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universidade estadual paulista - Faculdade de Ciências - Unesp

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À toda minha família e amigosMesmo os que não foram citados acima, não diminui os meus sentimentos sinceros.Sou grata à nossa união e aos laços indissolúveis <strong>de</strong> amor sempre renovados,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente, se alguns momentos estamos distantes.Aos colegas da faculda<strong>de</strong>Percorremos um longo trajeto... A partir <strong>de</strong> agora cada um trilhará o seu caminho.Entre nós ficará, como elo, a lembrança <strong>de</strong> nossos encontros e <strong>de</strong>sencontros, erros e acertos; ea certeza <strong>de</strong> que cada um <strong>de</strong> nós contribuiu para o crescimento do outro. Vencemos a primeirabatalha <strong>de</strong> muitas que ainda virão. Sentirei sauda<strong>de</strong>s!Enfim, a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para realização<strong>de</strong>sse sonho, fica aqui registrado meu respeito e minha homenagem.


“Quando eu estiver, no quarto, construindo um edifício <strong>de</strong>bloco. Por favor, não diga que eu “estou apenas brincando”. Já que,entenda, eu estou apren<strong>de</strong>ndo enquanto brinco. Sobre equilíbrio eforma.Quando você me vir sentado em uma ca<strong>de</strong>ira “lendo”, parauma audiência imaginária. Por favor, não ria e não pense que eu“estou apenas brincando”. Já que, entenda, eu estou apren<strong>de</strong>ndoenquanto brinco. Algum dia eu posso ser um professor.Quando você me vir recolhendo insetos ou colocando coisasque encontro no bolso. Não os jogue fora como se eu “estivesseapenas brincando”. Já que, entenda, eu estou apren<strong>de</strong>ndo enquantobrinco. Algum dia eu posso ser um cientista.Quando você me ver apren<strong>de</strong>ndo a saltar, pular, correr e movero meu corpo. Por favor, não diga que eu “estou apenas brincando”.Já que, entenda, eu estou apren<strong>de</strong>ndo enquanto brinco. Eu estouapren<strong>de</strong>ndo como meu corpo trabalha. Algum dia eu posso ser ummédico, uma enfermeira ou um atleta.Quando você me perguntar o que fiz na escola hoje. E eurespon<strong>de</strong>r: “Eu brinquei”. Por favor, não me entenda mal. Já que,entenda, eu estou apren<strong>de</strong>ndo enquanto brinco. Eu estou apren<strong>de</strong>ndoapreciar e ser bem sucedido no trabalho. Eu estou preparando-mepara o amanhã. Hoje, eu sou uma criança e meu trabalho é brincar.”(Anita Wadley)


RESUMOO aumento <strong>de</strong> pessoas que procuram pela natação cresce constantemente. Uma preocupaçãoatual está na gran<strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong> das crianças nesta prática, quer seja na aprendizagem ou noinício do aperfeiçoamento e treinamento. Na infância, qualquer estimulação <strong>de</strong>verá serpensada em sua aplicação, a partir <strong>de</strong> estratégias motivacionais, visto que a maioria a<strong>de</strong>re aprática pela diversão e prazer na ativida<strong>de</strong>. Portanto, questionou-se a priori, que uma dascausas do abandono po<strong>de</strong>ria ser a falta <strong>de</strong> motivação e o cansaço provocado por treinosrepetitivos e monótonos. O presente estudo teve por finalida<strong>de</strong>, verificar e analisar comoestava ocorrendo o processo ensino-aprendizagem da natação para crianças <strong>de</strong> 6 a 12 anos nasaca<strong>de</strong>mias da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bauru-SP. Foi intenção, i<strong>de</strong>ntificar se brinca<strong>de</strong>iras e/ou ativida<strong>de</strong>slúdicas estavam sendo utilizadas pelos professores como estratégias motivacionais. No<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta pesquisa foram aplicados os questionários aos profissionais queensinam esta ativida<strong>de</strong> aquática, a fim <strong>de</strong> conhecer a visão do professor sobre o processoensino-aprendizagem da natação. Além disso, observações e <strong>de</strong>scrições das ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>senvolvidas, para possível comparação das respostas obtidas com a prática. Foi possívelconcluir, que o elemento lúdico é estimado pelos professores em seus discursos, porém nãoestá sendo aplicado a<strong>de</strong>quadamente na prática, ficando isolado nos minutos finais da aula coma recreação livre. Ou seja, as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inclusão do lúdico esbarram na falta <strong>de</strong>direcionamento <strong>de</strong> objetivos e propostas adaptadas para esta faixa etária.Palavras-chave: Natação. Ativida<strong>de</strong>s lúdicas. Criança. Motivação.


LISTA DE QUADROSQUADRO 1 - Caracterização dos professores..........................................................................26QUADRO 2 - Classificação <strong>de</strong> níveis na natação infantil........................................................29QUADRO 3 - Técnicas parciais dos estilos encontradas nas observações...............................34QUADRO 4 - Ativida<strong>de</strong>s lúdicas encontradas nas observações...............................................35


LISTA DE GRÁFICOSGRÁFICO 1 - Período da graduação em que os professores iniciaram o contato com anatação......................................................................................................................................27GRÁFICO 2 - Porcentagem das respostas dos professores em relação a <strong>de</strong>smotivação noensino natação. .........................................................................................................................28GRÁFICO 3 - Porcentagem dos professores que cursaram ou não alguma disciplina específicasobre ativida<strong>de</strong>s recreativas. ....................................................................................................32GRÁFICO 4 - Relação <strong>de</strong> número <strong>de</strong> alunos por professor.....................................................33


SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................112 OBJETIVO............................................................................................................................133 REFERÊNCIAL TEÓRICO..................................................................................................143.1 Caracterização da criança na segunda infância.......................................................143.2 Estratégias <strong>de</strong> ensino na natação.............................................................................163.3 Ludicida<strong>de</strong>: brincando <strong>de</strong> coisa séria......................................................................193.3.1 Ativida<strong>de</strong>s lúdicas e a natação..................................................................203.4 Motivação na aprendizagem....................................................................................224 METODOLOGIA..................................................................................................................244.1 Sujeitos....................................................................................................................244.2 Procedimentos.........................................................................................................245 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................................255.1 Caracterização das aca<strong>de</strong>mias.................................................................................255.2 Entrevista com os professores.................................................................................265.2 Observação das aulas..............................................................................................336 CONCLUSÃO.......................................................................................................................39REFERÊNCIAS .......................................................................................................................41APÊNDICE A – Entrevista com os professores ......................................................................45APÊNDICE B – Descrição das aulas observadas ....................................................................55


111 INTRODUÇÃOO esporte performance e seus resultados são as imagens que transparece na mídia,criando elementos que exercem influências na socieda<strong>de</strong> e estimulam a sua prática (TUBINO,1992). A natação é um dos esportes integrantes <strong>de</strong> nossa cultura corporal que tem sido muitodifundido no Brasil nos dias atuais. Desta forma, ocorreu aumento nos índices <strong>de</strong> pessoas quebuscam praticar esta ativida<strong>de</strong>.Ao longo da história da humanida<strong>de</strong> ocorreram diversos significados específicos paraa relação do homem com a água. Hoje, os motivos pela procura <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong>a prática do esporte <strong>de</strong> rendimento visando resultados, até a prática motivada pelo prazer ebusca da melhora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Além disso, por constituir uma ativida<strong>de</strong> sem muitasrestrições, po<strong>de</strong> ser praticada em qualquer ida<strong>de</strong> e por qualquer pessoa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os bebês até osidosos e pessoas com <strong>de</strong>ficiência (VELASCOS, 1994).É fato que a maior porcentagem <strong>de</strong> matriculados nas aca<strong>de</strong>mias, nesta ativida<strong>de</strong>aquática, são <strong>de</strong> crianças. A priori, a intenção dos pais é a aprendizagem da natação e odomínio corporal da criança no meio líquido. Porém, com base nas características da criançanesta fase do <strong>de</strong>senvolvimento, se questionadas geralmente afirmariam que vão as aulas <strong>de</strong>natação à procura <strong>de</strong> diversão e alegria. Então, a piscina po<strong>de</strong> ser vista como mais um espaçolúdico para criança.Existe uma contradição, portanto, as aca<strong>de</strong>mias e os pais possuem o objetivo do ensinoe treinamento da natação, enquanto as crianças inicialmente visualizam esta ativida<strong>de</strong> comouma ativida<strong>de</strong> recreativa. Assim, mesmo com a abundante procura <strong>de</strong> alunos pela prática <strong>de</strong>natação, o fluxo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência ainda é muito elevado.Especialistas avaliam o abandono da natação <strong>de</strong>vido às crianças iniciarem muito cedoa prática <strong>de</strong>ste esporte e conseqüentemente, há uma apreensão pela especialização precoce.Lima (1998) em sua pesquisa apontou que a falta <strong>de</strong> motivação, os treinamentos excessivos erepetitivos, contribuem para o abandono da ativida<strong>de</strong> pelas crianças.Analisando todo este contexto e tendo como cenário as experiências práticasvivenciadas nos estágios realizados no período da graduação, verificamos a utilização <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s lúdicas, principalmente, na adaptação das crianças ao meio líquido. Depois <strong>de</strong>passado esta fase <strong>de</strong> iniciação, no qual houve aprendizado <strong>de</strong> maneira prazerosa, há mudançasradicais no processo ensino-aprendizagem com objetivos focados em resultados, metragens eregras.


12Sem <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar esses objetivos, os problemas que surgem nesta etapa <strong>de</strong> prática danatação são treinos que se caracterizam por serem: repetitivos, cansativos e com movimentospadronizados. Raramente são utilizadas as brinca<strong>de</strong>iras ou ativida<strong>de</strong>s recreativas na fase <strong>de</strong>aperfeiçoamento (BRUNA, 2002).Deste modo, não po<strong>de</strong>mos esquecer que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ida<strong>de</strong> ou ativida<strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvida, é <strong>de</strong> suma importância o professor conhecer os seus alunos, i<strong>de</strong>ntificar seusobjetivos, suas características e continuamente fazer a<strong>de</strong>quações nas variáveis ambientais paramotivá-los (material, postura, linguagem apropriada e métodos <strong>de</strong> treinamento).Por meio <strong>de</strong>stas reflexões, algumas questões surgem: É possível utilizar o lúdico comocoadjuvante em todo o processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem da natação? As aca<strong>de</strong>mias utilizamas brinca<strong>de</strong>iras como recurso metodológico na aprendizagem dos estilos? Qual a visão dosprofessores sobre a importância da brinca<strong>de</strong>ira no ensino da natação? Tais questionamentosocorrem porque o brincar faz parte do cotidiano da criança, sendo assim, o “brincar <strong>de</strong>natação” po<strong>de</strong>ria ser uma forma alternativa <strong>de</strong> estímulo para motivá-la a prática <strong>de</strong>ste esportenas diferentes fases <strong>de</strong> treinamento.Nesta perspectiva, é o que instiga a realização <strong>de</strong>ste trabalho, a fim <strong>de</strong> visualizarrecursos utilizados pelos educadores para minimizar a problemática atual, a evasão dascrianças. Contudo, verificar quais as estratégias motivacionais <strong>de</strong> ensino que os professores <strong>de</strong>natação estão utilizando no ambiente <strong>de</strong> aprendizagem e observar se a ludicida<strong>de</strong> está sendoempregada neste processo.


132 OBJETIVOVerificar e analisar como estava ocorrendo o processo ensino-aprendizagem danatação para crianças <strong>de</strong> 6 a 12 anos nas aca<strong>de</strong>mias da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bauru-SP. Além disso, visoui<strong>de</strong>ntificar se brinca<strong>de</strong>iras e/ou ativida<strong>de</strong>s lúdicas estavam sendo utilizadas pelos professorescomo estratégias motivacionais na aprendizagem, aperfeiçoamento e treinamento da natação.Foi intenção, também, conhecer qual a visão dos professores sobre o processo ensinoaprendizagemda natação e observar se a ludicida<strong>de</strong> estava sendo aliada neste processo.


143 REFERÊNCIAL TEÓRICO3.1 Caracterização da criança na segunda infânciaOs seres humanos estão num contínuo processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> afecundação até a morte. As características humanas básicas são biologicamente <strong>de</strong>terminadas(genética), mas é o contexto social (fatores ambientais) que guiará os estímulos, moldando oscomportamentos <strong>de</strong> cada indivíduo durante o processo <strong>de</strong>senvolvimental (COLE; COLE,2003). Tal afirmação é sustentada por Manoel (2005) quando argumenta que ocomportamento motor se molda as características do ambiente e não em função <strong>de</strong>le.O <strong>de</strong>senvolvimento humano é um processo contínuo caracterizado e estudado pelospesquisadores, a partir dos comportamentos observados no ser humano em diferentes ida<strong>de</strong>s(GALLAHUE; OZMUN, 2005). Os padrões <strong>de</strong> movimentos no <strong>de</strong>senvolvimento motorinfantil mudam consi<strong>de</strong>ravelmente nos 12 primeiros anos. Com isso, fica evi<strong>de</strong>nte anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estímulos na aquisição <strong>de</strong> comportamentosindividuais. Neste estudo focamos a criança <strong>de</strong> 6 a 12 anos, que segundo Cole e Cole (2003),esta fase é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> segunda infância.Esta faixa etária é reconhecida culturalmente em todo o mundo, pois quando ascrianças atingem os seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> passam por um rápido período <strong>de</strong> transição. É a fase <strong>de</strong>iniciação ao período escolar, na qual há um <strong>de</strong>senvolvimento biológico significante, osadultos criam novas expectativas em relação ao comportamento da criança e os consi<strong>de</strong>rammais responsáveis por suas ações (COLE; COLE, 2003; GESELL, 1987).Neste período, o profissional que atua com a criança tem papel relevante e <strong>de</strong>interferência no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O professor tem como meta o ensino <strong>de</strong> novashabilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> complementar os estímulos recebidos pela criança nas instituições sociaisque compõem sua realida<strong>de</strong> (escola, família, socieda<strong>de</strong>).É na segunda infância, que a criança começa a ter percepção <strong>de</strong> si mesma e <strong>de</strong> suasrelações com as outras pessoas. Em seu <strong>de</strong>senvolvimento social iniciará a formação <strong>de</strong> suai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para se a<strong>de</strong>quar ao novo contexto que estabelecerá nas relações com outrascrianças, diferente da relação que conhecia no contato familiar (BEE, 2003).Passar um tempo maior com seus pares estimula as crianças a se comunicar, enten<strong>de</strong>ropiniões <strong>de</strong> outros e compreen<strong>de</strong>r como se dão as relações sociais. É um período em que as


15crianças começam mais rotineiramente a pensar sobre suas ações e as planejam mentalmente.Segundo Cole e Cole (2003) e Bee (2003) este período é i<strong>de</strong>ntificado, no <strong>de</strong>senvolvimentocognitivo proposto por Piaget, como sendo o estágio <strong>de</strong> operações concretas do pensamento.Na perspectiva <strong>de</strong>senvolvimentista do comportamento motor, esta faixa etária seencaixa na fase dos movimentos especializados aplicados aos esportes, no estágio transitório.É um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta caracterizado pela combinação <strong>de</strong> diferentes padrões motores epela ampliação das habilida<strong>de</strong>s motoras fundamentais (GALLAHUE; OZMUN, 2005). Noentanto, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se oportunizar experiências nesta fase com variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>movimentos, para maior repertório motor.As habilida<strong>de</strong>s motoras fundamentais e seus progressos, segundo Gallahue e Ozmun(2005), são as mais importantes no cotidiano da criança, principalmente nos esportes, nasbrinca<strong>de</strong>iras e nos jogos.Ambientes <strong>de</strong> recreação po<strong>de</strong>m oferecer uma situação oportuna que atinja asnecessida<strong>de</strong>s da criança, estimulando o envolvimento com o esporte e habilida<strong>de</strong>s práticas(HAYWOOD; GETCHELL, 2004).A duração e a complexida<strong>de</strong> das brinca<strong>de</strong>iras são mais extensas do que na primeirainfância, po<strong>de</strong>ndo ser justificado em geral pela maior capacida<strong>de</strong> das crianças em controlarseu próprio comportamento. As crianças da segunda infância, assim como as crianças <strong>de</strong>quatro e cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> também brincam com representações imaginárias (COLE;COLE, 2003; GESELL, 1987).É rica a inclusão <strong>de</strong> jogos com regras nesta faixa etária, sobretudo quando as regrassão elaboradas pelas próprias crianças. No entanto Cole e Cole (2003, p.574) <strong>de</strong>staca, “[...]isso não significa sugerir que as regras estejam totalmente ausentes do jogo fantasioso”. Destaforma, a ativida<strong>de</strong> lúdica é característica comportamental encontrada em cada etapa da vidado ser humano, não se restringindo a criança. Assim, qualquer pessoa seja: criança, adulta ouidosa; se <strong>de</strong>senvolve e adquire aprendizados a partir das ativida<strong>de</strong>s recreativas, brinca<strong>de</strong>iras,quase sempre <strong>de</strong> forma prazerosa.Os fatores que influenciam a aquisição <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s motoras como: motivação,estabelecimentos <strong>de</strong> metas, estrutura <strong>de</strong> prática variada, entre outros; são variáveis que po<strong>de</strong>mser manipuladas pelos professores e naturalmente estão presentes nas brinca<strong>de</strong>iras. Portanto, éesperada a utilização <strong>de</strong>sta característica como instrumento <strong>de</strong> ensino, não somente no caso daprática <strong>de</strong> natação, mas por todos os profissionais que lidam com o ensino <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>smotoras (DANTAS; TANI; MANOEL, 2005).


163.2 Estratégias do ensino da nataçãoA relação do homem com o meio aquático provavelmente iniciou-se por observaçãodos animais ou por constantes necessida<strong>de</strong>s, como a subsistência, o prazer e até mesmo aproteção contra incêndios (SANTOS, 1996; CATTEAU; GARROFF, 1990). Assim como acorrida, a natação é uma das práticas mais antigas do ser humano (DURAN, 2005).Pouco se sabe sobre a pedagogia da natação na antiguida<strong>de</strong>. No princípio, em setratando <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> ensino, o homem utilizava diferentes recursos no processo <strong>de</strong>aprendizagem da natação, assim como, os romanos que adotavam os cintos <strong>de</strong> junco, tuboscheios <strong>de</strong> ar e cintos <strong>de</strong> cortiça para auxiliar quem estava apren<strong>de</strong>ndo a nadar (SANTOS,1996).A partir da evolução da Educação Física na história é possível traçar o percurso danatação. Do ponto <strong>de</strong> vista da concepção higienista, se por um lado a natação era consi<strong>de</strong>radaformidável para a estética, além <strong>de</strong> garantir um corpo saudável, por outro lado segundo Duran(2005, p.45), “[...] as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais eram justificadas pelas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s biológicas,com a socieda<strong>de</strong> sendo regida pelas leis naturais, a lei do mais forte”.A cultura militarista, com seus princípios disciplinadores, dá forma à base <strong>de</strong> muitosesportes e a natação não é nenhuma exceção. Seu objetivo, além da saú<strong>de</strong> (higiene), eraformar jovens obedientes e habilitados para lutar pela pátria (DURAN, 2005). Emaproximadamente 310 a.C. já havia entre os romanos uma escola militar <strong>de</strong> natação.Ocorrência que se alastrou principalmente após a Primeira Guerra Mundial, no qual muitosclubes e professores <strong>de</strong> natação começaram nos quartéis e escolas militares (SANTOS, 1996).Nesse cenário, com o aparecimento <strong>de</strong> diferentes estilos <strong>de</strong> natação, tornou-seimportante a sistematização do ensino criando várias estratégias. A pedagogia da nataçãopassa a ser representada por três correntes: a pedagogia global, a pedagogia analítica e apedagogia sintética ou mo<strong>de</strong>rna.Na Pedagogia Global, seu principal objetivo era primeiramente a sobrevivência dohomem, <strong>de</strong>pois o lazer. Não se baseava em metodologias ou em qualquer organização,entretanto, <strong>de</strong>stacavam as “predisposições” do indivíduo. A intervenção do professor, ou émuito discreta ou se reduz ao papel <strong>de</strong> simples espectador.Oposta a concepção Global encontra-se a concepção Analítica, ao mesmo tempo naqual surgem as ginásticas com movimentos e posições da natação, iniciam também asestratégias que foram marcadas pelo “nado a seco”, em que se utilizavam equipamentos para


17que o aluno, suspenso no ar ou na água, executasse os movimentos padronizados. Começavaentão a surgir “máquinas para apren<strong>de</strong>r a nadar”, no qual o aluno ficava preso por correias asistemas durante seu <strong>de</strong>slocamento (CATTEAU; GAROFF, 1990; MACHADO, 1995).Alguns exemplos <strong>de</strong>stes instrumentos foram:• Tamborete: máquina que elevava o aluno na posição vertical e fora da água;• Epidosfera: aparelho criado 1850 pelo Dr. Blatin, com a mesma metodologia anterior,com a diferença que o indivíduo ficava suspenso <strong>de</strong>ntro da água. Desvantagem: sóatendia um aluno por sessão.• Carrossel: em 1852, criado por Chevalier que suportava várias pessoas, on<strong>de</strong> os alunosficavam presos pela cintura por meio <strong>de</strong> uma corda realizando movimentos <strong>de</strong> pernas ebraços próximos da água.• Sistemas correntes e cabos: aparelho criado por Paul Beulque que buscava aminimização do equilíbrio. Os alunos suspensos <strong>de</strong>ntro da água e o professor em umaplataforma acima dos alunos. Desvantagem: não havia visão <strong>de</strong> todos alunossimultaneamente.A concepção Analítica <strong>de</strong> aprendizagem da natação adotou todas essas máquinas quereproduziam atitu<strong>de</strong>s passivas dos alunos com gestos mecanizados, movimentos totalmentefragmentados e sem significados, mesmo aqueles executados <strong>de</strong>ntro da água. Nesta época oprofessor era praticamente substituído por equipamentos ou por discos com aulas gravadas(CATTEAU; GAROFF, 1990).Outra proposta <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong>scrita por Palmer (1990) e Machado (1995) era aPedagógica Mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> ensino. Esta perspectiva propõe uma seqüência pedagógica, queeliminavam os exercícios a seco, e partiam para o contato direto com a água, enfatizandoativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolva: a flutuação, propulsão e respiração do praticante no domínio docorpo na água. O professor organiza e reestrutura constantemente sua prática pedagógica.Embora o histórico da natação ainda exerça influências e empurre o processo <strong>de</strong>ensino-aprendizagem para a realização <strong>de</strong> exercícios sistemáticos, estereotipados e comenfoque competitivo, algumas correntes estão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a criação <strong>de</strong> um ambiente quepropicie ao aluno <strong>de</strong>senvolver outras capacida<strong>de</strong>s que vão além dos movimentos reduzidos emecanizados.Em seus estudos Klar e Urizzi (2005) <strong>de</strong>screvem aprendizagem através do Erro eAcerto, proposto por Edward Lee Thorndike através da Lei dos efeitos busca aexperimentação do efeito das recompensas e punições sobre a resposta dada a um


18<strong>de</strong>terminado estímulo. Seguindo a perspectiva <strong>de</strong> ensino do behaviorismo, na qual a condiçãofundamental <strong>de</strong>sta teoria é a motivação do aluno, visto que, <strong>de</strong>terminados comportamentosrefletem elogios e recompensas e outros não (BARROS, 1989; LIMA, 1999). A teoria afirmaque toda situação quando produz satisfação tem maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer novamente doque o <strong>de</strong>sprazer ou punição. O sucesso <strong>de</strong>ste método <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do professor ao criar diferentesestratégias para que o aluno consiga realizar o movimento com satisfação. Por exemplo:quando é proposto um exercício <strong>de</strong> flutuação, este po<strong>de</strong> ser a<strong>de</strong>quado com diferentesalternativas como: utilizar flutuadores, movimentar pernas, modificar posicionamento dosbraços e assim continuamente.Outra alternativa é a que trata da aprendizagem por aproximações sucessivas, ou seja,através <strong>de</strong> um objetivo proposto é possível <strong>de</strong>senvolver uma seqüência pedagógica em que acondição básica para avançar <strong>de</strong> etapa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do sucesso da fase anterior (LIMA, 1999).Para não confundir e assim reduzir a dificulda<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> para os alunos noprocesso <strong>de</strong> aprendizagem, a técnica <strong>de</strong> prática parcial também é citada por Schmidt (2001) eMagill (2000). Desta forma, o professor po<strong>de</strong>rá subdividir uma habilida<strong>de</strong> complexa (nadopropriamente dito) em partes, simplificando a prática, como por exemplo, a batida <strong>de</strong> pernaspor si só, usando prancha. Para Schmidt (2001, p. 231), “uma vez que os aprendizes tornamseproficientes na prática parcial, po<strong>de</strong>m iniciar a prática da habilida<strong>de</strong>-alvo como um todo”.Em contraposto encontramos a proposta <strong>de</strong> aprendizagem dos nados utilizando omovimento global. Quanto menos informação e <strong>de</strong>talhes que tragam dificulda<strong>de</strong>s iniciais pararealização, mais fácil se torna a execução e entendimento do aluno (LIMA, 1999).Observamos na vivência prática que um ótimo exemplo é utilizar representações para ascrianças. Como por exemplo, no ensino do braço crawl, explicar que o movimento <strong>de</strong>verá serparecido a uma roda gigante ou brincar <strong>de</strong> pegar o peixinho na água e dar ao passarinho noalto e fora da água, sem aplicação <strong>de</strong> técnicas. Assim, esta é uma estratégia que resulta noentendimento da criança e facilita a aprendizagem.As estratégias segundo Freu<strong>de</strong>nheim, Gama e Carracedo (2003, p. 66) são os meiosque conduzem aos objetivos. As mesmas autoras afirmam ainda que as estratégias “[...] são as<strong>de</strong>cisões tomadas com relação à organização do ambiente, ao emprego dos estilos <strong>de</strong> ensino eà organização das tarefas”. Mas não acaba por aqui, há uma busca incansável pormetodologias a<strong>de</strong>quadas ao tempo cronológico, local e, sobretudo as características dosalunos, contudo, conduzindo a aprendizagem.


193.3 Ludicida<strong>de</strong>: brincando <strong>de</strong> coisa sériaA palavra lúdico é originada do latim ludus, que se refere tanto ao brincar quanto aojogar (KURATANI, 2004; CORNÉLIO, 1999). Para melhor situar a temática, po<strong>de</strong>mos nosreportar à enciclopédia digital Wikipédia, que menciona as ativida<strong>de</strong>s lúdicas como umaferramenta para o aprendizado, on<strong>de</strong> o indivíduo sentirá prazer em participar e ao mesmotempo, estará se <strong>de</strong>senvolvendo nas diferentes áreas da Educação.Segundo Rizzi e Haydt (2001, p. 8), “o ato <strong>de</strong> jogar é tão antigo quanto o própriohomem, pois este sempre manifestou uma tendência lúdica [...]”. Kutarani (2001, p.9)complementa dizendo que “[...] as ativida<strong>de</strong>s lúdicas possibilitam o <strong>de</strong>senvolvimento integralda criança, já que através <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s a criança se <strong>de</strong>senvolve afetivamente, convivesocialmente e opera mentalmente [...]”. Acrescentaríamos ainda, já que estamos abordando o<strong>de</strong>senvolvimento global e harmonioso do indivíduo, o aspecto físico, no qual através <strong>de</strong>ssasativida<strong>de</strong>s a criança está constantemente se movimentando, adquirindo e aprimorando seurepertório motor.A ludicida<strong>de</strong> tem sido uma alternativa no processo <strong>de</strong> aprendizagem natural dacriança, posto que, é brincando que o aprendizado ocorre. Devido à significação dabrinca<strong>de</strong>ira para a criança não ser a mesma do divertimento para o adulto, ocupação do tempolivre, muitos pais acreditam que brincando seus filhos não estão ampliando seus potenciais.Olivier (1999, p.23) aponta que,Reconhecer o lúdico é reconhecer a especificida<strong>de</strong> da infância:permitir que as crianças sejam crianças e vivam como crianças; éocupar-se do presente, porque o futuro <strong>de</strong>le <strong>de</strong>corre; é esquecer odiscurso que fala da criança e ouvir as crianças falarem por si mesmas[....].É importante ressaltar, que no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste trabalho, os termos recreação ebrinca<strong>de</strong>ira serão abordados em seu sentido mais amplo, como manifestações lúdicas comobjetivos educacionais.


203.3.1 Ativida<strong>de</strong>s lúdicas e a nataçãoA ativida<strong>de</strong> lúdica, por meio <strong>de</strong> jogos e brinca<strong>de</strong>iras po<strong>de</strong>rá ser gran<strong>de</strong> aliada noensino da natação. Tais ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m auxiliar na aprendizagem espontânea, estimulandomomentos livres e criativos na água. Além disso, promovem também a socialização entre oaluno, seus pares e o professor; gerando situações on<strong>de</strong> afloram as sensações e emoções(BRUNA, 2002; DURAN,2005; FREIRE; SCHWARTZ, 2005; SELAU, 2000).A natação é muito difundida hoje, em particular pela valorização <strong>de</strong>ste esporte visandoo rendimento. Assim, é comum verificarmos as aca<strong>de</strong>mias propondo diferentes estratégias naaprendizagem da natação, mas na prática, <strong>de</strong>senvolvem treinamentos rígidos e repetitivosvisando o rendimento.Embora as propostas <strong>de</strong> inclusão do elemento lúdico nas aulas <strong>de</strong> natação, possuircomo alvo o <strong>de</strong>senvolvimento natural <strong>de</strong> cada indivíduo oportunizando momentos prazerosos,por vezes, ocorre erroneamente uma associação do termo lúdico à não serieda<strong>de</strong>, criando umembate entre o lúdico e a técnica. Todavia, atualmente, as ativida<strong>de</strong>s lúdicas tem sido onúcleo das propostas pedagógicas dos esportes para a educação infantil, especialmente nanatação, quebrando a dicotomia e tornando-se coadjuvante dos conteúdos e técnicas(CORNÉLIO, 1999; SANTOS, 1996; SELAU, 2000; BARROS, 2003; SANTIAGO;TAHARA, 2006).Há <strong>de</strong> certa maneira <strong>de</strong>terminados profissionais e pais <strong>de</strong> alunos que criticam e<strong>de</strong>svalorizam esta estratégia. Porém, as pesquisas <strong>de</strong>monstram que a maioria dos pais quandoindagados sobre quais os motivos que os levaram a matricular seus filhos na natação, segundoSantiago e Tahara (2006, p.32) referem-se à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> momentos alegres e<strong>de</strong>scontraídos que propiciarão à criança, “[...] uma prática saudável da natação associado aoaprendizado por meio das brinca<strong>de</strong>iras e da recreação aquática”.Uma preocupação surge no que tange a utilização da ativida<strong>de</strong> lúdica e aresponsabilida<strong>de</strong> que cabe ao professor na busca por conhecimentos sobre a relação do papellúdico em cada momento <strong>de</strong> seu planejamento. Isto remete a uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nãoinserção do lúdico pelo possível <strong>de</strong>sinteresse do professor com o significado <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>se por freqüentemente só utilizá-las como recompensa nos últimos cinco minutos <strong>de</strong> aula.De acordo com Freire e Schwartz (2005), na perspectiva <strong>de</strong> utilizar a vivência lúdicana prática pedagógica, <strong>de</strong>ve-se tomar cuidado para que ele (o lúdico) não perca sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>ao ser utilizado como estratégia.


21Com relação a postura do professor, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da ativida<strong>de</strong> ele po<strong>de</strong> ser um simplesespectador ou participar ativamente trocando experiências com os alunos (FREIRE;SCHWARTZ, 2005). Os jogos po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> ponte na relação professor-aluno,enriquecendo a convivência e os vínculos afetivos. Anteriormente Selau (2000, p. 55)argumentava que “[...] para a criança ultrapassar seus limites potenciais <strong>de</strong> aprendizagem, apresença do professor é fundamental no auxilio ao aluno [...]”.Po<strong>de</strong>mos afirmar baseado na literatura que o elemento lúdico na aprendizagem danatação vem sendo utilizado e estudado na atualida<strong>de</strong>. Duran (2005) em sua tese <strong>de</strong> mestradopropõe a criação <strong>de</strong> um ambiente “lúdico-educativo” no processo ensino-aprendizagem. Apartir <strong>de</strong> histórias contadas o professor po<strong>de</strong> aproximar-se do mundo da criança, criandosituações imaginárias e criativas, visando promover o aprendizado <strong>de</strong> forma prazerosa ealegre. Para tanto, salienta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar uma relação professor e aluno <strong>de</strong>confiança, valorizando o que é ensinado e o que é aprendido.A natação animal é outra proposta pedagógica utilizada pelos professores OrivalAndries e Maurício D. Pereira, na adaptação ao meio líquido. Empregam o lúdico na fase <strong>de</strong>aprendizagem, ao relacionar nomes <strong>de</strong> animais nas seqüências pedagógicas e aos nados(KLAR; URIZZI, 2005).Lima (1998), Cornélio (1999), Morais e Muniz (1999), Selau (2000) e Freire, Barros(2003) e Schwartz (2005), enfatizaram que realmente é possível ensinar natação utilizando aludicida<strong>de</strong>. Mesmo os alunos que <strong>de</strong>moravam mais para atingir a aprendizagem esperada, sesoltavam no momento das ativida<strong>de</strong>s lúdicas. Entretanto, o lúdico prevalece <strong>de</strong> forma maissignificativa nas turmas <strong>de</strong> adaptação ao meio líquido, e por diversas vezes não é acolhidocomo recurso disponível para fins educativos (LIMA, 1998).Além dos benefícios já mencionados, Cornélio (1999) argumenta que quando osalunos estão motivados e sentem prazer pela prática, a freqüência nas aulas se mantémconstante e só há faltas quando realmente é preciso. Com isso, é crescente o tempo <strong>de</strong> prática,melhorando a aprendizagem e diminuindo o abandono da ativida<strong>de</strong>. A autora <strong>de</strong>staca tambéma influência que os professores e suas estratégias motivacionais exercem na criança. Nota-seque houve uma possível melhora no rendimento escolar <strong>de</strong> um aluno, apesar do compromissoem preparar a lição <strong>de</strong> casa antes <strong>de</strong> ir à natação ser uma condição imposta pelos pais, acriança mostrava uma pré-disposição e motivação em praticar este esporte aquático.Enfim, o trabalho elaborado e <strong>de</strong>senvolvido pelo educador é <strong>de</strong>terminante namotivação do aluno, “o brincar <strong>de</strong> natação” po<strong>de</strong>rá tornar a aula mais divertida, semmenosprezar os interesses do aluno e os objetivos previamente propostos pelo professor.


223.4 Motivação na aprendizagemPara enten<strong>de</strong>r as implicações da motivação na aprendizagem e especificamente noprocesso <strong>de</strong> ensino-aprendizagem da natação, é essencial compreen<strong>de</strong>r o conceito <strong>de</strong>motivação. A origem etimológica do termo “motivação” vem do verbo em latim movere e dosubstantivo movium, que significa mover. No Dicionário Aurélio, o termo <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> umapalavra semanticamente próxima, a palavra “motivo”. Ou seja, motivação é o fator relevante<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> forças que move uma pessoa quando tem necessida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> realizaralgo, ou apenas, em continuar <strong>de</strong>sempenhando com satisfação.Despertar o interesse e estimular o aluno, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ida<strong>de</strong> ou ativida<strong>de</strong>, se faznecessário levar em consi<strong>de</strong>ração primeiramente aquilo que é suscetível <strong>de</strong> mover oindivíduo, qual o motivo que o conduziu até aquela prática e também os interesses subjetivos<strong>de</strong> cada aluno.A motivação está em tudo que realizamos, exercendo influências tanto psicológicasquanto fisiológicas. Existem vários fatores que motivam o ser humano, que po<strong>de</strong>m serclassificados <strong>de</strong> forma externa ou motivação extrínseca e a interna ou motivação intrínseca(RUIZ, 2004; FREITAS; COSTAS; FARO, 2003).Para melhor clareza nesta divisão, na motivação intrínseca, o aluno está ligado naativida<strong>de</strong> porque ela é prazerosa, são as forças provenientes do interior do indivíduo. Já amotivação extrínseca, o aluno executa a tarefa em troca <strong>de</strong> recompensas, refere-se a umavalorização que vem do meio externo (palavra do professor, prêmio).De acordo com Barros (1989), na psicologia há um impasse entre as teoriasBehavioristas versus Cognitivistas. A primeira teoria acredita que a aprendizagem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>estímulos externos, em contraposição, a linha cognitivista enfatiza a motivação intrínseca.Esta dicotomia ainda não está resolvida, pois é fácil encontrar pesquisadores que<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m uma ou outra teoria para explicar a aprendizagem. A motivação intrínseca é<strong>de</strong>fendida como a mais favorável para a aprendizagem, pois o aluno tem maiorespossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reflexão sobre suas ações. Por outro lado, motivação extrínseca seria umincentivo em atingir uma meta ou um meio para um <strong>de</strong>terminado fim, no qual o objetivo<strong>de</strong>fine-se em ganhar algo (RUIZ, 2004).Na prática tem sido verificado que as recompensas externas são as mais utilizadaspelos professores, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> serem concretas (principalmente com crianças pequenas),


23por sua facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> administração e por chamar a atenção do educando. È uma maneira <strong>de</strong>contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento da confiança do aluno e uma forma <strong>de</strong> incentivo.Observa-se com isso o gran<strong>de</strong> alcance da motivação na aprendizagem, seja ela commais ou menos intensida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo ser tanto positiva quanto negativa. Quando sãoutilizados elementos motivacionais positivamente, haverá reforço, resultando em maiorinteresse e concentração na ativida<strong>de</strong>. Este reforço positivo (geralmente vem do professor)quando não utilizado, po<strong>de</strong> ocasionar pouca aprendizagem, e até mesmo levar o aluno à nãopraticar a ativida<strong>de</strong>.Abrindo um parêntese, é importante <strong>de</strong>stacar que o educador também precisaapresentar um nível motivacional elevado. Reiterado por Freitas, Costas e Faro (2003, p. 34),em sua pesquisa sobre a motivação do professor e do aluno, quando relata que “em todas assituações <strong>de</strong> aprendizagem, a motivação do aluno sempre esbarra na motivação do professor”.O professor é o facilitador no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, <strong>de</strong>ve conhecer osmecanismos que envolvem seu aluno e criar situações para aquisição <strong>de</strong> novosconhecimentos. Segundo Hunter (1975), o professor <strong>de</strong>ve manipular as variáveis do ambienteque estejam relacionados com a tensão ou ansieda<strong>de</strong>, emoção, interesse, sucesso (da ativida<strong>de</strong>mal sucedida à ativida<strong>de</strong> muito difícil), conhecimento <strong>de</strong> resultados (feedback) e orelacionamento da ativida<strong>de</strong> com a recompensa.


244 METODOLOGIA4.1 SujeitosOs sujeitos foram os professores formados em Educação Física atuantes no processo<strong>de</strong> ensino-aprendizagem da natação com crianças na segunda infância, vinculados àsaca<strong>de</strong>mias. Os locais on<strong>de</strong> ocorreram às observações e entrevistas com os profissionais foramas aca<strong>de</strong>mias da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bauru, no interior do Estado <strong>de</strong> São Paulo.4.2 ProcedimentosA princípio, o trabalho <strong>de</strong> pesquisa se estruturou com o levantamento bibliográfico,das principais referências teóricas a respeito da temática. Num segundo momento, foirealizada uma pesquisa empírica, tipo qualitativa e <strong>de</strong> caráter <strong>de</strong>scritiva, no qual foramcoletados os dados por intermédio <strong>de</strong> entrevistas e observações.Foram contatadas 15 aca<strong>de</strong>mias para a realização da pesquisa, entretanto selecionamosapenas 4 aca<strong>de</strong>mias em diferentes pontos da cida<strong>de</strong>. A partir do contato inicial, repassamosaos responsáveis dos estabelecimentos, uma carta <strong>de</strong> autorização e aceite em participar <strong>de</strong>stetrabalho.No presente estudo foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com 6 profissionaisque ensinam a natação infantil, visando obter informações sobre a importância dasbrinca<strong>de</strong>iras no processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> aquática em seus diferentesestágios.Com a intenção <strong>de</strong> buscar informações nas respostas dos professores e checá-las com aprática do processo ensino-aprendizagem, observamos e <strong>de</strong>screvemos as ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>senvolvidas num conjunto <strong>de</strong> 12 aulas, sendo duas por professor. Assim, foi possívelcomprovar como estavam sendo utilizadas as ativida<strong>de</strong>s lúdicas no dia-a-dia das aulas <strong>de</strong>natação infantil. Informações estas, <strong>de</strong>scritas nos apêndices A e B.


255 RESULTADOS E DISCUSSÕESPara melhor compreensão e maior clareza na explanação dos resultados, este capítulofoi divido em três fases. Inicialmente uma abordagem interpretativa para <strong>de</strong>screver o ambiente<strong>de</strong> ensino em que transcorreu as aulas, num segundo momento serão apresentados osresultados da entrevista com os professores e, em seguida, as analises das observações dasaulas <strong>de</strong> natação.5.1 Caracterização das aca<strong>de</strong>miasNo <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta pesquisa, foi possível observar que as aca<strong>de</strong>mias aten<strong>de</strong>m a umpúblico variado e com isso as a<strong>de</strong>quações das estruturas físicas são muito importantes. Nestavisão, além das ativida<strong>de</strong>s diferenciadas, “[...] a infra-estrutura da aca<strong>de</strong>mia necessita serlevada em consi<strong>de</strong>ração..., pois a mesma po<strong>de</strong> influenciar positivamente ou negativamente naaprendizagem da natação” (PIVA, 1999, p.i).Em três das aca<strong>de</strong>mias visitadas, havia apenas uma piscina que era <strong>de</strong>stinada a todasas aulas, incluindo às aulas <strong>de</strong> natação infantil. Estas eram compostas <strong>de</strong> fundo plano com12,5 m <strong>de</strong> comprimento, 8 m <strong>de</strong> largura e aproximadamente 1,30 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Exceto aaca<strong>de</strong>mia A que possuía 3 piscinas, sendo que a utilizada na faixa etária observada era umapiscina em <strong>de</strong>snível com 15 m metros em seu comprimento. Duas aca<strong>de</strong>mias da amostrapossuíam ao redor da piscina, <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> animais aquáticos ou figuras <strong>de</strong> personagensinfantis, criando um ambiente mais acolhedor e agradável às crianças.Ao pesquisar sobre as estruturas físicas das aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> Bauru, Piva (1999), relatouem seu trabalho que os materiais se apresentavam em ótimo estado <strong>de</strong> conservação e limpeza,sendo armazenados separadamente em cestos e prateleiras suspensas para escorrer a água. Emnossa observação atual, nos <strong>de</strong>paramos com um cenário muito parecido com o dapesquisadora, no que se refere à disposição, qualida<strong>de</strong> e higiene dos materiais. Notamos queos diversos materiais didáticos utilizados em aula eram fixados próximos as piscinas,tornando fácil o acesso aos professores. Localizamos pranchas, bolas, pesinhos parahidroginástica, flutuadores, tapetes flutuantes e brinquedos variados; <strong>de</strong>monstrando apreocupação das aca<strong>de</strong>mias em sempre estar inovando e atualizando seus recursos materiais.


26Porém, na maior parte da amostra não encontramos materiais alternativos como:garrafas pet, copos <strong>de</strong>scartáveis, camisetas, moedas, peneiras e baldinhos <strong>de</strong> praia, pedrinhas,pedaços <strong>de</strong> cano PVC, entre outros objetos que <strong>de</strong>spertam a curiosida<strong>de</strong> do aluno. SegundoLima (2000), a utilização <strong>de</strong> materiais alternativos nas aulas <strong>de</strong> natação não se <strong>de</strong>veexclusivamente a falta <strong>de</strong> recursos financeiros, apesar <strong>de</strong>ste ter um peso gran<strong>de</strong> na socieda<strong>de</strong>capitalista. Com base na pesquisa <strong>de</strong> Cornélio (1999), tais materiais acrescentados àsativida<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas, contribuem para um ambiente lúdico, aumentando o repertório motor ea auto confiança da criança no meio líquido. Ainda que o exercício proposto seja o mesmo, avariabilida<strong>de</strong> ocorrida com a mudança do equipamento gera ao mesmo tempo, estímulo àcriativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>safios aos professores e alunos, motivando-os por sair da rotina.5.2 Entrevistas com os professoresNo Quadro 1 estão apresentados os dados referentes aos professores que se dispuserama participar, respon<strong>de</strong>ndo as questões da entrevista semi-estruturada e concordaram com aobservação <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> natação infantil.Quadro 1 - Caracterização dos professores.Aca<strong>de</strong>mia Professor Gênero Ida<strong>de</strong> Tempo <strong>de</strong> prática1 A Feminino 30 anos 13 anos2B Feminino 27 anos 7 anosC Feminino 25 anos 3 anos3D Feminino 24 anos 5 anosE Feminino 31 anos 9 anos4 F Masculino 26 anos 4 anosDos professores <strong>de</strong> natação infantil participantes do estudo, 5 eram do gênerofeminino e 1 do masculino, com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 27,1±2,7 anos. A média do tempo <strong>de</strong>experiência dos professores no ensino <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 6,8±3,7 anos. Prado Jr. (2001)em seu estudo na Educação Física Escolar comenta sobre a participação da figura feminina naestimulação da criança nesta fase da vida, alertando para aspectos positivos e negativos. Oautor argumenta a importância da experiência para atuação com a criança nesta fase, mas queesta experiência não po<strong>de</strong> ser sinônimo <strong>de</strong> aulas repetitivas e <strong>de</strong>smotivantes.


28interferir na dinâmica das aulas é a carga diária <strong>de</strong> trabalho dos entrevistados que variou entre8 e 11 horas.Esta carga <strong>de</strong> trabalho é distribuída irregularmente durante a semana, no qual todos osparticipantes trabalham com carga horária excessiva em 2 ou 3 dias da semana e nos diasrestantes possuem um número reduzido <strong>de</strong> aulas. Analisando as respostas dos professores,observamos que a avaliação e o planejamento diário estão comprometidos, pois há um gran<strong>de</strong>volume <strong>de</strong> aulas por dia, freqüentemente, divididas nos três períodos. Porém os professores se<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m <strong>de</strong>clarando que <strong>de</strong>vido à distribuição semanal <strong>de</strong>sigual, conseguem <strong>de</strong>senvolver oplanejamento <strong>de</strong> suas aulas satisfatoriamente nos dias em que a carga horária é menor.Por estarmos preocupados com a motivação do aluno que está ligada diretamente amotivação do professor, buscamos através da entrevista com professores conhecer se hámotivação em trabalhar nesta modalida<strong>de</strong> esportiva e se já se sentiram alguma vez<strong>de</strong>smotivados.17%17%33%Nunca <strong>de</strong>smotivadosDesmotivação alunoRotinaValor h/a33%Gráfico 2 – Porcentagem das respostas dos professores em relação a <strong>de</strong>smotivação no ensinonatação.Nossa pesquisa vem concordar com Moreira (1997), quando este diz que a insatisfaçãointrínseca do professor esta ao redor do relacionamento com o aluno, como po<strong>de</strong>mosvisualizar no Gráfico 2 acima, que 33% dos professores nunca ficaram <strong>de</strong>smotivados, jáoutros 33% ficaram <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>smotivação dos alunos. Entre os fatores <strong>de</strong> naturezaextrínseca estão: 17% acreditando que a rotina seja a responsável pela <strong>de</strong>smotivação e mais17% estão <strong>de</strong>smotivados pela <strong>de</strong>svalorização financeira, ou seja, o baixo valor recebido pelahora/aula.Por outro lado, Moreira (1997, p.77) assegura que “[...] a maior fonte <strong>de</strong> satisfação doprofessor tem sido o ato <strong>de</strong> ensinar”. Sustentando esta afirmação, quando os profissionais são


29indagados sobre a motivação em trabalhar com natação, a resposta positiva é unânime.Justificaram que, o contato professor-aluno e o progresso das crianças nas aulas são osprincipais aspectos que os motivam, assim como relatam:“[...] eu me sinto motivada porque é muito legal ver uma criança progredindo,melhorando cada vez mais, melhorando cada aula”;“A natação na verda<strong>de</strong> é o que eu mais me sinto motivada e além da natação trabalhocom outras modalida<strong>de</strong>s: salão, musculação...É que na natação é visível este progresso<strong>de</strong> uma criança que não sabe nada <strong>de</strong> repente se virar, [...]”.É um ponto complicado, dizer que as respostas dos professores referentes à motivaçãoe a <strong>de</strong>smotivação estão incoerentes, pois não po<strong>de</strong>mos relacionar a satisfação do professor e asua atuação profissional como sendo duas variáveis diretamente proporcionais, pois inúmerosfatores estão envolvidos. Contudo, é necessário esclarecer que muitas vezes o <strong>de</strong>sinteresse dosalunos e a rotina são ocasionados pelos próprios professores, que <strong>de</strong>veriam adotar diferentesmétodos e estratégias em suas aulas.Constatamos que em todas as aca<strong>de</strong>mias visitadas, as divisões do processo ensino eaprendizagem eram <strong>de</strong>finidas pelos estabelecimentos, pelo método <strong>de</strong> graduações em níveis.Basicamente os níveis incluíam as fases <strong>de</strong>: adaptação ao meio líquido, aprendizagem dosestilos e aperfeiçoamento.Quadro 2 - Classificação <strong>de</strong> níveis na natação infantilAca<strong>de</strong>mia1Aca<strong>de</strong>mia2Aca<strong>de</strong>mia3Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4Adaptaçãomeio líquidoAprendizagemdos 4 estilosAperfeiçoamento dos4 estilosTreinamentoNível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Nível 6Bebê Adaptação Iniciação Crawl, Aperfeiçoamento Treinamentomeio crawl, costas e dos 4 estiloslíquido costas iniciaçãoborboletae peitoNível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Nível 6Bebê Adaptação Iniciação Crawl, Crawl, Aperfeiçoamentomeio crawl, costas e costas, dos 4 estiloslíquido costas iniciação borboleta


30Aca<strong>de</strong>mia4borboleta einiciaçãopeitoNível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Nível 6Bebê Adaptação Iniciação Crawl, Crawl, Aperfeiçoamentomeio crawl, costas e costas, dos 4 estiloslíquido costas iniciação borboletaborboleta einiciaçãopeitoNo Quadro 2, i<strong>de</strong>ntificamos poucas diferenças nas classificações <strong>de</strong> níveis no ensino danatação infantil entre as aca<strong>de</strong>mias, visto que a proposta <strong>de</strong> divisão está relacionada ashabilida<strong>de</strong>s aquáticas que serão <strong>de</strong>senvolvidas e a progressão do grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>.Segundo uma das professoras da Aca<strong>de</strong>mia 3, a dinâmica dos níveis funciona da seguinteforma:“[...] <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo a dificulda<strong>de</strong> do aluno ele é classificado em um <strong>de</strong>terminado nível eassim que ele apren<strong>de</strong> é passado para o próximo nível”.Isto é, <strong>de</strong> acordo com que a criança se <strong>de</strong>senvolve e atinge o padrão exigido no nível 3, oprofessor realiza uma avaliação, seguindo os parâmetros da aca<strong>de</strong>mia e/ou os próprioscritérios, julgando finalmente se o aluno está apto para mudar para o nível 4. Demonstrando aliberda<strong>de</strong> do professor no que tange a avaliação, <strong>de</strong>stacamos a fala da professora C:“Por níveis (fez referência à divisão do processo <strong>de</strong> ensino) como é a regra daaca<strong>de</strong>mia, mas nada impe<strong>de</strong> da gente planejar nossas aulas e dividir as crianças pelonível que a gente acha que ela po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>senvolvendo mais”.Quando o ensino da natação é preso ao domínio dos estilos consagrados <strong>de</strong> nados, nãorespeitando as características e objetivos dos alunos, resultará em um processo <strong>de</strong>aprendizagem repetitivo e exaustivo. Nesta perspectiva, os autores Fernan<strong>de</strong>s e Costa (2006)propõem uma pedagogia além dos 4 nados que valorize: as vivências anteriores, consi<strong>de</strong>re oaluno como membro ativo no processo e se necessário haja uma transformação na postura doprofessor frente suas estratégias e objetivos. Compreen<strong>de</strong>mos então, a importância daestratégia a ser empregada, ou seja, não basta gostar <strong>de</strong> trabalhar com crianças.Segundo Cornélio (1999), o lúdico por fazer parte das características da infância, fazcom que as crianças realizem as ativida<strong>de</strong>s, que em outros momentos po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas


31como barreiras. Conhecendo os benefícios da ativida<strong>de</strong> lúdica, todos os professores quandoquestionados sobre sua aplicação como recurso nas aulas, <strong>de</strong>monstraram utilizá-la em todomomento. Ao mesmo tempo, ressaltaram ser esta uma alternativa nas aulas <strong>de</strong> natação paracrianças <strong>de</strong> qualquer ida<strong>de</strong> e também para os adultos. Conforme ilustrado nas frases dosprofessores:“Eu procuro passar ativida<strong>de</strong>s recreativas em todos os níveis, até com adultos [...]”;“No início começo com uma recreação, às vezes um pega-pega ou jogo vários objetosno fundo da piscina, e as crianças começam mergulhando e pegando os objetos”;“O tempo todo, tanto para criança quanto para adulto, o tempo inteiro, ... porque pormais velho que seja o aluno, por mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> sempre tem sempre um pedaço criança<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> você [...]”;“[...] eu dou recreação <strong>de</strong> nível 2 até adolescente e quando dou aula para adulto eutambém dou, para aquecimento ou final <strong>de</strong> aula. Recreação direcionada ou recreaçãolivre”;“[...] finais das aulas eu dou mais como brinca<strong>de</strong>iras, temos também algumas semanasque é colocado no plano <strong>de</strong> aula, como a semana do corpo humano [...]”;“Em todos os níveis e também para adultos. Depen<strong>de</strong> do momento, uma vez porsemana no final da aula, às vezes no meio da aula também quando a aula está chata emonótona, utilizo ativida<strong>de</strong>s recreativas”.É nítido, como esse recurso pedagógico é enaltecido pelos professores da amostra, masserá que realmente está ocorrendo na prática? Geralmente o lúdico é pouco usado, porquequando comparado com a forma “tradicional” <strong>de</strong> ensino, o primeiro é mais dispendioso <strong>de</strong>trabalho. Além disso, o professor <strong>de</strong>ve ter argumentos e justificativas para trabalhar com essasativida<strong>de</strong>s, sempre escolhendo os jogos ou brinca<strong>de</strong>iras i<strong>de</strong>ais que servirão <strong>de</strong> escada paraalcançar seus objetivos (CORNÉLIO, 1999).Referente à atuação dos profissionais, no sentido <strong>de</strong> buscar estratégias para motivar oaluno durante as aulas, os participantes listaram várias alternativas para facilitar o processo <strong>de</strong>ensino. Entre elas: o exercício lúdico, a variabilida<strong>de</strong> das aulas e as ativida<strong>de</strong>s extras visandoo convívio social (confraternizações e festivais), apareceram freqüentemente nas respostas:“[...] eu mostro para o aluno seu próprio progresso, o que ele melhorou e tambématravés <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras para que eles se sintam bem naquele momento [...]”;“[...] exercícios lúdicos ou exercícios <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras, falar que tem um patinho lá dooutro lado, fazendo brinca<strong>de</strong>iras, contando historinhas [...]”;


32“Eu procuro sempre dar aulas diferentes com exercícios novos às vezes o mesmoexercício mais o estilo da aula diferente então o aluno acaba ficando motivado [...]”;“Aqui nós temos o festival que é feito 2 vezes por ano [...]”.Apesar <strong>de</strong> alguns pontos acima citados, todos os professores assumirem utilizar arecreação no período <strong>de</strong> aula, essas ativida<strong>de</strong>s foram reconhecidas como estratégias <strong>de</strong>motivação por apenas 2 professores. Ou seja, anteriormente consi<strong>de</strong>raram os benefícios e aaplicação da recreação na aula, mas não assimilaram que este é um método que se inseridoa<strong>de</strong>quadamente propiciará um ambiente alegre e agradável às crianças.Um fator relevante, diagnosticado nesta pesquisa corrobora com os estudos <strong>de</strong>Cornélio (1999), Bruna (2002) e Freitas, Costa e Faro (2003), centrando-se na relação afetivaexistente entre o professor e o aluno, no qual percebemos pelos cuidados e carinhosrecíprocos. Observados na preocupação das professoras em proporcionar ativida<strong>de</strong>s:“[...] que eles (os alunos) se sintam bem naquele momento, não saiam <strong>de</strong>smotivados enão saiam chateados com alguma coisa, me preocupo muito com isso também”;“[...] a turma para fazer amiza<strong>de</strong> com todo mundo, porque às vezes, principalmente acriança pára <strong>de</strong> nadar por não ter amiza<strong>de</strong> ficando <strong>de</strong>slocada. Então, a gente faz asconfraternizações para se enturmarem”.17%NãoSim83%Gráfico 3 – Porcentagem dos professores que cursaram ou não alguma disciplina específicasobre ativida<strong>de</strong>s recreativas.Finalizando a entrevista, perguntamos aos professores se os mesmos tiveram nafaculda<strong>de</strong> alguma disciplina relacionada às ativida<strong>de</strong>s lúdicas, conforme o Gráfico 3,verificamos que boa parte dos participantes adquiriram uma base teórica no ensino superior eque posteriormente complementaram com cursos sobre o assunto. O professor F relatou que:“[...] na natação (o conteúdo oferecido na graduação) foi uma coisa bem básica e o <strong>de</strong>recreação também. Mas busquei fora da faculda<strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> recreação”.


335.3 Observações das aulasSabe-se que o número <strong>de</strong> alunos por professor é um fator que influência no processo<strong>de</strong> ensino. O número <strong>de</strong> 6 a 12 alunos é indicado por Palmer (1990) como sendo o i<strong>de</strong>al emuma aula, reduzindo para 1 nadador quanto mais nova for a criança. De acordo com o Gráfico4, constatamos uma média <strong>de</strong> 5,1±1,6 alunos por professor. Avaliamos que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>alunos no conjunto <strong>de</strong> aulas observadas concordava com a literatura. Porém, <strong>de</strong>ve-se levarem consi<strong>de</strong>ração que a realização <strong>de</strong>sta coleta ocorreu na época <strong>de</strong> inverno, estação esta quehá uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong> alunos nas aca<strong>de</strong>mias.10nº alunos/aula8642Aula 1Aula 20A B C D E FProfessoresGráfico 4 – Relação <strong>de</strong> número <strong>de</strong> alunos por professor.A maior parte do período ativo e das ativida<strong>de</strong>s aplicadas pelos profissionais,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do nível em que as crianças <strong>de</strong> 6 a 12 anos estavam classificadas, eramrealizadas <strong>de</strong> forma mecanizadas e direcionadas à prática parcial dos nados. Desta maneira épossível observar no Quadro 3 que os alunos encontravam-se em fase <strong>de</strong> aprendizagem, umavez que, as tarefas eram subdivididas em partes a fim <strong>de</strong> simplificar a prática (SCHMIDT,2001 e MAGILL, 2000).Quadro 3 – Técnicas parciais dos estilos encontradas nas observaçõesAca<strong>de</strong>mia Professor Aula Técnicas parciais dos estilos1 A Aula 01 • 1 ch. p. cr (ida pegada alta/ volta baixa)• 2 ch. cr c/ prancha• 3 ch. p. cos• 5 ch saídas cr (mergulho)


34B2CD3E4 FAula 02 • 4 ch. (ida – p. cr / volta- cr) c/ pranchaAula 01 • 4 ch. cos girando 2x cada br• 4 ch. p. cos c/ br acima cabeça ida/ volta cosgirando o br alternados e parando acima cabeçaAula 02 • 4 ch. p. cr na ida / volta flutuação ventral• 2 ch. salto sobre o espaguete e cr até final• 2 ch. salto c/ golfinhoAula 01 • 5 ch. p. cos (ida abraçando prancha/volta acimacabeça)• 6 ch. cos (ida girando br direito / volta bresquerdo) equilibrando pesinho prancha• 3 ch. p cr e br peitoAula 02 • 5 ch. ondulação e quanto respirar girar brAula 01 • 4 piscinas (2 ch.) p cr• 2 ch. cr c/ prancha (respira lado direito ida/respira lado esquerdo volta)Aula 02 • 2 ch. p. cos• 2 ch. p. cos c/ pranchaAula 01 • 3 ch. p cos• 3 ch. p. lateral• 3 ch. p. cr c/ prancha• 2 ch. p cr c/ uma mão na prancha e outra ladocorpo respirando lateralAula 02 • 2 ch. p. cos• 2 ch. cr (ida br dir / volta br esq) c/ pranchaAula 01 • 2 ch. p. cr• 1 ch. ondulação• 2 piscinas (1 ch.) p cr e volta o aluno escolhe• 2 piscinas (1 ch.) ondulação e volta aluno escolhe• 2 ch. p. cr ida / volta ondulação• 1 ch. p. cr ida / volta ondulaçãoAula 02 • 2 ch. p. cr c/ espaguete ida/ volta balanço• 2 ch. p. cr respirar lado direito e girar br ida /volta respirando lado esquerdo• 1 ch p. crLegenda: ch.: chegadas (ida e volta na piscina), p. : perna, br: braço, cr: crawl, cos: costasEmbora, os professores concordarem que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caráter recreativo sãoimportantes estratégias, nesta investigação eles repetem resultados <strong>de</strong> estudos já revisados naliteratura. Corroborando com Rocha (1997), Morais e Muniz (1999), Freire e Schwartz(2005), Duran (2005) e Macedo et al (2007), o elemento lúdico não é valorizado na prática e évisto <strong>de</strong> modo funcionalista. No Quadro 4, visualizamos nas aulas uma quantida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong>


35ativida<strong>de</strong>s lúdicas na natação, com crianças <strong>de</strong> 6 a 12 anos, apenas sendo reservadas aosúltimos minutos e sem orientação.Sabe-se que a organização do ambiente <strong>de</strong> aula é um aspecto fundamental no processo<strong>de</strong> aprendizagem. Segundo Freire e Schwartz (2005), as modificações realizadas neste espaçoobjetivam contribuir para o enriquecimento <strong>de</strong> experiências motoras, afetivo-sociais ecognitivas. O uso <strong>de</strong> diferentes materiais nas aulas <strong>de</strong> natação viabiliza-nos atingir metas pordiferentes caminhos, portanto, a diversificação <strong>de</strong> materiais colabora para a ampliação dasestratégias <strong>de</strong> ensino. Concordando com Piva (1999), observamos que aca<strong>de</strong>mias visitadasmostraram-se preocupadas com a atualização dos seus materiais, sendo constatada pelavarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas e cores <strong>de</strong>stes, além <strong>de</strong> recursos alternativos que o professor po<strong>de</strong>riaadotar. Porém, nos Quadros 3 e 4 notamos que durante as aulas poucos materiais foramempregados no <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s. Entre eles, a prancha e o espaguete foram osprincipais protagonistas.Quadro 4 – Ativida<strong>de</strong>s Lúdicas encontradas nas observaçõesAca<strong>de</strong>mia Professor Aula Ativida<strong>de</strong> Recreativa1 A2BAula 01 • 30 metros nadando livre – liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha p/aluno;• A professora utilizou brinca<strong>de</strong>iras através <strong>de</strong>competição com estilos completos e também comtécnicas parciais dos nados;• 3’ finais recreação livre: as crianças brincaram avonta<strong>de</strong>.Aula 02 • 5’ finas recreação livre.Aula 01Aula 02• Ativida<strong>de</strong> salada <strong>de</strong> frutas, no qual a prof <strong>de</strong>screviauma fruta e se acertassem po<strong>de</strong>riam escolher o queiriam nadar, mas se errassem a profª que escolhia(estilos completos e técnica);• 5’ finais recreação livre.• 5’ finais recreação livre.C Aula 01 • Ativida<strong>de</strong> técnicas parciais dos estilos, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veriamnadar sem <strong>de</strong>rrubar o pesinho, que estava sobre aprancha, na água – o exercício ficou maisinteressante.• 5’ finais recreação livre.


37Fugindo da regra, encontramos em aproximadamente 33% <strong>de</strong> aulas analisadas, arecreação direcionada nos quinze minutos finais. Entretanto, tratava-se <strong>de</strong> uma norma daaca<strong>de</strong>mia 3 participante da amostra que, especialmente no mês <strong>de</strong> julho (férias escolares)<strong>de</strong>stinou este tempo às brinca<strong>de</strong>iras estabelecidas a priori por alguns professores. Asbrinca<strong>de</strong>iras eram aplicadas em todas as turmas <strong>de</strong> natação infantil da aca<strong>de</strong>mia citada,cabendo a cada professor adaptá-las às características <strong>de</strong> seus alunos.Po<strong>de</strong>mos dividir as ativida<strong>de</strong>s lúdicas observadas em dois grupos. O primeiro grupo, éreservado às brinca<strong>de</strong>iras que não utilizaram exercícios específicos do ensino da natação.Assim como ilustrado no Quadro 4, na ativida<strong>de</strong> do professor D em sua primeira aula, no qualos alunos brincavam <strong>de</strong> jogar o maior número <strong>de</strong> espaguetes para o campo adversário. Odivertimento e a <strong>de</strong>scontração eram os principais objetivos <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>.E um segundo grupo, o alvo <strong>de</strong>sta pesquisa, é o que utiliza as ativida<strong>de</strong>s lúdicas comoestratégias para aplicar os conteúdos das aulas. Constatamos neste grupo, além <strong>de</strong>brinca<strong>de</strong>iras, aulas como as dos professores B, C e F (Quadro 4) que modificaram o formato<strong>de</strong> aplicação das ativida<strong>de</strong>s. Verificamos como é possível embarcar na imaginação infantil e<strong>de</strong>ste modo aproveitar as propostas dos alunos, como aconteceu na aula 02 da professora C,no qual fantasiaram estar em uma competição.Ainda no ultimo grupo, encontramos no Quadro 4, outras opções que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong>enigmas a serem <strong>de</strong>cifrados pelos alunos para a escolha da ativida<strong>de</strong>, até a forma <strong>de</strong> seleçãodos alunos para iniciarem os exercícios (aulas do professor F); criando expectativa e atençãodo aprendiz. Estes são exemplos encontrados nas aulas que envolveram os alunos, mostrandoque a criativida<strong>de</strong> do professor torna as aulas mais atrativas.De acordo com Selau (2000) e Cornélio (1999), a criança apren<strong>de</strong> e adquire confiançaenquanto brinca, porém este resultado po<strong>de</strong> ser atrasado quando o aluno não tem liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>expressão e se a situação for apenas repetição <strong>de</strong> movimentos. Infelizmente constatamos emparte das aulas observadas, professores que não perceberam que durante as recreações, ascrianças se sentiam mais seguras para realizar <strong>de</strong>terminados movimentos que, por vezes,tinham dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> executar nas ativida<strong>de</strong>s direcionadas da aula. É sensato compreen<strong>de</strong>rque cada aca<strong>de</strong>mia tem seu padrão <strong>de</strong> procedimento na natação, entretanto, Selau (2000)<strong>de</strong>staca que o professor <strong>de</strong>ve estar atento durante suas aulas; aproveitando, valorizando asmanifestações lúdicas dos alunos e ainda mais, interagindo com eles.Todavia nos leva a pensar em outra questão-problema, se está sendo apropriada àutilização <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras e porque não explorar o lúdico em qualquer momento da aula e não


38restringi-lo somente a uma fase específica. Assim, este é um tema para continuarmosinvestigando.


396 CONCLUSÃOConforme o objetivo do presente estudo, verificamos que o elemento lúdico está sendoutilizado <strong>de</strong> forma precária no processo ensino aprendizagem, apesar da valorização <strong>de</strong>steconteúdo pelos profissionais envolvidos no processo <strong>de</strong> ensino da natação infantil. Isto ocorremesmo enten<strong>de</strong>ndo que as crianças a<strong>de</strong>rem a prática <strong>de</strong> natação pela diversão e prazer naativida<strong>de</strong>. Levantamos a priori, que uma das causas do abandono <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> natação po<strong>de</strong>estar relacionada à falta <strong>de</strong> motivação e ao cansaço provocado por aulas repetitivas emonótonas.As estratégias <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>vem ser aplicadas com atenção, pois as características dasativida<strong>de</strong>s propostas e a organização do ambiente influenciam no grau <strong>de</strong> satisfação dacriança. Observamos que, a metodologia que valoriza a aprendizagem técnica a partir doselementos divididos por partes, é a mais encontrada na prática profissional. Isto po<strong>de</strong> sercompreendido se enten<strong>de</strong>rmos que as aca<strong>de</strong>mias procuram oferecer estratégias rápidas eeficientes para mostrar resultados da aprendizagem para os pais. Por essa razão, realizamplanejamentos (técnica dos nados) sem levar em consi<strong>de</strong>ração a ludicida<strong>de</strong> e as característicase interesses da criança.Uma das dificulda<strong>de</strong>s da inserção do lúdico nas aulas é o receio dos professores emutilizar esta estratégia, visto que a ludicida<strong>de</strong> geralmente é relacionada incoerentemente à nãoserieda<strong>de</strong>. A ativida<strong>de</strong> lúdica não <strong>de</strong>ve se concluir a uma concepção utilitarista, reconhecidaapenas como uma ferramenta, portanto se faz necessário que o professor conheça melhor esteuniverso que envolve o brincar e a criança. Pensado assim, o lúdico, a natação, a criança e oprocesso <strong>de</strong> aprendizagem estão inter-relacionados. Outra questão é a disponibilida<strong>de</strong> dosprofissionais em buscar alternativas pedagógicas e planejar constantemente suas aulas, poissair da rotina é um <strong>de</strong>safio trabalhoso.Concluímos que o elemento lúdico não está sendo aplicado a<strong>de</strong>quadamente na práticado processo ensino-aprendizagem. Resumindo-se na maioria dos casos, à recreação livre nosminutos finais da aula, sem o direcionamento <strong>de</strong> objetivos e propostas adaptadas para estafaixa etária.Este estudo nos <strong>de</strong>spertou sobre a importância do estágio curricular, no qual oprincipiante po<strong>de</strong>ria aproveitar a oportunida<strong>de</strong> para uma efetiva troca <strong>de</strong> experiências.Quando o estagiário se articula como intermediário entre os conhecimentos científicos e aprática cotidiana, torna-se o principal beneficiário. Contudo, advertimos ser necessário umareestruturação das propostas <strong>de</strong> práticas educativas da natação nos cursos <strong>de</strong> formação


40profissional, como alternativa para incentivar os futuros professores no <strong>de</strong>senvolvimento doprazer em apren<strong>de</strong>r, em manifestar sua imaginação, criativida<strong>de</strong> e expressivida<strong>de</strong>,viabilizando estratégias pedagógicas motivadoras e conscientes.Enfim, ainda que a fase <strong>de</strong> aprendizagem e aperfeiçoamento dos estilos necessite <strong>de</strong>repetição para automatização dos movimentos; as brinca<strong>de</strong>iras e as aulas diferenciadas sãorecursos para uma possível reação negativa dos alunos, bem como, uma proposta paraminimizar a evasão. Por meio do lúdico, po<strong>de</strong>mos visualizar um maior relacionamento afetivoentre professor e aluno, pois ambos participam do processo <strong>de</strong> aprendizagem. Aspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> incluir o lúdico, nas aulas <strong>de</strong> natação com a segunda infância, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rãodo professor em proporcionar um ambiente motivador, atrativo e divertido, que ao mesmotempo favoreça a aquisição <strong>de</strong> movimentos corporais <strong>de</strong>ntro do meio líquido.


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45APÊNDICE A – Entrevista com os professoresEntrevista - Professor A1. Qual sua historia em relação à natação e porque resolveu trabalhar nesta área?Bom, comecei a praticar natação quando eu era criança ainda, mas nuncaprofissionalmente, nunca fui atleta.Gostei, gosto <strong>de</strong> esporte e resolvi fazer faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Física, aí logo no 2ºano comecei a trabalhar na área da natação.2. Há quanto tempo você trabalha com natação?Des<strong>de</strong> o 2º ano da faculda<strong>de</strong> em 94, 1994.3. Quais são suas principais dificulda<strong>de</strong>s no ensino da natação?...é (pensativa)... as crianças, às vezes, ficam <strong>de</strong>smotivadas, então tem que ser umtrabalho bem lúdico. Porque como eu trabalho com criança, muitas são obrigadas a fazernatação pelo pai, às vezes orientação médica, então a gente tem que dar uma aula lúdica, umaaula motivante para que a criança não <strong>de</strong>sista.4. Qual sua carga diária <strong>de</strong> trabalho? Esta interfere no planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento do mesmo? Se sim, por quê?Não minha carga horária esta bem dividida, trabalho <strong>de</strong> manhã e à tar<strong>de</strong>, mas tenhointervalos.Você trabalha a semana toda?Semana toda, <strong>de</strong> segunda a sexta.Não fica muito cansativo? É possível fazer o planejamento?Não, tranqüilo.5. Você se sente motivado em ensinar natação? Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivado? Porquê?Eu me sinto motivada agora, mas já tive épocas <strong>de</strong> sentir <strong>de</strong>smotivada por talvez <strong>de</strong>s<strong>de</strong>94 estar trabalhando com natação, então acaba dando uma enjoada. Mas já tive mudanças <strong>de</strong>aca<strong>de</strong>mia, várias mudanças <strong>de</strong> emprego e isto vai estimulando cada vez mais.


466. Como você ou a aca<strong>de</strong>mia divi<strong>de</strong> o processo ensino-aprendizagem da natação?Adaptação... Adaptação ao meio líquido, iniciação, aperfeiçoamento e treinamento.Eu vi na pare<strong>de</strong> uma seqüência por níveis, como funciona?Adaptação nível 1, aprendizagem nível 2, aperfeiçoamento nível 3 e treinamento nível 4.7. Você utiliza ativida<strong>de</strong>s recreativas durante sua aula? Em qual momento? Comcrianças <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>? Em que fase da aprendizagem?No início começo com uma recreação, ás vezes um pega-pega ou jogo vários objetosno fundo da piscina e as crianças começam mergulhando e pegando os objetos.Qual ida<strong>de</strong> e nível?Tanto <strong>de</strong> 3 a 6 anos quanto <strong>de</strong> 7 a 12. Todos os níveis têm uma parte lúdica.8. Qual estratégia você utiliza para motivar seu aluno visando facilitar o ensino danatação?Aqui nós temos o festival que é feito 2 vezes por ano, então a gente costuma seguiruma série <strong>de</strong> aulas e sempre lembrando os alunos <strong>de</strong> que eles <strong>de</strong>vem estar nadando bem,nadando perfeito para po<strong>de</strong>r participar.9. Na sua formação, você cursou alguma disciplina específica sobre ativida<strong>de</strong>srecreativas?Não, dá faculda<strong>de</strong>, não ...Específico não, mas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguma matéria abordaram alguma coisa sobreativida<strong>de</strong>s lúdicas?Eu tive na faculda<strong>de</strong>, mas assim nunca fiz curso. Na faculda<strong>de</strong> tive matérias on<strong>de</strong> tinhapartes recreativas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> outras disciplinas, mas não a especificamente recreativa.Entrevista - Professor B1. Qual sua historia em relação à natação e porque resolveu trabalhar nesta área?É...(pensativa), na verda<strong>de</strong> nunca fui nadadora.....é (pensativa), eu cai <strong>de</strong> pára quedasno estágio. Eu pedi estágio numa aca<strong>de</strong>mia lá no Paraná e entrei como estagiária e assim foisurgindo o amor pela natação, a gratificação, fui conhecendo e to nesta vida há 7 anos.


472. Há quanto tempo você trabalha com natação?São 7 anos que eu trabalho só com piscina.3. Quais são suas principais dificulda<strong>de</strong>s no ensino da natação?È pegar uma criança que tem muito medo tipo, crianças que são traumatizadas, quetiveram algum tipo <strong>de</strong> afogamento, essas coisas, ou no parto mesmo alguma coisa queaconteceu... e também no nado peito, que é o nado mais difícil <strong>de</strong> se ensinar.4. Qual sua carga diária <strong>de</strong> trabalho? Esta interfere no planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento do mesmo? Se sim, por quê?É na faixa <strong>de</strong> 8 horas por dia, mas como toda aca<strong>de</strong>mia eu fico mais é a noite, eutrabalho muito <strong>de</strong> manhã e a noite e não me atrapalha não. Durante a tar<strong>de</strong> monto minhasaulas, monto as músicas que vou dar na hidro, o objetivo a aca<strong>de</strong>mia nos passa, o objetivomensal e então fica tranqüilo <strong>de</strong> trabalhar.5. Você se sente motivado em ensinar natação? Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivado? Porquê?A natação na verda<strong>de</strong> é o que eu mais me sinto motivada e além da natação trabalhocom outras modalida<strong>de</strong>s, salão, musculação, mas a natação é muito gratificante ver oprogresso. É que na natação é visível este progresso <strong>de</strong> uma criança que não sabe nada <strong>de</strong>repente se virar, uma criança que tinha muito medo e hoje toma banho e lava a cabeçatranqüila e mergulha, então isto é muito gratificante para nós professores. Desmotivada não,não.6. Como você ou a aca<strong>de</strong>mia divi<strong>de</strong> o processo ensino-aprendizagem da natação?Bom, a Nadart ela trabalha por níveis, nivel1 que é o nível <strong>de</strong> caminha, perdão, nível 1bebê, nível 2 caminha, nível 3 crawl e costas, nível 4 aprendizado <strong>de</strong> borbo e peito etreinamento 5 e 6 que vai aperfeiçoando os nados.7. Você utiliza ativida<strong>de</strong>s recreativas durante sua aula? Em qual momento? Comcrianças <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>? Em que fase da aprendizagem?O tempo todo, tanto para criança quanto para adulto, o tempo inteiro, você brinca,você elogia, você faz viva!, porque por mais velho que seja o aluno, por mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> sempretem um pedaço criança <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> você e é gostoso.


48Em todos os níveis?Sim, em todos os níveis.8. Qual estratégia você utiliza para motivar seu aluno visando facilitar o ensino danatação?È ... (pensativa), eu mostro para o aluno seu próprio progresso, o que ele melhorou etambém através <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras para que eles se sintam bem naquele momento, não saiam<strong>de</strong>smotivados e não saiam chateados com alguma coisa, me preocupo muito com issotambém.9. Na sua formação, você cursou alguma disciplina específica sobre ativida<strong>de</strong>srecreativas?Tive, tive recreação, tive psicologia do aprendizado que é muito para o aprendizado <strong>de</strong>todas as aulas, tive foi muito bom para mim.Na disciplina <strong>de</strong> natação foi abordado mais o treinamento ou aprendizado?Aprendizagem mesmo, <strong>de</strong> todos os nados, mas nada como a prática para nos ensinar.Entrevista - Professor C1. Qual sua historia em relação a natação e porque resolveu trabalhar nesta área?Eu já fiz natação quando era criança ai acabei fazendo parte <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicassempre, acabei entrando na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Física e surgiu a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalharcom a natação.2. Há quanto tempo você trabalha com natação?É o terceiro ano, vai completar 3 anos.3. Quais são suas principais dificulda<strong>de</strong>s no ensino da natação?Não é exatamente na natação, mas as crianças estão ultimamente muito mal educadas,não conseguem receber or<strong>de</strong>ns, a principal queixa é na parte <strong>de</strong> educação mesmo das crianças,em receber uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> comando e isso é o que está <strong>de</strong>ixando mais a <strong>de</strong>sejar, mas elas estãocada vez mais espertas.


494. Qual sua carga diária <strong>de</strong> trabalho? Esta interfere no planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento do mesmo? Se sim, por quê?Em média tenho 8 aulas fixas por dia e não atrapalha no planejamento.5. Você se sente motivado em ensinar natação? Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivado? Porquê?Eu sinto motivada porque é muito legal ver uma criança progredindo, melhorando cadavez mais, melhorando cada aula. Mas às vezes, fico <strong>de</strong>smotivada por <strong>de</strong>ixar levar a<strong>de</strong>smotivação <strong>de</strong> aluno, eles começam a ficar <strong>de</strong>smotivados, mas aí <strong>de</strong>pois eu tenho que soltaralguma coisa legal para aumentar a motivação das crianças.6. Como você ou a aca<strong>de</strong>mia divi<strong>de</strong> o processo ensino-aprendizagem da natação?Por níveis como é a regra da aca<strong>de</strong>mia, mas nada impe<strong>de</strong> da gente planejar nossas aulase dividir as crianças pelo nível que a gente acha que ela po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>senvolvendo mais.7. Você utiliza ativida<strong>de</strong>s recreativas durante sua aula? Em qual momento? Comcrianças <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>? Em que fase da aprendizagem?Eu utilizo, eu dou recreação <strong>de</strong> nível 2 até adolescente, mas quando dou aula para adultoeu também dou, para aquecimento ou final <strong>de</strong> aula. Recreação direcionada ou recreação livre.8. Qual estratégia você utiliza para motivar seu aluno visando facilitar o ensino danatação?È (pensativa)... exercícios lúdicos ou exercícios <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras, falar que tem umpatinho lá do outro lado, fazendo brinca<strong>de</strong>iras , contando historinhas, na hora que ele tivercansado <strong>de</strong>ixa ele dar umas mergulhadas para relaxar e não ficar pressionando muito que aínão gosta <strong>de</strong> nadar9. Na sua formação, você cursou alguma disciplina específica sobre ativida<strong>de</strong>srecreativas?Eu tive recreação dois tópicos, 6 meses cada um e recreação aquática também nafaculda<strong>de</strong> tem parte aquática e tem também a parte aquática <strong>de</strong> competição. Natação 6 mesesaprendizado e 6 meses treinamento.


50Entrevista - Professor D1. Qual sua historia em relação a natação e porque resolveu trabalhar nesta área?Eu sempre gostei muito <strong>de</strong> piscinas e quando eu fazia natação eu perguntava direto parao professor o que eu precisava para dar aula <strong>de</strong> natação. Então, sempre gostei muito, eu gosto<strong>de</strong> ensinar, <strong>de</strong> ver o aluno nadando e saber que fui eu quem o ensinou. Gostoso!Você já foi atleta?Eu já na<strong>de</strong>i, já competi há uns 5 anos atrás, mas agora to meio parada.2. Há quanto tempo você trabalha com natação?Há 6 anos.3. Quais são suas principais dificulda<strong>de</strong>s no ensino da natação?Dificulda<strong>de</strong>s (pensativa), dificulda<strong>de</strong> assim não tenho muito, tem que saber o que oaluno gosta, do que tem medo. Se você conseguir analisar o aluno, você consegue trabalharbem.4. Qual sua carga diária <strong>de</strong> trabalho? Esta interfere no planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento do mesmo? Se sim, por quê?De terça e quinta eu trabalho 5 horas e <strong>de</strong> segunda, quarta e sexta eu trabalho em média10 horas.E atrapalha no planejamento?Não, não atrapalha porque como é intercalado <strong>de</strong> terça e quinta eu trabalho menos dápara planejar tranqüilo.5. Você se sente motivado em ensinar natação? Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivado? Porquê?Motivada eu me sinto sim, é gostoso ver o aluno apren<strong>de</strong>ndo, mas já aconteceu <strong>de</strong> ficar<strong>de</strong>smotivada e foi por causa do valor <strong>de</strong> hora/aula e não pela natação em si.6. Como você ou a aca<strong>de</strong>mia divi<strong>de</strong> o processo ensino-aprendizagem da natação?Aqui na aca<strong>de</strong>mia é dividido por nível, por classificação <strong>de</strong> nível, então <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo adificulda<strong>de</strong> do aluno ele é classificado em um <strong>de</strong>terminado nível e assim que ele apren<strong>de</strong> épassado para o próximo nível.


517. Você utiliza ativida<strong>de</strong>s recreativas durante sua aula? Em qual momento? Comcrianças <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>? Em que fase da aprendizagem?Eu procuro passar ativida<strong>de</strong>s recreativas em todos os níveis, até com adultos no fim daaula é sempre bom também passar um jogo <strong>de</strong> pólo, alguma coisa assim, eles vêm aqui maispara relaxar.8. Qual estratégia você utiliza para motivar seu aluno visando facilitar o ensino danatação?Eu procuro sempre dar aulas diferentes com exercícios novos as vezes o mesmoexercício mais o estilo da aula diferente então o aluno acaba ficando motivado, sempremostrando o numero <strong>de</strong> chegadas que ele fez, fazendo alguns testes, eles gostam bastante.9. Na sua formação, você cursou alguma disciplina específica sobre ativida<strong>de</strong>srecreativas?Eu tive recreação na faculda<strong>de</strong>, a aula <strong>de</strong> recreação e na aula <strong>de</strong> natação também.Entrevista - Professor E1. Qual sua historia em relação a natação e porque resolveu trabalhar nesta área?Não tive nenhuma história relacionada a natação, fui atleta em outras modalida<strong>de</strong>s, masna natação não tive. Resolvi trabalhar porque meu primeiro estágio foi na área da natação e aí<strong>de</strong>scobri uma parte que eu não conhecia da Educação Física.2. Há quanto tempo você trabalha com natação?Contando com o estágio, 9 anos.3. Quais são suas principais dificulda<strong>de</strong>s no ensino da natação?No ensino (pensativa) acho que não tenho tantas dificulda<strong>de</strong>s, você tem sempre umacoisa ou outra <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do aluno, o aluno às vezes cria uma dificulda<strong>de</strong>, não é que cria e simtem uma dificulda<strong>de</strong> que nem todos tem e você tem <strong>de</strong> trabalhar para ver se ele consegueaquilo.


524. Qual sua carga diária <strong>de</strong> trabalho? Esta interfere no planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento do mesmo? Se sim, por quê?Dez horas e não interfere.5. Você se sente motivado em ensinar natação? Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivado? Porquê?Não, eu gosto muito da aula <strong>de</strong> natação porque a gente vê os resultados, você pega umacriança pequena que não sabe nada e <strong>de</strong>rrepente ali <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 3,4,5 meses ela está nadandobonitinho e você fica orgulhoso por isso.Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivada?Não.6. Como você ou a aca<strong>de</strong>mia divi<strong>de</strong> o processo ensino-aprendizagem da natação?A aca<strong>de</strong>mia faz um planejamento semestral, mas a gente divi<strong>de</strong> a piscina não por ida<strong>de</strong>on<strong>de</strong> muitas aca<strong>de</strong>mias fazem, a nossa divi<strong>de</strong> por níveis: 2, 3, 4, 5 e 6.O nível 2 é adaptação; nível 3 ensino dos nados crawl e costas; nível 4 crawl, costas e borbo;nível 5 crawl, costas, borbo e peito; e nível 6 que é o aperfeiçoamento.O adulto tem iniciantee aperfeiçoamento.7. Você utiliza ativida<strong>de</strong>s recreativas durante sua aula? Em qual momento? Comcrianças <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>? Em que fase da aprendizagem?Sim não em todas.Em que momento?(pensativa)... finais das aulas eu dou mais como brinca<strong>de</strong>iras, temos também algumassemanas que é colocado no plano <strong>de</strong> aula, como a semana do corpo humano e reciclagem quea gente coloca na aula por um todo.Qual ida<strong>de</strong>?Todas as ida<strong>de</strong>s.8. Qual estratégia você utiliza para motivar seu aluno visando facilitar o ensino danatação?A motivar o que a gente faz <strong>de</strong> diferente são as ativida<strong>de</strong>s recreativas que motivambastante. A gente percebe que motiva eles. Em também confraternizações que a gente faz naaca<strong>de</strong>mia que reúne a turma para fazer amiza<strong>de</strong> com todo mundo, porque às vezes,


53principalmente a criança pára <strong>de</strong> nadar por não ter amiza<strong>de</strong> ficando <strong>de</strong>slocada. Então, a gentefaz as confraternizações para se enturmarem.9. Na sua formação, você cursou alguma disciplina específica sobre ativida<strong>de</strong>srecreativas?Na faculda<strong>de</strong> tive, mas não aquática, mas tive ativida<strong>de</strong>s lúdicas e na pós-graduaçãotambém.Você fez pós-graduação aon<strong>de</strong>?Na FMU em São Paulo no ano passado.Entrevista - Professor F1. Qual sua historia em relação a natação e porque resolveu trabalhar nesta área?Eu estava <strong>de</strong>sempregado e meu amigo Kleber trabalhava em uma aca<strong>de</strong>mia na área danatação e eu falei para ele arrumar um estágio para mim. Na natação eu não conhecia nada,sabia me virar na água mas não sabia técnica. Aí quando entrei na aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>scobri anatação e gostei da criançada.2. Há quanto tempo você trabalha com natação?Trabalho nesta área <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003 (4 anos).3. Quais são suas principais dificulda<strong>de</strong>s no ensino da natação?Dificulda<strong>de</strong>... eu não tenho muita paciência. Quando passo o exercício para a criança eela não enten<strong>de</strong> muito, eu perco um pouco a paciência. No geral não tenho muitasdificulda<strong>de</strong>s. Mas com a criança eu não <strong>de</strong>monstro. È acho que é isso, na área da natação éessa minha dificulda<strong>de</strong>.4. Qual sua carga diária <strong>de</strong> trabalho? Esta interfere no planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento do mesmo? Se sim, por quê?Minha carga diária <strong>de</strong> segunda, quarta e sexta são 11 horas aula. Terça e quinta 4 horasaula. No planejamento não atrapalha porque terça e quinta tem um horário bem vago. Eu tinhamais aulas <strong>de</strong> terça e quinta, mas eu larguei porque não estava agüentando. Antes era 11 horasdiárias a semana toda e aí conversei com a coor<strong>de</strong>nação e falei que não queria mais.


545. Você se sente motivado em ensinar natação? Você já se sentiu <strong>de</strong>smotivado? Porquê?Me sinto motivado quando vejo alguma criança nadando ou adulto, você ensina, eleschegam não sabendo nada e quando você vê já estão nadando. Já me senti <strong>de</strong>smotivadoquando você tenta ensinar um aluno e não melhora, você pensa que é você, mas não é você esim o aluno que não tem jeito para coisa.6. Como você ou a aca<strong>de</strong>mia divi<strong>de</strong> o processo ensino-aprendizagem da natação?Por níveis e a dona da aca<strong>de</strong>mia é quem põe os objetivos das aulas <strong>de</strong> natação infantile natação adulto quem coloca os objetivos são os próprios professores.E na natação infantil como é essa divisão?(O professor não lembrava e perguntou a coor<strong>de</strong>nadora on<strong>de</strong> estava o explicativo)Nível 1 bebê, nível 2 caminha, nível 3 escadinha (adaptação) (após ler o papel mudou parainiciação crawl e costas), nível 4 crawl, costas e borbo, nível 5 e 6 os quatro estilos comvirada olímpica e simples. No nível 4 também ensina virada olímpica.7. Você utiliza ativida<strong>de</strong>s recreativas durante sua aula? Em qual momento? Comcrianças <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>? Que nível <strong>de</strong> aprendizagem?Em todos os níveis e também para adultos. Depen<strong>de</strong> do momento, uma vez porsemana no final da aula, às vezes no meio da aula também quando a aula está chata emonótona, utilizo ativida<strong>de</strong>s recreativas.8. Qual estratégia você utiliza para motivar seu aluno visando facilitar o ensino danatação?Se uma criança <strong>de</strong>smotivar da aula nós buscamos ver o seu objetivo, se é brinca<strong>de</strong>ira,se é que não está apren<strong>de</strong>ndo, se está chateada com outros alunos. E aí pego a criançaconverso, se é por causa <strong>de</strong> outro aluno e converso com ele também e tem muito disso aqui. Eaí converso até chegarem em um acordo.9. Na sua formação, você cursou alguma disciplina específica sobre ativida<strong>de</strong>srecreativas?Na natação foi uma coisa bem básica e o <strong>de</strong> recreação também. Mas busquei fora dafaculda<strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> recreação, que foi até um pessoal da UNESP que <strong>de</strong>u.


55APÊNDICE B – Descrição das aulas observadasAula 01 – Professor AA professora iniciou a aula cumprimentando os alunos rapidamente e passou aativida<strong>de</strong> 2 chegadas <strong>de</strong> golfinho, logo após avisou as crianças sobre o festival <strong>de</strong> natação dia02/06/07. Os alunos calmos prestavam atenção na professora que pediu para eles iremtreinando. Durante a aula observamos uma brinca<strong>de</strong>ira em forma <strong>de</strong> competição, on<strong>de</strong> todosparticiparam com empolgação e quando executavam errado, a professora corrigia para apróxima etapa. Começaram por 1 chegada <strong>de</strong> perna crawl pegada alta e a professora reforçouque a perna <strong>de</strong>veria ser muito forte. Novamente mais 2 chegadas <strong>de</strong> perna crawl pegada altana ida e na volta pegada baixa, durante a execução uma garota sempre colocava no chão e aprofessora pediu para realizar novamente sem tocar o pé no chão.A professora sempre esperava todos os alunos terminarem o exercício para passaroutro. Fizeram 1 chegada livre e <strong>de</strong>pois a professora <strong>de</strong>monstrou o próximo exercício que foi2 chegadas <strong>de</strong> crawl com prancha, em seguida 2 chegadas <strong>de</strong> crawl sem a prancha.Os alunos começaram a “enrolar” e pararam para tomar água. Deram seqüência aosexercícios com 3 chegadas <strong>de</strong> perna costas.Realizaram 5 x saídas <strong>de</strong> crawl (mergulho) para treinar para festival e a professoraauxiliou um menino que fazia apenas 1 mês <strong>de</strong> natação.Finalizaram com 3 chegadas <strong>de</strong> costas e brincaram a vonta<strong>de</strong> (recreação livre) nos 3minutos finais utilizando outros materiais como bolas e tapetes flutuantes.Aula 02 – Professor AA aula iniciou e as crianças chegaram com 5 minutos <strong>de</strong> atraso e a professora osaguardavam <strong>de</strong>ntro da piscina. Iniciaram com 2 chegadas <strong>de</strong> golfinho. A professora comentousobre uma das meninas que fazia natação a mais <strong>de</strong> um ano e não estava progredindo. Durantea aula as meninas não conversavam muito, realizavam a ativida<strong>de</strong> e quando terminavamesperavam as colegas para o próximo exercício. A relação professor-aluno era boa, emboranas aulas observadas o contato era na maioria funcional, isto é, para explicação das ativida<strong>de</strong>se algumas correções. As ativida<strong>de</strong>s foram:• 4 chegadas perna crawl c/ pranchacrawl c/ prancha


56• 2 chegadas crawl• 4 chegadas costasApós estas ativida<strong>de</strong>s a professora levou as meninas para a outra piscina, no qual seriarealizado o festival. Realizaram 4 vezes a saída <strong>de</strong> crawl e <strong>de</strong> costas completando o nadoaté o fim da piscina. Somente uma menina, aquela que a professora comentou que nãoestava progredindo, estava com dificulda<strong>de</strong> nos saltos. A aluna parecia estar adorandoexecutar os saltos apesar da falta <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>. Nos últimos 5 minutos a turma retornou apiscina inicial para brincar livre, dividindo a piscina com outras crianças da turma <strong>de</strong>treinamento, porém não brincavam juntos. Utilizaram alguns materiais como: tapeteflutuante e bola, mas permaneciam em pequenos grupos ou brincavam individualmente. Aprofessora observava as crianças, encostada na borda esperando o final da aula para avisálos.Aula 01 – Professor BOs meninos entraram na água e a professora <strong>de</strong>u aula do lado <strong>de</strong> fora. Era um dia frioe ela comentou que não entraria na piscina porque <strong>de</strong>pois seria aula <strong>de</strong> nível 2 (caminha) e elaachava que não viria ninguém, porém para sua surpresa apareceram 2 aluninhos e na outraaula ela teve que entrar na água. Voltando para a aula a professora pediu inicialmente pararealizarem 2 chegadas <strong>de</strong> mergulho. Observamos ativida<strong>de</strong> recreativa durante a aula com abrinca<strong>de</strong>ira salada <strong>de</strong> frutas, no qual a professora <strong>de</strong>screveu uma fruta e se eles acertassempodiam escolher o que iriam nadar e se errassem ela passaria o exercício. Eles erraram e oexercício escolhido por ela foi, 3 chegadas nadando crawl da ida e costas na volta. Emseguida 4 chegadas <strong>de</strong> costas girando 2 vezes cada braço, <strong>de</strong>pois 2 chegadas <strong>de</strong> flutuaçãodorsal na qual a Rafaela utilizou uma linguagem adaptada dizendo para as crianças que omotor <strong>de</strong>veria estar <strong>de</strong>sligado e <strong>de</strong> costas.Os alunos começaram a reclamar dos exercícios e a pedirem para a professora falarnovamente outra fruta, mas ela pediu para eles terminarem primeiro. Continuaram com 4chegadas <strong>de</strong> perna costas com o braço parado acima da cabeça na ida e na volta girando obraço a partir da mesma posição e enquanto um gira o outro espera. Para finalizar realizaram2 chegadas <strong>de</strong> cavalinho e brincaram nos últimos 5 minutos finais, enquanto a professora


57observava sentada na arquibancada. Os meninos pegaram vários objetos e brincaram juntos.No final da aula guardaram todo material e se <strong>de</strong>spediram da professora.Aula 02 – Professor BAs crianças chegaram animadas para a aula <strong>de</strong> natação que iniciou com 2 chegadas <strong>de</strong>mergulho e logo após a professora passou o exercício com linguagem adaptada, ou seja, nolugar <strong>de</strong> perna crawl e flutuação ventral ela utilizou 4 chegadas <strong>de</strong> jacaré na ida e motor<strong>de</strong>sligado na volta. Havia nesta aula uma menina pequena (não alcançava o pé no chão) quetinha algumas dificulda<strong>de</strong>s e nadava mais <strong>de</strong>vagar, os outros alunos aguardavam brincando avonta<strong>de</strong> enquanto esperavam a colega terminar o exercício.Em seguida a professora explicou a ativida<strong>de</strong> que seria um salto da borda sobre doespaguete que a ela estava segurando do lado <strong>de</strong> fora (não entrou na piscina novamente).Após o salto a criança completaria a piscina nadando perna crawl.A turma realizou mais 2 chegadas <strong>de</strong> salto sobre o espaguete nadando crawl até ofinal, além <strong>de</strong> 3 chegadas do mesmo exercício sem o espaguete e saltando das duas bordas dapiscina. Durante a ativida<strong>de</strong> a professora quando era possível corrigia os alunos comdificulda<strong>de</strong>. Nesta ativida<strong>de</strong> dois garotos não enten<strong>de</strong>ram a ativida<strong>de</strong> e executavam errado, aprofessora achou que eles estavam brincando e passou um castigo. No canto da piscina eles<strong>de</strong>veriam realizar 4 chegadas <strong>de</strong> crawl sem parar e se colocassem o pé no chão essa chegadanão contaria. Os meninos tinham dificulda<strong>de</strong>s, então colocavam o pé no chão e com isso sóaumentava o exercício. A expressão no rosto dos meninos era <strong>de</strong> <strong>de</strong>cepção, pois nãoenten<strong>de</strong>ram porque estavam ali. A professora não <strong>de</strong>u oportunida<strong>de</strong> para que elesexplicassem. Enquanto eles faziam, as outras crianças continuaram a aula normalmente e umsegundo menino pediu para a professora se eles podiam saltar todos juntos, pois o exercícioera 2 chegadas <strong>de</strong> salto da borda e golfinho até o final, a professora aceitou. A professorapercebeu que os meninos não gostaram do castigo e explicou novamente o porquê estavam alidizendo “não importo que vocês brinquem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que façam corretamente.”. Os meninosvoltaram e seguiram as ativida<strong>de</strong>s com os outros, mas a empolgação já não era a mesma doinicio da aula. Fizeram 2 chegadas <strong>de</strong> cavalinho e 3 x saída <strong>de</strong> costas. Neste ultimo exercícioalguns alunos pediram para começar e foram atendidos e na outra rodada <strong>de</strong>cidiram porINIDUNITE. Brincaram a vonta<strong>de</strong> nos últimos 5 minutos e somente neste momento osmeninos se soltaram mais.


58Aula 01 – Professor CAs crianças entraram na piscina e aguardavam a professora colocar as raias. Aprofessora <strong>de</strong>u aula do lado <strong>de</strong> fora da piscina e iniciou com 3 chegadas na ida <strong>de</strong> sapinho evolta mergulho. Um menino chegou atrasado e pulou rapidamente na piscina e a professorapaciente pediu para ele entrar <strong>de</strong>vagar na próxima vez.Continuaram com 5 chegadas <strong>de</strong> perna costas na ida abraçando a prancha e voltaacima da cabeça. Logo após, 6 chegadas perna costas ida girando o braço direito e volta comesquerdo equilibrando pesinho sobre a prancha, na chegada passar o pesinho para o próximocolega sem <strong>de</strong>rrubar. Os alunos se divertiram com esse exercício, pois a variação do material<strong>de</strong>ixou a brinca<strong>de</strong>ira mais interessante.Enquanto as crianças esperam brincam sozinhas e a professora pergunta para umgaroto o porquê que ele faltou na aula passada. Fizeram mais 3 chegadas <strong>de</strong> mergulho na ida ecrawl na volta e por ultimo 3 chegadas <strong>de</strong> perna crawl com braço peito, enquanto algumascrianças terminavam as outras brincavam <strong>de</strong> mergulhar segurando nas raias, chegavam atéatrapalhar os colegas que executavam a ativida<strong>de</strong>, mas a professora os <strong>de</strong>ixava a vonta<strong>de</strong>.Brincaram livremente nos 5 minutos finais.Aula 02 – Professor CA professora na piscina pediu os alunos para entrar, começaram com 5 chegadasondulação respirando quando gira o braço, a professora <strong>de</strong>monstrou a próxima ativida<strong>de</strong> queera 5 chegadas borboleta, no qual ela adaptou a linguagem 4 pernadas minhoca e 1 respiração,logo após fizeram 2 chegadas livres. Com a professora na água o contato com os alunos eramais próximo, alguns alunos subiam nos ombros da professora para pegar uma carona.Continuaram com 4 chegadas crawl 100% na ida e voltando <strong>de</strong> mergulho. Aprofessora explicou que o garoto menor passou a pouco tempo <strong>de</strong> nível e não faz muito asativida<strong>de</strong>s, ele gosta <strong>de</strong> brincar e por isso ela não pega muito no pé. Fizeram também 5chegadas <strong>de</strong> crawl respirando para frente e na volta borboleta, seguido <strong>de</strong> 2 chegadas <strong>de</strong> sapãorodando o braço borbo.Na próxima ativida<strong>de</strong> um aluno pediu para a professora participar e ela aceitou, eram 5chegadas <strong>de</strong> crawl 100% na ida e volta <strong>de</strong> mergulho, o aluno menor ficou sentado <strong>de</strong> juiz.


59Esse momento proposto pelo aluno virou uma brinca<strong>de</strong>ira para os alunos, a participação daprofessora e a proposta <strong>de</strong> ser juiz animou a turma toda.Fizeram um rodízio <strong>de</strong> juiz e este escolhia o exercício da competição. Os exercíciosescolhidos foram: 2 X vai sapão e volta crawl, vai mergulho e volta peito, vai sapão girandobraço e volta crawl e vai costas e volta crawl. Os alunos vibravam com a ativida<strong>de</strong> e o fato daprofessora estar participando, torciam e gritavam os nomes. O menino pequeno nuncaesperava a largada, mas todos respeitavam. A professora disse que era a vez <strong>de</strong>la <strong>de</strong> ser juiz<strong>de</strong> largada, porém uma garota brincou que ela só iria dar largada se conseguisse chegar emprimeiro lugar. Brincaram todos a vonta<strong>de</strong>, inclusive a professora, nos últimos 5 minutos.Aula 01 – Professor DNo aquecimento as crianças bateram pernas sentados na borda, entraram na piscina e aprofessora pediu para fazer 10 bolhões sentando no fundo da piscina. Após a contagem pediupara cada aluno posicionar-se em sua raia e ainda fora da piscina tentava convencer um alunoda outra professora a entrar na água. Tentou várias vezes e como não conseguiu <strong>de</strong>ixou omenino com a outra professora e <strong>de</strong>u continuida<strong>de</strong> a sua aula com 2 chegadas <strong>de</strong> cachorrinho,<strong>de</strong>pois 2 chegadas <strong>de</strong> golfinho e logo após a<strong>de</strong>quou a linguagem no exercício <strong>de</strong> 4 chegadasvai perna crawl com prancha e volta <strong>de</strong> canguru <strong>de</strong> chapéu (prancha na cabeça). Durante aaula a professora conversa bastante com os alunos e ouvia atenta as histórias que elescontavam. A relação professor-aluno é agradável. Voltaram a nadar e ela pediu pararealizarem 2 chegadas <strong>de</strong> pastel <strong>de</strong> briga<strong>de</strong>iro, os alunos olharam surpresos porque aprofessora nunca escolhia o sabor e acharam engraçado. Um garoto brinca dizendo que iráfazer o <strong>de</strong> queijo e a professora repete <strong>de</strong> briga<strong>de</strong>iro, ele insiste queijo, ela briga<strong>de</strong>iro, queijo,briga<strong>de</strong>iro.... eles caem na risada e continuam a ativida<strong>de</strong>. No ultimo exercício 2 chegadas <strong>de</strong>crawl com prancha respirando somente quando gira o braço direito na ida e esquerdo na volta.Alunos brincam <strong>de</strong> jogar água e a professora entra no meio se escon<strong>de</strong>ndo atrás da prancha.Em seguida a professora pe<strong>de</strong> para eles terminarem para brincar.De acordo com as normas da aca<strong>de</strong>mia no mês <strong>de</strong> julho, férias, as aulas seriamespeciais com 35 minutos livre a critério do professor e 15 minutos <strong>de</strong> recreação elaboradacada semana por uma dupla <strong>de</strong> professores e estagiários sendo aplicado em todas as aulas <strong>de</strong>natação infantil.Nos 15 minutos finais:Brinca<strong>de</strong>ira 01 – duas equipes cada uma com meta<strong>de</strong> da piscina, coloca-se pinos nasbordas <strong>de</strong> cada lado. A equipe que <strong>de</strong>rrubar mais pinos do adversário com uma bola ganha.


60As crianças se divertiram e até pediram para repetir. Durante a ativida<strong>de</strong> a professora ajudavaquem tinha mais dificulda<strong>de</strong> na ativida<strong>de</strong>.Brinca<strong>de</strong>ira 02 – duas equipes cada uma com meta<strong>de</strong> da piscina, coloca-se espaguetesnos dois lados e ao comando do professor <strong>de</strong>ve jogar maior nº <strong>de</strong> espaguetes para o campoadversário durante 1 minuto. A ativida<strong>de</strong> era complicada, pois os menores não tinham forçapara jogar os espaguetes com agilida<strong>de</strong>.Por isso, a professora ajudou quem estava em<strong>de</strong>svantagem e os outros alunos não ligaram.Aula 02 – Professor DIniciaram com aquecimento em volta da piscina pulando <strong>de</strong> sapinho e tocando as mãosno chão, <strong>de</strong>pois andando e girando os braços frente, para trás e toda vez que chegasse nosriscos do piso no chão tinha que dar um grito bem alto. As crianças acharam engraçado, unsgritavam <strong>de</strong>sesperadamente e outros nem saia a voz.Começaram com 2 chegadas <strong>de</strong> trenzinho, com um espaguete embaixo <strong>de</strong> cada braço eum aluno atrás do outro pedalando sem parar. Em seguida 2 chegadas <strong>de</strong> crawl e tinha umaluno que sempre parava antes e andava até o final, a professora o chamou a atençãoperguntando aon<strong>de</strong> terminava a piscina. Este mesmo aluno <strong>de</strong>u uma sugestão <strong>de</strong> fazer 2chegadas <strong>de</strong> sapinho na ida e golfinho na volta e ela aceitou. Continuaram a aula com mais 2chegadas <strong>de</strong> perna costas, <strong>de</strong>pois a professora <strong>de</strong>monstrou o macaquinho embaixo da raiasoltando bolhas e eles fizeram mais 2 chegadas, na seqüência 2 chegadas <strong>de</strong> perna costas c/prancha e 2 chegadas <strong>de</strong> costas. O mesmo aluno que parava anteriormente continuouenrolando na aula e a professora disse que se ele não colaborasse iria ficar sem brincar.Nos 15 minutos finais a professora inicia a explicação da brinca<strong>de</strong>ira, enquanto umaluno sai para ir ao banheiro os outros esperam e preparam o material. Uma garotaconversando com a professora <strong>de</strong>scontraindo mostra seu <strong>de</strong>ntinho mole e os outros brincam<strong>de</strong> mergulhar. Começam a brinca<strong>de</strong>ira dividindo 2 equipes em filas e n o outro lado da bordaestão garrafas pet numeradas <strong>de</strong> 1 a10. A professora pergunta uma operação matemática e osalunos vão buscar o numero correspon<strong>de</strong>nte a resposta. Durante esta ativida<strong>de</strong> os alunospo<strong>de</strong>riam nadar o que mais gostavam não era competição, contava pontos quem trazia aresposta correta. O nível <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada pergunta variava pela ida<strong>de</strong>.Aula 01 – Professor E


61Enquanto o estagiário passa o aquecimento para as crianças, a professora arruma osmateriais. No aquecimento bateram pernas sentados na borda, <strong>de</strong>pois somente perna direita,somente perna esquerda, as duas, abre e fecha. Os alunos entraram e o estagiário pediu parabater perna forte <strong>de</strong> frente segurando na borda e também <strong>de</strong> costas.A professora ministrava aula para os níveis 4, 5 e 6, porém permanecia a maior partedo tempo no nível 3 auxiliando uma menina que passou <strong>de</strong> nível há poucos dias e aindaapresenta dificulda<strong>de</strong>s. Os outros alunos nadam sem parar seguindo uma lista <strong>de</strong> exercícioselaborada por ela e fixada na borda.Iniciam a aula com 2 chegadas <strong>de</strong> sapinho e a professora avisa os alunos para nadaremcorretamente porque eu estava analisando. Em seguida 3 chegadas <strong>de</strong> perna costas, em queum garoto ao executar coloca muito o pé no chão e a professora o chamou a atenção.Terminaram mais 3 chegadas <strong>de</strong> perna lateral e novamente chama a atenção sobre colocar opé no chão. Logo em seguida a ativida<strong>de</strong> foi 3 chegadas <strong>de</strong> perna crawl com prancha e nofinal <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> a professora brinca com um dos alunos dizendo que a pequenininhachegou mais rápido e que ele <strong>de</strong>veria bater perna mais forte.O próximo exercício <strong>de</strong>monstrado pela professora foi 2 chegadas <strong>de</strong> perna crawlsegurando com uma mão na prancha e a outra ao lado do corpo respirando lateral.Os alunos que terminam o treino aguardam até que todos acabem para que aprofessora inicie a explicação da brinca<strong>de</strong>ira (últimos 15 min). A professora separou umpegador e um fugitivo, espalhando o resto da turma que <strong>de</strong>veriam ficar parados. O fugitivo<strong>de</strong>veria parar ao lado <strong>de</strong> alguém e então quem estava parado passava a ser pegador e o antigopegador passava a ser o fugitivo. Essa ativida<strong>de</strong> foi uma festa, embora um garoto não tinhaentendido a brinca<strong>de</strong>ira e a professora chamava atenção o tempo todo. No <strong>de</strong>correr daativida<strong>de</strong> ele foi melhorando, mas ainda apresentava dificulda<strong>de</strong>s, quando alguém parava doseu lado ele ficava olhando para os colegas e não corria atrás do fugitivo.Aula 02 – Professor EO aquecimento do dia começou com os alunos batendo pernas na borda, mergulhando<strong>de</strong> um lado da piscina para o outro, perna crawl segurando na borda, 10 bolhas e perna costassegurando na borda. No termino cada criança dirigiu-se para sua raia iniciaram com 2chegadas <strong>de</strong> bananeira, 2 chegadas <strong>de</strong> perna costas, em seguida 3 chegadas <strong>de</strong> costas e 2chegadas <strong>de</strong> mergulho. Os alunos nadam sem parar e a professora ajuda a mesma garota daaula anterior. Durante a aula ela corrige os principais erros, mas <strong>de</strong>ixa as crianças a vonta<strong>de</strong>.


62Continuaram com 2 chegadas <strong>de</strong> crawl girando braço direito na ida e esquerdo navolta. A professora pe<strong>de</strong> para dois alunos apressarem, pois estavam atrasados. A aulaencerrou com 2 chegadas <strong>de</strong> crawl.Pararam nos últimos 15 minutos para brincar. A professora separa os alunos, explica ojogo e pe<strong>de</strong> para organizar a equipe em fila. Na brinca<strong>de</strong>ira um <strong>de</strong> cada equipe <strong>de</strong>veria levarum copo com água equilibrando na prancha realizando o movimento <strong>de</strong> perna crawl até ooutro lado da piscina e <strong>de</strong>spejar a água <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma garrafa pet. Os alunos que executavamestavam concentrados no jogo. Essa ativida<strong>de</strong> não exigia velocida<strong>de</strong> e sim atenção, sendoassim facilitou o menino que sempre estava atrasado nas aulas, pois enquanto ele ia <strong>de</strong>vagarsem cair uma gota do copo a menina do time adversário saiu rápido <strong>de</strong>rrubando toda a água.Outra vantagem foi que a menina que era sempre auxiliada pela professora fez tudo sozinha.Aula 01 – Professor FProfessor aguardou todas as crianças entrarem e se organizarem na piscina. Na aulapassada o professor pediu as crianças para trazer um brinquedo <strong>de</strong> casa para a aula <strong>de</strong> natação.Os alunos organizaram os brinquedos na borda e o professor numerou os alunos, ao sinal osnúmeros escolhidos <strong>de</strong>veriam nadar jacaré 2 chegadas.Todas as crianças prestavam muita atenção nas explicações do professor econtinuaram no mesmo sistema <strong>de</strong> aula, ou seja, esperavam o professor anunciar o numeroque iria nadar. Em todos os exercícios eles faziam uma piscina e aguardavam novamente oscolegas terminarem. Fizeram 1 chegada <strong>de</strong> ondulação que o professor chamou <strong>de</strong> minhoca.Continuando a aula o professor jogava os brinquedos e os alunos <strong>de</strong>veriam pegar o seunadando do jeito que escolhesse e voltava <strong>de</strong> jacaré. Novamente repetiu o exercício mas agoravoltando <strong>de</strong> minhoca. As crianças aguardavam brincando com seus objetos próximos a bordaenquanto o professor ajudava uma menina que não estava conseguindo realizar o exercício.O professor passou mais 2 chegadas <strong>de</strong> perna crawl na ida e minhoca volta e corrigiaos alunos durante a execução. Disse aos alunos que ainda estava muito ruim e que fariamnovamente mais uma chegada <strong>de</strong> perna crawl e outra <strong>de</strong> ondulação.Quando eu cheguei para fazer a observação o professor contou uma historia para ascrianças dizendo que eu tinha vindo dos Estados Unidos para fazer uma pesquisa com eles edar nota pelo <strong>de</strong>sempenho na aula. Só percebi esta historia porque nos últimos 5 minutos emque brincavam a vonta<strong>de</strong> com o material que trouxeram para aula, uma garotinha me


63perguntou se eu sabia falar o nome <strong>de</strong>la em inglês e eu olhei para o professor e ele estavasorrindo.Aula 02 – Professor FComeçaram a aula com 2 chegadas <strong>de</strong> perna crawl c/ espaguete na ida e volta sentadono espaguete simulando um balanço. Neste dia o professor voltou a perguntar se os alunoslembravam-se <strong>de</strong> mim, eles confirmaram e o professor insistiu e perguntou <strong>de</strong> on<strong>de</strong> ela veio?Os meninos respon<strong>de</strong>ram sorrindo, dos EUA. O professor continuou conversando com osgarotos sobre o que eles fizeram no dia anterior e todos contam sua história. Seguindo a aularealizaram 2 chegadas <strong>de</strong> perna crawl e quando quiser respirar girar o braço direito e respirarlateral, na volta executaram o mesmo exercício com o braço esquerdo. Um menino veio meperguntar se ele estava indo bem, porque ele estava preocupado com sua nota. Tive queexplicar que não havia nota, pois o menino estava nadando preocupado.Nesta aula os meninos também levaram brinquedos <strong>de</strong> casa e utilizaram na ativida<strong>de</strong>no qual o professor jogava e eles buscavam o brinquedo e terminavam com perna crawl.Posteriormente, pegava o brinquedo e nadava crawl. O professor disse que ainda não estavabom e <strong>de</strong>monstrou o exercício fazendo barulhos engraçados no momento do bolhão, ascrianças sorriam e tentavam fazer igual. O outro exercício o professor jogava o brinquedo ebuscavam da maneira que quisessem.O professor explica a próxima ativida<strong>de</strong> e auxilia um garoto com dificulda<strong>de</strong>, aativida<strong>de</strong> era 2 chegadas <strong>de</strong> crawl respiração bilateral.Nos últimos 5 minutos todos brincaram <strong>de</strong> bola, inclusive o professor.


64Gracielle Santiago BarbosaProfessor Doutor Milton Vieira do Prado JúniorOrientador

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