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A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

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O seu sorriso permanecia claro sob o olhar que negrejava dentro do véunegro. E Jacinto, rindo:— Um bom braço de diretor espiritual, hem? Paravergar, espancar almas...Ela acudiu: — Não! Infelizmente o Père Granon não confessa! E de repentereconsiderou — aceitava um biscoito, um cálice de Tokai. Era necessário umcordial para afrontar as emoções do Père Granon! Ambos nos precipitáramos,um arrebatando a garrafa, outro oferecendo o prato de bombons. Franziu ovéu para os olhos, chupou à pressa um bolo que ensopara no Tokai. E comoJacinto, reparando casualmente no chapéu que ela trazia, se curvara comcuriosidade, impressionado, Madame d'Oriol apagou o sorriso, toda séria,perante uma coisa séria:— Elegante, não é verdade?... É uma criação inteiramente nova deMadame Vial. Muito respeitoso, e muito sugestivo, agora na Quaresma.O seu olhar, que me envolvera, também me convidava a admirar. Aproximei,o meu focinho de homem das serras para contemplar essa criação suprema doluxo de Quaresma. E era maravilhoso! Sobre o veludo, na sombra das plumasfrisadas, aninhada entre rendas, fixada por um prego, pousava delicadamente,feita de azeviche, uma Coroa de Espinhos!Ambos nos extasiámos. E Madame d'Oriol, num movimento e num sorrisoque derramou mais aroma e mais claridade, abalou para a Madalena.

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