlzmanas,e 

entreestas,prindpnlmente,aPsicologia. 

O homem é um serconsciente e sua conscidnda 6 sempre intencional,ë sem - 

preconscidncia dealgo.Todasasvezesquepercebo,sinto epenso,o fam em relalo 

a algoou aalguëm.M sim tnmbëm osobjetoss:o sempreobjetosquet:m 1m sipzificado 

para a conscidncia. 

Hâdiferenpsfundamentaisentreosmdtodosdasdéndasdanaturezaeosda 

Psicolosa (Hmserl,1965).Nanatureza,osobjetojsâb permanentesna suaidentidade; 

suasqualidadeseasm udanpsquenelesocorrem ,podem serdeterminadascom valor 

objetivoeconfirmadasou corrigidasporexperimentosnovos.çtMaso psfquico nâoé 

' 

apardnciaemprica,ëvivdnciaaveriguaanare (t flexâo , auto*vidente,num fluxo contf- 

nuo'(p.33).O psfquicoésimplesmentefenômeno,eo fenômeno dtransitörio,nâo 

sœcetfveldedeterminaçâo objetiva. 

- 

A redulo fenomenolé#éa 

Questionando aposibilidadedeumacompletaobjetividadee,consequentemente,o 

valordosconhecimentosobtidospelaPsicolosa atravësdo mëtodo experimental,Huserl(1967)apresentaa 

redulo fenomenolögicacomo opontodepartida 

paralxmainvestigaWo rigorosa. 

Esta consisteem sujpender,ou colocarforadealo,aatitudenaturalfstica 

(seglmdo aqualo sujeito eo objeto sâb consideradoscomoexistindo separadnmente) 

etodososconceitbseteoriaselaboradosatravësdelasobreo objeto deestudo.Ta1

661 

objeto deveserreduzido aö fenômeno,ou ao sentido que ' eletem parao sujeito,na 

imediatez de sua vivdncia. 

' 

E necessïrio retornarao fenômeno,ou àvivdnciaimediata,apartirdaqualo 

conhecimentodelaborado eGem relaçâb àqualtodaadeterminaçâo dentfficaë abstrata,representativae 

dependente,como ageopafiaem relaçâo àpaisajem,onde 

aprendemosprimeiramenteo queé lmafloresta,1&m campo,um rio'(Merleauzonty, 

1971,p.7). '. ' 

- O Método Fenomenolégico naN cologia 

.Nosûltimosdezanostêm surgido viriaspesquisu fenomenolôscasrealizadu 

no emmpo daPsicolosa,publicadasem diversosperiôdicoseem algunslivros.Paranâo 

mealongarnosperiödicosquero qpenasmereportaraoslivroseditadosporAshworth 

(1986),Gior: (1985,1983)e ValeeKing(1978),osquais,aldm da bibliografia j; 

referidaanteriormente,tdm mefornecido subsfdiosparao planejamento deprocedimentosdaspesquis% 

quetenhorealizado (Form eri,1988,1987,1985,1984).As 

consideraça squt apresento aseguirsfo fnzto dosestudosedapréticaacimareferidos. 

O fenômeno ao qualHusserlsereferecomoo objeto deestudo do mdtodo 

fenomenolösco,éconsiderado nahwestigaçâb fenomenolögicaem Psicologiacomo a 

mrcepWo queapessoa tem desua Wvdncia,ou em outraspalavrai,o significadoque 

essavivdnciatem parae1a prôpria. 

Etapasdo Procedimento: 

1)O pesquisadordeveiniciarapesquisa com aredulofenomenolö/ca,que 

aquiconsiste numaprofundareqexâb aresm ito do fenômeno quepretendeestudar, 

procurando reconhecerseu posicionamento pessoalecientffico diantedo mesmo,os 

seusconceitosepreconceitos.f necesârioquee1etransformeoscondicionamentossofridos,em 

condicionamentosconscientes,sem negarasuaexhtdncia.E1epredsaususmnder'o 

conjuntodepensamentoseatitudesqueestâo inseridosnasuavidacomo 

m ssoaecomo cientista.t'Suspender''nâb querdizernegâ-los,masreconhecê-lospropositadamente,paraquenâb 

interfirnm,sem quee1eperceba,nasua atuaWo como 

pesquisador.Mas como a redulo fenomenolögica nunca chega a ser completa 

l erleau-ponty,1973),e1edeveexplicitartaispensamentoseatitudes,paza delimitaxo 

contexto dentro doqualosresultadosdesuainvestigaçâopodem serconsideradospela 

comunidadecientffica. 

. 

2)Obtençâodo materialdeestudo,queconsistenum relatosinceroepormenorizado 

do sujeito sobresuavivdndado fenômeno aserinvestigado.Paza obtd-lo o 

pesquisadordtve,preliminxrmente,estabelecernm diMogocom o sujeito ondesIo

662 

colocadososobjetivosdapesquisaepropiciadascondiçöespara quee1esemanifeste 

aberta e sinceramente. , 

3) O pesquisadorexnmina atentamenteorelato,proclzrandocompreendélo 

e captar intuitivamente ossir ificadosque avivdncia do fenôpzeno tim parao 

sujeito.DuranteeseexnmeeledfvemanteraatitudedareduWo fenomenolösca, 

procurando penetrarnavivdnciarelatadapelosujeito,sem ainterferénciadejtlgamentos,teorias,conceitosepreconceitossohreofenômeno. 

4)O pesquisadorverifica asarticulaçöesentreosvâriossiN ificadoseelabora 

um a descriçâb do fenômeno. 

Se a pesquisaforrealizadacom vâriossujeitos,o investigadorestabelece 

uma comparaçâo entre ossignificadoseasdescriçöesobtidosatravësdosrelatos,re- 

Sstrando oselementoscomunsàmaioria bem como ospeculiaresaalguns,elaborando 

entâo a descriçâo do fenômeno. 

A averiguaçâo dossiNificadosre#stradosedadescriçâo do fenômeno,pode 

serfeita atravdsdarevisâb ecrïticadosmesmospelo pröprio sujeitoe,ou,porjufzes 

treinadosaosquaissâb fom ecidostambëm osrelatoseasinfonnaçöescompletasarespeito 

da posiçâb do m sqe adorem relaçâo ao fenômeno. 

Depoisdeelaboradaeaveriguadaa descriçâb do fenômeno,o pesquisadorfaz 

Ixma discussâo desta tendo em vista o posicionpmento que assumiu no inïcio da 

m squisa,eosresultadosdeoutrasinvestigaçöessobreo mesmo fenômeno. 

Osprocedimentosacimadescritosnâb constituem 1tm modeloa serutilizado 

em'tod% asinvestigaçöesfenomenolö#cas- sâo aquelesaosquaischegueiatravësde 

estudos,reflexöesedapriticaem pesquisasquevenho fazendo sobrearealizaçâo ea 

frustraWopessoal. 

O mëtodo fenomenolösco aponta-nosapenasumaatitudeeum cnminho a 

serseguido.Cada m squisadorquepretenderutilizi-lo precisadesenvolverseusestudos, 

fazendo suaspröpriasreflexTes,a fim de chegaraosprocedimentosmaisadequados 

àinvestigaçâo do fenômeno quedesejaestudar. 

Refeëndas 

M hworth,P.(org.)-Qualitativeresearch in Psychology,Pittsburgh,Duquesne Univ.Press,1986. 

Binswanger,L,-M ticulosy conferenciasescogidas,Madrid,Gredos,1973. 

Forghieri,Y.C.(org.)-FenomènologiaePsicologia.S5o Paulo,Cortez,1984. 

Forghieri,Y.C.-Significaç:o,espacialidade e temporalidadeem vivênciasdecoptraziedade intensa. 

Cidncia e Cultura -Suplemento,1988,vol.37,n9 7.' 

Forghieri,Y.C.-A vivdncia do tempo em situaçöessignificativamentefrustadoras.Ciência e Cultura 

-Suplemento,1986,vol.37,no 7. 

Forghieri,Y.C.-FrustraWopessoaletemporalidade.CidnciaeCultura-Suplemento,1985,vol. 

37 , n o .7. .

663 

Forghieri,Y.C.-Estudo deexperidnchsvividasderenlizaWopessoal.CiênciaeCultura-Suplemeno.7. 

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Merleau-ponty,M.-Cidnchsdo homem efenom enologia.Sâb Paulo,Saraiv'a,1973. 

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Vandenberg,J.H.-O pacientepsiqudtrico.S:o Paulo,MestreJou,1979.

CONFERENCIA 4 

EXPERIMENTAjAO coM SEDR% lltM o os 

SoniaVieira

EXPERIMENTACAO COM SEBES HUMANOS* 

soNtà VIEIRA 

UniversidadeEstadualdeCam pinas 

Desde temposimemoriaisexperimentam-se tratamentosnovosem pacientes 

que apresentam sintomu incomuns ou nâo respondem aos tratamentosconvencionais.O 

' Cödigo ; deHammurabi,amaisantigacoleçâodeleisquesetem notfcia ,jâpre- 

. 

viaaexm nmentaçâocom sereshumanoseestabeleciaprêmiospara ' 

osdnzrgiöesque 

obtinham êxito em .suasexpee nciasecastigospara oscasosdeinslzcesso.Osc%tigos 

variavnm :desdeo simplespagamento demulta- a mortedenm escravo erapagacom 

outro escravo igual- atd a amputaçâo dasmâbsdo cirurgiâb - maneiradristica de 

evitaroutroseyros. '' . 

A experimentaçâo com sçreshllm anos,feitaao longo dosséculos , contdbuiu 

param elhoraraqualidadede vidado homem esuarelaçâo com o meio nmbiente . No 

entanto,mesm o aspessoascom certo trenamentocen i 'i tffico 

, 

quereconhecem aim- 

portância dapesquisa clfnic>,reagem em ocionalmente à iddia deprocederâexperimentaçâo 

com seres hum anos.Esse aparente paradoxo se explicapela ciença,atë 

certo ponto inginua,de'que todo novo tratamento pode serexm rimentado apenas 

em tçcobaias'' 

Ora,o efeito de 1xm tratamento sobre o homem sö podeserobservado no 

pröprio homem .Assim ,mtsmo que um tratam ento possa sertestado em animais , 

precisaseraplicado,exmrimentnlmente,nopröpriohomem. u asé ' preciso ' reconhecerqueasimplesmençâo 

daexm rimeptaçâb com sereshlmanoscausa impado pelo 

fatodeaspessoastemerem o abuso.Osabusosjâocorreram,estâo ocorrendo eainda 

ocorrerâo.Entretanto,proibiro uso n:o éamelhormaneiradeimpediro abuso . 

A experimentaçâo com sereshumanostem sido feita ao longo dossdculos , 

com diferentespadröesdedticaedeqlmlidade,em todoo mundo . E asopiniöessobreo 

assunto chegam asercontraditörias.Enquanto algunsafirmam quenâo sedeve 

procederâ.experimentaWo 

' 

com sereslstmanosporrazöesdeética,outrossustentam 

exatam ente o contr 4.rk o,s ito ëquenâb , seriadtico deixardeexperimentaṛ 

Claude Bernard,o grande cientista francds do século passado , colocou a 

questâo dosexm rimentoscom sereshumanosdaseguinteforma:Staquelesquepodem 

*conferêndaproferida perante a Sociedade de D icologia de m lxir:o W eto . O texto estl total-' 

mentebueado no livro t'Exm rimentaçfo com sereshumanos'' ,deSôrlia Vieira e W 'tlliam Saad 

Hossne.Editora Moderna.1987. 

667

668 

. ' 

apenu prejudicarsâoproibidos,osinocentessâb pirmitidoseosbenéficossâoobrigatörios''.Nâo 

hâcomo discutira sabedoria deta1prescriçâo,mascomo o pesquisador 

podeanteverseoexperimentotrarâapena beneffciosou secausar;algum prejuïzo 

real?' 

A m elhoriadaqualidadedevidado'homem dependedaexperimentaçâo com 

sereshllm anos.Masé diffcildecidirquem devesersubmetido âexperimentaçâo eé 

diffcildeterminaro ponto queseparao aceitfveldo inaceitivel.Existeo dilemade 

experim entare,porisso;é preciso abriradisèussâb.Afmal,osdilemasdenatureza 

ötica sö podem ser resolvidojatravdsdo diélogo. 

Masaexm rimentaçâo com sereshlxmanospodeserconduzidacom voluntârios,com 

pacientes ou com o pröprio pesquisador.Embora poucospesq'uisadores 

usem asimesmoscomo materialdeexperhnentaçâo,existem algtmsexemplosnaéiea 

mëdica eparamëdica. 

Assim ,conta-se que o öxido nitroso foiintroduzido como anestésico em 

cirurgiasdentiriasdeformacuriosa.GardnerQuincy Colton,quese arrogavaotftulo 

de professordequfmica,viajavapela NovaInglaier:mostrando o efeito do g? hilariante,ou 

öxido nitroso,em espeticulospliblicos.A propagandado espetâculoinformava 

que o g;shilarianteseriaadministrado aqualquervoluntârio,mashaveriaoito 

homensfortessentadosnaprimeira fila para conteraspessoasque,sob o efeito do gis, 

quisessem caujardano asipröpriasou aosoutros.N lm dessesespeticulos,11m indivfduo 

denomejamuelCooley tomou-seagresivo quando aspirou og;seacabou se 

machucando.Depois que.se acalmou,Coôley percebeu que tinha 11m ferimento na 

pernaeficou muito intrigado porquenâo sentiramachucar-si. 

O dentistaHoraceWells,presenteao espeticulo,interessou-sevivsmentepelo 

cmqo.Interrogou Cooley cuidadosamenteedecidiu submeterasipröprio aumaexperitncia.No 

diasepzinte,10 dedezembro de1844,Welsfoiposto sob o efeito dog;s 

hilariante para que seu coleg'a , o dentistaJolm Mankey Riggs,IV extrafse1tm dente. 

Wells achou a experiéncia tâo boa que p%sou a usaro géscomo anestësico em sua 

clfnica dentâria.Deu enorme publicidade ao fato. . 

Um ano depois,Wellsfoidemonstraro efeito anestésicodo g5shilarianteno 

HospitalGeraldeMassachusetts,mas,desta vez,a experiéncia nâb deu certo.O padente 

acordou cedo demais,gritando de dor.Wels foimuito ridicularizado.Acabou 

. , . ' . 

enlouquecendo esuicidou-senumàprisâb deNovaIorque. 

' 

Outro pesquis'adorque usou asimesmo - alëm damulheredosfilhos- comù 

m aterialde experim entaçâo foiJonajSa1 .Porocasiâodostéstesiniciaiscom a 

vacinacontraapoliomielite,Salk declarou:Eto lldndovoc:inoculacriançascom avadna 

contra apölio,vocdnâo dormebem pordoisou trdsmeses'.Pararesolverseu 

conflito,Salk decidiu sofrer com osoutros,caso suavacina falhasse.Vacinou a si 

mesmo,suaim lhereseusfilhos.O pesqu'isadortalveztenhaimaginado que,tomando 

essa atitude,nâb estariausando osoutros,massendousado.Noentanto,suamulhere

669 

seusftlhosnâb tinham maiorobrigaçzo com acidnciado queosdemais. . 

E maiscomum usarvoluntiriosem çxperimentoscom sereshumanos.Aliâs, 

hojesefaam experimentoscom voluntâriosem prâticamentetodososgrandescentros 

depesquisado mundo.E extrem amenteimportanteverificar,nessetipo deexm rimentaçâo,se 

aspessou queseapresentaram como voltmtfriosentenderam o tksoquese 

far; delas.Alis,Ixm dosadvogadosde defesa dosmédicosnazistas,julgadosem 

Nmemberg,argumentou queem todo o m undo sedescrevem osparticipantesdeexpen'mentosmldicoscom 

o voluntârios.No entanto,afirmou o advogado; 

ç6 . . . édecepcionanteaextensâoem que osindivfduossïo voluntfrios.(...) 

Namaioria dasvezes(...)acharemosaexploraçâo daignorância,da tolice, 

deproblemasfinanceiros'. 

f precso i po nderarasrazöesquelevnm o indivfduo àdecisâb deseapresentar 

como voluntirio paradeterminadapesquisa.Assim ,porexemplo,dpreciso questionar 

seévoluntfrioo prisioneiro paraquem seofereceu comutarapena;o indivfduo com 

problemas de dinheiro para quem . 

se ofereceu pagamento;o doente . 

crônico para 

quem SeOfereceu esperançadeCtlra. 

' 

Damesmafonna,éprecisoquestioparseo desejo deservoluntirioéautêntico 

quando se pede a participaçâo deum apessoa em ensaio terapdutico quepoder; 

beneficiarpessoaquerida em sofrimento ou quando seinsinua,ao ambicioso ou desajustadosocialmente,quep'articipardo 

experimentopfar;çepasaràhistôria'. 

Tambdm dpreciso considerarqueo çtvoluntârio'podeterproblemaspsicolö- 

#cos,evidentesou nâo,de.certaprofundidadeiqueo levnm atëmesmo ao desejo de 

eventualsuicfdio ou desetornarç'etem amentedoente'e,porisso,merecedordeafeto 

ecuidadosdasociedade. ' ' ' .. . 

Dequalquerforma,nâo sepodeargltmentarqueo pesquisadornâo éresponsivelpelosefeitosadversosdosexpen'mentosporqueosparticipantessâo 

voluntirios. 

f preciso,aodefmirvoltmtirio,estabeleceraformaderecruti-los.Paraeseprocedimento,éimportanteacolaboraçEo 

efetivadelzmaequipemultidisdplinar,com apan 

' . 

ticipaçâo de psicölogos. . . 

, 

Tnmbdm épreciso verificarseosvolunto osconstituem nmostrarepresenta- . 

tivada populaç:oquesedepjaestuday.Eqseasm cto ëbem ilustrado por!lm trabnlho 

originalmenteplanejado p>raestudaro efeito farmacolösco dedeterminadasdrogas. 

Nessa pesquila foipedidaa colaboraçâo voltmtfria,emboraremlmerada,deuniversitâriosnorte-amedcanos.Aparecernm 

56 voluntïrios.Ospesquisadoresresolvernm entâo 

entrevistartodososjovens,com a ajuda.depsicölogos.Ficou claro queamaioria 

havia se apresentado parao experimento pormotivosdiversoscomo necessidadede 

encontrarajudaprolisionalpara ospröpdosproblemas,esperançade fugaatravds 

dasdrogas,desejo deexm rimentarnov% drogas,etc. '

670 

O tlso devoluntâriosexigem uitobom senso do pesquisador.M asquetipo de 

indivfduo pode sersubmetido a1tm experimento?Sâb interessantesosdadosdeuma 

m squisafeitanosEstadosUnidossobreo assunto.Perguntou-sequetipo deindivfduo 

deveria ser,de preferência,subm etido àspesquisasmddicas.As respostas,redigidas 

sem aajuda do entrevistador,estâo apresentadasnatabela2.1. 

Tabela 2.1-Fonteprefeddadevoluntirios. 

. 

Fonte 

Frequéncia deseleçâo 

Quem queira 60 

Prisioneiros 44 

Nâo sabe 17 

Pessoasquefazem pesquisas 15 

Institudonalizados 6 

Doentesou à m orte 6 

Desempregadospagos 6 

Osdados mostrnm queexistecertatendênciadenâo indicarpessoasdoentes 

ou àmorteparaapesquisacientffica.Osautoresdo trabalhosugerem queasrespostas 

talvez fossem diferentesse as perguntas fossem maisespecfficas.Por exemplo , a pergunta 

GQIZetipo depesoadeveriaser,preferencialmente,submetidaâpesquisamédica?''nâb 

sugere resposta ,m asa pergunta :% aceitâvelo uso depessoasdoentesou â 

morte no estudo do efeito da quimioterapia para tratamento do câncer?''talvez indu- 

Zsse â resposta positiva. 

' 

Poroutro lado,emboraaspessoastenham indicado o tlso de'prisioneiroscomoopçâo 

vzidaparaaexperimentaçâo,aquestâb nâo ésimples.E verdadequeexperim 

entarem prisioneirosë prâtica antiga.Maisainda:em tese,osprisioneirossâb m s- 

soascompetentespara decidirsequerem ou nâb participardeexperimentoscientfflcos,embora,naprâtica,sejam 

pesoasvulneriveisesujeitasaoabuso.Deqlnlquer 

forma,hojepoucospesquisadoressedispöem afazrexperimentoscom prisioneiros 

em pafsesondeexisteregulamentaçâosdria,portemerem aacusaçâo deabuso. 

Na mesm a pesquisa 'nmbém se perguntou àspessoasse elas concordariam 

ou nâb em participar de diferentestiposdeexperimentosm/dicos.Aspessoasestavam 

inform adasde que nâo serinm realmente chamadaspara participardosexperimentos.As 

respostas, segtmdo grupos'sociais bem-definidos, estâb sumarizadu 

natabela2.2.Osdadosm ostrnm queavontadedeparticiparaum entaâmedidaqueo 

risco diminlzi:aspessoasseapresentariam com maiorfacilidadeparaum estudo sobre, 

poluiçâb ambientaldo queparatun estudosobrem aliria.Osdadostambëm mostram

671 

queaspesso% demaisbaixarendaseapresentadam maisfacilmentecom ovolunto as 

para exm rimentosmédicos. 

Tabela2.2 -Vontadedeparticiparem exm rimentosmddicos,segundoo grupo social 

ea naturezado exm rimento. 

NaturezadoExm rimento 

Maliria Droga Resfriado PoltliWo Total 

SM Nâb Sim Nâo Sim Nâo SM Nâo 

Prisioneiros 40 20 44 16 49 11 50 10 60 

BaixaRenda 7 19 9 17 10 16 17 ' 9 26 

Policiais 3 37 5 35 11 29 28 12 40 

Uberais 0 28 1 27 2 26 26 2 28 

Toti 50 104 59 95 72 82 121 33 154 

Neseestudotnmbtm fornm regstradosoutrosaspectosinteressantesquenâ'e 

estfo na tabela 2.2,sobre a vontade de participarem experimentosmédicos.Por 

exemplo,parecenïo haverdiferença quanto à raça e àidade,masasmlxlherest:m 

maiortenddncia a se apresentarcomo voluntirias.Osautoresconsidernm motivo de 

preocupaçâo o fato de oshomenscom maisaltarendaserem osmenosdispostosa 

participardeexperimentosm édicos.Ainal,seavontadedeparticipardeexm dmentosmédicos,em 

benefcio daddncia edasociedade,constituiriqdicadorda disposiWo 

do indivfduo em cooperarsocialmente,oshomensdemaisaltarendaformam o grupo . 

minosèispostoàcooperaWosocial.Entretanto,asdecissesqueafetam asociedade 

estâo concentradasnasm âosdessetipo deindivfduo. . . . ' 

' 

Nafreamddicadprfticaan tiaexmrimeniartratamentosnovosem g 

pacientes 

com sintom% incomunsou quenforespondem aostratamentosconhecidos.E preciso 

reconhecer,no entanto,queem seuspn'mördiosaexperimentaçZo erafeitacom f'malidade 

exclusivamente terapêutica.Buscava-se a melhorforma de trataro paciente, 

em presuntivo beneffdo do pröprio paciente.Com o progresso da cidnciaedaiecnolo- 

#a,aexm rimentaçâo adquiriu carJterdentflcoemaiorinterese.Hojeexperimentam 

-se tratnmentosnovosem pacientespaza nmpliaro conhecimento - nâb,necesslriamente- 

com fmsterapduticos.Isso precisa serdiscutido. ' 

Poroutro lado,nâb se podeesqueèerquenairradepsicologiaexisteaprftica 

- bastante difundida - decriarconvicçöesfalsa para manipularospartidpantes

672 

kapesquisa.Nâo h;dlividasdeque,atravësdolopo,seproduzconhecimento quenâo 

podedaserobtido deoutra forma.Osquetlsam o logro paraobterdadosexm rimentaisem 

geralafinrmm queessaestratdgianâb éprejudicial.Outros,noentanto,argumentam 

queo m squisador- no mfnimo - privao participantedo direito deconsentirou 

nâo em ser usado na pesquisa. 

Osexm rimentosfeitosporStnnley Milgrnm ,naUniversidade Yale,s:o,provavelmente,j)exemplo 

maisusado parailustraracontrovërsiaquegerao usodelogro 

em pesquisa.Nessesexperimentososparticipantes'forpm instruïdosafazerlzma série 

deaçöesquepadativamenteentravam em conflito com apröpriaconscidncia . A flnalidadedo 

exm rimentoera verificaratdonde!lm participante concordariacom instnzçöesdo 

pesquisador,antesdeserecusarafazerasaçöesqueseexigiadele. 

Osparticipantes da pesquisafazbm o papeldettprofessores'.outrapessoa 

faziaopapeldeççaluno''.O pesquisadorexplicavaqueo estudo pretendiaverificaros 

efeitosdapuniçâo sobreaaprendizagem .O

673 

atingro insuportivel,como o atestsm osexmrimentoscondlxzidosnoscnmposde 

Onœntraçâonazh stas,ondeprisioneirosraciais,polfticosemilitaresfomm postosà 

disposiWodosmëdicosparatodo eqlnlquertipo deexm rimentaçâo.Esesabusos, 

quenïo constituem casosisoladosde tçcrimescontraahllmanidade'',horrorizarnm o 

mundoemostrarnm anecessidadedo estabelecimento derecomendaçöesdenatm eza 

ëticaq'edeverism xrseguidasnaexm rimentaçfo com sereshllmanos. 

Asdezrecomendaçöespublicadasem 1947ficaram conhecidascomo Cödigo 

deNm emberg.M aistardeaAsqocfaçâo MëdicaMIIZIIiaIconsiderou necessfrio estabeleceroutrasrecomendaçöesmaiscompletas,quepudessem 

servirdeguiaparaaexm rimentaçïo 

com sereshlmanos.Elaboradasem 1964 e 1975,elasconstituem aDeclaraçâodeHelsinqueIeII. 

Em 1980,aOrganizaçâoMtmdialdrSaflde(OMS)eoComit:Consultivo sobrePesquisasMëdicas(COICM),dessa 

mesma organizaWo,publicarnm asdiretrizes 

intem acionaisparaapesquisabiomddicaem sereshlmanos,trazendo em alerta quanto 

à experimentaçâo realizada em pafses em desenvolvimentozNo passado,salienta o 

docltmento,aexperimentaçâo orientadaparadoençasdeimportânciamtmdial,erafeitanospafsesaltamentedesenvolvidos.Hoje,anecessidadedemaiorcolaboraçâo 

entre 

ospafses,aliada àconscientizatâo sobreaimportância dasdoençastransmissfveise 

doenç% depobrezatrouxeaexperimentaçRo paraospafsesem desenvolvimento.Mas 

essapolftica precisa'seraplicadacom''cuidado , porquepodem surgir#ressGesno sentido 

detransferirosprojetosdeexperimentaç:o caros,ou perigosos,paraospafses 

onde oscustossejnm maisbaixosou isrestriçöesmenores.f,pois,absolutamente 

necess

674 

abusivas,queprovocam orepûdiodasociedade. 

A regulam'entaçâo dascomissöesinstitucionaisderevisâb precisaprevera contiibuiçâo 

de profissionais de diversu âreas.Isto porque llma comissâb formadapor 

profissionaisdamesma ârea eque trabllbnm namesmainstituiçâo - àsvezestodos 

homensedamesmafaixaetâria- nâb tem variaçâb e,porisso mesmo,nâoestshabilitadaparajulgartoda 

asimplicaçöes(sociais,polfticaseflosöficas)daspesquisasfeitas 

para o avanço do conhecimento. 

Naregulamentaçâodaexperimentaçâb com sereshumanos,também deveriam 

serestabelecidososprocedimentosparaaobtençâo do consentimento esclarecido do 

paciente dapesquisaou deseu representantelegal.E preciso garantirao participante 

em potencialo direito desqrecusazaparticipar,sem queisso impliquequalquertipo 

derepreso a.f precisoestabelecernindaquetipo depessoatem competdncia para 

consentirem pm icipar.Aqpessou vulnerâveis- com ocrianças,presidifriosedébeis 

mentais- devem serprotegidas.Paragarantiro consentimento esclarecidodopaciente,dessencialquesejaestabelecidaamaneiradeobteresseconsentimento.O 

participante 

predsa estaraparda situaçfo experimentale nâb apenasseravisado deque 

çtvaitomaruns comprimidos''.Nâo hâdtivida de que muit% vezeséextremamente 

diffcilesclareceroparticipante.M asessa dificuldade- quepodepareceratéintransponfvel- 

nïo eliminaanecessidadedo conxntimento. ' 

Todasasidéiasexpostasaqui- submeteroprojeto depesquisaa lmacomissâo 

independente,buscar o intercn-mbio de conhecimentos com profissionais de 

outru ireas,obtero consentimento esclarecido do paciente- exigem ,paraserpostas 

em pritica,mudançasde comportnmento.Isso nâo se consegue danoiteparao dia . 

Masé predso tentar.Porquesö Itm esforço educacionalpersistente podemodificar 

prfticas longnmente estabelecidase daralgtlm sentido para o sofrimento daqueles 

queforam preludicadospela experimentaçâo. '

. 

! 

' 

CONFERENCIA 7 

j 

I 

O ENSINO FUNCIONAL DA LG GUAGEM PAM INDIW BUOS 

ESPECIM S 

M ariaAmdliaAlmeida 

. 

. 

'

O ENSINO FUNCIO NA L DA LINGUAG EM PA RA 

INDIVID UOS ESPECIAIS 

MARIA AMELIA AW EIDA 

UniversidadeFastadualdetondrina 

A aquisiçâo da linguagem dIlma dascaracterfsticasmaismarcantesdainfo - 

cia.Deacordo com Wagner(1985),lmacdançanormaladquirevirtualmentetodo o 

sistem ade linguagem porvolta dos5anos.Criançascom 5 anos,acrescentaWagner 

(1985)conseguem falarem mëdia20.000 palavraseapresentsm um vocabulfrioativo 

de3.000palavras. 

Fracasso em aquisiçfo dalinguagem normalmente,seria um desastreem termosde 

desenvolvimento,'poisissoalterariatodo ocurso devidadellmacriança.Se 

nâo cord#dos,osdistkbiosdalinguagem,terâo efeitospenetrantesem muitosaspectosdavidadacriançacom 

conseqùdnciaseducacionaisesociais.(King,Jonesetaqky, 

1982;Nippold eFey,1983;Schefelbuwh,1978). . 

Consequentemente,ensinarlinguagem fundonalparacriançasqueapresentnm 

atrasosseverosdelinguagem deveriaserum dosobjetivosprincipaisdaeducaçâo 

especial. 

Dadaaimportânciada linguagem,o objetivoprincipaldospesquisadorese 

terapeutasdesa irea,deveriasero desenvolvhnento de1lm sistemaderemedialo 

altamente eficiente para aquelesque apresentam dificuldadesnoaprendizado dalinguagem 

(Schiefelbusch,1983).Portanto otreinamento delinguagem deveriaserhnplementado 

tâo logooproblem afosseidentificado. 

Com vistasno acimaexposto' ,o objetivo destetrabnlho ëapresentarumarevisâo 

deliteraturasobrelxmametodolosapara ensino delinguagem bueada nastécnicasdeensino 

incidental. 

PROGM MAS DE INTERVENCâO DA Lm GUAGEM:TRADICIONAL 

VERSUS ENSINO G CD EM 'AL 

Muitasdastentativasdeseensinarlinguagem tIm ocorrido em salasdeterapia 

isoladasda classe que acriança frequenta éo treinoddirecionado parao ensinode 

vocabulfdo,sintaxeemorfologa.E sestreinossâocaracterizadospelo usode:1)exercfciosdetreinamento 

massificado (dnfasenarepetiçâo mecMica);2)sesöesde treinamento 

individualizadaaltamentecontrolada peloadulto;3)ênfasenaprecisâo eespecitlcidadenosprocedimentosdetreinamento;4)incorporaçâb 

dealtafreqûdnciade 

reforçamento.(Warren eKniser,1988). 

677

678 

M uitè embora,estudosexperimentaistdm demonstrado que,treinamentos 

individ'mlizadosdelinguagem t:m sido eficnzesem seensinarcriançascom retardo 

mentallzma variedade de estruturas lingûfsticu e palavras(Steveus-Hng e Rasmusen,1974;Welch 

ePeaz,1980;Zwitman eSenderman,1979),existem desvatagens 

no lso detaisprocedimentos.Umadelas,seriao alto custo detaltreino,tlmavez que 

h; anecessidade de um clfnico bem habilitado eespecializado para cada criança e 

muitosanosdetreino seriam necessiriosparaqueacriançaconstrufsse1zm rem rtörio 

delinguagem limitado,ltm avezqueostreinosocorrem em sessöesde20 a30 minutospordia 

(Waren eRogers- Warren,1980).A segundadesvantagem ëqueatransferdncia 

dasrespostasaprendidasparanmbientesnâo detreinamento egeneralizaçâo 

paracom outraspesoaseoutrassituaçöes,frequentementenâo ocore(Guess,Keogh 

e Sailor,1978;Waren e Rogers-Warren,1980).Esesproblemasgeralmente sâb 

decorentesde:1)dnfasenaestruturaefalhanafunçâ'o etlso dalinguagem (Spradline 

Siegel,1982);2)ditkuldadeem seobter1zm altograu deatençâo eintereseporparte 

dacriança(BrickereCarlsen,1981;HareRogers-Warren,1978);3)dificuldadeem 

se mantertxma comunicaçâo combinada com a criança (Waren e Rogers-Waren, 

1983a;Waren eKniser,1986a);4)dificuldadeem seensinarcriançaainiciarainteraçâo 

verbalindependentedasinstigaçöesespecficasdo adulto tBryen eJoyce,1985; 

Hnle,1987);5)treino em condiçsesdiferentesdo nmbientenatlzral(Fey,1986). 

Porëm h; ainda muitasocasiöesem que este seria o progrnm am aisapropriado,para se 

usar(Duchan,1986).E setipo detreinamentopodesernecesârio quando sedeseja 

inicialmente estabelecerum ahabilidadena criança portadorade um retardo mental 

moderado ou severo,que apresenta umabaixafreqûéncia de comportnmentosverbais(Waren 

eKaiser,1988). 

Ao contrârio dasestratégiastradicionais,a literatura tem apontado para uma 

tecnologiabaseadanumaintervenlo maisdireta.Umadasmaispromissorasestratégias 

deintervençâo diretaserinm astécnicasdo ensino incidentalparalinguagem funcional 

em ambientesnaturais.Tr:sprocessosdeintervençâo diretat:m sido usadosporpais 

(Alperte Rogers-Wazren,1984);professores(CavalaroePoulson,1985;Warren e 

Rogers-Waren, 1980;Waren,Mcouarter, Rogers-Waren, 1984;I'hle,Baer e 

Spradlen,1981)tutoresadolescentes(Almeida,Nunes,ShoreseWazren;1985),defidentesmentaisadultos(Almeida,1987),com 

afinalidadedeseconstruirhabilidades 

funcionaisdecomtmicaçâo em pessoascom deficidnciasem linguagem.Essesprocessos 

incluem :t'M ando e Modelo'Espera e Ensino Incidental. ' 

1.Pro- so ççMnndo -Modelo'' 

A tëcnica Mando -Modelo consta deinstigaçöesverbaisa saber,perguntasque 

exijam lmarespostanâb/sim/nâo,instruçöesparaverbalizaremodelar. 

O processo Mando-Modelo tem sido usado com muito sucesso,como sinôni-

679 

mode provamaWo ativaparageneralizmçâo dehabilidadesdelinguagem adquiridas 

nasxssœ sindividuaisno ambientenaturaldesala deaula,Rogers-Warren eWarren, 

(1980)propamarnm genernlilaçâo atravésdotreino deprofesorescom afmalidadede 

a'lmentaro nlim ero deoportllnidadesparaascriançasdemonstrarem alinguagem treinadaem 

saladeaula.Duranteo processo deMando-Modelo,lzmavadedadedemateriaiseram 

apresentadospara ascriançasbrincarem.Quando acriançaseaproximavado 

material,oprofesor çmandava'(instruiaverbnlmente)acriançapara descrevero 

m aterial.Porexemplo:çlliga-meo queëisto''.Sea criançadaval'm arespostaapropriadao 

profesoraelosavademaneiradescdtiva,como porexemplo:çFalou bem 

voc:quero cnminhzo vermelho''edavao materialpazaa criança.Sea crianp nâo 

respondia ou dava uma respostaincorreta,o professordavao m odelo paraacriança 

imitar,como porexemplo:'fdiga,ç

680 

maisou menos5segundos)em situaçöesqueascriançasnecesitavnm deasisténcia 

ou materiais.O proceso det:Espera'incluiaosseguinteselementos'.1)o adultose 

aproximavadacriançaeolhnvapara ela;2)tomavao materialqueacriançatinhasua 

atençâo centradaeesperava;3)seacriançaverbalizavaapropriadnmente,oadulto a 

elo#avaeimediatamenteofereciao materialou a asistdnciasolicitada;4)seacriança 

nâb respondia o adulto 'çm andava''ou modelava a resposta apropriada. 

Noestudo deHnleecolegas(1979),p procesode 'Fwspera'foiusado com 

m uito sucesso paraaumentarasiniciaçöesverbaisdeseiscriançasdeficientesmentais 

institucionalizadas.Osadultosesperavam queascriançasm dissem suasbandejasno 

cafë dam anhr e nlmoço.Issorestltou num atmento depedidostanto nassituaçöes 

experimentaisquanto nassituaçöesdegeneralizaçâb,ou sejacom outraspesoaseem 

ou tr% re feiçöes. ' 

O processo de t'Espera''podeser introduzido atravësdo desvanecimento do 

processo de çM ando' Quando a criança olha para o m aterial,o adulto ç'espera'' 

' 

gradualmente maise maistem po antesde apresentaro 'tmando''.Com o tempoos 

ç'm andos'sâo padllnlmente retiradosatëqueeventualmentesâo trocadospela:tEs- 

W ra . 

Num estudo realizado porAlmeida,Nunes,ShoreseWaren (1985),tutores 

adolescentes,cursando 7!e8!séries,foram treinadosa estimularlinguagem em criançascom 

atrasosseverosdelinguagem duranteasrefeiçöes,lzsando inicialmenteas 

tëcnicasdo proceso Gmando'edepoisrealizaram odesvanecimento dasinstigaWes 

verbais atravës da tëcnica de tçespera''.Os resultados demonstrnm que os tutores 

adolescentes empregnm com m uito sucesso ambasastëcnicase que o processo de 

ççesm ra''fez com que ascriançasfalassem maisespontaneamente,aomesmo tempo 

quehouvetxm a reduçâo,quasetqtal,dasrespostasàinstigaçöesverbais.Nllm segundo 

estudo,Almeida(1987),treinou deficientesmentaisadultos,ainicinlmenteempregarastëcnicasde 

çM ando''com criançasdeficentesmentaiscom atraso em linpzagem 

na horadasrefeiçöes.Osresultadosobtidosforam similaresaosdo estudo anterior,ou 

seja,osdeficientesmentaisadultosconseguiram com muito sucessoempregarnmbas 

astdcnicas,e ascriançascom problemasde linguagem ,atravdsdo processo de espera, 

conseguimm falarmaisespontaneamente,reduzindo também à quase totalmente as 

verbalizaWescom instigaçöesverbais. 

' 

Aprendizagem incidental'.Em adiçâb âsestratd#asdeintervençâo queensinRm 

a criança a responder aos mnndose ainiciara linguagem sobre osestfmulos 

smbientais,lzma terceira estratégiatem sido desenvolvidapara estimularlinguagem 

m aiselaboradae melhorarhabilidadesdeconversaçâo.O ensino incidentalé usado 

paraelicitarlinguagem sobrealgum objeto/material/sitmxâq (reforço)espedficados 

pelacriança. . . , 

0 pn'meiro paso po processo deensino incidentalëarranjaro ambiente 

paraencorajaracrianç,aasolicitarosmateriaiseassistdncia.Iso podeseralcançado

V 1 

sehouverumaexposiçâoatrativadosreforpdorespotenciaisnaireadevisâo da criança,masforado 

alcancedela.Quando acriançafazpedidosverbaisenâb verbaispara 

materiaisou assistdncia,elesidentificam coksasquesfodeseu interesseno momento, 

ou seja,o reforço,exemplo,quando acriançasolicitou 1tm brinquedo fundona como 

um reforço paraela.A criançaindicapela,açâo,atenlofocalizadaepalavrasaquilo 

quelheinteressa.Ao indicarseusinteresses,e1aespecificaseu reforço.Em seguida,o 

adulto,responde çtmandando'(instruindoverbnlmente)ou ç'esperando'poruma 

respostamaissofisticadaou porIlmainformaçâo adidonal.Qlundo acrianp respondeapropriadamente,o 

adulto lhed;o objetosolicitado,enquanto aelogiaerepete 

suarespostademaneiraexpandida,apresentando assim 1tm modelo delinguagem mais 

completo paraasfuturasrespostasdacrianp . 

Finnlm ente,se a criança nâb responde apropriadamente âsinstigaçöesdo 

adulto,estedevemodelararespostadesejada.O feedback corretivo étambém acompanhadoda 

apresentaçâo do m aterial. 

A eficicia do ensino incidentalfoidemonstrada com crianpsprd+scolaresde 

classespopularese que apresentavam atraso acentuado de linguagem numa sëriede 

estudosdeHarteRisley (1968,1974,1975,1980).O primeiro estudo mostrou que 

enqlmnto mëtodostradidonaisparatreinaraformadalinguagem em sittpmespupais 

falharam em produzirgeneralizaçâo em outrassituaça s,o treino atravésdo ensino 

incidentalresultou em aumento no lso derespostasalvos'mesmo em situaWooqdeo 

processonZo foicolocado em efeito.Em 1974,HareRisley,demonstraram novamenteaefid 

ciadoprocesso tsando um delineamento delinha de basemitiplacntzando 

com trdscategoriasdelinguagem .Ascriançasforam incidentnlmente ensinadasa1s% 

nomes,adjetivos,paraobterosmateriaisdesejados.Osresultadosdemonstraram queo 

usode cadacategoria,delinguagem aumentou apenasquando o ensinoinddentalfoi 

implementado.O terceiroestudo tHarteRisley,1975),conlrmùu o quejâhaviasido 

encontrado nosestudosantedores,eapontou asseguinteseviddncias:1)instruçöes 

espedficaseinstigaçœ sespecïficasn:o s:o necesse asparagerarllmlvadedadede 

respostasem linguagem ou mantero lso delinguagem ensinadaacidentnlmente;2) 

linguagem treinada incidentnlmente pode serprontamentegenernlizadapara outros 

ambientes.No éltimo estudo dasérie,HarteRisley (1980)coricluiram queo almento 

na frequdnciadouso dalinguagem eproduçâo devocabulirio ocorremm na presenp 

dd ensino incidental. 

' 

CONCLUSXO 

Pesquisasem desenvolvimento àa linpiagem eremediaçâo da mesmaapresentam 

um gmndedesafio ao m dtodp cientffico devido seralinguagem algomuitocomlexo 

. . ' . ' 

P 

Deacordo com osestudosapresentadosnota-sequeosavançosprincipaisdas

682 

' 

pesqlzisasem ensino incidentaléagarantiadageneralizaçâo llmnvezqueacriança é 

treinadanonmbientenatural,ondeoscomportamentosocorr'em . 

Um outro grandeavanço dqueaspesquisasrealizadasna freatem demonstrado 

queo M LU dacriança nasituwâb detreinosem nmbientesnatcaisémuito mnior 

queoM LU da criançanasituaçâodetreinostradicionais. 

Portanto,podemosconcltirqueosestudossobreaquisiçâodalinguagem deveriam 

serdirecionadospara a aplicaçâo de técnicasmaisnaturais,com Ilmnenfase 

pzaiorna competdncia de com unicaçâo.E desumaimportânciaqueacriançasecomxmique.Portanto 

aforma,(dizerlistasenormesdepalavrasforadeum contexto)nâo 

deveria,serenfatizado,umavezquealiteraturademonstraquesïo poucososbeneffdospara 

a criança. 

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CONFERENCIA 8 

o PRocRsso DE m ow m uAç:o 

JosdHdrculesGolfeto

o PROCED O DE INDIVIDUACAO 

Jost iltRcul.1m Goln To 


O professorJung observou em sipröprio odesenvolvimento dasuapsique. 

Concebeu daf,propessiu mente,aidëia de1xm crescimento e amadmecimento psfquia)e 

o chamou deprocesso deindividuaWo (Jung,1964).A

688 

como descreveW-llhein,1988.M imngensdeultra-som tem nospermitido verificaro 

que ê a vida do feto e suas capacidadespara reagiraosestfmulos,como porexemplo, 

percebera1. eo som.A m:egrâvidaobserva arespostado feto em relaWo assuas 

emoW es.A criançaëmodeladapelaculturahtImanaantesdenascer.O feto viveo 

inconscientedamâeereageae1e.Comoaf'lrnu Wilhein,1988 :çhojesabemoscom 

certezaqueo infcio daconscidnciado serhumano ëanteriorao nascimento''.O feto 

com seismesesdegestalo dum serquesente,percebeeintui.E1evaireagiraossentimentosde 

aceitalo erejeiWo damle.O feto interagecom o meio intraeextrauterino;esainteraWo 

leva ao crescimento do ego insulareisso fazpartedo processo 

deindividualo.A regulalo da totalidade do organismo da crianp - quedo self 

corporalestaenvolto pelo selfdam:e.f o selfcorporalquedâasprimeirasmartifestaWesbiologicamenteestabelecidas.Isso 

ocorreintra-uterinamentecomo dobservado 

pelo ultra-som qxlnndo mostra queo feto de dezessete semnnasë capazde cop.ra 

cabep ,aproximaro dedo dabocaefranziratesta.O feto decinco semnnanasëcapaz 

de movimentos espontineose hâ respostasdele ao tato emostra rudimentosdeaprendizado.Essasobserval 

esevidenciam o germem daconscidndado feto interagindo.Ao 

nasceracrianp estâlibertado corpodamâe,masdecertaformaaindamuito ligadaa 

eh.Nessa fase,paraa criança,amâe nâb ënem exteriorenem interior.'E1qsformam 

a unidadedual.Nessafaseacrianp nâotem um ego estâvel,nem umaimngem corporaldelimitada. 

Com o desenvolvimento do ego,padlmlmente,atravësdasexperidnciasde 

sentirascoisasdediferentesmaneirasedecompreenderqueosobjetospodem aparecer,desaparecerereaparecer,eaindaatravdsdasforp 

sarquetfpicas,comep adistinguirasimesma 

dosobjetosedosacontecimentosexternos.Assim acrianp vaise 

diferenciando esuaconscidnciasenm plificando ecom isso individuando-se.A criança 

sente-secomo pessoa no fim do primeiro anodevida.E entâo quee1esemanifesta 

internaeexternnmenteem umarelaWo Eu-rfu.Destafaseem diantevaisedesenvolvendoltmapersonalidadedotadadeconscidncia.A 

criançajâpercebeamn-ecom ltmn 

outrapessoa.Essarehlodual6 defundnmentalimportociaparao ego dacriança. 

Porquesearelaçâo forpositivaacrianp sente-seseguraedesejada.Significaentâo, 

quea criançaestâvivendando o arquëtipo dagrande-mn-epositiva.Isto mnrcaaèmergdnciade1xm 

sfmàolo lmiversalearquetfpicp,quepodelevaraoprazerou desprazer 

e o conhecimento da realidade.O sfmbolo analtem conexâo com opecado,com a 

sujeira,com asfezes,com a terraecom 'amfe.A crianp vaiaomesmo tempo externando 

suasemoWes.Externnmenterevela/epormeiodo riso edaslâgrimns.Ossentimentospodem 

serde.medo,dejlibilo,dedepressâoou deira.A crianp gritaechora 

anteafaltadealim ento,eessessâb padröesdecomportamentosarquetfpicosfrentea 

tlmafnlhadeadaptaWoao meio ambiente.Aostrdsmesesdeidadedistingue-seuma 

reaWo deprazerededesprazereoutra deanglistia.Aosseismesese1apasaaexpressar 

verbalmenteo estado dèmddo ederepulsa,raiva,angfkqtia eprazer.Aosdezoito meses

689 

verificam-seasprimeirasmanifestalesdeinveja.EssesafetosGosediferenniando 

propessivamente.O .desenvolvimento dam rsonalidadeocorreem torno daorganiza- 

Wo afetiva epode-sedizerqueisso dindividuaWo.Nestaëpocanïo predominnm mais 

ossfmbolosligadosapande-M eeseusdominantesqueseriam o princfpio doprazer. 

A partirdessaëm capassam apredominarossfmbolosdoarquëtim do paiqueserinm 

osprincfpiosda1eiedajustip .Ao chegaraidadeescolarcomep a fasedeestrutma- 

Wodo ego edeadaptaWo aomtmdo externo.Nestafaseacriançadeixaseu egocentdsmo 

eaheteromania.E1ajâ tem consddncia desimesmae seconsidera lmnm ssoa 

no meio fnmiliar.Ainda se estabelece'o pensamento1ögico enotaie maiorcontrole 

dosinstintosatravdsdo ego.Elaaprendeasepararo radonaldafantasia.Existenessa 

fasellmnuniâo com a mle,acrianp 1do inconscientedamle,damesmnformaquea 

mIeexerceltmaaWo reguhdoraqxmndo reageao inconsciente dacrianp .Estaxmiâo 

com amIevaidillundo-segradlmlmentecom odesenvolvimento da personalidade.Atë 

apuberdadeexisteumnImiâo pardalinconsdenteentreacrianp eseuspais. 

' Naadoles/nciaa situaWo ëdeFandemudany edemuitascrises.Predominnm 

nesse m rfodo ossentimentoseasatitudesnmbivalentes,o nmorplatônico,a 

habilidadedecarïter,arebeliâo contraospaiseo inconformismo com a sociedade.A 

reaçâo do adolescenteaospaistem como ftmlo adiferendaWo do ego.No interiordo 

adolescenteo egotem forpsrenoudas,ou sejam,asforçasdospaisedo socialjâ 1- 

ternalizadas.lsso ajudao egoemergirdetlm estado deidentidadearcaico,pouco diferenciado 

cumprindo-seasim lmaetapaftmdamentalno proceso deindividuaWo. 

Ocorreno adolescenteduvidasem relalo aopröprioEu.Predominam o nardsism o e 

as . necessidadesinternas.Elequestiona,atacaeapideparapoderescolherseu pröprio 

caminho.O adolescente vaidesenvolvendo sua pröpriadialëtica.Entra em conflito 

com asuasexm lidadeecom asuaafetividadereprimidas.E1elogo vaiseliberando das 

repressôesatravësdasdanças,dtmoseemnles.Com iso vaidiferendando,asfunçöes 

do corpo e da afetividade.Nessaluta,ospaisinteriorestem quemorrereo incesto 

precisa ser transformado.Aospoucospela masturbaWo,pela fantasia em lo ato 

sexual,vaiocorendo descriminaWesno adolescente,e1eultrapasao incesto eelege 

lzmacompanheirasexual,dandocontinuidadeaindividuaWo.Nafasedaadolescdncia 

ocorreaelaboraWo demuitosconflitoseoego setomamaisestivel.A afetividadese 

tornaconstanteconsigomesmo evaiadquirindo maiordifyrenciaWo dentro desimesmo.Agora 

o jovem inida Ixmnpostmapröpriadiantedasociedadeeadquireum modo 

deseapresentaraela.Comey aperceberqueentree1eeasociedadehâ um compromisso 

equeasociedadeensina o serhllmsno apresentar-sediantedelacom llmnmiqœra.Com 

avidao jovem aprendeavero qlunto daY scaranâb ë dele.Ao discriminarassuascois% 

interioresdo coletivo o jovem est;seindividuando.O indivfduo 

adulto emaduro passaaperceberquedentro desiexistem qualidadesmenosboasque 

projetafora,em vezde reconhed-lasem si.Com isso,vaiiomando contatd com sua 

sombraedeixadeprojetï-la.Agorae1ejâtem consciêndadeseu egoismo,desua'

690 

inveja,desuasintrigas,deseustralmas,desuacovardia,etc.Estesaspectospodem se 

tornarhostfsquando ignorados,i'ncomprepndidosou inconscientes.Quandooindivfduo 

toma consciéncia e encara essestraçosde carâter detestados,isso se torna positivo 

parao relacionamentp interpesoal,epodemosdizerqueisoëindividuaWo. 

O elem ento feminino dapsiquedo homem dchamndo animn.Essapersonagem 

simbölicapodeaparecerpordetrâsdasombra,trazendo novosediferentesconflitos.A 

anima'asslxmenm papelde guia,iniciando zlmnforma de vida mnisespirituale 

elevada.Ela se torna mediadora entre o ego eo self e fica a serviço do processo de 

individuaçâo.O animusd o elemento m asclxlino no interiorda mltlher.O animuslanp 

ponteparao self,dando o surgimento deatividadescriativas.Quando oanimu ficaa 

serviçosdacriatividade,estaocorrendo aindividualo @ on Franz,1985). 

O casamento representa nanosaculturaumadassituam esmaisricasparaa 

vivénciadaspolaridadese,portanto,favoreceo desenvolvimento dapersonalidade.O 

casamento e a profissâo sâb asduasformasmaisexpressivasde criatividade .A criatividaderesultanteaquiëimportantfssima 

paraoprocesso deindividual o.No casamento 

o ego se desenvolve maise revitaliza-seatravdsdo contato quefaz com o inconsciente 

profundo.Osconjugesatravësdaconvivdnciafntimaeconstanteformam Ixmn condi- 

W o idealparaqueo ego possaserelacionarcom o inconscienteprofundo decada nm 

deles.Eseprocesoésofrido eprodutivo,levaaindividuaWo (Vargas,1981). ' 

Namaturidadeo indivfduodeveriadiluirasuamdscara,deveria deixarasprojeW 

esdasombra,daanima,do animlzsem outraspessoas.Elenâodeveriavermnis 

fora desiseussentimentoseemomes.Pasaentâo asslmirresponsabilidadespröprias 

desuavida.O ego deiu desercentro dapersonalidade.O centro dapersonalidade d o 

self e o indivfduo vaicada vez maispara o encontro com o simesmo . Qlmndo apesoa 

atinge seu self,quando osopostosse equilibram ,como porexemplo , osopostosdo 

bem edo malseequilibrnm no indivfduo,afëqueo indivfduo atingeo seu self.Qlundo 

o serhltmano estabelece tun equillfrio entre sua vida conscientee inconsciente , 

entre sua persona e seu inconsciente,aindividual o estbse processando.Chegara 

totalidadedapsiquenâb significachegaraperfeiçâo.O processo deindividuaWo quer 

dizersimplesm ente certo çquillfrio atingido entre conscidnciae inconscientee isso 

produzumasituaWo decertapaz.O importantenesseprocesso ëo confronto consigo 

mesmo e com osoutros.O importanteë serfielâvozinterior,no sentidodequeo 

indivfduovâassumindoasuapröpriacondilo hlzmnna(Von Franz,1985). 

Todo serhllmano possuiuma tendéncia para o desenvolvimento psïquico , 

essastenddnciaso le= arealizarsuaspotencialidades,o levaablzscadassuassingularidadesmaisïntimas,oquesignificaqueo 

indivfduo torna/epröprio si-mesmo . 

O processo deindividuaçâod natural,aanâlise,porsisönâo crialtmnrelaçâo 

viva com o inconscienteprofundo.O analista nâo podedespertaroutracoisa em seu 

analizando,senâb aquiloquej:existedentrodele.O queimporta ë arelaçâo analistaanalisando 

na sua totalidade.Poroutro lado,aindividual o nâb ocorre sempreno

691 

O nsultörio do annliqta,m astambëm,naexperidndadevidata1* m odvivida,com 

todasasimplicaWes.Todaexm ridnciainteriortem quesermedidam 1arelaWo com o 

outro.Nlmcanlnguëm individualizmieBzinho.A fmalidadedaindividuaWonâo dl1- 

carsö,mlo contrâio destarem relalo com o outro aseu modo (Von Franz,1985). 

A vida depois da morte,constitui11m elemento fundamentalem todasas 

religöeseétemademuitosmitos.lso n:o podesermerasum rstiWo.Acredita/eque 

talcrenp deveterlxmnbaseno inconsciente.Umadaspossibilidadesdaidëiadeque 

vidadepoisdamorterepresente 1m outro este o daindividuaWo da psique.Supöe-se 

que a vida psfquica,prossiga intepada no cosmos,depoisda morteffsiœ ,porquea 

piquenâohaveriaalcanpdoumaauto-renlialocompleta(Ha1,1983). 

Itefer:ncias: 

' 

Hal,J.H.(1983).JungeaIntermetaçfodosSonhos.EditoraCultzix.SfoPaulo. 

Humbert,E.G.(1983).Jue .SummusEditorialLtda.Sfo Paulo. 

Jung,C.G.(1965).O Homem eSeusSfmbolos.Editora Nova Fronteira.Rio deJaneiro. 

Neumnnn,E.(1973).The Child.New York,G.P.Pu#nm's.Sons. ' 

Vargas,N.S.(1981).A ImportsndadosTiposPsicolögicosnaTerapiadeCasais.Dissertaçfo apresentada 

à Faculdade deMedidna da Universidade deSâb Faulo. 

Von Franz(1985$A IndividuaWonosContosdeFada.EdiçsesPanlinea.SâbPaulo. 

Wilein,J.(1988).A Caminho do Nascimento.Uma ponteentre o Biolögico e o Psfquico.Imago. 

' Sfo Paulo.

CONFERENCIA 10 

0 DESAFIO DA ORIENTAG O PROFISSIONAL 

Martin Achtnich

o DEsAF1o DA ORIENTACAO PROFISSIONAL* 

MARTW ACIR CH 

Instituto Szondi.suiça 

- Senhoras,SenhoreseAmigos: 

E umagrandealegriaparamim estaraquiem Ribeirâo Preto,naUs'P,convidado 

pelaSociedadedePsicolo#adeRibeirâo Preto. 

Apadeç,o a todos vo/s e,em particular,ao Professor Andrë Jacquemin 

queteveainiciativadeintroduzirmeutestenoBrasilerealizarasprimeiraspesquisu 

com estematerial,trabalhandosobresua validadeparaoutra cultura.Desejoqueeste 

trabalho continuepara quemeu testesetornecadavezmaisvélidoparaajudararesolverosproblem 

r referentesâtr rientaç:o Profissional''. 

Agradem também atodosaquelesqueajudarnm adivulgarmeu trabalhono 

Brasil,em particularJosëFereiraFilho,quetraduzu meu livro com muito engajamento. 

Com ovou falarsobremeu teste,penso,em primeiro lugar,em meu professor, 

oDr.lzopold Szondi,aquem devoa iddiado B.B.T.e,porisso mesmo,amissâo que 

dtlranteminha existdndameestimulou emeguiou.D opold Szopditinhasido comprado 

no cnmpode concentraçâo em 1944 e,noano seguinte,chegou em Zurich onde 

lecionou no t'Instituto dePsicolo/aAplicada'. 

Seu ensinamento origna-sedeoito fatorespulsionaisqueorientam aspessoas 

nassuasescolhaseque,deste fato,determinnm seu drstino.No seu livro,tçA Anâlise 

do Destino,Escolha no Am or,na Amizade,Escolha daProflssâo,da Doença e da 

Morte'apoiou estatesecom vfriosexem plos. 

Szondieragenial,radianteefascinante.Vou mostrartrësfotosdele: 

- aquiestâa pn'meira:e1etinha'lmaapreensâo intelectualglobal.E1eviaas 

relaçöesessenciais.E1eera um 'fonstrutordePontes',vistoqueelaboravarelaçöes 

entrediversosassuntos', . 

- 

segunda foto:aqui,o quee1ejuntatorna-seclaro; 

- terceirafoto:ainter-relaçâo dosfatoresentre si,assim como atomadaem 

consideraçâo do primeiroe liltimo plano,permitecompreendero homem nasuatotalidade. 

. 

A escolhaprofissionalnâb ëo M ico aspecto desuareflexâb,masum aspecto 

*TradulorealizadaporAndrëJacquemin(F.F.C.L.R.P.-USP). 

695

696 

importante,Wsto queSzondi,mddico,eracdnvicto 4ueumaescolhaprofisionaladeqm 

da aosfatorespulsionaisevita que o homem adoeçaem suasptlsœ s.E1ev:,na 

escolha profissionalcorreta,um fatordesalidementale lmspossibilidadede çsocializaçâo 

das necessidades que poderiam colocaro homem em perigo''.Ele dtava o 

exemplo dedoisimlos.Um eracirtlrsZo,o ouiroamugueiro.O tio delesera1lm 

a assino.Szondiestavaconvicto queasescolhasdeTecirurgiâoeuçougueiro''tinham 

evitado aosdoisirmâbsdeteromesmo destino queotio:tornarem-seassassinos.Sm 

profissâo oferecia llm a vélvula para sua energia pulsionalsâdica. 

Fasta doutrina prodllx'u um choque:para e1e o cirurgiâo e o am ugueiro eram 

ddicoslatentes.Para e1e o psiquiatra era txm doente mentallatente.O padre ou pastoreram 

portadoresdeepilepsia latentèou deIxm infcio dedoençaparoxismal.Esta 

nova descoberta era tâo apaixonante quanto intolerâvel. 

Vocésentendem certnmentequeeu nâb teriaacoragem dedizeraum jovem: 

ç%voc,ê tem certamente lxma 'tendéncia âhistedaeporisso a profissâb dedesenhista 

é'zmaboaescolhaparavocé'ou para 1m estudantequedesejatomar-seprofessor 

primâdo: çvocé tem provavelmente uma tenddncia epileptöide,paroxismal''.Considero 

este discurso psiquiâtrico perigoso e destrutivo.Porisào rebatizeiosfatoresde 

Szondidando-lhesnomesmaishumanos.Assim,p%seidaPsiquiatria àPsicologa. 

Para mim ,o homem nâo dum serpossuïdo m lassuaspulsöes,mas1lm ser 

quepodeterrecebidohabilidadesetalentosmaravilhosos.No lugardaspulsöesvejo 

necesidadese estasnecesidadesdesejam sersatisfeitas.Sâo motoreà,iso significa 

que elasnosmovimentnm,motivnm,engajam a fazeralplmacoisa.E,atravésdo 

FAZER,asnecesidadessâo satisfeit% eatinsmosasatisfaçâo.Enquanto disposiçöes,asnecessidadespodem 

terforçavariâvel.Masasinfluênciu do meio edaeduca- 

Wo podem iguslmentefavorecd-lasou bloquei-lasmaisou menosintensamente. 

Nossu aptidöespodem terlIm desenvolvimento defeituoso ou sofrerdeformaçöespornegligdnci% 

ou porrestriçöes.E porissoqueumaeducaçâoharmoniosae 

çtaimante'ëfundamental.2 e1aquedarâàcriança aintimidadeeasegurança, 

terrenofértilpara odesenvolvimento desuasaptidöes. 

Aquiestâo asOITO NECESSIDADES: 

W :Neœ ssidade . deternura,deatençâo corporal,dedoçura,decalor. 

K:Necessidadedeutilizarsuapr6priaforçaffsica eaproveité-la. 

Sh:Disposiçâb para faaro bem,disponibilidadeparaajvdar. 

Se:Necessidadedem ovimento,gosto pelorisco eaventura. 

Z:Necessidadedemostrar- mostrarever,olhnr. 

V:Inteligência,razfo. 

G :a pfrito. '' 

M :Necessidadedeapreenderascois% ,retd-las. 

On:Necessidade denutrir. 

Or:Neœssidadede j' alar . 

'

697 

Szonditambdm reconheceu que cada profissâb podia serdescrita porcinco 

aSPeCt0S: ' 

- asatividadesquepermite exercer 

- osinstrumentosemeiosutilizadosparaexer/ -la 

- 

osobjetos:sobreo queestésetrabnlhando 

- 

o objeto pretendido 

- o localondeasatividadessâb executadas. 

Fwstesaspectosrespondem àsperguntas:Como?Com que?A que?Paraque? 

Onde? 

Tomandoum exemplo simples: 

tçNoateli:,oaztesâo trabnlhaa terracom suasmâbsparafazerum vaso bonito 

'* ' 

. 

. 

' ' 

ATIVIDADE'.trabnlho. 

OBJETO:terra. 

INSTRUMENTO:asmfos. 

LUGAR:atelid. 

OBJETIVO'.vaso bonito. . . 

Asprofisse sintelectllnistambëm podem serdescdtas: .. 

$tO profesorensinaparaosalunosnaclasseusando recursospedagögcospara 

com unicarosassuntosaserem conhecidos' 

' 

ATIVIDADE:ensinar-comunicar. 

OBJETO:alunos. . , 

INSTRUMENTO:recrsospedagöscos;inteligdnciado professor. 

OBJETIVO:transmitiro saber. 

LUGAR:classe,escola. ' . 

Estesdnco aspectospodem junsar-se aosoito fatores.Cada fatorposui 

assim suasatividades,seusobjetos,selzsinstrumentos,seusobjetivoseseuslugares 

tfpicos. 

.'. 

A totalidadedo mundoprolissionalpodeserencaixadanesteconstm ctofatorial.E 

evidentequenâb sepoderaciocinarem termosunifatoriais,maspode-seadmitir 

queesteconstructo forneceoitogavet% nasquaissepodeincluirtodasasprofissöes. 

Obtëm rse am ultiplicidade eacomplexidadedo mundoprofissionalapartirdasliga- 

Wesedasrelaçöesdosfatoresede suasintensidadesvaziéveis. 

Vocêsmeperguntarâotalvezseoito fatorespodem sersuficientes...H,1pouco 

tempoouvidizerquetodaaQufmicaOrgO icaest;construfdaa partirdeseiselem 

entos: ' 

C:o carbono. 

H:o hidrogénio. 

0:o oxigdnio. 

N:o nitrogdnio.

698 

P:o fösforo. 

S:o enxofre. 

E m aisquatro halogdnios: 

CL:o cloro. 

F :oflflor. 

1:o iodo. 

Br:o bromo. 

A substM ciagendticaADN queforneceinform açöesinacreditiveisecomplexasé 

somente compostadestesseiselementos.Naqufmica,a ligalo doHidrogdnioe 

do Oxigdnio forneceaâgua,lzmasubstânciaabsolutamentenova. 

Porqueo mlmdo profissionalnâopoderiaexistirs6 @partirdeoitoelementos 

ou fatoredque se com binam respectivamente unscom osoutros? 

Um exemplo:tçO dentistafura1Im dentecom nmabrocaparaaliviarasdores 

do paciente''.Aqtliaatividade çfurar''refere-seao fatorK,assim como o instnzmento . 

Poroutrolado,o dentistafazpartedasprofis&sdeajudae,entâo,do fatorSh.Aldm 

disso,e1edevepossuirum conjuntodeconhecimentospröpriosdo fatorV.Entâo,os 

fatoresmaisimportantesparao dentistaserâo Sh -V -K. 

Em cadaprofissâb,trêsou quatro fatoresparticularmentesignificativospodem 

serencontrados.Entâo,om undo proûssionalnloéunifatodal. 

DuranteaconstruçâodoB.B.T.limitei-meadoisfatores,o principaleoacessörios.Tom 

amoscomo exemploosparesfatoriaisKzeZk. 

Kz:o boxeador. 

A forçamusculare abrutalidadeque s:o evidentesreferem-seao fato K.Como 

fatoracessörio aparece z,a necessidade demostrar.Centen% de pessou aplaudem 

CASSIUS CLAY.O lugar,oringue,refere-seigunlmenteao fatorz;trata-setambëm 

detzm espetfculo (z)., 

Zk:o repörterfotopdfico. 

Aqui,o fatorZ estâno primeiro plano.O repörterfotopâfico fazpartedas 

profisöesdasmfdias(fatorZ).Fast;presenteem todososlugares.O fatoracesôrio k 

aparecenavontadedeseimporafundsmentalnestaprofissâo. 

A escolhadasfotosdo teste demorou cerca dedozeanos.Foi1lm csminhar 

longo ecansativo,com muitasfalsaspistas.P . ossomostrarparavocdsfotosquen:o 

foram utilizadas'. . 

- 

cirursâo:o pacienteeravisto como cadâver.A foto eravivenciadacomo 

assustadora. . 

- piloto deplanador:'f ostariacertamente,masnâb comoprofissâb '.A foto 

era considerada como 1lm lazer. 

- 

pator:ççEu nâb poderiaacreditarnestepastor''.A fotoerade1lm comedianteno 

filme'VIJELI o empregado''. 

- 

negociante:çf lzm patrlo autoritério,desagradivel''.

699 

' - soldadocom lança-cbnma:muitosjovensescoheram esta foto dasegunda 

gueira mundial.E nmafoto tipicamenteadolescente. 

œ steserrosdeduzim oscritdriosparaescoherbem asfotos: 

' - nenhllmafoto delnlmr. . 

- nenhlmasituaWo profisionalultrapusada. 

- nerlrxmapessoaantipftica... 

A aferiçïo dasfotosfoifeitacom atdcnica de associaçfo,apresentando as 

fotosparaossujeitoscom aperguntaseguinte:'$O que1he agiadou nesta foto?Porque 

vocdaescolheu?'ou ':O quelhedesagradou,porquevoc:arejeitou?' 

Asrespostasforam analisadassegtmdo oscinco aspectos:atividades- instrumentos- 

objetos- objetivo - lugares.Asfotosforam julgadaspertinentesquando 

doisterçosdasmssociaçöesobtidasreferiam-se ao fato principaleum terço ao fator 

acessörio.Outras obxrvaça s relativas a Ixm terceiro ou quarto fatornïo podiam 

acontecer. . . 

O fator G - espfrito - causou enormesdificuldades.Como representaro 

espfrito? A maiorpartedo tempo,ostçtrabnlhadorescom o espfrito'estâo sentados 

nafrentedeltma mesaenïosepercebeo queacontecenassu% cabeças. 

Eu lhesmostro a fotodafildsofaJEANNE HRRSCH (nfxmero 96).Pode-se 

sentir,ao mesmo tempo,reilexöeseidéias.O meio quee1ausaéapalavra.& ta foto é 

compostadosfatoresG e0. 

COMO m TERPRETAR OS DADOS DO TESTE? 

Trata-se menosde llma interpretaçïo pelo psicölogo do que 1lm reconhecimento 

desim lo consultante.Desdequeeleconsegueidentificar-secom asatividades 

profissionaisrepresentadasnasfotps,tom a-sepossfvelatomadadeconsddnciadesuas 

pröpriasnecessidades.Nâo éigualparae1eescolherafoto do boxeadorou aquela do 

escritor.See1eescolherafoto do boxeador,isso nro significanecessarinmentequeeste 

jovem é,e1emesmo,brutal.Podeocorrerque1lm homem fraco ou alguëm inibido na 

suaagressividadeescolhaestafoto porqueelegostaria deserforte.Pode ocorrertnmbdfnquee1equeira 

tornarrsefe oso,identificando-secom o suce'sso,anecessidadede 

serreconhecidotalcomo CM SIUS CLAY. 

Somenteasasociaçöespodem auxiliaraencontraranecessidadeeo desejo 

intem o do consultante.Apösa escolhadasfotos,pede-separaverbalizaro queo levou 

afazerestasescolhas.A seqûénciadependerâessencinlmentedo exnminador:m loseu 

domfnio datécnica dasassociaçöes,pelasuaaztedeformularperguntu adequadu... 

Elepoder;entâo levaroconsultanteafornecerrespostasquepermitem 'clarificarsua . 

estrutura de personalidade. 

' 

E asim queo B.B.T.setornaum testepfojetivo,um espelho da mente.O 

conslzltanteencontra-seentâo num processo detomadadeconscidncia.Su% pröprias

7:0 

inclinaçöese necessidadeslheaparecem maisclaramente.E1epodetnmbém reconheceraordem 

depreferdncia,aescaladevalorqueeleatribuiparasuaspröpriasinclina- 

W es. ' . . 

Apösaaplicaçâo do teste,o consultantepodeçntâodizer:tçvejoagorao que 

ë im portante para rrlim ,o que eu quero realmente''. . . 

A tarefado psicölogo edo orientadorvocacionalédeiniciaresteprocessode 

tomada de consciência ede favorecera .tomadadedecisâb finaljunto com outrosprocedhnentos,taiscomo 

visitasaempresas,discussöescom profissionaiy,entregadedocllm 

entaçâo sobreasprofissöes,etc. 

O testeëadequado tantoparaatenderjovensalunosem plenabuscadesi 

mesmos,quantopara adultosfrenteaumamudançadeprofissâo,visto quetornapossfvelIlm 

confronto consigo mesmo. 

2,âsvezes,espantoso verificarquanto o poderdesugestâo dasfotosconvida 

o consultanteaseprojetar.Porexemplo:frenteàfoto domddico,Ilm homem de38 

anosfala::% um médico querealiza lmaentrevistaterapdutica.E1eaconselhao pacienteeabreespaço 

paraqueestecontesuahist6riaconjugal.Elecoloca:% dedo sobrea 

ferida dolorosa''para colocarordem na sua vida'.Este homem estava separado, 

hâ1lm ano,deslzamllherinfiel.Estaassociaçâb ofereciaaqlziapossibilidadedeconduzir 

lzm a entrevista maisaproftmdada sobre sua situaçâo psfquica.Nâo sç tratava 

mais,nestemomento,deumasimplesreorientaçâo profissional,masde lmanovaorientaçâo 

de sua vida. 

Assim ,o psicölogo se v: frente a lzma exigdncia totalmentenova:nâo se trata 

maispara e1ede interpretaro teste,m asde saber se eleestâ pronto a participarda escolhaexistencialdo 

consultante,see1eestâcapazparaconduzirlmaentrevista deajudaquesejaterapéutica. 

Um outro exemplo:Psiquiatra,52 anos,diretordeclfnicasevédispensado. 

Frente à foto de çtreuniâo de diretores'- quee1etinharejeitado - e1efala:tç0 

management- elesestâo IJem cim a.O medo certo ddeseracabado 15,expulso... 

0 consehodeadministraçâolhecomunica...Etc...''.Aqui,tambëm,esteenunciado 

projetivo inicia uma entrevistamaisprofundasobreaquestâo dosuceso ou do fracasso 

profissional.O psiquiatradesempregado nosinformou que,duranteanos,e1evinha 

identificado-se com seu pai,chefe deempresa,e . que 'por'isso e1e tinha abandonado 

suiprâticaprivadaquefuncionavabem parasetom artnmbëm diretordeclfnica.Seu 

testeaindarevelaoutraindicaçâo:e1erejeitaasfotosV,istod,e1enâb tem nenhuma 

afmidadeparaastarefasdegestâo edeadministraçâb.Quando eu chamavasuaaten- 

Wo sobreestefato,e1emefalou:çtseeu tivesetido conhecimentoantes,eu teriaevitado 

ahtlmilhaçâo de serm andado embora como um fracassado''.E1etinhaWsivelmente 

subestimadoasexigdnciasdafunç:ode chefedaclfnica.A m ;apreciaçâo das 

exigênciasdeumaprofissâb eascapacidadespessoaiséfrequentementeacausade1lm 

fracasso. 

'

70l 

Circunstânciasexternaspodim igtmlmenteimpedirdefaa rumaescolhnprofissionalsatisfatöria 

ou transformar'llm emprego em .torturapsfquica,porexemplo, 

' : 

qllnndo um patr:o severo,antipâtico,deteriorao climadetrabnlho-podesertnmb 'em 

quenâb existaempregodisponfvel.Porcausadosprogressostecnolögicos,gruposprofissionaisinteirosdesaparecem.A 

economiamodiûcao mundo de trabnlho talcomo 

e1eeraconheddoanteriormente.A ofertaprolissionaldeslocou-seafavordo fatorM, 

enquantooscam'posprofissionaisdosoutrosfatoresrestringiram-se. 

' 

Restdçöes,intemaseexternu,podem entâo restrin#raescolhaprofissional. 

Demodo contrfrio,o B.B.T.m antdm aillzsâo dellma liberdadetotaldeescolhavisto 

que,pelainstruçâo,e1e convidao consultante aescolhercomoseparae1etudofosse 

possfvel,admitindo quee1epodetudo equetudo lhe4acessfvel. ' 

' Porquenâb partimosdarealidadequenosrestringe? 

Tenho aconvicWo deque,sesederachanceaalguëm ou - seconvidl-lo'a 

comunicarsetlsdesejosilimitadosesuasnecesidades- e1epodeasim aprendera conhecerasipröprio 

sobreesteângulo,enös,com ele. 

M esm o com asinstruçöes,asrestriçöesinternaseextem as se manifestsm de 

todamaneiraeaparecem ,âs.vezesmuito rapidamentenasescolhasenasassociaçöes. 

Poderdesfazer-sedasrestriçöesimplicageralmentenum longoprocesso demnturaçâo 

epoder-sed,entâo,decidirdeoutrom odo numasegundaescolhaprofissional,ulterior. 

f im portantequecadaindivfduo tenhao direitodeviversuaunicidadeesua 

especificidade.A escolha profissionalque correspondeàsua naturezadumamedida 

profilitica que pode 1he evitar crisesexistenciaisulteriores. 

O fam oso cancerölogo 1,E SHAN escreve-.tçA buscadesimesmo,adescober- 

' 

ta da vidaquecorrespondeànecessidadem aisprofundado servivo,podeserumadas 

armasmaispotentescontra adoença''. 

Estou convicto de , 

que o B.B.T.ofereceum cnminnho quetom apossfvela 

busca.danecessidademaisprofunda.Mascada1:m tem quepercorrerseu pröprio caminho.Este 

caminho nâb tsomenteumaviaprofissional,mastnmbém tlmavia atdsi 

mesm o.Qllnndo nöspensamossobreaqudstâodosentido denossavida,denossa realizaçâo 

cheia designifkado,cada fatornosoferecesua pröpriaresposta,com o convite 

de seguf-lo: 

W:VIVA A TERNURA B Dm IJAWE A ALGUEM. 

K:EU ERN ENTE SUAPROPRIA FORCA MUK ULAR E SUAPOTVN. 

CIA. 

Sh:BUSQW O SIGNIFICADO NO ENCONTRO COM OUTRAS PESSOAS 

E FACA O BEM. . 

Se:VIVENCIE O DINAMISMO E A VARW DADE DA W DA. 

Z:OLIE A BELEZA DO MUNDO E t,lIE Df SUA EU RESSXO. 

V:CONHW A O MUNDO E AUMENTE SEU SABER.

7Q2 

G:BUSQUE APROXIMARXSE DO ESPX ITO E PERMITA.SE W VER SUA 

PROPRIA CRIATM DADE. 

M:FIQUE EM CONTACTO COM O MUNDO MATERIALE TOME POSSE 

DELE. 

O:CULTIVE O CONTACTO VERBAL E A SOCM BILIDADE E TENHA 

PRAZER NO COMER. 

Talvezdevamoscompreenderestasoitoorientaçöescomo um apelo,1xm convite 

a concretizi-l% em nös,abraçando-% e relacionando-% . 

Conseguirem os,entâo,vencernossaunilateralidade. 

Nâo olharemosm aiso m tmdo somenteatravësdeöculosm onocromâticos. 

Poderem os,entâo,deixarnossa pröprialhnitaçâo fatoriale falarnumalinguagtm 

comltm,aU NGUAGEM DO CORK AO.


AlfIJMAS coyfO tqçôF.sDE MELAINE KLEIN XTEORIA 

EA TECNICA DE D ICANXLISE 

. 

'

ALGUMAS CONTRIBUICGES DE MELANIE KLEIN A TEORIA 

E A TECNICA DA PSICANALISE 

RYAD SN ON 

UniversidadedeS:o Paulo 

Entre ateoriae a tëcnica existe xlma interdependdndafecundante.Alguns 

princfpiosteöricossugerem uma determinada pritica.Porexemplo,a partirdateoria 

do detem unismo psfquico inconsdente,queleva àpriticadausociaçâo livrepazaa 

emergdncia do desconhecido,M elanie Klein adotou apritica do brinquedo livrena 

anâliseinfantil.A partirdeobservaçöesdessaprâticaemergem dadosquerequerem novasinterpretaçöes.Estasconcorrem 

paraalteraçöesdasconcepçöesanterioresctlminando 

em novasformulaçöesteôricu.Porexemplo,a interpretaçâo do brincardas 

' 

criançasmostrou sitlzaçöesque 1evar 

nm àamplialodocomplexodeO ipo clâssico 

descritoporFreud;istod,aconcepçfo deestfsosaindamaisprimitivosdasituaçâo 

edipiana.M sim ,quanto m aisnmplasasinovaçöestdcnicasmaissepodem esperarnovosesignificativosdescobrimentos.A 

llistöriadaciênciam ostra quecertasinovaçöes 

tëcricast:m 1m efeitoesclarecedor'surpreendente.Porexemplo,autilizaçâo do microscöpio 

teveum efeito revoluciono o para a Biologa eaMedicinaCientfica. 

Melnnie Klein talveznâb construiriatantosconceitosnovosimportantesse 

nâb tivesseutilizado atécnica lidicapazaanalisarcriançascom menojdeseisanosde 

idade.M sim como Freud,seficasseapenasnahipnose,nâb teriadesenvolvidoa Psicanfise,cujaprfticasebaseianateoriadalivreasociaçâb 

deiddias,mascom rijoroso 

deierminismo inconsciente. 

' 

Quem colocouMelanieKlein natrilhadapsicanâlisedecriançasfoiFerencz, 

seu primeiro analista,notando sua grande intuiçâo para apreensâb do simbolism o 

inconsciente.Certamentefoiessainttliçâo que aposicionou param rceberautilidade 

dobrincarcomo forma decomlmiçaçâodosdinamismosinconscientesem vezdemera 

deskargade'excessodeenergiavital.Slzaspoucasprecursoras- HermineHug Von 

Helmuth eAnnaFreud - nâo'consideraram o brinquedo ltilparaanalisarcrianças. 

A tdcnicalûdicateveumaimportânciaessencialparaillminarasprofundidadesdopsiquismo 

m1wsseplintesrazGes:1)Qlmnto maistenra aidadeda criança,mais 

seu mundo mentalest;imerso nosabismosdafantasiainconsciente.Essa proximidade 

darealidade psfquica fomece um ponto privilegiado paraestudarosprocessosmentaismaisprimitivos.2)Contudo,avantagem 

da proximidadedosmecanismosmais 

Primitivoscontrapöem-seàdeûvantagem da escasezverbaldacriançaparacomunica- 

Wo dasasociamescorrespondentes.E dneseponto queatdcnicalûdicacolabpraparasum 

raralimitaçâo da expressâoverbaldacriançamaisnova.3)Todavia,seobrin- 

705

706 

cardo processo naturaldacriançaexpn-mirsupsmensagens,ënecessârio queo receptortenha 

o conhecimento do cödigo (fornecido pelomdtodo da interpretaçâb dos 

sonhos)eacapacidadeparaempregâ-lo (quedbueado naintuiçâb do simbolismo 

inconsciente). . 

E daf surgem asconstruçôesteöricas iniciaisde Melanie Klein . A primeira ë a 

dequeo brincarequivalea1tm sonharacordado.A segunda- conseqûenteâprimeira- 

d que,aplicandoo mdtodo dainterpretaçfo onfrica,adaptado àscircunstânci% 

especfficas,ë possfveldesvendaras mensagensdo dinamismo inconsciente . Paracriar 

essasdrcunstinciasespecfficasKlein propôsIlmasdriederecomendaçöesparaatëcnicada 

psicanâlisedecrianças,asmaisimportantessendo:a)Totalconfidencialidade 

sobreascomlmicaçöesdacriança.b)Abster-sedeatuarpedagogicnmenteou moralisticamentenocontato 

com acriança-paciente.c)realizarsessöessemprenoconsultörio 

do analista,em salaapropriada.d)Utilizaçâb deblinquedosexclusivosparacada 

criança,guardadosnum acaixaquesö dabertaquandoo pacientechega , edfechadaao 

finaldecadasesâb.e)Limitaro contato com ospaisao mfnimo posfvel.Respeitando 

éstasrecom endaçöestdcnicashaver; condiçöesparacriaçâo dasituaçâo analftica , fundamentalpara 

o desenvolvimento da transferdncia , culminando na pelzrose de transferdncia.E 

serâapartirdanelzrosedetransferênciaedacontratransferdnciam obilizada 

queo analistapoder; teruma viv:nciadireta,no aquieagorado encontro analftico , 

dasm anifestaçöesda fantasia insconsciente deseu paciente . 

Masnâb foinadapacfficaaapreciaçâo deoutrosanalistassobreproposiçöes 

deMelanieKlein â.teoriae àtëcnicada psicanllisedecrianças . Klein tevedesehaver 

com objeçöescruciaiseseveras,levantadasprincim lmenteporningtzëm menosdoque 

AnnaFreud.E sasobjeçöesKlein asreslxmiu erefutou num çesimpösiosobreAnélise 

deCrianç%'',realizado em D ndresem 1927epublicado nam esma data .Aquiinteressacitarasobjeçôesmaisrelevantes.UmadelaspôsâprovaacapacidadedeKlein 

suportarangtistia 

profissional.Dizia Anna Freud que na cdança no infcio da laténda o 

ego e o superego s'âb relativnmentefracosequealiberaçâb repentinadasrepressöes 

m lo aprofundamentodaano sedeixâ-la-iasem controlesobre osimpulsos . Paralidar 

com esasobjeçöesMelanie Xlein contou com ajudaintelectualeafetivadeKarl 

Abraham ,que supervisionava seu trabaho clfnico esustentou o aprofundamento da 

anâliseinfantil.Esseaprofundamento permitiu ligarasreaçöesdeangtistiaà àgressividadesubjacenteaosconflitosedipianosprimitivos.A 

compreensâoeaaceitaWodos 

impulsospelo analista diminuiaadestrutividadeea culpa,abrandandoaseveridadedo 

superego efortalecendoo ego da criança.Assim ,em vezdedeixara criançadescontroladao 

mëtodo kleiniano a tornam aisintegrada:ego , superego eid conseguem llma 

conviv:nciam aisharmoniosa;a repressfo em vezdeautomiticaeexcessiva , torna-se 

seletiva.Outrasérie crïtica deAnnaFreud diziarespeito âimpossibilidadedesepsicanalisar 

a criança porque,â diferença do adulto , a criança nâb estabelece relaçöes 

transferenciais.Isso porque,sâb ospaisosprindpaisobjetosdatianqferénda,eeles

707 

ainda estâo presentes no mundo da criança.Considerando a transferênda lzma reediçïo 

darelaçâo com ospais,nïo caberiao quere-editardevezqueasligaçöesafetivasnindaestariam 

se estabvlecendo com osobjetosoriginais.&tadlxmapaveobje- 

Wo teöricaetécnica,àqualMelanieKlein sö podiarespondercom aexm ridndaclfnica.Mediantea 

experiência- eainterpretaçâo damesma- Klein pôdeconcluirque 

ospaisdo inconsciente dacriança nfo sâo ospaisreais,masGimagos''isto é,figuras 

fantisticasdeum m tmdo intem o,queguardsm alguma semelhançacom ospaisreais, 

masestfo distorcidu m lasprojeçöesdeafetosdeamoreödio.E sasimagosprovocarinm 

exm ctativaseatitudesatemorizantesou reverentesno reladonamento,independentesdo 

comportamento do analista,compondo asmesm % reaçöestransferenciaisda 

ano sedo adulto.Portanto,entreapsicanélisedo adulto edacriarwa,adiferençaseda 

apenasde método enâb deesàdncia. 

. . 

E foitrabalhando consistentementedentrodessesprincfpiosqueKleim formulou 

suascontribuiçöesteöricasdemaisamplo alcance,revolucionandoosalicerces 

da PsicanâliseassentadosporS.Freud.A revoluçâo kleiniananâb teveo intuito de 

rejeitarcertascontribuiçöesfundamentaisdeFreud,masdenmpli-lasepermitira 

iluminaçâo de algunsaspectosainda obscuros,morm enterelativosaosprimördiosdo 

desenvolvimento humano. . ' 

Porexemplo,asintrincadasrelaçöesentreosuperegoeo complexodeEdipo 

sâb antagônicasnasconcepçöesfreudianaekleiniana.Klein asseguraque o.superego 

antecedeo complexo defdipo e'determinasuascaracterfsticu .O quequerdizerisso? 

O complexo deEdipo,como todossabem,corespondeao desejo dacriançadese 

apossardo genitordosexo oposto ao seu,paracom e1eterlxmavidaerötica,produzir 

beb:s,etc,precisando para isso ciumentnmenteeliminarogenitordo mesmo sexo,visto 

como rival.Segundo Freud,essàsituaçâo complexasedesenvolvegeralmentedos 

trêsaoscinco anosdeidadedacriança,quando entâb,premido pelo iemordecastra- 

Wo - no c%o do menino- ou daperdadoamor- no c%o damerkina- acriançarenunciaaseu 

complexodeG ipo.Esasnmeaçaseproibiçöesdospaissâo internalizadas,ea 

figuraresultante,queser;afiadoradamoraledosvaloresculturais,chama-se 

superego.Depoisdesatransfonnaçâo intema,quelevaârepresâb dosdesejosincestuososehomicidas,segue-setlm 

perfodo em queacriançadmaisdôcileobedientee 

quesechnmafase delatdncia.MelpnieKlein nâo discordadessaconcepçâo,quealiâs. 

dbaseadanaobservaçïo dosfatos,m asconsideraque correspondea1zm perfodoreladvamentetardio 

da evoluWodosuperego.Seriaequivalenteasupor,porexemplo, 

como sefaza antesde Freud,queavidasexualdo serhumano começanapuberdade. 

Klein,baseadaem fatospossfveisdeobservarcom o emprego datécnicalûdica,inferiu 

queo complexo deEdipo inicia-seaosseismesesdeidadedo bebl,aproximadamente. 

Como erapossfvelta1coisa?Primeiro,observando suapresençaem criançascom menosdetrdsanosdeidade;ou 

que,tendo 1lm pouco maisanos,nâotinhnm atingido a 

chsmadafasedalat:ncia.b gundoyporquehaviaumacoexistdncia entrecomplexo de

708 

O ipoesuperego,portanto 1tm nro poderiasero suœssordo outro.Ou seja,ao mesmo 

tempoem queacrianp desejau Ilm dosgenitoresetomavaooutro como rival,sentiasesimultaneamenteenvo'lvidaeameaçadaporfigurasinternalizadas(imsgos)deses 

Progenitores.Terceiro,queessasfigurasinternas,ou fçimagos'ou supertgo primitivo, 

nâb selimitavam abrandirameaçasde castraçâo.Essasfiguras,na fantasiainconsciente,cortavam 

,ra'sgavam , esquartejavam,indicando ataquesdeorigem oral.Ou esmagavam,prendimn,envenenavam 

,afogavam acriança,revelando agressöesdeorigem m1a1 

euretral.Quando digo ltfantasiainconsciente',refiro-meaalgo dequeacriançan:o 

tem nenlmm conhecimento consciente.Iso talvezajudeaesclareceraperplexidade 

daspessoasquando MelanieKlein serefereà tfiguracombinada',isto ë , geralmente a 

Ilmafiguradem:ecom o pénisdo pai.A criança nâb tem nenhlxmaconscidnciadeque 

am âeest;continlmmentecopulando com o pai,representando nessafiguraam naspor 

seu pdnis.Essafantasiainconscienteédeduzidaapartirdo brincardacriança.A criançapodeatéimasnarconscientementequea 

mretem nm p:nis.Masisso ainda n:o éa 

ttfiguracombinada''kleiniana,porquea criançanIo sabe conscientementeque.aquele 

ëo pênisdo pai,nem qualasuafunçâonaquelaimagem .Poroutrolado,o fatodeque 

o suje it onâb tem consciénda dafigtlradamâ'ecom o pénisdo painâo siN ificaquees- 

tasejainöcua.Atépelocontrârio.Porexemplo,sea pesoatem fortehostilidade 

inconscientepelafigura combinada,um dosefeitospoderiaseraimpoténdasexual,ou 

algtlm tipo deperversâb sexual.Em .casosseveros , haveriadificuldadedeestabeleœ r 

umanftida identificaçâo sexual,acarretando conftlsâo deidentidade . Masvoltando ao 

ponto plincipal.Portanto,Klein procurou sercœ rente com apröpriateoria daevoluçIo 

dalibido preconizadaporFreud.Isto é,sealibido começacom afaseoral , em seguida 

sendo substitufdapela anal,clvlminando nafasegenitalinfantil;eseaspuniçöes 

superegöica sâo oraiseanais,entâoo envolvimento edipiano da criançacomeçam lo 

erotismo e sadismo oralseguindo pelo erotismo e sadismo anal,e sö relativnmente 

tarde prevalece a esfera genital.Em quarto lugar,o superego primitivo kleiniano é 

muito maiscruelque ospaisreais.Mesm o qlmndo ospaisreaissro gentiseamiveis , o 

superego primitivo ëextremamente sidico.Foia partirdafqueMelanieKlein pôde 

descobriro inteljogo deprojeW eseintrojeçöesno relacionamento dacriançacom o 

mundo externo,construindo 1vm mundo intemo quetem algo do objeto extemo, 

masmuitodoscomponentesdafantasiainfantilquelhesâo apegadosporprojeças 

edepoisintrojetados. ' . . . ' 

; Maso confronto entreFreud eKlein a respeito do O ipoesuperego nâo terminaaf.E1etem 

1lm segundo round.Considero quea teoriado complexo deO ipo, 

de Freud,e sua posterior concepçâo do superego , constituem llma das essenciais 

contribuiçöesâcompreensfo danaturezalm mana.Nâo surprtendeportanto quenesx 

particularKlein concentrasse muito de suaatençïo e istudo.Uma dasmaisgeniais 

intuiçöesdeFreud,cujo alcancenem e1epröprio chegou a reconhecer,éaconcepç:o 

dosinstintosde vida e de morte.Freud encaravasiu conceito deinstinto demorte

709 

como tlmahipötesealgo f'losöficaeporiso o utilizavamaiscomo umaabstraWo,nas 

discusssesmetapsicolögicas.MelanieKlein tomou o instintodemortecomodado real, 

quelhepareciamuito convenienteparacompreensâo dosfenômenospsicöticos.Assim , 

pôdeutilizâ-lo clinicamente,primeiro paraexplicara origem daanglistia,eposteriormenteparaampliarateoriada 

inveja.Para fazerpleno uso da teoriadosinstintosKlein 

precisou desenvolverumateoriadafantasia.Nesta,a fantuia seriaa rem rcussâopsfquicadosinstintoskCom 

isso,contestavaallipôtesedeFreud de queosimpulsospodem 

existirisoladosna mente.Naconcepçâo Zeiniana,acadaimpulsocorresponde 

automiticamentellmafantasiainconsciente.Do mesmo modo queacadaexperi:ncia 

com o exteriortambdm correspondeumafantasiainconsciente.Assim,àexm riénda 

com opeito gratificadorcorespondea intemalizaç:o de!lm objeto tsbom 'quevai 

constituironécleo do egoedosuperego.M as,pelapressâb doinstinto demortecoincidindo 

com aexperiênciade lm peito frustrador,constitui-seafantasiade 1m objeto 

ç'm au , que,introjetado,d;origem a1lm objeto interno sfdico,tsmbém superegdico. 

Portanto,pelascontribuiçöeskleinian% posteriores,o superegoexiste desdeo nasdmento,apartirdaexperi:nciacom 

o primeiro objeto.Seosuperego,porcondiç& s 

intemas(instintivas)eextemas(ambientais),ficarsobrecarfegado dedaracterfsticas 

destrutivas.as'relaçöescom osqbjetosextemès,porprojeçâo,vâb também criar' 

expectativasatemorizantes.E fâcildeverquey.no cèmplexo deEdipo,seo pai,por 

exemplo,tornar-se o equiyalente do superego sâdico,o menino encontrarâextrema 

dificuldadeparaenfrentâ-lo.Namelhordashipöteses,nessecasoge1enuncadesenvolver; 

relaçöesnmistos% com seu pairealou substitutos.Napiordasllipôteses,ficar; 

extremamente inibido,sem poderse tornaremocionnlmente adulto.Em r-qqosmais 

paves,apresentar; estrutura de personalidade psicöṭica.Assim ,na propostakleiniana, 

serl a qualidade do superego,ativo desde o nascimento,que dar; a tonalidade do 

complexo deEdipo,cujo desenlacedeterminar;seaadaptaçâo postedordo sujeito 

serb eficazou nâb eficaz.Entâo ao contrsrio do quepropunha Freud,Klein admite 

queo complexo deEdipo équeéo herdeiro do superego. . ' 

Para n:o m e'alongardemuiadovou me concentrardoravantenascontribuiçöesde 

Melanie Klein relativasàsposiçe sdepxssivaseesquizo-pnmnöide.Suponho 

queo conceito de posiçâo depressiva,bem como o deposiçâo paranôide,s:o decorrentesda 

propensâo deMelnnieKlein deiratribuindo cadavezm aioratençâoânoçâo 

demundo interno,deobjetosinternalizados,e asvicisitudesdesuasielaWescom o 

mtmdo externoatravds'dosprocesosdeintrojeçâo eprojeçâo.Freud foio primeiro 

a notar aimpor 

tânciapatogdnica do objeto 'introjetado ao estudara melancolil. 

Abrahnm corroborou os dadosfreudianos e enfatizou a relaçâo oral-sédica com o 

objeto introjetado do melancölico.O grandemdrito deKlein foiconjecturareconstatarqueestesfenômenosnâb 

oconiam somentehosquadrospatolöscos,mnsfaziam 

parte de umafaseevolutivanormaldo serhumano.Como namelancoliaa'dnfasena 

relaçâo deobjetosestavacentradanaoralidade,ecomooestfgio em quepredomina

710 

o contato oral/o do bebê,foiparaesseperfodo dodesenvolvimento quesevoltou o 

foco da atençâo,daintuiçâo edacriatiddadedeMelnnieKlein.Começou adeduzir 

que a vida mentaldo beb: d muito maisrica e complexa do quecapta a observaçâo 

superficial.Verificou queocontato do bebêcom o peito,com o corpo,edepoiscom a 

mâb com opessoa,eem seguidacom o pdnikdopai,écheiodenuancesecomplicaçöes. 

E tudo isso émediado pelosimpulsosepelasfantasias;pelasangtistiasepelasdefesas. 

Klein notou que essesprocessosguardavam tuna certa constância,apresentavam peculiaridadesque 

se repetinm de pessoa a pessoa.Assim ,como um astrônomo que dispondo 

de um telescöpio m aispotente,vaidescobrindo novasestrelas,e,notando a presençaderelaçöesrecïprocas,vaidelineando 

uma constelaçâo,MelanieKlein foitraçando 

umaconstelaçâo psfquicaa quechnmou deçtposiWo depressiva',compostade 

elementosiguais,na esséncia,para todo serhum ano que apresente 1lm desenvolvimento 

normal,no perfodo da vida que sesitua ao redordosseismesesatë um ano de 

idade.No centro desaconstelaçâofoicolocando oobjeto bom interno.Dafirmeza 

com queforestabelecido esepbjetobom internalizado vaidependerasolidezdese 

microcosmo.A solidezdo bom objeto interno vaiseconstruireconsolidarnarelaçâb 

amorosaeconstantecom amâbreal.Masessaestabilidadedo bom objeto interiorizadopodenâb 

semantersenadisposiçâo do sujeitoprevalecem impulsosdestrutivos 

provenientesdo instinto de morte.Assim ,fatoresambientaise constitucionaispositivosdevem 

predominar,para permitirum a travessia favorâvelpela posiçâo depressiva. 

Sem um bom objeto firmementeestabelecido no mundointerno ocorrem pontosde 

fixaçâo aosquaisosujeito poderegredir,navidaposterior,apresentandomanifesta- 

N espsicöticas. 

0 objeto bom internoénecessârio paraa superaçâo dasangtîstiasdepressivas.O 

nûcleo dasangûstiasdepressivasdconstitufdo pelo temordamortedamâe, 

da qualo beb: depende.Esse temorde que a mâe morra provëm da integraçâo do 

1e ito Efbom '' ,g ratificante , queëam ado , com o peito Ttmau''frustrante,queéodiado, 

, 

eatacado nafantasia.Qlmndoo bebépercebequea mâequee1eRmaëamesmaque 

e1eodeia,surge(jtem ordet:-ladanificado irremediavelmentecom suadestrutividade. 

Segue-sellmaculpadilacerantequee1esö pode aplacarcom defesasmanfacu paranâb 

morrerde dor.Aospoucos o beb: percebe queseusrecursos construtivospermitem 

iniciarareparaçâodosdanoscàusadosaobom objeto.E,tnmbëm,quee1edevecontro- 

1aressesimpulsosdestrutivos,provenientesdo id,iniciando a sublimaçâo.Portanto ë 

paraelaborarasangltiasdepressivas,atravdsde enfrentaraculpa,que obebéprecisa 

do bom objeto intemo firmementeestabelecido.Pois?pelo fatodeserresistente,o 

bom objeto desmenteopedgodeestarseriameptedanificado (0 quetornaaculpa 

suportâvel).Depol,auxiliando obebdnatarefadereconstruçâo dosestragos,eno 

controledosimpulsosdestrutivosparaalcançarsuasublimaçâo,eseobjetofirmetem 

a funçâo de 1xm bom superego,que conduzo desenyolvimento do ego aIlm termo 

satisfatörio.

711 

A posiWo esquizo-pnmndide,sendo amaisprimitivado desenvolvimento 

psfquico,foialcançadaporMelanieKlein portiltimo,visto queo processo analftico ë 

sem elhante ao do arqueölogo.Assim como aMedicina mostra que ë nosprimeiros 

momentosda vidaqueamorte ocorrecom maisfreqûência,navidamental,analogamente,o 

tem ordam orteé maisintenso ao nascer.E aquitambém Melanie Klein 

aproveita eaperfeiçoaa teoriade Freud sobreosinstintosdevidaedem orte.Freud 

postulaqueantesdo nasdmento osinstintosdevidaemorteestâo fundidos.Aonascer 

ocorre llma defusâo dessesinstintos,e o instinto de morte,separado,procura 

realizarseu f'tm queëo delevaroorganismo àm orte.Nestemomento,dizFreud , o 

organism o,imm lidopeloinstinto devida,deflete,istoé,desviapara longe,oinstinto 

demorteparapreservaraintegddade.Klein discordaquanto aatribuirao organismoa 

deflexâo do instinto demorte.E1aacha queestadumafunçâodefensiva,qued Ilma 

tarefado ego.E assim elaaproveitanâo sö paraproporqueexiste1xm ego aonascer, 

como também quea primeira defesavisaa salvaçâo davidado indivfduo.Coerente 

com essaproposiçâo de queexiste1xm ego ao nascer,existirétambëm 1zm superego, 

e também objetospersecutörioseidealizados,etodaumaintrincadarelaçfocom objetosexternos.O 

porqueeo como seforma esarelaçâb deobjetosvaiconstituiro cernedaposiçâo 

esqlzizo-paranöide.Aquivaleria ressaltarsomente que,sendo intensas 

ecataströficasasangûstiasqueasolam o ego,tambdm asdefesas'sro bristicaseonipotentes.Umadessasdefes% 

ëaclivagem (splitting)quetem porobjetivomanterbem 

afastadoso bom eo mau objeto (cada qualrepresentando'asforçasdevidaede 

morte)paraevitaro aniquilamento do bom objeto.Do mesmomodo,para protegero 

ego eobom objeto dosimpulsosdestrutivosdo idtcom asfantasiascorrespondentes) 

estess:oexmlidosprojetivamente.O projetadoretornaetentaalcançaro fim destrutivodo 

instinto dem orte,tornando-sepersecutörio.Assim ,o lmiverso do bebd,na 

posiçâo esquizo-paranöide,é constitufdo de arquipélagoscom qualidadesabsolutas: 

totnlmentebons,totalmentemaus,ou todo persecutörios,ou todo idealizados.Paradoxslmente,ë 

dapureza dessaclivagem que #aidependerposteriormente,na posiçâo 

depresiva,aposibilidadedeumaboaintegrbçâo daspartesboasemâsdoobjeto. 

Em seu tmimo trabalho extenso,aprofundando o estudo dainveja,Klein 

admite que no bebd que nTo consegue transporde um aforma saudâvelaposiçâo 

esquizo-paranöideascoisasacontecem diversamente.Nâo seformam essesarquipdlagos 

absolutosdebondadeou plindadetotal.Isso porque,m lo predom fnio do instinto de 

morte,quese expressa atravdsdeexcessiva inveja,voracidadeeödio,o objeto bom nâo 

seestabelece com pureza,masdeformasempreconfusa.O objeto bom nuncadverdadeiramentebom:éfrâgil,nro 

é diRo deconlazka.Ficou atacado pelainveja.Na 

teoria dahweja,lmadasderadeirascontribuiçöesdeMelaniem ein,o mito quegratillcaé 

alvo de ataquescorrosivos,demodoqu'e , jtmto com o leite,o bebéfantasia 

queengolefezesenvenenadas.Com objetostâo frigeisepoucoconliveiso ego fica 

sem ajuda segurapararealizarastarefasdeconstruçâo ereconstruçâo de 1lm mlmdo

712 

favorâvel;nâb podefortalecer-se,nem enfrentaras.vid situdesda posiWo depressiva e 

seu desenvolvimentopara aldm do universo esquizofrdnico tom a/eseriamenteentravado. 

AsconcepW esdeposiWodepresim e esquizo-paranöidesâoextremamente 

ûteispara o manejo técnico daano se.Pelo fato defprmarem constelaça scom elementosfixos,alxilinm 

o analtaaorientar-seno nevoeiro obsctlro ou novelo confuso 

em queàsvea ssetornallma sessfo psicanalftica.A partirde11m frar ento,ou alguns 

indfdos,é possfvelao analista exm riente discriminarseestélidando com culpa,ou 

com m rseguilo.Seest;sendo identiûcado com 1lm objeto nmistoso,ou inimigo;e 

desvendaramensagem da transferlncia,dentro delxmasitualo emocionalcom camcterfstic% 

depressivasou pazanöides. 

Freud descobriu osdinamism osdo mundo mentalinconsciente,levando o 

colzhecimento cientffico atëolimiardaneurose.Klein,desvendando o mundo mental 

do bebJ,m rmitiu acompreensâo eapenetraçâo terapduticaatëosabismosda psicose. 

M gtmscriticam MelanieKlein dizendo quea vidamentaldo beb:diûcilmenteseriatâo 

ricaecomplicada,com emoçasdiferenciadascomo ainveja,erelaWesdeobjeto tâo 

elaboradascomo e1a descreve.Isso me recorda o quedisseBion certavez:o quese 

deveexisrdeumateoria,nâodquee1a seja verdadeira;massepromoveou nâo o 

cresdmento.QueasteoriasdeMelanieKlein promovem o crescimentoléindubitâvel. 

Seelass:o ou nâb totnlmenteverdadeiras,sö o propesso do conhedmento poderâ 

dizd-lo.


CO- 

RTAMEM 'OS AW OV SW OS EM INDIVY UOS 

EXCEPCIONAIS:CONTRDUIW ES DA ANiLISE 

IY COMD RTAX M 'O 

SoniaBeatrizMeyer

715 

CO MPO RTAM ENTOS AUTO-LESIV OS EM IND IV I-DUOS 

EXCEPCIONAIS:CONTRIBUICOES DA ANALISE DO 

, COMPORTAMENTO 

SONIA BEATRIZ MEYER 

UhiversidadedeSâo Pàtlo. 

Ao setentaranalisaro töpico decomportamentosautp-lesivoscom osprincfpiosdecomportamento 

hojeconhecidos,aprimeiraquestâoquesurgeéado porqu: 

lzmaaçâoqueproduzlesâb edorcontinuaocorrendo.Nâb seria deseesperarqueador 

consequenteaaçöescomo bater-seou morder-sefuncionassecomo estïmulopunitivo, 

portanto dimimtindoaprobabilidadedeocorrdnciadestasaçöes? . 

O comportamentoauto-lesivod lmaaçâo auto-inflingda,geralmenterepetitiva,estereotipadaecrônicaquejesultaem 

dano ffsico direto paraa pesspa,equenâb 

produz,aparentementenenhumaconseqûdnciadesejâvel.Suafreqïi:nciapodevariar 

decentenasdeveasporhoraa vâriasvezesporm:s(Fave1,Azrin,Baumeister,Car, 

Dorsey,Forehand,Fou ,O vaas,Rincover,Risley,Romanczyck,Russo,Schroedere 

. 

Solnick,1982).Vârias.formasdecomportamentosauto-lesivostem sido relatadu na 

literatura,entre elasbater-se,morder-se,arranhar,beliscar,pressionaro olho,puxar 

cgbelo,vomitarrepetidamente ou vomitarereingeriracomida,consumirsubstâncias 

nâb comestfveiscomo cigarrosou fezes. 

A ocorréncia de comportamentosauto-lesivosém aisfrequentenosindivïduos 

diagnosticados com o autistas,esquizofrêrticos,retardados ou lesionadoscerebrais.Estimativasda 

ocorr:nciade comporbmentosauto-lesivos varia de8% a 14% 

dosindivfduosretardadosinstitucionaliados(BaumeistereRolings,1976). . 

Sâb Fandesosproblemaseosriscosrelatadosparaosindivfduosqueapresentam 

comportamentosauto-lesivos.Alplmasdesuasrespostasproduzem 1:m dano 

pequeno,eo comportpmento podeservoluntariamenteinterrbmpido atéquealesâo 

sare,enquanto,noscasosmaisextrem os,1zm indivfduo pode bater-seou pressionar 

seu olho atéperderaconsciJncia,deslocara retina,ou mesmo morer,caso nâo seja 

restringido (BalmeistereRolings,1976).Aldm dosdanosffsicos,elessâb prejudicadosqlmndo 

este compprtamento osimpede departiciparde atividadeseducacionis 

ousociais.Isto,em parte,decoredo fato delesnâb rea#rem aosestfmulosextemos 

enquanto se autoestimuhm (Lovaas,Newsom e Hickman,1987).A dm disto,as 

restriçöesfïsicasequfmicasfrequentementeusadascomo medidasdeproteçâb contra 

a:auto-lesöes,podem resultarem outrosdanosffsicoscomo encurtnmento de tendöescausadosporimobilidade 

prolongada,ou apatia causada pelasdrogas(F'avel1, 

Azrin etal.1982).'Comportnmentosauto-lesivo'stambdm seconstituem em um pro-

7l6 

blemapara aspessou qteobservam suaocoirdncia.E lmaexperidnciadolorosaa 

visâb de lmapessoaseagredindo a ponto'desem'achucar. 

Asexplicaçöesque t6m sido maisfrequentementeapresentadassobreaorigem 

e manutençâo dos comportnmentosauto-lesivos forsm condensadr por Carr 

(1977):A primeiraexplicaçïo dadequeo comportamento auto-lesivo é1zm operanteaprendido,mantido 

porreforçainentopositivo social(explicaçâodereforçamento 

positivo).A explicaçâodereforçalentonejativotambdm dizqueo comportamento 

auto-lesivo ë1Im operanteaprendido,mantido pelotdrmino ou esquivadeum estfmulo 

aversivo.A explicaçâo de automstimulaçâo diz que o comportamento auto-lesivo d 

mantido porestimtlaçâo sensorial(tstil,vestibulare/ou cinestésica).Do ponto de 

vistaorgânico,oscom portnm'entosauto-lesivossâopiodutosdeprocessosfisiolögicos 

aberrantes.A explicaçâo psicodinâmica diz que comportamentos auto-lesivos sâb 

tentativ% deestabelecerlimitespara o ego ou de redllzirsentimentosdeclzlpa. 

Apoiando aexplicalo dereforpmento positivo,existem eviddnciasdemonstrando 

que a remoçâb completa de conseqûénciassociaisapösa ocorrdncia de comportam 

entos auto-lesivosreduziu-osou eliminou-os.Estudosmando tanto extinçâo de 

- 

reforçamento social,como o uso de ç4timeeût' tiveram esteefeito(Car,1977). 

Outraevid:nciafoifomecldaportovaas,Freitag,Gold eKassorla(1965)eporLovaas 

eSimmons(1969),quedemonstraram quequand: comentliosconfortadoresou atividadespreferid% 

erpm apresentadascontingentemente à auto-lesâb,esta'almentava . 

drnm aticamente.Foitsmbém demonstradoqueo reforçamento diferencialdeoutros 

comportamentosnâb auto-lesivos(DRO),eo reforpmento diferencialdecomporta- 

mentosincompatfveis(DR1),podiadiminuiraocorrdnciadoscomportamentosauto- 

' 

lesivos(Favel,Azlin efal.,1982). 

Apesardaseviddnciasa favordaexplicaçâo dereforçamento positivo,existem 

instâncias nas quais o comportamento parece ser funçâo de outras varifveis. 

Favel,Azrih etal.(1982)concluiram queem algunsestudosouso deDRO,deDRI, 

de extinçâo,e de e%imeeut''de atençâo social,foiineficaz na eliminaç:o de com - 

portamentosauto-lesivos.. . . . 

Apoiando aexplicaWo dereforpmento negativo,existem eviddnciasanedöticasque 

dizem que alpzmascriançasse auto-lesnm'paraterminarsituaçöesaversivas, 

. 

taiscom o terqueirpara 'a cama,oụem respostaaexig:nciasfeitas,tnmbém como 

: u ' 

uma 'form adeacabarcom estasexigdncias.Resultadosdepesquis% tnmbdm indicam 

quesituaçöesaversivaspodem ocasionaraizto-lesöes,que'serinm màntidu m laremo- 

Wo,mesmo queintermitente,dasituaçâoaversiva-'Carr,Newsom eBinkoff(1976), 

dem onstrarnm qùe nfveis de comportamentosauto-lesivoseinm altosem situaçöes 

deexigdnciadedesemmnho (talcomo em umasaladeaula)ebaixosem situaçöesde 

conversaçâb ou debrinquedo livre,nasquaisnenhllma exigénciaerafeita. ' 

Tu to a explicaçâo de reforçnm ento positivo quanto adereforçamentonegativo 

envolvem a apr4sentaçâo ou retirada de varifveissociais,indicando que,em

717 

nmbososcasos,a auto-lesâo seriaumaformadeinteraçâo social.Entretanto,osestudosapresentadosaseguir,sugerem 

quenem sempre avarivelquemantém auto-les& 

sëdecarftersodal. 

Para explicar a auto-lesfo como um compoHnmexto autoestimulatério, 

supöe-seque lm certo nfwldeestimulaçâo sejanecesirio ao orgnnismo.Qlmndo a 

estimulaçâo ocoreem um nfvelinsuûciente,o organismo podeengajar-seem comportnmentosestereotipadose'auto-lesivosparaproverestimulaçro 

sensodal(Carr,1977). 

Os comportnmentosautoestimulatörios,inclusiveosauto-lesivos,serinm controlados 

porreforçadoressensoriais/mrceptlnisgeradospelaresposta.Nestec%o amanipulaçâb 

devariâveisdereforçamento socialnro ftmdonaria. 

No estudo deFavel,McGimsey eSchel(1982),aauto-lesâb foiredlxyida 

dando-seaossujeitosacesso abrinquedosquefornecin'm estimulaWo sensorialsemelhnnte 

à prodlzidamlaauto-lesâo.Assim,sujeitosquecolocavam repetidamentea 

m:o nabocaproduzindofedmentoseinfecçœ scomeçarnm acolocarnabocaemastigarosbrinquedosfornecidos.Osquepressionavnm 

osolhos,passarnm aseestimular 

visualmentecom prismascoloridosebrinquedoscom propriedadesvisuaismarcantes. 

Dificilmenteestesdadospoderinm serentendidosatravdsdeexplicaWesqueenvol-. 

vessem varifveissodais. 

Horner(1980)alterou o ambientedesujeitosprofundnmenteretardados, 

àdicionando-lheobjetosebrinquedqs.Observou queoscomportnmentosestereotipadoseauto-lesivosdiminuiram,a'xmentando 

novamentequando osobjetosfornm retirados.Decrëscimo 

maisacentuado aindafoiverificado qlmndo ossujeitosforam instigadosereforçadosporbrincar.Brincando,osindivfduospodem 

estarobtendo estimulaçâo 

visual,auditiva,tétilou cinestdsica,quesubstituiaestimulaçâb daauto-lesâo. 

. 

RincovereDevany (1982)aplicaram um procedimento deextinçâosensorial 

em trds crianças retardadas.O procedimento consistiu naretiradada conseqûdncia 

sensorialatravdsdo uso deequipsmentosprotetores,taiscomo um capaceteforrado 

parao sujeito quebatiasuacabeça,luvasparao quesearnnhava,ecolchonetesde 

espumacolocadasno chïo pazao quebatiaa cabeçanochïo.O tratamento foielicaz 

paraastrêscrianças,reduzindoimediataesubstancialmenteataxadeauto-lesâo. 

A concepçâo daauto-lesâb como um comportnmento autoestimulatörio d 

apoiadatambëm porexm rimentoscom primatas,quemostrarnm queanim aiscriados 

em isolamento social frequentemente apresentavam comportnmentos auto-lesivos 

repetitivos(Car,1977). 

A maiorcrfticaaosestudosqueapoism aauto-estimulaWocomo explicaçâo,ë 

que,deantem:o,aescolhadesujeitosrecaiu sobreindivfduosquesesuplmha nâb terem 

suasauto-lesöesm otiyadasporatençâb socialou poresquivadesituaçôesaversivas.Mas 

nâb sesabeaindaageneralidadedestesdadospara sujeitoscom outrascaracterfsticu e 

se o comportnmento dmantido apenu porreforçadoressensoriaisou sereforpdores 

sociaistambdm atuam ,edequeform aosdoistiposdereforçnmento interagem .

7l8 

. 

' H'iviriosfatov fuiol6gcosrelacionadosaoscomportamentosauto-lesivos. 

Na sfndzome D sh-Nyhan,llm adisfunçâo metabölicaligada aosexo,acazacterfstica 

predominanteëumaseveramutilawo dosdedos,lfnguaelébios,pormordidas.A intensidadeëtal,quetom 

anecessériaconstanterestriçâo ffsica,ou extraçâb dedentes. 

PortadoresdasfndromeCorneliadetangeapresentam tapasebelisca sna face,emoràidadoslibios,massem 

a mesmaintensidadeepadrâo especfico quenasfndrome 

IzshkNyian.PortadoresdasfndromeRiley-Day,tambdm umaanomaliagenéticaonde 

ocor'ereduçâo nam rcepwodadorepaladar,podem apresentarauto-lesas(Cataldo e 

Hnrris,1982). ' . 

Alëm de condiçöesgendticas,otite média tem sido associadaao comportamento 

debaterrsecom a cabep.œ u sovoy (1963)comparou 1Im grupo de15 criançasque 

batiam suascabeçastom um grupo coritroleemparelhado porsexoeidade, 

quenâb batiaacabeça,eencontrou como l'micadiferençasignificativaumamaiorinciddnciadeotitem 

ëdiano pn'meiro grupo.Em criançasnormaisquebatinm suascabeças,CataldoeHaris(1982)relataram 

queum fatorcomltm queantecediaseu infcio 

era a erupçâodosdentesindsivoslateraisecentrais.Do mesino modo,Carr(1977) 

relatou queratoscom otitemédiaarranhavam suascabeçasaponto deproduzirlaceraçöis. 

a tudosàugerem queum sistemapndögeno narcötico alterado podecausare 

mantercomportamentosauto-lisivos.Produtosbioqufmicoscriadospelocorpo (narcöticosendögenos)em 

resm staàdor,tJm txmaestruturaqufmicaeumafunWo similar 

â de narcöticosproduzdèsextemamente,ou seja,adeaumentaro limiardedor.Este 

narcötico,além de diminuira dor,podeterpropriedadesviciantesereforçadoras,parecidas'com 

a administraçfo demorfinaou cocafna .œ staf6rma,Ixm indivfduo retardado 

queseauto-lesa podenlb sentiradorqueseesperaestarassociadaa estecomportamento,e 

pode at/ estarobtendo um poderbso reforçadorbioquïmico (Cataldo e 

Hnris,1982).O uso demedicamentos,entretanio,tem produzido resultadoscontraditöri'os 

' . 

. 

' 

Observa-se ainda que movimentosestereotipadoseauto-lesivos(comopor 

exemplo bateracabeça)sâo apresentadosporbeb:s,o quesugerequeestu sâb atividadescomunsquenum 

certo perfodo davidatem urhaftmlo deauxiliarodesenvolvimento 

motoredapersonalidade,equenosretardadosnïo serinm substitufdospormecanismosderespostamàisadaptativos(BaumeistereRolings,1976).Osconceitosde 

re>çâo circulazprimériaesecundâria dePiagetdiam quenoestiso 11dafasesensöriomotora(1-4 

meses)aparecem açöesrepetitivascentralizadasno corpo do'beb:;de4 a 

9 meses,o beb:.manipula repetitivnmenteobjetoàb'do meio externo (Batlmekstere 

, . ' . . ' ' 

Rolings,1976). . . ' 

. . ' E necesério resaltarque a:Wriashipötesesexplicativu n:o parecem ser 

mtztuamente exclusi#as. ' '. '. ':. 

Asformasdelidarcom asauto-lesöes,nosentidodediminuf-la ou deelimlnâ-

719 

las,incluem aquel% correspondentes lsWziashipötesesexplicaEvas(reforçamento 

diferencialdecomportamentosaltemativos,treinamento decomunicalo funcional, 

remoçâo de reforçamento positivo socialesensorial,estimulaçâo sensorialemedicaçâo).Aldm 

destas,apuniçâb ffsicatambdm tem sido muito cada.Umaformadepuniçâo 

é o choque elétrico,considerado como o mëtodo maisefic>z parasuprimira 

auto-lesâb inicialmente.Masa autorlesâb tende adiminuirapenasem situaçöesnas 

quaisdpunida,ereaplicwöesdo choqueforam porvezesnecessérias.Tem sido recomendadoqueouso 

do choquesejarestrito acasosondeoutrasformasdetratnmento 

semostraram ineficazes,porqueo choqueddolorùso ealtamentesusceptfvelaabuso 

podendo serfacilmenteempregadq deformasnâb terapduticase n:o ëticas(Favel, 

Azrin e/Jl.,1982). . . 

O amonfaco aromltico e o chuvisco de igua,de vinagre ou delimâo sâb 

outrosmétodospunitivos.Estesprodutospodem prodlm'rressecamento depele ou 

dano damucosanasal(Favel,izrin etal.,1982). .' . 

Outra forma decontrole aversivo muito m adaë a eçover-correction''.Esta 

tëcnica incluiaprâticaprolongadanâb reforçadadeuma respostadesejâvel(0 experimentadordirigearespostafisicamente,senecesârip),aremoçâo 

imediatado reforçador 

dp comportamento aujo-lesivo,e 4'timeeut''geralde reforçamento positivo 

(Fave1l,Azrin etal.,1982).O tlso de tovercorection'tem produzidoreduça srépidas 

e drâstic .as.deautorlesöes.Maspodem ocorerrespostascolateraisindesejfveis.lolmson, 

Baumeister,Penland,eInwald(1982)observaram quereduçöesdecomportamentos 

auto-lesivosforam sistematicamenteacompnnhxdasporaumentosacentuadosem m lo 

menosum comportamento cplateral(respostasauto-lesivasou estereotipadu).Aldm 

disto,osresultadosnâo t:m segeneralizydo . 

para outrassituaçöesque nâb a de treino, 

. nem tém permanecido depoisdotratamento. , 

A revisâodosestudossobrem odificaç:o decomportnmentosauto-lesivospermiteconcluirquenâb 

existem tratamentos-padrâoquepossnm seraplicadosatodosos 

casos.f necessâria lma anélisefuncionaldo comportnmento antesdeseinidarum 

tratnmento.Casocontririocorre/eo risco deum tratsmento.m alsucedido ou,oque 

acontececom maiorfreqiidncia,1)m țratnmento inicinlmentebem sucedido,mascujos 

efeitosflcam limitadosem termosdetempo edesituaçses,isto ë,nïosegeneraliymm 

e nem - semantém .Ostratamentosbem sucedidosdeverinm serencaradoscomo indicadoreséteisdequevariveisdeverinm 

serobservadas,enïo como prescriçöes>Serem 

aplicadasem todoequalquercaso. 

Analisarafuncionv dadedeum comportamentoenvolvebasirmmenteaidentificaçâo 

deRusantecedenteseconsequentes.Paraidentificarosantecedentesdo comportsmentù 

nasitualo natural,dnecesso o observarseexistelma (ou diversas)situa- 

W esdesencadeadorasdeepisödiosauto-lesivosou se esteë1xm comportnmento estereotipado 

erepetitivo quenro apazentaserafetado porvariveisRmbientais(nestes 

casoso comportamento éafetado mlo nmbiente,masaidçntificaWodasvariéveisque

720 

atunm exige lmaobservaçâocuidadosa).Para identificarosconsequentesdo comportsmento 

ënecessdrio observaro quesemodifica nasituaçâoapösaemissfodaresposta.Alëm 

disto pareceim portanteaidentificaçâo derelaçöesentrearespostaanalisada 

eoutrasrespostasdo mesmo indivfduo,oquepermitelocalizarclassesderesposta mais 

amplas,com a mesma funcionalidade. 

' ' 

A anâlise da relaçâb entre açöespermite que se encontre respostasalternativas,jâexistentescom 

algumaforçano repertörio do indivfduo,queclzmprem funçâo 

similarâquelaresposta quesepretendealterar.O tratamento,entâo , envolveria formas 

defortalecerumarespostaconsideradamaisaceitével . 

Assim,amudançacomportamentalmaisdesejâveltaquelapela qualoindivîduo 

continuaareceberosreforçadoresqueo antigo comportnmento (0 auto-lesivo) 

fornecia,eelinzina asconseqûénciasnegativasque tambdm existiam . 

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O r ROLOF O O MOTION WITH AND G 

Jack M .O omis 

HOW SIGW

CONTRO L O F LOCOM OTION W ITH AND W ITHOUT SIGHT 

JACK M .O OM IS . . 

Univeaity ofCalifomia 

ABSTRACT 

Subjectsm rfonhed two tasksinvolving binocularviewing oftargetsrangng 

from 4 to 12 m.In thefirsttask,subjectsperceptualy matched depth intervals(at 

pound level)to frontoparvelintervalswhileviewing from afixed location.ln ṭhe 

s4cond task,subjectsviewed atargetand then,with eyesclosed,walied to it.Interval 

matchingindicatessubstantialforeshortening ofdepth,with foreshortening increasing 

with absolutedistance.In sharp contrast,wnlkingisaccltrste(and thuslinear)over 

the Same range . 

Thesubjectofthepaperistherelationship between visualspaceperception 

and visualy directed motoractivity.Webesn by considering thefolowing sensorimotortask.Pick 

outsomeobjectatwaistlevelfrom 5 to 20 feetaway,look atit 

carefuly,and then,with youreyesclosed,attemptto wnlk overand touch it.You 

may wellbesurprised by how closeyou comeeven ifyourpath tothetargetinvolves 

adetourortwo around obstacles(O omis,1973).In 1983JamesThomson reported a 

seriesofexpedmentsshowingjusthow good blind walkingtoatargetfolowingvisual 

preview can be.Thesubjectvieweda targetplaced on theground from 3to 21m away 

and then,with eyesclosed.attempted towalk tothetargetandplanthisfootwhere 

ithad been.Figure1showsthemean iesponsesof10subjectsin Thornson's(1983) 

Experiment 1.As is obvious,the mean responsesarenearly perfect.We have not 

depicted response variability in the figurealthough Thomson'sprimary concern was 

with thevariableerror(precision)asan indicatorofthedurability oftheinternal 

representation thatmediatesperformancein thistask. 

n omson'swork and informalobservationsofthekind justmentioneé argue 

m rsllnnively thatvision allowsùsto % ow in somesenme theegocentriclocationsof 

objectswith greatacctlracy.ThisWew seemssuperficialy to accord Vth J.J.Gibson's 

clnim thatunderful-cue conditionswith unconstrained viçwing,vislmlperception is 

veridicalornearly so. 

. . 

Theproblem ,ofcourse,isthatthevisualspaceperceptipn literaturepyovides 

abundantevidencethatthe vislmlworld,even underfullcueconditions,isfarfrom 

veridical.The work of Warer(1985),forexample,showqthatspatialintervalson the 

ground appearm uch lazgerwhen orientedin thefrontalplanethanwhen orientedin 

725

726 

FIGURE 1 

E 

* 

= 

o 

c 

* . œ 

X 

hom son (1 ) .- 

Exper iment 1 a.- 

* 

@ 

* 

@' 

@' 

. 

1 .** 

-1 ..* 

F 

@* 

* 

0 4 8 12 16 20 

TargetDiqtanc: (m) 

depth.Gilinsky's(1951)classicwork on perceived sizeand distanceindicatesthat 

constantphysicalintervalsin depth apm arincreasingly foreshortened with increasing 

egocentricdistahce,prestlmably becauseofthefaloffin cueavailability.Figure 2 

gvestheresultsofoneofherexjerimentsin which equaly appearingdepth intervals 

were constl cted'along a singleline in depth on theground.Thisresultand other 

convere g evidencehlherpaperstrongly suggestthatperceived egocentricdistanceis 

anegatively accelerated function ofphysicaldistanceeven underfull-cueconditions. 

' 

What wehaveisan apparentparadox,forthe n omson resultsand other 

evidenceindicatethatsubjectsdo ç:know 'wherethingsarein nearspace,yetvisual 

taskxperformed tmdersimilarconditionsimply considerabledistortion ofvisualspace .

727 

FIGURE 2 

*- @ :IAG 

< . 

.!12 

> * 

=W 

! * 

eb % 

- 

- Ej . I t ; * > .; 

Q 'o 

.2: 

! 

d o 

@ D *0 K * 

% sltol0is#-- (p)inf=l' 

Itrnightbe tempting toarguethatthevisualtasksareunrepresentativeofthefunctionswhich 

vision hasevolved to perform ,buttllisistoo easy éway out.Rather,we 

should seek away ofunderstanding both visualm rception and themarmerin which 

itrelatesto visllnly-directed motoractivity. 

We have completed the firstofa seriesofplsnned experiments.The two 

tasksin thisûrstexperimentmerely conûrm whatwe already know.Thefirsttask 

involved thevistialmatchingofspatialintel'valsin aflatopen Iield with visible texmre, 

thesameield usedby one of usin directscslingtasksofdistance(Da Silva,1985; 

DaSilva& Fukusima,1986).Figme3 depictsthespatialarangementofthestimuli 

lsed in thistask.Four6-inch whiterodswith stakesundeèneath were placed verticaly 

on theground.Two of these,A and B,defmed afrontalinterval,orwidth,thatwas 

ftxed duzing thetrial.The experimenter,folowinginstmctionsfrom thesubject, 

adjusted tlze positionsofrodsC and D so thatthedepth Wsualy matchedthewidth 

under çobjective'instrudions.Observersviewed thespatialconiguration binocularly 

from aflxed position whilestanding and could seewhattheexperimenterwasdoing at 

alltimes.Theindependentu riableswerethe egocentricdistanceof rodsand B and the 

width between them.Figme4 gvestheresultsfor10 subjects.In alcases,subjects 

needed to makethedepth intervallargerthan thewidth in orderforthem to apm ar 

equal.Furthermore,thedepth/width mtio increaseswith egocentricdistance,most 

notably intheonemeterconditions-Wermn interprettheresultin a mnnnerconsistent

728 

FIGURE 3 

with Gilinsky's work--egècentric distance is a negatively accelerated function of 

physicaldistance.Thismeansthatadepth intervalof 2 metersappearslazgerwhen it 

isclosethan when itisfaraway. 

Given tMsdltortion ofvisualspace,whatmightbe expected ofthesame 

observerswhen they are asked to walk to atargetwith eyesclosed folowing a period 

ofvisualpreview? Figure 5 depictsthe grid ofspatialpositionsused in ourtask . A 

white rod wasplaced atoneofthepositionsindicbted by theopen circles.After 

viewing thetarget,thesubjectclosed hiseyesand attempted to walk to thetarget, 

which was silently rem oved in the meantime.After completing his response , the

7i9 

FIGURE 4 

2 W idh 

. 1.o m 

1.5 m 

* 2.0 m 

= 

@- 

RN 

c 

q) 

O 

0 

2 4 6 8 10 1? 

Distance (meters) 

' 

, 

subjectwas1edback totheorigin stilwith eyesclosed.Thesubjectniverreceived 

feedback abouthisperformancedudngthetask.Figure6 givestheaverageresultsof 

the 10 subjects.Asisevident,no systematicveeringtendency wasobserved.However,becausemoresubjectstendedtoovershootthan 

toundershoot,thereisaslight 

average overshootingeror.Figure 7 prtraysjustthe distanceresultsin thesnme 

format asbefore.Performance isnotneady so good asThomson found,butitis 

nevertheleu quite accurate.Whatismostimportantistheabseùceofany noticeable 

negativeacceleration eitherin themean resultsorin theresultsofany onesubject. 

A way to putthisisthatwhen thetargetissetto,say,10 m on onetrialandthen is 

setto 11m on thenexttrial,the subjectM Igo theextrameter. . 

0nemightargue thatbecame the wnlking responsehwolvesan assessment 

ofegocentric distance while the intervalmatching task ilwolves ajudm ent of 

exocentric separation,the two tasks are not really comparable.We are currently

730 

FIGURE 5 FIGURE 6 

runningasecond experimentin which thesubjectviewstwo targetsdefmingeithera 

frontalintervalora depth intervaland then,with eyesclosed , proceedstowardthe 

targetsand attemptsto planthisfootatthe location ofonetargetandthen afew 

steptslater at thelocation ofthe second,each tim'e saying 'Yere'to indicate his 

response.With justtwo subjectsrun so far,Jo'séhasinfonned methatsubjectsseem to 

bequiteaccuratein indicatingb0th frontaland depth ịntervals. 

How mightwereconciletheresultsofthetwo kndsoftask?First,wetaḳ e 

itasagiven thatvisualperception ofnearspaceisdistortedeven underfullcueconditions..FolowingThomson 

(1983),weassumethatthesubjectestablishesan internal 

representation ofthetargetand thepath to itbased on whatthesubjectperceived 

when ltiseyeswereopen.Asthesubjectmovesthrough spacewith ltiseyescloRd,this 

internalrepresentation isùpdated ortransformed asthesubjectwalksoverthepound. 

Whatisthenatureofthistransformation?Prompted by thethinking of Rieser,Guth , 

and Hil(1986) and Shepard (1984),we argue that theinternalrepresentation 

transformsmuch in thesameway thatvisualspacetransformsaswewalk through it . 

When wePovethrough spacvwith oureyesopen,depth intervalsthatareperceptualy 

underçstimated in thedijtanceincre%easweapproach them .tâkewise,wecaùargue

731 

FIGURE 7 

1 . 

1 .. . 

rl . 

E 

* 

c 

O 

c 

* 

TatgetDistapce (m) 

1 1 1 

that the internal representation guiding us when our eyes are closed lmdergoes 

corresponding changesaswemove overthe pound.'I'hisreasoningrelatesto exocentricintervals,butwhataboutegocentricdistance?W 

lileadistanttargetmay be 

m rceived to becloserthan itactually is,an observerdisplacementof1m toward the 

targetattheoutsetmay causetheinternalrepresentation of thetargetto changeby 

only,say,halfameter.However,asthetargetget.svery close(both physicaly and 

imasnaly),an observerdisplacementof1m resultsin a displacementoftheinternaly 

represented targetthatiscloseto 1m.Thus,despiteadistorted visualworld,wecan 

m rform complex motoractsvirttmlly withoutsystematicerroreven in theabsence 

ofvisualfeedback duringexecution.

732 

Refe- - : 

' 

DaSilva:J.A.(1985).Sœlesforperceived egocenkicdistnncein alargeopenfield:Comparkson of 

threepsychophysicalmethods.A-erfclaJournalofpsycholov ,98,119-144. 

I:h Silva,J.A.& Fukusima,S.S.(1986).Stability ofindividualpsychophysicalfuncdonsfor 

perœ ived distancein naturalindoorand outdoorsettingṣ PerceptualkMotor Jkfllz,63,891- 

902. ' 

Gilinqky,A.S.(1951).Perceived sizeand distemce in visualspace.PsychologicalReWew , 58.460- 

482. 

M omis,J.M.(1973).Sensorimotorand cognitivespaces.Unpublished. 

meser,J.,Guth,D.A.,& Hil,E.W.(1986).Sensitivity to perspective structurewhilewalking 

withoutMion.perception.15,173-188. 

Shepard,R.N.(1984).Ecologicalcomtrnintson internalrepresentation:Resonanthnematicsof 

perceiving,imagining,thinking,and Bezm ùq.psychologicalReview , 91,417-447. 

n omson.J.A.(1983).Iscontinuous visualmonitoring necessary in visualy guided loçomotion? 

JournalofExperimental'y.l/c/loloo'.'HumanPerceptionandPerformance,9,427-443. 

Wagner,M.(1985).n e mekicof Wsualwuze.perception kpsychophysics , 38,483-495.

ABERTURA 

H ENCONTRO NACIONAL DE INSTITIJW öES DE 

PESQUISA E ENSm O DE D ICOLX IA 

(H ENIPEP) 

Deisy dasGraçasde Souza

11ENCONTRO NACIONAL DEINSTITUICOES DE PESQUISA 

E ENSINO DE PSICOLOGIA (IIENIPEPI:ABERTURA 

DEISY DAS GRK AS DE SOUZA* 

UniversidadeFederaldeSïp Carlos 

O IENP U ,renlizado em outubro de 1987,retmiu didgentesdeInstitutose 

œ partamentosde Psicologa,deInstituiW esdePesquisaedeSodedadesCientfkas 

na lea,aldm decoordenadorisdecursosdegraduaçfo edepösv aduaWoem Psicologa.O 

objetivo principaldo encontro foiodeaglizaraarticulalo entreessesdiferentesnfveisdeorganihlo 

daPsicologa,emvbuscade umaatuaçâo coordenadaem 

relaçâo apropostasededsœ ssobrea polfticadedesenvolvimenio cientfûco etecnolö- 

#co paraaérea.& te11ENPEP,deverédarcontinuidadeà discussïo iniciadano ano 

passado,na direlo do objetivo entâo proposto.Parafundamentaredirecionaradiscussâo,pretende-seformlzar,nesteenconiro,asrelaçöesentreacomlmldAdecientfka 

eseusrepresentantesnasag:nciasdefomento âpesquisa.O debatiaberto serâprecedido 

por lmamesaredonda que contar;com a pvticipaWo depesquisadoresdaérea, 

m embrosdecomitlsassessoresdaFAPESP,do CX q edaCAPES. 

Ao enviarosconvites,salientamosaimportância ftmdmnentaldaparticipaçâo 

de dirigentesdecursos,programaseinstituiçôes,quedetdm competdnciaeresponsabilidadeinstitudonalparaarticulare 

implementardecisöesqueafetnm osrim osda 

e aedaprofhsâo. 

No entanto,acontecimentosrecentes,doconhecimento detodaacomlmidadedentfica,tomaram 

muito maisFavedo quejéera;asitualo dacidndaeaspersm 

ctivasdedexnvolvimento dentfico etecnolö#copara o pafs. 

Diantediso,talvez nosm rguntemosseëhoradediscutiro quenospropusem 

os e ṣeadianta discutirasituâlo daPsicologa,quando acidnciacomo um todo x 

encontraem situalo t:omiserâvel...IM nosoponto de Wsta,émaisdo quehorade 

dijcutiraPsicolo#a,atécomo umamaneiradeparticiparde1lm movimento maisamp1oem 

defesadacompetdnciadentïicaetqcnolögicaparaopafs. 

Hâ quem digaques6 estamosquerendoencontrar lma maneiradeobtermais 

verbas...Verbassâo importantessim;s:o ftmdamentais.M>ste bém éfunàamental 

sabero quefazercom elas.O quejulgamosmaisimportanteëqueconsigamos,mesmo 

quepouct?a pouco,defmiçœssobreparaondeqperemosircom a Psicologa;o nös 

incluiosquefaam ddncia,osqueusam ocoAedmentonaatuaWoproûsional,os 

. Em nome da Diretoria da :odẹ . ande dePgcologia deltibeir:o . H eto. 

733

734 

' 

responsé#eismlaformalo denovosprofisionaisenovasgeraçöesdecientistas,as 

. u ' ' k 

. 

agdnciasdefomento,asflmdaçöesde m squisa,culasprioridades,quandoexistem,determinam 

drasticnmente,bexh o sabemos,osdestinosdaproduWo em ltmaârea... 

Parece ingdnuo acreditarque possamostrabllharsem horizontes;ou com horizontes 

individuaisequeestarem'os,assimfavançando o conhedminto,a1ea ea profissâo.A 

Profa.Eunice Durhan dida hâalgum' tempo,analisandoaquestâo da polftica educacional,que 

ç$Nâo havendo llmxpolfticacoerenteytudo,tanto o essencialcomo o supër- 

Iluo,podeserconcedido ou negado,dependendo apenasdacapacidadedepressâodos 

interessados...'.A intençâo daSPRP,ao proporesteseàcontrosnàcionais,éade 

colocarà disposiçâo da comunidadecientfficaem Psicologiaa oportlmidadede definir 

polfticasdedesenvolvimento,par'aquetrabalhemospelo essencialenâb percamosteinpo'com 

o supérfluo;esta deveria ser llma oporturlidade para pensaro futuro,estabelecerprioridadese 

delinear maneirasde trabalharporelas. 

Podemos começara fazeristo dialogando com aquelesquenosrepresentam 

nasag:ncias defomento e que tém nasmâosa oportunidadededefinireimprimir 

polfticu cientfficascom impactosignificativo sobreo desenvolvimento'cientfficoem 

' 

Dra.Ma ria ClotildeRossettiFerreira 

CoordenadoradaV eadePsicologiado Comit:XssesordeCidnciasHlxmanas 

Fundaçâb deAmparo àPesquisado Estado deSâo Paulo - FAPESP. 

Dra.Marilda NovaesLipp 

Comit:Assesorda âreadeCiénciasHumanaseSociaisAplicadas 

Conselho Nacionalde œ senvolvimento Cientffico e Tecnolögico - Ce q. 

Dra.Analucia DiasSchliemann 

Comit:deConsultoresCientïficos 

Coordenaçâb deAm rfeiçoamento dePessoaldeEnsino Sum rior- CAPES 

O temaquelhespropusemosfoi: 

POX ICA DE PESQUISA EM PSICOO GIA,DO PONTO DE VISTX DOSREPRE- 

SEXTANTES bA COMIX IDADE CIENW FICA NOS COMITVSASSE/SORES DAS 

AG g NCIASDE FOMENTO. 

. 

E como divulga zik os,ostp 6 icosquepropusemospmi discussro abrangém: 

- A qualificaçp dademanda porrecursosem Psicologia; 

- A relaçâo entreàdemandaeosrecursosinvestidos:critdriose procedimentos 

decisörios' 

'

735 

- 

A posilodaPsicologa(enquanto demandaerecursosefetivamentehwestidos)em 

relaçïo àsoutrasleasdo corlhecimepto. 

- PolfticadeformaWo derecursoshumanosem diferentesnfveis;critërios 

paraconcessâo debolsas,auxlYosviagem ,apoio àinfraestrutura,etc. 

- Polftica paraapesquisacientflka; 

- Polftica paraapublicaçfonalea. 

(Espera-sediscutiro papelea.margem departidpalo dosrepresentantesda 

comunidadedentffka nosprocessosdecisöriosena deftniçâo depolfticas,em relaçâo 

acada1'm dostöpicos). 

' 

Convidam osainda pàracoordenarosdebatesaDra.Carolina M .Bori,DocentedaUniversidadedeSfo 

Paulo ePresidenteda SodedadeBrasileira paraoProgresso 

daCidnda. 

A pauta dosdebates,previstaparao perfodo da tardeinclui: 

- 

A organizaWo da Psicolos!no pafscomo ireadeconhecimento ecampo 

deatuaWo profissional:em buscadeum sistemadeCi:nciaeTecnolosa: 

- nfveiseformasdeorganizaWo dacomlmidadeciehtfica- o papeldosrepresentantescientfûcosem 

örgâosdedecisro; 

- metasacurto,mëdio elongo prazo; 

- çstratésasdeatuaçïo; 

- 

providdncia quepoderiam/deveriam serimplementadasdeimediato. 

Eu gostaria agora de solicitarà Dra.MariaClotilde que apartirde agora 

coordeneesta mesaed:infcio aostrabnlhos...

DlvulrAçlo DE CONM GMENTO NA CI'NCIA DO 

O MD RTAMENTOTRESULTAX S DA 

m lREuN lo ANUALDE O ICOLX IA 

œ isy dasGrapsdeSouza

DIVULGACAO DE CONHECIMENTY RECENTE NA CIENCIA D0 

GOMPORTAMENTO :RESULTADOS DA XV IIIREUNIAO 

ANUA L DE PSICO LO G IA I 

. 7 

DEISY DAS GM CAS DE SOUZA 

UniversidadeFederaldeSâo Carlos 

A XW IIRellniâo AmuldePsicologiaestâbem docllmentadano h opama e 

Resumos,quelista edescrevesuscintsmentetodu asatividadesrealizadasedivtzlgaos 

resumosdascomunicaçöesdepesquisa , bem como nosAnais,ondesïo publicadasas 

apresentaçöesfeitasem simpösios , mesasredondas,confer:nciasecursos.Em funlo 

disso,sâo apresentadasnesterelat6rio apenasZgmnasobservaçöesqanflisesquantita - 

tivassobre&satividadesrealizadaseosparticipantesquesebeneficiarnm dasmesmas 

' ' 

. 

Em primeiro lugar,ëimportantesalientarquetodasasatividadesprogrnmadas 

fornm realizadas,com exœç:o deumaconfer:ncia , tm cursoe5,4$ dascomlmicaçöes 

depesquisa(de1tm jotalde261trabalhosaceitos).Comparadacom outrostiposde 

retm iö . ese,mesmocom RelmiöesdaSPRP,em anospauados , essaaltataxadeconfirmaçâb 

erealizaçâo do programaeddenciaqueosproponenteseosconddadosquese 

responsabilizaram pelasatividadesencaramm com seriedadeo compromisso assum ido 

com ReupiâoAnualdePsicolo/a. 

O nfzmero de participantesinscritos na Reuniâo foide aproximadamente 

1000,como m ostra aTabela1.Considerando-setambém osparticipantesnèo insczitos , 

estima-seuma audiênciadeaproximadnmente 1200-1300 pessoas , ao longo doscinco 

diasdecongresso.Entreosinscritos , 46po!cento eram profisionaiq(incluindoconvidadoseouvintes)e 

54 porcento eram estudantes.Aproxinpdamentemetadedos 

participantès(480)foiconstitufdapors6ciosda Sociedadtetsenfvmero representa 

cercadetup terço dossöciosqueatualmentecompsem o quadro daSociedade .. 

Examinando-seaprocedénciadosparticipantes(com baseem dadoscoletadosnasfichasdeinscriçâb),constata-seque19estadosbrasileirossefizerqm 

presentés 

(Tabela2),num totalde85cidadesdiferentes.Estesdadostem importância , na medida 

em que evidenciqm a abrangência dacomunidadecientffica em Psicologi:direta - 

menteatingidapel% atividadesdaRelmiâo Anualesugerem o alcancequeadifusâode 

conhecimento pode ter , como resultado desse tipo de empreendimento . E preciso 

1Rehtôrio c'ientfico sobrea realiz açâo da xV IIReurli:o Anualde Psicologia,encaminhado âs 

agênchsde Fmanciamento . Aradecemosa Vera R.L.Oteio , Antonio Bento M R sde Moraese 

Sonia BeatrizMyer peh tabulaçfo e organizaçfo dosdadoṣ 

739

740 

' 

N 

. .. . ' . . . 

Tabela1-Distribui/odosparticipantessegundoanàtùrezadaparticijaçâoetipode 

vinculaçïo com é Sociedadé. 

Natureza daParticipaWo Nlimero % 

. 

' 

Profissionàis: 

Inscritos 292 29,0 

Convidadosbrasileiros 156 15,5 

Convidadosestrangeiros 12 1,1 

Estùdantes 549. 54,4 

Total 1009 100,0 

Vfnculo com a Sociedade: 

Södosefetivos 262 26,0 

Söciosaspirantes 216 21,4 

Nâo söcios 531 52,6 

Total 1009 100,0 

ressaltar,contudo,queafreqûdnciadeparticipantesdo Fastado deSâb Paulo ém aior 

(54 porcento)doqueadosdemaisestadosjuntos. 

Asatividadesrealizadasduranteareuniâb sâosumarizadasnas'Tabelas3a6. 

A Tabela3 mostrao totalgeraldeatividadesefetivamenterealizadasnastiltimasreuniöes,incluindoa 

XVIII.Constata-sequeocorreu,em geral,um aum ento em 

todosostiposdeatividadèse,especialmente,no némero decomunicaçöesdem squisa 

(quesâo submetidasporiniciativadospesquisadoreseselecionadassegundo critërios 

dequalidade),confirmando umatendénciacrescentenesteitem,jéobservadatambdm 

nosanosanteriores. ' 

A Tabela4 mostraumalistagem doscursosoferecidos,com ototaldeparticipantes.A 

vaziedadedetemassugerequehouvepossibilidadeefetiva deatendimento 

aosmaisdiversosinteresseshosparticipantes.Oscursosabordarnm questöesteöricas, 

metodollgicase fllosôficas;foram focalizadostemasrelacionadosâatividadedepesquisà 

com diferentesprocessospsicolögcos,àatuaçâoprofissionalem diferenteesferas,à 

form açâo deterapeutassob diferentesenfoques;eforam ensinadastdcnicase 

procedimentosde medida,deavaliaçâb psicolögica,'deensino,etc.Asoportunidades 

de atualizaçâo fomm tambdm aumentadasgraç% à distribuiçâo doscursosem dois 

perfodos.Além disso,algunscursosfornm destinadosaprincipiantes,enquanto outros 

envolveram nfveismaisavançados,ate'ndendo a pessoas com diferentesgrausdeco-

74 1 

Tlbel:2 -Origem dpsparticipaptes . 

porFastado,nu dnco tmimasRelmiöesXnuais. 

Origem 

Nlknero deParticipantes 

XIV XV XW . XW I. XVIII 

Alagoas 05 03 23 (14 16 

Amapâ ' 00 00 03 00 00 

Bahia 00 00 14 04 08 

Cearâ 02 03 07 02 04 

Distrito Federal 83 61 49 60 108 

Espfrito Santo '' 05 09 07 07 12 

Goil 35 68 62 18 10 

Maranblo 00 00 00 02 03 

Mato Grosso 00 00 00 01 01 

Mato Grosso do Sul 57 01 06 21 11 

MinasGerais 

. 

27 40 23 37 26 

Paré 66 62 tj .17 23 

Paraz'ba 02 00 00 10 07 

Paranâ .22 47 68 76 81 

Pernambuco (B 00 08 65 03 

Piauf 00 00 03 03 00 

m o deJaneiro . 81 26 28 45 45 

Rio GrandedoNorte 01 00 ù3 00 03 

Rio Grandedo Su1 02 06 09 13 22 

m nta Catarina 00 20 11 17 50 

Sâb Paulo 377 489 .' 430 442 564 

lrgpe 

Pakicipantesestrangeiros 

00 

00 

00 

04 

00 

02 

01 

02 

00 

12 

Totd 779 839 834 784 1009 

nhecimento ecompetûncia.Frequentarnm os21cmsos,com pelo menos75porcento 

de freqiidncia,722 .participantes,procedentesde62 cidadese 17 estadosbrasileiros . 

Maisuma vez,osdadosevidencinm a importânciadaatividade(queprov:atualizaçâo 

intensiva)eAsposibilidadesde impacto,a longo prazo,naeducaçâb permanentede 

psicölogoseestudantesdePsicolo/a.A procura peloscursos,aasiduidadeeo nfvel 

depm icipaWoobservadossugerem queessetipodeatividadedeveserconsiderado 

com espedalatenWo na organizaçâo dasReuniöéàAnuaise,tnmbém,nasdemais

Tabila3 eAtiddadesdas10 ëtimasRem iöesAnuaisdePsicolo#a. 

. , 

' 

' 

TipodqAodiadesf 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 19ài 1988 

Cuoo 02 05 06 04 05 06 05 12 21 

. 

Sim#sio * . % Y 05 06 07 07 07 08 . 

16 

Conferincia 02 05 16 10 16 15 15 11 17 

Mes: Redonda 01 œ 05 08 16 14 13 09 16 

. GnzpodeVivênda œ 00 02 01 01 02 01 03 03 

Sessro deVfdeo œ 00 œ 04 00 * 00 03 03 

j Dmln@o . 00 00 01 00 00 X x x x 

Encontro 00 ' 00 œ 00 00 00 > (M 09 

Painel 00 œ 00 œ 03 œ (% 02 02 00 

wore op G) 00 00 œ 01 œ 02 œ 01 02 

p ssâo Tdcnica œ 00 00 00 01 03 02 X 00 00 

ProjetosdePesquisa 00 00 00 00 00 00 œ 16 19 29 

Comunicaçl sdePvsqukasRecentes 45 92 119 139 155 130 192 196 236 232 

Totz deAtiddades 54 108 146 ' 174 193 178 240 243 289 348

Tabela4 -Cursosofereddosefreqûdndadepartidpantes. 

N0 . de .Nsde Partidpantes % deAproveitamento 

Curso vagas Inscritos com 75% depresenp 

1.Modelosdeavalialo detreinnmento 50 35 32 91,4 

2.Anélisecomportamentalaplicadaaorganizaçöes 55 26 24 91J 

3.Thefunctionsoflanguage 60 62 51 82J 

4.A ldilodeprimatas:metodolo#adePesquisa em 

comlmicaçzoacltica 25 10 5 50,9 

: 5.InstrumentaWo emétodosem neurobiolo#a 25 28 19 67,8 

6.Fato,valoresignilkado em psicologa 60 43 33 76,7 

7.Introduçâo âgestalterapia 30 34' 30 88,2 

8.O Testede Atchnich . 80 14 14 1œ ,0 

9.Ensino fundonal:aplicaçöescom populae sespedais 80 23 13 56,5 

10.Psicolo#aSocial1:questöesteöricasemetodoldgicas 80 43 31 72,1 

11.kecanismodedefesapsicopatolögcu: 

lmavisïo Kleiniana 80 83 78 94,0 

12.MitoePsicano se 60 60 58 96,6 

13.Psicanl seeestrutumssodais 50 51 41 80,9 

14.Psicolo#aSocial11 80 50 45 90,0 

Conqnua

Tabela4 -Continuaçâo 

NO de NỌde Participantes % deAproveitamento 

Curso ugas Inscritos com 75% depresenp 

15.Proceuosgrupaisnaabordagem centradadapessoa 40 40 37 92 , 5 

16.Pensmnento sistêmico 40 41 35 85 , 4 

17.Terapiacomportamentalinfantil:Avaliaçâoe 

interm etaçâo dedadosqlfnicos 80 58 44 75,9 

18.Um modelodeformaçâodetera#utascomportamentais 60 43 36 83,7 

+ .19.Consultoria escolar:umamodalidadedeaçâo em 

psicolosaescolar 25 19 17 89,5 

20.'ParaIlmapsicomdago#abaseadaem Piaget:Questœs 

teöricm edeaplicaçâo reladonadu aotrabm o com 

çriançascom exm ri . inciadefracassoescolar 

21.Teoriaetécnica psicopedagö/ca- enfoque 

epistemolö#co convergente 60 60 52 86,7 

Total 849 85,0

745 

PromoWesrealizada duranteo ano.Cabèàestacar,também,queoscursosoferecidos 

pelosprofessoresestrangeirostivernm boa audidncia e fornm consideradosdemuito 

bom nfvel. 

O Quadro 1sumarizaasatividadesdesistematizaWoedebatededadose 

idëias(simpösios,mesasredondas,conferdncias,worbhops,etc).Nestecaso,tambdm, 

constata-se avariedade de töpicosabordados,em 'lma condiçfo com alto potencial 

educativo para asnovasgeraçöeseoportunidadedereflexâo porpartedospesquisadoresmais 

experientes.Os töpicosenvolvem fenômenoseprocessosde interesse dos 

estudiososda Psicolosa(aprendizagem,memöria,m rcepçâo,desnutdlo,o enve'lhecer,movimentossociais,identidade,subjetividade,trabnlhofeminino,adolesdncia, 

dore comportamento,M guagem ,cogniçfo,deficidncia,produçâo artfstica , locomoçâo,etc),questöesrelativasao 

curfculo eaformaçâb doprofisionaldePsicologiasob 

difçrentespontosdevksta,questöesrelativasà priticaprofisionalecientfica(metodologia,dtica,alcance...),opapeldaPsicùlogiaem 

relaçâo aproblemasdesafldeede 

educaçâoemuitosoutros,como podeserconstatado nalistagem apresentadanoQlzadro 

1.Estestiposdeatividadesfavorecem,pelasuanatureza , adisclzssâb dequestöes 

polêmicas,o confronto deidëias,a discussfoeaproposiçâo depolfticaspafaaJrea , 

etc. 

' 

Osdadossobreascomllnicaçöesdepesquisa,quesâb inscritasporiniciativa 

do pröprio pesquisador,estâb resumidosnaTabela5. ' 

, . 

Fornm inscritos,nototal.257 resumosdepesquisae 31resumosdeprojetos. 

Buscando atingirumamelhodanaqualida'dedosresumos(etnmbdm dospröprios 

relatos),foiconstitufdaltmacomissrocientfica,com pesquisadorescom amplaexperiênciaereconhecidosnassuaspr6priasireas,paraexameeseltçlo 

dostrabalhos .Foram 

recusados,em primeirainstância,10 trabnlhosquenâb preencheram osrequisitos 

dequalidade e ou q'ue nâb sereferiam'atrabnlhosdepesquisapropdnmente;67resumosforam 

devolvidosaosautores,com sugestöesparareformulaçïo e destes , 40 

retom aram com uma versâb butantem elhorada,deacordo com a opiniâo damesma 

comissâb.Esse trabalho de revisâo parece ter,portanto,importo da ftmdamental 

como instrumento paraamelhoriadaqualidadedosresumos.Ao final,261resumos 

revistos(incluindo pesquisasconclufdase projetos)fornm efetiynmentedivulgados 

atravésdo Prom ma e Reszlmos,facilitando aescohadosparticipantessobreo que 

assistirefuncionando,tambëm,como umaformadecontato prdvioentreosprôprios 

pesquisadoreseentreestesea audidncia.O nfzmero derelatosdepesquisaeo nfzmero 

' de autoresenvolvidoscom estetrabnlboevidencia,anosso ver ,o vigordaproduWo 

dentficaem Psicolosaqueteve,em 1988,um aumento de27,3 porcento em relaçâo 

a 1987,queporsua yezjâtivera1Im almento de20porcento em relaWo a1986. 

Naorganizaçâo dassesôesdesta Reuniâb foiu'tilizadaaestratë/a,introdlxzida 

jïem 1987,desecomporassessTescom trabalhosreladonadosportemàseatribuir-lhestftulosdescritivos,para 

melhororientaçâo àaudidncia . Como pode'servisto

746 

Quadro 1-Simpösios,mesasredondas,conferdncias,work-shops,vivéncias,sessGesde 

vfdeoeencontrosrealizadosduranteaXVIIIReuniâo Anual. 

SIMY SIOS (16) 

1.Neurobiolosadaaprendizagem,memöriaemrcepçâb daabelbn-1. 

2.Nemobiolosadaaprendizagem,memöriaepercepçâb daabelha -I. 

3.m snutriçâo e substânciastöxicas:interaçöes com o desenvolvimento neurom otor 

e com o com portam ento. 

4.Psicologia ecâncer. 

5.Envelhecerno Bṛasil. 

6.Ostestespsicolögicos:o enfoqueantropolögico,o transculturalepsicanalftico. 

7.O trabalho do professor:novasbasesparaintercâmbio tmiversidadeeescqlasde 

10 .e 20 .g raus . 

8.Aplicaçöesdametodolosaobservacionalem estudoscom excepçionaisenaescola. 

9.Capacitaçâo derecm soshllmanosem educal o especial. 

10.Condiçöesnmbientaisnaeducaçâo do indivfduo especial. 

11.Alfabetizaçâb paraindivfduosespeciais. 

12.ModelospsicolögicosnasfunW esderecursoshumanos. 

13.Movimentospelos direitoshumanos. 

14.A buscadeidentidade. 

15.Osaspectosorgnnizativosdosmovimentossociais. 

16.Simpöqio interdisciplinarsobreo trabnlhofeminino. 

MESAS REDONDAS (16) 

1.A questâo dasubjetividadeem Psicologia. 

2.A psicologia experimentalno Brasil:retrospectiva e perspectivu . 

3.Publicaçâo cientïficaem psicolo/ano Brasil. 

4.Cunïculo:llmaproposta para formaçâodeprofissionaisepesquisadoresem psicolo/a. 

5.Abordagensqualitativasem pesquisa. 

6.Avançobrecentesem psicolo#adodesenvolvimento:questöesmetodolögicasrelacionadasaotkso 

decategoriasanalfticasedescritivas. . 

7.Vivénciasrelativas ao trabnlho em avaliaçâo .psicolögica:dificuldades,limitese 

perspectivaspara o Brasil. 

8.A formaçâo eo treinamentosdeterapeutasnaabordagem centradanapessoa. 

9.AtenWo multiprofissionalao adolescenteem progrnmu desaûdeescolar. 

Continua

747 

Quadro 1-Continuaçâo 

10.Planejamento erealizaçâo deeducaçâo parao trOsito nasescolasde10.grau. 

11.A formaç:odo terapdutacomportamental:o queauhiversidadepodeofereceè . 

12.Terapiacomportam ental:confrontosentreterapiaeaatuaçâodosterapéutas . 

13.Dorecomportamento. . ' 

14.SituaçâodaAIDS no Br%il:ap ectospsicoterâpicoseëticos . 

15.Prevençïo em salidementalna escola. 

16.O pamldo socialna estruturaWodo sujeito. 

O NFERANCIAS (15) 

1.fticacontemporâneaepsicologia. 

2.Revendo algunspressupostosdapsicologiado desenvolvimento . 

3.Experimehtaçâo com hlzm anos. 

4.0 m odelo neuropsicolögico deLuria. 

5.O atendimento do defidenteno Br%il. 

6.O ensino da linguagem funcionalparaindivfduosespeciais . 

' 

. 

. 

7.O processo deindividualizaçâb naabordagem Jtmquiana. 

8.Salidementaletrabnlho. 

9.O desafio daodentaçâo profissional. 

10.Algum ascontribuiçöesdeMelanieKlein àteoriaeâtëcnicadapsicanâlise . 

11.Ossepegados-do hospfcio ao museu:osmovimentosatravësdaarte . 

. 

12.Projeto vida:levaninm.ento deatividadeseducativasdetrânsito juntoâsescolase 

empresasde Ribeirfo Preto. 

13.Fatoreshumanosnosaddentesrodoviirios. 

14.Comportamentosauto-lesivosem indivfduosexcepcionais:contribuiçöesda anélisedo 

comportnmento. 

15.Controloflocom otion with and withoutsight . 

WORKWHOD (2) 

1.Avançosrecentesem anélisttxperimentaldo comportam entoTnovosproblemase 

novassoluçöes. 

' 

2.Fnm lia:pesquisascom upectosantropolögicos , sociolö#cosepsicolö#cos. 

NCIA: (3) 

1.Aprendizagem intrapessoal , interm ssoaletranspessoal.IeII. 

Continua

748 

Quadro 1-Continuaçâo 

2.Sessâb depsicodrama:vivdnciaseprocessamento. 

3.Sonhosnumaabordagem gestztica. 

W DEO (3) 

1.Comportamentodeemergdnciaem vefculos. 

2.Ossegregados:o teatro no presfdio. 

3.Estlgiosem psicologia escolar. 

ENO NTROS(9) 

l.Encontro (le profissionaisque traballmm com tdcnicasde exame psicolögico. 

2.Encontro deglesquisadoresquetraballom com metodèlogiaobservacional. 

3.Encontro preparatödo do IV Forum Internacionalda Abordagem Centradana 

Pessoa. ' ' 

4.Encontro do Conselho deRepresentantesdaArticulaçfo Nadonalparamelhoria 

do ensino depsicolq/a. 

5.Encontro de terapêutas do comportamento. 

6.Encontro dosprofissionaisdetrinsito. 

7 Encontro:safldementaletrabalho. 

8.Epçontrodeprofissioriaisdaabordagem centradanapessoa. 

9.Encontrodepsicologiaescolar. 

naTabela5,foram realizadas,ao todo,51sesses(incluindo 7 sesöescoordenad% e 

10 sessöesdeprojetos)relativasa15ïreasou temasdiferentes.Urilaproporçâorelativamentealtadecomunicaçöessecohcentraem 

Anâlisedo Comportamento (27$), 

Desenvolvimento (15%)ePsicologiaEscolaredaAprendizagem (13%),seguidospor 

PsicologiaSodal,Organizacionale 

' 

èlfnica.E interesantenotar,ninda,que20dos 

trabalhossereferiam alevantnmentosarespeito da atuaWo profissionaldo psicölogo. 

Osnlimerosrevelam queaproduçâb'cientfica em Psicologavem senmpliando esediversificando(ou 

mlo menos,queadivulgalo daproduçâb tem seampliado),em rela- 

Woaosanosanteriores. '. . : 

' 

menteapresentadas;atabea 

Um outro aspeçto asxamiqarrefere-seao numero decoml'nl'caç4esefetiva- 

' 

1 fnostraqueocorreram 44,6 poycento dasapresentaçöes 

previstas(contra903 em 1988),conformeosregstiosnasatasyelatadasporcoùrdenadoresde 

sesöes.Emborao fndicedeabstençöesnâo sejat:o alto,quando comparado 

com outr% situaças,aSPRP iem como metareduzf-lo cadayez mais;anâoapresen-

Tabela5 -ComtmicaçöesdePesquisasnaXW IIReuniâoAnualdePsicologia . Sessasorjnnizad% portemas6u éreas,nu#merodesessöes,trabalhosinscritos,trabalhosefetivamenteapresentados(qlmntidadeepoicentagem)enufmero 

deautoresporirea. 

' 

N S deTiaba lh oS ' ' '' 

Temas/éreas' Nî de % deTrabnlhos NS de 

. 

. D ssöes . 

Inscritos Apresentados . Apresentados . Autores 

1.Anélisedo Comportamentp , 38 38 100 ' 79 

2 Anzisedo ComportamentoHumano 19 16 8. 40 

3.AnâlisédoComportamentoéPsicobiologa 06 05 83 @.) 

4.œ senvolvimento 36 36 100 50 

5.D colar/Aprendizagem 30 30 100 TW 

6.AnzisedaProflssâo 20 19 95 16 

Z 7.Social 18 18 100 33 

m 8.Organizacional 16 11 68 25 

9.Clfnica 10 09 90 16 

10.Metodolo/aeRevisöes be 

Literatura' 07 07 100 05 

11.InstrumentosdeAvaliaçâo ' 

Psicolösca 07 05 71 15 

12 . PercepWo ePsicoflsica j 

07 07 100 12 

13.Percepçâb/xocial . 06 (% 100 0t 

14.Comunite aeSalide 06 06 100 08 

15.Trsnsito . (M 06 100 09 

Sub-Total 41 232 220 94 420 

. --- . .: . 

Projetos 7 10 29 28 96 37 

Toti cerz ' . 'sl 261 248 . 95 457 

,( . .

750 

taçâo detrabalhosprogramadosconsiste,no mfnimo,em desrespeito àaudiJnciae,a 

longo prazo,podegerardesorganizaçâo edescrëdito,diûcultando o cumprimentoda 

programaçâo.Nagrandemaioriadoscasos,noentanto,prevaleceu aseriedadeeacompetdnciacientfficaeprofissionaldemonstradaspelagrandemaioriadospesquisadores 

que divulgam a sua produçâo nasreuniöesanuais. 

A tm imacolunadaTabela5mostrao mîmerodeautoresem cadasub-frea; 

aclassificaçâo porâreafoifeita pelospröpriosa'utores,no formulfrio deinscriçâo. 

Foram identificadas457citaçöesdepessoasdiferentesenvolvidasnarealizaçâo depesquisas.A 

proporçâo entre nfxmero de autores e nlimero de trabnlhossugere a existcncia 

degruposdepesquisa(ou pelo menosdeduplas)em praticamentetodasaséreas,oque 

tambëm sugere tun crescimento do contingente de cientistaseuma melhoria nascondiçöesdetrabnlho 

cientfico em Psicologa* ;h;poucosanosseconstatava,nasprôprias 

reuniöesdaSociedadedeRibeirâo Preto,qye otrabalho cientfico em Psicologia era 

realizado,fundnmentalmente,por'pesquisadoresisolados.Estaquestïo dospuposde 

Tabela6 -Distribuiçâo m rcentualdecomlmicaçöesdepesquisa(oral,coordenadae 

projetos)apresentadasnaReuniâoAnualdePsicologiade1988,pornfxmerù deautoreS 

.. 

' 

N8deAutores N? deComunicaçöes % do totaldeComunicaçöes 

01 85 33 

02 71 28 

03 46 18 

04 26 10 

05 16 06 

> 05 08 04 

Total 254 99 

Nota:Estesdadosnfoincluem 7trabalhosqueforam inclufàosnoProgramadaSemana 

imediatamente preœ dente ao infcio da Reuniâo. .. 

* A atualcrise do sistema nacionalde ciência e tecnologia e a falta depolfticasenergéticasnessa 

érea,contudo,m gerem que ospequenose aindafr

75l 

pesquisa pode sermelhorcaracterizadana Tabela6,que mostraque,embora33por 

cento dascomunicaçöesainda sejam deresponsabilidadedeum tinico autor,o restantetem 

pelomenos2 autores,chegu do a 20 porcento o totalde comunicaçöescom 4 

ou m aisautores. 

Uma outramaneira dt se analisaraprodutividadedosgm posde pesquisa ë 

e'xatamenteaqlmntidadedetrabalhosde cadaautor . A Tabela7mostraqueagrande 

maioriadosautores(78 porcento)est; envolvida co'm adivulgaçâo deum fmico projeto,caindo 

para13e4.4,respectivamente,aporcentagem deautorescom 2e3trabalhos.. 

Tabela7 -Distdbtkiçâo deautortssegundo o nftmero 

. detrabalhosdepesquisaaceitosparaapresentalo na 

X7111Rellniâo Anual. 

Ne ero deTrabalhos 

1 

2 

3 

4 

5 

6 

8 

9 

10 

Freqe nciadeAutores 

340 

56 

19 

7 

8 

2 

1 

1 

1 

TotaldeAutores:435 

Nota:EstesdadosnTo incluem 7 trabalhosque foram 

inclufdos ao Progrnm a da Semana imediatamenteprecedenteaoinfdodaRelmiâo. 

Procuramosidentificartambdm oscentrosqueest:o produzindo pesquisaem 

Psicologianopafs.Asprincipaisinstituiçöesquedivulgara asuaproduçâo naXW II 

Reuniâo AnualdePsicologiaestâoapresentadasnaTabela8 .M que maissedestacnm , 

laquantidadede comuni'caçöes , sâb asuniversidadesptiblica deSâoPaulo (USP em 

Sâo Paulo eRibeirâb Preto,seguidaporUNESP,UFSC? eUNICAMP)responsâveis 

por40% daproduçâo nacional(a USP ë responsâvelpor32% - 19% no campusdeSâo 

Paulo e 13% no campusdeRibeirïo Preto).A UniversidadedeBru liaë apröxima 

colocada,tendo sido responsivelpor26% da produçâoforado Estadode S:o Paulo

Tabela 8 -Distribuiçâo dascomunicaWes,segundo aslnstituie sdeorigem dospesquisadores*. 

. 

Fwstadù Instituiçöes NO.de % em Sâb Paulo 

% em relaçâo 

àsInst . foradeS.P. % noPafs 

comunicaçœs (N = 192) @ = 117) (N = 309) 

Sâo Paulo Pûblicas: P USP .59 31 19 

USP-FFCLRP 41 22 13 

UFK A . 15 8 5 

UNICAW 9 5 3 

Uc sp-Assis 8 

USP-Fono 6 

a tm Esp-Araraquara . 

Usp-Entermagem-r 

4 

3 

Ux sp-Botucatu 3 

IJNESP-Ba/U 2 

USP-EEK 2 

USP-F,sC.Pau1.Med. 1 

Uv -Educaçâo 1 

USP-Ed.Ffsica 1 

lm Ev -Marflia 1 

Uc spf ampinas 1 

' 

UM sp-llio Claro 1 

Sub-Total 158 83 51 

Continua

' 

d 

Tabela 8 -Continuaçâb 

. 7 

. 

% em relaçâo 

Estado Instituiçöes N0dt % em Sâo Paulo âsInst . 

. ! 

foradeS2. % no Pafs 

' Comunicaçöes (N = 192) (N =117) (N = 309) 

SâoPaulo Univ. PUC-SP 

Particular lm Glmrulhos 

. 

j.uj obytivo 

Plk farflp. 

OSEC 

FkU 

FFCLSZOMarcos 

Up.Met.Piracicaba 

Sttb-Total 13 8 

SâoPaulo Outros CasadoPsicölogo 

Esc.Est.R.P. 

Cia:.do Metro SP 

Hpsp.S.Franc.Assis 

C.Des.Infantil 

Sub-Total 

3 

i 

1 

1 

J . . 

DistritoFederal UnB 31 16 1ù 

. continua

Tabela8-ContinuaWo. 

% em relalo 

Ltado Institëöes NO.de % em Sâo Paulo âsInst.foradeSP. % no Pafs 

Comunicaçöes (N =192) @ = 117) @ = 309) 

Pazanâ FUEL 7 

W PR 

Un.deMaling; 

Pref.Mun.Maringé 

7 

3 

1 

-4 

+ 

K o Grandedo Su1 

W RGS 

I'JF santaM aria 

FAFm C 

12 

1 

1 

10 4 

Rio deJaneiro 

UFRJ 

Urtiv.Gama Filho 

ISOP/FGV 

W r 

PUC-RJ 

UF.Fluminense 

4 

3 

3 

1 

1 

1 

Santa Catnrina 

Uyst 

8 

Bahia 

UFBA 

Petroqlim .do NE 

5 

1 

Continua

Tabela'8 -Continuaçâb. 

% e!h relaçâo 

Estado Instituiçöes N0 . de 

Comunicaçöes 

% em Sâb Paulo 

(N =192) 

lsInst.foradeS.P. 

(N = 117) 

% noPafs 

(N = 309) 

Paral-ba UFPB 6 

< 

* 

MinasGerais 

Paré 

Pernambuco 

Goiis 

UFMG 

UF Uberlândia 

Fac.Integ.Uberaba 

Fac.Med.Triang.Min. 

25A.DRE-MG .' 

UFPA 

UniâoEsc.Sup.Parâ 

UFPE 

Planalsucar 

PUC/ O 

Espfrito Santo UFES 3 

j' ' 

Mato Grossodo Su1 UFMS 1 

Cears UFCE 1 

sb-erotal u 

117 . 

USA ' UC IA 1 . 

. 

TotalGeral 310 

1.. 

1 

1 . 

1 

1 

. ; 

*Paraestaanzisefoiconsideradaapenu afiliaçâo institudonaldo primeiro autor. 

3 

1 

3 

1

756 

e por 10% daproduçfo po pafscomo 'Im todo.AsUniversidadesFederaisdo Rio 

Grande do SuledeSantaCatazina,bem como asestadlm'sdo Paranâaparecem com 

I1m nfzmero menor,pordm significativodetrabalhos.Contudo,entreinstituiçöespûblicaseprivadas,Sâo 

Pauloficacom aproxim adamente60% detodaaproduçâo nacional. 

.. ' ' ' 

. ( Uma apreciaçâo daqlmlidadeedosconteûdosapresentadosem cursos,simpôsios,mesasredondaseconferdnciasaindappdeserfeitaexnminando-seo 

m aterial 

submetido.parapublicaç:o nosAnais.A produçfo escritaea proporçâo detexto;submetidosrepresentam 

apenas umapequena parcela do que é divulgado oralmente e 

refletem,anosso ver,osefeitosdealgnmascontingênciasadversaspaza apublicaWo 

prqsentes em nosso m eio,conforme comentamos no EditorialdosAnaisde 1987 

(Souza,BiasoliAlveseOtero,1987).Contudo,naquilo queësybmstido,encontramseindicadoresclarosdo 

cuidadoedaseriedâdecom queospesquisadoresassumem a 

tarefa de divulgaroseu trabalho entreacomtmidadecientïficadaâreaedecumprir 

çom um dpsrequisitosinerentesaoconvite paraparticipaçâo nestasreuniöesanuais. 

Tendo em vistaanecessidadedese aprimoraraReuniâo AnualdePsicologia 

decidiu-se,para a XV111,convidar Ixm acomissâb deespecialist%,constitufda pelos 

pro fesores Dra.Carolina M.Bori(USP) , Dr.Arno Engelmann (USP),Dr.Isaias 

Pessoti(FMRP-USP)eDra.TherezaPontlplde DmosMettel(UpB),para quefizçsjaSociedade,em 

relaçâù àorgnnizaç:p daReuniâo,realizadaporparticipantesemembr6sda 

sem lmaavaliaWo daReuniâo.Tivemos,desamaneira,uma auto-avaliaçâo 

PröpriaSociedade,m% nâb pertencentesâ Diretoria(quepoderiam terosviesesde 

orgsnizadores).Xsopiniasdacomisâb forsm expresu naativi , dadedeencerramentp 

(la Relniâo,planejadacom afinalidade detrocae feedback entreosorganizadores, 

osassoçiadose a comissâo deavaliaçâo.A cornissâb appntou.vo ospontospositivos 

na organizaçâb da Reuniâo,queparece desnecessârio enfatizaraqui.Cabe,contudo, 

iegistrarasrecomendaçöesque vksam nlelhoraro qu,'aindafoidetectadocomo inadequado 

ou insuliciente. 

A pdncipalrecomendaçâo dizrespeito àavaliaWo deqlnlidadequesefaz 

ecesiria,.especialmenteparaoscontelidosdemesasredondasesimpösios(paraas 

comunicàçöesde pesquisa essa avaliaçlb jâ.vem sendo feita sistematicamentg).E 

opinifo da comissâb que asReuniöesAnlzaisdeverhm conterum nflmero menorde 

atividadesdessa natureza,caracterizadas,pordm,poraltaqualidade erelevânciados 

temas.Recomendou-se nindaqueaSociedadeprocme,cadavezmais,terclaro paraos 

organizadoreseparaosexpositores,asdiferençasentrem'esasredondas(destinadas 

adiscutiropiniöese pontosde vistasobrequestöespolémicas)esimpösios(destinados 

asistematizardadosdepesquisasobreum problema),quenindaçonstituem objeto de 

muitaconfusâo.Além diso,acornissâb objetou â prâticadealglmsexpositoresque 

lJem assuasapresentaçöes,:bdiicultando aparticipaçâo daaudidncia . Igualmentecondenfvel,porpartedeoutrospoucosexpositores,foiaapresentaçâo 

deidgiasdesarticuladas,porfaltadepreparo 

suficiente,querao nfveldeorganizaçâo dasiddiu , quer

757 ' 

em termosdematerialili trativo.'Nessesentido,aSodedadeprecisar;serm aisinstnztiva,seletiva 

eexigentenaorgnnizaç:o desimpösiosemesasredondas. 

Sugeriu-se tnmbém um trabnlho articuladoentreacomissro organizadora,a 

comisfo dentfûcaeoscooràenadores/debatedoresdesesöesdecomuntcaçâo dem s- 

quisa,tendoem vistao importantepam l4ueoslm imospbdem exercer,criticando 

construtiumenteostrabnlbos(incluindo aspectosdeconteûdo teörico,metodolo#a, 

coletaeRnxlisededadose,mesmo,aqualidadedaaprixntaçfo,duranteajesro), 

. 

com vistasa incentivaraparticipaçâodaaudidnciano debateeaampliaremelhorara 

qtulidadededivulgaçEo dem squisasna frea.' ' 

Finnlmente,acomissïoressaltou aimportO ciadaauto-avaliaçâo porparteda 

Sociedadeeé necesidadedequeelacontjnueaserpartilbndaco'm ossödosedemais 

participu tesdasRelmlöesAnlmls. 

' 

O conjunto dosdadosapresentados.nesterelatörio,acrescidosdo quépresenciam 

oidumnteestaûltima RellniâoAnualeaopiniâb dacomissâodeavaliaçâo,nos 

. 

m rmitem expressara convicçâo de que,em termosglobais,asatividadesrealizada 

permitimm cum priramplnmentee,namaioria dàsvezes,com elevado padrâb dequalidade,osobjetivosdedivulgaç:o 

cientfica,dedifusâb deidéias,dçatualizaçâo,deintercâmbio 

edeencontro depsicöldgoseestudantesdePsicologiadetodo o pafs.por 

outro lado,amesmaavaliaç:otambdm no'sfaz riconheieiqueëprecis'oavançar,na 

direçâo de nfveisde qualidade cada vez maiselevadose,paraisso,precisamosaperfeiçoartambdrilosmecanismosdeorjanizaçâo 

dasreuniöes.Parecequeconseguhnos, 

enqllanto com unidade cientffica,produzirquantidade,variabilidadee adiversidade 

necesérias,apartirdasquaisserspossfvelprdmùverorermamento daproduWode 

conhecimento em Psicologia.Comoforum privilegiado paraa'divulgaçâo',quecertamentegeraidéiasepromovenovosdesenvolvimentos,aSPRP 

tem aresponsabilidade 

de utilizarcom critério os mecanismosde quedispöe para a seleçâo do que ë promovido 

eaprovado eque,porisso,poder;continuaraserfeito eainfluenciaraârea.

SUPLEM ENTO DOS ANA IS DA 

XvllREUNIAO ANUAL DE PSICOLOGIA 

I/Iœ t- IAEMORGm ZACôES DE cltNclA ETECNOIM IA 

- Mensuraçâo de desempenho organizadonalem dlnc'iaetecnologia. 

Jairo Eduardo Borges-M drade

M ENSURACAO DE DESEMPENHO ORGANIZACIONAL EM 

CIENCIA E TECNOLOG IA ' 

. . ' . , 

JAJRO BouARoo BORGES.A 

PniversidadedeBrasflia 

RADE 

A efetividadedeorganizaçöesdepesquisapodesermeidaatravds j tj osres uta. 

do!.esperadosealcapçadospoyçstasqrganizaçöes.Osrefelibosremltadospodem ser 

consideradosem suasdimensöesquantitativasou qualitativms. . . , 

1: literaturapmagrandevariedadçdeindicadoresde.efetividade deorga- 

: na 

j '.' . . ' . . . . . 

mzaçöesde pesquisa.Taisindicadores,no entanto,podem serclassificadosem trds 

categorias:mensuraçâo dedesempenho instittlcionalglobat;quantidaded, rsultados 

produzidospelasorganizaçöesequalidadedestesresultados. . y , > 

' 

,: 

. 

0 desemperlhoglobaltem sido medido,porexemplo,utiizando-se1lm j' pnlnel . 

dejufaseumaescaladeavaliaçâp,demodo queseobfem valoresqlzçindicnm o sucesso.ou 

o frac%so dasorganizal es.Aqavaliaçöyy . de plpgrpm . 

asdepàs-graduaWp, 

' ' 

.; 

feitaspelaCAPEj,sâo 

:' . 

o cbso 

. 

maiscorthecidodestetipo 

. . . . - 

demensuraçâo. 

. . 

, 

A quantidadederesultadospodeinçlpira contagerp depublicaçöes,de tecqo- 

10#%, depatentes,denovosmateriaisedeteses,entreoutrosprodutosesperadosdas 

prganizaçöesdepesquisa.O Decanato dePesquisaePös-graduaçâp daUnB,ao coletar 

epubliçarlistasdepublicaçöeseapresentaçöesem conpessosdosdepaztnmentosdesta 

Universidade,faz1)m trabalho destapatmrz/..,. .... . . 

A mensuraçâo àaqualidadedestesprodutosou resultadospodeserrealizada 

pelacoletadedadossobreaqualidadedasinformaçöescieptfficasgeradasetransferi- 

' ' 

. 

g - . t' . 

' -v . 

' * 

daspu (?puemerodepedidosdeinformaçöestëcnicasacumuladas,ou aoriginalidgde 

(medidaporpaineldejufas)depublicaçöesetesesproduddas,ou o mimero decitaçöesfeitasdestestrabslhosescritos.Nestetiltimo 

caso est;oresstro mriödico dos 

' 

autoresmaiscitados,feito peapublicwâo t çC uren i:Contents' . g. .' 

. 

; . . .. . . ,' . 

Q tirino eBorges-M drade(1987)realizarsm-1lm irabalho em que,entreputrascoisl 

,yiriasmedidasdeefetividadefpmm obtidaseintegradas,com afinalidade 

depesquisar1lm sistemademensuraWo quefossemtzltidimensional..Osrefqridosautoresutilizaram 

sei: riedidas,asaber: 

. 01.Nflmero totalde pub .licaçöesrealizadasem quatroanos(1980-83),por 

cada.umadasUnidadesdepesquisa(iaàmpresa Brasileirade/esquisaAgropecudria- 

EMBRAPA,bem como porseuspesquisadoje!isoiadnmente. . . 

02.Qlmlidadeglobaldapesquisarealizadaem cadaumadestasUnidades,ob- 

' . 

- '- . . . . ' 

76 1

762 

' ' 

> 

'' ' ' . ' . 

tidaporQuirinoeUoquei/ (1985)atravdsdeltmaescaladeavaliaWoaplicadapor1:m 

paineldejufzes,em 1983. 

03.VisibilidadedasreferidasUnidadesdepesquisa,medidatnmbdm porQuirino 

eCoqueiro(1985)atravësdafreqû:ndacom quecadaum dosjufzesdo painel 

ahteriormentecitado reconheceu s:ràpto ajulgarcadaUnidadedaEMBRAPA. 

04.Ntimero dem squisadoreseminentesexistentesem cadaumadestasUnidades,dtadosporoutrosm 

squisadoresda Empresa,em levantamento realizado em 

1983. 

05.Némero de tecnologi% emetodologiasproduzida porestasUnidades , 

num perodo i dedezailos(1 :74/83) . 

. . 

' 

06.Nfxmero derecomendaWestëcrticasapropriadasa éreaslimitad%,desenvolvid% 

pelasreferidasUnidades,nos esmosdezu os. 

07.E fet 

ividadeecondmica,medidapelocrescimentodaproduçâoapfcolaJm 

1982,deèorentedadiflxubdapestuisaproduzidaem cada ù nidadeda sunw w. 

Gtesresultadosforam obtidosporAvila,Borges-M drade,iiaseQuirino(1983)e 

por ivil a, lriaseVeloso (1984) . 

' 

A decis:o sobre como interpretareintegrardadosdenaturezastâo distintas 

foitomadaporQ lirino eBorges-M drade(1987),com a ajudadaaniisefatorial.E1a 

éum instrumento étilparasico'nhecerm'elhoiasrelaçœ sentrediferentesmedidas , se 

. 

' 

*' 

identificarfatorescomunsentreelasesereduziro n fzmero delnbicadoresdecertas 

caracterfstic% . 

A anélise fatorialdemonstrou que aquelassete variâveist:m bésicamente uma 

estruturacùm doisfatores.Um primeiro fatorestépresentesimultâneamente em visibilidade,m 

squisadoreseminentesequalidadeglobal,o quelevaaconcluirqueestese 

referealvmadimens:odeperdepl o dequalidade. 

Asmedidasreferentesàsqluntidadesdetecnologiasemetodolosasederecomendaçöessâb 

carregadasde1lm segundo fator.Osreferidosautoresodenominarnm 

efetividadetdcnica. 

O mlmero depubljcaçöesapareœu carregado dosdoisfatorebs,com pesosquaseiguaiseconsideriveks.Isto 

sugerequee1eseja tratado separadamenie,como lxma 

terceiradimensâo 

. 

' ! . . . . . . . . 

A sëtim amedida,efetividadeeconômica,nâo apareceu carregadadenenlmm 

. 

. .. 

' , . . 

, 

dosàoisfaiores.Trata-seportantodeumaquartad'lmensïo,quenâo . . . 

secorrelaciona 

com nenlm ma dasanteriores. ' ' 

. . . ' 

Assim ,asRtemedidasdeefetividadeoriginslmenteobtidasformn reduhdas 

akua tro , queespelhavam asqùatrofmalidazesdasorganizaWesdepesquisaestudadas: 

publicaçöes,efetividadetëcnica,efetividadeecon à micaequ alidadeglobalAstr:s . 

primeirasszo quu titativas,enquanto esta teo mnddenaturizaqualitativaeholfstica. 

A partirdesiesachados,foram feitasoutrasanosesestatfsticaseinterpreta-

763 

wes,nosentido deseencontrarumaiadeiacausalquepud4seexplicaraordem em 

que ocorrem osefeitosda m squisa aplicadaeestabeleceraspossfveisrelaçöesentre 

eles.Osautorescitadoslevantaram asuposiçfodequeprimeiro aorganizaWo precisariaterqualidade,o 

quegeraria publicaçœ se que provocariaefetividade técnica . O 

impacto fmaldesta seriaaafetividadeeconômica,embora muitosoutrosfatoresfo'ssem 

necessfriospara que esteimpacto se desse. 

Um importante tipo de medida de efetividade de orgnnizaçœ sdem squisa 

ûcou,entretanto,deforadoestudo deQuirino eBorges-Andrade(1 .987).Trata-seda 

qlmlidade daspublicaçöesproduzidu.Aldm decomplementaramedida referenteao 

mimero depublicaçöes,dando-lheadimensfo qualitativaque falta , trata-sedeindicadorqueérarnmentedescdto 

naliteraturaespecializada . 

BayereFolger(1966)consideram quetç...o tempoeoscustosenvolvidosna 

obtenç:o destetipo demedidat:m limitado seu usoem pesquisa'(Pag.383).œ cidiud 

esenvo lverl1m esforçoespedalnosentido decoletardadossobreaqu'altdade 

seentâo 

dasreferidaspublicaç& se,posteriormente,investigarsuasrelaça scom osseteprimeirosindicadoresdeefetividadejé 

citadosanteriormente. 

Como partedenm extensoquestionfrio sobreasatividadesdepesquisade32 

Unidadesda EMBRAPA,Borges-M dradeeQuirino(1987)solicitaram a 353 pesquisadoresechefesdeUnidadtqueindicasem 

assuas(individpai,no pdpeiro caso,e ins- 

a1983.Pediu/e i 

titucionais,nosegundo)duasmelhorespublicaçœsnosanosde1980 

quefosseanexadaIzmacöpiadecadaumadelas,m'esmo queaindaestivessem apenas 

datilografadas. ' . 

Em seguida,perguntou-sequaisernm osmaioresespecialistasnasâreasdeconhecimento 

daqueles dois trabslhos.A resposta deveria dtar dois espedalistasna 

EMBRAPA e doisfora delas,bem como asinstituiçöesem queelesseencontravam . 

N:o foifeita,no questionirio,alusâo explicitaaofato de quetaisespedalistaspoderiam 

s:rusadospara avaliarostextosenviadospelosrespondentes. . 

. 

Ostrabnlhosescritosfornm enviadosadoisdosquatronomesindicados , sendo 

1lm daEMBRAPA e outro foradela.Umapequena quantidadetnmbdm foienviada a 

especialistasdeireas,escolhidosaleatorinmenteenâb indicadospelossujeitosdapes- 

qu isa . 

cada 1xm dos espedalistaspassou a compor , asims1lm pnineldejufas,tendo 

recebido umacartaqueexplicitavaosobjetivosdapesqu'isaeanexava ots)textds)a 

sertem)avaliadots),bem como folhadeavaliawo com quatro questöes.Elascobrinm 

ossepxintesapectos: 

a)Contribuiçâb do trabalho parao avanço do conhecimento cientfico. 

b)Contribuiçâo do trabnlbo parao desenvolvimento daagropecuoa. 

c)Adequawo dametodologautilizada no tr'abnlho,seestaestivesedescria 

no texto. 

d)Outroscomenteos,sugestasou crftic% cablveis. 

'

764 

Astrlsprimeirasquettöesdeverinm serrespondidasem escalasdecincopontos:excepdonal,acimadamldia,mldia,abnixo 

damédiaenenlmma.A tm imaquestâo 

tinharespostâaberta.Asrespostasem escalasfornm transformadasem nftm erose, 

com estes,fornm calculadosmddiasedesviospadrâo,bem cdmo testisdediferenças 

entzemédiasedecùrelaçöes,a'f'lm desehwestigarrelaçasentresujeitos,jufzese 

avaliaçöes. ' ' ' 

' 

AsavaliaW esdequalidaderenlizadasfornm,demaneirageral,favoréveisàs 

publicaWes.Contudo,'o julgnmento relativo àcontribuilo parao avanço do conhecimento 

dentffico foisignificativsmentemenorqueosdoisoutros.Istosedeveprovavelmente'ànatureza 

dosobjetivosdasorganizaçöesestudadas.Elesenfatizam evalori-' 

y>m prioritarinmenteo desenvolvimento depesquisasmetodolögcnmente rigorosas, 

mnsvoltadaspazaaaplicaçïo. 

Aqcorrelaçöesentreastrdsmedidasdequalidadedepublicaça sforsm positivas,m 

oderadase signilkativas.Amqim ,nâo obstanteasdiferençasencontradas,elas 

compartilvm alptmascois% em comlzm. 

Osjulgnmentosnâb fornm significativnmentediferentes,seosjufasernm 

escolhidospelospröpriossujeitosou nâo.Contudo,quandoeleseram dapröpriainstituilo(EMBRAPA)fomm 

maisexigentes,quanto à metodolosautilizadanaspublicaçöes,do 

queosespedalistasexternos.Neste caso asdiferenpsfornm significativas, 

evidenciando lma posfvelausdnciadeespfdto corporativista,poiselestinhèn corthecimento 

daorigem daspublicaçöesqueavaliavam . 

Outra diferençasiN ificativa'refere-seàcontribuiçâo dostrabalhosparao desepvolvimento 

daagropecuâria.Oschefesdasorgnnizaçöesestudadasenviaram publica- 

' 

Wesme lh or essob , esta öticadesenvolvimentista,queospesquisadores.Ao quepareci, 

taischefessö sâo capazesdeindicarm elhorespublicaçöesquando setratam daquelu 

queseaproximnm dasmissöesfmalistasdesuasorganizaçöes:noscasosestlidados;o 

fenômeno ocorreu com pesquisasaplicadas. 

Ostrdsescoresreferentes àqualidade daspublicaçöesde cada Unidade da 

EMBRAPA fornm entâo agrupadosem m ddiae foirealizadaumaanzisefatorialdos 

mesmos,juntainente com asseteoutrasmedidu citadasantedormente,(Quirino e 

Borges-M drade,1987),demodo quesepudesseestudaraestruturafatorialresultante.A 

estruturaobtidaporBorges-M dradeeQuirino (1987)tem trêsfatores,queserâo 

descritosa seguir. ' ' ' 

O primeiro fatoragregou asmedidasde visibilidadee qualidade globaldas 

organizaçöese quantidade depesquisadoreseminentesedepublicaçöesdasmesm as. 

E1e representaria a imagem organizacionaldasUnidadespesquisadasou serefeririaà 

percepçâb dequalidadedasmesmas. 

'' 

As três avaliaçöes de qualidade daspublicaçöx obtidasporessesautores, 

bsm como o indicadordeefetividadeeconômica(em menorgrau),tiveram cargas 

maioresnofatordois.Estesinalizariaparaaq'ualidadedosresultadosproduzidos.

765 

. Noterceiro fator,prevaleceram exclp ivamenteascargasconcem entesaquantidadesdetecnolo#asqmetodologias,derecomendaçöestécnicasedepublicaç&s. 

Fastefatorrepresrntariaaquantidadederesultadosproduzidosou aefetividadetécnica 

dasorganizaçöes. 

Osresultadosdesse segundo estudo,incluindo dezmedid% dedesem penho 

orgalzizacional,permitirnm concluirquehaveriapelo menostr:sconstrutosenvolvidos 

namensuraçâo deste desempenho,nasinstituiçöesde m squisainvestigad% :imagem 

organizacional,quantidadeequalidadedeproduçâo.A medida deefetividade econômica,emboraestivessebem 

m aiscorreladonadaàqualidadedaspublicaçöes,aindanâo 

seintepou totalmentenosfatores,o quesugeriu seu lso tambëm em separado,como 

um quarto indicadordedesempenho organizacipnal. . 

O conjunto multidimensionaldequatro indicadoresdedesempenho poder; 

servircomo tlm agregado deparâmetrosparaseprocederà avaliaWo organizacional. 

E1ej;tem sido utilizado pelaequipe,da qualfazem parteosautoresdostrabalhosaqui 

citados,.paraestudaroutrasvarifveisae1erelaçionadas.Pretende-segraduahnenteconhecer 

o impacto de fatorespsicolôgicos,organizacionais,sociaise econômicosno 

desempenho deinstituiçöesdep v 

esquisa,bem como o subsequenteefeito destedesemm 

nhonafutura estruturaderecursoshumanosdestasmesmasinstituiçœ s. 

Refer:ndas 

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AgropecllirlnnaEMBRAPA.%çRevisu deEconomiaRural'',vol.23,nlimero3,1 .351-368.

1988 - Sociedade Brasileira de Psicologia

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