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Conflitos ambientais no Parque Natural Municipal de Grumari

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<strong>Conflitos</strong> <strong>ambientais</strong> <strong>no</strong> <strong>Parque</strong> <strong>Natural</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Grumari</strong><br />

além <strong>de</strong> poços artesia<strong>no</strong>s (canalizados até o<br />

domicílio ou não). Quanto ao esgotamento sanitário,<br />

cabe <strong>de</strong>stacar a inexistência <strong>de</strong> banheiro<br />

em 20% das casas ocupadas pela comunida<strong>de</strong><br />

local, que não têm esgotamento algum. 16<br />

Apenas uma parte da área do <strong>Parque</strong> <strong>de</strong> <strong>Grumari</strong><br />

dispõe <strong>de</strong> energia elétrica. A luz foi levada<br />

inicialmente para aten<strong>de</strong>r um clube situado na<br />

Avenida Estado da Guanabara. Em meados da<br />

década <strong>de</strong> 90, a pedido da comunida<strong>de</strong> rural<br />

que habita a área, a re<strong>de</strong> foi estendida até as<br />

casas dos moradores, porém, “a re<strong>de</strong> trazida<br />

para o local é precária, não tendo sido realizadas<br />

as necessárias obras <strong>de</strong> reforço da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição da concessionária” (SMAC, 2004,<br />

p.41).<br />

A regulamentação da APA <strong>de</strong> <strong>Grumari</strong>, em<br />

1992, previa a instalação <strong>de</strong> um escritório na<br />

localida<strong>de</strong>, para exercer as funções <strong>de</strong> fiscalização<br />

e <strong>de</strong>senvolver projetos voltados para a<br />

preservação ambiental da área. Como a área é<br />

<strong>de</strong> domínio privado, a se<strong>de</strong> foi construída em<br />

um lote doado ao município, situado na Estrada<br />

do <strong>Grumari</strong>, em terre<strong>no</strong> utilizado na década<br />

<strong>de</strong> 80 como cida<strong>de</strong> ce<strong>no</strong>gráfica pela antiga<br />

Re<strong>de</strong> Manchete, sendo a obra iniciada <strong>no</strong><br />

a<strong>no</strong> 2000, portanto antes da criação do <strong>Parque</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Grumari</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> “dotar a<br />

área <strong>de</strong> equipamento para abrigar núcleo da<br />

Guarda <strong>Municipal</strong> e pessoal técnico, além <strong>de</strong><br />

solucionar problemas <strong>de</strong> estacionamento <strong>de</strong><br />

ônibus <strong>de</strong> turismo junto à orla marítima”<br />

(SMAC, 2004, p.9). Na ocasião, a intenção era<br />

abrigar na edificação um centro <strong>de</strong> visitantes,<br />

reservar uma área <strong>de</strong> estacionamento para<br />

ônibus <strong>de</strong> turismo e construir uma área <strong>de</strong><br />

lazer com churrasqueiras, mesas/bancos e<br />

duchas, como forma <strong>de</strong> disciplinar o acesso e<br />

o uso da área. Entretanto, a proposta inicial<br />

acabou não se concretizando e a área <strong>de</strong> estacionamento<br />

<strong>de</strong>u lugar à construção <strong>de</strong> um<br />

horto <strong>de</strong> espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção. Atualmente<br />

a se<strong>de</strong> é utilizada como apoio administrativo<br />

às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas <strong>no</strong> horto<br />

e <strong>no</strong> <strong>Parque</strong> <strong>de</strong> <strong>Grumari</strong>, além <strong>de</strong> constituir<br />

um espaço para realização <strong>de</strong> reuniões e cursos<br />

locais.<br />

Na década <strong>de</strong> 90, a orla da praia <strong>de</strong> <strong>Grumari</strong><br />

sofreu intervenções urbanísticas, com a<br />

execução do Projeto Rio-Orla Ecológico, “<strong>de</strong>stinado<br />

a oferecer melhores condições <strong>de</strong> infra-estrutura<br />

ao visitante” (SMAC, 1998a,<br />

p.162). O projeto previa: (a) a substituição (e<br />

redução do número) dos traillers por quiosques<br />

padronizados; (b) a implantação <strong>de</strong> uma<br />

faixa <strong>de</strong> ciclovia ao longo da orla (pista em<br />

saibro, compartilhada por ciclistas e pe<strong>de</strong>stres);<br />

(c) a construção <strong>de</strong> baias <strong>de</strong> estacionamento,<br />

com cerca <strong>de</strong> 500 vagas; (d) a repavimentação<br />

da Av. Estado da Guanabara, com a<br />

colocação <strong>de</strong> paralelepípedos sobre o asfalto;<br />

(e) a colocação <strong>de</strong> toras <strong>de</strong> eucalipto e a<br />

construção <strong>de</strong> muretas <strong>de</strong> pedra, para evitar<br />

o acesso <strong>de</strong> veículos a locais não permitidos e<br />

proteger a vegetação <strong>de</strong> restinga ao longo da<br />

orla. Pouco antes da inauguração da obra,<br />

todos os quiosques construídos na orla foram<br />

<strong>de</strong>predados e incendiados.<br />

Revista Rio <strong>de</strong> Janeiro, n. 16-17, maio-<strong>de</strong>z. 2005 121

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