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A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

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chora de fome, e da fome dos seus pequeninos para que os Jacintos, emjaneiro, debiquem, bocejando, sobre pratos de Saxe, morangos gelados emchampanhe e avivados de um fio de éter!— E eu comi dos teus morangos, Jacinto! Miseráveis, tu e eu! Elemurmurou, desolado: — É horrível, comemos desses morangos... E talvezpor ma ilusão! Pensativamente deixou a borda do terraço, como se a presençada Cidade, estendida na planície, fosse escandalosa. E caminhámos devagar,sob a moleza cinzenta da tarde, filosofando — considerando que para estainiquidade não havia cura humana, trazida pelo esforço humano. Ah, osEfrains, os Trèves, os vorazes e sombrios tubarões do mar humano, sóabandonarão ou afrouxarão a exploração das Plebes, se uma influência celeste,por milagre novo, mais alto que os milagres velhos, lhes converter as almas! Oburguês triunfa, muito forte. todo endurecido no pecado — e contra ele sãoimpotentes os choros dos Humanitários, os raciocínios dos Lógicos, asbombas dos Anarquistas. Paraamolecer tão duro granito só uma doçuradivina. Eis pois a esperança da Terra novamente posta num Messias!... Umdecerto desceu outrora dos grandes Céus: e, para mostrar bem que mandadotrazia, penetrou mansamente no mundo pela porta de um curral. Mas a suapassagem entre os homens foi tão curta! Um meigo sermão numa montanha,ao fim de uma tarde meiga; uma repreensão moderada aos Fariseus que entãoredigiam o «Boulevard»; algumas vergastadas nos Efrains vendilhões; e logo,através da porta da Morte, a fuga radiosa para o Paraíso! Esse adorável filho

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