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Revista Democracia, Direitos Humanos e Mediação de ... - Gajop

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39processos <strong>de</strong> dominaçãoadultocêntrica sejam usados emanipulados (inclusive por elespróprios!) como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa noambiente adulto, principalmentenaqueles espaços <strong>de</strong> caráteradultocêntrico (explícito ou aparente),on<strong>de</strong> predominam as falas oudiscursos técnicos, científicos epolíticos nitidamente competenteexclusores,antagônicos ao saberpopular e não científico-formal: oscon<strong>de</strong>náveis juridicês, economês,biologicismo-higienista,sociopsicologista, <strong>de</strong> caráter elitista ecorporativista, etc.Por exemplo, o mecanismo daguetificação 23 e do uso exclusivo dalinguagem <strong>de</strong> gueto quando essesatores ou só aceitam falar e atuarexclusivamente em seus guetosformais. Ou quando aceitam participar<strong>de</strong> ambientes imaginados hostis (omundo adulto, visto simplificadamente)o fazem <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>fensiva, usandocomo forma <strong>de</strong> comunicaçãocodificada a linguagem do seu gueto,sem tentar construir pontes, nemassumir compromissos <strong>de</strong> luta política.Como conciliar a comunicaçãonecessária nascida da sua essênciahumana com a linguagem própria dasua diversida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntitária <strong>de</strong> geração(e mais, <strong>de</strong> gênero, raça, orientaçãosexual, localização geográfica, etc.).Não se nega a valida<strong>de</strong> dalinguagem do gueto, da comunicaçãocodificada/semiótica 24 quando se estácircunstancial e conjunturalmente noseu gueto e se constrói, ali, com a falasentido <strong>de</strong> pertença: realmente não hácomo se con<strong>de</strong>narindiscriminadamente a vivência emguetos quando o chamado mundo láfora é realmente hostil. Porém, aguetificação é meio, estratégia <strong>de</strong> luta,e não um fim em si mesmo, masnunca como forma <strong>de</strong> alienação eanestesiamento <strong>de</strong> suas lutas porreconhecimento, respeito e libertação.Os lí<strong>de</strong>res infanto-adolescentesque foram lançados à vivência emguetos (prostitutos, gays, travestis,ciganos, meninos <strong>de</strong> rua, drogaditos,infratores, abrigados, negros, etc.)precisam aceitar construir as pontescom o resto da socieda<strong>de</strong> organizada,para possibilitar que sejam23 Formação <strong>de</strong> blocos ou espaços isolados <strong>de</strong>iguais, <strong>de</strong> pessoas que se unem em guetospara sua proteção e livre explicitação <strong>de</strong> suadiversida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntitária (por exemplo, racial,sexual, cultural, etc.).24 Semiótica = construção e uso <strong>de</strong> signos,símbolos, sinais, como forma <strong>de</strong> expressão e<strong>de</strong> comunicação.

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