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GT1 Educação de Crianças Jovens e Adultos RESUMO ABSTRACT

O PRONATEC NO IFS-CAMPUS LAGARTO: UM OLHAR JUVENIL ...

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1<br />

O PRONATEC NO IFS-CAMPUS LAGARTO: UM OLHAR<br />

JUVENIL SOBRE O PROGRAMA<br />

<strong>GT1</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> <strong>Crianças</strong>, <strong>Jovens</strong> e <strong>Adultos</strong><br />

Herbet Alves Oliveira 1<br />

Fabio Kalil <strong>de</strong> Souza 2<br />

<strong>RESUMO</strong>:<br />

O Programa Nacional <strong>de</strong> Acesso ao Ensino Técnico-Pronatec e Emprego emerge como ousada<br />

meta <strong>de</strong> expansão da oferta <strong>de</strong> vagas <strong>de</strong> cursos profissionalizantes no território nacional. A<br />

partir <strong>de</strong> uma experiência no Estado <strong>de</strong> Sergipe, este artigo apresenta o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

Programa sob a perspectiva discente, estabelecendo a relação fulcral com seu aprendizado.<br />

Buscou-se compreen<strong>de</strong>r como estudantes da primeira turma do curso técnico <strong>de</strong> Edificações,<br />

promovido no IFS-Campus Lagarto, enxergam aspectos favoráveis e <strong>de</strong>sfavoráveis do Pronatec<br />

relacionado-os com seus êxitos escolares (ou não). Na modalida<strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso, esta pesquisa<br />

<strong>de</strong> natureza quanti-qualitativa sugere que a parceria entre IFS e Escolas Estaduais é anêmica no<br />

sentido <strong>de</strong> produzir condições mais efetivas para o sucesso escolar. A ação integrada e<br />

harmônica entre esses parceiros ten<strong>de</strong>m a reduzir os aspectos <strong>de</strong>sfavoráveis, como baixa<br />

aprendizagem em disciplinas técnicas por falta <strong>de</strong> embasamento na ciências exatas, como<br />

também a potencializar os favoráveis, a exemplo concessão <strong>de</strong> auxílio financeiro (Bolsa-<br />

Estudante) na medida em que incentiva a frequência dos(as) estudantes nos cursos. Uma<br />

parceria que atenda os discentes com vidas escolares paralelas mas divorciadas.<br />

<strong>ABSTRACT</strong>:<br />

The National Access to Technical Education and Employment Pronatec-emerges as bold goal of<br />

expanding the supply of vacant professional courses in the country. From experience in the state<br />

of Sergipe, this article presents the <strong>de</strong>velopment of the program from the perspective of<br />

stu<strong>de</strong>nts, establishing a relationship with your key learning. We sought to un<strong>de</strong>rstand how<br />

stu<strong>de</strong>nts of the first class of the course technician Buildings, promoted the IFS-Campus Lizard<br />

sighted favorable and unfavorable aspects of Pronatec linked them with their aca<strong>de</strong>mic<br />

achievements (or not). In the form of case studies, this research both quantitative and qualitative<br />

suggests that the partnership between IFS and State Schools is anemic towards producing the<br />

most effective conditions for school success. The integrated and harmonious action between<br />

these partners tend to reduce the unfavorable aspects, such as low learning in technical<br />

disciplines for lack of foundation in the sciences, but also enhance the favorable, such grant of<br />

financial assistance (Grant Manager) as that encourages the frequency of (the) stu<strong>de</strong>nts in the<br />

courses. A partnership that meets the stu<strong>de</strong>nts with school lives parallel but divorced<br />

Palavras chaves: <strong>Educação</strong>, Jovem e Adulto<br />

1 Graduado em Engenharia Civil (Escola <strong>de</strong> Engenharia Kenedy)e Mestre em Ciências dos Materiais<br />

(USP). É professor do Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe/Campus Estância e da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Administração e<br />

Negógios <strong>de</strong> Sergipe. E-mail: herbetalves148@gmail.com.<br />

2 Graduado em Pedagogia (UFBA) e Mestre em <strong>Educação</strong> (UFBA). Pedagogo do Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Sergipe/Campus Lagarto. E-mail: kalilfs@hotmail.com.


2<br />

1. Introdução<br />

É fato (inconteste) que a socieda<strong>de</strong> contemporânea tem sido palco <strong>de</strong> mudanças<br />

em diferentes áreas <strong>de</strong> atuação humana, exigindo <strong>de</strong>sta seu constante aperfeiçoamento<br />

para o alcance <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas finalida<strong>de</strong>s. Essas mudanças, principalmente<br />

impulsionadas pelos avanços científico-tecnológicos, tem forçado os sujeitos a<br />

acompanharem seu dinamismo sob pena <strong>de</strong> serem inexoravelmente excluídos da<br />

socieda<strong>de</strong> (e em especial do mundo do trabalho). Para seguir no compasso <strong>de</strong>ssa<br />

socieda<strong>de</strong> cambiante ou pelo menos acompanhar <strong>de</strong> perto suas transformações sem<br />

<strong>de</strong>las tornar-se reféns, mostra-se como possibilida<strong>de</strong> a <strong>Educação</strong>.<br />

Pautados nessa percepção, Governos tem voltados seus olhares para ela como um<br />

dos pilares <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento econômicos.<br />

No Brasil, chegou a vez da <strong>Educação</strong> Profissional ocupar seu lugar como<br />

propulsora na complexa engrenagem do <strong>de</strong>senvolvimento. Ela tem recebido fortes<br />

investimentos do Governo Fe<strong>de</strong>ral, sobretudo no Governo Lula, como parte <strong>de</strong> um<br />

projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e inclusão em todo país. Consubstanciado em políticas<br />

públicas e programas educacionais diversos, esses investimentos tem contribuído para<br />

formação profissional <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> jovens e <strong>de</strong> trabalhadores que buscam<br />

complementar sua escolarida<strong>de</strong> e/ou se (re)inserirem no mundo do trabalho.<br />

No Governo Dilma, sucessora do ex-presi<strong>de</strong>nte Lula, a continuação <strong>de</strong> tal projeto<br />

po<strong>de</strong> ser iconizada com o lançamento do Programa Nacional <strong>de</strong> Acesso ao Ensino<br />

Técnico e Emprego-Pronatec, que, nas palavras da mesma em pronunciamento<br />

entusiasta <strong>de</strong> inauguração do Programa, afirmou que este significaria à nação “um<br />

gran<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, uma imensa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> dos<br />

nossos empregos e, sobretudo, <strong>de</strong> assegurar para o Brasil um padrão <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e integração social” (ROUSSEF, 2011).<br />

Sem intenções <strong>de</strong> questionar o otimismo da Presi<strong>de</strong>nta, uma vez que temos<br />

somente dois anos <strong>de</strong> existência do Pronatec, este artigo apresenta avanços e impasses<br />

do Programa ao ser implantado no Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe, elegendo a experiência<br />

(in)formativa <strong>de</strong> estudantes do curso técnico <strong>de</strong> nível médio em Edificações<br />

<strong>de</strong>senvolvido no Campus Lagarto.<br />

Buscamos compreen<strong>de</strong>r como eles relacionam aspectos favoráveis ou não do<br />

Programa com seus aprendizados. Trata-se, portanto, <strong>de</strong> uma pesquisa quanti-qualitativa<br />

na modalida<strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso, na qual os sujeitos da pesquisas são discentes do referido<br />

curso. Para coleta dos dados, aplicamos como instrumento um questionário aberto na


totalida<strong>de</strong> da turma. Os resultados, embora não sejam generalizáveis, po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong><br />

subsídios para continuida<strong>de</strong> do Pronatec em um patamar mais elevado <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

além <strong>de</strong> servir <strong>de</strong> elementos para novas pesquisas.<br />

Este artigo está na sequência assim estruturado: esboçamos uma retomada<br />

histórica da gênese do Institutos Fe<strong>de</strong>rais, com um fio condutor que chega na transição<br />

do Centros Fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Tecnológica para o Institutos Fe<strong>de</strong>rais IF, <strong>de</strong>stacando<br />

sua expansão no Estado <strong>de</strong> Segipe. Na sequência explanamos origem e nuances do<br />

Pronatec e os cursos por ele oferecidos no Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe-IFS/Campus<br />

Lagarto, abrindo espaço para o tópico visceral: os resultados da pesquisa aliançados à<br />

sua análise. Encerramos exibindo resumidamente nossas consi<strong>de</strong>rações sobre os<br />

“achados” da pesquisa no último tópico.<br />

3<br />

2. Institutos Fe<strong>de</strong>rais: surgimento e expansão<br />

No ano <strong>de</strong> 2008 o Governo Fe<strong>de</strong>ral aprovou a lei 11.892/2008, que instituiu a<br />

Re<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Profissional, Científica e Tecnológica no país e criou os 38<br />

Institutos Fe<strong>de</strong>rais-IFs. Segundo tal lei, os Centros Fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Tecnológica-<br />

CEFET, as Escolas Agrotécnicas e as Escolas Técnicas passam a formar os IFs,<br />

instituições <strong>de</strong> educação especializadas em oferecer educação profissional e tecnológica<br />

nas diferentes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, as quais estão presentes em todos os estados da<br />

fe<strong>de</strong>ração, ofertando ensino médio integrado ao ensino técnico, cursos técnicos<br />

subsequentes, cursos superiores <strong>de</strong> tecnologia, licenciaturas e pós-graduação.<br />

Em uma comparação entre o entendimento clássico que se tem sobre<br />

Universida<strong>de</strong> e IF, Pacheco, Caldas e Sobrinho (2012) explicam que os Insitutos, em<br />

seu formatos jurídico-intitucional, assume uma forma híbrida entre Universida<strong>de</strong> e<br />

CEFET, ou seja, uma institucionalida<strong>de</strong> que proporcional educação básica, como<br />

também ensino superior, atuando, por conseguinte, sobre o tripé ensino, pesquisa e<br />

extensão. Eles ainda esclarecem que são instituições “pluricurriculares e multicampi;<br />

terão na formação profissional, nas práticas científicas e tecnológicas e na inserção<br />

territorial os principais aspectos <strong>de</strong>finidores <strong>de</strong> sua existência” (p. 23).<br />

Não há na história da educação no Brasil prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> massivos investimentos<br />

do Governo em instituições que implementam cursos técnicos profissionalizantes e<br />

tecnológicos. Como resultado ocorre uma interiorização <strong>de</strong>las e robustecimento <strong>de</strong> sua<br />

capilarida<strong>de</strong>. Essa recente expansão da educação profissional e tecnológica (EP&T),<br />

programada para ocorrer em duas fases, no período <strong>de</strong> 2005 a 2010, foi uma ação do


Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento da <strong>Educação</strong> (PDE) do atual governo. A partir <strong>de</strong> 2008, <strong>de</strong>use<br />

início à segunda fase do plano <strong>de</strong> expansão, com a construção <strong>de</strong> 150 novas unida<strong>de</strong>s<br />

para contemplar os 26 estados e o Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Nessa fase, a <strong>de</strong>finição das localida<strong>de</strong>s contempladas orientou-se por uma<br />

abordagem multidisciplinar, fundamentada em análise crítica <strong>de</strong> variáveis geográficas,<br />

<strong>de</strong>mográficas, socioambientais, econômicas e culturais, com <strong>de</strong>staque para as seguintes<br />

finalida<strong>de</strong>s: distribuição territorial equilibrada das novas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino; cobertura<br />

do maior número possível <strong>de</strong> meso-regiões em cada Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração;<br />

proximida<strong>de</strong> das novas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino aos Arranjos Produtivos Locais instalados e<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento; interiorização da oferta pública <strong>de</strong> educação profissional e <strong>de</strong><br />

ensino superior; redução dos fluxos migratórios originados nas regiões interioranas com<br />

<strong>de</strong>stino aos principais centros urbanos; aproveitamento <strong>de</strong> infraestruturas físicas<br />

existentes e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> potenciais parcerias.<br />

Em Sergipe, o Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>, Ciência e Tecnologia-IFS foi criado<br />

<strong>de</strong> acordo com o Projeto <strong>de</strong> Lei 3775/2008, mediante a integração do Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> Tecnológica <strong>de</strong> Sergipe e da Escola Agrotécnica Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Cristóvão.<br />

Atualmente, o IFS possui seis Campi, <strong>de</strong>ntre eles, três ainda estão em fase <strong>de</strong><br />

construção. Oferece formação <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> nível médio, oferece cursos <strong>de</strong> graduação e<br />

engenharia, além <strong>de</strong> atuar em pesquisa e extensão junto à comunida<strong>de</strong>.<br />

Em tais Campi o Programa Nacional <strong>de</strong> Acesso ao Ensino Técnico e Emprego-<br />

Pronatec fora implantado em 2012 aten<strong>de</strong>ndo aos interesses do Instituto voltados à<br />

ampliação da oferta da educação profissional <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para estudantes <strong>de</strong> nível<br />

médio e cursos <strong>de</strong> formação inicial e continuada, seja na modalida<strong>de</strong> presencial, seja a<br />

distância.<br />

4<br />

3. O Pronatec<br />

“O Pronatec é um projeto extremamente<br />

ousado para garantir que o ensino médio<br />

brasileiro não seja um ensino <strong>de</strong>slocado e<br />

<strong>de</strong>sfocado da realida<strong>de</strong> que nós vivemos”.<br />

Dilma Roussef


O Programa Nacional <strong>de</strong> Acesso ao Ensino Técnico e Emprego-Pronatec,<br />

instituído pelo Decreto 12.513/2011, foi criado no bojo das polílitcas públicas para<br />

expansão da <strong>Educação</strong> Profissional e Tecnológica no Brasil.<br />

Integrando o conjunto <strong>de</strong> ações que envolveu também a implantação dos Institutos<br />

Fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>, Ciência e Tecnologia, a E-TEC Brasil (<strong>Educação</strong> Profissional a<br />

Distância) e o Programa Nacional <strong>de</strong> Integração da <strong>Educação</strong> Profissional com a<br />

<strong>Educação</strong> Básica na Modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Jovens</strong> e <strong>Adultos</strong>-PROEJA, o Pronatec é a mais<br />

recente aposta do Governo Fe<strong>de</strong>ral como parte <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

nacional.<br />

Des<strong>de</strong> sua implantação em 2011, o Programa tem envidado ações para cumprir a<br />

missão <strong>de</strong> ofertar cursos técnicos profissionalizante e tecnológicos a uma janela<br />

<strong>de</strong>mográfica <strong>de</strong> 34 milhões <strong>de</strong> indivíduos com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ingresso no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho, conforme dado do último censo (2010), compreen<strong>de</strong>ndo sobretudo jovens que<br />

concluíram ou estão cursando o Ensino Médio e trabalhadores ativos e/ou em situação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego. Contudo, essa envergadura <strong>de</strong> alcance na qualificação <strong>de</strong> jovens e<br />

trabalhadores não preten<strong>de</strong> abrir mão da qualida<strong>de</strong> necessária para formá-los, inclusive<br />

para atuarem em ativida<strong>de</strong>s complexas no mundo do trabalho.<br />

Em um país com variegadas <strong>de</strong>mandas locais <strong>de</strong> produção, além <strong>de</strong> características<br />

populacionais e regionais distintas, o Programa não po<strong>de</strong>ria ser pensado sem estar<br />

atento a elas e somente focalizado nàquele público jovem, por essa razão é constituído<br />

<strong>de</strong> oito ações, uma <strong>de</strong>las é a formação inicial e continua <strong>de</strong> trabalhadores “beneficiados<br />

com programas <strong>de</strong> transferência do Governo (bolsa família) ou beneficiário do seguro<br />

<strong>de</strong>semprego” (PACHECO et al, 2012, p. 11).<br />

Os cursos oferecidos para tais trabalhadores são, em geral, <strong>de</strong> curta duração (carga<br />

horária mínima <strong>de</strong> 160 horas); ao passo que para os jovens são cursos concomitantes ao<br />

Ensino Médio (duração média <strong>de</strong> dois anos). Dessa forma, além <strong>de</strong> proporcionar<br />

educação profissionalizante, o Programa incentiva o aumento da escolarida<strong>de</strong> dos<br />

trabalhadores e o fortalecimento do Ensino Médio.<br />

Face ao chamado “apagão” mão <strong>de</strong> obra qualificada –em particular na indústria<br />

automatizada- e ao fato <strong>de</strong> o País possuir dimensões continentais associado a amplo<br />

contingente <strong>de</strong>mográfico em potencial para o trabalho, as estratégias tomadas pelo<br />

Governo (iniciando com Lula) ao investir robustamente na <strong>Educação</strong> Profissional tem<br />

sido tanto ambiciosas como oportunas, acenando para um possível aumento da<br />

produtivida<strong>de</strong> e crescimento econômico. Por conseguinte, expecta-se também ampliação<br />

no número <strong>de</strong> empregos e melhores salários aos trabalhadores.<br />

5


Finalmente, cabe sublinhar que para atingir seus objetivos o Pronatec 3 necessitaria<br />

<strong>de</strong> uma ampla re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições ofertantes. Dela tem participado não somente os<br />

Intituto Fe<strong>de</strong>rais (IF) e Instituições Estaduais Profissionalizantes, como também<br />

Instituições Privadas e àquelas que pertencem ao chamado Sistema “S”, o qual <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1940 tem oferecido <strong>Educação</strong> Profissional, em particular <strong>de</strong> formação inicial e<br />

continuada.<br />

Na experiência do Instituto Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe, seus Campi tem ofertado vagas<br />

em cursos técnicos <strong>de</strong> curta duração para trabalhadores e concomitantes ao Ensino<br />

Médio. No tópico seguinte é apresentado sumariamente a experiência do Campus<br />

Lagarto.<br />

6<br />

3.1 O Pronatec no Campus Lagarto<br />

Inicialmente foram implementados os cursos técnicos <strong>de</strong> nível médio <strong>de</strong><br />

Edificações e <strong>de</strong> Eletromecânica, ambos na modalida<strong>de</strong> concomitante e com<br />

duplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matrícula, isto é, o discente cursa o Ensino Médio em uma escola da<br />

Re<strong>de</strong> Estadual e participa da formação profissionalizante no Instituto Fe<strong>de</strong>ral, obtendo<br />

ao final do curso técnico o certificado somente em caso <strong>de</strong> aprovação em ambas<br />

instituições.<br />

Como cursos <strong>de</strong> formação inicial e continuada-FIC foram lançados o <strong>de</strong><br />

Desenhista em Topografia (170h) e o Instalador e Reparador <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Computadores<br />

(200h), cujas turmas se formaram em março <strong>de</strong> 2013.1, com previsão <strong>de</strong> novas no<br />

semestre subsequente. Desenvolvidos no turno matutino, tanto os cursos técnicos<br />

quanto os <strong>de</strong> FIC foram elegidos pela Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> do Estado-SEED com<br />

base no Catálogo <strong>de</strong> Cursos do Pronatec e no potencial <strong>de</strong> oferta do Instituto.<br />

Para os cursos técnicos concomitantes o papel da SEED, e especificamente das<br />

escolas estaduais <strong>de</strong> on<strong>de</strong> os discentes são oriundos, tem relevância capital na<br />

preparação dos profissionais, posto que os cursos técnicos <strong>de</strong>mandam conhecimentos<br />

essenciais em disciplinas <strong>de</strong> formação geral como Matemática, Física e Química,<br />

propiciados pelo currículo regular do Ensino Médio. Os cursos <strong>de</strong> Edificações e<br />

Eletromecânica, por exemplos, requerem fundamentos <strong>de</strong>ssas disciplinas para<br />

aprendizagem das técnicas, sob pena <strong>de</strong> o discente não lograr êxito.<br />

Todas as turmas do Pronatec Campus Lagrato foram compostas por 40 discentes,<br />

havendo <strong>de</strong>sistências na transição do primeiro para o segundo semestre (2012.2-<br />

3 Outras informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no en<strong>de</strong>reço eletrônico: http://pronatec.mec.gov.br/.


2013.1). Atualmente o curso <strong>de</strong> Edificações –alvo <strong>de</strong>sta investigação- é constituída <strong>de</strong><br />

34 discentes, sendo 70% do sexo feminino, o que representa uma procura significativa<br />

do público feminino em um curso no qual, tradicionalmente, é povoado pelos <strong>de</strong> sexo<br />

masculino. Desses remanescentes obtemos os dados da pesquisa, que são apresentados<br />

no próximo tópico e na sequência analisados.<br />

7<br />

4. Resultados da pesquisa e sua análise<br />

O gráfico seguinte apresenta a “leitura” dos estudantes sobre aspectos<br />

específicos do Pronatec, os quais consi<strong>de</strong>ram relevantes para sua trajetória escolar. Na<br />

sua maioria indicaram a qualificação dos professores e a infraestrutura do Campus como<br />

positivos. Um terceiro aspecto apontado é a gratuida<strong>de</strong> do curso para aqueles oriundos<br />

<strong>de</strong> famílias com baixa renda; a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação técnica que o Po<strong>de</strong>r Público<br />

oferece a quem não tem condições <strong>de</strong> pagar por ela.<br />

GRÁFICO 1: Aspectos favoráveis do PRONATEC<br />

Curso gratuito<br />

Visitas técnicas<br />

Colégio Tecnico com boa estrutura<br />

Aula práticas<br />

Boa Estrutura<br />

Oportunida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>sfavorecidos<br />

Professores qualificados<br />

2,3<br />

2,3<br />

2,3<br />

9,3<br />

13,6<br />

25,6<br />

44,3<br />

0 10 20 (%) 30 40 50<br />

Fonte: Dados da pesquisa<br />

Questionados sobre dimensões que a turma consi<strong>de</strong>rava <strong>de</strong>sfavoráveis no<br />

Programa, o gráfico seguinte mostra os recorrentes.<br />

GRÁFICO 1: Aspectos <strong>de</strong>sfavoráveis do Pronatec


8<br />

Professores só aplicam provas<br />

2,3<br />

Discriminação por outros alunos<br />

8,7<br />

Falta <strong>de</strong> materiais para aulas<br />

39,1<br />

Falta continuida<strong>de</strong> com pagamento<br />

bolsas<br />

50<br />

Fonte: Dados da pesquisa<br />

No que tange aos aspectos percebidos como <strong>de</strong>sfavoráveis estão, como os mais<br />

salientes, o atraso na disponibilização da Bolsa-Estudante 4 e a ausência <strong>de</strong> materiais<br />

didáticos. Também evi<strong>de</strong>nciaram o fato <strong>de</strong> não terem recebido acolhimento pelos<br />

<strong>de</strong>mais discentes do Campus, consi<strong>de</strong>rando-se alvos <strong>de</strong> discriminação. Um número<br />

inferior critica o fato <strong>de</strong> haver docentes que somente “aplicam provas”, o que nos leva a<br />

compreen<strong>de</strong>r que seus ensinos exploram a avaliação da aprendizagem tomando a prova<br />

como instrumento <strong>de</strong> aferição.<br />

Chama atenção o número expressivo da turma indicar o atraso do auxílio<br />

estudantil –<strong>de</strong>stinado ao transporte e à alimentação, a rigor- como aspecto negativo<br />

expoente na sua lista <strong>de</strong> “queixas”, evi<strong>de</strong>nciando um grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência ao recurso.<br />

Assinalamos que a crítica se direciona não ao valor <strong>de</strong>ste, mas a morosida<strong>de</strong> na sua<br />

percepção (recebimento). Tecem, sem ro<strong>de</strong>ios, uma crítica indireta aos trâmites<br />

burocráticos da Administração Pública; trâmites inevitáveis e necessários aos seu<br />

funcionamento, embora passíveis <strong>de</strong> celerida<strong>de</strong>s.<br />

Em segundo lugar na agenda <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong>sfavoráveis está a falta <strong>de</strong> materiais<br />

didáticos, fato que interfere negativamente no aprendizado. Embora no Programa<br />

estivessem previstos recursos para sua aquisição, somente no encerramento do segundo<br />

semestre (2013.1) foram provi<strong>de</strong>nciados e distrubuídos entre os(as) discentes.<br />

O gráfico seguinte mostra os principais fatores que, na perspectiva da turma,<br />

representavam óbices que a fazia tropeçar, tornando o alcance do êxito no curso mais<br />

<strong>de</strong>safiador. O primeiro fator é capitaneado pelo que i<strong>de</strong>ntificaram como tempo escasso<br />

para o estudo; o segundo, não menos importante, é a dificulda<strong>de</strong> em disciplinas exatas,<br />

4 Atrelada à frequência discente, cada um recebia valor <strong>de</strong> R$ 10,00 por dia, disponibilizado<br />

quinzenalmente. Contudo, por razões administrativas, esse valor era <strong>de</strong>positado em conta conrrente<br />

posterior a cada quinzena, o que provocava insatisfação do corpo discente.


em particular Matemática e Física; a falta <strong>de</strong> materiais didáticos fora novamente citado,<br />

bem como o atraso na percepção da Bolsa-Estudante; por fim um número reduzido<br />

opina dificulda<strong>de</strong>s na interação com a proposta do curso e na manipulação <strong>de</strong> programa<br />

informático utilizado para elaboração <strong>de</strong> projetos no curso (AUTO CAD).<br />

Detalhando os fatores: a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> “falta <strong>de</strong> tempo” para estudos é sustenta<br />

pela dificulda<strong>de</strong> em gestar duas trajetórias escolares paralelas: no IFS e na Escola<br />

Estadual, que lhes <strong>de</strong>mandavam gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> estudos e ativida<strong>de</strong>s extraclasse<br />

(exercícios, trabalhos, pesquisas etc.). Tinham que dar conta dos compromissos e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s acadêmicas tanto do Ensino Médio quanto do Técnico, levando com<br />

frequência à exaustão, ao estresse e ao <strong>de</strong>sânimo. Não estavam familiarizados ao novo<br />

ritmo que o ingresso ao Pronatec lhes impunha sem per<strong>de</strong>r o fôlego como discente na<br />

escola estadual.<br />

Esse intenso movimento resultou, por uma lado, a <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong><br />

10% da turma (<strong>de</strong> 40 discentes). Por outro parece ter fortalecido a resiliência individual<br />

e a resistência em grupo a fim <strong>de</strong> permanecerem no curso.<br />

Ao entrarem em contato com as disciplinas profissionalizantes, gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las<br />

requeria saberes e conhecimentos na área <strong>de</strong> exatas. Sem os fundamentos em<br />

Matemática e Físic 5 a necessários à formação técnica, os discentes tem enfrentado<br />

importantes dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado nàquelas disciplinas que os requeiram,<br />

gerando, inclusive, reprovações. A maioria não se mostra apta a elaborar cálculos<br />

matemáticos simples, o que não é novida<strong>de</strong> quando se trata <strong>de</strong> ensino público no país,<br />

cujos pífios resultados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho escolar nas <strong>de</strong>nominadas “disciplinas críticas” –<br />

que inclue Matemática- são amplamente divulgados na literatura e em órgãos<br />

educacionais <strong>de</strong> estudos pesquisas.<br />

Tal dificulda<strong>de</strong> foi mais agravada pelo fato <strong>de</strong> a turma estar participando <strong>de</strong> um<br />

curso que emerge <strong>de</strong> um currículo montado para quem concluiu o Ensino Médio ou ao<br />

menos cursava o terceiro ano <strong>de</strong>sse Ensino. Noutros termos: a matriz curricular vigente<br />

pertence a um curso técnico na modalida<strong>de</strong> subsequente, e não com as adaptações<br />

necessárias para possibilitar o processo educacional da turma, que era egressa do Ensino<br />

Fundamental. Um <strong>de</strong>slize duplo: matriz curricular ina<strong>de</strong>quada (responsabilida<strong>de</strong> do IF)<br />

e discentes da primeira série do E. M, quando <strong>de</strong>veriam estar pelo menos na segunda<br />

série (responsabilida<strong>de</strong> da SEED). Os resultados <strong>de</strong> aprendizagem não po<strong>de</strong>riam ser<br />

menos <strong>de</strong>sastrosos.<br />

5 Gran<strong>de</strong> parte dos discentes informaram que não tinha docente <strong>de</strong> Física na Escola Estadual on<strong>de</strong><br />

estavam matriculados. E qQuando chegou, ministrou ligeiramente um mês <strong>de</strong> aula, face ao encerramento<br />

do ano letivo.<br />

9


Na ponta da avaliação <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s apontadas no gráfico estão a inaptidão com<br />

o programa AUTO CAD e a anêmica interação com a proposta do curso, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> formação, noutros termos, a não i<strong>de</strong>ntificação com o curso, o que po<strong>de</strong> gerar futura<br />

evasão <strong>de</strong>sses sujeitos. Reiteraram a queixa alusiva à <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> percepção do auxílio<br />

estudantil e trouxeram um dado não mencionado anteriormente: a localização do<br />

Campus, relativamente distante <strong>de</strong> suas residências.<br />

10<br />

GRÁFICO 3: Dificulda<strong>de</strong>s para o acompanhar o curso<br />

Dificulda<strong>de</strong>s para acompanhar o Curso (%)<br />

Dificulda<strong>de</strong> com AUTO CAD<br />

Dificulda<strong>de</strong> interação com o curso<br />

Falta <strong>de</strong> base em fisica e matemática<br />

Atrasos pagamento da bolsa<br />

Escola muito distante da resi<strong>de</strong>ncia<br />

Falta <strong>de</strong> materiais para aulas<br />

Dificulda<strong>de</strong> com disciplinas <strong>de</strong> calculo<br />

Falta <strong>de</strong> tempo para estudar<br />

2,2<br />

4,4<br />

6,8<br />

10<br />

13,6<br />

18<br />

20,3<br />

25<br />

0 5 10 15 20 25 30<br />

Fonte: Dados da pesquisa<br />

5. (In)Conclusões<br />

O Pronatec tem atendido um grupo consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> jovens e trabalhadores em<br />

todo país, proporcionando oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação profissional, em especial os<br />

socioeconomicamente menos favorecidos. Nesse horizonte tem possibilitado a expansão<br />

da oferta <strong>de</strong> pessoas melhor qualificadas para o trabalho e contribuído com o processo<br />

<strong>de</strong> inclusão social.<br />

No entanto, como se trata <strong>de</strong> um Programa pioneiro, sua consolidação no<br />

território nacional tem enfrenta <strong>de</strong>safios variados. Na experiência do IFS-Campus<br />

Lagarto, à guisa <strong>de</strong> exemplo, é preciso a<strong>de</strong>quar a implementação do Pronatec em função<br />

das características e condições <strong>de</strong> seu público-alvo, que, conforme dados <strong>de</strong>sta pesquisa,<br />

apontou a falta <strong>de</strong> tempo para estudos, a limitação financeira para se locomover e as


dificulda<strong>de</strong>s com disciplinas que envolvem cálculos como condições negativas. É tão<br />

importante quanto necessário estar atento a esse “novo” estudante.<br />

Em relação aos aspectos favoráveis do Pronatec e sua relação com o aprendizado<br />

discente, os resultados da pesquisa ratificam que o IFS saiu na frente ao oferecer<br />

infraestrutura e aparato tecnológico a<strong>de</strong>quados e um corpo docente qualificado,<br />

requisitos mínimos indispensáveis ao alcance dos objetivos do Programa. Requisitos<br />

nem sempre encontrados em diversas instituições públicas <strong>de</strong> ensino.<br />

A morosida<strong>de</strong> da disponibilização da Bolsa-Estudante e a falta <strong>de</strong> materiais<br />

didáticos capitaneiam a lista <strong>de</strong> insatisfação da turma em relação ao Pronatec. Essa falta<br />

tem sido suprimida paulatinamente, porém o atraso na percepção do auxílio estudantil é<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m administrativa, atrelado, portanto, aos trâmites burocráticos normais do<br />

Serviço Público. É conhecido que tal auxílio favorece o acesso e a permanência dos(as)<br />

estudantes durante o curso, mas temos questionado em que medida a Bolsa tem<br />

impactado direta ou indiretamente no aprendizado <strong>de</strong> cada discente. Como <strong>de</strong>corrente<br />

<strong>de</strong>ssa questão surgem outras: se fosse “cortada” essa <strong>de</strong>pendência umbilical com o<br />

auxílio, teríamos um número significativo <strong>de</strong> evadidos? Existe uma forte relação entre<br />

percepção <strong>de</strong> Bolsa-Estudante e interesse pelo Programa? Consi<strong>de</strong>rando que ela<br />

favorece a permanência do(a) estudante, trata-se <strong>de</strong> uma permanência qualitativa ou<br />

meramente interessada pelo valor?<br />

Sobre as dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas, a turma apontou, <strong>de</strong> modo expressivo, “falta<br />

<strong>de</strong> tempo para estudar” e dificulda<strong>de</strong> no aprendizado <strong>de</strong> disciplinas que requeiram<br />

domínios matemáticos. Nesta última dificulda<strong>de</strong> tem as escolas estaduais apoiadas pela<br />

SEED a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> envidar esforços para solucionar essa difícil equação,<br />

propiciando aos discentes o domínio básico em disciplinas <strong>de</strong> formação geral que<br />

explorem o raciocínio lógico-matemático e fênomenos físicos naturais, a exemplo <strong>de</strong><br />

Matemática, Física e Química.<br />

Embora reconheçamos que é um <strong>de</strong>safio para a Re<strong>de</strong> Estadual prover docentes<br />

nessas áreas, sobretudo consi<strong>de</strong>rando a escassez <strong>de</strong> profissionais no interior do Estado,<br />

essa é uma responsabilida<strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong> prescindir, sob pena <strong>de</strong> encurralar os<br />

discentes na barreira do fracasso escolar e, por conseguinte, <strong>de</strong>ixar que o Programa seja<br />

fagocitado pelo <strong>de</strong>clínio no princípio <strong>de</strong> sua história. Nesse eixo <strong>de</strong> análise enten<strong>de</strong>mos<br />

que compete à SEED –parceira do IFS- fornecer condições para que as escolas<br />

proporcionem formação básica necessária para tais estudantes, a qual inclui o domínio<br />

necessário no campo das exatas. Nesse sentido enten<strong>de</strong>mos que a aliança mais estreita e<br />

específica entre IFS e SEED po<strong>de</strong> comprometer o Pronatec na ponta do processo<br />

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(aprendizagem) se qualquer uma das partes não cumprir satisfatoriamente com suas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s na formação dos estudantes.<br />

Nessa relação <strong>de</strong> mútuo comprometimento, os parceiros po<strong>de</strong>m, cada qual com<br />

suas <strong>de</strong>vidas atribuições (e competências), <strong>de</strong>senhar um currículo escolar diferenciado<br />

para o Pronatec, estabelecer propostas <strong>de</strong> otimização do processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem,<br />

contribuir com a produção <strong>de</strong> materiais didáticos próprios, favorecer a<br />

locomoção dos estudantes <strong>de</strong> suas residência ao Instituto (e vice-versa), enfim, discutir e<br />

implementar soluções para <strong>de</strong>mandas diversas<br />

Finalmente relevamos o fato <strong>de</strong> esses resultados serem provisórios e não se<br />

prestarem, nem <strong>de</strong> longe, a sintetizar a gran<strong>de</strong>za nem as limitações do Pronatec no IFS,<br />

sem contar que não se circunscreve aos objetivos <strong>de</strong>sta pesquisa. Contudo, esses dados<br />

sinalizam aspectos que po<strong>de</strong>m afetar a continuida<strong>de</strong> exitosa do Programa, pois<br />

apresentam o olhar discente sobre o Pronatec. Olhar daqueles que são o sentido <strong>de</strong><br />

existir do Programa. Precisamos, sem dúvida, estar <strong>de</strong> “ouvidos” e “olhos”<br />

institucionais bem atentos ao que esses jovens tem a nos dizer.<br />

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13<br />

6. Referências<br />

<br />

<br />

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